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Portugues modulo 5 6 ensino médio

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Prévia do material em texto

6
APRESENTAÇÃO 
 
Caro (a) aluno (a), 
 
 Você está iniciando seu curso de Português no 
Ensino Médio, seja bem-vindo ! 
 Queremos caminhar ao seu lado para auxiliá-lo 
e juntos fazer descobertas e vencer novos desafios. 
 Sabemos que a Língua Portuguesa está 
presente em nosso dia-a-dia, em nossa 
comunicação, portanto é importante que saibamos 
usá-la e interpretá-la corretamente para 
compreendermos melhor o mundo em que vivemos. 
 Pensando nisso é que elaboramos 13 módulos 
contendo: 
 ▪ Literatura Brasileira 
 ▪ Leitura e Produção de Texto 
 ▪ Estudo da Norma Padrão (gramática) 
 Lembre-se: o seu esforço e a sua 
dedicação são os fatores mais importantes para o 
seu desenvolvimento e crescimento pessoal. 
 Desejamos que você consiga vencer ainda 
mais facilmente o desafio desse mundo em 
constante evolução. 
 Estamos aqui para colaborar com esse desafio. 
 Então vamos começar ! 
 Boa sorte ! 
 
Equipe de Português : 
 
Cristiane, Ilza, Ivânia e Sandra. 
 7
 Como estudar Português 
 
 INSTRUÇÕES 
 
 
 
 
 
1. Leia atentamente todos os assuntos dos módulos; 
 
2. Se houver necessidade, para assimilar melhor o assunto, 
faça as atividades em seu caderno. NÃO ESCREVA E NEM 
RASURE A APOSTILA, pois você a trocará e outro aluno 
irá usá-la; 
 
3. Depois que você terminar as atividades, consulte o 
gabarito de respostas que está no final da apostila. 
Você que irá corrigir os exercícios; 
 
4. Consulte o dicionário quando encontrar uma palavra 
desconhecida; 
 
5. As redações devem ser feitas com capricho ! Não se 
esqueça de fazer um rascunho antes da redação final. 
 
6. Para se submeter às avaliações, você deverá apresentar 
tudo o que foi solicitado, em seu caderno. 
 
7. Sempre que houver dúvidas, procure esclarecê-las com 
o professor; 
 
8. Freqüente a biblioteca da escola e utilize os recursos que 
nela estão disponíveis. 
 
Bom estudo ! Bom aproveitamento ! 
 
 8
MÓDULOS 05 E 06 
 
 
 
ÍNDICE 
 
Literatura Brasileira 
 
� Romantismo – Poesia.....................................................mód. 05 
 Romantismo – Prosa.......................................................mód. 06 
 
Leitura e interpretação de texto 
 
� Texto descritivo 1.............................................................mód. 05 
 Texto descritivo 2..............................................................mód. 06 
 
Estudando a norma padrão 
 
� Termos integrantes da oração..........................................mód. 05 
 Termos acessórios da oração...........................................mód. 06 
 Termos independentes da oração.....................................mód. 06 
 
 
 
 
 
� 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9
ROMANTISMO 
 
 
 Dá-se o nome de Romantismo ao período literário que durou 
desde 1836 a 1881 (séc. XIX). 
 
 Mas, você saberia diferenciar o termo romantismo da escola 
literária Romantismo? 
 
 Não!!! 
 
 Então, antes de mais nada, é necessário fazer uma distinção 
entre essas palavras. 
 
 A palavra romantismo é o comportamento caracterizado 
pelo sonho, pelo devaneio, por uma atitude emotiva diante das 
coisas, que pode ocorrer em qualquer época da história. É nesse 
sentido que se fala, hoje, em música, cinema e telenovela 
romântica. 
 
 O movimento histórico Romantismo designa uma tendência 
geral da vida e da arte; é um estilo delimitado no tempo, um estilo 
de época do século XIX. 
 Nesse período, mais que em qualquer outro, o artista 
procurou focalizar em suas obras um dos mais nobres 
sentimentos de ser humano que é o amor. Nunca antes, na 
história literária, o sentimento amoroso fora tão valorizado. 
 
 
 
 
 
 São inúmeras as características do Romantismo, uma vez 
que a liberdade e a independência, que estão no fundamento da 
atitude romântica, tornam o período rico e variado. 
 Influenciados por fatos sociais e políticos, o artista 
romântico volta-se para seu interior e, numa atitude individualista, 
retrata uma realidade criada pela sua imaginação e emoção. 
AS CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO 
 10
 Daí surgem algumas características do Romantismo 
brasileiro, que veremos a seguir. 
 
 
1. Subjetivismo 
 
 É o culto do “eu”, pois o artista expressa seus 
sentimentos, sonhos e emoções de forma individualista, 
contrapondo-se ao universalismo da era Clássica. 
 
“Acordo do meu sonho tormentoso 
 E choro o meu sonhar! 
 E fecho os meus olhos, e de novo intento 
 O sonho reatar. 
 (...)”. 
(Gonçalves Dias) 
 
2. Sentimentalismo 
 
 A razão cede lugar à emoção. Há a supervalorização do 
amor e aparece, às vezes, a religiosidade. 
 
“Lerás porém algum dia 
 Meus versos d’alma arrancados 
 D’amargo pranto banhados, 
 Com sangue escritos...” 
(Gonçalves Dias) 
 
3. Nacionalismo 
 
 Retrata a supervalorização da terra, do índio (indianismo), 
a exaltação da natureza, o saudosismo (volta ao passado do 
Brasil-Colônia). 
 Observe alguns desses traços nacionalistas presentes 
nessa estrofe do poema “Canção do Exílio”. 
 
“Minha terra tem palmeiras 
 Onde canta o sabiá 
As aves que aqui gorjeiam 
 Não gorjeiam como lá.” 
 11
(Gonçalves Dias) 
 
 
 
4. Idealização 
 
 Do herói - o índio brasileiro é dotado de valores e ações 
tais quais os heróis europeus medievais. A exaltação de 
valores, às vezes, está além das limitações humanas. 
 
“Valente na guerra 
 Quem há como eu sou? 
 (...) 
Quem golpes daria 
 Fatais como eu dou?” 
(Gonçalves Dias) 
 
 Do mundo – o artista busca refúgio num mundo 
imaginário, na morte. O desejo de evasão, de fuga da realidade 
se manifesta. 
 
“Por isso, é morte, eu amo-te e não temo. 
 Por isso, é morte, eu quero-te comigo. 
 Leva-me à região da paz horrenda 
 Leva-me ao nada, leva-me contigo.” 
(Junqueira Freire) 
 
 Da mulher – é retratada como sendo pura, angelical, 
carinhosa, inatingível, criada pela imaginação do artista. 
 
“Se uma lágrima as pálpebras me inunda, 
 Se um suspiro nos seios treme ainda 
 É pela virgem que sonhei... que nunca 
 Aos lábios me encostou a face linda!” 
(Álvares de Azevedo) 
 
5. Liberdade de expressão 
 
 Os poetas abandonam valores, idéias de caráter universal 
e se expressam de acordo com as suas emoções e desejos. 
 12
 
 Quanto à forma, a poesia abandona o rigor clássico da 
métrica, da rima e apresenta uma linguagem mais simples, 
coloquial. 
 
 
 
“Não sabes criança? Estou louco de amores... 
 Prendi meus afetos, formosa Pepita. 
Mas, onde? No templo, no espaço, nas névoas 
 Não rias, prendi-me 
Num laço de fita.” 
 (Castro Alves) 
 
 
 Essas características fundem-se em momentos e obras 
distintos durante o período romântico. Para facilitar o estudo do 
Romantismo, vamos dividi-lo em poesia e prosa. 
 
 
ROMANTISMO – POESIA 
 
 O período românticodedicado à poesia é dividido em três 
momentos. 
 São eles: 
� PRIMEIRA GERAÇÃO 
� SEGUNDA GERAÇÃO 
� TERCEIRA GERAÇÃO 
 
Vamos, agora, ver cada uma dessas gerações 
separadamente. 
 
 
 
 
 
 Os escritores dessa geração dão preferência a temas 
nacionalistas, indianistas, religiosos. 
 
 
PRIMEIRA GERAÇÃO : NACIONALISTA OU INDIANISTA 
 13
 Autor de destaque: Gonçalves Dias. 
 
 
Observe como Gonçalves Dias abordou a temática 
nacionalista, exaltando a pátria através de elogios à natureza e 
idealizando a figura indígena: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores.” 
 
“Um dia vivemos! 
O homem que é forte 
Não tema da morte; 
Só teme fugir; 
No arco que entesa 
Tem certa uma presa, 
Quer seja tapuia, 
Condor ou tapir.” 
 
AUTOR E OBRA 
Gonçalves Dias (1823-1864) 
 Antônio Gonçalves Dias nasceu em Caxias, Maranhão. Era 
filho de um comerciante português e de uma cafuza (mestiça de 
negro e índio). 
 Fez seus primeiros estudos na sua cidade natal e depois foi 
para Coimbra cursar Direito. Lá, iniciou suas atividades literárias e 
escreveu, entre outros o poema “Canção do Exílio”. 
 Em 1845, quando retornou ao Brasil, publicou sua primeira 
obra verdadeiramente romântica: “Primeiros Cantos”. 
 Viveu uma grande paixão por Ana Amélia a quem lhe fora 
negado o casamento por preconceito racial; afinal, ele era um 
mestiço. 
 Em 1862, retornou à Europa em busca de tratamento. 
 De volta ao Brasil, morreu num naufrágio de navio, próximo ao 
Maranhão. 
 14
 
 
 
 
 É chamada de ultra-romântica ou byroniana devido a 
influência de Lord Byron, poeta inglês que tinha o pessimismo 
como temática em suas obras. 
 Marcada por profundo sentimentalismo, os escritores desta 
geração preferiam temas que abordassem a morte, a solidão, a 
tristeza o mistério e o sonho. Por isso, ficou conhecida, também, 
como geração “mal-do-século”. 
 
 
 Autor de destaque: Álvares de Azevedo. 
 
 
 Leia agora, um fragmento do poema “Adeus, meus sonhos!” 
de Álvares de Azevedo, onde o poeta, numa atitude pessimista, 
deseja a morte como solução para seus amores e sonhos não 
concretizados. 
 
 
 
ADEUS, MEUS SONHOS! 
 
“Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! 
 Não levo da existência uma saudade! 
 E a tanta vida que meu peito enchia 
 Morreu na minha triste mocidade! 
 (...) 
 
 Que resta, meu Deus? Morra comigo 
 A estrela de meus cândidos amores 
 Já que não levo no meu peito morto 
 Um punhado sequer de murchas flores!” 
 
 
 
 
 
SEGUNDA GERAÇÃO: ULTRA-ROMÂNTICA OU BYRONIANA 
 15
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Agora vamos ler e analisar um poema de Álvares de 
Azevedo. 
 
Se eu morresse amanhã 
 
Se eu morresse amanhã, viria ao menos 
 Fechar meus olhos minha triste irmã ; 
 Minha mãe de saudades morreria 
 Se eu morresse amanhã ! 
 
AUTOR E OBRA 
Álvares de Azevedo (1831-1852) 
 
 Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo. 
Era o segundo filho de uma família de classe média. 
 Aos três anos, deparou-se com a morte do irmão recém-
nascido, restando-lhe apenas a irmã a quem se refere, muitas 
vezes, em seus poemas. 
 Aos dezesseis anos, iniciou sua produção literária. Morreu 
antes de completar vinte e um anos, no Rio de Janeiro, vítima de 
tuberculose e de um tumor na fossa ilíaca por ter sofrido uma 
queda de cavalo. 
 Como poeta da segunda geração, sua temática representa o 
verdadeiro mal-do-século na poesia, sobretudo em relação ao 
amor idealizado e à morte como fuga de suas insatisfações. 
ESTUDO DO TEXTO 
 16
Quanta glória pressinto em meu futuro! 
Que aurora de porvir e que manhã ! 
 Eu perdera chorando essas coroas 
 Se eu morresse amanhã! 
 
 Que sol! Que céu azul! Que doce n’ alva 
 Acorda a natureza mais louçã! 
 Não me batera tanto amor no peito 
 Se eu morresse amanhã! 
 
 Mas essa dor da vida que devora 
 A ânsia de glória, o dolorido afã... 
 A dor no peito emudecera ao menos 
 Se eu morresse amanhã! 
 
 (Álvares de Azevedo) 
 
Vocabulário: 
Afã : trabalho, lida, cansaço, fadiga 
Louçã: fresca, vigorosa, graciosa 
Alva : a primeira luz da manhã 
Porvir: futuro 
 
 Curiosidade: O poema “Seu eu morresse amanhã” 
foi escrito por Álvares de Azevedo poucos dias antes de 
sua morte. No dia do enterro do poeta, foi lido pelo 
escritor Joaquim Manuel de Macedo. 
 
 
 
 
 
 � Agora, responda em seu caderno � : 
 
 1. Na 1ª estrofe, o eu-lírico mostra uma expectativa negativa 
em relação à atitude das pessoas no dia de sua morte. Copie o 
verso que confirma essa afirmativa. 
 
 
ATIVIDADE I 
 17
 2. Observe: “Eu perdera chorando essas coroas”. O eu-lírico 
lamenta a perda de “coroas” caso morra. “Essas coroas”, na 2ª 
estofe, para ele são: 
 
a-( ) glória, futuro, céu, sol. 
b-( ) céu, doce n’alva, glória, aurora. 
c-( ) glória, manhã, porvir, céu azul. 
 
 
 3. No poema, os elementos da natureza que representam 
vida em oposição ao desejo de morte são: 
 
a- ( ) sol, irmã, doce n’alva, natureza louçã. 
b- ( ) sol, céu azul, doce n’alva, natureza louçã. 
c- ( ) glória, manhã, porvir, céu azul. 
 
 
 4. A morte aparece como solução para a angústia do eu-
lírico. Que verso da 4ª estrofe conota essa idéia? 
______________________________________________________ 
 
 
 5. “Se eu morresse amanhã” é um poema que fala do 
pessimismo e da morte. Como se chama a geração romântica que 
abordou essa temática? 
 
______________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18
 
 
 
 
 Essa geração ficou conhecida como condoreira por ter 
como símbolo o condor (ave de alto vôo). Assim como o 
condor, os escritores dessa geração, através da arte literária, 
alçaram vôos em busca da liberdade, denunciando injustiças e 
fazendo suas reivindicações sociais. 
 Logo, a temática desse período está ligada às questões 
sociais e políticas, tais como a abolição da escravatura e o 
pensamento republicano. 
 
 
 Autor de destaque: Castro Alves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERCEIRA GERAÇÃO: CONDOREIRA 
O autor e a obra 
Castro Alves (1844 – 1871) 
 
 Antonio Frederico de Castro Alves nasceu em Curralinho, 
Bahia. Era filho de médico. Iniciou o curso de Direito em Recife e 
o concluiu em São Paulo. 
 Paralelamente aos estudos, iniciou sua carreira de poeta, 
destacando-se como excelente declamador e revolucionário. 
 Castro Alves se destacou, principalmente, por suas 
poesias de caráter social. Voltado para a problemática da 
escravidão, ganhou o cognome de “Poeta dos Escravos”. 
 O estilo condoreirode Castro Alves, sobretudo na poesia 
abolicionista, apresentou um vocabulário amplo, rico em figuras 
de linguagem(metáforas,hipérboles,comparações,etc.),numa 
sonoridade marcante. 
 Nos poemas de Castro Alves, a temática amorosa é tratada 
de forma sensual e erótica. 
 
 19
 Vamos, agora, ler partes de um dos poemas mais 
conhecidos de Castro Alves, “O Navio Negreiro”. 
 O poema relata o sofrimento dos negros e as péssimas 
condições a que eram submetidos quando transportados da 
África para o Brasil. 
 Procure conhecer todo o poema, pois revela muita beleza e 
emoção. 
 
 
 
 O Navio Negreiro 
 
 
Era um sonho dantesco... O tombadilho 
Que das luzernas avermelha o brilho, 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar do açoite... 
Legiões de homens negros como a noite 
Horrendos a dançar... 
 
 
Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue da mãe: 
Outras, moças... mas nuas, espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas, 
Em ânsia e mágoa vãs. 
 
 
Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura... se é verdade 
Tanto horror perante os céus... 
Ó mar! Por que não apagas 
Co’a esponja de tuas vagas 
De teu manto este borrão?... 
Astros! Noites! Tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão!... 
 
 20
 
 
São os filhos do deserto 
Onde a terra esposa a luz. 
Onde vive em campo aberto 
A tribo dos homens nus... 
São os guerreiros ousados, 
Que com tigres mosqueados 
Combatem na solidão... 
Ontem simples, fortes, bravos... 
Hoje míseros escravos 
Sem ar, sem luz, sem razão... 
 
 
 
CURIOSIDADE SOBRE O POEMA “O NAVIO NEGREIRO” 
 
“O Navio Negreiro – tragédia no mar é o exemplo mais vibrante da 
poesia condoreira. Escrito em abril de 1868, esse poemeto épico 
refere-se a uma situação anterior a 1850, ano em que o tráfico 
negreiro foi proibido. O poema tornou-se o mais forte grito de 
indignação utilizado pela campanha abolicionista.” 
Emília Amaral 
 
 
Vocabulário: 
 
Dantesco: que lembra coisas terríveis descritas pelo escritor 
Dante Alighieri no “Inferno” de sua obra Divina Comédia. 
Tombadilho: parte do navio destinada a alojamentos. 
Luzerna: grande luz, clarão. 
Açoite: chicote, vergasta. 
Espectro: fantasma; figura imaterial, real ou 
imaginária, que povoa o pensamento. 
Tufão: vendaval, furacão. 
Mosqueado: que tem malhas ou manchas escuras. 
 
 
 
 21
REVISANDO A LITERATURA 
 
 Agora, responda em seu caderno algumas 
questões sobre o que você aprendeu nesta unidade 
05. 
 
1) Qual o período literário que durou o 
Romantismo? 
 
2) Cite as características do Romantismo? 
 
3) O período romântico dedicado à poesia é 
dividido em três momentos. Quais são estes 
momentos? 
 
4) Cada momento teve seu autor de destaque. 
Quem foram eles? 
 
Muito bem! Confira suas respostas no gabarito, 
no final da apostila. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23
 
 
 
 
 Os textos que você vai ler e analisar, procuram retratar 
através de imagens criadas pela sensibilidade do descritor, 
lugares, pessoas, objetos, os seres em geral. É a atividade 
lingüística da descrição. 
 Descrever é detalhar, individualizar, levando o leitor a sentir, 
a imaginar, a visualizar o objeto descrito. Por isso, o ato de 
descrever baseia-se na percepção, nos cinco sentidos. 
 
 
 
 
 
 O texto que propomos, a seguir apresenta de forma 
belíssima esse processo de criação e construção de imagens 
pela linguagem. Leia-o com atenção. 
 
 
 
 
 
 
Minha terra tem encantos, 
Tem belezas naturais, 
Tem jardins, fluviais recantos 
E riquezas minerais... 
Nas indústrias tem potência; 
Tem igrejas para os fiéis, 
Tem escolas, luz da ciência, 
Nos esportes tem lauréis. 
 
 
Refrão 
 
 
O seu solo é um manancial 
Fonte de riquezas mil, 
TEXTO DESCRITIVO 
Visão – audição – tato – paladar – olfato 
Hino de Votorantim 
Letra e Música: Lecy de Campos 
 24
O seu clima é tropical 
É um pedaço do Brasil, 
E por isso com fervor 
Hei de amar até o fim 
Essa terra de esplendor 
Este meu Votorantim. 
 
 
Sons de máquinas, usinas 
E de águas a rolar, 
Em sussurros de surdinas 
Pelo espaço a reboar; 
São acordes de vitória 
Num arcano musical, 
Proclamando a sua glória 
E pujança sem igual 
 
 
Chaminés que, fumegantes 
Estão sempre a evidenciar 
As indústrias operantes 
Que engrandecem o lugar, 
Onde um povo exuberante 
Que labuta sem cessar, 
Construiu esse gigante 
Portentoso e singular. 
 
Vocabulário: 
Laurel: coroa de louros; láurea, lauréola. 
Manancial: nascente de água; olho-d'água; fonte. 
Reboar: fazer eco; repercutir, retumbar. 
Arcano: segredo, mistério. 
Pujança: grandeza, poderio, magnificência. 
Exuberante: animado, vivo. 
Portentoso: maravilhoso, prodigioso. 
 
 
 
 
 
 25
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O texto que você leu é um hino feito para homenagear a 
cidade. Neste hino, o autor percorre os caminhos de sua memória 
emotiva e expressa toda a sua emoção e sensibilidade ao 
descrever um momento da cidade de Votorantim, em versos que 
nos levam a imaginar e a recriar uma época dessa cidade que 
tanto ele amou. 
 
 
 
 
 
1. No poema predominam aspectos: 
 
a- ( ) narrativos. 
b- ( ) descritivos. 
c- ( ) argumentativos. 
 
 
2. Justifique a questão anterior assinalando a alternativa 
correta. 
 
a- ( ) o poema narra os fatos acontecidos em Votorantim. 
b- ( ) o poema descreve e caracteriza de forma subjetiva 
a cidade de Votorantim. 
 
 
 
LECY DE CAMPOS 
 
 Nascido em Sorocaba (SP), em 11 de outubro de 
1913, Lecy de Campos, autor da letra e da música do 
Hino de Votorantim, viveu neste município desde 1929. 
Faleceu em 1991. 
 O Hino de Votorantim, por ele composto, foi 
oficializado em 28 de junho de 1972, através da lei 
municipal nº 213. 
 A Praça de Eventos leva o seu nome, em 
homenagem a quem soube amar e dignificar esta cidade. 
Atividade II 
 26
 
3. Releia o refrão e identifique o sentimento predominante que 
os versos expressam: 
 
a- ( ) Amor 
b- ( ) Saudade 
c- ( ) Tristeza 
d- ( ) Admiração 
 
 
4. O autor descreve uma época da cidade, como se retratasse 
um momento instantâneo de Votorantim. Essa época refere-
se: 
 
a- ( ) ao passado. 
b- ( ) à atualidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Certamente você gostou do hino. Copie a estrofe que você 
considera a mais bonita, a de maior criatividade e 
inspiração. 
______________________________________________________
______________________________________________________ 
 
 
 
 Descreva a rua onde você mora ou trabalha ou onde passou 
sua infância. Fale das casas, das pessoas, de partes que lhe 
trazem lembranças. Relate algo acontecido ali, alguma cena que 
ficou marcada em você. Lembre-se de como era há alguns anos e 
de como é agora. 
 Enfim, transforme em emoções, o retrato de sua rua. 
Escreva de 15 a 20 linhas. 
 No texto descritivo, o autor procura transmitir ao 
leitor suas impressões sobre o objeto descrito, através de 
imagens captadas pelos sentidos. Para isso, usa muita 
adjetivação e comparações expressivas. 
Redação - Produzindo seu próprio texto 
 2728
 Nesta unidade, estudaremos também os termos integrantes 
da oração: o objeto direto, o objeto indireto, o complemento 
nominal. Sem eles, a informação não fica completa, com sentido. 
 Para podermos entender mais sobre esse assunto, vamos 
ler o trecho a seguir: 
 
 
• O ar do avião é seco. Pingue soro fisiológico nas 
narinas a cada duas horas para evitar que as mucosas 
se ressequem, facilitando a entrada de micróbios. O 
mesmo vale para os olhos (use colírio). 
• Tomar água e outros líquidos deixa o organismo 
sempre hidratado. O recomendado é um copo a cada 
duas horas. Evite bebida alcoólica, que, entre outras 
coisas, contribuem para a desidratação. 
• Se o vizinho de poltrona tosse e espirra o tempo todo, 
não tenha vergonha de usar a máscara cirúrgica. É a 
melhor forma de se proteger de microorganismos 
transmitidos por via aérea. 
• Em vôos longos, é sempre aconselhável fazer 
caminhadas pelo corredor para evitar a formação de 
coágulos nas pernas, que poderão, no futuro, 
provocar problemas mais sérios. 
 
 
Revista Época On line , 17, maio, 1999. 
 
 � Responda em seu caderno � : 
 
 1)Localize no texto os complementos das seguintes formas 
verbais: 
a. pingue ________________________________________________ 
b. tomar _________________________________________________ 
c. evite __________________________________________________ 
 29
d.contribuem ____________________________________________ 
c.proteger (-se) ___________________________________________ 
 
 Os complementos verbais que foram localizados recebem o 
nome de objeto, que pode ser direto ou indireto. 
 Vejamos, então, a sua classificação. 
 
 
 
 É o termo da oração que completa um verbo transitivo direto 
sem o auxílio de uma preposição. Observe: 
 
Pingue soro fisiológico. 
 � � 
 V.T.D Obj. Direto 
 
 Tomar água e outros líquidos. 
 � � 
 V.T.D Obj. Direto 
 
 
 
 
 É o termo da oração que completa um verbo transitivo 
indireto, através de uma preposição. Observe: 
 
 
Contribuem para desidratação. 
 � � � 
 V.T.I (prep.) Obj. Indireto 
 
 
Proteger-se de microorganismos. 
 � � � 
 V. T. I (prep.) Obj. Indireto. 
 
OBJETO DIRETO 
OBJETO INDIRETO 
 30
 
 Como você pode observar os verbos que foram 
completados acima, têm como complementos verbais, objetos 
diretos ou indiretos. 
 
 NÃO SE ESQUEÇA! 
 Principais preposições que acompanham um objeto indireto: 
com, por, ao, de, da, para, em, à, sobre, etc. 
 
 
 
 
 
 
O PRONOME OBLÍQUO NA FUNÇÃO DE OBJETO 
 
 
 Os pronomes oblíquos o, a, os, as são utilizados para 
substituir o objeto direto, enquanto os pronomes oblíquos lhe, 
lhes são utilizados para substituir o objeto indireto. 
 Os outros pronomes oblíquos me, te, se também podem 
exercer a função de objeto. 
 
 
Emprestei o livro. 
 � � 
 V. T. D Obj. Direto 
 
 Emprestei- o. 
 � 
 Obj. Direto 
 
 
 
O assunto interessa ao aluno. 
 � � � 
 Sujeito V. T. I Obj. Indireto 
 
 O assunto interessa-lhe. 
 � 
 Obj. Indireto 
 31
 
 
O texto seguinte trata da divisão do trabalho nas sociedades 
indígenas: 
 
 
 As tarefas ligadas à 
produção dos alimentos, dos 
utensílios e à prestação dos 
serviços são definidas em 
função do sexo. Em 
antropologia, diz-se que, nessas 
sociedades, há uma divisão 
sexual do trabalho (em oposição 
àquelas em que há uma divisão 
social do trabalho, em que 
grupos ou classes sociais 
ocupam posições diferentes no 
processo de produção). Há, 
portanto, tarefas femininas e 
tarefas masculinas. Mesmo 
quando acontece de as atividades masculinas serem mais 
prestigiadas que as femininas, isso não chega a instaurar uma 
desigualdade entre homens e mulheres, pois não chega a haver, 
entre eles, relações de exploração. O que a divisão sexual do 
trabalho expressa é a complementaridade entre homens e 
mulheres no processo de produção. 
 
SILVA, Aracy Lopes da. A questão indígena na sala de aula. São Paulo, Brasiliense, 1987, p. 
153-4. 
 
 
Veja: 
 
 produção dos alimentos 
 dos utensílios 
 
 
COMPLEMENTO NOMINAL 
 32
 � Responda em seu caderno � : 
 2. O substantivo produção exige um complemento? Por 
quê? 
______________________________________________________ 
 
 O termo que completa o sentido do substantivo produção é 
um complemento nominal. O complemento nominal é um termo 
que completa o sentido de um nome e vem ligado a ele por meio 
de uma preposição. 
 
 O complemento nominal completa o sentido de 
substantivos, adjetivos e advérbios. 
 
 
 prep. 
 
 Tenho amor ao trabalho. 
 � � � 
 verbo (nome) complemento nominal 
 
 prep. 
 
Vivo satisfeito com a vida. 
 � � � 
 verbo (adjetivo) complemento nominal 
 
 Estrutura do complemento nominal 
 
 
 1. 
 2. 
 3. 
Substantivo 
Adjetivo 
Advérbio 
 
Preposição 
 
Complemento 
nominal 
 1.Tenho 
 2.Estou 
 3.Votou 
respeito 
contente 
contrariamente 
para com 
com 
ao 
os mais velhos. 
os resultados. 
nosso candidato. 
 
 → LEMBRE-SE: 
 
 O complemento nominal, como o próprio nome indica, está 
completando um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). 
 
 33
 
 
 Responda em seu caderno. � 
1. Classifique as palavras sublinhadas abaixo usando este 
código: 
 
 (D) objeto direto (I) objeto indireto 
 
a- ( ) Não preciso de sua ajuda. 
b- ( ) Vou tentar encontrar os culpados. 
c- ( ) Alguém o viu no teatro. 
d- ( ) Mandei-lhe um recado ontem. 
e- ( ) Vou rasgar este documento. 
 
 
2. Com relação às palavras sublinhadas abaixo, coloque: 
 
(a) para complemento nominal 
(b) para objeto indireto 
 
 
1- ( ) Ele era muito útil à comunidade. 
2- ( ) Ela não respondeu às minhas cartas. 
3. ( ) Nunca lhe pediram satisfações. 
4. ( ) Ela não tem mais confiança em ninguém. 
5. ( ) A notícia agradou ao estudante. 
 
3. Nos exercícios abaixo, assinale a resposta correta para a 
função sintática do termo sublinhado. 
 
 
A) Ela me contou os pormenores da briga. 
 
a- ( ) objeto indiretob- ( ) objeto direto 
c- ( ) complemento nominal 
 
ATIVIDADE III 
 34
B) Agiu favoravelmente ao réu. 
 
a- ( ) objeto direto 
b- ( ) objeto indireto 
c- ( ) complemento nominal 
 
 
 
C) Sempre gostei de seus primos. 
 
a- ( ) objeto direto 
b- ( ) objeto indireto 
c- ( ) complemento nominal 
 
 
 Agora, confira as suas respostas com o gabarito no final desta 
apostila.☺ 
 
PARABÉNS! 
VOCÊ TERMINOU ESTA UNIDADE! 
☺☺☺☺ ☺☺☺☺ ☺☺☺☺ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36
JOAQUIM MANUEL DE MACEDO 
 
 
 
 Na unidade anterior, você teve seus primeiros 
conhecimentos sobre o estilo literário Romantismo. Aprendeu 
sobre suas principais características e alguns autores da poesia. 
 Vale lembrar que foi durante o Romantismo que a prosa 
literária ganhou expressividade. 
 Gradualmente se desenvolviam os centros urbanos, 
principalmente o Rio de Janeiro, e o novo público se formando: 
jovens estudantes, mulheres da corte, aristocratas rurais, 
profissionais liberais, militares, funcionários públicos. 
 Primeiramente surge o folhetim (histórias publicadas em 
capítulos nos jornais diários) que, depois, foi se modificando de 
acordo com as transformações culturais e as novas exigências 
do público. 
 Em 1844, foi publicado o 1º romance brasileiro chamado “ A 
Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo. 
 Joaquim Manuel de Macedo inaugurou entre nós o chamado 
romance urbano, aquele que tem como cenário a cidade grande. 
No caso, o Rio de Janeiro, sede do Império. Essa categoria será 
cultivada por outros escritores do período. 
 Conheçamos um pouco mais sobre o autor: 
 
 
 
 
 
 Nasceu em Itaboraí (RJ). Diplomou-se em Medicina, mas 
nunca exerceu a profissão. Foi professor do Colégio Pedro II, a 
instituição de ensino mais conhecida daquele estado na época. 
Exerceu duas vezes o cargo de deputado, foi também poeta, 
jornalista, historiógrafo, além de professor e escritor de livros 
didáticos. Morreu no Rio de Janeiro, em 1882. 
 Vamos, agora, ler o resumo da obra: 
ROMANTISMO - PROSA 
 37
 
 
 
 
 
 
 José de Alencar, nosso mais importante prosador 
romântico, considerava Macedo “um mestre”. A convivência que 
se iniciou nessa época entre os escritores contribui para a 
formação de uma literatura nacional. 
 
 
 
 
 Falando em José de Alencar, saberemos a seguir, um pouco 
mais sobre este autor. 
 
 
 
 
 O enredo é simples: três estudantes de Medicina – 
Augusto, Filipe e Leopoldo – passam um feriado na casa da avó de 
Filipe, numa ilha. Augusto, que se considerava muito inconstante 
no terreno amoroso, faz uma aposta: se ficasse apaixonado por 
uma mulher durante mais de quinze dias, escreveria um romance 
contando a história dessa paixão. Conhece Carolina (a 
Moreninha), por quem se apaixona. O único obstáculo à união dos 
dois é uma promessa de fidelidade feita por Augusto a uma 
menina que conhecera tempos atrás e cujo paradeiro e 
identidade ignora. No final, ocorre a coincidência que resolve o 
conflito: a tal menina era a própria Moreninha. 
A MORENINHA 
 � Joaquim Manuel de Macedo, além de A Moreninha, 
também escreveu O Moço Loiro (1845), Os dois amores (1848) e 
algumas peças de teatro. 
 
 38
 
 
 
 
 
 
 
JOSÉ DE ALENCAR 
 
 
 
 José Martiniano de Alencar nasceu em Mecejana, Ceará. Era 
filho de uma união ilícita. O pai era padre, abandonou o celibato e 
ingressou na carreira política, mudando-se para o Rio de Janeiro 
onde José de Alencar iniciou seus estudos elementares. Mais 
tarde, foi para São Paulo cursar Direito, porém a maior parte de 
sua vida viveu no Rio de Janeiro. 
 Assim como o pai, José de Alencar ingressou na carreira 
política chegando a ocupar o cargo de Ministro da Justiça (1868 – 
1870). 
 Foi também professor, crítico, advogado, teatrólogo, mas 
principalmente, um grande romancista. 
 Morreu em 1877, vítima de tuberculose. 
 
 
 José de Alencar em suas obras, procurou retratar a vida na 
corte, ambientes urbanos e regionais, o índio, a natureza tropical. 
 Para compreendermos melhor as características indianistas 
de José de Alencar, leremos e analisaremos um fragmento da 
obra, “Iracema”. 
 Iracema, nome da personagem, é anagrama de América e 
símbolo do Brasil. 
 Conhecido também como “lenda do Ceará”, através desta 
história, José de Alencar quis nos fazer conhecer, poeticamente, 
as origens de sua terra natal. 
 
O AUTOR 
 39
 Conheça um pouco da história lendo um trecho da obra, 
quando Iracema conhece Martim. 
 
 
 
Iracema 
 José de Alencar 
 
 Além, muito além daquela serra, que ainda azula no 
horizonte, nasceu Iracema. 
 Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos 
mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de 
palmeira. 
 O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a 
baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. 
 Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o 
sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo da 
grande nação tabajara, o pé grácil e nu, mal roçando alisava 
apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. 
 Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da 
floresta. Banhava–lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca 
do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre 
esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na 
folhagem os pássaros ameigavam o canto. 
 Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a 
virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba–se. 
 Diante dela e todo a contemplá–la, está um guerreiro 
estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. 
Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos 
o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos 
ignotos cobrem–lhe o corpo. 
 Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha 
embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do 
desconhecido. 
 Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu 
para o guerreiro, sentida da mágoa que causara. A mão que 
rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que 
gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida: deu a haste 
ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada. 
 O guerreiro falou: 
TEXTO I 
 40
 — Quebras comigo a flecha da paz? 
 — Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de 
meus irmãos? Donde vieste a estas matas, que nunca viram outro 
guerreiro como tu ? 
 — Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das 
terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os meus. 
 — Bem–vindo seja o estrangeiro aos campos dos 
tabajaras, senhores das aldeias, e à cabana de Araquém, pai de 
Iracema. 
 
 ©2000 Enciclopédia Koogan-HouaisDigital 
 
 
Vocabulário 
 
Iracema (*): em guarani significa “lábios de mel” – de ira, “mel, e 
tembe,” lábios “. Tembe na composição altera-se em ceme; é 
também anagrama da palavra América”. 
Jati (*): pequena abelha que fabrica delicioso mel. 
Ipu (*): assim chamam aindahoje no Ceará a certa qualidade de 
terra muito fértil, que forma grandes coroas ou ilhas no meio dos 
tabuleiros e sertões, e é de preferência procurada para a cultura, 
Tabajara (*): senhor das aldeias; de taba, “aldeia”, e jará, 
“senhor”. 
Oiticica (*): árvore frondosa, apreciada pela deliciosa frescura que 
derrama sua sombra, 
Esparziam (*): espalhavam, derramavam, difundiam. 
Sesta (*): hora que se descansa ou dorme após o almoço. 
Ignotos (*): desconhecidos, ignorados. 
Lesta (*): rápida, ligeira, ágil. 
Uiraçaba (*): pequeno estojo para guardar as flechas. 
Quebrou a flecha (*): era entre os indígenas a maneira simbólica 
de estabelecerem a paz entre as diversas tribos, ou mesmo entre 
dois guerreiros inimigos. 
 
 
 
 
(*) Os verbetes assinalados são do próprio José de Alencar, nas 
notas ao romance Iracema. 
 41
 
 � Responda em seu caderno: 
 
1. Para caracterizar Iracema, José de Alencar utiliza-se dos 
elementos da natureza. Relacione os traços físicos da 2ª 
coluna aos elementos comparativos da 1ª coluna: 
 
(a) asa da graúna 1-( ) comprimento do cabelo 
(b) talhe da palmeira 2-( ) lábios 
(c) favo de jati 3-( ) agilidade 
(d) baunilha 4-( ) sorriso 
(e) de mel 5-( ) cor dos cabelos 
(f ) ema selvagem 6-( ) hálito 
 
 
2. Quando Iracema avista o guerreiro branco pela 1ª vez, ela 
estava 
 
a- ( ) caçando 
b- ( ) tomando banho 
c- ( ) repousando 
 
 
 3. Que fato, no texto, perturba a paz de Iracema e dá início ao 
conflito? 
 
 
 4. Ao deparar-se com Iracema, o guerreiro branco é atingido 
por uma flecha atirada por ela. Por que ele não revidou? 
 
 
 5. O que o guerreiro branco disse à Iracema mostrando ter 
conhecimento de um costume indígena? 
 
 
 
 
ATIVIDADE I 
 42
 6. Iracema, no fragmento lido, 
 
 a-( ) é vista de forma preconceituosa pelo guerreiro branco. 
 b-( ) é idealizada como mulher inacessível. 
 c-( ) é retratada como elemento da natureza com a qual se 
integra. 
 d-( ) é uma índia feroz de maus instintos, mas que o guerreiro 
 branco tenta dominar. 
 e-( ) é retratada objetivamente sem o sentimentalismo do 
escritor. 
 
 
 7. Que raças estão simbolizadas no encontro de Iracema e 
Martim? 
 
 
 8. Assinale as características do Romantismo que podemos 
perceber 
 no fragmento lido: 
 
 a-( ) indianismo 
 b-( ) religiosidade 
 c-( ) idealização do herói 
 d-( ) saudosismo 
 e-( ) exaltação à natureza 
 
 
 
 
 
 43
 Você estudou um fragmento do romance indianista de 
Alencar. Agora, lerá um resumo da obra “Senhora”, romance 
urbano, e verá como o escritor retrata os costumes, os valores e 
os conflitos sociais da sociedade carioca da época. 
 
 
SENHORA 
 “Aurélia Camargo é uma moça pobre e órfã de pai, noiva 
de Fernando Seixas. Seixas é um bom rapaz, porém tem o 
desejo de ascender rapidamente na escala social e, por isso 
troca Aurélia por outra moça de dote mais valioso. Aurélia 
passa a desprezar todos os homens, e eis que, com a morte 
de um avô, torna-se milionária e, por isso, uma das mulheres 
mais cortejadas dos cortes do Rio de Janeiro. Como vingança, 
manda oferecer a Seixas um dote de cem contos, mas sem 
que fosse revelado o nome da noiva, só conhecido no dia do 
casamento. Seixas aceita e se casam; porém na noite de 
núpcias, Aurélia revela-lhe seu desprezo. Seixas cai em si e 
percebe o quanto fora vil em sua ganância. Vivem como 
estranhos na mesma casa durante onze meses, mas 
socialmente formam o “casal perfeito”. Ao longo desse 
período, Seixas trabalha arduamente até conseguir obter a 
quantia que recebera como sinal pelo “acordo”. Devolve os 
cem mil-réis à esposa e se despede dela. Nesse momento, 
porém, Aurélia revela-lhe seu amor. Os dois, agora igualados 
no amor e na honra, podem desfrutar o casamento, que ainda 
não havia se consumado.” 
 Cereja et alli, 1999:97 
 
 
 44
 
 
REVISANDO A LITERATURA 
 
 Agora, responda em seu caderno as questões 
sobre o que você aprendeu nesta unidade 06. 
 
1)Em que período a prosa literária ganhou mais 
expressividade? 
 
2) Qual foi o primeiro romance brasileiro e, em 
que ano foi publicado? 
 
3) José de Alencar, foi o nosso mais importante 
prosador romântico. O que ele retratava em 
suas obras? 
 
4)Qual a principal obra de José de Alencar? E 
 como ficou conhecida esta obra? 
 
Muito bem! Confira suas respostas no 
gabarito, no final da apostila. 
 
 
 
 45
 
 
 
 
 
 
 
 
 46
 Na unidade anterior, você leu e analisou um texto descritivo 
sobre a cidade. Nesta, leremos uma crônica jornalística. 
 
O ciclista audaz 
 Nélida Piñon 
 
 Deixo o hotel apressada. Da calçada observo o movimento 
dos carros. Os ruídos da cidade e a neurose coletiva extenuam-
se. Olho os homens ao volante de seus ridículos carros. Eles 
avançam em direção ao túnel novo, abandonam a luminosidade 
de Copacabana antes de mergulhar no escuro da própria alma. 
 Na rua, três ciclistas emergem do trafégo insensato. Sob 
intrépida direção, suas bicicletas celebram os rituais da vida e da 
velocidade. Presa àquele espetáculo de audácia, sigo-os atenta. 
Aqueles homens, grudados às respectivas, aparentam desprezar 
as regras intransigentes da existência. 
 Um deles atraiu-me a atenção. Vestido de verde, com um 
tecido colado ao corpo, recorda-me um periquito perdido na 
densa e ingrata floresta. Parece-me de longe o mais afoito de 
todos. Sem demonstrar respeito pelos carros, ele arrisca a vida 
com gosto, saliva de puro gozo. Costura em meio ao tráfego 
como sua avó, no passado, decerto cerzira, meticulosa, a meia 
furada do marido. 
 Observo, contudo, que a despeito do seu destemor, do seu 
espírito de aventura, algo lhe falta no corpo, na bicicleta. E o que 
podia ser, se de fato pedala com desenvoltura. É uma seta de 
prata disparada por um arqueiro ansioso. 
 Ao analisar seu corpo, constato ausência da perna direita. 
Para onde terá ido essa perna, excursionando pela terra? 
Fascinada por semelhante desatino, que redime em parte a 
espécie humana, reverencio nele o herói há muito buscado por 
mim. Um herói de pedigree modesto, sem aura trágica, 
conspurcado apenas pelas agruras do cotidiano. E que embora 
seja filhado de uma brasilidade humilhada, não renuncia aos 
prazeres com os quais sonha a cada amanhecer, tão logo 
abandona o seu casebre. Sem dúvida um homem que, na ânsia de 
viver o melhor da sua biografia, enfrenta a morte como se a 
pudesse derrotar. 
 Aflito e exaltado, ele ultrapassa os morros. Persegue a 
própria sombra projetada à frente, e que norteia os seus 
 47
devaneios. Neste esforço de exceder-se, o ciclista como que 
querendo alcançar o mar, instala-se no barco da sua imaginação, 
singra solitário em busca do velocino de ouro. Igual Jasão, herói 
grego, ele demonstra vocação de apreender os mitos que surgem 
sob forma do carros, velocidade, fantasia, o caos de uma cidade. 
Na condição de herói anônimo, cabe-lhe praticar atos miúdos, 
sem conseqüência. Gestos que importam a ele apenas, no seu 
destino sem glória. Desprovido de eloqüência, suas atitudes, 
porém quebram os grilhões da pobreza, do porvir sem água 
corrente, sem conforto, sem as moedas da estabilidade. Ajudam a 
trasladá-lo, por instantes, para o céu, até o reino da visão poética. 
Para que eu jamais o esqueça.’Gazeta do Povo. Curitiba, 5ª feira, 08/08/96 
 
Vocabulário: 
 
Extenuar: enfraquecer, debilitar, gastar. 
Emergir: aparecer, surgir. 
Intrépida: corajosa, firme. 
Audácia: ousadia,atrevimento. 
Intransigente: intolerante, inflexível, rígido. 
Densa: escura,espessa, compacta. 
Afoito: corajoso,ousado. 
Cerzir: costurar. 
Meticulosa: cautelosa, cuidadosa, minuciosa. 
Arqueiro: combatente que luta com arco. 
Desatino: disparate, loucura. 
Reverenciar: acatar, respeitar. 
Aura: zona luminosa em torno de um corpo. 
Conspurcar: mancha, corromper, perverter. 
Agrura: obstáculos, dissabor, amargura, aflição. 
Devaneio: fantasia, sonho. 
Exceder: superar, ultrapassar. 
Singrar: navegar. 
Velocino: pele de carneiro. 
Eloqüência: capacidade de falar e exprimir-se com 
facilidade,comover por meio da palavra. 
Grilhão: corrente que prende, algema. 
Porvir: o futuro. 
Trasladar: transferir, transportar, mudar. 
 48
 
 
 
 
 
 
 Releia o texto integralmente e consulte o vocabulário caso 
você desconheça o significado de alguma palavra ou não consiga 
inferir pelo contexto. (Não é necessário consultar o significado de 
toda palavra desconhecida, a não ser que esse desconhecimento 
esteja dificultando a sua compreensão ou que essa palavra esteja 
repetida várias vezes sendo, portanto, uma palavra-chave). 
 Compreender o significado de palavras, expressões é 
essencial para a construção do sentido global dos textos que 
você lê. As questões 1 e 2 privilegiam esse tipo de conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 Como foi escrito no início, o que você leu foi uma crônica 
jornalística. 
 Na crônica, o autor comenta fatos do cotidiano, procurando 
transmitir esses fatos de modo bastante pessoal, refletindo sobre 
os mesmos através de sua visão de mundo, de seus valores. 
 A autora da crônica, a escritora Nélida Piñon pertence à 
Academia Brasileira de Letras e escreve, regularmente, para 
jornais e revistas de grande circulação. 
 Nesse texto, como você observou, um fato chama a atenção 
da cronista que, através de aspectos predominantemente 
descritivos, procura refletir sobre a realidade, sobre o dia-a-dia 
de nossa gente. 
 
ATIVIDADE II 
 49
 Agora, responda em seu caderno: 
 
1. A cronista descreve um momento de uma cidade. 
 
a) Que cidade está sendo descrita? Como você a 
identificou? 
 
 
b) Que particularidade da cidade ela observa e descreve? 
 
 
c) A que espetáculo de audácia ela se refere? 
 
 
d) Que constatação ela faz ao observar um dos três 
ciclistas? 
 
 
 e) Dê as características físicas e psicológicas do ciclista. 
 
 
 f) Explique o título. 
 
♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 50
 Não só saber o significado das palavras é importante para 
chegarmos à compreensão do que lemos. Também importante é 
conhecer, por exemplo, outros textos a que o autor faz referência, 
outros assuntos, fatos, conceitos, a que o texto remete. É o que 
chamamos de conhecimento do mundo. Ter esse conhecimento é 
essencial para a leitura compreensiva. 
 No texto lido, a cronista faz referência a Jasão, herói grego e 
ao velocino de ouro. (velocino = pele de carneiro). 
 
 
2. Agora, faça a associação dessa história com a descrição do 
ciclista audaz: 
 
a) A quem o ciclista é comparado? 
 
b) Que perigos do trânsito, enfrentados pelo ciclista são 
relacionados aos perigos do mar e aos obstáculos que 
Jasão enfrentou? 
 
c) Jasão é um herói grego, cantado em prosa e em verso. 
E o ciclista, que espécie de herói é? 
 
3. No texto “O ciclista audaz” a intencionalidade é: 
 
a) ( ) descrever as peripécias dos ciclistas. 
b) ( ) descrever a agitação do trânsito. 
c) ( ) refletir sobre o trânsito perigoso, a audácia dos ciclistas e 
associar essas idéias à luta diária de um cidadão comum ao 
enfrentar as adversidades da vida. 
 
Vamos, resumidamente, ler a história de Jasão: 
 
 Diz a mitologia grega que o velocino de ouro estava guardado 
por um dragão. Para recuperar a coroa de seu reino, Jasão tinha 
que ir em busca do velocino de ouro. Jasão saiu, então, em um 
barco, enfrentando os perigos do mar e todos os obstáculos que 
vinham pela frente, em busca da pele de ouro do carneiro. 
 51
4. Coerente com a resposta anterior, assinale o que você 
considera ser o tema do texto. 
 
a) ( ) A agitação do trânsito. 
b) ( ) A busca da felicidade. 
c) ( ) O heroísmo anônimo e cotidiano do cidadão comum. 
 
5. E para você, o que é ser um herói? Comente, justificando a 
sua opinião. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 53
 Na unidade anterior estudamos, os termos integrantes da 
oração, tais como: objeto direto e indireto e outros. 
 Agora, estudaremos os termos acessórios da oração: 
adjunto adverbial, aposto e o termo independente da oração: 
vocativo. 
 
 
 
 
 
 Observe os exemplos abaixo: 
 
 Os convidados chegaram tarde. 
 verbo adjunto adverbial. 
 
 Os alunos saíram da sala. 
 verbo adjunto adverbial 
 
 Compraram as frutas na feira. 
 verbo adjunto adverbial 
 
 
 As palavras destacadas são chamadas de adjunto 
adverbial. 
 
 Saiba que, o adjunto adverbial é o termo da oração que se 
refere ao verbo, ligando-se a ele com ou sem preposição, e tem 
a função de indicar uma determinada circunstância. Veja. 
 
 O adjunto adverbial, quando expresso por um advérbio, 
pode também se referir a adjetivo ou advérbio, como nos 
exemplos a seguir: 
 
 
 Era uma aluna pouco expansiva. 
 adj. adv adjetivo 
 
 
 Falaram muito bem. 
 adj. adv adjetivo 
ADJUNTO ADVERBIAL 
 54
 
 
 
 Existem muitos tipos de advérbios, mas os mais 
comuns são: 
 
1. de tempo (Quando?) 
 
 Hoje, ontem, amanhã, agora, já, antes depois, tarde, 
cedo, logo, outrora sempre, nunca, jamais, etc. e as 
expressões que indiquem tempo. 
 
2. de lugar (Onde?) 
 
 Aqui, lá, cá, debaixo, dentro, fora, longe, perto, além, 
adiante, etc. e as expressões que indiquem lugar. 
 
3. de modo (De que modo?) 
 
 Bem, mal, assim, devagar, depressa, atentamente, 
propositalmente, tranqüilamente, amavelmente, etc. e as 
expressões que indiquem modo. 
 
4. de intensidade (Quanto?) 
 
 Muito, pouco, mais, menos, bastante, demasiado, demais, 
meio, assaz, etc. e as expressões que denotem quantidade ou 
intensidade. 
 
5. de afirmação 
 
 Sim, certamente, realmente, etc. 
 
6. de negação 
 Não 
 
7. de dúvida 
 Talvez, acaso, porventura, provavelmente,etc. 
TIPOS DE ADVÉRBIOS 
ATENÇÃO: 
Os advérbios exercem na 
frase, a função de adjuntos 
adverbiais. 
 55
LOCUÇÕES ADVERBIAIS 
 
 As expressões que indicam circunstâncias de tempo, 
lugar, modo, intensidade, afirmação, negação, dúvida são 
também advérbios (adjuntos adverbiais). 
 
Observe: 
 
1.Os jequitibás cresciam no solo do sertão. 
 
 (Os jequitibás cresciam onde? “no solo do sertão” é umadjunto adverbial de lugar). 
 
2. Ele saiu às oitos da manhã. 
 
 (Ele saiu quando? “às oitos da manhã” é um adjunto 
adverbial de tempo). 
 
 
 
 
Observe os exemplos: 
 
1.João Cardoso, bom velho, era amigo de novidades. 
 
2.Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, é cidade 
populosa. 
 
 A expressão “bom velho” está explicando 
(esclarecendo) um nome anterior João Cardoso. 
APOSTO 
 56
 Assim também “a capital do Rio Grande do Sul” está 
explicando (esclarecendo) o nome anterior. 
 
 As expressões “bom velho e capital do Rio Grande do 
Sul” são apostos. A palavra ou expressão que explica 
(esclarece) um termo, geralmente anterior, chama-se aposto. O 
aposto costuma vir depois de vírgulas ou travessões. 
 
 
 
VOCATIVO 
 
Agora observe as frases: 
 
 Olá! Amigo! Espere, homem! Ora, Antônio ,espere! 
 
 As palavras assinaladas são vocativos. 
 
 Vocativo é a palavra ou expressão que usamos para 
chamar alguém. Há sempre a presença da vírgula separando 
os vocativos. 
 
 
ATIVIDADE III 
 
 
1. Observe os termos em destaque e relacione as colunas. 
 
 
TERMO INDEPENDENTE DA ORAÇÃO 
 57
a) Hortência, a rainha do basquete, dribla os 
preconceitos 
b) “Meu amor que torta divina”! 
(c) Temos confiança em nossos jogadores. 
(d) Você sempre foi muito eficiente. 
(e) Carlos mostrou seu quarto ao amigo. 
 
 2. Nas frases abaixo, escreva a circunstância expressa pelo 
adjunto adverbial sublinhado. 
 
a. “Seis semanas depois, uniram eles seus destinos”. 
 
b. Compraram as frutas na feira. 
 
c. Eles não saíram de casa. 
 
d. Talvez ele faça o exercício corretamente. 
 
3. Nos exercícios abaixo. Assinale a reposta correta para a função 
sintática do termo sublinhado. 
 
 a) Vamos, garotos, entrem na sala de aula! 
 
a) ( ) aposto 
b) ( ) vocativo, 
c) ( ) adjunto adverbial 
 
 b) Pedro II, Imperador do Brasil, morreu no exílio. 
 
a) ( ) vocativo 
b) ( ) aposto 
c) ( ) adjunto adverbial 
1.( ) vocativo 
2.( ) Adjunto adverbial 
3 ( ) Objeto indireto 
4. ( ) Aposto 
5. ( )Complemento 
nominal 
 
 58
c) Alguns homens saíram às pressas do recinto. 
 
a) ( ) adjunto adverbial 
b) ( ) aposto 
c) ( ) vocativo 
 
 
 
PARABÉNS! 
VOCÊ TERMINOU ESTE MÓDULO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 59
 
 
 
ATIVIDADE I 
 
1- Fechar meus olhos minha triste irmã, 
Minha mãe de saudade morreria. 
 
2- c 
 
3- b 
 
4- A dor do peito emudecera ao menos. 
 
5- Ultra-romântica ou byroniana. 
 
 
REVISANDO A LITERATURA 
 
1- 1836 a 1881. 
 
2- Subjetivismo, sentimentalismo, nacionalismo, idealização do 
mundo, da mulher e do herói. 
 
3- 1ª Geração: Nacionalista ou indianista; 
2ª Geração: Ultra-romântica ou byroniana; 
3ª Geração: Condoreira. 
 
4- 1ª Geração: Gonçalves Dias; 
2ª Geração: Álvares de Azevedo; 
3ª Geração: Castro Alves. 
 
 
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO 
ATIVIDADE II 
 
 1-b 
 
 2-b 
 
 3-a 
 
 4-a 
 
 5-pessoal 
GABARITO – MÓDULO 05 
 60
 
ESTUDANDO A NORMA PADRÃO 
 
� Responda em seu caderno: 
1. a) soro fisiológico 
 b) água 
c) bebida alcoólica 
d) para a desidratação 
e) de microorganismo 
 
2. Sim. Para completar o sentido da palavra. 
 
ATIVIDADE III 
1. a) I 
 b) D 
 c) D 
 d) I 
 e) D 
 
2. 1. a 
2. b 
3. b 
4. a 
5. b 
 
3. a) b 
b) c 
c) b 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE I 
 1) 1. b 
 2. e 
 3. f 
 4. c 
 5. a 
 6. d 
 
 2) c 
 
 
3) Um rumor suspeito. 
GABARITO – MÓDULO 06 
 61
 
4) Porque o gesto de Iracema foi rápido. 
 
5) “ – Quebras comigo a flecha da paz?” 
 
6) c 
 
7) Raça Indígena e raça branca. 
 
8) a – c – e 
 
 
REVISANDO A LITERATURA 
 
1) No período do Romantismo. 
 
2) Em 1844, “A moreninha”. 
 
3) A cidade grande, no caso, o Rio de Janeiro, sede do Império. 
 
4) “Iracema”, conhecida como lenda do Ceará. 
 
 
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO 
 
Atividade II 
 
1) a) Rio de Janeiro, Copacabana. 
 b) Os ruídos e a neurose coletiva. 
 c) Suas bicicletas celebram os rituais da vida e da velocidade. 
 d) Condição de herói anônimo, cabe-lhe praticar atos miúdos sem 
conseqüências. 
 e) vestido de verde, com um tecido colado ao corpo, ele arrisca a vida com 
gosto 
 de saliva de puro gozo. 
 f) um ciclista que enfrentava a morte como se a pudesse derrotar. 
 
2) a) a Jasão. 
 b) herói, ele demonstrava vocação de apreender os mitos que surgem sob 
forma de carros, velocidade, fantasia, o caos de uma cidade. 
c) herói anônimo. 
3) c 
 
4) c 
 
5) resposta pessoal. 
 
 62
 
ESTUDANDO A NORMA PADRÃO 
 
Atividade III 
 
1) a) 4 
 b) 1 
 c) 5 
 d) 2 
 e) 3 
 
2) a) tempo 
 b) lugar 
 c) negação 
 d) dúvida - modo 
 
3) a) b - vocativo 
 b) b - aposto 
 c) a - adjunto adverbial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 63
 
 
Para você pensar ... 
 
 
 " O Sucesso 
 
 
significa nunca parar, 
 
ou seja, sempre ir 
 
em busca de algo mais ." 
 
 
 
 
EQUIPE DE PORTUGUÊS / CEESVO 
 
CRISTIANE - ILZA - IVÂNIA - SANDRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 64
BIBLIOGRAFIA 
 
 
 
� Proposta Curricular para o Ensino de Português - Ensino 
Médio - Secretaria de Estado da Educação - Coordenadoria de 
Estudos e Normas Pedagógicas - São Paulo - 2. Ed. - 1992. 
 
� Parâmetros Curriculares Nacionais - Português e Apresentação 
dos Temas Transversais - Ministério da Educação e do 
Desporto - Secretaria da Educação - Brasília - 1997. 
 
 
 
ABDALA JÚNIOR, Benjamim; CAPEDELLI, Samira Youssef. 
Tempos 
 da literatura brasileira. São Paulo, Ática, 1985. 
 
ALMANAQUE ABRIL. CD ROM, 8. ed. 2000. 
 
Apostila de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. 
Educação de 
 Jovens e Adultos. Maringá, CEEBJA, 2001. 
 
CINTRA, Lindley; CUNHA, Celso Ferreira da. Nova 
Gramática do 
 português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro, Nova 
 Fronteira, 1985. 
 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário 
da 
 língua portuguesa. Rio de Janeiro. 
 
JORNAIS: Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, Cruzeiro do 
Sul. 
 
KURY, Adriano da Gama. Lições de análise sintática. 3. ed. 
Rio 
 de Janeiro, Fundo de Cultura, 1984. 
 
 65
LEITE, Lígia Moraes. O foco narrativo. 4. ed. São Paulo. 
Ática, 
 1989. 
 
MACEDO, José Armando. A redação do vestibular. São 
Paulo, 
 Moderna, 1977. 
 
 
 
 
MAIA, João Domingues. Língua, literatura e redação. 2. ed. 
São 
 Paulo, Ática, 2002. 
 
NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática contemporânea 
da 
 língua portuguesa. 11. ed. São Paulo, Scipione, 1993. 
 
ROCCO, Maria Thereza Fraga. A redação novestibular. 
São 
 Paulo, Mestre Jou, 1981. 
 
SOARES, Magda; CAMPOS, Edson Nascimento. Técnica 
de 
 redação. Rio de Janeiro, ao Livro Técnico, 1979. 
 
TELECURSO 2000, Língua Portuguesa, Ensino Médio. 2 
ed. 
 São Paulo, Editora Globo. 
 
TERRA, Ermani. Curso Prático de Gramática. 2. Ed. São 
Paulo, 
 Scipione, 1991. 
 
_________. & NICOLA, José de. Guia prático de ortografia. 
São 
 Paulo, Scipione, 1995. 
 
 
 66
 
esta apostila foi elaborada pela 
equipe de português do CCCCEESVOEESVOEESVOEESVO 
centro estadual de educação supletiva 
de votorantim 
 
 
 professorasprofessorasprofessorasprofessoras: cristiane albiero 
 ilza ribeiro da silva 
 ivânia valente miranda 
 sandra mara romano 
 
coordenaçãocoordenaçãocoordenaçãocoordenação : neiva aparecida ferraz nunes 
 
 
 
 votorantim, agosto/ 2002. 
 
 
 
ObservaçãoObservaçãoObservaçãoObservação 
 
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