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Crescimento e Desenvolvimento da criança

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Vigilância do 
crescimento e 
desenvolvimento 
saudáveis
VD ao RN e Família
• Principais objetivos da primeira VD:
OBS relações familiares
Facilitar o acesso aos serviços de saúde
Fortalecer vínculos da fam com a equipe de saúde
Orientar sobre os cuidados com o bebê
Prevenir lesões não intencionais
Identificar sinais de depressão puerperal
Promover o AM exclusivo até os 6 meses
Identificar sinais de perigo à cça.
Sinais de perigo à saúde da Cça
• Crianças menores de 2 meses:
Recusa alimentar
Esforço respiratório*, Apnéia*, CC,
Vômitos, FC abaixo de 100bpm, letargia ou 
inconsciência, FR> 60mpm
Hipotermia <35.5C Febre: = ou > 37.5
Icterícia visível do umbigo para baixo
Fontanela abaulada
Secreção purulenta no ouvido
Irritabilidade ou dor à manipulação
(BRASIL, 2012, pág.38)
Primeira Consulta -
Puericultura
• Reservar dois horários – consulta completa
• Anamnese
• Exame físico completo incluindo avaliação 
neurológica, medidas antropométricas, avaliação 
dos marcos do desenvolvimento segundo a faixa 
etária, estado geral, etc – informações descritas 
no capítulo de exame físico da cça e 
adolescente*
• Avaliação de situações de vulnerabilidade
Situações de Vulnerabilidade
• Cça residente em área de risco;
• Baixo peso ao nascer (inferior a 2.500g)
• Prematuridade (IG < 37 semanas)
• Asfixia grave ou Apgar menor 7 no 5º min
• Internações/intercorrências
• Mãe com menos de 18 anos de idade;
• Mãe com baixa escolaridade (< 8 anos de 
estudo)
• História familiar de morte de cça < 5 anos.
Situações de Vulnerabilidade
• Aleitamento materno ausente;
• Gestação gemelar;
• Mal-formação congênita;
• Mais de três filhos morando juntos;
• Ausência de PN
• Problemas familiares ou socioeconômicos que 
interfiram na saúde da cça;
• Suspeita ou evidência de violência;
Outras Ações
• Orientação para prevenção de acidentes*
• Realização do teste do pezinho (3º - 7º dia, 
triagem de 4 doenças genéticas)* - PNTN
• Revisão do calendário de imunizações (se já 
recebeu BCG e vacina para Hepatite B)
• Agendar retorno para 30º dia de vida
• E, após: 2º, 4º, 6º, 9º e 12º mês de vida)
• Além de duas consultas no segundo ano de vida 
(no 18º e 24º mês) 
O crescimento da criança
• Crescimento  processo dinâmico e contínuo, 
expresso pelo aumento do tamanho corporal
• O processo de crescimento é influenciado :
• Fatores intrínsecos (genéticos)
• Fatores extrínsecos (ambientais), entre os quais se 
destacam a alimentação, condições de saúde, higiene, 
habitação e cuidados gerais com a criança
atuam acelerando ou restringindo o crescimento 
(Ministério da Saúde, 2012)
Constitui um dos indicadores de saúde da criança. 
O crescimento da criança
• O acompanhamento sistemático do crescimento 
e do ganho de peso permite a identificação de 
crianças com maior risco de morbimortalidade 
por meio da sinalização precoce da subnutrição 
e da obesidade.
• A vigilância nutricional e o monitoramento do 
crescimento  promover e proteger a saúde da 
criança 
• diagnóstico e tratamento 
• evitar que desvios do crescimento possam 
comprometer a saúde atual e a qualidade de vida 
futura
(Ministério da Saúde, 2012)
PRÉ-ESCOLAR (3 a 5 anos de idade):
• O ganho médio de peso permanece em aproximadamente 
2 a 3 kg/ano
• O crescimento em altura também permanece constante, 
com um aumento anual de 6,5 a 9 cm, e geralmente ocorre 
pelo alongamento das pernas mais do que o tronco.
Peso médio Altura média
3 anos 14,5 Kg 95 cm
4 anos 16,7 Kg 103 cm
5 anos 18,7 Kg 110 cm
(Wong, 2011)
O crescimento da criança
ESCOLAR (6 aos 12 anos de idade):
• Crianças crescem em média 5 cm por ano
• Crianças aumentam de 2 a 3 Kg por ano
• Criança de 6 anos mede cerca de 116 cm e pesa em 
torno de 21Kg
• Criança de 12 anos mede cerca de 150 cm e pesa 
aproximadamente 40 Kg
• Ao final dos anos escolares, tanto meninas quanto meninos 
começam a crescer em tamanho, embora a maioria das 
meninas ultrapasse os meninos tanto na altura quanto no 
peso, causando desconforto intenso para ambos.
(Wong, 2011)
O crescimento da criança
Monitorização e avaliação do 
crescimento
• O melhor método de acompanhamento do 
crescimento infantil é o registro periódico do 
peso, da estatura e do IMC da criança na 
Caderneta de Saúde da Criança
(Ministério da Saúde, 2012)
Monitorização e avaliação do 
crescimento
• O Ministério da Saúde recomenda a utilização dos 
valores de referência para o acompanhamento do 
crescimento e do ganho de peso através: 
• Curvas da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 
2006 (para crianças menores de 5 anos) 
• Curvas da OMS de 2007 (para a faixa etária dos 5 
aos 19 anos)
• O padrão da OMS pode ser usado para avaliar 
crianças de qualquer país, independentemente de 
etnia, condição socioeconômica e tipo de 
alimentação
(Ministério da Saúde, 2012)
Monitorização e avaliação do crescimento: 
CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA
Perímetro cefálico
• de zero a 2 anos
Peso para a idade:
• de zero a 2 anos
• de 2 a 5 anos 
• de 5 a 10 anos
Comprimento/estatura para a idade
• de zero a 2 anos
• de 2 a 5 anos
• de 5 a 10 anos 
Índice de massa corporal (IMC) para 
a idade 
• de zero a 2 anos
• de 2 a 5 anos
• de 5 a 10 anos
(Ministério da Saúde, 2012)
A Caderneta de Saúde da Criança  parâmetros para 
avaliação do crescimento de crianças (menores de 10 
anos)  gráficos: 
Monitorização e avaliação do 
crescimento
(BRASIL, 2012, pág. 110)
• ESTATURA:
• Comprimento : crianças menores de 2 anos 
mensuradas deitadas em superfície lisa 
• Altura: crianças maiores de 2 anos 
mensuradas em pé 
Gráficos do Cartão da Criança:
(Caderneta de Saúda da Criança, 2011)
Eixo vertical 
corresponde ao 
perímetro cefálico 
(cm), peso(Kg), 
comprimento (cm), 
IMC (Kg/m2)
Eixo horizontal 
corresponde à 
idade da criança em 
meses
Gráficos do Cartão da Criança:
(Caderneta de Saúda da Criança, 2011)
Interpretando os gráficos
 A linha verde corresponde ao escore z 0. As outras linhas 
indicam distância da mediana.
 Um ponto ou desvio que esteja fora da área compreendida 
entre as duas linhas vermelhas indica um problema de 
crescimento.
 A curva de crescimento tendem a seguir um traçado paralelo à 
linha verde, acima ou abaixo dela mudança rápida nessa 
tendência (desvio da curva da criança para cima ou para baixo 
do seu traçado normal) deve ser investigada para determinar a 
causa e orientar a conduta.
 Um traçado horizontal indica que a criança não está crescendo, 
o que necessita ser investigado.
 Um traçado que cruza uma linha de escore z pode indicar risco. 
(Caderneta de Saúda da Criança, 2011)
Monitorização e avaliação do 
crescimento
(BRASIL, 2012, pág. 111)
Monitorização e avaliação do 
crescimento
(BRASIL, 2012, pág. 112)
Condutas recomendadas para algumas 
situações de desvio no crescimento
• Manejo de situações de desvio no crescimento da 
criança com até 5 anos de idade: 
Sobrepeso ou obesidade
• Verifique a existência de erros alimentares, identifique a dieta 
da família e oriente a mãe ou o cuidador a administrar à 
criança uma alimentação mais adequada, de acordo com as 
recomendações para uma alimentação saudável para a criança 
.
• Verifique as atividades de lazer das crianças, como o tempo 
em frente à televisão e ao videogame, estimulando-as a 
realizar passeios, caminhadas, andar de bicicleta, praticar 
jogos com bola e outras brincadeiras que aumentem a 
atividade física.
• Realize a avaliação clínica da criança.
(BRASIL, 2012, pág. 112)
Condutas recomendadas para algumas 
situações de desvio no crescimento• Magreza ou peso baixo para a idade
• Para crianças menores de 2 anos:
• Investigue possíveis causas, com atenção especial para o 
desmame.
• Oriente a mãe sobre a alimentação complementar adequada para 
a idade 
• Oriente o retorno da criança no intervalo máximo de 15 dias.
• Para crianças maiores de 2 anos:
• Investigue possíveis causas, com atenção especial para a 
alimentação, para as intercorrências infecciosas, os cuidados com 
a criança, o afeto e a higiene.
• Trate as intercorrências clínicas, se houver.
• Encaminhe a criança para o serviço social, se isso for necessário.
• Oriente a família para que a criança realize nova consulta com 
intervalo máximo de 15 dias.
(BRASIL, 2012, pág. 112)
Condutas recomendadas para algumas 
situações de desvio no crescimento
Magreza acentuada ou peso muito baixo para a idade
• Investigue possíveis causas, com atenção especial para o 
desmame (especialmente para os menores de 2 anos), a 
alimentação, as intercorrências infecciosas, os cuidados com a 
criança, o afeto e a higiene.
• Trate as intercorrências clínicas, se houver.
• Encaminhe a criança para o serviço social, se este estiver 
disponível.
• Oriente a família para que a criança realize nova consulta com 
intervalo máximo de 15 dias.
(BRASIL, 2012, pág. 113)
(Caderneta de Saúde da Criança, 2007)
(Ministério da Saúde, 2002)
ADOLESCÊNCIA
• Adolescência Inicial: 11 a 14 anos de idade
• Adolescência Intermediária: 15 a 17 anos de idade
• Adolescência Tardia: 18 a 20 anos
• As mudanças físicas aparentes são observadas no crescimento 
físico acelerado e no surgimento e desenvolvimento de 
características sexuais secundárias.
• Estirão do crescimento  os 20% a 25% finais da altura são 
atingidos durante a puberdade, e grande parte desse 
crescimento ocorre durante um período de 24 a 36 meses.
• Menino: ganha 10 a 30 cm de altura e 7 a 30 Kg de peso
• Menina: ganha de 5 a 20 cm de altura e 7 a 25 Kg de peso
(Wong, 2011)
O crescimento do Adolescente
ADOLESCÊNCIA: menina!
(Caderneta de Saúde da Adolescente, 2009)
(Caderneta de Saúde do Adolescente, 2009)
ADOLESCÊNCIA: menino!
Caderneta do (a) 
adolescente - MS
• Estou diferente?
• Espinhas
• Puberdade
• Estágios de Tanner - genitália
• Estágios de Tanner - pêlos pubianos
• Menstruação / Ciclo menstrual
• Polução noturna / Circuncisão
• Higiene
• Importante
• Sexualidade
• Conhecer, ficar, namorar...
• E se acontecer...
• Dupla proteção
• Sexo seguro
• Projeto de vida
• Informações úteis
• Adolescência
• Responsabilidade
• Essa (e) sou eu!!!
• Falando sobre...
• ECA
• Direitos...
• Dicas de saúde
• Alimentação saudável
• Estatura
• Meu desenvolvimento
• Comer, falar, beijar, sorrir...
• Cárie
• Dentes limpos
• Odontograma
• Vacinas
• Imunização
“Desenvolvimento é o aumento da capacidade do 
indivíduo na realização de funções cada vez mais 
complexas” (MARCONDES, 1994)
Desenvolvimento
• 1984 – MS publicou uma série de Manuais sobre
o Crescimento e Desenvolvimento* (somente
marcos)
• Desenvolvimento - Eixo central no processo de
atenção à cça com identificação dos grupos de
risco e encaminhamentos apropriados – redução
morbimortalidade infantil*
• Objetivo: identificar cças com alterações no
desenvolvimento e encaminhar serviço espec.
Desenvolvimento
• Fatores intrínsecos e extrínsecos
“A falta de afeto, de amor nos primeiros anos de
vida deixará marcas definitivas no
desenvolvimento da cça, constituindo-se em um
dos riscos mais importantes para o bom
desenvolvimento da cça”. (FIGUEIRAS, 2004)
Fatores que influenciam o D
Desenvolvimento Motor
• Ao Nascer*
• 1 a 2 meses: rosto da mãe*, responde ao sorriso
• 3 a 4 meses: mais ativo, acompanha olhar, põe a
mão em objetos/boca, balbucia, de bruços: levanta
cabeça e ombros
• 5 a 6 meses: ao ouvir voz procura com olhar, mãos
e objetos na boca, qdo levantado pelas mãos
sustenta cabeça e tórax
Marcos – Caderneta da Cça
• 7 a 9 meses: senta sem apoio, engatinha e tenta
levantar-se
• 10 a 12 meses – anda com apoio, bate palmas, fala
pelo menos uma palavra
• 13 a 18 meses: mais independente (vem se
“abastecer na mãe”), come sozinha, se reconhece
no espelho, frases de 2 ou 3 palavras, brinca com
brinquedos
Marcos – Caderneta da Cça
• 19 meses a 2 anos: anda com segurança, dá peq.
corridas, sobe e desce escadas, brinquedo paralelo*,
fala muito a palavra não
• 2 a 3 anos: a cça gosta de ajudar a se vestir, treino ao
toalete*, demonstra sua alegria, tristeza, raiva, gosta de
ouvir histórias*, cheias de perguntas. Diz seu nome e
nomeia como sendo seus.
• 3 a 4 anos: veste-se com auxílio, brinca imitando as
situações do cotidiano (identificação)*
Marcos – Caderneta da Cça
• 4 a 6 anos: gosta de ouvir histórias, aprender
canções, escolhe roupas, amigos, comida, corre e
pula alternando os pés, gosta de expressar suas
idéias (conta ou inventa histórias)
Marcos – Caderneta da Cça
• Educativa*
• Assistencial
• Encaminhamentos
A caderneta de saúde da cça traz informações 
sobre autismo.
CONDUTA
Desenvolvimento
Epidemiologia
No Brasil, 165 crianças ou adolescentes sofrem 
abuso sexual por dia ou 7 a cada hora (MS, 2002).
Abuso sexual: 74% das vítimas são meninas 
(meninas são 2 a 3x mais abusadas que os 
meninos) e 26% meninos; grupo etário mais 
acometido: 5 a 8 anos ou de 9 a 12 anos de idade.
Violência
• Desde 1996 a violência deve ser considerada um 
importante problema de saúde pública conforme 
recomenda da OMS;
• No Brasil, em 2007, a violência ocupava a 5ª causa 
de óbito em menores de 1 ano de idade.
• O profissional de saúde deve estar preparado para 
promover ações de promoção da saúde e prevenção 
de violência, conhecer as formas de manifestação de 
violência, buscar apoio da rede e de proteção, etc.
Tipos de Violência
Natureza da Violência
• Físicos (+ freq em cças < 10 anos)
• Emocionais/psicológicos (passividade, apatia, etc)
• Sexuais
Podendo envolver
• Negligência, Privação e Abandono
• Fogem do âmbito intrafamiliar*
• O abuso emocional é base para todas as formas de 
abuso infantil
VIOLÊNCIA SEXUAL
ABUSO SEXUAL
Abuso Sexual
• Situação em que uma cça ou adolescente é usado 
para gratificação sexual de um adulto ou até mesmo 
de um adolescente mais velho, baseado em relação 
de poder.
• Abuso sexual dentro de casa é considerado como 
violência familiar
• Dentre as “Adições” tb podemos incluir a pedofilia
Abuso Sexual sem contato físico
• Abuso Sexual Verbal
• Telefonemas obscenos
• Exibicionismo
• Voyeurismo
• Outros: mostrar para a cça vídeos ou fotos 
pornográficas, fotografar cças nuas, etc.
Abuso Sexual com contato físico
• Atos físico-genitais
• Pornografia de Crianças e Adolescentes
Violência Sexual
• Força usada pelo sujeito em busca do dano (violação 
da liberdade social). Não é somente uma violação da 
liberdade do outro mas também uma violação dos 
direitos humanos
Violência/Abuso Sexual
• Sempre leva ao atraso ou patologia
• Visa satisfação sexual do adulto (genital) por 
coação.
• O abusador é sempre muito próximo
• Aproveita oportunidades sobre a cça e/ou 
adquiri confiança.
Violência Invisível
Transgeracional: a violência é apreendida e
ensinada*
Segredo: é a base do abuso
Referências
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria 
de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 
2012. 272 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, nº 33)
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretariade Políticas de Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Saúde da criança : acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil / 
Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 100 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, nº 11)
• Hockenberry, M.; Wilson, M. Wong, fundamentos de enfermagem pediátrica. 8º ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2011. 1280p.
• Caderneta de Saúde da Criança: 
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29889&janela=1
• Caderneta de Saúde do Adolescente, 2012. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_adolescente_menino.pdf
• Caderneta de Saúde da Adolescente, 2009. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_adolescente_menina.pdf

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