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Artigo Científico

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TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Fabiana dos Santos Pereira Miguel[1: Graduação em Pedagogia, especialização em Educação especial com ênfase em deficiência intelectual, física e psicomotora pela Faculdade São Luiz. E-mail do autor: fabianapazeto@hotmail.com.]
Resumo
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é o mais conhecido dentre os transtornos de aprendizagem, porém, ainda é muito banalizado devido aos seus sintomas. A psicopedagogia busca intervenções adequadas para aliviar os problemas causados por ele entre crianças e adolescentes. Com o intuito de contribuir com os estudos a respeito deste transtorno, foi empreendida uma pesquisa bibliográfica que teve como objetivo esclarecer o que é o transtorno, suas possíveis causas, sintomas, critérios e diagnósticos. Com esta pesquisa, foi possível constatar que o TDAH não tem cura, mas com intervenções, terapias e medicamentos há melhora significativa, lembrando que o diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível.
Palavras-chave: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade TDAH. Psicopedagogia. Intervenções psicopedagógicas.
1. Introdução
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é o transtorno mais comum nas escolas em relação aos transtornos de desenvolvimento. Os educadores devem observar o nível de atenção de seus alunos, assim como a visão, a audição e outros sintomas, pois o TDAH requer um olhar clínico multidisciplinar, nos diversos ambientes em que a criança estiver, mas é fundamental que haja esse olhar na escola, onde os professores poderão fazer uma análise pedagógica. Geralmente, essas crianças sofrem no ambiente escolar, em casa e podem apresentar problemas afetivos sérios se não diagnosticadas logo, o que pode se prolongar até a fase adulta.
O TDAH é um transtorno não diagnosticado com exames específicos, ou seja, exames de sangue, tomografia, ressonância, eletro e outros marcadores biológicos. É muito importante que o profissional tenha um conhecimento amplo sobre o transtorno, pois o TDAH eleva consequências neuropsicológicas, clínicas, pedagógicas e na interação da criança com o ambiente. 
Pessoas que possuem TDAH podem apresentar outros transtornos, como por exemplo, transtorno de oposição desafiante, transtorno específico da aprendizagem, transtorno de ansiedade e depressivo, transtorno do espectro autista, etc.
O transtorno não é um problema de natureza social, ou seja, pela falta de limites, uso de tecnologia em excesso e avanços da modernidade. Os primeiros relatos foram feitos no século XIX, entre 1900 a 1910 e, por isso deve ser tratado com respeito e seriedade.
O objetivo deste estudo é esclarecer o que é o transtorno, suas possíveis causas, formas de diagnóstico e tratamento, principalmente qual a melhor forma de se relacionar com crianças ou adolescentes que possuem esse diagnóstico, propiciando ajuda aos professores e pais, uma vez que, crianças e adolescentes ficam a maior parte de seu tempo em casa e na escola.
A pesquisa foi embasada em autores renomados por suas publicações cientificas em livros, além de sites.
O TDAH não tem cura, mas com intervenções, terapias e medicamentos, há melhora significativa, porém, se não tratado devidamente pode acarretar graves danos para o indivíduo, como problemas de aprendizagem, apatia, irritabilidade, isolamento, frustação, etc. Por isso, é fundamental o diagnóstico e tratamento precoces para que, juntamente com a família e professores, a criança possa desenvolver todas as suas habilidades sem prejuízos futuros.
2. O QUE É TDAH ?
O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha a pessoa por toda a sua vida. É considerado um transtorno de desenvolvimento, acometendo cerca de 3 a 6% das crianças. (RODHE, 2003). Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade e não é secundário a fatores culturais (às práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos. É importante ressaltar que as manifestações do transtorno devem estar presentes em mais de um ambiente, por exemplo, em casa, na escola, no trabalho.
A característica essencial do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade que interfere no funcionamento ou no desenvolvimento. 
A desatenção manifesta-se comportamentalmente no TDAH como divagação em tarefas, falta de persistência, dificuldade em manter o foco e desorganização, mas não constitui consequência de desafio ou falta de compreensão. 
A hiperatividade refere-se à atividade motora excessiva (como uma criança que corre por tudo) quando não apropriado, ou então, remexer, batucar ou conversar em excesso. (MATTOS, 2011)
 Nos adultos, a hiperatividade pode se manifestar como inquietude extrema ou esgotamento dos outros com sua atividade. A impulsividade refere-se a ações precipitadas que ocorrem no momento sem premeditação e com elevado potencial para dano à pessoa, por exemplo, atravessar uma rua sem olhar. A impulsividade pode ser reflexo de um desejo de recompensas imediatas ou de incapacidade de postergar a gratificação. Comportamentos impulsivos podem se manifestar com intromissão social, por exemplo, interromper os outros em excesso e/ou tomada de decisões importantes sem considerações acerca das consequências no longo prazo, por exemplo, assumir um emprego sem informações adequadas. (DSM-V, 2014).
2.1 Critérios Diagnósticos e Tratamento
 Segundo o DSM-V (2014), os critérios diagnósticos para TDAH são:
Desatenção: Não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras atividades; Dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente; Não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho; Apresenta dificuldade para organizar tarefas e atividades; Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado; Frequentemente, perde coisas necessárias para tarefas ou atividades, ou seja, materiais escolares, lápis, livros; Com frequência é facilmente distraído por estímulos externos.
Hiperatividade e impulsividade: Frequentemente remexe ou batuca com as mãos, os pés se contorce na cadeira; Com frequência, levanta da cadeira em situações nas quais se espera que permaneça sentado; Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado; Com frequência, “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado”; Fala demais; Frequentemente, deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída; Frequentemente, tem dificuldade para esperar a sua vez; Com frequência interrompe ou se intromete nas conversas, jogos ou atividades.
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) exige uma força-tarefa para seu tratamento, envolvendo profissionais de várias áreas, como por exemplo, psicopedagogas, fonoaudiólogas, psicólogas em conjunto com a família, porém, não tem cura (Arruda, 2006).
3. Conclusão
A escolha do tema se deu em razão de muitas pessoas, ultimamente, serem diagnosticadas com o TDAH e que sofreram na infância e adolescência, pois muitos desses indivíduos descobriram na fase adulta. Hoje, eles têm uma qualidade de vida melhor, graças ao diagnóstico e tratamento. O TDAH é um transtorno e merece ser tratado com seriedade e respeito, para não ser banalizado por quem não tem conhecimento. O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar juntamente com professores e pais, que são fundamentais, pois passam a maior parte com eles.
O psicopedagogo poderá ser o elo principal entre a família e os especialistas envolvidos durante o tratamento, pois seu papel não é diagnosticar, mas sim, esclarecer aos pais que o transtorno não tratado gera inúmeras complicações paraseu portador, no convívio social.
O estudo do TDAH e sua divulgação nos ambientes escolares são de suma importância, pois quanto mais conhecimentos obtivermos sobre este assunto, muito mais poderemos contribuir para amenizar o sofrimento e o fracasso de nossas crianças.
Referências
ARRUDA, M. A. Levados da Breca. Glia.2006.
DSM-V. Associação Brasileira de Psiquiatria. Editora Artmed. Edição 5ª.2014
MATTOS, P. No mundo da lua. São Paulo: ABDA, 2011.
RODHE, L. A. Princípios e práticas em transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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