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CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE VOLUME 1 NBCs – NBCs T 10 – NBC T 15 NBC TSP Estrutura Conceitual – NBCs TSP NBCs T 16 – NBCs PG Porto Alegre Atualizado até dezembro de 2018 EDITOR: CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL Av. Praia de Belas, 1554 90110-000 Porto Alegre-RS Fone/fax (51) 3254-9400 E-mail: crcrs@crcrs.org.br Internet: http://www.crcrs.org.br Coordenação-geral: Contadora ANA TÉRCIA L. RODRIGUES – Presidente do CRCRS Coordenação da edição: Márcia Bohrer Ibañez edição revista e atualizada até dezembro de 2018 PREFÁCIO Colega: O Programa de Educação Continuada do CRCRS tem o obje- tivo de proporcionar meios para o aprimoramento e capacitação dos profissionais da Contabilidade de nosso Estado, condição essencial para o pleno exercício da profissão contábil. Esta ação também é alcançada mediante a edição de livros, se- jam eles impressos ou eletrônicos, com abordagens tanto técnicas quanto da legislação profissional contábil e das normas vigentes. Assim, afinados com essa diretiva, estamos, pois, mais uma vez pondo à disposição da Classe Contábil esta publicação, que con- tém as Normas Brasileiras de Contabilidade atualizadas até dezembro de 2018. Mediante a publicação da NBC TSP Estrutura Conceitual, aprovada pelo CFC em 23-09-2016, e publicada no DOU de 04-10- 2016, foram revogadas, entre outras, as Resoluções CFC nº 750-1993 e a nº 1.111-2007, que dispõem, respectivamente, sobre os Princípios de Contabilidade e o seu Apêndice II. Em função da revogação dos Princípios de Contabilidade, o título desta publicação, editada há mais de três décadas pelo CRCRS, fica alterado para “Normas Brasileiras de Contabilidade”. Porto Alegre, 14 de dezembro de 2018. Contadora ANA TÉRCIA L. RODRIGUES Presidente 5 SUMÁRIO CRIAÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE E DOS CONSELHOS REGIONAIS ........................ 9 Constituição e Finalidades ................................................................................. 9 Estrutura do CRCRS ........................................................................................ 11 Órgãos do CRCRS (Deliberação Coletiva e Singulares) ............................... 13 CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS .................... 15 Resolução CFC nº 1.055, de 07-11-05. Cria o Comitê de Pronun- ciamentos Contábeis (CPC), e dá outras providências ........................... 17 Resolução CFC nº 1.103, de 28-09-07. Cria o Comitê Gestor da Con- vergência no Brasil, e dá outras providências ......................................... 25 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE ................................ 29 Resolução CFC nº 1.328, de 18-03-11. Dispõe sobre a Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade ...................................................... 31 Resolução CFC nº 1.329, de 18-03-11. Altera a sigla e a numeração de normas, interpretações e comunicados técnicos ...................................... 36 Resolução CFC nº 1.269, de 10-12-09. Aplicação antecipada das Nor- mas Brasileiras de Contabilidade ............................................................. 39 Resolução CFC nº 1.281, de 16-04-10. Altera a data de aplicação das NBC Ts e ITs aprovadas pelas Resoluções CFC que especifica ............ 41 Resolução CFC nº 1.319, de 09-12-10. Faculta a elaboração e a divulgação das demonstrações contábeis comparativas no exercício de 2010 ....................................................................................... 42 Resolução CFC nº 1.003, de 19-08-04. Aprova a NBC T 15 – Informações de Natureza Social e Ambiental .......................................... 44 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICADAS AO SETOR PÚBLICO ........................................................ 51 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP Estrutura Conceitual, de 23-09- 16. Aprova a NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Concei- tual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público .............................................................. 53 6 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 01, de 21-10-16. Aprova a NBC TSP 01 – Receita de Transação sem Contraprestação .................................... 145 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 02, de 21-10-16. Aprova a NBC TSP 02 – Receita de Transação com Contraprestação .................................... 178 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 03, de 21-10-16. Aprova a NBC TSP 03 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes ................ 190 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 04, de 25-11-2016. Aprova a NBC TSP 04 – Estoques ....................................................................................... 220 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 05, de 25-11-2016. Aprova a NBC TSP 05 – Contratos de Concessão de Serviços Públicos: Concedente 234 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 06, de 22-09-2017. Aprova a NBC TSP 06 – Propriedade para Investimento ................................................ 242 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 07, de 22-09-2017. Aprova a NBC TSP 07 – Ativo Imobilizado ........................................................................ 271 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 08, de 22-09-2017. Aprova a NBC TSP 08 – Ativo Intangível ........................................................................... 298 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 09, de 22-09-2017. Aprova a NBC TSP 09 – Redução ao Valor Recuperável de Ativo Não Gerador de Caixa ...................................................................................................................... 334 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 10, de 22-09-2017. Aprova a NBC TSP 10 – Redução ao Valor Recuperável de Ativo Gerador de Caixa . 358 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 11, de 18-10-2018. Aprova a NBC TSP 11 – Apresentação das Demonstrações Contábeis .................. 394 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 12, de 18-10-2018. Aprova a NBC TSP 12 – Demonstração dos Fluxos de Caixa .................................. 445 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 13, de 18-10-2018. Aprova a NBC TSP 13 – Apresentação de Informação Orçamentária nas De- monstrações Contábeis ..................................................................................... 464 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 14, de 18-10-2018. Aprova a NBC TSP 14 – Custos de Empréstimos ......................................................... 481 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 15, de 18-10-2018. Aprova a NBC TSP 15 – Benefícios a Empregados ..................................................... 491 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 16, de 18-10-2018. Aprova a NBC TSP 16 – Demonstrações Contábeis Separadas ............................... 543 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 17, de 18-10-2018. Aprova a NBC TSP 17 – Demonstrações Contábeis Consolidadas ......................... 550 7 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 18, de 18-10-2018. Aprova a NBC TSP 18 – Investimento em Coligada e em Empreendimento Con- trolado em Conjunto .......................................................................................... 568 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 19, de 18-10-2018. Aprova a NBC TSP 19 – Acordos em Conjunto ............................................................583 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 20, de 18-10-2018. Aprova a NBC TSP 20 – Divulgação de Participações em Outras Entidades ...... 590 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TSP 21, de 18-10-2018. Aprova a NBC TSP 21 – Combinações no Setor Público ........................................... 608 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC T 16.6 (R1), de 24-10-14. Demonstrações Contábeis ....................................................................... 651 Resolução CFC nº 1.134, de 21-11-08. Aprova a NBC T 16.7 – Consolidação das Demonstrações Contábeis ........................................ 658 Resolução CFC nº 1.135, de 21-11-08. Aprova a NBC T 16.8 – Controle Interno ....................................................................................... 661 Resolução CFC nº 1.136, de 21-11-08. Aprova a NBC T 16.9 – Depreciação, Amortização e Exaustão ................................................... 665 Resolução CFC nº 1.137, de 21-11-08. Aprova a NBC T 16.10 – Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público ....................................................................................... 670 Resolução CFC nº 1.366, de 25-11-11. Aprova a NBC T 16.11 – Subsistema de Informação de Custos do Setor Público ........................ 679 NORMAS PROFISSIONAIS GERAIS .................................................... 691 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC PG 12 (R3), de 24-11-2017. Altera a NBC PG 12 (R2) que dispõe sobre educação profissional continuada .. 693 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC PG 100, de 24-01-2014. Dispõe sobre a NBC PG 100 – Aplicação Geral aos Profissionais da Contabi- lidade ......................................................................................................... 717 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC PG 200, de 24-01-2014. Dispõe sobre a NBC PG 200 – Contadores que Prestam Serviços (Contadores Externos) ................................................................................................... 730 Norma Brasileira de Contabilidade. NBC PG 300, de 24-01-2014. Dispõe sobre a NBC PG 300 – Contadores Empregados (Contadores Inter- nos) ............................................................................................................ 752 9 CRIAÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE E DOS CONSELHOS REGIONAIS CONSTITUIÇÃO E FINALIDADES O Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais, atualmente existentes em 27 Estados da Federação, são entidades de fiscalização do exercício profissional, criadas por meio do Decreto- -Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946. Cada um desses órgãos é constituído de Contadores e de Técni- cos em Contabilidade, denominados Conselheiros, e que são escolhi- dos da seguinte forma: a) no Conselho Federal, mediante votação secreta e pessoal de um Colégio Eleitoral, integrado por um representante de cada CRC; b) nos Conselhos Regionais, mediante voto secreto, pessoal, dire- to e obrigatório de todos os Contadores e Técnicos em Contabilidade com registro em vigor e em situação regular para o exercício da pro- fissão contábil. A duração do mandato dos Conselheiros é de 04 (quatro) anos e a renovação é feita de dois em dois, em eleições que ocorrem sempre nos anos de final ímpar. Os Conselhos Regionais de Contabilidade, hierarquicamente su- bordinados ao Conselho Federal de Contabilidade, têm como finalida- des precípuas: fiscalizar o exercício da profissão contábil e de efetuar o registro dos profissionais da Contabilidade e das empresas de servi- ços contábeis. Sua força de ação se concentra no profissional que executa ou explora atividades contábeis, bem como na empresa por ele integrada, no sentido de mantê-lo dentro dos padrões legais, técnicos e éticos estatuídos como inerentes à sua atividade; portanto, a natureza dos Regionais de Contabilidade é de fiscalização da profissão contábil. 10 De acordo com o Regimento Interno, compete ao CRCRS, entre outras atribuições: - fiscalizar, pelos órgãos próprios, o exercício da profissão de contabilista, impedindo e punindo as infrações, cumprindo-lhe exami- nar livros e documentos de terceiros quando necessário à instrução processual e representar às autoridades competentes sobre os fatos que apurar e cuja solução não sejam de sua alçada; - processar, conceder, organizar, manter, baixar, revigorar, e can- celar os registros de contador, técnico em contabilidade e organização contábil; assim como conceder e expedir o certificado de registro ca- dastral; - examinar e julgar as reclamações e representações escritas, so- bre os serviços de registro e infrações dos dispositivos legais, relativos ao exercício da profissão de contabilista; - eleger os membros do Conselho Diretor e dos demais Órgãos de Deliberação Coletiva, e singulares, exceto a Ouvidoria, cujo titular será nomeado pela Presidência, bem como o representante no Colégio Elei- toral de que trata o artigo 11 do Regulamento Geral dos Conselhos; - aprovar o orçamento anual do CRCRS e respectivas modifica- ções, submetendo-os à homologação do CFC; - elaborar e aprovar resoluções sobre assuntos de seu peculiar in- teresse, submetendo-as à homologação do CFC quando a matéria dis- ciplinada tiver implicação ou reflexos no âmbito federal; - adotar e promover, dentro do âmbito de sua competência e ju- risdição, todas as medidas necessárias à realização de suas finalidades; - cooperar com os órgãos do Governo do Estado no estudo e so- lução dos problemas referentes à profissão de contabilista, encami- nhando ao CFC os assuntos da alçada Federal; - deliberar sobre as decisões das Câmaras; - julgar relatório, contas e demonstrações contábeis apresentadas pelo Presidente, após parecer da Câmara de Controle Interno, antes de enviá-las ao Conselho Federal de Contabilidade; 11 - julgar infrações e aplicar penalidades previstas no Regulamento de Procedimentos Processuais dos Conselhos de Contabilidade e em outros atos normativos baixados pelo CFC; - incentivar e contribuir para o aprimoramento técnico, científico e cultural dos profissionais da Contabilidade e da sociedade em geral. ESTRUTURA DO CRCRS O Regimento Interno do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, aprovado pela Resolução CRCRS nº 412-03, ho- mologada pela Deliberação CFC nº 202-03, de 19-09-03, com as alte- rações posteriormente aprovadas, é o que define a estrutura e o fun- cionamento do CRCRS. O Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul tem sua sede em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, cuja área territorial delimita sua jurisdição. O Plenário é composto de 27 (vinte e sete) Conselheiros efetivos e igual número de suplentes, na categoria de Contador e de Técnicos em Contabilidade. O CRCRS é constituído de órgãos de deliberação coletiva e de órgãos singulares, cujos componentes são eleitos pelos próprios Con- selheiros do Regional. I – Órgãos de deliberação coletiva: • Plenário; • Conselho Diretor; • Câmara de Controle Interno; • Primeira Câmara de Ética e Disciplina; • Segunda Câmara de Ética e Disciplina; • Terceira Câmara de Ética e Disciplina; • Câmara de Fiscalização; • Câmara de Recursos de Ética e Disciplina; • Câmara de Recursos de Fiscalização; 12 • Câmara de Registro; • Câmara de Desenvolvimento Profissional. II – Órgãos singulares: • Presidência; • Vice-Presidência de Gestão; • Vice-Presidência de Fiscalização; • Vice-Presidência de Registro; • Vice-Presidência de Controle Interno; • Vice-Presidência de Desenvolvimento Profissional; • Vice-Presidência Técnica; • Vice-Presidênciade Relações com os Profissionais; • Vice-Presidência de Relações Institucionais. III – Ouvidoria. IV – Conselho Consultivo Cada um dos órgãos nominados tem as suas atribuições específi- cas, que se encontram descritas no Regimento Interno. Nenhum Conselheiro, nem mesmo o Presidente do CRCRS, per- cebe pagamento a qualquer título, tampouco cédula de presença (“jetton”), por comparecimento às sessões plenárias ou das Câmaras. 13 CO NSELH O R EG IO N A L D E C O N TA B ILID A D E D O RS Ó R GÃ O S D O C RC RS (D ELIB ER AÇÃ O C O LETIV A E SIN G U LA R ES) PLENÁRIO/TRED-RS VICE-PRESIDÊNCIA DE CONTROLE INTERNO CÂMARA DE CONTROLE INTERNO PRESIDÊNCIA VICE-PRESIDÊNCIA DE FISCALIZAÇÃO VICE-PRESIDÊNCIA DE GESTÃO VICE-PRESIDÊNCIA DE RELAÇÕESS PROFISSIONAIS VICE-PRESIDÊNCIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS VICE-PRESIDÊNCIA DE REGISTRO VICE-PRESIDÊNCIA DE DESENVOLV. PROFISSIONAL 1ª CÂMARA DE ÉTICA E DISCIPLINA 2ª CÂMARA DE ÉTICA E DISCIPLINA 3ª CÂMARA DE ÉTICA E DISCIPLINA CÂMARA DE FISCALIZAÇÃO CÂMARA DE RECURSOS DE ÉTICA E DISCIP. CÂMARA DE RECURSOS DE FISCALIZAÇÃO CÂMARA DE REGISTRO CÂMARA DE DESENV. PROFISSIONAL OUVIDORIA CONSELHO DIRETOR CONSELHO CONSULTIVO CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS RESOLUÇÃO CFC nº 1.055 (1) de 07 de outubro de 2005 Cria o Comitê de Pronunciamentos Con- tábeis (CPC), e dá outras providências. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercí- cio de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO que a crescente importância da internaciona- lização das normas contábeis vem levando inúmeros países a cami- nhar para um processo de convergência que tenha como consequência: a) a redução de riscos nos investimentos internacionais (quer os sob a forma de empréstimo financeiro quer os sob a forma de partici- pação societária), bem como os créditos de natureza comercial, redu- ção de riscos essa derivada de um melhor entendimento das demons- trações contábeis elaboradas pelos diversos países por parte dos inves- tidores, financiadores e fornecedores de crédito; b) a maior facilidade de comunicação internacional no mundo dos negócios com o uso de uma linguagem contábil bem mais homogênea; c) a redução do custo do capital que deriva dessa harmonização, o que no caso é de interesse, particularmente, vital para o Brasil; CONSIDERANDO que a importância crescente da Contabilidade levou à tendência mundial de se contar, no processo de emissão de pronunciamentos contábeis, com a participação não só dos Contadores preparadores das informações dessa natureza e dos seus Auditores Independentes, mas também com a dos usuários dessas informações, como os profissionais de investimentos e órgãos reguladores, dos que fiscalizam esse processo e dos que pesquisam e estudam, academica- mente, a Ciência Contábil; 18 CONSIDERANDO que a confiabilidade nas Demonstrações Contábeis por toda a sociedade interessada torna-se maior quando uma entidade for responsável pelo preparo e pela emissão e divulga- ção das regras que as regem; CONSIDERANDO que a tendência da grande maioria dos países desenvolvidos e dos países de economia mais relevantes em desenvol- vimento é a da adoção dessa entidade única com a participação de todos esses interessado na informação contábil, inclusive sendo esse o modelo adotado pelos órgãos internacionais de maior relevância no mundo de hoje, como o IASB – International Accounting Standards Board; CONSIDERANDO que, no Brasil, diversas entidades representa- tivas desses segmentos de preparadores de informações contábeis, seus auditores, profissionais de investimentos, usuários, fiscalizadores e pesquisadores já vêm trabalhando juntos nesse processo de maneira ainda não totalmente sistematizada e unificada, mas com a acumula- ção de experiência suficiente para formalizar agora a definitiva im- plantação de um comitê que as reúna e possa, de maneira central, ela- borar pronunciamentos técnicos contábeis ; CONSIDERANDO que algumas dessas entidades, de natureza regulatória governamental, vem demonstrando seu interesse em se beneficiar do processo de elaboração desses pronunciamentos, para posterior deliberação em suas áreas de competência, bem como vem incentivando a criação desse comitê aglutinador dos diversos interes- sados; CONSIDERANDO o papel que o Conselho Federal de Contabi- lidade vem desempenhando nesse processo há muitos anos, sua expe- riência nesse campo e sua estrutura; e CONSIDERANDO a confiança nele depositada por essas referi- das entidades na criação e na manutenção de um comitê autônomo, democrático e independente e que deverá representar, de maneira mais ampla, os pensamentos e os interesses da coletividade em relação às normas contábeis; RESOLVE: 19 CAPÍTULO I DA CRIAÇÃO E DA COMPOSIÇÃO Art. 1º Fica criado o COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – (CPC). Art. 2º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC) será composto pelas seguintes entidades: a) ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas; b) APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profis- sionais de Investimento do Mercado de Capitais; c) BM&FBOVESPA S.A. Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros;(3) d) CFC – Conselho Federal de Contabilidade; e) IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; f) FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atua- rias e Financeiras. Parágrafo único. Por aprovação de 3/4 (três quartos) das entida- des representadas no Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC), outras entidades ou instituições vinculadas a contadores, auditores, analistas de investimentos ou de Demonstrações Contábeis, relaciona- das ao mercado financeiro, em geral, ou ao mercado de capitais, em particular, bem como representantes de universidades que possuam cursos de Contabilidade, reconhecidos como de alta qualidade ou ins- titutos de pesquisas na área contábil vinculado a universidades que mantenham tais cursos, poderão vir a ser convidadas a integrar o Co- mitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC), assim como poderão ser excluídas do CPC, observada a manutenção de equilíbrio entre os setores nele representados. CAPÍTULO II DO OBJETIVO Art. 3º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC) tem por objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Téc- nicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de infor- mações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela enti- dade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do 20 seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. Art. 4º É atribuição do Comitê de Pronunciamentos Contábeis - (CPC) estudar, pesquisar, discutir, elaborar e deliberar sobre o conteú- do e a redação de Pronunciamentos Técnicos. § 1º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - (CPC) poderá emitir Orientações e Interpretações, além dos Pronunciamentos Técni- cos, sendo que todos poderão ser consubstanciados em Norma Brasi- leira de Contabilidade pelo CFC e em atos normativos pelos órgãos reguladores brasileiros, visando dirimir dúvidas quanto à implementa- ção desses Pronunciamentos Técnicos. § 2º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC) dará am- pla divulgação dos documentos queproduzir, tanto na etapa de audi- ência quanto da emissão dos mesmos. § 3º A aprovação dos Pronunciamentos Técnicos, das Orienta- ções e de suas Interpretações dar-se-á, em conformidade com o regu- lamento interno, mas sempre por, no mínimo, 2/3(dois terços) dos seus membros. § 4º Definir suas diretrizes de atuação, sempre em consonância com suas finalidades. Art. 5º Para o cumprimento de seus objetivos, o Comitê de Pro- nunciamentos Contábeis – (CPC) poderá realizar quaisquer atividades que com eles sejam compatíveis e necessárias, entre as quais: a) desenvolver e implementar ações educativas, tais como, cur- sos, simpósios, seminários, congressos, conferências, palestras ou quaisquer outros eventos; b) realizar pesquisas; c) manter serviço de divulgação e de distribuição de informações, dados, trabalhos, estudos técnicos e documentos relacionados com os seus objetivos; d) colaborar ou participar de programas governamentais ou de- senvolvidos por instituições privadas ou da sociedade civil que afetem ou sejam afins à sua área de atuação, podendo, para tanto, participar 21 e/ou aceitar assentos em comitês, comissões, câmaras, fóruns, redes e outros; e) subsidiar o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nas suas necessidades de firmar convênios, contratos, acordos ou recor- rer a quaisquer outras formas de colaboração ou cooperação com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, nacionais ou es- trangeiras, incluindo governamentais, associações de classe, orga- nismos internacionais, setores acadêmicos, organizações não go- vernamentais e demais instituições assemelhadas; f) realizar quais outras atividades ou praticar quaisquer outros a- tos necessários ao cumprimento de seus objetivos. Art. 6º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - (CPC) deverá submeter à audiência pública as minutas dos Pronunciamentos Técnicos. Parágrafo único. No processo de audiência, o Comitê de Pronun- ciamentos Contábeis – (CPC) consultará outras entidades e/ou institu- ições, como: Secretaria da Receita Federal, agências reguladoras, as- sociações ou institutos profissionais, associações ou federações repre- sentativas da indústria, do comércio, da agricultura, do setor financei- ro, da área de serviços, de investidores, instituições de ensino e/ou de pesquisa de Contabilidade e outras que tenham interesse direto nas questões definidas nos objetivos do Comitê de Pronunciamentos Con- tábeis – (CPC), devendo, para cada uma delas, haver uma correspon- dência direta e individualizada. CAPÍTULO III DA ADMINISTRAÇÃO E FUNCIONAMENTO Art. 7º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC) será formado, em sua maioria, por contadores, com registro ativo em Con- selho Regional de Contabilidade, todos de ilibada reputação e reco- nhecido conhecimento técnico na área contábil e de divulgação de informações, eleitos a partir das indicações feitas pelas entidades refe- ridas no art. 2º. § 1º As pessoas físicas, com a representação delegada pelas enti- dades referidas no art. 2º terão autonomia em todas as suas delibera- ções e votações. 22 § 2º Cada entidade indicará 2(dois) membros efetivos para com- por o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC). § 3º O mandato dos membros do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC) será de 4 (quatro) anos, permitindo-se recondu- ções, encerrando-se com a assinatura do termo de posse do sucessor formalmente indicado pela correspondente entidade. § 4º Na primeira indicação de cada entidade, um dos membros te- rá mandato de 2 (dois) anos. § 5º As reuniões do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC) instalar-se-ão com a presença de um número superior a 50% (cinquenta por cento) dos seus membros. Art. 8º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) elegerá, dentre seus membros, 4 (quatro) Coordenadores, a saber: Coordenador de Operações, Coordenador de Relações Institucionais, Coordenador de Relações Internacionais e Coordenador Técnico, e respectivos Vi- ce-Coordenadores, com mandatos de 2 (dois) anos, permitindo-se reeleições, fixando-lhes a competência em Regimento Interno.(2) Art. 9º. Os membros do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC) desempenharão suas funções e atribuições sem remuneração. Art. 9º A. A extinção ou a perda do mandato dos membros do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) ocorrerá: (3) a) em caso de renúncia; (3) b) por superveniência de causa de que resulte inabilitação para o exercício da representação, mesmo que temporária; (3) c) por ausência, no ano, a três reuniões ordinárias consecutivas ou a cinco intercaladas, exceto quando estiver representando oficial- mente o CPC na mesma data; (3) d) em caso de substituição da representação delegada pelas en- tidades que compõem o CPC; (3) e) por falecimento. (3) § 1º Em caso de vacância, a entidade-membro indicará formal- mente o sucessor, a fim de manter a composição de 2 (dois) membros efetivos por entidade-membro, o qual completará o mandato do mem- bro que deu a vaga. (3) 23 § 2º O sucessor completará o mandato do membro do CPC em que se deu a vacância. (3) Art. 10. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC), em conformidade com o Regimento Interno, poderá nomear Grupos de Trabalho para auxiliá-lo no desempenho de suas atribuições. CAPÍTULO IV DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE Art. 11. Ao Conselho Federal de Contabilidade competirá: a) convidar e firmar com as instituições referidas no art. 2º; b) fornecer estrutura física, biblioteca, recursos humanos, tecnológi- cos e outros para o pleno atendimento dos objetivos da presente Resolu- ção que criou o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC); c) dar ampla divulgação das minutas dos Pronunciamentos Téc- nicos, das suas Interpretações e das Orientações emanadas do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC); d) viabilizar a promoção de audiências públicas para discussão das minutas de matéria técnica acima referidas; e) firmar convênios visando à adoção dos atos do Comitê de Pro- nunciamentos Contábeis – (CPC) pelas instituições interessadas na matéria técnica; f) manter os contatos necessários para questionar, quando aplicá- vel, as razões pelas quais uma entidade não aderiu e não aprovou ou aprovou os procedimentos técnicos recomendados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC); g) firmar convênios, contratos, acordos ou recorrer a quaisquer outras formas de colaboração ou cooperação para o atendimento ao disposto na presente Resolução; h) proceder a divulgação, inclusive por via eletrônica, dos atos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC) e editar, no mínimo a cada seis meses, material de divulgação de tais atos; i) firmar convênios com os órgãos reguladores contábeis brasilei- ros para que estes implementem, em suas respectivas áreas de abran- gência, os Pronunciamentos Técnicos, as Orientações e as Interpreta- ções emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC) e/ou as Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo CFC, de- les derivadas; e 24 j) fomentar a divulgação dos atos e decisões do Comitê de Pro- nunciamentos Contábeis – (CPC) nas instituições de ensino contábil no Brasil. CAPÍTULO V DO PRAZO DE DURAÇÃO Art. 12. A duração do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC) é por prazo indeterminado. Art. 13. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 7 de outubro de 2005. José Martonio Alves Coelho – Presidente (1) Publicada no DOU, de 24-10-05. (2) Redação dada pela Resolução CFC nº 1.075, de 28-07-06– DOU de 02-08-06. (3) Redação dada pela Resolução CFC nº 1.339, de 15-05-11 – DOU de 18-04-11. 25 RESOLUÇÃO CFC nº 1.103(1) de 28 de setembro de 2007 Cria o Comitê Gestor da Convergência no Brasil, e dá outras providências. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercí- cio de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO o crescente impacto da globalização para a economia do Brasil, onde empresas brasileiras concorrem por negó- cios e pela captação de recursos financeiros internacionais na forma de capital e financiamento com empresas de segmentos similares locali- zadas em todo o mundo; CONSIDERANDO que esse impacto, se conduzido de forma po- sitiva, propicia o desenvolvimento sustentável às economias dos paí- ses, que vem sendo apoiado no mundo pela internacionalização das normas de contabilidade e de auditoria; CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Contabilidade junto com outras entidades interessadas tem a possibilidade de contri- buir de forma decisiva para esse desenvolvimento sustentável através da reforma contábil e de auditoria que resulte numa maior transparên- cia das informações financeiras utilizadas pelo mercado, bem como no aprimoramento das práticas profissionais; CONSIDERANDO o papel e a responsabilidade do Conselho Federal de Contabilidade em promover as ações que garantam uma maior valorização da classe profissional; 26 CONSIDERANDO a crescente e irreversível internacionalização das normas contábeis, que vem levando diversos países ao processo de convergência. CONSIDERANDO as ações já iniciadas para o processo de con- vergência com a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e a necessidade de estender o escopo dessa convergência às outras áreas, notadamente auditoria, (2) RESOLVE: CAPÍTULO I DA CRIAÇÃO E DA COMPOSIÇÃO Art. 1º Fica criado o Comitê Gestor da Convergência no Brasil. Art. 2º O Comitê será composto pelas seguintes entidades: a) CFC – Conselho Federal de Contabilidade; b) IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; c) CVM – Comissão de Valores Mobiliários; d) BACEN – Banco Central do Brasil. Parágrafo único. Por aprovação da maioria absoluta das entidades representadas no Comitê, outras entidades ou instituições interessadas na área de contabilidade e auditoria, poderão vir a ser convidadas a integrar o Comitê, observada a manutenção de equilíbrio entre os seto- res nele representados. CAPÍTULO II (2) DO OBJETIVO E ATRIBUIÇÕES Art. 3º O Comitê tem por objetivo contribuir para o desenvolvi- mento sustentável do Brasil por meio da reforma contábil e de audito- ria que resulte numa maior transparência das informações financeiras utilizadas pelo mercado, bem como no aprimoramento das práticas profissionais, levando-se sempre em conta a convergência da Contabi- lidade Brasileira aos padrões internacionais. Art. 4º São atribuições do Comitê: a) Identificar e monitorar as ações a serem implantadas para via- bilizar a convergência das normas contábeis e de auditoria, a partir das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) editadas pelo CFC e dos Pronunciamentos de Contabilidade e Auditoria editados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e IBRACON – Instituto dos 27 Auditores Independentes do Brasil, respectivamente, bem como de assuntos regulatórios no Brasil, com vistas ao seu alinhamento às Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo IASB, às Nor- mas Internacionais de Auditoria e Asseguração emitidas pela IFAC e às melhores práticas internacionais em matéria regulatória.(2) b) Realizar os trabalhos visando à convergência contábil até 2010 e a de auditoria a partir daquelas correspondentes ao exercício a ser iniciado em 1º de janeiro de 2009. c) Definir suas diretrizes de atuação, por regulamento próprio, sempre em consonância com suas finalidades. d) Acompanhar a agenda do CPC, com o objetivo de alinhar as ações do processo de convergência às necessidades do mercado brasi- leiro. (2) CAPÍTULO III DA ADMINISTRAÇÃO E FUNCIONAMENTO Art. 5º O Comitê será formado, em sua maioria, por contadores, com registro ativo em Conselho Regional de Contabilidade, eleitos a partir das indicações feitas pelas entidades referidas no art. 2º. § 1º (Revogado) (2) § 2º Cada entidade indicará 2 (dois) membros, sendo 1 efetivo e 1 suplente, para compor o Comitê, podendo ser substituídos a critério de cada entidade. § 3º As reuniões do Comitê instalar-se-ão com a presença de no mínimo 50% (cinquenta por cento) dos seus membros. Art. 6º. Os membros do Comitê desempenharão suas funções e atribuições sem remuneração. Art. 7º. O Comitê poderá nomear Grupos de Trabalho para auxi- liá-lo no desempenho de suas atribuições e objetivos. Art. 8º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 28 de setembro de 2007. Maria Clara Cavalcante Bugarim – Presidente (1) Publicada no DOU, de 05-10-07. (2) Alterações introduzidas pela Resolução CFC nº 1.105, DOU, de 19-10-2007. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE 31 RESOLUÇÃO CFC nº 1.328(1) de 18 de março de 2011 Dispõe sobre a Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercí- cio de suas atribuições legais e regimentais, e com fundamento no disposto na alínea “f” do art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295-46, alterado pela Lei n.º 12.249-10, CONSIDERANDO o processo de convergência das Normas Bra- sileiras de Contabilidade aos padrões internacionais; CONSIDERANDO que a técnica legislativa utilizada no desen- volvimento das Normas Brasileiras de Contabilidade, quando compa- rada com a linguagem utilizada nas normas internacionais, pode signi- ficar, ou sugerir, a eventual adoção de diferentes procedimentos técni- cos no Brasil; CONSIDERANDO que os organismos internacionais da profis- são, responsáveis pela edição das normas internacionais, estão atuali- zando e editando novas normas, de forma continuada; CONSIDERANDO a necessidade de redefinição e revisão da a- tual estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade, de forma que ela se apresente alinhada e convergente aos padrões internacionais, RESOLVE: Art. 1º As Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) devem seguir os mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais e 32 compreendem as Normas propriamente ditas, as Interpretações Técni- cas e os Comunicados Técnicos. Art. 2º As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se em Profissionais e Técnicas. Parágrafo único. As Normas Brasileiras de Contabilidade, sejam elas Profissionais ou Técnicas, estabelecem preceitos de conduta pro- fissional e padrões e procedimentos técnicos necessários para o ade- quado exercício profissional. Art. 3º As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais se estruturam conforme segue: I – Geral – NBC PG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade; II – do Auditor Independente – NBC PA – são as Normas Bra- sileiras de Contabilidade aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como auditores independentes; III – do Auditor Interno – NBC PI – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores internos; IV – do Perito– NBC PP – são as Normas Brasileiras de Conta- bilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuam como peritos contábeis. Art. 4º As Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas se es- truturam conforme segue: I – Geral – NBC TG – são as Normas Brasileiras de Contabili- dade convergentes com as normas internacionais emitidas pelo Inter- national Accounting Standards Board (IASB); e as Normas Brasilei- ras de Contabilidade editadas por necessidades locais, sem equivalen- tes internacionais; II – do Setor Público – NBC TSP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público, convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público, emiti- das pela International Federation of Accountants (IFAC); e as Nor- 33 mas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público editadas por necessidades locais, sem equivalentes internacionais; III – de Auditoria Independente de Informação Contábil His- tórica – NBC TA – são as Normas Brasileiras de Contabilidade apli- cadas à Auditoria convergentes com as Normas Internacionais de Au- ditoria Independente emitidas pela IFAC; IV – de Revisão de Informação Contábil Histórica – NBC TR – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Revisão conver- gentes com as Normas Internacionais de Revisão emitidas pela IFAC; V – de Asseguração de Informação Não Histórica – NBC TO – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Asseguração convergen- tes com as Normas Internacionais de Asseguração emitidas pela IFAC; VI – de Serviço Correlato – NBC TSC – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas aos Serviços Correlatos convergentes com as Nor- mas Internacionais para Serviços Correlatos emitidas pela IFAC; VII – de Auditoria Interna – NBC TI – são as Normas Brasilei- ras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Auditoria Interna; VIII – de Perícia – NBC TP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Perícia; IX – de Auditoria Governamental – NBC TAG – são as Nor- mas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria Governamen- tal convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Gover- namental emitidas pela Organização Internacional de Entidades Fisca- lizadoras Superiores (INTOSAI). Parágrafo único. As normas de que trata o inciso I do caput são segregadas em: a) Normas completas que compreendem as normas editadas pelo CFC a partir dos documentos emitidos pelo CPC que estão convergen- tes com as normas do IASB, numeradas de 00 a 999; b) Normas simplificadas para PMEs que compreendem a nor- ma de PME editada pelo CFC a partir do documento emitido pelo IASB, bem como as ITs e os CTs editados pelo CFC sobre o assunto, numerados de 1000 a 1999; 34 c) Normas específicas que compreendem as ITs e os CTs edita- dos pelo CFC sobre entidades, atividades e assuntos específicos, nu- merados de 2000 a 2999. Art. 5º A Interpretação Técnica tem por objetivo esclarecer a a- plicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, definindo regras e procedimentos a serem aplicados em situações, transações ou ativida- des específicas, sem alterar a substância dessas normas. Art. 6º O Comunicado Técnico tem por objetivo esclarecer as- suntos de natureza contábil, com a definição de procedimentos a se- rem observados, considerando os interesses da profissão e as deman- das da sociedade. Art. 7º As Normas são identificadas conforme segue: I – a Norma Brasileira de Contabilidade é identificada pela sigla NBC, seguida das letras conforme disposto nos arts. 3º e 4º, numeração específica em cada agrupamento, seguido de hífen e denominação. Por exemplo: NBC PA 290 – “Denominação”; NBC TG 01 – “Denominação”; II – a Interpretação Técnica é identificada pela sigla IT, seguida da letra ou letras e numeração do grupo a que pertence conforme dis- posto nos arts. 3º e 4º, seguida de hífen e denominação. Por exemplo: ITG 01 – “Denominação”; ITSP 01 – “Denominação”; III – o Comunicado Técnico é identificado pela sigla CT, seguida da letra ou letras e numeração do grupo a que pertence conforme dis- posto nos arts. 3º e 4º, seguido de hífen e denominação. Por exemplo: CTG 01 – “Denominação”; CTSP 01 – “Denominação”; IV – Revogado. (2) Art. 7-A. Para alteração de Norma Brasileira de Contabilidade, de Interpretação Técnica e de Comunicado Técnico, serão observados os seguintes casos e condições: I – alteração total: nos casos de alteração redacional de toda a norma, interpretação ou comunicado, deverá ser mantida a sigla e identificada a nova redação pela letra “R”, seguida do número sequen- cial (Ex: NBC PA 290 (R1); ITG 01 (R1); CTG 01 (R1)). 35 II – alteração parcial: nos casos de alteração, exclusão ou inclu- são de item(ns) da norma, interpretação ou comunicado, deverá ser editado documento denominado “Revisão NBC” seguido da numera- ção inicial 01 e seguintes (Ex: Revisão NBC 01, Revisão NBC 02, Revisão NBC 03, ...). § 1º A alteração, inclusão e revogação de dispositivo deverão ser consolidadas na respectiva norma, fazendo referência à “Revisão NBC”, sem alterar a sigla da norma modificada. § 2º O dispositivo alterado ou revogado deve ser tachado, perma- necendo no corpo da norma alterada. § 3º As alterações incluídas na norma não alteram a letra “R + numeração” na sigla de normas vigentes. Art. 8º As Normas Brasileiras de Contabilidade, com exceção dos Comunicados Técnicos, devem ser submetidas à audiência pública com duração mínima de 30 (trinta) dias. Art. 9º A inobservância às Normas Brasileiras de Contabilidade constitui infração disciplinar sujeita às penalidades previstas nas alí- neas de “c” a “g” do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295-46, alterado pela Lei n.º 12.249-10, e ao Código de Ética Profissional do Contador. Art. 10. As Normas Brasileiras de Contabilidade, tanto as Pro- fissionais quanto as Técnicas, editadas pelo Conselho Federal de Con- tabilidade continuarão vigendo com a identificação que foi definida nas Resoluções CFC n.º 751-93, n.º 1.156-09 e n.º 1.298-10 até serem alteradas ou revogadas mediante a emissão de novas normas em con- formidade com as disposições previstas nesta Resolução. Art. 11. Fica revogada a Resolução CFC n.º 1.298-10, publicada no DOU, Seção 1, de 21-09-2010. Art. 12. Esta Norma entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 18 de março de 2011. Juarez Domingues Carneiro – Presidente (1) Publicada no DOU, de 22-03-2011. (2) Redação dada pela Resolução CFC nº 1.548, publicada no DOU de 22-08-2018. 36 RESOLUÇÃO CFC nº 1.329(1) de 18 de março de 2011 Altera a sigla e a numeração de normas, interpretações e comunicados técnicos. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercí- cio de suas atribuições legais e regimentais, e com fundamento no disposto na alínea “f” do art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295-46, alterado pela Lei n.º 12.249-10, CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Contabilidade editou a Resolução CFC n.º 1.328-11 que altera a estrutura das Nor- mas Brasileiras de Contabilidade e adota novas siglas e numerações para normas, interpretações e comunicados técnicos, RESOLVE: Art. 1º Alterar a sigla e a numeração das normas citadas abaixo, conforme segue: DE PARA NBC T 1 NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL NBC T 19.10 NBC TG 01 NBC T 7 NBC TG 02 NBC T 3.8 NBC TG 03 NBC T 19.8 NBC TG 04 NBC T 17 NBC TG 05 NBC T 10.2 NBC TG 06 NBC T 19.4 NBC TG 07 NBC T 19.14 NBC TG 08 NBC T 3.7 NBC TG 09 NBC T 19.15 NBC TG 10 NBC T 19.16 NBC TG 11 NBC T 19.17 NBC TG 12 37 NBC T 19.18NBC TG 13 NBC T 19.23 NBC TG 15 NBC T 19.20 NBC TG 16 NBC T 19.21 NBC TG 17 NBC T 19.37 NBC TG 18 NBC T 19.38 NBC TG 19 NBC T 19.22 NBC TG 20 NBC T 19.24 NBC TG 21 NBC T 19.25 NBC TG 22 NBC T 19.11 NBC TG 23 NBC T 19.12 NBC TG 24 NBC T 19.7 NBC TG 25 NBC T 19.27 NBC TG 26 NBC T 19.1 NBC TG 27 NBC T 19.26 NBC TG 28 NBC T 19.29 NBC TG 29 NBC T 19.30 NBC TG 30 NBC T 19.28 NBC TG 31 NBC T 19.2 NBC TG 32 NBC T 19.31 NBC TG 33 NBC T 19.35 NBC TG 35 NBC T 19.36 NBC TG 36 NBC T 19.39 NBC TG 37 NBC T 19.32 NBC TG 38 NBC T 19.33 NBC TG 39 NBC T 19.34 NBC TG 40 NBC T 19.42 NBC TG 41 NBC T 19.40 NBC TG 43 NBC T 19.41 NBC TG 1000 IT 08 ITG 01 IT 13 ITG 02 IT 03 ITG 03 IT 06 ITG 06 IT 07 ITG 07 IT 01 ITG 08 IT 09 ITG 09 IT 10 ITG 10 IT 11 ITG 11 IT 12 ITG 12 IT 14 ITG 13 38 IT 15 ITG 15 IT 16 ITG 16 NBC TE 11 ITG 2001 NBC T 10.23 CTG 01 CT 03 CTG 02 IT 02 CTG 03 CT 05 CTG 04 CT 06 CTG 05 CT 01 CTG 2000 CT 04 CTG 2001 CT 02 CTA 01 CT 07 CTA 02 CT 08 CTA 03 CT 09 CTA 04 NBC P 3 NBC PI 01 NBC T 12 NBC TI 01 NBC TA 01 NBC TA ESTRUTURA CONCEITUAL NBC PA 03 NBC PA 11 NBC PA 4 NBC PA 12 NBC PA 5 NBC PA 13 Art. 2º As citações de sigla e de numeração em texto de normas em vigor editadas pelo CFC, ora alteradas, são substituídas pela nova denominação da norma, interpretação ou comunicado técnico. Essas normas serão substituídas no sítio do CFC pelas versões atualizadas das normas objeto desta Resolução. Art. 3º Em função da alteração da denominação da Norma NBC TE 11 para Interpretação ITG 2001, da Norma NBC T 10.23 para Comunicado CTG 01 e de Interpretação IT 02 para Comunicado CTG 03, esses normativos devem também ser ajustados nos respectivos textos no que for pertinente. Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação. Brasília, 18 de março de 2011. Juarez Domingues Carneiro – Presidente (1) Publicada no DOU, de 22-03-2011. 39 RESOLUÇÃO CFC nº 1.269(1) de 10 de dezembro de 2009 Dispõe sobre a aplicação antecipada das Normas Brasileiras de Contabilidade con- vergidas, editadas em 2009, com vigência a partir de 1º. de janeiro de 2010. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercí- cio de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Contabilidade, em conjunto com outras entidades, é membro do Comitê de Pronuncia- mentos Contábeis (CPC), criado pela Resolução CFC nº. 1.055-05; CONSIDERANDO que o CPC tem por objetivo estudar, preparar e emitir Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações so- bre procedimentos de contabilidade e divulgar informações dessa na- tureza, visando permitir a emissão de normas uniformes pelas entida- des-membro, levando sempre em consideração o processo de conver- gência às normas internacionais; CONSIDERANDO que a aplicação das normas é compulsória para a apresentação das demonstrações contábeis de exercícios sociais a iniciar-se a partir de 1º de janeiro de 2010; CONSIDERANDO que, consoante o processo de convergência das normas internas às normas internacionais, a adoção antecipada de uma norma, interpretação ou comunicado técnico convergido somente poderá ser feita se a adoção antecipada for estendida à totalidade des- ses normativos, 40 RESOLVE: Art. 1º. A adoção antecipada das Normas Brasileiras de Contabi- lidade convergidas, editadas em 2009, somente poderá ser exercida se aplicada a todas as normas, com vigência a partir de 1º. janeiro de 2010. Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 10 de dezembro de 2009. Maria Clara Cavalcante Bugarim – Presidente (1) Publicada no DOU, de 18-12-2009. 41 RESOLUÇÃO CFC nº 1.281(1) de 16 de abril de 2010 Altera a data de aplicação das NBC Ts e ITs aprovadas pelas Resoluções CFC que especifica. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercí- cio de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO que o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) emitiu a maioria dos pronunciamentos e interpretações no últi- mo quadrimestre de 2009 e, consequentemente, que a transformação desses pronunciamentos e interpretações em NBC Ts e ITs pelo Con- selho Federal de Contabilidade se deu ao final do ano de 2009; CONSIDERANDO que os profissionais de Contabilidade neces- sitam de mais tempo para estudar e ter uma interpretação adequada das referidas NBC Ts e ITs para permitir a correta aplicação; CONSIDERANDO que a data da adoção obrigatória da aplicação dos Pronunciamentos Técnicos e Interpretações emanados do CPC durante o ano de 2009 foi prorrogada, por alguns órgãos reguladores, para dezembro de 2010, RESOLVE: Art. 1º A aplicação das NBC Ts e ITs aprovadas pelas Resoluções CFC n.os 1.170 a 1.172, 1.174 a 1.180, 1.184 a 1.189, 1.193, 1.195 a 1.198, 1.239 a 1.242, 1.254 e 1.256 a 1.266, todas de 2009, passa a ser obrigatória a partir de dezembro de 2010, observando, no caso de adoção antecipada, o disposto no art. 1º da Resolução CFC n.º 1.269-09. Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se a Resolução CFC n.º 1.278-10, publicada no DOU, Se- ção I, de 9-4-10. Brasília, 16 de abril de 2010. Juarez Domingues Carneiro – Presidente (1) Publicada no DOU, de 28-04-2010. 42 RESOLUÇÃO CFC nº 1.319(1) de 9 de dezembro de 2010 Faculta a elaboração e a divulgação de ajustes retrospectivos das demonstrações contábeis comparativas no exercício de 2010.(2) O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercí- cio de suas atribuições legais e regimentais, e com fundamento no disposto na alínea “f” do art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295-46, alterado pela Lei n.º 12.249-10, CONSIDERANDO que a NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas exige a divulgação de informações de forma comparada com as do período anterior para todos os valores apresentados nas demonstrações contábeis do exercício corrente; CONSIDERANDO que essa exigência pode representar um de- sembolso de recursos incompatível ao benefício que dele possa advir; CONSIDERANDO que essas informações comparativas passarão a estar disponíveis a partir do exercício social iniciado em 2010 em função da aplicação da NBC TG 1000, RESOLVE: Art. 1º Facultar, para o exercício de 2010, a elaboração e a divul- gação de ajustes retrospectivos com base na NBC TG 1000, das de- monstrações contábeis de exercícios anteriores para fins de compara- ção com as demonstrações contábeis do exercício de 2010, na forma prevista no item 3.14 da NBC TG 1000, mantendo-se a obrigatorieda- 43 de da divulgação comparada com os valores das demonstrações con- tábeis de 2009.(2) Parágrafo único. A faculdade prevista no caput deste artigo não poderá ser exercida pelas entidades obrigadas a essa divulgação em decorrência de legislação de órgão regulador específico. Art. 2º As entidades que exercerem a faculdade prevista no art. 1º devem mencionar este fato nas notas explicativas às demonstrações contábeis. Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação. Brasília, 9 de dezembro de 2010. Juarez Domingues Carneiro – Presidente (1) Publicada no DOU de 21-12-2010. (2) Retificação publicada no DOU, de 19-01-2011.44 RESOLUÇÃO CFC nº 1.003(1) de 19 de agosto de 2004 Aprova a NBC T 15 – Informações de Natureza Social e Ambiental O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercí- cio de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regras de procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos; CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de traba- lhos de instituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relações regulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações; CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasi- leiras de Contabilidade, instituído pelo Conselho Federal de Contabi- lidade, atendendo ao que está disposto no Art. 1º da Resolução CFC nº 751, de 29 de dezembro de 1993, elaborou a NBC T 15 – Informações de Natureza Social e Ambiental. CONSIDERANDO que por se tratar de atribuição que, para o a- dequado desempenho, deve ser empreendida pelo Conselho Federal de Contabilidade em regime de franca, real e aberta cooperação com o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, o Insti- tuto dos Auditores Independentes do Brasil, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministério da Educação, a Secretaria Federal de Con- 45 trole, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacio- nal e a Superintendência de Seguros Privados, RESOLVE: Art. 1º Aprovar a NBC T 15 – Informações de Natureza Social e Ambiental. Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2006, sendo recomendada a sua adoção antecipada. Brasília, 19 de agosto de 2004. José Martonio Alves Coelho – Presidente 46 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE NBC T 15 – INFORMAÇÕES DE NATUREZA SOCIAL E AMBIENTAL 15.1 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS 15.1.1 – Esta norma estabelece procedimentos para evidenciação de informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de de- monstrar à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade. 15.1.2 – Para fins desta norma, entende-se por informações de na- tureza social e ambiental: a) a geração e a distribuição de riqueza; b) os recursos humanos; c) a interação da entidade com o ambiente externo; d) a interação com o meio ambiente. 15.1.3 – A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental, ora instituída, quando elaborada deve evidenciar os dados e as informações de natureza social e ambiental da entidade, extraídos ou não da contabilidade, de acordo com os procedimentos determina- dos por esta norma. 15.1.4 – A demonstração referida no item anterior, quando divul- gada, deve ser efetuada como informação complementar às demons- trações contábeis, não se confundindo com as notas explicativas. 15.1.5 – A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental deve ser apresentada, para efeito de comparação, com as informações do exercício atual e do exercício anterior. 15.2 – INFORMAÇÕES A SEREM DIVULGADAS 15.2.1 – Geração e Distribuição de Riqueza 15.2.1.1 – A riqueza gerada e distribuída pela entidade deve ser apresentada conforme a Demonstração do Valor Adicionado, definida na NBC T 3. 47 15.2.2 – Recursos Humanos 15.2.2.1 – Devem constar dados referentes à remuneração, bene- fícios concedidos, composição do corpo funcional e as contingências e os passivos trabalhistas da entidade. 15.2.2.2 – Quanto à remuneração e benefícios concedidos aos em- pregados, administradores, terceirizados e autônomos, devem constar: a) remuneração bruta segregada por empregados, administrado- res, terceirizados e autônomos; b) relação entre a maior e a menor remuneração da entidade, con- siderando os empregados e os administradores; c) gastos com encargos sociais; d) gastos com alimentação; e) gastos com transporte; f) gastos com previdência privada; g) gastos com saúde; h) gastos com segurança e medicina do trabalho; i) gastos com educação (excluídos os de educação ambiental); j) gastos com cultura; k) gastos com capacitação e desenvolvimento profissional; l) gastos com creches ou auxílio-creches; m) participações nos lucros ou resultados. 15.2.2.3 – Estas informações devem ser expressas monetariamen- te pelo valor total do gasto com cada item e a quantidade de emprega- dos, autônomos, terceirizados e administradores beneficiados. 15.2.2.4 – Nas informações relativas à composição dos recursos humanos, devem ser evidenciados: a) total de empregados no final do exercício; b) total de admissões; c) total de demissões; d) total de estagiários no final do exercício; e) total de empregados portadores de necessidades especiais no final do exercício; f) total de prestadores de serviços terceirizados no final do exer- cício; g) total de empregados por sexo; h) total de empregados por faixa etária, nos seguintes intervalos: 48 menores de 18 anos de 18 a 35 anos de 36 a 60 anos acima de 60 anos i) total de empregados por nível de escolaridade, segregados por: analfabetos com ensino fundamental com ensino médio com ensino técnico com ensino superior pós-graduados j) percentual de ocupantes de cargos de chefia, por sexo. 15.2.2.5 – Nas informações relativas às ações trabalhistas movi- das pelos empregados contra a entidade, devem ser evidenciados: a) número de processos trabalhistas movidos contra a entidade; b) número de processos trabalhistas julgados procedentes; c) número de processos trabalhistas julgados improcedentes; d) valor total de indenizações e multas pagas por determinação da justiça. 15.2.2.6 – Para o fim desta informação, os processos providos parci- almente ou encerrados por acordo devem ser considerados procedentes. 15.2.3 – Interação da Entidade com o Ambiente Externo 15.2.3.1 – Nas informações relativas à interação da entidade com o ambiente externo, devem constar dados sobre o relacionamento com a comunidade na qual a entidade está inserida, com os clientes e com os fornecedores, inclusive incentivos decorrentes dessa interação. 15.2.3.2 – Nas informações relativas à interação com a comuni- dade, devem ser evidenciados os totais dos investimentos em: a) educação, exceto a de caráter ambiental; b) cultura; c) saúde e saneamento; d) esporte e lazer, não considerados os patrocínios com finalidade publicitária; e) alimentação. 49 15.2.3.3 – Nas informações relativas à interação com os clientes, devem ser evidenciados: a) número de reclamações recebidas diretamente na entidade; b) número de reclamações recebidas por meio dos órgãos de pro- teção e defesa do consumidor; c) número de reclamações recebidas por meio da Justiça; d) número das reclamações atendidas em cada instância arrolada; e) montante de multas e indenizações a clientes, determinadas por órgãos de proteção e defesa do consumidor ou pela Justiça; f) ações empreendidas pela entidade para sanar ou minimizar as causas das reclamações. 15.2.3.4 – Nas informações relativas aos fornecedores, a entidade deve informar se utiliza critérios de responsabilidade social para a seleção de seus fornecedores. 15.2.4 – Interação com o Meio Ambiente 15.2.4.1 – Nas informações relativas à interação da entidade com o meio ambiente, devem ser evidenciados: a) investimentos e gastos com manutenção nos processos opera- cionais para a melhoria do meio ambiente; b) investimentos e gastos com a preservação e/ou recuperação de ambientes degradados; c) investimentos e gastos com a educação ambientalpara empre- gados, terceirizados, autônomos e administradores da entidade; d) investimentos e gastos com educação ambiental para a comu- nidade; e) investimentos e gastos com outros projetos ambientais; f) quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos contra a entidade; g) valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambi- ental, determinadas administrativa e/ou judicialmente; h) passivos e contingências ambientais. 15.3 – DISPOSIÇÕES FINAIS 15.3.1 – Além das informações contidas no item 15.2, a entidade pode acrescentar ou detalhar outras que julgar relevantes. 50 15.3.2 – As informações contábeis, contidas na Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental, são de responsabilidade técnica de contabilista registrado em Conselho Regional de Contabili- dade, devendo ser indicadas aquelas cujos dados foram extraídos de fontes não contábeis, evidenciando o critério e o controle utilizados para garantir a integridade da informação. A responsabilidade por informações não contábeis pode ser compartilhada com especialistas. 15.3.3 – A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental deve ser objeto de revisão por auditor independente, e ser publicada com o relatório deste, quando a entidade for submetida a esse procedimento. (1) Publicada no DOU, de 06-09-04. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICADAS AO SETOR PÚBLICO 53 NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL, (1) de 23 de setembro de 2016 Aprova a NBC TSP ESTRUTURA CON- CEITUAL – Estrutura Conceitual para Ela- boração e Divulgação de Informação Contá- bil de Propósito Geral pelas Entidades do Se- tor Público. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, conside- rando o processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabi- lidade aos padrões internacionais e que, mediante acordo firmado com a IFAC que autorizou, no Brasil, o CFC como um dos tradutores de suas normas e publicações, outorgando os direitos de realizar tradu- ção, publicação e distribuição das normas internacionais e demais pronunciamentos em formato eletrônico, no exercício de suas atribui- ções legais e regimentais e com fundamento no disposto na alínea “f” do Art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295-1946, alterado pela Lei n.º 12.249- 2010, faz saber que foi aprovada em seu Plenário a seguinte Norma Brasileira de Contabilidade (NBC), elaborada de acordo com o Pro- nunciamento intitulado The Conceptual Framework for General Pur- pose Financial Reporting by Public Sector Entities, emitido pelo In- ternational Public Sector Accounting Standards Board da Internatio- nal Federation of Accountants (IPSASB/IFAC): NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL DE PROPÓSITO GERAL PELAS ENTIDADES DO SETOR PÚBLICO Sumário Item Prefácio 1 – 24 Introdução 1 – 4 Volume e significância das transações sem contraprestação 5 – 7 Importância do orçamento público 8 – 9 Natureza dos programas e longevidade do setor público 10 – 13 Natureza e propósito dos ativos e passivos no setor público 14 – 17 Papel regulador de entidades do setor público 18 – 19 Relacionamento com as estatísticas de finanças públicas (EFP) 20 – 24 54 Sumário Item Capítulo 1 – Função, Autoridade e Alcance da Estrutura Conceitual 1.1 – 1.8D Função 1.1 Autoridade 1.2 – 1.3 Relatório Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público (RCPG) 1.4 – 1.7 Alcance da estrutura conceitual e das NBCs TSP 1.8 – 1.8D Capítulo 2 – Objetivos e Usuários da Informação Contábil de Propósi- to Geral das Entidades do Setor Público 2.1 – 2.31 Objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil 2.1 – 2.2 Usuários dos RCPGs 2.3 – 2.6 Prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão 2.7 – 2.10 Necessidade de informação dos usuários dos serviços e dos provedores de recursos 2.11 – 2.13 Informação fornecida pelos RCPGs 2.14 – 2.28 Situação patrimonial, desempenho e fluxos de caixa 2.14 – 2.17 Informação orçamentária e cumprimento da legislação ou outra regu- lamentação relativa à captação e à utilização de recursos 2.18 – 2.21 Resultado da prestação de serviços 2.22 – 2.24 Informações financeiras e não financeiras prospectivas 2.25 – 2.27 Informação explicativa 2.28 Demonstrações contábeis e a informação que as aprimore, complemente e suplemente 2.29 – 2.30 Outras fontes de informação 2.31 Capítulo 3 – Características Qualitativas 3.1 – 3.42 Introdução 3.1 – 3.5 Relevância 3.6 – 3.9 Representação fidedigna 3.10 – 3.16 Compreensibilidade 3.17 – 3.18 Tempestividade 3.19 – 3.20 Comparabilidade 3.21 – 3.25 Verificabilidade 3.26 – 3.31 Restrições acerca da informação incluída nos RCPGs 3.32 – 3.42 Materialidade 3.32 – 3.34 Custo-benefício 3.35 – 3.40 Equilíbrio entre as características qualitativas 3.41 – 3.42 Capítulo 4 – Entidade que Reporta a Informação Contábil 4.1 – 4.11 Introdução 4.1 – 4.2 Características-chave de entidade que reporta a informação contábil 4.3 – 4.11 Capítulo 5 – Elementos das Demonstrações Contábeis 5.1 – 5.37 Introdução 5.1 – 5.5 Propósito 5.1 Elementos e sua importância 5.2 – 5.4 Elementos 5.5 Ativo 5.6 – 5.13 Definição 5.6 55 Sumário Item Recurso 5.7 – 5.10 Controlado no presente pela entidade 5.11 – 5.12C Evento passado 5.13 Passivo 5.14 – 5.26 Definição 5.14 Obrigação presente 5.15 Saída de recursos da entidade 5.16 – 5.16A Evento passado 5.17 Obrigações legais e não legalmente vinculadas 5.18 – 5.26 Situação patrimonial líquida, outros recursos e outras obrigações 5.27 – 5.28 Receita e despesa 5.29 – 5.31 Superávit ou déficit do exercício 5.32 Contribuição dos proprietários e distribuição aos proprietários 5.33 – 5.37 Capítulo 6 – Reconhecimento nas Demonstrações Contábeis 6.1 – 6.10 Critérios de reconhecimento e sua relação com a evidenciação 6.1 – 6.4 Definição de elemento 6.5 – 6.6 Incerteza quanto à mensuração 6.7 – 6.8 Evidenciação e reconhecimento 6.9 Desreconhecimento 6.10 Capítulo 7 – Mensuração de Ativos e Passivos nas Demonstrações Contábeis 7.1 – 7.91 Introdução 7.1 Objetivo da mensuração 7.2 – 7.12 Bases de mensuração e sua seleção 7.5 – 7.7 Valores de entrada e de saída 7.8 – 7.9 Medidas observáveis e não observáveis 7.10 Medidas específicas e não específicas para a entidade 7.11 Nível de agregação ou desagregação para fins de mensuração 7.12 Bases de mensuração para os ativos 7.13 – 7.68 Custo histórico 7.13 – 7.21 Mensurações a valor corrente 7.22 – 7.23 Valor de mercado 7.24 – 7.36 Custo de reposição ou substituição 7.37 – 7.48 Preço líquido de venda 7.49 – 7.57 Valor em uso 7.58 – 7.68 Bases de mensuração para os passivos 7.69 – 7.91 Custo histórico 7.70 – 7.73 Custo de cumprimento da obrigação 7.74 – 7.79 Valor de mercado 7.80 – 7.81 Custo de liberação 7.82 – 7.86 Preço presumido 7.87 – 7.91 Capítulo 8 – Apresentação de Informação no Relatório Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público 8.1 – 8.64 Introdução 8.1 – 8.3 Apresentação 8.4 – 8.8 Seleção da informação 8.9 – 8.35 56 Sumário Item Seleção e natureza da informação 8.11 – 8.14 Informação selecionada para exposição ou evidenciação 8.15 – 8.24 Princípios aplicáveis à seleção da informação 8.25 – 8.35 Localização da informação 8.36 – 8.44 Princípios para a alocação da informação entre diferentes relatórios 8.38 – 8.40 Princípiospara a localização da informação dentro do relatório 8.41 – 8.44 Organização da informação 8.45 – 8.64 Natureza da informação relevante para fins de organização 8.47 – 8.53 Princípios aplicáveis à organização da informação 8.54 – 8.64 Disposições Finais 1A – 2A Prefácio Introdução 1. A Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de In- formação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Públi- co (Estrutura Conceitual) estabelece os conceitos que devem ser apli- cados no desenvolvimento das demais Normas Brasileiras de Contabi- lidade Aplicadas ao Setor Público (NBCs TSP) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) destinados às entidades do setor público. A- lém disso, tais conceitos são aplicáveis à elaboração e à divulgação formal dos Relatórios Contábeis de Propósito Geral das Entidades do Setor Público (RCPGs). 2. O objetivo principal da maioria das entidades do setor público é prestar serviços à sociedade, em vez de obter lucros e gerar retorno financeiro aos investidores. Consequentemente, o desempenho de tais entidades pode ser apenas parcialmente avaliado por meio da análise da situação patrimonial, do desempenho e dos fluxos de caixa. Os RCPGs fornecem informações aos seus usuários para subsidiar os processos decisórios e a prestação de contas e responsabilização (ac- countability). Portanto, os usuários dos RCPGs das entidades do setor público precisam de informações para subsidiar as avaliações de al- gumas questões, tais como: (a) se a entidade prestou seus serviços à sociedade de maneira e- ficiente e eficaz; (b) quais são os recursos atualmente disponíveis para gastos futu- ros, e até que ponto há restrições ou condições para a utilização desses recursos; 57 (c) a extensão na qual a carga tributária, que recai sobre os con- tribuintes em períodos futuros para pagar por serviços correntes, tem mudado; e (d) se a capacidade da entidade para prestar serviços melhorou ou piorou em comparação com exercícios anteriores. 3. Os governos geralmente têm amplos poderes, incluindo a capaci- dade de estabelecer e fazer cumprir requisitos legais e alterar esses requisi- tos. Globalmente, o setor público varia consideravelmente em suas disposi- ções constitucionais e em suas metodologias de funcionamento. No entan- to, a governança no setor público, geralmente, envolve a realização de pres- tação de contas do Poder Executivo para o Poder Legislativo. 4. As seções a seguir destacam as características do setor público selecionadas para serem incluídas no desenvolvimento desta estrutura conceitual. Volume e significância das transações sem contraprestação 5. Em transação sem contraprestação, a entidade recebe o valor da outra parte sem dar diretamente em troca valor aproximadamente igual. Tais transações são comuns no setor público. A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados a um indivíduo ou a um grupo de indivíduos, normalmente, não são diretamente proporcionais ao volume de tributos cobrados. O indivíduo ou o grupo pode ter que pagar tarifa ou taxa adicional e/ou pode estar sujeito a cobranças espe- cíficas para ter acesso a determinados serviços. No entanto, essas ope- rações são, geralmente, transações sem contraprestação, porque o va- lor dos benefícios que indivíduo ou grupo de indivíduos pode obter não será aproximadamente igual ao valor de quaisquer cobranças pa- gas por eles. A natureza das transações sem contraprestação pode im- pactar a forma pela qual elas são reconhecidas, mensuradas e eviden- ciadas, no sentido de dar suporte às avaliações por parte dos usuários dos serviços e dos provedores de recursos. 6. A tributação é uma transação que ocorre por força de lei e, portanto, uma transação sem contraprestação entre entidades (ou indi- víduos) e o governo. A distribuição das competências tributárias entre os níveis de governo não é uniforme e depende da relação entre as competências tributárias do governo federal, dos demais entes federa- tivos e de outras entidades do setor público. As entidades internacio- 58 nais do setor público são financiadas principalmente por meio de transferências oriundas dos governos. Tal financiamento pode ser regido por tratados e convenções e pode também ser voluntário. 7. Os governos e outras entidades do setor público são responsa- bilizáveis perante os provedores de recursos, especialmente àqueles que provêm esses recursos por meio do pagamento de obrigações tri- butárias e de outras obrigações da mesma natureza. O objetivo da prestação de contas e responsabilização (accountability) relacionado com a elaboração e divulgação dos RCPGs consta no Capítulo 2, inti- tulado Objetivos e Usuários da Informação Contábil de Propósito Ge- ral das Entidades do Setor Público. Importância do orçamento público 8. O governo e outras entidades do setor público elaboram orça- mentos. No Brasil, a Constituição exige a elaboração do orçamento anual, a sua aprovação pelo poder Legislativo e a sua disponibilização à socie- dade. A legislação brasileira define o que a peça orçamentária deve con- ter. A sociedade fiscaliza a gestão das entidades públicas diretamente, respaldada pela Constituição, ou indiretamente, por meio de representan- tes. O orçamento aprovado é utilizado como base para a definição dos níveis de tributação e de outras receitas, compondo o processo de obten- ção de autorização legislativa para a realização do gasto público. 9. Devido à importância do orçamento público aprovado, as infor- mações que possibilitam aos usuários compararem a execução orçamen- tária com o orçamento previsto facilitam a análise quanto ao desempenho das entidades do setor público. Tais informações instrumentalizam a pres- tação de contas e a responsabilização (accountability) e fornecem subsí- dios para o processo decisório relativo aos orçamentos dos exercícios subsequentes. A elaboração de demonstrativo que apresenta e compara a execução do orçamento com o orçamento previsto é o mecanismo nor- malmente utilizado para demonstrar a conformidade com os requisitos legais relativos às finanças públicas. As necessidades dos usuários quanto às informações orçamentárias são discutidas no Capítulo 2. Natureza dos programas e longevidade do setor público 10. Muitos programas do setor público são de longo prazo, e a capa- cidade para cumprir os compromissos depende dos tributos e das contri- 59 buições a serem arrecadados no futuro. Muitos compromissos decorrentes dos programas do setor público e as prerrogativas para cobrar e arrecadar tributos futuros não se encaixam nas definições de ativo e passivo apre- sentados no Capítulo 5, intitulado Elementos das Demonstrações Contá- beis. Portanto, os compromissos e as prerrogativas com essa característica não são reconhecidos nas demonstrações contábeis. 11. Consequentemente, as demonstrações que evidenciam a situa- ção patrimonial e o desempenho não fornecem todas as informações que os usuários precisam conhecer a respeito dos programas de longo prazo. Os efeitos financeiros de determinadas decisões poderão ser observados após muitos anos. Dessa forma, os RCPGs, ao conterem informações financeiras prospectivas acerca da sustentabilidade em longo prazo das finanças e de programas essenciais da entidade do setor público, são documentos necessários para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão, como será visto no Capítulo 2. 12. Embora o controle político possa mudar periodicamente, os es- tados soberanos, geralmente, têm existências muito longas. Eles conti- nuam a existir mesmo que passem por severas dificuldades financeiras e se tornem inadimplentes com as obrigações oriundas da sua respectiva dívida soberana. Se os entes
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