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1 Princípios gerais da Toxicologia IFRJ – campus Rio de Janeiro Especialização em Segurança Alimentar e Qualidade Nutricional Disciplina: Toxicologia de Alimentos Prof.: Marcia Cristina da Silva TópicosTópicos 2. Conceitos gerais2. Conceitos gerais 3. Classificação3. Classificação 4. Áreas de atuação4. Áreas de atuação 5. Toxicologia de alimentos5. Toxicologia de alimentos 1. Importância / Histórico1. Importância / Histórico 2 Alimentos podem conferir características de segurança ou de risco para a ingestão humana. 1. Importância / Histórico � Importante: � conhecer as substâncias tóxicas presentes nos alimentos e � evitar que essas sejam ingeridas em níveis que imponham risco à saúde. � Alimentos são constituídos de substâncias nutritivas e não-nutritivas, podendo ser consumidos in natura ou processados. 1. Importância / Histórico 3 � A Toxicologia é uma ciência muito antiga. � 1º documento sobre agentes tóxicos ⇒⇒⇒⇒ 1500 a.C. (≅≅≅≅ 800 ingredientes) � No século XX (2ª G.M.) ⇒⇒⇒⇒ avanços área de síntese química ⇒⇒⇒⇒ surgimento de diversos novos compostos para fins farmacêuticos, alimentares e agrícolas. ⇓⇓⇓⇓ Inúmeros novos casos de intoxicação ⇓⇓⇓⇓ Desenvolvimento da Toxicologia (avaliação da segurança e do risco) 1. Histórico � Toxicologia ⇒⇒⇒⇒ é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo. � Agente tóxico ou toxicante ⇒⇒⇒⇒ a substância química capaz de causar dano a um sistema biológico, alterando seriamente uma função ou levando-o à morte, sob certas condições de exposição. 2. Conceitos gerais 4 � Droga ⇒⇒⇒⇒ é toda substância capaz de modificar ou explorar o sistema fisiológico ou estado patológico, utilizada com ou sem intenção de benefício do organismo receptor. � Fármaco ⇒⇒⇒⇒ toda substância de estrutura química definida, capaz de modificar ou explorar o sistema fisiológico ou estado patológico, em benefício do organismo receptor. 2. Conceitos gerais � Veneno ⇒⇒⇒⇒ é um termo popular utilizado para designar a substância química (ou mistura), que provoca a intoxicação ou a morte c/ baixas doses. � Xenobiótico ⇒⇒⇒⇒ é o termo empregado para designar substâncias químicas estranhas ao organismo. 2. Conceitos gerais 5 � Intoxicação ⇒⇒⇒⇒ é um processo patológico causado por substâncias químicas endógenas ou exógenas e caracterizado por um desequilíbrio fisiológico, em consequência das alterações bioquímicas no organismo. � Toxicidade ⇒⇒⇒⇒ a propriedade de agentes tóxicos promoverem injúrias às estruturas biológicas, por meio de interações físico-químicas. 2. Conceitos gerais � Toxicidade X Risco: Risco é o termo que traduz a probabilidade estatística de uma substância química provocar efeitos nocivos em condições definidas de exposição. � Obs.: Tds os medicamentos possuem, em menor ou maior grau, propriedades tóxicas, provocando efeitos adversos, sendo a dose um dos fatores preponderantes que determinam a intoxicação. À medida que aumenta a dose, os efeitos adversos dos medicamentos se acentuam. 2. Conceitos gerais 6 A Comunidade Européia classifica as substâncias químicas em 3 categorias: � muito tóxica: substâncias com DL50 < 25 mg/kg p/ ratos � tóxicas: substâncias com 25 < DL50 < 200 mg/kg p/ ratos �nociva: substâncias com 200 < DL50 < 2000 mg/kg p/ ratos Obs. Pouca utilidade na prática. 2. Conceitos gerais Toxicidade 2. Conceitos gerais Fatores que influem na toxicidade � Relacionados � 1. ao agente químico � propriedades físico-química; � impurezas e contaminantes; � formulação (veículo, adjuvantes). � 2. ao organismo � espécie, linhagem, fatores genéticos; � fatores imunológicos, estado nutricional, dieta; � sexo, estado hormonal, idade, peso corpóreo; � estado emocional, estado patológico. � 3. à exposição � via de introdução; � dose ou concentração. � 4. ao ambiente � temperatura, pressão, radiações, luz, umidade, etc. 7 � Toxicologia Analítica: métodos exatos, precisos, de sensibilidade adequada p/ a identificação do toxicante � Toxicologia Clínica: atendimento do paciente exposto ao toxicante � Toxicologia experimental: estudos para a elucidação dos mecanismos de ação dos agentes tóxicos sobre o sistema biológico e avaliação dos efeitos decorrentes dessa ação. 3. Classificação da Toxicologia � Toxicologia ambiental � Toxicologia ocupacional � Toxicologia de medicamentos e cosméticos � Toxicologia social � Toxicologia de alimentos 4. Áreas de atuação da Toxicologia 8 � Toxicologia de alimentos: define os limites e condições de exposição seguras na ingestão de alimentos que apresentam um certo grau de contaminação. � Qualquer efeito que não seja nutricional e/ ou terapêutico, c/ exceção dos efeitos imunológicos, podem ser generalizados como tóxicos. 5. Toxicologia de alimentos 5.1. Efeitos tóxicos - Gravidade dos sinais/sintomas ⇒⇒⇒⇒ leve, moderado, severo - Velocidade de surgimento dos sinais e sintomas ⇒⇒⇒⇒ agudo, subagudo, subcrônico ou crônico - Ação dos agentes tóxicos ⇒⇒⇒⇒ Sistêmico ou Local (TGI) - Interação entre agentes tóxicos ⇒⇒⇒⇒ adição, potencialização, sinergismo, carcinogênico (mutagênico), fetotóxico 5. Toxicologia de alimentos 9 5.1. Efeitos tóxicos - Efeito Agudo ⇒⇒⇒⇒ ↑↑↑↑ qdade/ [C] X ↓↓↓↓ frequência ⇓⇓⇓⇓ Severos e Letais - Efeito Crônico ⇒⇒⇒⇒ ↓↓↓↓ qdade/ [C] X ↑↑↑↑ frequência ⇓⇓⇓⇓ Leves e Moderados Reversíveis 5. Toxicologia de alimentos 5.2. Exposição humana a agentes tóxicos (AT) presentes em alimentos - Natureza (natural ou artificial) e concentração do AT presente no alimento - Frequência com que o alimento é ingerido pela população - Via de introdução no organismo - Suscetibilidade do organismo 5. Toxicologia de alimentos 10 5.3. Casos de intoxicação - Grande parte dos acidentes tóxicos ocorrem quando há a ingestão de alimentos contaminados intencionalmente ou incidentalmente ⇓⇓⇓⇓ Única refeição ou porção do alimento com alta concentração do AT: Agudo/Curto prazo ou Várias refeições ou porções do alimento com baixa concentração do AT: Crônico/Longo prazo →→→→ efeito tóxico desapercebido 5. Toxicologia de alimentos 5.4. Efeito crônico * Ocorre em populações onde: - A qualidade dos alimentos deixam a desejar - Dietas monótonas/repetitivas 5. Toxicologia de alimentos * Cinética dos efeitos do AT - Velocidade de eliminação do AT ingerido com o alimento <<<< velocidade de absorção ⇒⇒⇒⇒ AT acumula-se no organismo - Se essa velocidade de eliminação for muito baixa ⇒⇒⇒⇒ Efeito do AT pode tornar-se agudo 11 5.5. Índices de Toxicidade * As Boas Práticas de Fabricação controlam a contaminação de alimentos * Tipos de não nutrientes: - Naturalmente presentes - Adicionados diretamente c/ propósitos definidos - Contaminantes controláveis - Contaminantes inevitáveis 5. Toxicologia de alimentos 1. naturalmente presentes nos alimentos Ex.: antinutrientes (inibidores de tripsina da soja e de feijões); substâncias tóxicas (glicosinolatos, glicosídios cianogênicos, glicoalcalóides etc.) Classificação dos não-nutrientes 5. Toxicologia de alimentos 12 Classificação dos não-nutrientes 5. Toxicologia de alimentos 2. adicionados aos alimentos A possibilidade de contaminação durante o processamento, conservação e armazenamento pode ocorrer por: � contaminação direta � incontrolável - produção de toxina por microrganismos - geração de compostos tóxicos nos alimentos - incorporação de metais tóxicos � dosagem excessiva de aditivos Classificaçãodos não-nutrientes 5. Toxicologia de alimentos 2. adicionados aos alimentos � Contaminação indireta - Promotores de crescimento - Medicamentos de uso veterinário - Praguicidas - Migrantes de embalagens 13 Exemplos dos não-nutrientes 5. Toxicologia de alimentos Contaminação direta � Produção de micotoxinas: aflatoxina, ocratoxina, tricoteceno, zearalenona... � Geração de compostos tóxicos: N-nitrosos (nitrosaminas e nitrosamidas)... � Incorporação de metais tóxicos: arsênio, cádmio, mercúrio, chumbo... � Dosagem excessiva de aditivos, principalmente dos não-GRAS (GENERALLY RECOGNIZED AS SAFE). Exemplos dos não-nutrientes 5. Toxicologia de alimentos Contaminação indireta � Fármacos e hormônios promotores de crescimentos � Antibióticos de uso profilático � Resíduos de herbicidas, fungicidas, raticidas, inseticidas � Ésteres ftálicos migrantes de embalagens plásticas 14 5.5. Índices de Toxicidade * Tolerância ou Limite Máximo Permitido (LMP): qde que não causa efeito nocivo * Ingestão diária aceitável (IDA): aditivos e contaminantes ⇒⇒⇒⇒ qde de um agente químico presente no alimento que pode ser ingerido através da dieta, diariamente, durante toda a vida do indivíduo, sem provocar risco de intoxicação (mg/kg peso/ dia) 5. Toxicologia de alimentos Legislação Resolução nº 17, de 30 de abril de 1999. Regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas para avaliação de risco e segurança dos alimentos. MS/Anvisa. Para efeito deste regulamento, considera-se: � Perigo: agente biológico, químico ou físico, ou propriedade de um alimento, capaz de provocar um efeito nocivo à saúde. � Risco: função da probabilidade de ocorrência de um efeito adverso à saúde e da gravidade de tal efeito, como conseqüência de um perigo ou perigos nos alimentos. � Análise de risco: processo que consta de três componentes: avaliação de Risco, gerenciamento de risco e comunicação de risco. � Avaliação de risco: processo fundamentado em conhecimentos científicos, envolvendo as seguintes fases: identificação do perigo, caracterização do perigo, avaliação da exposição e caracterização do risco. 5. Toxicologia de alimentos 15 Como avaliar a exposição humana à contaminantes e os riscos à saúde? � Análise de Risco -> processo para identificar e controlar o risco de uma população exposta a um dano causado por um organismo, sistema ou substância. 5. Toxicologia de alimentos Avaliação de risco � Processo no qual dados relativos a toxicidade e exposição são combinados para produzir uma estimativa quantitativa ou qualitativa do efeito adverso resultante de um determinado agente 1. Identificação do dano 2. Avaliação da relação dose/resposta 3. Avaliação da exposição 4. Caracterização do risco 5. Toxicologia de alimentos 16 Identificação do dano � Animais de laboratórios – ratos, coelhos, cachorros, macacos � agudo, sub agudo, sub crônico e crônico � Experimento totalmente controlado � Expõe os animais a diferentes doses da substância (via oral) e observa os efeitos adversos ocorridos � Homem � Experimento controlado (efeitos reversíveis) � Acidentes, intoxicações agudas � Estudos epidemiológicos 5. Toxicologia de alimentos Avaliação da relação dose/resposta Parâmetros toxicológicos de segurança � Toxidade crônica (não carcinogênicos) � IDA – ingestão diária aceitável (aditivos, pesticidas, drogas veterinárias) � PTWI – ingestão semanal provisória tolerável (metais) � PMDTI – ingestão diária provisória máxima tolerável Quantidade que pode ser ingerida através da dieta durante um longo período ou por toda a vida sem que nenhum efeito adverso ocorra. � Toxidade aguda � Dose de referência aguda – ARfD Quantidade que poder ser ingerida através do consumo de uma porção do alimento, ou no período de 24 horas sem que nenhum efeito adverso ocorra. 5. Toxicologia de alimentos 17 Relação dose-resposta �NOAEL: nível onde não se observa efeito adverso. Maior dose administrada num estudo de toxicidade na qual não se observa nenhum efeito adverso. �LOAEL: menor nível onde se observa efeito adverso. Menor dose administrada num estudo de toxicidade na qual se observa um efeito adverso. 5. Toxicologia de alimentos Curva de dose x resposta 5. Toxicologia de alimentos 18 Parâmetros de segurança � IDA representa a quantidade máxima de resíduo de produto que pode ser ingerida diariamente por um indivíduo de uma população, com um risco assumido. � A IDA é, portanto, a quantidade máxima que se for ingerida todos os dias durante toda a vida, parece não oferecer risco apreciável à saúde, à luz dos conhecimentos atuais. Ela é expressa em mg da substância/kg de massa corpórea. IDA= NOAEL FS NOAEL: maior dose onde não se observa efeito tóxico nos animais de experimentação. FS: fator de segurança. 5. Toxicologia de alimentos PROGRAMAS DE INTERESSE DE SAÚDE PÚBLICA PARA (ANVISA. Resolução - RDC nº 119, de 19 de maio de 2003) Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos PAMVet (ANVISA. Resolução RDC nº 253, de 16 de setembro de 2003) Programa de Análise de Resíduos de Medicamentos Veterinários em Alimentos de Origem Animal 5. Toxicologia de alimentos 19 PARA - Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos Objetivo geral � avaliar continuamente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos in natura que chegam à mesa do consumidor, fortalecendo a capacidade do Governo em atender a segurança alimentar, evitando, assim, possíveis agravos à saúde da população. 5. Toxicologia de alimentos PAMVet - Programa Nacional de Análise de Resíduos de Medicamentos Veterinários em Alimentos Expostos ao Consumo � Objetivo Avaliar o potencial de exposição do consumidor a resíduos de medicamentos veterinários pela ingestão de alimentos de origem animal adquiridos no comércio. � Âmbito de aplicação O Programa aplica-se aos resíduos de medicamentos veterinários em alimentos de origem animal disponíveis no comércio. 5. Toxicologia de alimentos 20 Ingestão de alimento com Agente Tóxico (AT) ⇓⇓⇓⇓ Digestão - Trato gastrointestinal (TGI) ⇓⇓⇓⇓ Absorção do AT Efeitos tóxicos Excreção do AT 5. Toxicologia de alimentos A noção de Segurança absoluta é ilusória, o termo segurança pode ser definido com uma certeza razoável, desde que a substância seja utilizada na quantidade e maneira corretas 5. Toxicologia de alimentos Conclusão 21 Bibliografia - CALDAS, E. D. & SOUZA, L. C. K. R. Avaliação de risco crônico da ingestão de resíduos de pesticidas na dieta brasileira Rev. Saúde Pública, 34 (5): 529-37, 2000 . Disponível em www.fsp.usp.br/rsp - MIDIO, A. F. & MARTINS, D. I. Toxicologia de Alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 2000. - OGA, S. Fundamentos de Toxicologia. 2ed. São Paulo. Atheneu Editora, 2003. - CASTRO, V.L. Aspectos relativos a resíduos de pesticidas em alimentos na saúde pública. Embrapa Meio Ambiente Matéria do Informativo Meio Ambiente e Agricultura - ano XII nº 46 mai/jun 2004. - NASCIMENTO, E.S. Avaliação da Segurança de Resíduos de Drogas Veterinárias. III Simpósio Internacional de Inocuidade de Alimentos e VIII Simpósio Brasileiro de Microbiologia de Alimentos. FCF/USP. SãoPaulo, 25/10/2004. - REIS, F. Análise de Risco em Alimentos - Exemplos da Aplicação dos Princípios da Análise de Risco. XII CONGRESSO BRASILEIRO DE TOXICOLOGIA- PUCRS Porto Alegre – RS. 11 a 15/11/2004. Absorção, distribuição e excreção de compostos tóxicos pelo organismo humano IFRJ – campus Rio de Janeiro Especialização em Segurança Alimentar e Qualidade Nutricional Disciplina: Toxicologia de AlimentosProf.: Marcia Cristina da Silva 22 TópicosTópicos 2. Absorção do Agente tóxico2. Absorção do Agente tóxico 3. Distribuição do Agente tóxico3. Distribuição do Agente tóxico 4. Remoção do Agente tóxico4. Remoção do Agente tóxico 5. 5. BiotransformaçãoBiotransformação do Agente tóxicodo Agente tóxico 1. Digestão e absorção do alimento1. Digestão e absorção do alimento 1. Digestão e Absorção do Alimento1. Digestão e Absorção do Alimento Boca: Ingestão de alimentos Maior parte da digestão e absorção dos nutrientes 23 * Sucos digestivos: � Suco salivar � Suco gástrico � Suco biliar � Suco pancreático � Suco entérico 1.1. Digestão do alimento1.1. Digestão do alimento a) Substâncias polares (açúcares, aminoácidos, vitaminas hidrossolúveis, minerais, AG cadeia curta, glicerol) 1.2. Absorção do alimento1.2. Absorção do alimento Luz intestinal Célula intestinal Sistema Porta Substâncias hidrofílicas difusão ou transporte ativo Fígado 24 b) Substâncias apolares (triglicerídeos, ácidos graxos, colesterol, vitaminas lipossolúveis) Luz intestinal Célula intestinal Sistema Linfático Substâncias hidrofóbicas Diferentes órgãos e tecidos Associação c/ ptnas sintetizadas na cel. intestinais Quilomícrons Pinocitose reversa 1.2. Absorção do alimento1.2. Absorção do alimento Sítios de absorção 25 2. Absorção do Agente tóxico (AT)2. Absorção do Agente tóxico (AT) Ingestão do alimento c/ o AT Absorção no TGI Passagem do meio externo p/ o meio interno Substância tóxica Fração gordurosa do alimento Ligada a ptnas, aas ou CHOs Substâncias lipossolúveis Substâncias hidrossolúveis Eletrólitos Maioria dos ATs Passagem direta p/o sangue e Fígado Passagem direta p/o sangue Metabolismo dos lipídeos Biotransformação nos hepatócitos Substâncias de maior ou menor toxicidade 2. Absorção do Agente tóxico (AT)2. Absorção do Agente tóxico (AT) 26 3. Distribuição do Agente tóxico (AT)3. Distribuição do Agente tóxico (AT) Necessita atravessar diversas barreiras p/ alcançar seu sítio de ação � Deslocamento para os diferentes órgãos e tecidos: Este deslocamento depende: - Da habilidade do AT em atravessar essas barreiras - Da afinidade que o AT tenha pelos diferentes tecidos - Da vascularização desses tecidos AT na corrente sanguínea 3. Distribuição do Agente tóxico (AT)3. Distribuição do Agente tóxico (AT) � De um modo geral, o organismo pode ser dividido em três grandes territórios: - Vísceras e órgãos (73% irrigação sanguínea) - Pele, músculos, tec. conjuntivo e tec. ósseo ( 24%) - Tecido adiposo (3%) - Recebem um número importante de AT - Atingem o estado de saturação rapidamente - Estão envolvidos na eliminação do AT e de seus subprodutos Vísceras e órgãos 27 � O acúmulo de AT é maior onde houver maior afinidade entre AT- tecido Sangue deposito de AT nos tecidos liberação a longo prazo se liga a ptnas Rins Fígado (transporte ativo) Biotransformação: 3. Distribuição do Agente tóxico (AT)3. Distribuição do Agente tóxico (AT) � Fígado e Rins ⇒⇒⇒⇒ Alta capacidade de seqüestrar Xenobióticos (processo não muito bem elucidado) � Tecido Adiposo ⇒⇒⇒⇒ Baixa irrigação sangüínea AT inativo � Tecido ósseo ⇒⇒⇒⇒ Maior acúmulo de metais (chumbo) � Pele, unhas (tecidos inertes) ⇒⇒⇒⇒ AT inativo; não retorna a corrente sangüínea � SNC ⇒⇒⇒⇒ passagem de AT é dificultada pela barreira hematencefálica � Placenta ⇒⇒⇒⇒ possui alguma capacidade de biotransformação 3. Distribuição do Agente tóxico (AT)3. Distribuição do Agente tóxico (AT) 28 4. Redistribuição do Agente tóxico (AT)4. Redistribuição do Agente tóxico (AT) Sangue Forma livre do AT no sangue AT depositado nos tecidosX AT depositado nos tecidos Ocorre até que todo o AT seja eliminado Processo lento nos tecidos pouco irrigados 5. Remoção do Agente tóxico (AT)5. Remoção do Agente tóxico (AT) � Excreção (fezes, urina) � Secreção (biliar, láctica, sudorípara, salivar, lacrimal) 5.1. Excreção urinária � Rins ⇒⇒⇒⇒ órgãos mais eficientes na remoção de agentes tóxicos (forma inalterada ou produtos da Biotransformação) � Substâncias hidrossolúveis 29 5.2. Excreção fecal / secreção biliar � Quando a substância não for absorvida ao longo do TGI ⇒⇒⇒⇒ fezes � Substâncias biotransformadas ou absorvidas (fração secretada via bile ou por meio do epitélio TGI) 5.3. Secreção sudorípara, salivar e lacrimal � Difusão simples ⇒⇒⇒⇒ substâncias ou produtos da biotransformação ionizáveis 5. Remoção do Agente tóxico (AT)5. Remoção do Agente tóxico (AT) 6. Biotransformação do Agente tóxico (AT)6. Biotransformação do Agente tóxico (AT) � Tem como objetivo aumentar a solubilidade de tudo que é estranho ao organismo e necessita ser excretado � Reações de Fase I e de Fase II 6. 1. Reações de Fase I � Inserção ou exposição de um grupamento funcional, aumentando a intrasolubilidade da molécula � reações de hidrólise, oxidação e redução (enzima P- 450) 30 6.2. Reações de Fase II � Conjugação (junção de uma molécula com outra) Xenobiótico Fase I Fase II Excreção Excreção Excreção 6. Biotransformação do Agente tóxico (AT)6. Biotransformação do Agente tóxico (AT) Bibliografia - MIDIO, A. F. & MARTINS, D. I. Toxicologia de Alimentos. SP: Livraria Varela, 2000 - LINDNER, E. Toxicologia de los Alimentos. Ed. Acribia, 138p., 1982 - REYES, F.G.R AND TOLEDO, M.C.F. Toxicologia de Alimentos. Campinas.SP: Fundação Tropical de pesquisas e tecnologia André Tosello. 1988. 163p. - Artigos de periódicos 31 Toxicocinética, toxicodinâmica e alterações clínicas IFRJ – campus Rio de Janeiro Especialização em Segurança Alimentar e Qualidade Nutricional Disciplina: Toxicologia de Alimentos Prof.: Marcia Cristina da Silva TópicosTópicos 2. 2. ToxicocinéticaToxicocinética 3. 3. ToxicodinâmicaToxicodinâmica 4. Fase clínica4. Fase clínica 1. Fases de intoxicação1. Fases de intoxicação 32 � Fase de Exposição: contato c/ agente tóxico – via de introdução, freqüência, duração da exposição, propriedades físico-químicas, dose, concentração, susceptibilidade individual � Fase Toxicocinética: tds os processos envolvidos na relação entre a disponibilidade química e a concentração do fármaco nos diferentes tecidos do organismo - absorção, distribuição, armazenamento, biotransformação e excreção (depende propriedades físico-químicas) 1. Fases de Intoxicação � Fase Toxicodinâmica: Interação entre as moléculas do agente tóxico e os sítios de ação, específicos ou não, dos órgãos e, o aparecimento do desequilíbrio homeostático � Fase Clínica: Evidências de sinais e sintomas, ou ainda alterações patológicas detectáveis mediante provas diagnósticas. 1. Fases de Intoxicação 33 � Resumo: alimento + AT ⇒⇒⇒⇒ Absorção, Transporte, Distribuição, Metabolismo/Biotransformação, Excreção � Fatores que modificam a biotransformação ⇒⇒⇒⇒ Internos: espécie, idade, peso, sexo, genético, estado nutricional, temperatura corporal, estado patológico; Externos: vias de introdução, meio ambiente 2. Toxicocinética � É o estudo da natureza da ação tóxica exercida por substâncias químicas sobre o sistema biológico, sob os pontos de vista bioquímico e molecular. 3. Toxicodinâmica 34 � Interações de agentes tóxicos com receptores ⇒⇒⇒⇒ podem atura bloqueando sítios ativos de receptores e impedindo a ligação de moléculas- alvo. � Interferências nas funções de membrana ⇒⇒⇒⇒ podem perturbar a função de membranas, por exemplo, bloqueando o fluxo de íons (canalde íons). � Inibição da fosforilação oxidativa ⇒⇒⇒⇒ interfere a oxidação de carbohidratos, reduzindo a síntese de ATP (ex.: metemoglobina: oxidação de ferro pelos nitritos) 3. Toxicodinâmica � Complexação com biomoléculas ⇒⇒⇒⇒ Inibição de enzimas (cianeto, inseticidas organofosforados); Proteínas (interação covalente com ptnas, polipetídeos, DNA e RNA – provável início da mutagenicidade, carcinogenicidade e necrose). Ex.: aflotoxina; Lipídeos: indução da peroxidação lipídica � Pertubação da Homeostase de Cálcio ⇒⇒⇒⇒ Elevado influxo de cálcio intracelular (Ex.: íons metálicos) – anormalidade funcional de membranas, morte celular 3. Toxicodinâmica 35 � Mutação ⇒⇒⇒⇒ é uma alteração súbita do material genético que é transmitida à descendência. Dependendo do tipo celular em que ocorra, germinativa ou somática, a mutação passará, respectivamente, à novas gerações ou ás células filhas. � Carcinogênese ⇒⇒⇒⇒ o processo envolve interações complexas entre vários fatores, tanto exógenos (ambientais) quanto endógenos (genéticos, hormanais). � Teratogênese ⇒⇒⇒⇒ São malformações congênitas que podem ser causadas por agentes tóxicos, sobretudo quando administrados no período da organogênese (entre a 2ª e 10ª semana de gestação). 4. Fase Clínica � Mutagênese ⇒⇒⇒⇒ refere-se à propriedade que as substâncias químicas apresentam de provocar modificações no material genético das células, de modo que estas sejam transmitidas às novas células durante a divisão. Dependendo da célula afetada, as mutações podem acarretar desde a inviabilidade de desenvolvimento da célula ovo, passsando por morte do embrião ou feto até o desenvolviemto de anormalidades congênitas que podem ser transmitidas hereditariamente. 4. Fase Clínica 36 Bibliografia - LINDNER, E. Toxicologia de los Alimentos. Ed. Acribia, 138p., 1982 - REYES, F.G.R AND TOLEDO, M.C.F. Toxicologia de Alimentos. Campinas.SP: Fundação Tropical de pesquisas e tecnologia André Tosello. 1988. 163p. - Artigos de periódicos
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