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Questionário de Micologia e Virologia - Microbiologia

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QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS: 
Questão 1: Disserte sobre o sistema vegetativo dos fungos (20 pontos). 
O sistema vegetativo dos fungos é o sistema pelo qual o fungo adquire seus ​nutrientes e o 
qual proporciona o ​crescimento​. O sistema vegetativo pode ser unicelular, nas leveduras por 
exemplo, ou filamentoso nos pluricelulares. Os fungos filamentosos então possuem ​hifas​, o 
conjunto delas é chamado de ​micélio​. As hifas podem ser ​cenocíticas​, se houver continuidade 
citoplasmática sem a presença de septos (parece uma única e grande célula) ou ​septadas se 
houver separação (mas ainda assim existem poros que permitem a comunicação). Existe 
também a nomenclatura de ​talo para se referir ao corpo do fungo, seja ele filamentoso ou 
unicelular. 
Os fungos possuem a capacidade de alternar seus sistemas vegetativos- serem filamentosos 
ou unicelulares dependendo das condições do ambiente - essa característica é chamada de 
dimorfismo​. O fungo que causa a candidíase, por exemplo, ele é normalmente unicelular mas 
quando causa a doença passa a ser filamentoso. 
Os fungos também possuem variações nos seus tipos de septos que são caracterizados como: 
1 - ​Completo​: Septos que separam completamente as células (muito importante 
se houver alguma lesão, pois separa o sistema reprodutivo do vegetativo). Esse 
septo pode acontecer tanto em hifas cenocíticas como em septadas. 
2 - ​Poros simples e múltiplos​: São, como citados no texto anteriormente, poros 
que delimitam as células mas permitem uma continuação do citoplasma. 
3 - ​Com doliporo​: São poros mais “gordinhos” chamados de parentossomas 
que só são encontrados em Basidiomycota. Eles fecham mais que os poros 
simples, impedindo a passagem de organelas maiores e do núcleo, por exemplo, 
o que faz com que cada célula tenha seu próprio núcleo. 
Outra característica do sistema vegetativo de Ascomycota é possuir o ​corpo de Woronin​, uma 
estrutura circular que fica em torno dos poros, dificultando o fluxo das organelas e portanto 
diminuindo o fluxo citoplasmático. 
Os fungos também possuem ​estruturas especializadas​, algumas delas são: 
1. Armadilhas​: Fungos nematófagos podem formar espécies de armadilhas para 
prender os nematóides. 
2. Haustórios: Os haustórios são estruturas pelas quais os fungos invadem as 
células de planta para roubar nutrientes dela. 
Sobre os tecidos fúngicos, chamados também de ​pletênquimas​, podemos caracterizá-los 
como ​prosênquima ou ​pseudoparênquima​. O primeiro é mais macio, as hifas estão 
frouxamente unidas, é o tecido do champingon. O segundo é mais rigido, as hifas estão 
entrelaçadas, um exemplo é o Esclerócio de ​Claviceps purpurea. 
As hifas dos fungos também podem se unir, num processo chamado de ​anastosmose​. Isso é 
muito comum em fungos que são parecidos, compatíveis geneticamente. Agora, quanto mais 
diferente os fungos forem entre si, suas hifas até se unem, mas imediatamente após já se 
separam. Esse mecanismo de incompatibilidade gênica é muito importante para a proteção do 
fungo, a fim de evitar que organelas defeituosas passem, assim como transmitir vírus se umas 
para as outras. 
Sobre o crescimento dos fungos, sabe-se que os fungos só são capazes de crescer em 
comprimento, nunca em largura. Essa hipótese é chamada de ​hipótese vesicular do 
crescimento​. O fungo possui um crescimento apical (ao contrário do fio de cabelo humano, por 
exemplo, que cresce na raiz). Para fazer isso, é preciso que haja uma leve degradação da 
parede celular para que ela possa ficar mais maleável e ser espichada. É necessária então 
uma enzima chamada de quitinase, que degrada a quitina da parede celular. Depois do fungo 
conseguir se espichar, há a ação de outra enzima, a quitina sintase, que produz mais quitina 
deixando a ponta rígida novamente. 
 
Questão 2: Disserte sobre reprodução assexuada em fungos (20 pontos). 
A reprodução assexuada é a reprodução que todos os fungos realizam, que se baseia em se 
multiplicar sem gerar variabilidade genética. Existem várias subdivisões dentro da reprodução 
assexuada: 
1. Fragmentação 
2. Brotamento 
3. Fissão 
4. Formação de esporos 
2 e 3 são exclusivos de leveduras. 
1. Fragmentação - São de dois tipos, a ​mecânica​, as pontas da hifa que já cresceram o 
bastante se “descolam” e dão origem a novas colônias. Já na fragmentação ​da hifa por 
atrosporos, a gente tem a formação de células individualizadas nas pontas, separadas 
por parede celular rígida. Essas células têm formato retangular e então vão ser 
dispersadas para dar origem a novas hifas. 
2. Brotamento - Uma célula inicial “mãe” se duplica e dá origem a uma nova “filha” que 
pode se separar ou permanecer junta da inicial. Isso é chamado de pseudohifa ​(parece 
uma hifa pela união das células, mas é de um fungo unicelular). 
3. Fissão ​- Uma célula original aumenta duplica o material genético e há a formação de 
um septo no meio dela, após ocorre uma “partição ao meio’ ao meio dando origem a 
duas novas. 
4. Formação de esporos: 
Existe 3 tipos de reprodução assexuada por esporos, que são formados por 
protuberâncias no sistema vegetativo: 
Zoosporos - Esporos de fungos cenocíticos. São produzidos dentro do 
zoosporângio e são liberados. Os zoosporângios são inicialmente formados por 
uma protuberância e multiplicação do núcleo inicial, e então uma divisão por 
septo separando as estruturas vegetativas e reprodutivas. Essa estrutura 
reprodutiva aumenta de tamanho e na ponta ocorre a formação do 
zoosporângio, uma vesícula. Os zoosporos não possuem parede celular, mas 
são flagelados. Eles rompem essa vesícula do zoosporângio e são então 
liberados no meio. Ex: Cryptomycota, Microsporidia, Blastocladiomycota, 
Chytridiomycota. 
Esporangiosporos - Esporos de fungos cenocíticos. É um esporo imóvel, 
dispersado por vento (agente externo). A columela é a estrutura que separa os 
esporos da estrutura reprodutiva. A formação do esporângio é bem similar a dos 
zoosporos. A diferença é que eles são imóveis e possuem membrana 
plasmática, parede celular etc. Ex: Zoopagomycota e Mucoromycota 
Conídias ​- São formados por Ascomycota e Basidiomycota (Sub-reino Dikarya). 
Esses fungos são septados. Começa por uma protuberância, os núcleos vão se 
multiplicando e ocorre a separação com o sistema vegetativo. Quando atingir o 
tamanho ideal os vários núcleos migram para dentro de uma vesícula. Nessa 
vesícula ocorrem novas protuberâncias, células conidiogênicas, que darão 
origem as conídias, uma após as outras. As da ponta são liberadas. Os modos 
de formação das conídias são nomeados blásticoe tálico (sub-dividido em 
holotálico e ártrico). 
 
Questão 3: Disserte sobre a composição e funções dos diferentes componentes da 
partícula viral. Qual dos componentes virais influencia de forma importante na 
resistência dos vírus no meio ambiente e por quê (20 pontos). 
Os vírus são formados pelas seguintes estruturas: 
1 - ​Ácido nucleico​: Pode ser DNA e RNA. Lembrando que os de RNA tem uma taxa de 
mutação bem alta pois a RNA polimerase não é capaz de revisar e corrigir erros no processo 
de duplicação. Podem ser de fita dupla ou simples, independente se forem de RNA ou DNA, 
linearesou circulares, segmentados ou não-segmentados, também podem estar no sentido 
certo da transcrição (5’→ 3’), chamado de positivo, ou no sentido contrário (3’ → 5’) e então 
requerem uma cópia no outro sentido para serem traduzidos. 
2 - ​Capsídeo​: É a capa protéica que envolve o material genético e exerce função de proteger e 
empacotar o genoma. A junção entre capsídio e genoma pode ser chamada de nucleocapsídio. 
Os nucleocapsídeos possuem 3 tipos diferentes de simetria: icosaédrica, helicoidal ou 
complexa. O capsídio precisa ser muito estável fora das células, a fim de proteger o genoma, e 
instável dentro delas, para que possa liberar o genoma para dentro da célula. 
3 - Envelope viral: Possui composição lipídica e fica externo ao capsídeo. Nem todos os vírus 
possuem. O envelope é derivado de uma membrana fosfolipídica celular (eles não sintetizam, 
eles roubam de uma célula hospedeira). Por ele ter essa composição lipídica se usarmos 
sabão/álcool vamos destruir o envelope do vírus e então ele não consegue mais se multiplicar 
sem ele. O envelope também conta com ​glicoproteínas​, as quais possuem um domínio 
externo, com sítios antigênicos, responsável por ligar e fusionar, e um interno, responsável por 
processos como montagem e ancoragem. 
4 -​ Matriz​: É uma proteína que preenche o espaço entre o capsídeo e o envelope. 
Pode-se pensar que os vírus envelopados são mais resistentes por terem uma camada a mais 
de proteção, mas na verdade eles são mais vulneráveis por serem combatidos por álcool e 
sabão como visto anteriormente. Então, a estrutura responsável por conferir resistência do 
vírus é o próprio capsídio, exatamente por ele ser bem rígido quando o vírus não está 
infectando nenhum hospedeiro, fornecendo uma chance de resistência maior, e sendo 
destrutível quando o vírus infecta um hospedeiro. Essa característica do capsídio é chamada 
de ​metaestável​. 
Questão 4: Disserte detalhadamente sobre quais são e como ocorrem as etapas da 
replicação viral e explique como acontecem os diferentes mecanismos de alteração 
genômica que ocorrem em vírus durante a replicação (20 pontos). 
Primeiro, acontece a ​adsorção do vírus à membrana da célula a qual ele irá invadir, que pode 
ser por colisões ao caso do vírus com a célula, dependente da concentração de íons e de 
haver receptores celulares. Alguns vírus utilizam receptores múltiplos ou únicos, sendo que os 
múltiplos então possuem um amplo espectro de infecção. Depois disso, acontece a 
penetração do vírus na célula, por endocitose (mediada por receptores) ou fusão (vírus 
envelopado interage com a membrana da célula alvo e se fusiona a ela). O capsídeo então é 
desfeito e o genoma é liberado para dentro da célula. A maquinaria da célula será utilizada pelo 
genoma viral a fim de ​produzir proteínas, ácidos nucleicos​, tudo que os vírus precisam para 
se ​replicarem e serem ​montados​. Após os vírus se reconstituirem (etapa de montagem) eles 
saírão da célula hospedeira. A ​liberação ​pode ser por lise celular (mata a célula hospedeira) 
ou por brotamento, em que o vírus adquire um envelope (roubando parte da membrana 
plasmática da célula hospedeira). 
 
Durante a replicação os vírus podem passar por processos de alteração genética, alguns são: 
 
1 - ​Mutações​: Erros da ação da RNA polimerase, pois ela não é capaz de 
corrigir os erros como as DNA polimerases fazem. As mutações também podem 
ser induzidas como por utilização de luz UV. 
2 - ​Recombinações: Exige que dois vírus semelhantes invadam a mesma célula 
simultaneamente. Pode ocorrer crossing-over (em que um pedaço do genoma 
de cada vírus de DNA é permutado) ou troca de template (quando a RNA 
polimerase troca a fita e então a fita formada possui cópias de partes diferentes 
de dois vírus). 
3 - ​Rearranjo​: É muito eficiente. Só acontece com vírus de genoma 
fragmentado. Encontro de vírus do mesmo tipo mas de origens diferentes (como 
animal e de aviária) num suíno, gerando um vírus híbrido, com genoma dos dois.

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