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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Matemática Básica 2013/1 EP1 Prezado aluno, estamos iniciando a disciplina Matemática Básica. Nessa disciplina oferecemos três fontes básicas de estudo: a Apostila, o Módulo do Cederj e os EPs (estudos programados). A apostila será usada como guia da disciplina e o módulo como consulta auxiliar. Portanto, a cada semana você deverá estudar a unidade indicada da Apostila e o Ep correspondente. Para complementar o estudo, consulte o módulo do Cederj. Nesta primeira semana, você deve estudar a unidade 1 da nossa apostila da disciplina. É um material muito interessante, que apresenta os números naturais de uma forma mais crítica. Em particular, discute-se bastante o processo de contagem, importantíssimo para se compreender vários conhecimentos matemáticos. O conteúdo desta unidade é simples e bastante conhecido. O mais importante nessa leitura é despertar o leitor para certas questões matemáticas e estimulá-lo a assumir uma postura mais crítica em seus estudos. Veja se o nosso texto te afeta desta forma, aluno. De qualquer modo, realizar as atividades propostas ao longo do texto é parte fundamental do estudo da disciplina. Não deixe de cumpri-las (no final do texto, você encontra as respostas). Lembre-se, tendo dúvida você sempre pode contar com o tutor presencial e com os tutores à distância. Além disso, aos domingos, você poderá conferir suas respostas com o gabarito comentado, disponível na plataforma. Como última orientação, antes de iniciar o estudo da semana, leia o texto a seguir sobre noções básicas da linguagem de conjuntos e guarde-o com carinho, pois ele é importante para entender os exercícios, enunciados de teoremas, demonstrações, resultados, enfim tudo o que se faz em Matemática. Ao longo do curso você vai aprender melhor as notações apresentadas, com o uso contínuo desta linguagem. Noções básicas da linguagem de conjuntos Um conjunto é simplesmente uma coleção de objetos ou de elementos. Por exemplo, os animais mamíferos formam um conjunto, os números naturais pares formam outro conjunto. Por simplicidade, quando precisamos nos referir a um conjunto várias vezes, atribuímos uma notação ao mesmo, em geral, uma letra maiúscula. Costuma-se chamar de conjunto Universo o maior conjunto no contexto em que se está trabalhando (teorema, livro, capítulo de livro, exercício, aula, etc.). Podemos denotar um conjunto de várias formas: 1. A = {2, 2, 5} listagem dos elementos entre chaves. 2. B = {0, 3, 6, 9, 12, 15,...} listagem dos elementos entre chaves usando “...”, onde usamos “...” quando há muitos elementos para representar e uma lei de formação deixa claro quais são esses elementos. 3. C = {x; x é ímpar} (lemos: o conjunto dos x, tais que x é ímpar) descrição do conjunto por meio de uma propriedade, não há listagem dos elementos. Para a relação entre um elemento e um conjunto usamos os símbolos “” e “”, onde “” significa que o elemento pertence ao conjunto e “” significa que o elemento não pertence ao conjunto. Exemplos: 1. 1 (1 pertence ao conjunto dos naturais). 2. 0 3. 1 , mas 1 (1 não pertence ao conjunto dos naturais, mas 1 pertence ao conjunto dos inteiros). Quando um conjunto não possui elementos é dito vazio. O conjunto vazio é denotado por { } ou . Por exemplo, {x ; x < 0} = . Dois conjuntos A e B são iguais (A = B), quando possuem exatamente os mesmos elementos. Observe o exemplo: se e então A = B. Dados A e B conjuntos, dizemos que A está contido em B, em símbolos , quando todo elemento que pertence ao conjunto A também é um elemento que pertence ao conjunto B. Neste caso, também dizemos que B contém A ou que A é um subconjunto de B. Por exemplo, dados e , então A B. Note que , já que, por exemplo , 3 , porém 3 . Observe que A = B quando e também . As principais operações entre conjuntos são a união e a interseção e temos também a diferença : A união de A e B é definida por A B = {x ; x A ou x B}, portanto o conjunto união é formado pelos elementos que pertencem pelo menos a um dos conjuntos (não excluindo os que pertencem simultaneamente aos dois conjuntos). Como exemplo, veja que se A = {1, 0, 2} e B = {0, 3, 4}, então . Obs: Em Matemática, quando escrevemos , significa que x é elemento de um dos conjuntos dados, podendo pertencer aos dois conjuntos simultaneamente ou só a um deles. Observe que na Língua Portuguesa o uso do “ou” exclui a possibilidade da simultaneidade (por exemplo: “Quer açúcar ou adoçante?”) A interseção de A e B é definida por A B = {x ; x A e x B}, portanto é o subconjunto de A e de B formado pelos elementos que estão simultaneamente nos dois conjuntos A e B. Note que pode ocorrer da interseção ser o conjunto vazio. Considerando A e B do exemplo anterior, temos que é um conjunto unitário, pois é formado somente pelo zero. Obs: O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto. De fato, se existir algum conjunto A, tal que , então deve existir também algum elemento no conjunto vazio que não pertence a A, o que é impossível já que o conjunto vazio não possui elementos. Então, vale o contrário, ou seja, . A diferença dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos elementos de A que não pertencem a B, isto é, . Por exemplo, sejam A = {0, 1, 2, 3, 4} e B = {1, 2, 4}. Então A\B = {0, 1, 3}. Também, = {1, 2, 3, 4, 5, ...} = (conjuntos dos inteiro negativos). Quando , dizemos que é o complementar de B em relação a A. e também pode ser denotado por ou simplesmente por se A for o conjunto universo. Assim, .é o complementar de em relação a . Os quantificadores lógicos são bastante utilizados para favorecer a notação, encurtando a escrita e melhorando o entendimento. São eles: o quantificador universal é utilizado quando queremos nos referir a todos os elementos do conjunto; “para todo ”(ou “qualquer que seja é escrito simplesmente . o quantificador existencial é utilizado quando queremos nos referir a alguns elementos do conjunto; ”existe é escrito assim . Obs: Também usamos a notação , lê-se ”não existe”. Exemplos: 1. 2. , tal que x < 1. 3. , tal que x < 2. Os conectivos lógicos de implicação e equivalência são importantíssimos na escrita matemática e devemos estar bem atentos ao significado de cada um. : sempre que p é uma afirmação verdadeira, então q também é verdadeira, escrevemos (lê-se p implica q, ou se p então q, ou p é uma condição suficiente para q, ou q é uma condição necessária para p). : sempre que “p q” e também “q p”, escrevemos (lê-se p é equivalente a q, ou p se e só se q, ou p se e somente se q, ou p é uma condição necessária e suficiente para q). Obs: Informalmente, dizemos que vale a “ida”, quando e que vale a “ida e a volta”, quando . Exemplos: 1. Dado , . 2. Dado , . 3. Dado , . 4. Dado , . 5. Dado , . Comentários sobre os exemplos acima: No exemplo 1, a recíproca (a “volta”) não vale, isto é, não temos uma equivalência, pois nem todo inteiro maior do que ou igual a 4 é positivo, há o 4, 3, 2, 1 e o 0 quenão são positivos. No exemplo 2, a recíproca também não vale, isto é, não temos uma equivalência, pois se , então e portanto se não implica em x = 1, pois vale também para . Comparando os exemplos 2 e 5, observe que o conjunto universo do exemplo 5 é , por isso vale a “ida” e a “volta”, isto é, temos uma equivalência. Exercício: Descreva por listagem cada conjunto dado. a) A : o conjunto de todos os números pares entre 3 e 11. b) B : o conjunto de todos os números primos menores do que 20. c) C : o conjunto de todos os números ímpares maiores do que 8. d) D : o conjunto de todos os números entre 5 e 30 que divididos por 4 deixa resto 1. e) E = {x ; 2x – 1 = 6}.
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