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Atualização PNMC

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ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................4
1.1 Histórico e Processo de Atualização do Plano Nacional sobre Mudança do Clima...................4
1.2 Evolução do Regime Internacional Sobre Mudança do Clima..................................................5
2 AS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA NO BRASIL E O PROCESSO DE 
APRIMORAMENTO DE INVENTÁRIOS ........................................................................................8
2.1 Inventário Nacional de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de 
Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal.............................................8
2.2 Emissões brasileiras de gases de efeito estufa para o período 1990-2010, segundo as 
Estimativas.......................................................................................................................................9
2.3 Processo de aprimoramento de Inventários..............................................................................12
3 GOVERNANÇA.............................................................................................................................13
4 OBJETIVOS....................................................................................................................................15
5 PLANOS DE AÇÃO PARA A PREVENÇÃO E CONTROLE DO DESMATAMENTO NOS 
BIOMAS E PLANOS SETORIAIS DE MITIGAÇÃO E ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS 
CLIMÁTICAS....................................................................................................................................17
5.1 Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal - PPCDAm
........................................................................................................................................................17
5.2 Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado – 
PPCerrado ......................................................................................................................................21
5.3 Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE........................................................................24
5.4. Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de 
uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura - Plano ABC.................................33
5.5 Plano Setorial de Redução de Emissões da Siderurgia - Plano Siderurgia..............................39
5.6 Plano Setorial de Mitigação e adaptação à Mudança do Clima para a Consolidação de uma 
Economia de Baixa Emissão de Carbono na Indústria de Transformação – Plano Indústria........41
5.7 Plano Setorial de Transporte e de Mobilidade Urbana para Mitigação e Adaptação à Mudança 
do Clima – PSTM...........................................................................................................................43
5.8 Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação à Mudança do Clima na Mineração de Baixa 
Emissão de Carbono – Plano de Mineração...................................................................................48
5.9 Plano Setorial da Saúde para Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima - PSMC-Saúde...52
6 VULNERABILIDADE, IMPACTOS E ADAPTAÇÃO.................................................................60
6.1 Contexto...................................................................................................................................60
6.2 Identificação de Impactos.........................................................................................................60
6.3 Mapeamento de Vulnerabilidades...........................................................................................60
6.4 Medidas de Adaptação..............................................................................................................61
7. OUTRAS INICIATIVAS EM DESENVOLVIMENTO.................................................................64
7.1 REDD+ ....................................................................................................................................64
7.2 Instrumentos de precificação do carbono no Brasil.................................................................65
7.3 Articulação Federativa..............................................................................................................66
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7.4 Monitoramento.........................................................................................................................67
8. PESQUISA E DESENVOLVIMENTO..........................................................................................68
9. INSTRUMENTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES....................................................71
9.1 Plano Plurianual 2012-2015 – Plano Mais Brasil....................................................................72
9.2 Fundo Nacional sobre Mudança do Clima...............................................................................73
9.3 Fundo Amazônia.......................................................................................................................74
9.4 Mecanismo de Desenvolvimento Limpo .................................................................................75
10. RELAÇÃO DE ACRÔNIMOS....................................................................................................79
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Histórico e Processo de Atualização do Plano Nacional sobre Mudança do Clima
Em dezembro de 2008, o Plano Nacional sobre Mudança do Clima foi elaborado como um
instrumento voltado para o desenvolvimento e o aprimoramento de ações de mitigação da
mudança do clima no Brasil, colaborando com o esforço mundial de redução das emissões de
gases de efeito estufa (GEE) no contexto das responsabilidades comuns, porém diferenciadas da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na abreviação do
original em inglês). O Plano também criou, pela primeira vez de maneira organizada, as condições
internas para lidar com os impactos das mudanças climáticas globais. 
Posteriormente, o Plano foi incluído oficialmente como instrumento da Política Nacional
sobre Mudança do Clima (PNMC), instituída em 2009, pela Lei nº 12.187/2009. A PNMC é o
principal marco legal sobre mudança do clima no país e, por meio da Lei que a institui, são
estabelecidos seus princípios, seus objetivos, suas diretrizes e instrumentos.
Como resultado do que foi estabelecido pelo art. 3º e nos §1º e 2º do art. 6º do Decreto nº
7.390/2010, foram indicados os seguintes Planos para cumprimento do compromisso nacional
voluntário: 
- Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm);
- Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado
(PPCerrado);
- Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE);
- Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma
Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC);
- Plano Setorial de Redução de Emissões da Siderurgia;
- Plano Setorial de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima para a Consolidação de uma
Economia de Baixa Emissão de Carbono na Indústria de Transformação (Plano Indústria);
- Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação à Mudança do Clima na Mineração de Baixa Emissão de
Carbono;
- Plano Setorial de Transporte e de Mobilidade Urbana para Mitigação e Adaptação à Mudança do
Clima (PSTM); e
- Plano Setorial da Saúde para Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima (PSMC-Saúde).
Tais Planos serão apresentadosem maiores detalhes nos capítulos seguintes. Porém, cabe
ressaltar a necessidade de uma análise transversal dos Planos Setoriais e de Ação acima listados. É
sabido que diversas ações perpassam pela coordenação de mais de um plano, sendo exemplos:
- ações de gestão e expansão das florestas plantadas (assunto que envolve os Planos Siderurgia, ABC,
Indústria, e PPCerrado);
- substituição de um combustível por outro em veículos motorizados, bem como aumento da eficiência
energética veicular (PDE, Indústria, e PSTM);
- expansão da produção de biocombustíveis em áreas agrícolas degradadas (PDE e ABC).
A identificação dessas ações sinérgicas e complementares constitui um desafio que deverá ser
tratado pelos Ministérios e instituições responsáveis pelos Planos Setoriais e de Ação à medida que
estes sejam implementados.
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O Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM) tem como atribuição propor a
revisão periódica do Plano Nacional sobre Mudança do Clima (Decreto nº 6.263/2007) e,
conforme o Decreto nº 7390/2010, esse processo deve estar coordenado com a revisão do Plano
Plurianual da União (PPA). 
Cabe enfatizar a necessidade de revisão e atualização em função de iniciativas de alta
relevância subsequentes ao plano, destacando-se: a Política Nacional sobre Mudança do Clima,
instituída em 2009, e que só então trouxe o compromisso nacional voluntário de mitigação; as ações de
mitigação apropriadas às condições nacionais (NAMAs, da abreviação do original em inglês)
informadas à Convenção sobre Mudança do Clima em 2010; os planos de ação para a prevenção e
controle do desmatamento nos biomas e os planos setoriais de mitigação e de adaptação à mudança do
clima, com um conjunto elaborado em 2009/2010 e outro em 2011/2012; o Fundo Nacional sobre
Mudança do Clima, criado em 2009.
De maneira similar ao que ocorreu no processo de elaboração do Plano em 2008, o Fórum
Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) coordenou os chamados diálogos setoriais com o
objetivo de discutir e receber contribuições da sociedade civil ao processo de atualização do Plano
Nacional sobre Mudança do Clima.
1.2 Evolução do Regime Internacional Sobre Mudança do Clima
O regime internacional de mudança do clima tem como seus instrumentos fundamentais a
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e o seu Protocolo de Quioto. 
O objetivo último do regime é a estabilização de concentrações atmosféricas de gases de
efeito estufa em nível que impeça interferência antrópica perigosa no sistema climático. O regime
reconhece que as responsabilidades nacionais pelo aquecimento global, decorrente do acúmulo de
emissões ao longo do tempo, são diferentes, bem como as capacidades financeiras e tecnológicas
nacionais. Isto, somado ao reconhecimento da prioridade do crescimento econômico e social,
levou o regime a diferenciar as obrigações dos países desenvolvidos, listados no Anexo I da
UNFCCC, e as dos países em desenvolvimento. O Brasil, como país em desenvolvimento, não
possui metas de redução de emissões sob a Convenção, como é o caso dos países integrantes do
Anexo I, mas tem uma série de outras obrigações, tais como elaborar inventários nacionais de
emissões antrópicas de gases de efeito estufa, formular programas nacionais contendo medidas de
mitigação e adaptação à mudança do clima, promover cooperação tecnológica em matéria de
mudança do clima, promover o manejo sustentável de sumidouros e reservatórios de gases de
efeito estufa e comunicar à Conferência das Partes informações apropriadas relativas à
implementação da Convenção. É importante ressaltar que, tal como definido no artigo 4.7 da
UNFCCC, o alcance de cumprimento das obrigações internacionais assumidas pelos países em
desenvolvimento, inclusive pelo Brasil, depende do cumprimento efetivo dos compromissos de
financiamento e transferência de tecnologia, assumidos por países desenvolvidos.
O regime experimentou notável fortalecimento em anos recentes. Em janeiro de 2010, o
esforço global de mitigação recebeu o estímulo de novos anúncios nacionais, pelos quais países
desenvolvidos definiram metas de redução de emissões e países em desenvolvimento apresentaram
propostas de ações que estariam dispostos a concretizar, com amparo de apoio internacional. O
Brasil comunicou à UNFCCC sua intenção de implementar, voluntariamente e de acordo com os
princípios e normas da Convenção, um conjunto de ações de mitigação apropriadas às condições
nacionais. Tais ações incluem iniciativas de combate ao desmatamento na amazônia e cerrado,
energia, agropecuária e siderurgia. Indicou-se a expectativa de que tais ações levarão a desvio de
36,1% a 38,9% na projeção de emissões do Brasil até 2020.
Em 2012, concluíram-se dois importantes processos de negociação, com amplo impacto
atual e futuro sobre o regime. No âmbito do Protocolo de Quioto, formalizou-se o segundo período
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de compromisso, a valer entre 2013 e 2020, com novas metas de mitigação para os países
desenvolvidos. Isto preservou o único instrumento internacional legalmente vinculante que define
obrigações nacionais de redução de emissões. A despeito da decisão de alguns países
desenvolvidos de não inscrever metas no segundo período, o Protocolo deverá contribuir para
redução coletiva das emissões dos países desenvolvidos a nível 18% abaixo de seu patamar em
1990, resultado que poderá ser ampliado com base em reavaliação de ambição, prevista para 2014.
O fortalecimento das regras do Protocolo relacionadas à implementação de compromissos, que
contribui para a integridade ambiental do regime ao gerar mitigação mais concreta e efetiva
também foi um resultado positivo. A continuidade do Protocolo de Quioto também preservará para
o Brasil as oportunidades do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que vem
canalizando recursos expressivos para projetos brasileiros de redução de emissões em diferentes
setores.
No âmbito da Convenção, o ano de 2012 marcou a conclusão de negociações abrangentes
sobre ações cooperativas de longo prazo. O chamado “Plano de Ação de Bali” gerou uma série de
inovações no tratamento de mitigação, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação.
Definiu-se, por exemplo, nova referência para o esforço internacional, ao aprovar-se o objetivo, a
ser periodicamente avaliado, de manter o aquecimento global abaixo de dois graus centígrados;
acordaram-se novos instrumentos e processos destinados a melhor informar sobre a mitigação
realizada por países desenvolvidos e países em desenvolvimento; desenvolveram-se referências
conceituais e técnicas para ações de redução de emissões decorrentes de desmatamento e
degradação florestal (REDD+); definiu-se a elaboração de novo mecanismo de mercado, sob a
Convenção, para a promoção de ações de mitigação; criou-se o Comitê de Adaptação, com vistas a
aperfeiçoar a avaliação internacional de temas de adaptação, fortalecer o papel de centros regionais
e considerar necessidades de apoio; estabeleceu-se o Fundo Verde para o Clima, com o intuito de
que assuma papel-chave na canalização de recursos novos e adicionais a países em
desenvolvimento; acordou-se objetivo de financiamento internacional de US$ 100 bilhões anuais,
a valer a partir de 2020; criou-se o Comitê Executivo de Tecnologia, dedicado à avaliação de
necessidades tecnológicas associadas à mudança do clima, fornecimento de orientação sobre
políticas e programas e apresentação de propostas para a superação de barreiras ao
desenvolvimento e transferência de tecnologia; e estabeleceu-seo Centro e Rede de Tecnologia em
Clima (com o Centro sediado no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA),
destinados a responder a demandas tecnológicas específicas de países em desenvolvimento.
O regime será também beneficiado por nova negociação lançada em 2011 e intitulada
“Plataforma de Durban para Ação Fortalecida”. O processo conta com dois elementos: a
negociação, até 2015, de um “protocolo, outro instrumento legal ou resultado acordado com força
legal”, a ter vigência a partir de 2020, e a consideração de opções para elevar ambição de
mitigação no período até 2020.
A negociação do novo instrumento sob a Convenção, que o Brasil defende que seja
legalmente vinculante, conta com agenda multifacetada, cobrindo mitigação, adaptação,
financiamento, desenvolvimento e transferência de tecnologia, transparência de ação e apoio e
capacitação. Entende-se que discutir novas propostas e simultaneamente garantir a implementação
das numerosas iniciativas recentemente acordadas nessas mesmas áreas substantivas será uma
tarefa complexa. O novo instrumento legal, contudo, oferece oportunidade fundamental para a
inauguração de nova fase do regime internacional, marcada por maior ambição. Para isto, será
fundamental assegurar condições para que todos os países contribuam para o esforço de combate à
mudança do clima, o que exige respeito, como acordado em 2011 e reiterado na Conferência das
Partes de 2012, aos princípios e regras da UNFCCC. 
A Plataforma de Durban dedica-se também à consideração de oportunidades para aumento
de ambição de mitigação no período pré-2020. Cabe recordar que o Quarto Relatório de Avaliação
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do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (Intergovernmental Panel on Climate
Change – IPCC, na abreviação do original em inglês), em seu cenário mais ambicioso, define a
necessidade de redução de 25% a 40% nas emissões de países desenvolvidos, em 2020, em relação
ao seu nível em 1990, e desvio substancial na trajetória de emissões de países em
desenvolvimento, em determinadas regiões do mundo. As metas atualmente apresentadas pelos
países do Anexo I, contudo, estão aquém do limite mínimo da faixa sugerida pelo IPCC. A
Plataforma de Durban também oferece oportunidade para buscar a urgente dinamização de fluxos
financeiros e tecnológicos internacionais, chave para intensificar as ações de mitigação e
adaptação que os países em desenvolvimento se propuseram a implementar.
O regime de mudança do clima não é o único cuja evolução recente oferece novos e
importantes elementos para o enfrentamento do aquecimento global. O regime de proteção da
camada de ozônio, fundamentado na Convenção de Viena e no Protocolo de Montreal, estabelece
controle de produção e consumo de substâncias, como os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), que,
além de danosas à camada de ozônio, também contribuem para o aquecimento global. Tendo sido
decidida a aceleração do cronograma de eliminação de HCFCs, com novo início em janeiro de
2013 para os países em desenvolvimento, o Comitê Executivo do Fundo Multilateral do Protocolo
de Montreal aprovou, em 2011, o Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs, assegurando
recursos no valor de US$ 19.597.166 para sua implementação. 
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2 AS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA NO BRASIL E O
PROCESSO DE APRIMORAMENTO DE INVENTÁRIOS 
2.1 Inventário Nacional de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de
Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal
O Brasil, como País signatário da UNFCCC, tem como uma de suas principais obrigações a
elaboração e atualização periódica do Inventário Nacional de Emissões Antrópicas por Fontes e
Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal
(Inventário Nacional). Em dezembro de 2004, o Brasil submeteu sua Comunicação Nacional
Inicial à UNFCCC, contendo seu primeiro Inventário Nacional1, cuja elaboração seguiu as
Diretrizes para a Elaboração das Comunicações Nacionais das Partes não Incluídas no Anexo I2.
Em atenção a essas Diretrizes, o Inventário Nacional foi apresentado para o ano-base de 1994,
sendo também estimados os valores referentes aos anos de 1990 a 1993.
Em dezembro de 2010, a Segunda Comunicação Nacional foi concluída e submetida à
UNFCCC3. A elaboração do Segundo Inventário Nacional, incluído no documento, seguiu as
novas Diretrizes para a Elaboração das Comunicações Nacionais das Partes não Incluídas no
Anexo I da UNFCCC4. Embora essas Diretrizes exigissem informações de emissões apenas para o
ano de 2000, o Segundo Inventário do Brasil incluiu informações, por gás e setor, de 1990 a 2005.
Em relação aos anos de 1990 a 1994, o Segundo Inventário Nacional atualizou as informações
apresentadas no Inventário Nacional Inicial. 
Como determina a UNFCCC, o Inventário Nacional deve incluir apenas as emissões e
remoções de gases de efeito estufa causadas por atividades humanas (antrópicas). Para isso, foram
considerados no Inventário Nacional os seguintes gases de efeito estufa: dióxido de carbono (CO2),
metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e
hexafluoreto de enxofre (SF6). Também foram estimadas as emissões dos chamados gases de efeito
estufa indireto, como os óxidos de nitrogênio (NOx), o monóxido de carbono (CO) e outros
compostos orgânicos voláteis não metânicos (NMVOCs). As emissões desses gases foram
estimadas segundo as fontes de emissão e agrupadas nos seguintes setores: i. energia5; ii. processos
industriais6; iii. agropecuária7; iv. mudança do uso da terra e florestas8; v. tratamento de resíduos9; e
1 Disponível em: 
<http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/310580/Primeira_Comunicacao_Nacional_do_Brasil.html>
2 Decisão 10/CP.2 da Segunda Conferência das Partes da Convenção, realizada em Genebra, em julho de 1996.
3 Disponível em: 
<http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/310581/Segunda_Comunicacao_Nacional_do_Brasil.html>.
4 Decisão 17/CP.8 da Oitava Conferência das Partes da Convenção, realizada em Nova Delhi, em outubro de 2002.
5 Emissões devido à queima de combustíveis e emissões fugitivas da indústria de petróleo, gás e carvão mineral. 
Diferentemente do procedimento usado no Inventário Nacional Inicial, a partir de sua segunda edição, as emissões 
de CO2 devido ao processo de redução nas usinas siderúrgicas foram consideradas no setor de Processos Industriais.
6 Emissões resultantes dos processos produtivos nas indústrias e que não são resultado da queima de combustíveis. 
Subsetores: produtos minerais, metalurgia e química, além da produção e consumo de HFCs e SF6.
7 Emissões devido à fermentação entérica do gado, manejo de dejetos animais, solos agrícolas, cultivo de arroz e 
queima de resíduos agrícolas.
8 Emissões e remoções resultantes das variações da quantidade de carbono, seja da biomassa aérea, seja do solo, 
considerando-se todas as transições possíveis entre diversos usos, além das emissões de CO2 por aplicação de 
calcário em solos agrícolas e das emissões de CH4 e N2O pela queima de biomassa nos solos. O crescimento da 
vegetação, em áreas consideradas manejadas, gera remoções de CO2.
9 Emissões pela disposição de resíduos sólidos e pelo tratamento de esgotos, tanto doméstico/comercial, quanto 
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vi. uso de solventes e outros produtos10.
A elaboração do Inventário Nacional foi norteada pelas diretrizes do IPCCe envolveu
importante parcela da comunidade científica e empresarial brasileira, além de diversos setores
governamentais.
2.2 Emissões brasileiras de gases de efeito estufa para o período 1990-2010, segundo as
Estimativas
Segundo o Decreto no 7.390/2010, a projeção de emissões de gases de efeito estufa para
2020 foi estimada em 3,236 Gt CO2eq. Dessa forma, a redução correspondente aos percentuais
estabelecidos na PNMC encontra-se entre 1,168 Gt CO2eq e 1,259 Gt CO2eq, respectivamente,
para o ano em questão.
Em conformidade com o Art. 11 do Decreto no 7.390, o Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI) publicou, em 2013, o relatório das estimativas anuais de emissões de gases de
efeito estufa até 2010, para facilitar o entendimento, por parte dos segmentos interessados da
sociedade, do cumprimento da Política Nacional sobre Mudança do Clima em relação à redução
dessas emissões. Essas novas estimativas, ou apenas “Estimativas”, avançam a partir dos
resultados do Segundo Inventário Nacional, de 1990 a 2005.
Fazem parte das Estimativas todos os gases de efeito estufa direto já considerados no
Segundo Inventário Nacional, não sendo estimados os gases de efeito estufa indireto. Para
compará-los e somá-los, foi utilizada a métrica do Potencial de Aquecimento Global (Global
Warming Potential – GWP)11, chegando-se à unidade comum, o dióxido de carbono equivalente
(CO2eq), usado no Decreto no 7.390/2010.
Em princípio, para as Estimativas, foram utilizadas as mesmas metodologias aplicadas no
Segundo Inventário Nacional. Os dados mais atualizados que estavam disponíveis foram
utilizados, porém sem a busca de novos parâmetros e fatores de emissão, dos quais um trabalho
científico mais apurado se incumbirá para a terceira edição do Inventário Nacional.
Em alguns casos, diante da disponibilidade de novas informações para a série histórica de
1990 a 2005, foram feitos recálculos para resultados divulgados no Segundo Inventário Nacional.
O resultado das Estimativas está nos Gráficos 1 e 2, e na Tabela 1.
industrial, além das emissões por incineração de resíduos.
10 Emissões de NMVOC provenientes do uso de solventes, com enfoque nas seguintes atividades: aplicação em tintas, 
desengraxe de metais, limpeza a seco, processamento de espumas de poliestireno e de poliuretano, indústria de 
impressão, extração de óleos vegetais comestíveis, uso doméstico, aeração de asfalto e preservação de madeira. 
11 IPCC – Segundo Relatório de Avaliação, 1995. Disponível em: <http://www.ipcc.ch/pdf/climate-changes-1995/ipcc-
2nd-assessment/2nd-assessment-en.pdf>. GWP: CO2 - 1; CH4 - 21; N2O - 310; HFC-23 - 11.700; HFC-125 - 2.800; 
HFC-134a - 1.300; HFC-143a - 3.800; HFC-152a - 140; CF4 - 6.500; C2F6 - 9.200; SF6 - 23.900. Não há GWP para os 
gases de efeito estufa indireto.
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Analisando os dados disponíveis, constata-se que, no período 1990-2010, as emissões
brasileiras foram reduzidas em 10,5%, passando de 1,392 bilhões tCO2eq para 1,246 bilhões
tCO2eq. Se considerarmos o período entre 2005 e 2010, a redução de emissão de gases de efeito
estufa é de 38,7%. Tal redução ocorreu principalmente devido à queda das taxas de desmatamento
nos biomas brasileiros, especialmente na Amazônia (setor de mudança do uso da terra e florestas),
cuja taxa de desmatamento vem diminuindo de maneira expressiva desde 2004. Os outros setores
apresentaram crescimento de emissões de gases de efeito estufa, porém dentro do que já era
esperado no contexto das projeções de emissões até 2020 contidas na PNMC.
2.3 Processo de aprimoramento de Inventários
O plano de trabalho para o Terceiro Inventário Nacional prevê a ampliação do
envolvimento da comunidade científica, por meio da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças
Climáticas Globais (Rede CLIMA) do MCTI. Esta Rede foi instituída com o objetivo de gerar e
disseminar conhecimento e tecnologia para que o Brasil possa responder às demandas e desafios
provocados pelas mudanças climáticas globais, tendo como Secretaria-executiva o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). 
Especial atenção é dada ao aperfeiçoamento de Procedimentos de Controle e Garantia de
Qualidade das informações apresentadas. Os procedimentos incluem uma maior participação de
especialistas não envolvidos diretamente com os estudos do Inventário Nacional e um amplo
processo de consulta.
Está em processo, também, a criação e operacionalização da Plataforma de Dados de
Emissões de Gases de Efeito Estufa, importante instrumento de apoio à elaboração, registro e
disponibilização das informações relativas aos Inventários Nacionais, Estimativas e Relatórios de
Atualização Bienal (Biennial Update Reports − BUR)15 – dados de atividade, parâmetros, fatores
de emissão, resultados de cálculos e desenho de gráficos e tabelas. Esta iniciativa visa contribuir
para a perenidade dos trabalhos afetos às quantificações de emissões de gases de efeito estufa,
conferindo maior transparência a todo o processo.
Os dados de emissão dos relatórios bienais deverão ser atualizados considerando o limite de
quatro anos de intervalo temporal entre o último ano da série e o ano de submissão, ou conter anos
mais recentes de acordo com a disponibilidade de informações. O Terceiro Inventário Nacional,
atualmente em fase de elaboração, se referirá à série histórica de 1990 a 2010, assim como o
primeiro relatório de atualização bienal, previsto para dezembro de 2014, concomitantemente, com
a Terceira Comunicação Nacional à UNFCCC.
15 Na 17ª Conferência das Partes da Convenção, ocorrida em Durban em 2011, foram adotadas as diretrizes para
elaboração e atualização do Relatório de Atualização Bienal para Partes não Incluídas no Anexo I da Convenção,
por meio da decisão 2/CP.17. Por meio desta mesma decisão, foram aprovadas modalidades e diretrizes para
consulta e análise internacional (International Consultation and Analysis – ICA) voltadas para as ações de
mitigação apoiadas internacionalmente. Tais ações devem ser mensuráveis, relatáveis e verificáveis
domesticamente, além de estarem sujeitas a uma verificação internacional, ambas de acordo com as diretrizes a
serem desenvolvidas no âmbito da Convenção sobre Mudança do Clima. Os relatórios bienais deverão ser
submetidos apresentando entre outras informações, as atualizações sobre os inventários nacionais de emissão de
gases de efeito estufa.
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3 GOVERNANÇA
A Política Nacional sobre Mudança do Clima estabelece no seu art. 7º os instrumentos
institucionais relacionados abaixo:
• Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima;
• Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima;
• Fórum Brasileiro de Mudança do Clima;
• Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais-Rede Clima;
• Comissão de Coordenação das Atividades de Meteorologia, Climatologia e Hidrologia.
A Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima (CIMGC), criada pelo Decreto
Presidencial de 7 de julho de 1999, é coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação e é a Autoridade Nacional Designada para aprovação de projetos no âmbito do
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Quioto, atestando sua
contribuição para o desenvolvimento sustentável brasileiro. A Comissão também é responsável por
subsidiar o governo federal no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil perante a
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima; fornecer subsídios às posições
do governo federal nas negociações sob a égide desta Convenção e instrumentos subsidiáriosde
que o Brasil seja parte; e emitir parecer, sempre que demandada, sobre propostas de políticas
setoriais, instrumentos legais e normas relacionadas à mitigação da mudança global do clima e à
adaptação do país aos seus impactos. 
O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), criado pelo Decreto nº 3.515/2000 é
presidido pela presidência da República, e é coordenado por um Secretário-executivo. O principal
objetivo do Fórum é promover e fomentar espaços de discussão sobre mudança do clima e MDL, e
tem assumido a coordenação de processos de consulta pública em apoio a políticas sobre mudança
do clima no Brasil.
O Comitê Interministerial de Mudança do Clima (CIM), instituído pelo Decreto nº
6.263/2007, é composto por 17 órgãos do Governo Federal e coordenado pela Casa Civil da
Presidência da República. O seu Grupo Executivo (GEx), é composto por 8 Ministérios, e é
coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente. As principais atribuições do CIM e GEx referem-
se à elaboração, implementação, monitoramento e avaliação do Plano Nacional sobre Mudança do
Clima. 
A Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais, instituída pela
Portaria MCT nº 728/2007, congrega diferentes redes de pesquisa científica relacionadas a
mudança do clima. Foi criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e fica sediada no
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A Rede Clima tem como missão gerar e
disseminar conhecimentos para que o Brasil possa responder aos desafios representados pelas
causas e efeitos das mudanças climáticas globais. Constitui-se em fundamental pilar de apoio às
atividades de Pesquisa e Desenvolvimento do Plano Nacional sobre Mudanças do Clima. A
Comissão de Coordenação das Atividades de Meteorologia, Climatologia e Hidrologia (CMCH),
órgão colegiado integrante da estrutura básica do Ministério da Ciência e Tecnologia, foi
regulamentada pelo Decreto nº 6065/2007. A CMCH tem dentre suas atribuições a de coordenar,
acompanhar e contribuir para a avaliação da execução das atividades de meteorologia,
climatologia e hidrologia.
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4 OBJETIVOS
Com a promulgação da Lei nº 12.187, em 29 de dezembro de 2009, que institui a Política
Nacional sobre Mudança do Clima, o Brasil adotou o compromisso nacional voluntário de reduzir
entre 36,1% e 38,9% suas emissões projetadas até 2020, por meio de ações de mitigação das
emissões de gases de efeito estufa. 
Assim, como instrumento da PNMC, reafirma-se o objetivo geral do Plano Nacional sobre
Mudança do Clima que é identificar, planejar e coordenar as ações e medidas que possam ser
empreendidas para mitigar as emissões de gases de efeito estufa geradas no Brasil, bem como
aquelas necessárias à adaptação da sociedade aos impactos que ocorram devido à mudança do
clima.
Esse objetivo geral se associa a outros, expressos em Planos de Ação e Planos Setoriais.
Destacam-se os seguintes: 
a) fomentar aumentos de eficiência no desempenho dos setores da economia na busca constante
do alcance das melhores práticas;
b) manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica, preservando a posição de
destaque que o Brasil sempre ocupou no cenário internacional;
c) fomentar o aumento sustentável da participação dos biocombustíveis na matriz de transportes
nacional e atuar com vistas à estruturação de um mercado internacional de biocombustíveis
sustentáveis;
d) reduzir de maneira sustentada as taxas de desmatamento em todos os biomas brasileiros, até
que se atinja o desmatamento ilegal zero;
e) eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no Brasil; 
f) fortalecer ações intersetoriais voltadas para redução das vulnerabilidades das populações;
g) identificar os impactos ambientais decorrentes da mudança do clima e fomentar o
desenvolvimento de pesquisas científicas para que se possa traçar uma estratégia que minimize os
custos socioeconômicos de adaptação do país.
Em decorrência do compromisso nacional voluntário de redução das emissões e dos
objetivos mencionados anteriormente, foi estabelecido um conjunto de planos estruturados para o
cumprimento do disposto no art. 6º do Decreto 7.390/2010.
Em conformidade com o art 3º e § 1º do art.6º do Decreto nº 7390/2010, os Planos de
Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), Prevenção e Controle do
Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), Plano Decenal de Energia (PDE), Plano da Agricultura de
Baixo Carbono (Plano ABC) e Plano Siderurgia definiram as seguintes ações de mitigação como
contribuição ao alcance do compromisso nacional voluntário: 
- a redução de 80% dos índices anuais de desmatamento na Amazônia Legal em relação à média
verificada entre os anos de 1996 a 2005;
- a redução de 40% dos índices anuais de desmatamento no Bioma Cerrado em relação à média
verificada entre os anos de 1999 a 2008;
- a expansão da oferta hidroelétrica, de centrais eólicas, de pequenas centrais hidroelétricas e
bioeletricidade, a expansão da oferta de biocombustíveis e o incremento da eficiência energética; 
- a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas, a ampliação do sistema de
integração lavoura-pecuária-floresta em 4 milhões de hectares, a expansão da prática de plantio
direto na palha em 8 milhões de hectares, a expansão da fixação biológica de nitrogênio em 5,5
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milhões de hectares de áreas de cultivo, em substituição ao uso de fertilizantes nitrogenados; a
expansão do plantio de florestas em 3 milhões de hectares; a ampliação do uso de tecnologias para
tratamento de 4,4 milhões de m3 de dejetos de animais; e 
- o incremento da utilização na siderurgia do carvão vegetal originário de florestas plantadas e
melhoria na eficiência do processo de carbonização.
Em conformidade com o §2º do art.6º do Decreto nº 7390/2010, os Planos Setoriais de
Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima para a Consolidação de uma Economia de Baixa
Emissão de Carbono na Indústria de Transformação; de Mineração de Baixa Emissão de Carbono;
de Transporte e de Mobilidade Urbana para Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima e; da
Saúde para Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima definiram outras ações de mitigação como
contribuição ao alcance do compromisso nacional voluntário:
- Transferência modal do transporte de cargas, por meio do portfólio de projetos contemplados no
Plano Nacional de Logística e Transporte – PNLT, com a execução de obras rodoviárias,
ferroviárias e hidroviárias, e aumento do uso de sistemas eficientes de transporte público de
passageiros, contribuindo com a redução das emissões de CO2.
- Redução de 5% de emissões globais para o setor industrial, sobre o valor projetado para 2020, o
que equivale a 308,16 MtCO2eq. Estabelecimento gradual de sistema de Mensuração, Relato e
Verificação das emissões de gases de efeito estufa dos setores inicialmente incluídos no Plano
(alumínio, cal, cimento, ferro e aço, químicos, papel e celulose e vidro).
- Alteração da fonte energética utilizada, otimização dos ativos e uso de novas tecnologias nos
processos da mineração.
Apesar de o país estar elaborando o Plano Nacional de Adaptação, considerado no capítulo
6, alguns dos Planos de Ação e Planos Setoriais estabelecem medidas específicas para a promoção
da adaptação à mudança do clima.
Em adição, outras ações de mitigação que contribuampara o cumprimento do compromisso
nacional voluntário poderão ser definidas. Dentre os mecanismos para a implementação dessas
ações estão o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e as Ações de Mitigação
Apropriadas às Condições Nacionais (NAMAs).
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Objetivos
O objetivo geral do PPCDAm é promover a redução contínua da taxa de desmatamento e da
degradação florestal na Amazônia Legal. Em sua terceira fase (2012-2015)16, estão declarados os
seguintes macro-objetivos estratégicos por eixo temático: 
1- Ordenamento Fundiário e Territorial: promover ordenamento fundiário de terras públicas,
implementar os instrumentos de ordenamento territorial visando a conservação da floresta e
realizar a gestão da malha fundiária de acordo com as diversas categorias fundiárias; 
2- Monitoramento e Controle: tornar mais célere o licenciamento dos planos de manejo florestal e
as concessões florestais, aumentar a eficácia da fiscalização e do controle do desmatamento,
aumentar a presença de Estado na Amazônia Legal, reduzir a impunidade administrativa e criminal
relacionadas ao desmatamento ilegal e promover a responsabilização ambiental das principais
cadeias produtivas relacionadas ao desmatamento ilegal; 
3- Fomento às Atividades Produtivas Sustentáveis: promover a viabilidade das cadeias produtivas
que constituem alternativas ao desmatamento, fomentar boas práticas agropecuárias, incluindo a
substituição do uso do fogo, aumentar a produção e comercialização de madeira por meio do
Manejo Florestal Sustentável, promover adequação ambiental e fomentar atividades produtivas
sustentáveis nos assentamentos da reforma agrária e na Agricultura Familiar e gerar ciência,
tecnologia & inovação sobre a Amazônia de modo a subsidiar o desenvolvimento sustentável.
Instrumentos
Entre os instrumentos para implementação do PPCDAm, cada instituição responsável
destina seus recursos mediante ações orçamentárias ou pela provisão de recursos de outras fontes.
O total de recursos previstos para serem gastos com ações do PPCDAm no PPA 2012-2015 é de
aproximadamente R$ 856 milhões, considerando a participação de todos os órgãos e entidades que
participam do Plano. Convém salientar que ainda existem atividades para acesso a linhas de
crédito no eixo Fomento às Atividades Produtivas Sustentáveis, com destaque para o Plano
Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC).
Adicionalmente à atuação do governo federal, tem grande destaque como instrumento de
implementação do PPCDAm a participação ativa dos governos estaduais, por meio dos Planos
Estaduais para Prevenção e Controle do Desmatamento – PPCDs, inclusive uma exigência do
Fundo Amazônia em 2008 para que os Estados tivessem assento no Comitê Orientador do Fundo –
COFA. O diálogo com os Estados vem se fortalecendo desde a 2ª fase do PPCDAm, quando a
estratégia coordenada da esfera federal e estadual se tornou mais robusta com a integração de
ações do PPCDAm e dos Planos Estaduais. 
A importância da atuação dos Estados se dá principalmente por sua proximidade com os
problemas locais e maior facilidade de articulação com os municípios, onde de fato as políticas são
aplicadas. Os PPCDs têm a incumbência de ampliar o alcance das ações previstas no plano federal,
além de abarcar especificidades que este não contempla. Essa lógica corrobora com o desafio
imposto pela mudança no padrão do desmatamento no qual a participação dos pequenos polígonos
vem se tornando significativa no total da taxa de desmatamento.
 
Quantificações mais relevantes 
No que concerne ao desmatamento na Amazônia Legal, o Decreto nº 7.390/2010
estabeleceu a redução de oitenta por cento dos índices anuais de desmatamento em relação à média
verificada entre os anos de 1996 a 2005 (19.625km²), como uma das ações para atingir o
compromisso nacional voluntário estabelecido na PNMC. Desse modo, em 2020 a taxa de
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desmatamento na Amazônia não deverá ser superior a 3.925 km². Considerando a taxa de
desmatamento verificada pelo PRODES em 2012, de 4.571km², o governo brasileiro logrou uma
redução de 76,7% em relação à linha de base (19.625km²).
Além da quantificação do desmatamento por corte raso, o levantamento final das áreas
degradadas pelo DEGRAD (Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira), feito
pelo INPE, registrou 15.987 km² em 2007, 27.417 km² em 2008, 13.301 km² em 2009 e 7.508 km²
em 2010. 
Soma-se a estes sistemas, PRODES e DEGRAD, os dados de uso e cobertura da terra
produzidos pelo INPE e pela Embrapa no âmbito do projeto TerraClass. Este projeto tem como
objetivo qualificar as áreas já desmatadas na Amazônia Legal a partir de imagens de satélites
orbitais. Dados do TerraClass 2010 indicam que 45,8% da área desmatada na Amazônia está
ocupada por pastagens para pecuária – na categoria de pasto limpo, o que fornece um indicativo
sobre o tipo de destinação que está ocorrendo para as áreas já abertas da região, orientando as
políticas públicas e a atuação do PPCDAm. Apesar da ocupação pelas pastagens, há 22% da área
que já foi desmatada ocupada por regeneração de vegetação secundária indicando que a área
provavelmente foi abandonada depois de retirados os recursos florestais.
Resultados
Durante a execução da 1ª e 2ª fases do PPCDAm importantes resultados foram alcançados.
No eixo Ordenamento Fundiário e Territorial, foram criados 25 milhões de hectares de Unidades
de Conservação federais (UCs) localizadas majoritariamente na frente da expansão do
desmatamento, bem como a homologação de 10 milhões de hectares de Terras Indígenas (TIs).
Além disso, foram criadas aproximadamente 25 milhões de hectares de UCs estaduais e também
algumas municipais, de modo que todas as esferas de governo contribuíram para a ampliação das
áreas protegidas na Amazônia. Além da expansão das áreas protegidas, foi elaborado o MacroZEE
da Amazônia Legal e o georreferenciamento de 25.618 posses rurais no âmbito do Programa Terra
Legal.
No componente de Monitoramento e Controle, foram deflagradas centenas de operações
integradas de fiscalização baseadas em critérios técnicos e prioridades territoriais, além de
expressivo aperfeiçoamento dos sistemas de monitoramento ambiental, envolvendo a análise de
imagens de satélite, tais como o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia
Legal – PRODES, o Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real –
DETER (que orienta as operações de fiscalização integradas) e, mais recentemente, o Sistema de
Detecção da Exploração Seletiva de Madeira – DETEX, Sistema de Mapeamento da Degradação
Florestal na Amazônia Brasileira – DEGRAD e Projeto de Levantamento de informações de uso e
cobertura da terra na Amazônia – TerraClass. 
No eixo Fomento, destacam-se as iniciativas para promover a economia florestal da
Amazônia, como o atendimento a 13.852 famílias em projetos de manejo de recursos naturais em
assentamentos da Reforma Agrária e o Programa Bolsa Verde, parte do Plano Brasil sem Miséria,
cujo público alvo são, entre outros, populações residentes em Unidades de Conservação de uso
sustentável. Merece destaque também a concessão de aproximadamente 225.000 hectares de
florestas para Manejo Florestal Sustentável e a criação do Distrito Florestal Sustentável da BR
163. 
Corroborando com o fato observado da redução da taxa de desmatamentoa partir da
implementação do PPCDAm, estudos indicam que as políticas de combate ao desmatamento
contribuíram significativamente para a queda do desmatamento entre os anos de 2005 e 2009. As
estimativas sugerem que as políticas evitaram que 62 mil km² de área de floresta fossem
desmatadas. Isso representa 32% a 52% do total que seria desmatado no período, na ausência das
políticas. Ou seja, na ausência dessas políticas, o desmatamento poderia ter voltado a crescer a
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partir de 2007, tendência que acompanharia a recuperação dos preços, o que não ocorreu,
comprovando a importância das políticas públicas implementadas pelo PPCDAm.
Desafios
Apesar da redução acentuada da taxa de desmatamento desde 2004, cabe ressaltar que o
compromisso nacional voluntário determinado pela PNMC não está assegurado. O desafio maior
consiste em manter as taxas de desmatamento anuais em níveis baixos, por meio de ações
constantes, de forma a evitar a possibilidade de revés. A manutenção de baixas taxas de
desmatamento dependerá principalmente de ações de promoção de uma economia de base florestal
na Amazônia e do monitoramento e recuperação/compensação ambiental dos imóveis rurais por
meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR), considerado um dos principais instrumentos de gestão
florestal e ambiental do Código Florestal. 
É importante ressaltar ainda que, sob o contexto normativo atual, a gestão florestal é
competência dos Estados, exigindo do PPCDAm grande esforço para implementar uma gestão
compartilhada e convergente aos objetivos de reduzir o desmatamento e a degradação florestal.
A versão completa do PPCDAm pode ser encontrada no site do Ministério do Meio 
Ambiente (http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80120/PPCDAm/_FINAL_PPCDAM.PDF ).
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5.2 Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado
– PPCerrado 
Antecedentes
Segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por
Satélite – PMDBBS, o bioma Cerrado perdeu 48,5% de sua área de vegetação nativa até 2010. Os
dados demonstram que o bioma vem perdendo sua área de cobertura natural de forma bastante
acelerada em relação aos demais biomas. Para fazer frente ao avanço do desmatamento no
Cerrado, o Ministério do Meio Ambiente iniciou em setembro de 2009 a elaboração do Plano de
Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado – PPCerrado,
contendo iniciativas próprias e das suas instituições vinculadas: Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade – ICMBio, Agência Nacional de Águas – ANA e Serviço Florestal Brasileiro –
SFB.
A inserção do PPCerrado como instrumento da PNMC contribuiu para que o conjunto do
governo se envolvesse na iniciativa do Plano que já estava sendo formulado no âmbito do MMA e
suas vinculadas. Desse modo, a partir de março de 2010, sob a coordenação da Casa Civil,
técnicos das diferentes áreas do governo passaram a trabalhar na ampliação das ações do
PPCerrado, tendo por base o documento já em processo de construção pelo Ministério do Meio
Ambiente.
A primeira fase do PPCerrado17 contou com ações de todo o Governo Federal, previstas
para 2010 e 2011 em consonância com o Plano Plurianual vigente na época (PPA 2008-2011). Em
2013, iniciou-se o processo de revisão do PPCerrado, com o intuito de renovar o planejamento
governamental do Plano para o período de 2014-2015, alinhadas com o novo Plano Plurianual
(2012-2015). 
Objetivos
O objetivo geral do PPCerrado é promover a redução contínua da taxa do desmatamento e
da degradação florestal, bem como da incidência de queimadas e incêndios florestais no bioma
Cerrado, por meio da articulação de ações e parcerias entre União, Estados, Municípios e
sociedade civil organizada, setor empresarial e universidades.
Para alcançar a redução do desmatamento, não apenas pela via da fiscalização ambiental, o
PPCerrado está estruturado em três eixos temáticos: 1) Monitoramento e Controle; 2) Áreas
Protegidas e Ordenamento Territorial; e 3) Fomento às Atividades Sustentáveis. O eixo de
Monitoramento e Controle contém ações de fiscalização ambiental, de gestão florestal e
monitoramento via satélite (criação e aprimoramento dos sistemas de medição da perda da
cobertura vegetal e detecção em tempo real). O eixo de Áreas Protegidas e Ordenamento
Territorial pretende favorecer o planejamento do território, com o objetivo de promover a
ocupação e o uso do solo de forma sustentável, o que inclui a criação e consolidação de Unidades
de Conservação, a demarcação e homologação de Terras Indígenas, o planejamento do uso dos
recursos hídricos e a elaboração do Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Bioma, além de
estímulo para que os Estados também o façam. O eixo de Fomento às Atividades Sustentáveis, por
sua vez, pretende estimular aquelas atividades que levam à transição do atual modelo de
desenvolvimento baseado no desmatamento e de práticas agrícolas convencionais para um modelo
voltado para o uso intensivo da terra dentro dos preceitos de sustentabilidade, tendo como base a
cobertura permanente do solo, a manutenção e a melhoria dos teores de matéria orgânica no solo e
17 PPCerrado, disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/201/_arquivos/ppcerrado_201.pdf
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a diversificação das atividades econômicas na propriedade e o respeito às especificidades locais e
regionais.
Instrumentos
Entre os instrumentos para implementação do PPCerrado, cada instituição responsável
destina seus recursos mediante ações orçamentárias do PPA ou pela provisão de outras fontes de
recursos como fundos e repasses de cooperação internacional. Pode-se destacar, ainda, os recursos
do Programa de Investimento em Florestas – FIP, que estão sendo aplicados em quatro frentes:
Cadastro Ambiental Rural (MMA), Quantificação de carbono e criação de plataforma sobre risco
do fogo (MCTI), Inventário Florestal Nacional do Brasil (IFN-BR, de responsabilidade do SFB) e
Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (MAPA). 
Além dos instrumentos financeiros, um importante instrumento para promover ações de
incentivo ao desenvolvimento sustentável do Cerrado é a identificação dos municípios com as
mais altas taxas de desmatamento. Com base no desmatamento observado entre os anos de 2009 e
2010 e no percentual de áreas de vegetação nativa remanescente do município ou na presença de
áreas protegidas (Terras Indígenas, Territórios Quilombolas e Unidades de Conservação) o MMA
publicou a Portaria MMA nº 97, de 22 de março de 2012, com uma lista de 52 municípios
prioritários para monitoramento e controle do desmatamento ilegal, ordenamento territorial e
incentivo a atividades econômicas ambientalmente sustentáveis, manutenção de áreas nativas e
recuperação de áreas degradadas. A priorização de municípios foi uma estratégia exitosa no âmbito
do PPCDAm, visto que concentra esforços do governo federal em uma área estratégica onde
ocorre a concentração dos polígonos de desmatamento. Em termos do bioma Cerrado, os
municípios prioritários, que somam 4% do totalde municípios do bioma, aglutinaram 44% do
desmatamento e 22% dos remanescentes do bioma no período 2009/2010. 
Quantificações mais relevantes
No que se refere ao desmatamento no Cerrado, o Decreto nº 7.390/2010, que regulamenta a
Política Nacional sobre Mudança do Clima, estabelece a redução de 40% dos índices anuais de
desmatamento em relação à média verificada entre os anos de 1999 a 2008 como uma das ações
para atingir o compromisso nacional voluntário da PNMC. O PPCerrado é periodicamente
avaliado e revisto, à luz do seu principal indicador (índice de desmatamento), que será contrastado
com próprio compromisso nacional voluntário e o alcance dos resultados definidos.
Resultados
O principal resultado do PPCerrado foi a redução de 60,5% do desmatamento em 2010
(6.469 km²) em relação à média no período 1999-2008 (15.701 km²). Esse resultado vem
contemplando o que foi estabelecido pelo Decreto nº 7.390/2010, de redução de 40% até 2020, de
acordo com a última medição do desmatamento feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, conforme Gráfico 5. 
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Gráfico 7 - Oferta Interna de Energia Elétrica – Brasil 2012 (%)
Fonte: Balanço Energético Nacional 2013 (ano Base 2012) - MME/EPE
Do gráfico, destaca-se que o Brasil apresenta aproximadamente 85% da eletricidade
originada de fontes renováveis, isso considerando as fontes de origem hidráulica, biomassa e
eólica. Se considerarmos a energia de origem nuclear, esse percentual sobe para 87% de
eletricidade originada de fontes com emissões de gases de efeito estufa baixas ou praticamente
nulas.
Objetivos
O Plano Nacional sobre Mudança do Clima, no que concerne à área de energia, tem como
objetivo manter elevada a participação das fontes renováveis na matriz energética nacional. As
ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa decorrentes desse plano observarão os
elementos da política energética nacional, como a segurança energética no atendimento da
demanda, a modicidade de preços e tarifas e a universalização do acesso à energia, além da
competitividade entre as fontes e o uso de tecnologia nacional.
Instrumentos
O Decreto nº 7.390/2010, em seu artigo 3º, considera como plano setorial de mitigação e de
adaptação à mudança do clima para o setor de energia o Plano Decenal de Expansão de Energia –
PDE, de responsabilidade do Ministério de Minas e Energia.
O Plano Decenal de Expansão de Energia adota uma metodologia técnico-científica que
incorpora ações de mitigação de emissões, considera o planejamento de diversos setores
econômicos e é submetido à ampla consulta pública. Portanto, o PDE como cenário de baixa
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emissão de carbono, é o instrumento para a formulação da estratégia de atendimento aos objetivos
previstos na Política Nacional sobre Mudança do Clima no que se refere à produção e ao uso da
energia, assim como para seu monitoramento.
Quantificações relevantes
De acordo com o Decreto nº 7.390/2010, em seu artigo 5º, em 2020 as projeções de
emissões do setor de energia será de 868 milhões de tonCO2eq. No entanto, com a adoção das
ações estabelecidas no PDE, as emissões deverão ser reduzidas para os patamares estabelecidos no
referido Decreto e em conformidade com os termos da Comunicação do Governo do Brasil, que
trata sobre os NAMAs19, informado à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima, em janeiro de 2010.
Planejamento das Ações de Mitigação
O planejamento da expansão da oferta de energia é realizado sob as diretrizes do Ministério
de Minas e Energia, por meio de estudos decenais revisados anualmente. O planejamento
energético consiste em definir um cenário de referência para implementação de novas instalações
na infraestrutura de oferta de energia, tanto de origem fóssil quanto renovável. Essa oferta deverá
ser necessária para atender ao crescimento dos requisitos do mercado, segundo critérios de
garantia de suprimento preestabelecidos, de forma ambientalmente sustentável e minimizando os
custos totais esperados de investimento, inclusive socioambientais e de operação.
O PDE apresenta o detalhamento das ações que visam à mitigação das emissões de gases de
efeito estufa no setor energético para horizonte de 2020, considerando como balizamento aspectos
relativos à expansão da oferta hidroelétrica e da oferta de fontes alternativas renováveis,
notadamente centrais eólicas, pequenas centrais hidroelétricas e bioeletricidade, expansão da oferta
de biocombustíveis e o incremento da eficiência energética. As vertentes de ações de mitigação,
aqui apresentadas, estão de acordo com o arcabouço legal estabelecido. No entanto, o Plano
Decenal é muito mais amplo, pois aborda outros combustíveis que também contribuem para o
esforço setorial de mitigação de emissões.
Expansão Hidrelétrica
A expansão do parque hidrelétrico é um significativo componente do desenvolvimento
sustentável nacional. As baixas emissões e a elevada capacidade instalada desta fonte de energia
refletem na economia como um todo, dando-lhe a característica de baixa intensidade de carbono,
com reflexos diretos em seus produtos e serviços.
A hidroeletricidade é uma das tecnologias de conversão energética mais eficiente que
existe, o que otimiza sobremaneira os recursos naturais utilizados, potencializado em razão do seu
extenso período de operação, que pode chegar a 100 anos. Em termos regionais, a implementação
de hidrelétricas favorece a usos diversos, como o controle de cheias, piscicultura, turismo,
navegação, irrigação, abastecimento e regularização da vazão a jusante do barramento, refletindo
assim incentivos ao desenvolvimento sustentável.
A capacidade de regularização dos reservatórios permite a expansão de fontes
complementares intermitentes, como solar, eólica e biomassa. Nesse sentido, a implementação de
reservatórios de regularização plurianuais constitui em um eficiente mecanismo de estocagem de
energia, importante, tanto no caráter imediato da operação do sistema, quanto em longo prazo,
reduzindo as vulnerabilidades em um processo de adaptação aos efeitos da mudança climática.
No Plano Decenal de Expansão de Energia a oferta da geração elétrica no Brasil considera
19 Ações de Mitigação Apropriadas às Condições Nacionais (da abreviação do original em inglês)
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um horizonte de projeção de médio e longo prazo, observando os conceitos técnicos e econômicos
de forma a minimizar os impactos socioambientais, atender aos critérios de segurança de
suprimento e diminuir os custos de geração. Os estudos de planejamento permitem subsidiar o
processo licitatório para expansão da oferta de energia elétrica e garantir o abastecimento
adequado para o crescimento do país.
Desse modo, a expansão da geração hidrelétrica é de especial importância para o parque
gerador nacional. A hidroeletricidade permite que o Brasil se coloque em posição de destaque com
relação à questão do clima, sendo o detentor notadamente de uma das matrizes elétricas mais
limpas do planeta. Nesse cenário, a hidroeletricidade continuará com papel de destaque na
expansão do parque gerador nacional nos próximos anos, tendo ainda a explorar 2/3 do potencial
inventariado. 
Expansão de Fontes Alternativas RenováveisDe acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia, fontes alternativas renováveis
como eólicas, térmicas movidas a biomassa, em sua maioria de bagaço de cana-de-açúcar, e
pequenas centrais hidrelétricas, apresentam uma expansão média anual de 10%. Essas fontes
poderão contribuir para manter a elevada participação das fontes renováveis na matriz elétrica
brasileira, com preços competitivos e tecnologias que já se encontram, na maioria desses casos, em
um grau de maturidade adequado.
A geração eólica é a fonte que mais cresceu no país. As contratações dos últimos anos
demonstraram que as usinas eólicas atingiram preços bastante competitivos e impulsionaram a
instalação de uma indústria nacional de equipamentos para atendimento a esse mercado. Essa
participação crescente no mercado de energia elétrica resultou de uma combinação de fatores
relacionados ao cenário externo, ao desenvolvimento tecnológico e da cadeia produtiva, ao
potencial que pode ultrapassar os 143 GW, as sinergias com a hidroeletricidade, além de aspectos
regulatórios, tributários e financeiros.
Os empreendimentos hidrelétricos, notadamente pequenas centrais, continuarão a ser
considerados no horizonte do Plano Decenal de Expansão de Energia como alternativa
complementar para matriz elétrica brasileira. No entanto, é observada uma maior competitividade
desta tecnologia com demais fontes renováveis, com a vantagem de ser uma fonte tradicional de
geração elétrica e possuir uma tecnologia já consolidada na indústria nacional, o que favorece a
sua expansão. 
As usinas térmicas a biomassa constituem mais uma fonte renovável complementar, com a
vantagem de apresentar sinergias dos períodos de safra com a hidroeletricidade. Nessa categoria,
destacam-se os empreendimentos que utilizam resíduos do processamento industrial da cana-de-
açúcar. Entretanto, outros insumos também podem ser utilizados como, por exemplo, os resíduos
vegetais, Resíduos Sólidos Urbanos – RSU, além de outros derivados agrícolas. Cabe ressaltar que
os investimentos necessários para o desenvolvimento dessas fontes estão sujeitos principalmente a
sua competitividade nos leilões de energia.
No Brasil, o uso mais disseminado da energia solar é para o aquecimento de água em
edificações a partir de painéis solares. No entanto, a geração fotovoltaica vem ganhando cada vez
mais espaço em nichos de atratividade para a sua utilização, destacando a alimentação de cargas
isoladas, como casas, barcos e trailers. Neste sentido, uma iniciativa para uma maior penetração
desta fonte ocorrerá com a sua participação em leilões de energia, sendo o primeiro previsto para
2013.
Expansão de Biocombustíveis
O Brasil possui um papel de destaque com relação ao uso de biocombustíveis no cenário
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internacional. Uma vantagem é a utilização do etanol carburante (hidratado e anidro) proveniente
da cana-de-açúcar e o biodiesel, com uma diversidade maior de insumos, para a mistura ao diesel
derivado de petróleo, conforme legislação vigente.
Em linhas gerais, o Plano Decenal de Expansão de Energia projeta que o mercado brasileiro
de etanol continuará em expansão, devido ao aumento expressivo da frota de veículos flex-fuel, a
despeito de problemas conjunturais que possam ocorrer. Nessa mesma linha, para o mercado
internacional, a tendência é que o Brasil se mantenha como um dos principais personagens. 
Para o etanol, foram considerados no Plano Decenal de Expansão de Energia a projeção da
demanda para curto prazo (safra atual) e médio prazo (5 a 10 anos), por meio de modelo de
previsão da demanda de etanol no mercado interno e a projeção da expectativa da participação do
etanol brasileiro no mercado mundial, avaliando as principais tendências de desenvolvimento
tecnológico em vários segmentos da cadeia produtiva, equacionando, portanto, as projeções da
produção com as expectativas de demanda.
Já para o biodiesel, a adição de 5% obrigatória ao diesel mineral (que entrou em vigor em
2010 de acordo com resolução do Conselho Nacional de Política Energética - CNPE 06/2009)
deverá propiciar o aumento gradativo da expansão desse combustível no horizonte considerado no
PDE. A realização de estudo de demanda de biodiesel no País, por meio de modelo de previsão em
um sistema computacional simplificado, levou em consideração a demanda de biodiesel
considerada flexível, além da demanda decorrente da obrigatoriedade legal e as projeções de
oferta, através da análise das vocações regionais para os potenciais mais relevantes de insumos
para fabricação do biodiesel (soja, dendê, mamona, sebo animal, etc.) e previsão de produção por
região. Assim sendo, consolida-se o balanço de oferta e demanda de biodiesel, no período
considerado com formulação de propostas para seu equacionamento.
Ressalta-se, também, que o setor sucroenergético tem se envolvido em iniciativas de
certificação que abordam aspectos ambientais, sociais e econômicos relacionados ao cultivo e
processamento da cana-de-açúcar. Tratam-se, geralmente, de processos de adesão voluntária, cujos
critérios são acordados entre as diversas partes interessadas, incluindo produtores, indústria,
consumidores e organizações não governamentais.
Incremento Eficiência Energética 
De uma forma geral, a eficiência energética está intrinsecamente considerada nas projeções
de demanda de energia no Plano Decenal de Expansão de Energia, como parte da metodologia
empregada nas projeções do consumo de cada subsetor. Dois movimentos são considerados, o
progresso tendencial, corresponde ao aumento da eficiência em uma trajetória natural do mercado
(business-as-usual) e o progresso induzido, que se refere à instituição de programas e ações
adicionais orientados para determinados setores, refletindo políticas públicas, programas e
mecanismos ainda não implantados.
O Brasil possui, há quase três décadas, programas de Eficiência Energética reconhecidos
internacionalmente e para reforçar a eficácia desses programas, as políticas de eficiência
energética buscam consolidar as estratégicas operacionais vigentes e ampliar a sua abrangência. 
Nesse sentido, temos o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL,
que é constituído por diversos subprogramas, dentre os quais se destacam ações nas áreas de
iluminação pública, industrial, saneamento, educação, edificações, prédios públicos, gestão
energética municipal, informações, desenvolvimento tecnológico e divulgação. Para combustíveis
temos o Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural
– CONPET, que é constituído por vários subprogramas, dentre os quais se destacam ações na área
de transporte de carga, passageiros e combustíveis, educação, marketing e premiação.
Podemos destacar também como instrumento, o Programa Brasileiro de Etiquetagem –
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PBE, que promove a eficiência energética por meio de etiquetas informativas a respeito do
desempenho de máquinas e equipamentos energéticos, sendo de adesão voluntária. O programa de
etiquetagem envolve equipamentos elétricos, combustíveis fósseis, incluindo veículos automotores
e edificações.
Complementarmente, o Programa de Eficiência Energética – PEE, das concessionárias do
serviço público de distribuição de energia elétricacoordenados pela Agência Nacional de Energia
Elétrica – ANEEL, estabelece obrigações e encargos às concessionárias de energia elétrica uma
vez que atribui a aplicação anual de um percentual de 0,5% para pesquisa e desenvolvimento
(P&D) e 0,5% para eficiência energética de sua Receita Operacional Líquida – ROL, de acordo
com a Lei 9.991/2000. 
No âmbito da Lei nº 10.295/2001, Lei de Eficiência Energética, que dispõe sobre a Política
Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia, foi instituído o Comitê Gestor de
Indicadores e Níveis de Eficiência Energética – CGIEE, para estabelecer níveis máximos de
consumo específico de energia, ou mínimos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos
fabricados ou comercializados no País. 
Resultados
O cenário da expansão do parque de geração de energia elétrica, incluindo as interligações
dos subsistemas, desde 2008, quando foi lançado o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, até a
presente data, visou garantir o abastecimento adequado do crescimento da demanda de energia
elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) de modo sustentável, atendendo sempre os critérios
de segurança no suprimento e minimização dos custos de expansão e operação do SIN, com a
observação das condicionantes ambientais.
Nesse período, merecem destaque os leilões de energia nova20 e de reserva21. A potência
total dos projetos que comercializaram energia nos leilões de 2011 foi de 5.200 MW. Está incluída
neste total, a geração de origem eólica. Destacam-se também no período, as concessões de
importantes empreendimentos do setor como as usinas das bacias do Teles Pires e Madeira, a usina
de Belo Monte e a interconexão do sistema elétrico Tucuruí-Manaus-Macapá. Abaixo a relação
dos leilões de energia ocorridos nos últimos anos (Fonte: EPE):
• Leilões A-322 em 2008, 2009 e 2011;
• Leilões A-523 em 2008, 2009, 2010, 2011, 2012; 
• Leilões de Energia de Reserva em 2008 (Biomassa), 2009 (Eólica), 2010 e 2011;
• Leilões de Fontes Alternativas em 2010;
• Leilão Sistemas Isolados 2010.
No que se refere ao Biodiesel, o Governo Federal, por meio da Agência Nacional de
Petróleo, Gás e Biocombustíveis – ANP, promove leilões para aquisição de biodiesel,
preferencialmente de empresas contempladas com o Selo Combustível Social24. Esses leilões
permitem a compra e entrega de biodiesel para períodos especificados, antecipando os processos
20 O leilão de energia nova tem como finalidade atender ao aumento de carga das distribuidoras. Neste caso são 
vendidas e contratadas energia de usinas que ainda serão construídas.
21 A contratação da energia de reserva foi criada para elevar a segurança no fornecimento de energia elétrica no Sistema
Interligado Nacional (SIN), com energia proveniente de usinas especialmente contratadas para esta finalidade – seja de 
novos empreendimentos de geração ou de empreendimentos existentes.
22A -3: usinas que entram em operação comercial em até três anos
23 A -5: usinas que entram em operação comercial em até cinco anos
24 A Instrução Normativa nº 01, de 19 de fevereiro de 2009, dispõe sobre os critérios e procedimentos relativos ao 
enquadramento de projetos de produção de biodiesel ao Selo Combustível Social.
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de planejamento dos fornecedores. Até abril de 2012, foram realizados 25 leilões.
Um incentivo importante que impulsionou a implementação de fontes alternativas de
geração de energia foi o programa PROINFA – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de
Energia Elétrica, finalizado em 2011. Foram implementados um total de 119 empreendimentos,
constituído por 41 eólicas, 59 Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs e 19 térmicas a biomassa.
Juntos, os 119 empreendimentos têm capacidade instalada de 2.649,87 MW, compreendendo
963,99 MW em usinas eólicas, 1.152,54 MW em PCHs e 533,34 MW em plantas de biomassa.
Outras iniciativas também tiveram repercussões significativas para as fontes renováveis,
como a legislação que promove descontos nas tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão
e de distribuição (TUST25 e TUSD26), incidindo na produção e no consumo da energia
comercializada (Lei 11.488/2007). Esse desconto é para empreendimentos hidroelétricos com
potência igual ou inferior a 1.000 kW e para aqueles com base em fontes solar, eólica, biomassa e
cogeração, cuja potência injetada nos sistemas de transmissão ou distribuição seja menor ou igual
a 30.000 kW. 
Destaca-se, também, a regulamentação da geração distribuída estabelecida pela Resolução
ANEEL 482/2012. Esse foi um mecanismo adotado para incentivar a utilização de microgeração
(potência menor ou igual a 100 kW) e minigeração (potência superior a 100 kW e menor ou igual
a 1000 kW), diretamente ligada aos sistemas de distribuição. A regulamentação propõe um sistema
de compensação entre a energia gerada pelo consumidor e a concessionária. As fontes beneficiadas
foram a hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração. Por sua vez, as usinas do setor
sucroalcooleiro têm comercializado energia elétrica nos dois ambientes de mercado27, o Ambiente
de Contratação Regulada - ACR e o Ambiente de Contratação Livre – ACL. De 2005 a 2011,
foram realizados 11 leilões com venda de energia de usinas sucroalcooleiras. Merecem destaque os
Leilões de Energia de Reserva - LER realizados em 2008, 2010 e 2011, onde foram contratados
543 MWmed, 168,3 MWmed e 23,3 MWmed, respectivamente (Fonte: EPE).
Registra-se ainda que o Leilão de Energia de Reserva de 2008 (LER 2008) foi exclusivo
para as usinas de biomassa, enquanto os demais contemplaram também a geração de origem eólica
e PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas. A energia total contratada pelas usinas sucroalcooleiras
no ACR atingiu, até final de 2012, aproximadamente 1,4 GWmed, valor que poderá ser ampliado
com a realização de futuros leilões (Fonte: EPE).
Com relação às ações de eficiência energética, por conta da atuação do CGIEE até meados
do ano de 2013 foram regulamentados nove equipamentos, dentre eles, transformadores de
distribuição, refrigeradores e lâmpadas incandescentes. Além disso, em 2008, no âmbito do
Programa Brasileiro de Etiquetagem – PBE foi lançada a etiqueta para veículos, sendo que
atualmente 80% do mercado já se encontra etiquetado e a previsão que até 2017 chegue a 100%.
Outro importante resultado em mitigação de gases de efeito estufa para o setor energético
foi a obtenção de créditos de carbono no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. De
2004 até 2012 foram registrados 272 projetos nacionais, destes 38% referem-se a energias
renováveis e 23% à eficiência energética. (Fonte: CIMGC)
As quantificações até então apresentadas dão uma dimensão da importância do setor de
energia para o esforço nacional de mitigação de gases de efeito estufa e as potencialidades que
ainda podem ser obtidas. Para tal, o setor deverá manter o seu propósito de manter as políticas
25Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Transmissão (Lei 9.074/1995)
26Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição (Lei 9.074/1995)
27 No ACR, estão concentradas as operações de compra e venda de energia, por meio de licitações (leilões), 
envolvendo as distribuidoras e os agentes vendedores, titulares de concessão, permissão ou autorização para gerar, 
importar ou comercializar energia elétrica. No ACL, atuam os agentes de geração, de comercialização, de importação, 
de exportação e os consumidores livres, em contratos bilaterais de compra e venda de energia livremente negociada, não
sendo permitidas as distribuidoras a aquisição de energia neste

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