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"Época triste a nossa em que é 
mais fácil dividir o átomo que 
quebrar preconceitos." (Albert 
Einstein).
Gênero
É uma dada maneira de olhar a 
realidade da vida (das 
mulheres e dos homens) para 
compreender:
• As relações sociais entre 
mulheres e homens;
• As relações de poder entre 
mulheres e homens, mulheres 
e mulheres, homens e homens
Gênero
 Conjunto de representações sociais e 
culturais construídas a partir da diferença 
biológica dos sexos; construção social do 
masculino e feminino.
Para Grossi (2005), Gênero é uma 
construção cultural, processado na 
educação formal e informal de homens e 
mulheres, contrariamente do senso 
comum, a qual compreende que 
biologicamente o sexo, por si só, 
determina os comportamentos masculinos 
e femininos.
“Gênero deve ser visto como elemento 
constitutivo das relações sociais, 
baseadas em diferenças percebidas entre 
os sexos, e como sendo um modo básico 
de significar relações de poder” (Scott, 
1990).
• “Como gênero é relacional, quer enquanto 
categoria analítica, quer enquanto 
processo social o conceito deve ser capaz 
de captar a trama das relações sociais, 
bem como as transformações 
historicamente por elas sofridas através 
dos mais distintos processos sociais, 
trama essa na qual as relações de gênero 
têm lugar. (Saffioti, 1992)
O “gênero” parece ter aparecido primeiro entre 
as feministas americanas que queriam insistir na 
qualidade fundamentalmente social das 
distinções baseadas no sexo. A palavra indicava 
uma rejeição ao determinismo biológico implícito 
no uso de termos como “sexo” ou “diferença 
sexual”. O “gênero” sublinhava também o 
aspecto relacional das definições normativas de 
feminilidade. As que estavam mais preocupadas 
com o fato de que a produção dos estudos 
femininos centrava-se sobre as mulheres de 
forma muito estreita e isolada, utilizaram o termo 
“gênero” para introduzir uma noção relacional no 
nosso vocabulário analítico. 
Gênero / Sexo
Gênero: Maneira que as diferenças 
entre mulheres e homens assumem 
nas diferentes sociedades, no 
transcorrer da história.
Sexo: Diferenças anátomo-fisiológicas 
existentes entre os homens e as 
mulheres.
Outros Conceitos:
• Sexo: Expressão biológica que define um 
conjunto de características anatômicas e 
funcionais (genitais e extragenitais).
• Sexualidade: entendida de forma mais 
ampla; é expressão cultural. Inclui 
sentimentos, fantasias desejos, 
sensações e interpretações.
• Orientação Sexual: atração afetiva e/ou 
sexual que uma pessoa sente pela outra. 
Varia desde a homossexualidade 
exclusiva até a heterossexualidade 
exclusiva, passando pelas diversas 
formas de bissexualidade. Os psicólogos 
não consideram que a orientação sexual 
seja uma opção consciente que possa ser 
modificada por um ato de vontade.
• Identidade Sexual: conjunto de 
características sexuais que diferenciam 
cada pessoa das demais e que se 
expressam pelas preferências sexuais, 
sentimentos ou atitudes em relação ao 
sexo. É o sentimento de masculinidade ou 
feminilidade que acompanha a pessoa ao 
longo da vida. Nem sempre está de 
acordo com o sexo biológico ou com a 
genitália da pessoa.
As desigualdades de gênero foram 
construídas historicamente, em 
decorrência de um modelo de sociedade, 
marcadamente Patriarcal, baseado numa 
forte organização sexual hierárquica, 
partindo do domínio masculino na esfera 
familiar, transposta para a esfera pública. 
Na contraposição dessa organização 
social, nasce o Feminismo, tendo 
características de um movimento social e 
político, com objetivo de igualdade dos 
sexos.
Simone de Beauvoir
A Mulher no Mercado de Trabalho
#As mulheres constituem 70% dos mais pobres 
no mundo, nos últimos 20 anos, o número de 
mulheres que vive abaixo da linha de pobreza 
cresceu 50%; 
 #No Brasil, de todas as pessoas que recebem o 
salário mínimo, 53% são mulheres; o preço da 
hora de trabalho de uma mulher chega, em 
média, a custar 14,3% a menos do que aquela 
paga a um homem; 
 #As mulheres representam a maioria dos 
trabalhadores em tempo parcial e do setor 
informal e têm uma taxa de desemprego maior 
que o setor masculino...
 O argumento de que homens e mulheres 
são biologicamente distintos e que a 
relação entre ambos decorre desta 
distinção que é complementar e na qual 
cada um deve desempenhar um papel 
determinado secularmente, acaba por ter 
o caráter de argumento final, irrecorrível. 
Seja no âmbito do senso comum , seja 
revestido por uma linguagem “científica”, a 
distinção biológica, ou melhor, a distinção 
sexual, serve para compreender – e 
justificar – a desigualdade social. 
(Louro,1997)
Ainda conforme Louro (1997), não é 
nenhuma novidade que currículos, 
metodologias de ensino, linguagens e 
processos de avaliação sejam campos 
das diferenças de gênero, de sexualidade, 
de etnias, de classe e que, portanto, 
precisam ser questionados. Deve-se 
observar que nos arranjos escolares 
estão presentes as múltiplas e 
complicadas combinações de gênero, 
sexualidade, classe, raça, etnia, e que nós 
mesmos/as estamos envolvidas/os 
nessas relações de poder, as quais 
teremos que questionar. 
O relatório da Unesco/2003 sobre 
Gênero e Educação faz uma importante 
discussão sobre a equidade de gênero 
no sistema educacional. Segundo os 
dados desse relatório, seria necessário 
até o ano de 2015 para ocorrer uma 
igualdade entre os gêneros na educação, 
em nível mundial. Deve-se observar que 
isso está ligado a um conceito de 
paridade (de gênero), ou seja, 
puramente numérico de equiparar a 
proporção de meninos e meninas nos 
seus ingressos no sistema educacional, 
considerando a faixa etária. 
A igualdade entre os 
gêneros é muito mais 
complexa, que implica em 
ofertas educacionais para 
meninas e meninos, com 
as mesmas oportunidades 
e direitos de usufruírem os 
métodos de ensino e 
currículos isentos de 
estereótipos, além de 
orientações acadêmicas 
sem preconceitos de 
gênero. 
As questões de gênero se relacionam 
com a sexualidade. A Educação Sexual 
foi constituída a partir da compreensão de 
que “a sexualidade humana é um campo 
que envolve questões fundamentais para 
constituição de identidade pessoal” 
(GROSSI). Tendo como pano de fundo as 
revoltas estudantis e o desejo dessa 
juventude, em vivenciar relações afetivas 
e sexuais desvinculadas da reprodução. 
O Papel da Escola
Esta cena é uma representação fiel do 
comportamento esperado das meninas. A 
informação que a professora passa, é que 
essa aluna está correspondendo ao 
estereótipo previsto para seu sexo. A 
menina “quieta e comportada” recebe um 
elogio por estar cumprindo a conduta 
desejada.
As relações pedagógicas que são 
construídas na escola estão carregadas 
de simbolizações e as crianças aprendem 
normas, conteúdos, valores, significados, 
que lhes permitem interagir e conduzir-se 
de acordo com o gênero. 
Cabe à educação colaborar na 
construção de relações entre homens 
e mulheres mais justas, com 
conteúdos necessários para o 
desenvolvimento intelectual dos/as 
estudantes, que auxilie positivamente 
no processo formativo da identidade 
de gênero. 
 
[...] “sabemos que o gênero está presente na 
maior parte das disciplinas, pois o 
conhecimento, tal como ele se desenvolveu no 
Ocidente, é sexuado. Desde o surgimento do 
Iluminismo no século XVII, a ciência tem sido 
privilégio dos homens e o saber feminino foi 
legado ao espaço da reprodução doméstica. No 
entanto, pensamos que há instâncias 
particulares das relações de gênero que dizem 
respeito às relações afetivo-sexuais entre os 
indivíduos que devem ter lugar de reflexão e 
aprendizagem na escola”.
A Unesco em 2004 realizouuma 
pesquisa nas escolas do País, 
mostrando que há preconceito de 
pais, professores e alunos em 
relação a homossexualidade. Nessa 
pesquisa, ¼ dos estudantes não 
gostaria de ter um colega 
homossexual e por volta de 15% 
deles acreditam que 
homossexualidade é uma doença.
Classificação da Homossexualidade, 
segundo padrão de conduta e/ou 
identidade sexual:
• HSH – homens que fazem sexo com 
homens: sigla utilizada principalmente 
por profissionais de saúde, na área de 
epidemiologia, para referir-se a homens 
que mantêm relações sexuais com 
outros homens, independente de terem 
identidade sexual 
homossexual.
• Homossexuais – indivíduos que 
têm orientação sexual e afetiva 
por pessoas do mesmo sexo.
• Gays – indivíduos que, além de se 
relacionarem afetiva e sexualmente com o 
mesmo sexo, têm estilo de vida de acordo 
com essa preferência, vivendo sua 
sexualidade abertamente.
• Bissexuais – relacionam-se com qualquer 
dos sexos. Alguns assumem 
publicamente, outros não.
• Lésbicas – homossexuais femininas. 
• Transgêneros – engloba travestis e 
transexuais. É homem no sentido 
fisiológico, mas se relaciona com o mundo 
como mulher.
• Transexuais – pessoas que não aceitam o 
sexo que ostentam anatomicamente, sendo 
o fato psicológico predominante 
(geralmente fazem cirurgia de mudança de 
sexo).
Dados Históricos:
- O tema discriminação com base na 
orientação sexual foi formalmente suscitado 
pela primeira vez no Foro das Nações Unidas 
– Conferência Mundial de Pequim, (China), 
em 1995.
- Debate sobre não-discriminação com base 
na orientação sexual – processo preparatório 
para Conferência Mundial Contra Racismo, 
Discriminação Racial, Xenofobia e Formas 
Conexas de Intolerância – Realizada em 
Durban (África), em 2001.
- O Programa Nacional de Direitos 
Humanos (PNDH II) de 2002, 
contém uma seção dedicada ao 
assunto, com 15 ações a serem 
adotadas pelo Governo Federal, 
para o combate à 
discriminação por 
orientação sexual.
 - A criação do Conselho Nacional de Combate à 
Discriminação – CNCD – em outubro de 2001: 
Foi uma das primeiras medidas adotadas pelo 
governo para implementação das 
recomendações da Conferência de Durban.
 - Plano Plurianual 2004 – 2007: Elaboração do 
plano de Combate à Discriminação contra 
Homossexual → a Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos lança o “Brasil Sem 
Homofobia”, Programa de combate à violência 
e à discriminação GLTB.
Ações do Programa 
Brasil Sem 
Homofobia:
Ações do Programa Brasil Sem 
Homofobia:
• Apoio a projetos de fortalecimento de 
instituições públicas e não 
governamentais que atuam na promoção 
da cidadania homossexual e/ou no 
combate à homofobia.
• Capacitação de profissionais e 
representantes do movimento 
homossexual que atuam na defesa dos 
direitos humanos.
• Disseminação de informações sobre 
direitos, de promoção de auto-estima 
homossexual.
• Incentivo à denúncia de violações dos 
direitos humanos do segmento LGBT
Princípios do 
Programa Brasil 
Sem Homofobia:
- A inclusão da perspectiva da não-
discriminação por orientação sexual e de 
promoção dos direitos humanos de gays, 
lésbicas, transgêneros e bissexuais, nas 
políticas públicas e estratégias do governo 
federal, a serem implantadas (parcial ou 
integralmente) por seus diferentes 
Ministérios e Secretarias;
RESPEITO À 
IDENTIDADE
- A produção de conhecimento para 
subsidiar a elaboração, implantação e 
avaliação das políticas públicas voltadas 
para o combate à violência e à 
discriminação por orientação sexual, 
garantindo que o Governo Brasileiro 
inclua o recorte de orientação sexual e o 
segmento GLTB em pesquisas nacionais 
a serem realizadas por instâncias 
governamentais da administração pública 
direta e indireta;
- A reafirmação de que a 
defesa, a garantia e a 
promoção dos direitos 
humanos incluem o 
combate a todas as formas 
de discriminação e de 
violência e que, portanto, o 
combate à homofobia e a 
promoção dos direitos 
humanos de 
homossexuais é um 
compromisso do Estado e 
de toda a sociedade 
brasileira.
Observações:
• - A homossexualidade foi retirada da relação de 
doenças pelo Conselho Federal de Medicina em 
1985.
• - O Conselho Federal de Psicologia determinou 
que nenhum profissional deve exercer “ação 
que favoreça a patologização de 
comportamentos ou práticas homoeróticas”, em 
1999.
• - a proibição de discriminação por orientação 
sexual consta de três Constituições Estaduais 
no Brasil: Sergipe, Pará e Mato Grosso.
• Art.3°. Inciso VIII – “a defesa intransigente dos 
direitos humanos, de igualdade e o combate a 
qualquer forma de discriminação ou 
preconceito”.
• Art.10°. Inciso III – “a implantação de meios 
assecuratórios de que ninguém será prejudicado 
ou privilegiado em razão de nascimento, raça, 
cor, sexo, estado civil, natureza de seu trabalho, 
idade, religião, orientação sexual, convicções 
políticas ou filosóficas, deficiência física ou 
mental e qualquer particularidade ou condição”.
• - Na Constituição Federal, Art. 5°. “Todos são 
iguais perante a lei...”
Currículo e orientações para a abordagem 
da Diversidade Sexual e Gênero na 
Educação Básica, consiste em:
 
# Os desafios educativos para uma 
política educativa de Gênero de 
Educação e Diversidade Sexual 
prevêem ações que considerem as 
relações de gênero e o respeito à 
diversidade sexual para que alunos/as 
exerçam sua sexualidade com prazer, 
responsabilidade, conhecimento e 
respeito para com seu próprio corpo e do/
a outro/a.
 # Compreender que “a escola pode 
desempenhar um importante papel no 
combate ao sexismo e a homofobia, que 
criam mal-estar, insegurança e 
isolamento, pois afetam a auto-estima de 
estudantes e de profissionais de 
educação” (Secad/MEC, 2006). 
Objetivo Geral
Desenvolver conteúdos que 
garantam educação de gênero 
e construção de uma cultura 
de respeito aos direitos 
sexuais e diversidade sexual. 
Objetivos Específicos
• Educar para afirmação dos direitos 
sexuais como direitos humanos;
• Desenvolver atitudes de defesa da 
igualdade de direitos e do respeito à 
diversidade sexual;
• Desencadear afirmação da identidade de 
Gênero;
• Desenvolver atividades curriculares que 
garantam aprendizagens sobre as 
relações gênero;
• Desenvolver ações educativas que 
conduzam comportamento crítico frente 
às desigualdades de gênero;
• Conhecer a história da mulher nas 
sociedades;
• Reflexão e crítica face aos papéis 
estereotipados atribuídos socialmente a 
homens e mulheres;
• Fortalecer comportamentos e atitudes 
que repudiem o sexismo e homofobia;
• Reconhecer situações de abuso sexual, 
identificar soluções e procurar ajuda; 
• Identificar e saber aplicar respostas 
assertivas em situações de injustiça, 
abuso ou perigo e saber procurar apoio, 
quando necessário.
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