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SIMULADO Literatura para ENEM

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1) 
2) 
Literatura para ENEM 2022
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2kdtt
Ordenação: Por Matéria
www.tecconcursos.com.br/questoes/1679790
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Digital/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Linguagem, língua e fala. Estética literária.
Caso pluvioso
 
A chuva me irritava. Até que um dia
descobri que maria é que chovia.
 
A chuva era maria. E cada pingo
de maria ensopava o meu domingo.
 
E meus ossos molhando, me deixava
como terra que a chuva lavra e lava.
 
E eu era todo barro, sem verdura...
maria, chuvosíssima criatura!
 
Ela chovia em mim, em cada gesto,
pensamento, desejo, sono, e o resto.
 
Era chuva fininha e chuva grossa,
Matinal e noturna, ativa... Nossa!
 
ANDRADE, C. D. Viola de bolso. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1952 (fragmento).
 
Considerando-se a exploração das palavras “maria” e “chuvosíssima” no poema, conclui-se que tal
recurso expressivo é um(a)
a) registro social típico de variedades regionais.
b) variante particular presente na oralidade.
c) inovação lexical singularizante da linguagem literária.
d) marca de informalidade característica do texto literário.
e) traço linguístico exclusivo da linguagem poética.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1154686
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Linguagem, língua e fala. Estética literária.
Toca a sirene na fábrica,
e o apito como um chicote
bate na manhã nascente
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2kdtt
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1679790
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1154686
3) 
e bate na tua cama
no sono da madrugada.
Ternuras da áspera lona
pelo corpo adolescente.
É o trabalho que te chama.
Às pressas tomas o banho,
tomas teu café com pão,
tomas teu lugar no bote
no cais do Capibaribe.
Deixas chorando na esteira
teu filho de mãe solteira.
Levas ao lado a marmita,
contendo a mesma ração
do meio de todo o dia,
a carne-seca e o feijão.
De tudo quanto ele pede
dás só bom-dia ao patrão,
e recomeças a luta
na engrenagem da fiação.
 
MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.
 
Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e pronominais
a) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático.
b) auxilia na caracterização física do personagem principal.
c) acrescenta informações modificadoras às ações dos personagens.
d) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do texto.
e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos referentes.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1154669
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Linguagem, língua e fala. Estética literária.
 Uma ouriça
 
Se o de longe esboça lhe chegar perto,
se fecha (convexo integral de esfera),
se eriça (bélica e multiespinhenta):
e, esfera e espinho, se ouriça à espera.
Mas não passiva (como ouriço na loca);
nem só defensiva (como se eriça o gato);
sim agressiva (como jamais o ouriço),
do agressivo capaz de bote, de salto
(não do salto para trás, como o gato):
daquele capaz de salto para o assalto.
 
Se o de longe lhe chega em (de longe),
de esfera aos espinhos, ela se desouriça.
Reconverte: o metal hermético e armado
na carne de antes (côncava e propícia),
e as molas felinas (para o assalto),
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1154669
4) 
nas molas em espiral (para o abraço).
 
MELO NETO, J. C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1997.
 
Com apuro formal, o poema tece um conjunto semântico que metaforiza a atitude feminina de
a) tenacidade transformada em brandura.
b) obstinação traduzida em isolamento.
c) inércia provocada pelo desejo platônico.
d) irreverência cultivada de forma cautelosa.
e) desconfiança consumada pela intolerância.
www.tecconcursos.com.br/questoes/932537
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2018
Literatura Brasileira e Estrangeira - Linguagem, língua e fala. Estética literária.
“Acuenda o Pajubá”: conheça o “dialeto secreto” utilizado por gays e travestis
 
Com origem no iorubá, linguagem foi adotada por travestis e ganhou a comunidade
 
"Nhaí, amapô! Não faça a loka e pague meu acué deixe de equê se não eu puxo teu picumã!” Entendeu
as palavras dessa frase? Se sim, é porque você manja alguma coisa de pajubá, o “dialeto secreto” dos
gays e travestis.
 
Adepto do uso das expressões, mesmo nos ambientes mais formais, um advogado afirma: "É claro que
eu não vou falar durante uma audiência ou numa reunião, mas na firma, com meus colegas de trabalho,
eu falo de 'acué' o tempo inteiro”, brinca. “A gente tem que ter cuidado de falar outras palavras porque
hoje o pessoal já entende, né? Tá na internet, tem até dicionário...”, comenta.
 
O dicionário a que ele se refere é o Aurélia, a dicionária da língua afiada, lançado no ano de 2006 e 
escrito pelo jornalista Angelo Vip e por Fred Libi. Na obra, há mais de 1 300 verbetes revelando o
significado das palavras do pajubá.
 
Não se sabe ao certo quando essa linguagem surgiu, mas sabe-se que há claramente uma relação entre
o pajubá e a cultura africana, numa costura iniciada ainda na época do Brasil colonial.
 
Disponível em: www.midiamax.com.br. Acesso em: 4 abr.2017 (adaptado).
 
Da perspectiva do usuário, o pajubá ganha status de dialeto, caracterizando-se como elemento de
patrimônio linguístico, especialmente por
a) ter mais de mil palavras conhecidas.
b) ter palavras diferentes de uma linguagem secreta.
c) ser consolidado por objetos formais de registro.
d) ser utilizado por advogados em situações formais.
e) ser comum em conversas no ambiente de trabalho.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/932537
5) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/940595
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2017
Literatura Brasileira e Estrangeira - Linguagem, língua e fala. Estética literária.
Tenho visto criaturas que trabalham demais e não progridem. Conheço indivíduos preguiçosos que
têm faro: quando a ocasião chega, desenroscam-se, abrem a boca e engolem tudo.
 
Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primeiras tentativas e obriguei a fortuna a ser-me favorável nas
seguintes.
 
Depois da morte do Mendonça, derrubei a cerca, naturalmente, e levei-a para além do ponto em que
estava no tempo de Salustiano Padilha. Houve reclamações.
 
— Minhas senhoras, Seu Mendonça pintou o diabo enquanto viveu. Mas agora é isto. E quem não gostar,
paciência, vá à justiça.
 
Como a justiça era cara, não foram à justiça. E eu, o caminho aplainado, invadi a terra do Fidélis,
paralítico de um braço, e a dos Gama, que pandegavam no Recife, estudando direito. Respeitei o
engenho do Dr. Magalhães, juiz.
 
Violências miúdas passaram despercebidas. As questões mais sérias foram ganhas no foro, graças às
chicanas de João Nogueira.
 
Efetuei transações arriscadas, endividei-me, importei maquinismos e não prestei atenção aos que me
censuravam por querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a pomicultura e a avicultura. Para levar
os meus produtos ao mercado, comecei uma estrada de rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela
dois artigos, chamou-me patriota, citou Ford e Delmiro Gouveia. Costa Brito também publicou uma nota
na Gazeta, elogiando-me e elogiando o chefe político local. Em consequência mordeu-me cem mil réis.
 
RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1990.
 
O trecho, de São Bernardo, apresenta um relato de Paulo Honório, narrador-personagem, sobre a
expansão de suas terras. De acordo com esse relato, o processo de prosperidade que o beneficiou
evidencia que ele
a) revela-se um empreendedor capitalista pragmático que busca o êxito em suas realizações a
qualquer custo, ignorando princípios éticos e valores humanitários.
b) procura adequar sua atividade produtiva e função de empresário às regras do Estado democrático
de direito, ajustando o interesse pessoal ao bem da sociedade.
c) relata aos seus interlocutores fatos que lhe ocorreram em um passado distante, e enumera ações
que põem emevidência as suas muitas virtudes de homem do campo.
d) demonstra ser um homem honrado, patriota e audacioso, atributos ressaltados pela realização de
ações que se ajustam ao princípio de que os fins justificam os meios.
e) amplia o seu patrimônio graças ao esforço pessoal, contando com a sorte e a capacidade de
iniciativa, sendo um exemplo de empreendedor com responsabilidade social.
 
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/940595
6) 
7) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/1277438
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2016
Literatura Brasileira e Estrangeira - Linguagem, língua e fala. Estética literária.
Querido diário
Hoje topei com alguns conhecidos meus
Me dão bom-dia, cheios de carinho
Dizem para eu ter muita luz, ficar com Deus
Eles têm pena de eu viver sozinho
[...]
Hoje o inimigo veio me espreitar
Armou tocaia lá na curva do rio
Trouxe um porrete a mó de me quebrar
Mas eu não quebro porque sou macio, viu
HOLANDA, C. B. Chico. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2013 (fragmento).
 
Uma característica do gênero diário que aparece na letra da canção de Chico Buarque é o(a)
a) diálogo com interlocutores próximos.
b) recorrência de verbos no infinitivo.
c) predominância de tom poético.
d) uso de rimas na composição.
e) narrativa autorreflexiva.
www.tecconcursos.com.br/questoes/969078
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2015
Literatura Brasileira e Estrangeira - Linguagem, língua e fala. Estética literária.
Ai se sêsse
 
Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém se acontecesse
De São Pedro não abrisse
A porta do céu e fosse
Te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse
Pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1277438
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/969078
8) 
Tarvês que nois dois caísse
E o céu furado arriasse
E as virgi toda fugisse
 
ZÉ DA LUZ. Cordel do Fogo Encantado. Recife: Álbum de estúdio, 2001.
 
O poema foi construído com formas do português não padrão, tais como "juntim", "nois", "tarvês". Essas
formas legitimam-se na construção do texto, pois
a) revelam o bom humor do eu lírico do poema.
b) estão presentes na língua e na identidade popular.
c) revelam as escolhas de um poeta não escolarizado.
d) tornam a leitura fácil de entender para a maioria dos brasileiros.
e) compõem um conjunto de estruturas linguísticas inovadoras.
www.tecconcursos.com.br/questoes/969105
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2015
Literatura Brasileira e Estrangeira - Linguagem, língua e fala. Estética literária.
— Não, mãe. Perde a graça. Este ano, a senhora vai ver. Compro um barato.
 
— Barato? Admito que você compre uma lembrancinha barata, mas não diga isso a sua mãe. É fazer
pouco-caso de mim.
 
— Ih, mãe, a senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o melhor que tem, é um barato!
 
— Deixe eu escolher, deixe ...
 
— Mãe é ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu no Natal!
 
— Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua mãe lhe deu um blazer furado?
 
— Viu? Não sabe nem o que é furado? Aquela cor já era, mãe, já era!
 
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998.
 
O modo como o filho qualifica os presentes é incompreendido pela mãe, e essas escolhas lexicais
revelam diferenças entre os interlocutores, que estão relacionadas
a) à linguagem infantilizada.
b) ao grau de escolaridade.
c) à dicotomia de gêneros.
d) às especificidades de cada faixa etária.
e) à quebra de regras da hierarquia familiar.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/969105
9) 
10) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/1187159
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2012
Literatura Brasileira e Estrangeira - Linguagem, língua e fala. Estética literária.
Era uma vez
 
Um rei leão que não era rei.
Um pato que não fazia quá-quá.
Um cão que não latia.
Um peixe que não nadava. 
Um pássaro que não voava.
Um tigre que não comia.
Um gato que não miava.
Um homem que não pensava...
E, enfim, era uma natureza sem nada.
Acabada.
Depredada.
Pelo homem que não pensava.
 
Laura Araújo Cunha CUNHA,
 
L. A. In: KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2011.
 
São as relações entre os elementos e as partes do texto que promovem o desenvolvimento das ideias.
No poema, a estratégia linguística que contribui para esse desenvolvimento, estabelecendo a
continuidade do texto, é a
a) escolha de palavras de diferentes campos semânticos.
b) negação contundente das ações praticadas pelo homem.
c) intertextualidade com o gênero textual fábula infantil.
d) repetição de estrutura sintática com novas informações.
e) utilização de ponto final entre termos de uma mesma oração.
www.tecconcursos.com.br/questoes/959018
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2011
Literatura Brasileira e Estrangeira - Linguagem, língua e fala. Estética literária.
Guardar
 
Guardar uma coisa não é escondê-Ia ou trancá-Ia.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-Ia, fitá-la, mirá-Ia por
admirá-Ia, isto é, iIuminá-Ia ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro
Do que um pássaro sem voos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1187159
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/959018
11) 
12) 
Para guardá-Io:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
 
MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
 
A memória e um importante recurso do patrimônio cultural de uma nação. Ela está presente nas
lembranças do passado e no acervo cultural de um povo. Ao tratar o fazer poético como uma das
maneiras de se guardar o que se quer, o texto
a) ressalta a importância dos estudos históricos para a construção da memória social de um povo.
b) valoriza as lembranças individuais em detrimento das narrativas populares ou coletivas.
c) reforça a capacidade da literatura em promover a subjetividade e os valores humanos.
d) destaca a importância de reservar o texto literário àqueles que possuem maior repertório cultural.
e) revela a superioridade da escrita poética como forma ideal de preservação da memória cultural.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1679789
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2020
Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
Montaigne deu o nome para um novo gênero literário; foi dos primeiros a instituir na literatura
moderna um espaço privado, o espaço do “eu”, do texto íntimo. Ele cria um novo processo de escrita
filosófica, no qual hesitações, autocríticas, correções entram no próprio texto.
 
COELHO, M. Montaigne. São Paulo: Publifolha, 2001 (adaptado).
 
O novo gênero de escrita aludido no texto é o(a)
a) confissão, que relata experiências de transformação.
b) ensaio, que expõe concepções subjetivas de um tema.
c) carta, que comunica informações para um conhecido.
d) meditação, que propõe preparações para o conhecimento.
e) diálogo, que discute assuntos com diferentes interlocutores.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1154898
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
Essa lua enlutada, esse desassossego
A convulsão de dentro, ilharga
Dentro da solidão, corpo morrendo
Tudo isso te devo. E eram tão vastas
As coisasplanejadas, navios,
Muralhas de marfim, palavras largas
Consentimento sempre. E seria dezembro.
Um cavalo de jade sob as águas
Dupla transparência, fio suspenso
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1679789
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1154898
13) 
Todas essas coisas na ponta dos teus dedos
E tudo se desfez no pórtico do tempo
Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro
Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo
 
Também isso te devo.
 
HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão.
São Paulo: Cia. das Letras, 2018.
 
No poema, o eu lírico faz um inventário de estados passados espelhados no presente. Nesse processo,
aflora o
a) cuidado em apagar da memória os restos do amor.
b) amadurecimento revestido de ironia e desapego.
c) mosaico de alegrias formado seletivamente.
d) desejo reprimido convertido em delírio.
e) arrependimento dos erros cometidos.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1154927
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
 A viagem
 
Que coisas devo levar
nesta viagem em que partes?
As cartas de navegação só servem
a quem fica.
Com que mapas desvendar
um continente
que falta?
Estrangeira do teu corpo
tão comum
quantas línguas aprender
para calar-me?
Também quem fica
procura
um oriente.
Também
a quem fica
cabe uma paisagem nova
e a travessia insone do desconhecido
e a alegria difícil da descoberta.
O que levas do que fica,
o que, do que levas, retiro?
 
MARQUES, A. M. In: SANT’ANNA, A. (Org.). Rua Aribau.
Porto Alegre: Tag, 2018.
 
A viagem e a ausência remetem a um repertório poético tradicional. No poema, a voz lírica dialoga com
essa tradição, repercutindo a
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1154927
14) 
15) 
a) saudade como experiência de apatia.
b) presença da fragmentação da identidade.
c) negação do desejo como expressão de culpa.
d) persistência da memória na valorização do passado.
e) revelação de rumos projetada pela vivência da solidão.
www.tecconcursos.com.br/questoes/1154706
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2019
Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.
 
2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.
 
3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o
movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
 
4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da
velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a
serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais bonito
que a Vitória de Samotrácia.
 
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra,
lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
 
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico
fervor dos elementos primordiais.
 
MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas
europeias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.
 
O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a
a) composição estática.
b) inovação tecnológica.
c) suspensão do tempo.
d) retomada do helenismo.
e) manutenção das tradições.
www.tecconcursos.com.br/questoes/932576
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2018
Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
Somente uns tufos secos de capim empedrados crescem na silenciosa baixada que se perde de
vista. Somente uma árvore, grande e esgalhada mas com pouquíssimas folhas, abre-se em farrapos de
sombra. Único ser nas cercanias, a mulher é magra, ossuda, seu rosto está lanhado de vento. Não se vê
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1154706
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/932576
16) 
o cabelo, coberto por um pano desidratado. Mas seus olhos, a boca, a pele – tudo é de uma aridez
sufocante. Ela está de pé. A seu lado está uma pedra. O sol explode.
 
Ela estava de pé no fim do mundo. Como se andasse para aquela baixada largando para trás suas
noções de si mesma. Não tem retratos na memória. Desapossada e despojada, não se abate em
autoacusações e remorsos. Vive.
 
Sua sombra somente é que lhe faz companhia. Sua sombra, que se derrama em traços grossos na areia,
é que adoça como um gesto a claridade esquelética. A mulher esvaziada emudece, se dessangra, se
cristaliza, se mineraliza. Já é quase de pedra como a pedra a seu lado. Mas os traços de sua sombra
caminham e, tornando-se mais longos e finos, esticam-se para os farrapos de sombra da ossatura da
árvore, com os quais se enlaçam.
 
FRÓES, L. Vertigens: obra reunida. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
 
Na apresentação da paisagem e da personagem, o narrador estabelece uma correlação de sentidos em
que esses elementos se entrelaçam. Nesse processo, a condição humana configura-se
a) amalgamada pelo processo comum de desertificação e de solidão.
b) fortalecida pela adversidade extensiva à terra e aos seres vivos.
c) redimensionada pela intensidade da luz e da exuberância local.
d) imersa num drama existencial de identidade e de origem.
e) imobilizada pela escassez e pela opressão do ambiente.
www.tecconcursos.com.br/questoes/932533
INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2018
Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
A Casa de Vidro
 
Houve protestos.
 
Deram uma bola a cada criança e tempo para brincar. Elas aprenderam malabarismos incríveis e algumas
viajavam pelo mundo exibindo sua alegre habilidade. (O problema é que muitos, a maioria, não tinham
jeito e eram feios de noite, assustadores. Seria melhor prender essa gente – havia quem dissesse.)
 
Houve protestos.
 
Aumentaram o preço da carne, liberaram os preços dos cereais e abriram crédito a juros baixos para o
agricultor. O dinheiro que sobrasse, bem, digamos, ora o dinheiro que sobrasse!
 
Houve protestos.
 
Diminuíram os salários (infelizmente aumentou o número de assaltos) porque precisamos combater a
inflação e, como se sabe, quando os salários estão acima do índice de produtividade eles se tornam
altamente inflacionários, de modo que.
 
Houve protestos.
 
Proibiram os protestos.
 
E no lugar dos protestos nasceu o ódio. Então surgiu a Casa de Vidro, para acabar com aquele ódio.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/932533
17) 
 
ÂNGELO, I. A casa de vidro. São Paulo: Círculo do Livro, 1985.
 
Publicado em 1979, o texto compartilha com outras obras da literatura brasileira escritas no período as
marcas do contexto em que foi produzido, como a
a) referência à censura e à opressão para alegorizar a falta de liberdade de expressão característica
da época.
b) valorização de situações do cotidiano para atenuar os sentimentos de revolta em relação ao
governo instituído.
c) utilização de metáforas e ironias para expressar um olhar crítico em relação à situação social e
política do país.
d) tendência realista para documentar com verossimilhança o drama da população brasileira durante
o Regime Militar.
e) sobreposição das manifestações populares pelo discurso oficial para destacar o autoritarismo do 
momento histórico.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
o que será que ela quer
essa mulher de vermelho
alguma coisa ela quer
pra ter posto esse vestido
não pode ser apenas
uma escolha casual
podia ser um amarelo
verde ou talvez azul
mas ela escolheu vermelho
ela sabe o que ela quer
e ela escolheu vestido
e ela é uma mulher
então com base nesses fatos
eu já posso afirmar 
que conheço o seu desejo
caro watson, elementar:
o que ela quer sou euzinho
sou euzinho o que ela quer
só pode ser euzinho
o que mais podia ser
 
FREITAS, A. Um útero é do tamanho de um punho. São Paulo:Cosac Naify,2013.
 
No processo de elaboração do poema, a autora confere ao eu lírico uma identidade que aqui representa
a
a) hipocrisia do discurso alicerçado sobre o senso comum.
b) mudança de paradigmas de imagem atribuídos à mulher.
c) tentativa de estabelecer preceitos da psicologia feminina.
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18) 
19) 
d) importância da correlação entre ações e efeitos causados.
e) valorização da sensibilidade como característica de gênero.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia uma volta
atrás de casa.
 
Passou um homem e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada.
 
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de casa.
 
Era uma enseada.
 
Acho que o nome empobreceu a imagem.
 
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Best Seller,2008.
 
O sujeito poético questiona o uso do vocábulo “enseada” porque a
a) terminologia mencionada é incorreta.
b) nomeação minimiza a percepção subjetiva.
c) palavra é aplicada a outro espaço geográfico.
d) designação atribuída ao termo é desconhecida.
e) definição modifica o significado do termo no dicionário.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
Contranarciso
 
em mim
eu vejo o outro
e outro
enfim dezenas
trens passando
vagões cheios de gente
centenas
 
o outro
que há em mim
é você
você
e você
 
assim como
eu estou em você
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20) 
eu estou nele
em nós
e só quando
estamos em nós
estamos em paz
mesmo que estejamos a sós
 
LEMINSKI,P. Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.
 
 
A busca pela identidade constitui uma faceta da tradição literária, redimensionada pelo olhar
contemporâneo. No poema, essa nova dimensão revela a
a) ausência de traços identitários.
b) angústia com a solidão em público.
c) valorização da descoberta do “eu” autêntico.
d) percepção da empatia como fator de autoconhecimento.
e) impossibilidade de vivenciar experiências de pertencimento.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
Zé Araújo começou a cantar num tom triste, dizendo aos curiosos que começaram a chegar que uma
mulher tinha se ajoelhado aos pés da santa cruz e jurado em nome de Jesus um grande amor, mas jurou
e não cumpriu, fingiu e me enganou, pra mim você mentiu, pra Deus você pecou, o coração tem razões
que a própria razão desconhece, faz promessas e juras, depois esquece.
 
O caboclo estava triste e inspirado. Depois dessa canção que arrepiou os cabelos da Neusa, emendou
com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena. Era a
história de uma boneca encantadora vista numa vitrine de cristal sobre o soberbo pedestal. Zé Araújo
fechava os olhos e soltava a voz:
 
Seus cabelos tinham a cor/ Do sol a irradiar/ Fulvos raios de amor./ Seus olhos eram circúnvagos/ Do
romantismo azul dos lagos/ Mãos liriais, uns braços divinais,/ Um corpo alvo sem par/ E os pés muito
pequenos./ Enfim eu vi nesta boneca/ Uma perfeita Vênus.
 
CASTRO, N. L. As pelejas de Ojuara: o homem que desafiou o diabo.
São Paulo: Arx, 2006 (adaptado).
 
O comentário do narrador do romance “[...] emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de
palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena” relaciona-se ao fato de que essa valsa é
representativa de uma variedade linguística
a) detentora de grande prestígio social.
b) específica da modalidade oral da língua.
c) previsível para o contexto social da narrativa.
d) constituída de construções sintáticas complexas.
e) valorizadora do conteúdo em detrimento da forma.
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21) 
22) 
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
Os que fiam e tecem unem e ordenam materiais dispersos que, de outro modo, seriam vãos ou
quase. Pertencem à mesma linhagem FIANDEIRA CARNEIRO FUSO LÃ dos geômetras, estabelecem leis e
pontos de união para o desuno. Antes do fuso, da roca, do tear, das invenções destinadas a estender LÃ
LINHO CASULO ALGODÃO LÃ os fios e cruzá-los, o algodão, a seda, era como se ainda estivessem
TECEDEIRA URDIDURA TEAR LÃ imersos no limbo, nas trevas do informe. É o apelo à ordem que os traz
à claridade, transforma-os em obras, portanto em objetos humanos, iluminados pelo espírito do homem.
Não é por ser-nos úteis LÃ TRAMA CROCHÊ DESENHO LÃ que o burel ou o linho representam uma vitória
do nosso engenho; TAPECEIRA BASTIDOR ROCA LÃ sim por serem tecidos, por cantar neles uma ordem,
o sereno, o firme e rigoroso enlace da urdidura, das linhas enredadas. Assim é que LÃ COSER AGULHA
CAPUCHO LÃ que suas expressões mais nobres são aquelas em que, com ainda maior disciplina, floresce
o ornamento: no crochê, no tapete, FIANDEIRA CARNEIRO FUSO LÃ no brocado. Então, é como se por
uma espécie de alquimia, de álgebra, de mágica, algodoais e carneiros, casulos, LÃ TRAMA CASULO
CAPUCHO LÃ campos de linho, novamente surgissem, com uma vida menos rebelde, porém mais
perdurável.
 
LINS, O. Nove, novena: narrativas. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
 
No trecho, retirado do conto Retábulo de Santa Joana Carolina, de Osman Lins, a fim de expressar uma
ideia relativa à literatura, o autor emprega um procedimento singular de escrita, que consiste em
a) entremear o texto com termos destacados que se referem ao universo do tecer e remetem
visualmente à estrutura de uma trama, tecida com fios que retornam periodicamente, para aludir ao
trabalho do escritor.
b) entrecortar a progressão do texto com termos destacados, sem relação com o contexto, que
tornam evidente a desordem como princípio maior da sua proposta literária.
c) insinuar, pela disposição de termos destacados, dos quais um forma uma coluna central no corpo
do texto, que a atividade de escrever remete à arte ornamental do escultor.
d) dissertar à maneira de um cientista sobre os fenômenos da natureza, recriminando-a por estar
perpetuamente em desordem e não criar concatenação entre eles.
e) confrontar, por meio dos termos destacados, o ato de escrever à atividade dos cientistas
modernos e dos alquimistas antigos, mostrando que esta é muito superior à do escritor.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
TEXTO I
 
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1192526
23) 
SEVERINI, G. A hieroglífica dinâmica do Bal Tabarin. Óleo sobre
tela, 161,6 x 156,2 cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, 1912.
 
Disponível em: www.moma.org. Acesso em: 18 maio 2013.
 
TEXTO II
 
A existência dos homens criadores modernos é muito mais condensada e mais complicada do que a das
pessoas dos séculos precedentes. A coisa representada, por imagem, fica menos fixa, o objeto em si
mesmo se expõe menos do que antes. Uma paisagem rasgada por um automóvel, ou por um trem,
perde em valor descritivo, mas ganha em valor sintético. O homem moderno registra cem vezes mais
impressões do que o artista do século XVIII.
 
LEGÉR, F. Funções da pintura. São Paulo: Nobel, 1989.
 
A vanguarda europeia, evidenciada pela obra e pelo texto, expressa os ideais e a estética do
a) Cubismo, que questionava o uso da perspectiva por meio da fragmentação geométrica.
b) Expressionismo alemão, que criticava a arte acadêmica, usando a deformação das figuras.
c) Dadaísmo, que rejeitava a instituição artística, propondo a antiarte.
d) Futurismo, que propunha uma nova estética, baseadanos valores da vida moderna.
e) Neoplasticismo, que buscava o equilíbrio plástico, com utilização da direção horizontal e vertical.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
Esses chopes dourados
[...]
quando a geração de meu pai
batia na minha
a minha achava que era normal
que a geração de cima
só podia educar a de baixo
batendo
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24) 
quando a minha geração batia na de vocês
ainda não sabia que estava errado
mas a geração de vocês já sabia
e cresceu odiando a geração de cima
aí chegou esta hora
em que todas as gerações já sabem de tudo
e é péssimo
ter pertencido à geração do meio
tendo errado quando apanhou da de cima
e errado quando bateu na de baixo
e sabendo que apesar de amaldiçoados
éramos todos inocentes.
WANDERLEY, J. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva,
2001 (fragmento).
 
Ao expressar uma percepção de atitudes e valores situados na passagem do tempo, o eu lírico manifesta
uma angústia sintetizada na
a) compreensão da efemeridade das convicções antes vistas como sólidas.
b) consciência das imperfeições aceitas na construção do senso comum.
c) revolta das novas gerações contra modelos tradicionais de educação.
d) incerteza da expectativa de mudança por parte das futuras gerações.
e) crueldade atribuída à forma de punição praticada pelos mais velhos.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
Primeira lição
Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, épico, ligeiro.
O gênero lírico compreende o lirismo.
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero e pessoal.
É a linguagem do coração, do amor.
O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os versos sentimentais eram declamados ao
som da lira.
O lirismo pode ser:
a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a morte.
b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.
c) Erótico, quando versa sobre o amor.
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o epitáfio e o epicédio.
 
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25) 
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes.
 
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta.
 
Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado.
Endecha é uma poesia que revela as dores do coração.
 
Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares.
 
Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma pessoa morta.
 
CESAR, A. C. Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
 
No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições apresentadas e o processo de construção
do texto indica que o(a
a) caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica de lirismo.
b) tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de expressão poética.
c) seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da criação artística.
d) enumeração de distintas manifestações líricas produz um efeito de impessoalidade.
e) referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do eu lírico às tradições literárias.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
A literatura de cordel é ainda considerada, por muitos, uma literatura menor. A alma do homem não
é mensurável e — desde que o cordel possa exprimir a história, a ideologia e os sentimentos de qualquer
homem — vai ser sempre o gênero literário preferido de quem procura apreender o espírito nordestino.
Os costumes, a língua, os sonhos, os medos e as alegrias do povo estão no cordel. Na nossa época,
apesar dos jornais e da TV — que poderiam ter feito diminuir o interesse neste tipo de literatura — e da
falta de apoio econômico, o cordel continua vivo no interior e em cenáculos acadêmicos.
 
A literatura de cordel, as xilogravuras e o repente não foram apenas um divertimento do povo. Cordéis e
cantorias foram o professor que ensinava as primeiras letras e o médico que falava para inculcar
comportamentos sanitários.O cordel e o repente fazem, muitas vezes, de um candidato o ganhador da
banca de deputado. E assim, lendo e ouvindo, foi-se formando a memória coletiva desse povo alegre e
trabalhador, que embora calmo, enfrenta o mar e o sertão com a mesma valentia. 
 
BRICKMANN, L. B. E de repente foi o cordel. Disponível em: http://pt.scribd.com. Acesso em: 29.fev.2012
(fragmento).
 
O gênero textual cordel, também conhecido como folheto, tem origem em relatos orais e constitui uma
forma literária popular no Brasil. A leitura do texto sobre a literatura de cordel permite
a) descrever esse gênero textual exclusivamente como instrumento político.
b) valorizar o povo nordestino, que tem no cordel sua única forma de expressão.
c) ressaltar sua importância e preservar a memória cultural de nosso povo.
d) avaliar o baixo custo econômico dos folhetos expostos em barbantes.
e) informar aos leitores o baixo valor literário desse tipo de produção.
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26) 
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2013
Literatura Brasileira e Estrangeira - Gêneros literários
História da máquina que faz o mundo rodar
 
Cego, aleijado e moleque,
Padre, doutor e soldado,
Inspetor, juiz de direito,
Comandante e delegado,
Tudo, tudo joga o dinheiro
Esperando bom resultado.
 
Matuto, senhor de engenho,
Praciano e mandioqueiro,
Do agreste ao sertão
Todos jogam seu dinheiro
Se um diz que é mentiroso
Outro diz que é verdadeiro.
 
Na opinião do povo
Não tem quem possa mandar
Faça ou não faça a máquina
O povo tem que esperar
Por que quem joga dinheiro
Só espera mesmo é ganhar.
 
Assim é que muitos pensam
Que no abismo não cai
Que quem não for no Juazeiro
Depois de morto ainda vai,
Assim também é crença
Que a dita máquina sai.
 
Quando um diz: ele não faz,
Já outro fica zangado
Dizendo: assim como Cristo
Morreu e foi ressuscitado
Ele também faz a máquina
E seu dinheiro é lucrado.
 
CRUZ, A. F. Disponível em: www.jangadabrasil.org. Acesso em: 5 ago. 2012 (fragmento).
 
No fragmento, as escolhas lexicais remetem às origens geográficas e sociais da literatura de cordel.
 
Exemplifica essa remissão o uso de palavras como
a) cego, aleijado, moleque, soldado, juiz de direito.
b) agreste, sertão, Juazeiro, matuto, senhor de engenho.
c) comandante, delegado, dinheiro, resultado, praciano.
d) mentiroso, verdadeiro, joga, ganhar.
e) morto, crença, zangado, Cristo.
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27) 
28) 
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2022
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (compreensão)
Papos
— Me disseram...
— Disseram-me.
— Hein?
— O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
— Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?
— O quê?
— Digo-te que você...
— O “te” e o “você” não combinam.
— Lhe digo?
— Também não. O que você ia me dizer?
— Que você está sendo grosseiro, pedante e
chato. [...]
— Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me.
Falo como bem entender. Mais uma correção e eu...
— O quê?
— O mato.
— Que mato?
— Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te.
Ouviu bem? Pois esqueça-o e para-te. Pronome
no lugar certo é elitismo!
— Se você prefere falar errado...
— Falo como todo mundo fala. O importante é me
entenderem. Ou entenderem-me?
VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (adaptado).
Nesse texto, o uso da norma-padrão defendido por um dos personagens torna-se inadequado em razão
do(a)
a) falta de compreensão causada pelo choque entre gerações.
b) contexto de comunicação em que a conversa se dá.
c) grau de polidez distinto entre os interlocutores.
d) diferença de escolaridade entre os falantes.
e)nível social dos participantes da situação.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2010
Literatura Brasileira e Estrangeira - Classicismo (Camões, Sá de Miranda, etc)
Texto I
XLI
Ouvia:
Que não podia odiar
E nem temer
Porque tu eras eu.
E como seria
Odiar a mim mesma
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29) 
E a mim mesma temer.
 
HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004 (fragmento).
 
Texto II
Transforma-se o amador na cousa amada
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
 
Camões. Sonetos. Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br. Acesso em: 03 set. 2010 (fragmento).
 
Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de Camões, a temática comum é
a) o “outro” transformado no próprio eu lírico, o que se realiza por meio de uma espécie de fusão de
dois seres em um só.
b) a fusão do “outro” com o eu lírico, havendo, nos versos de Hilda Hilst, a firmação do eu lírico de
que odeia a si mesmo.
c) o "outro" que se confunde com o eu lírico,verificando-se, porém, nos versos de Camões, certa
resistência do ser amado.
d) a dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque o ódio ou o amor se produzem no imaginário,
sem a realização concreta.
e) o “outro” que se associa ao eu lírico, sendo tratados, nos Textos I e II, respectivamente, o ódio e o
amor.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2018
Literatura Brasileira e Estrangeira - Barroco (Bento Teixeira, Gregório de Matos,
Pe. Antônio Viera, etc)
Quantos há que os telhados têm vidrosos
E deixam de atirar sua pedrada,
De sua mesma telha receiosos.
 
Adeus, praia, adeus, ribeira,
De regatões tabaquista,
Que vende gato por lebre
Querendo enganar a vista.
 
Nenhum modo de desculpa
Tendes, que valer-vos possa:
Que se o cão entra na igreja,
É porque acha aberta a porta.
 
GUERRA, G. M. In: LIMA, R. T. Abecê de folclore. São Paulo: Martins Fontes, 2003 (fragmento).
 
 
Ao organizar as informações, no processo de construção do texto, o autor estabelece sua intenção
comunicativa. Nesse poema, Gregório de Matos explora os ditados populares com o objetivo de
a) enumerar atitudes.
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30) 
31) 
b) descrever costumes.
c) demonstrar sabedoria.
d) recomendar precaução.
e) criticar comportamentos.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2014
Literatura Brasileira e Estrangeira - Barroco (Bento Teixeira, Gregório de Matos,
Pe. Antônio Viera, etc)
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
 
Páscoa de flores, dia de alegria
Aquele Povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
 
Pois mandado pela alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
 
Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
O Faraó do povo brasileiro.
 
DAMASCENO, D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.
 
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios barrocos, o soneto
de Gregório de Matos apresenta temática expressa por
a) visão cética sobre as relações sociais.
b) preocupação com a identidade brasileira.
c) crítica velada à forma de governo vigente.
d) reflexão sobre os dogmas do cristianismo.
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Arcadismo (Tomás A. Gonzaga, Cláudio M. da
Costa, Basílio da Gama, etc)
Leia a posteridade, ó pátrio Rio,
Em meus versos teu nome celebrado,
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:
 
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32) 
Não vês nas tuas margens o sombrio,
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
 
Turvo banhando as pálidas areias
Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.
 
Que de seus raios o planeta louro
Enriquecendo o influxo em tuas veias,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
 
COSTA, C. M. Obras poéticas de Glauceste Satúrnio.
Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 out. 2015.
 
A concepção árcade de Cláudio Manuel da Costa registra sinais de seu contexto histórico,refletidos no
soneto por um eu lírico que
a) busca o seu reconhecimento literário entre as gerações futuras.
b) contempla com sentimento de cumplicidade a natureza e o pastoreio.
c) lamenta os efeitos produzidos pelos atos de cobiça e pela indiferença.
d) encontra na simplicidade das imagens a expressão do equilíbrio e da razão.
e) recorre a elementos mitológicos da cultura clássica como símbolos da terra.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Arcadismo (Tomás A. Gonzaga, Cláudio M. da
Costa, Basílio da Gama, etc)
Soneto VII
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
 
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
 
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
 
COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012.
 
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33) 
34) 
No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão
em que transparece uma
a) angústia provocada pela sensação de solidão.
b) resignação diante das mudanças do meio ambiente.
c) dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
d) intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
e) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Arcadismo (Tomás A. Gonzaga, Cláudio M. da
Costa, Basílio da Gama, etc)
ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978.
 
O contexto histórico e literário do período barroco-árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de
1975. A restauração de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea revela que
a) a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da
realidade social.
b) a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da
Inconfidência Mineira. Mineira.
c) a palavra "esconso" (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por
uma linguagem erudita.
d) o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de
procedimentos estéticos e literários.
e) o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão
vivido pelos inconfidentes.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Arcadismo (Tomás A. Gonzaga, Cláudio M. da
Costa, Basílio da Gama, etc)
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
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35) 
 
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansadodesatino.
 
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
 
Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
 
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia
dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
 
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro,
assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção.
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à
Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição
vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da
terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a
preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária
que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada
esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Arcadismo (Tomás A. Gonzaga, Cláudio M. da
Costa, Basílio da Gama, etc)
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
 
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
 
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
 
Aqui descanse a louca fantasia,
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36) 
37) 
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
 
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia
dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
 
Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o poeta se
dirige ao seu interlocutor.
a) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino” (v.1)
b) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v.5)
c) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v.6)
d) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v.7)
e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,” (v.11)
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
— O senhor pensa que eu tenho alguma fábrica de dinheiro? (O diretor diz essas coisas a ele, mas
olha para todos como quem quer dar uma explicação a todos. Todas as caras sorriem.) Quando seu filho
esteve doente, eu o ajudei como pude. Não me peça mais nada. Não me encarregue de pagar as suas
contas: já tenho as minhas, e é o que me basta... (Risos.)
 
O diretor tem o rosto escanhoado, a camisa limpa. A palavra possui um tom educado, de pessoa que
convive com gente inteligente, causeuse. O rosto do Dr. Rist resplandece, vermelho e glabro. Um que
outro tem os olhos no chão, a atitude discreta.
 
Naziazeno espera que ele lhe dê as costas, vá reatar a palestra interrompida, aquelas observações sobre
a questão social, comunismo e integralismo.
 
MACHADO, D. Os ratos. São Paulo: Círculo do Livro, s/d.
 
A ficção modernista explorou tipos humanos em situação de conflito social. No fragmento do romancista
gaúcho, esse conflito revela a
a) sujeição moral amplificada pela pobreza.
b) crise econômica em expansão nas cidades.
c) falta de diálogo entre patrões e empregados.
d) perspicácia marcada pela formação intelectual.
e) tensão política gerada pelas ideologias vigentes.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
O laço de fita
 
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38) 
Não sabes, criança? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
 
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos de moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
 
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
 
[...]
 
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepita!
 
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.
 
ALVES, C. Espumas flutuantes. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
Acesso em: 8 ago. 2015 (fragmento).
 
Exemplo da lírica de temática amorosa de Castro Alves, o poema constrói imagens caras ao Romantismo.
Nesse fragmento, o lirismo romântico se expressa na
a) representação infantilizada da figura feminina.
b) criatividade inspirada em elementos da natureza.
c) opção pela morte como solução para as frustrações.
d) ansiedade com as atitudes de indiferença da mulher.
e) fixação por signos de fusão simbólica com o ser amado.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
Leito de folhas verdes
Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper d’alva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.
DIAS, G. Antologia poética. Rio de Janeiro: Agir, 1979 (fragmento).
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39) 
40) 
 
Na perspectiva do Romantismo, a representação feminina espelha concepções expressas no poema pela
a) reprodução de estereótipos sociais e de gênero.
b) presença de traços marcadores de nacionalidade.
c) sublimação do desejo por meio da espiritualização.
d) correlação feita entre estados emocionais e natureza.
e) mudança de paradigmas relacionados à sensibilidade.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
Talvez julguem que isto são voos de imaginação: é possível. Como não dar largas à imaginação,
quando a realidade vai tomando proporções quase fantásticas, quando a civilização faz prodígios, quando
no nosso próprio país a inteligência, o talento, as artes, o comércio, as grandes ideias, tudo pulula, tudo
cresce e se desenvolve?
 
Na ordem dos melhoramentos materiais, sobretudo, cada dia fazemos um passo, e em cada passo
realizamos uma coisa útil para o engrandecimento do país.
 
ALENCAR, J. Ao correr da pena. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
Acesso em: 12 ago. 2013.
 
No fragmento da crônica de José de Alencar, publicada em 1854, a temática nacionalista constrói-se pelo
elogio ao(à)
a) passado glorioso.
b) progresso nacional.
c) inteligência brasileira.
d) imponência civilizatória.
e) imaginação exacerbada.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
Estas palavras ecoavam docemente pelos atentos ouvidos de Guaraciaba, e lhe ressoavam n’alma
como um hino celestial. Ela sentia-se ao mesmo tempo enternecidae ufana por ouvir aquele altivo e
indómito guerreiro pronunciar a seus pés palavras do mais submisso e mavioso amor, e respondeu-lhe
cheia de emoção: — Itajiba, tuas falas são mais doces para minha alma que os favos da jataí, ou o suco
delicioso do abacaxi. Elas fazem-me palpitar o coração como a flor que estremece ao bafejo perfumado
das brisas da manhã. Tu me amas, bem o sei, e o amor que te consagro também não é para ti nenhum
segredo, embora meus lábios não o tenham revelado. A flor, mesmo nas trevas, se trai pelo seu perfume;
a fonte do deserto, escondida entre os rochedos, se revela por seu murmúrio ao caminhante sequioso.
Desde os primeiros momentos tu viste meu coração abrir-se para ti, como a flor do manacá aos primeiros
raios do sol.
 
GUIMARÃES, B. O ermitão de Muquém. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 out. 2015.
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41) 
42) 
 
O texto de Bernardo Guimarães é representativo da estética romântica. Entre as marcas textuais que
evidenciam a filiação a esse movimento literário está em destaque a
a) referência a elementos da natureza local.
b) exaltação de Itajiba como nobre guerreiro.
c) cumplicidade entre o narrador e a paisagem.
d) representação idealizada do cenário descrito.
e) expressão da desilusão amorosa de Guaraciaba.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
Do amor à pátria
 
São doces os caminhos que levam de volta à pátria. Não à pátria amada de verdes mares bravios, a
mirar em berço esplêndido o esplendor do Cruzeiro do Sul; mas a uma outra mais íntima, pacífica e
habitual - uma cuja terra se comeu em criança, uma onde se foi menino ansioso por crescer, uma onde
se cresceu em sofrimentos e esperanças plantando canções, amores e filhos ao sabor das estações.
 
MORAES, V. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1987.
 
O nacionalismo constitui tema recorrente na literatura romântica e na modernista. No trecho, a
representação da pátria ganha contornos peculiares porque
a) o amor àquilo que a pátria oferece é grandioso e eloquente.
b) os elementos valorizados são intimistas e de dimensão subjetiva.
c) o olhar sobre a pátria é ingênuo e comprometido pela inércia.
d) o patriotismo literário tradicional é subvertido e motivo de ironia.
e) a natureza é determinante na percepção do valor da pátria.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante
meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha ela
dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos
com avidez informações acerca da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei agora,
pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros.
Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que
sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para
condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda
certa emancipação feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas á idade, a moça não
declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse.
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43) 
Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era desconhecida, a julgar pelo caráter
da pupila, não devia exercer maior influência em sua vontade, do que a velha parenta.
 
ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006.
 
O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado em 1875. No fragmento transcrito, a presença de
D. Firmina Mascarenhas como "parenta" de Aurélia Camargo assimila práticas e convenções sociais
inseridas no contexto do Romantismo, pois
a) o trabalho ficcional do narrador desvaloriza a mulher ao retratar a condição feminina na
sociedade brasileira da época.
b) o trabalho ficcional do narrador mascara os hábitos sociais no enredo de seu romance.
c) as características da sociedade em que Aurélia vivia são remodeladas na imaginação do narrador
romântico.
d) o narrador evidencia o cerceamento sexista à autoridade da mulher, financeiramente
independente.
e) o narrador incorporou em sua ficção hábitos muito avançados para a sociedade daquele período
histórico.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
Soneto
 
Oh! Páginas da vida que eu amava,
Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!...
Ardei, lembranças doces do passado!
Quero rir-me de tudo que eu amava!
 
E que doido que eu fui! como eu pensava
Em mãe, amor de irmã! em sossegado
Adormecer na vida acalentado
Pelos lábios que eu tímido beijava!
 
Embora — é meu destino. Em treva densa
Dentro do peito a existência finda
Pressinto a morte na fatal doença!
 
A mim a solidão da noite infinda!
Possa dormir o trovador sem crença.
Perdoa minha mãe — eu te amo ainda!
 
AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos.
São Paulo: Martins Fontes, 1996.
 
A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década de 1850, período conhecido na literatura brasileira
como Ultrarromantismo. Nesse poema, a força expressiva da exacerbação romântica identifica-se com
o(a)
a) amor materno, que surge como possibilidade de salvação para o eu lírico.
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44) 
45) 
b) saudosismo da infância, indicado pela menção às figuras da mãe e da irmã.
c) construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas com aparência melancólica.
d) presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado pelo seu desejo de dormir.
e) fixação do eu lírico pela ideia da morte, o que o leva a sentir um tormento constante.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2014
Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
A mitologia comparada surge no século XVIII. Essa tendência influenciou o escritor cearense José de
Alencar, que, inspirado pelo estilo da epopeia homérica na Ilíada, propõe em Iracema uma espécie de
mito fundador do povo brasileiro. Assim como a Ilíada vincula a constituição do povo helênico à Guerra
de Troia, deflagrada pelo romance proibido de Helena e Páris, Iracema vincula a formação do povo
brasileiro aos conflitos entre índios e colonizadores, atravessados pelo amor proibido entre uma índia —
Iracema — e o colonizador português Martim Soares Moreno.
 
DETIENNE, M. A invenção da mitologia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998 (adaptado).
 
A comparação estabelecida entre a Ilíada e Iracema demonstra que essas obras
a) combinam folclore e cultura erudita em seus estilos estéticos.
b) articulam resistência e opressão em seus gêneros literários.
c) associam história e mito em suas construções identitárias.
d) refletem pacifismo e belicismo em suas escolhas ideológicas.
e) traduzem revolta e conformismo em seus padrões alegóricos.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
— Ora dizeis, não é verdade? Pois o Sr. Lúcio queria esse cravo, mas vós lho não podíeis dar, porque
o velho militar não tirava os olhos de vós; ora, conversando como Sr. Lúcio, acordastes ambos que ele
iria esperar um instante no jardim...
 
MACEDO, J. M. A moreninha. Disponível em: www.dominiopublico.com.br.
Acesso em: 17 abr. 2010 (fragmento).
 
O trecho faz parte do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Nessa parte do romance,
há um diálogo entre dois personagens. A fala transcrita revela um falante que utiliza uma linguagem
a) informal, com estruturas e léxico coloquiais.
b) regional, com termos característicos de uma região.
c) técnica, com termos de áreas específicas.
d) culta, com domínio da norma padrão.
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46) 
e) lírica, com expressões e termos empregados em sentido figurado.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
Texto I
 
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro
Respirando esse ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!
 
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
 
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu de meu Brasil!
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! Não seja já!
Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
 
ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993.
 
Texto II
 
A ideologia romântica, argamassada ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX,
introduziu-se em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o “eu”, a anarquia, o liberalismo, o
sentimentalismo, o nacionalismo, através da poesia, do romance, do teatro e do jornalismo (que fazia
sua aparição nessa época).
 
MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1971 (fragmento).
 
De acordo com as considerações de Massaud Moisés no Texto II, o Texto I centra-se
a) no imperativo do “eu”, reforçando a ideia de que estar longe do Brasil é uma forma de estar bem,
já que o país sufoca o eu lírico.
b) no nacionalismo, reforçado pela distância da pátria e pelo saudosismo em relação à paisagem
agradável onde o eu lírico vivera a infância.
c) na liberdade formal, que se manifesta na opção por versos sem métrica rigorosa e temática voltada
para o nacionalismo.
d) no fazer anárquico, entendida a poesia como negação do passado e da vida, seja pelas opções
formais, seja pelos temas.
e) no sentimentalismo, por meio do qual se reforça a alegria presente em oposição à infância,
marcada pela tristeza.
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47) 
48) 
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
Soneto
 
Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
 
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
 
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
 
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
 
AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
 
O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo
que o projeta para além desse momento específico. O funda - mento desse lirismo é
a) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.
b) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.
c) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.
d) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.
e) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas
independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito
diferentes por formação histórica, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu
aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor
gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas
setoriais diversas, refletindo as características locais.
 
CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e
outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1059989
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49) 
Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisagem de
determinadas regiões nacionais, sabe-se que
a) o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temática essencialmente urbana, colocando em
relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais
trazidos de fora pela imigração europeia.
b) José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática da urbanização
das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças.
c) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulário, pelo
temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume frequentemente
o ponto de vista dos menos favorecidos.
d) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a
formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e indígenas que
caracterizam o nosso povo.
e) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das
décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto
com a modernização do país promovida pelo Estado Novo.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2001
Literatura Brasileira e Estrangeira - Romantismo (G. Dias, Álvares de Azevedo,
Castro Alves, J. de Alencar, etc)
O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”, do poeta romântico Castro Alves:
 
Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh'alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n'amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
–– Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.
 
Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
 
ALVES, Castro. Os melhores poemas de Castro Alves. Seleção de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983.
 
Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte
prematura, ainda na juventude.
 
A imagem da morte aparece na palavra
a) embalsama.
b) infinito.
c) amplidão.
d) dormir.
e) sono.
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50) 
51) 
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis,
Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc)
Inverno! inverno! inverno!
 
Tristes nevoeiros, frios negrumes da longa treva boreal, descampados de gelo cujo limite escapa-nos
sempre, desesperadamente, para lá do horizonte, perpétua solidão inóspita, onde apenas se ouve a voz
do vento que passa uivando como uma legião de lobos, através da cidade de catedrais e túmulos de
cristal na planície, fantasmas que a miragem povoam e animam, tudo isto: decepções, obscuridade,
solidão, desespero e a hora invisível que passa como o vento, tudo isto é o frio invernoda vida.
 
Há no espírito o luto profundo daquele céu de bruma dos lugares onde a natureza dorme por meses, à
espera do sol avaro que não vem.
 
POMPEIA, R. Canções sem metro. Campinas: Unicamp, 2013.
 
Reconhecido pela linguagem impressionista, Raul Pompeia desenvolveu-a na prosa poética, em que se
observa a
a) imprecisão no sentido dos vocábulos.
b) dramaticidade como elemento expressivo.
c) subjetividade em oposição à verossimilhança.
d) valorização da imagem com efeito persuasivo.
e) plasticidade verbal vinculada à cadência melódica.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis,
Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc)
Quanto às mulheres de vida alegre, detestava-as; tinha gasto muito dinheiro, precisava casar, mas
casar com uma menina ingênua e pobre, porque é nas classes pobres que se encontra mais vergonha e
menos bandalheira. Ora, Maria do Carmo parecia-lhe uma criatura simples, sem essa tendência fatal das
mulheres modernas para o adultério, uma menina que até chorava na aula simplesmente por não ter
respondido a uma pergunta do professor! Uma rapariga assim era um caso esporádico, uma verdadeira
exceção no meio de uma sociedade roída por quanto vício há no mundo. Ia concluir o curso, e, quando
voltasse ao Ceará, pensaria seriamente no caso. A Maria do Carmo estava mesmo a calhar: pobrezinha,
mas inocente...
 
CAMINHA, A. A normalista. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
Acesso em: 16 maio 2016.
 
Alinhado às concepções do Naturalismo, o fragmento do romance de Adolfo Caminha, de 1893, identifica
e destaca nos personagens um(a)
a) compleição moral condicionada ao poder aquisitivo.
b) temperamento inconstante incompatível com a vida conjugal.
c) formação intelectual escassa relacionada a desvios de conduta.
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52) 
53) 
d) laço de dependência ao projeto de reeducação de inspiração positivista.
e) sujeição a modelos representados por estratificações sociais e de gênero.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis,
Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc)
— Recusei a mão de minha filha, porque o senhor é ... filho de uma escrava.
 
— Eu?
 
— O senhor é um homem de cor!... Infelizmente esta é a verdade...
 
Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, no fim de um silêncio:
 
— Já vê o amigo que não é por mim que lhe recusei Ana Rosa, mas é por tudo! A família de minha
mulher sempre foi muito escrupulosa a esse respeito, e como ela é toda a sociedade do Maranhão!
Concordo que seja uma asneira; concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor porém não imagina o que
é por cá a prevenção contra os mulatos!... Nunca me perdoariam um tal casamento; além do que, para
realizá-lo, teria que quebrar a promessa que fiz a minha sogra, de não dar a neta senão a um branco de
lei, português ou descendente direto de portugueses!
 
AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008.
 
Influenciada pelo ideário cientificista do Naturalismo, a obra destaca o modo como o mulato era visto
pela sociedade de fins do século XIX. Nesse trecho, Manoel traduz uma concepção em que a
a) miscigenação racial desqualificava o indivíduo.
b) condição econômica anulava os conflitos raciais.
c) discriminação racial era condenada pela sociedade.
d) escravidão negava o direito da negra à maternidade.
e) união entre mestiços era um risco à hegemonia dos brancos.
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Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis,
Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc)
Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um caráter
ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se seguiram ao inventário de
meu pai. Reconheço que era um modelo. Arguíam-no de avareza, e cuido que tinham razão; mas a
avareza é apenas a exageração de uma virtude, e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é
o saldo que o déficit. Como era muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-Io de
bárbaro. O único fato alegado neste particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço,
donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os perversos e os fujões,
ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de certo modo ao trato um
pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode honestamente atribuir à índole
original de um homem o que é puro efeito de relações sociais. A prova de que o Cotrim tinha
sentimentos pios encontrava-se no seu amor aos filhos, e na dor que padeceu quando morreu Sara, dali
a alguns meses; prova irrefutável, acho eu, e não única. Era tesoureiro de uma confraria, e irmão de
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várias irmandades, e até irmão remido de uma destas, o que não se coaduna muito com a reputação da
avareza; verdade é que o benefício não caíra no chão: a irmandade (de que ele fora juiz) mandara-lhe
tirar o retrato a óleo.
 
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.
 
Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, Memórias póstumas de Brás Cubas condensa uma
expressividade que caracterizaria o estilo machadiana: a ironia. Descrevendo a moral de seu cunhado,
Cotrim, o narrador—personagem Brás Cubas refina a percepção irônica ao
a) acusar o cunhado de ser avarento para confessar-se injustiçado na divisão da herança paterna.
b) atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade com que Cotrim prendia e torturava os
escravos.
c) considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo personagem quando da perda da filha Sara.
d) menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias irmandades.
e) insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e egocêntrico, contemplado com um retrato a
óleo.
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INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2014
Literatura Brasileira e Estrangeira - Realismo/Naturalismo (Machado de Assis,
Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc)
O mulato
 
Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos
de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição
perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser
mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma
gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir.
 
Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-se
em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras
ideias.
 
— Mulato!
 
Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara
para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe
falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de
raça e de sangue.
 
AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento).
 
O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse
fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois
a) relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça.
b) apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX.
c) mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres.
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55) 
56) 
d) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha

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