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APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS NA ELABORAÇÃO DE SUBPRODUTOS

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APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS NA ELABORAÇÃO DE 
SUBPRODUTOS 
 
Apresentação: Comunicação Oral 
 
COSTA FILHO, D. V.
1
; SILVA, A. J.
2
; SILVA, P. A. P.
3
 SOUSA, F. C.
4
 
 
 
Resumo 
 
No Brasil, formas diferentes de produção agroindustrial funcionam em paralelo com a produção agrícola. Em 
sua maioria o beneficiamento está condicionado diretamente à geração de produtos e, consequentemente a 
geração de resíduos. A Organização das Nações Unidas Para a Alimentação e a Agricultura – FAO, 
estima que a produção mundial de resíduos agroindustriais atinja 1,3 bilhão de toneladas por ano, 
dando conta que, 1/3 dos alimentos potencialmente destinados ao consumo humano são 
desperdiçados, seja como resíduos, oriundos do processamento ou como perca na cadeia produtiva 
(FAO, 2013). O aproveitamento de resíduos agroindustriais se mostra frente ao desperdício de 
alimentos, e ao beneficiamento e processamento desses, uma grande oportunidade de 
desenvolvimento de subprodutos, como também agregação de valor perdido, e utilização 
sustentável desses resíduos. Diversas agroindústrias têm realizado o aproveitamento de resíduos na 
produção de subprodutos, atentando a agregação de valor deste. Indústria de produção de queijos, 
utilizando o resíduo do soro lácteo na produção de bebidas fermentadas, onde também, os setores de 
produção animal, já utilizam o soro na incrementação de ração. Indústrias sucroalcooleiras utilizam 
o bagaço oriundo da produção de etanol, para fornecimento de energia nos fornos industriais das 
usinas. O objetivo deste trabalho foi elencar o caráter exploratório dos resíduos agroindustriais, to tocante a 
sua utilização e aproveitamento. Brasil (2011) trouxe a instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, 
onde dispõe sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à 
gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluída os perigosos, às responsabilidades 
dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. A utilização de 
resíduos passa por uma tomada de decisões de acordo com a natureza e especificidade do resíduo. 
As oportunidades de valorização dos resíduos agroalimentares têm sua origem em grande parte, de 
indústrias de processamento de origem animal e vegetal. A utilização de resíduos por essa ou outras 
finalidades deve-se levar em consideração diversos fatores, como, aspectos econômicos. A 
economicidade do aproveitamento residual indicará a destinação final do produto, seja este de 
caráter alimentício ou não. 
 
Palavras-Chave: Desperdício, Nutrientes, Impacto ambiental. 
 
1
 Tecnologia em Alimentos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano – campus 
Salgueiro. E-mail: djalma.vitorino@vitoria.ifpe.edu.br 
2
 Bacharelado em Agronomia, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – campus Vitória de 
Santo Antão, E-mail: adjiarsilva.agronomia.ifpe@gmail.com 
3
 Tecnologia em Alimentos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano – campus 
Salgueiro, E-mail: priscillasilva187@gmail.com 
4
 Titulação, Instituição, E-mail: sousafrancisco@rocketmail.com 
 
 
Introdução 
 No Brasil, formas diferentes de produção agroindustrial funcionam em paralelo com a 
produção agrícola. Em sua maioria o beneficiamento está condicionado diretamente à geração de 
produtos e, consequentemente a geração de resíduos. A produção de resíduos oriundos dos 
trabalhos agroindustriais são originalmente derivados do processamento de couro, fibras, alimentos, 
madeira, produção da indústria sucroalcooleira. Sua produção é geralmente estacional, atrelada pela 
maturidade da cultura ou oferta da matéria-prima. A característica e quantidade de resíduos 
agroindustriais produzidos são versáteis com o tempo (MATOS, 2014). 
 O agronegócio deve apresentar expansão de 2% em 2017. Segundo estimativa da 
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, o Produto Interno Bruto – PIB, do 
agronegócio obteve crescimento de 2,5% em 2016 (PORTAL BRASIL, 2016). Para Gasques e 
Bastos (2003), o crescimento acentuado do agronegócio brasileiro o coloca em posição de destaque 
no processo de desenvolvimento do país. 
 A Organização das Nações Unidas Para a Alimentação e a Agricultura – FAO, estima que a 
produção mundial de resíduos agroindustriais atinja 1,3 bilhão de toneladas por ano, dando conta 
que, 1/3 dos alimentos potencialmente destinados ao consumo humano são desperdiçados, seja 
como resíduos, oriundos do processamento ou como perca na cadeia produtiva (FAO, 2013). 
 Resíduos podem representar perda de biomassa e de nutrientes, além de aumentar o 
potencial poluidor associado à disposição inadequada que, além da poluição de solos e de corpos 
hídricos quando da lixiviação de compostos, acarreta problemas de saúde pública. Por outro lado, o 
elevado custo associado ao tratamento, ao transporte e à disposição final dos resíduos gerados tem 
efeito direto sobre o preço do produto final (ROSA, et al. 2011). 
 O aproveitamento de resíduos agroindustriais se mostra frente ao desperdício de alimentos, e 
ao beneficiamento e processamento desses, uma grande oportunidade de desenvolvimento de 
subprodutos, como também agregação de valor perdido, e utilização sustentável desses resíduos. 
Diversas agroindústrias têm realizado o aproveitamento de resíduos na produção de subprodutos, 
atentando a agregação de valor deste. Indústria de produção de queijos, utilizando o resíduo do soro 
lácteo na produção de bebidas fermentadas, onde também, os setores de produção animal, já 
utilizam o soro na incrementação de ração. Indústrias sucroalcooleiras utilizam o bagaço oriundo da 
produção de etanol, para fornecimento de energia nos fornos industriais das usinas. 
 Os resíduos do beneficiamento de alimentos surgem durante o preparo destes, para a sua 
conversão em produtos alimentícios. Pertencem a este tipo, os resíduos que não se integram aos 
produtos como componentes e que por esse motivo necessitam serem deles excluídos. Este tipo de 
 
 
resíduo é eliminado dos alimentos durante o seu processamento e, por estratégias tecnológicas se 
tornam subprodutos. 
 Em um país onde milhões de pessoas passam por necessidades nutricionais, formas inovadas 
de alimentação, oriundas de fontes de alimentos que são desperdiçados, podem ser uma alternativa 
de fonte nutricional na elaboração de subprodutos agroindustriais. Por outro lado, a elaboração e 
comercialização destes subprodutos tornam-se uma alternativa comercial viável, inerente ao 
pequeno e grande produtor. 
 Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo abordar o aproveitamento de resíduos 
agroindustriais na elaboração de subprodutos. 
 
Fundamentação Teórica 
Agroindústria 
 O caráter agrícola brasileiro, ao qual se insere as atividades agroindustriais, assume papel 
importante em uma postura de manejo simples entre o cultivo de culturas de subsistência, criações 
de animais para produção de derivados, armazenagem e processamento de produtos. Doravante a 
isso, as agroindústrias correspondem a uma das formas de cultura mais antigas e presentes nas 
unidades agrárias produtivas. Para este setor, considera-se o uso de produtos a serem beneficiados e 
processados presentes nas regiões do país, como produtos oriundos do comercio exterior. Essas 
atividades, essenciais para a produtividade agroindustrial e desenvolvimento da nação, está atrelado 
a emissão de resíduos. 
 Segundo Silveira (2017), o processo produtivo nas empresas agroindustriais, especialmente, 
das operações de transformação, com o intuitode obtenção do produto, gera quase que sempre, 
resíduos a serem utilizados posteriormente. 
 Para Callado (2015), atividades de transformação, “são os processos pelos quais as matérias 
primas oriundas de produtos agrícolas ou animais são processadas e modificadas para a obtenção de 
produtos derivados que possuem características próprias”. Agrega-se ao processo de transformação 
dos insumos e matérias-primas, as atividades ligadas ao transporte interno, armazenamento 
apropriado, classificação e embalagem, tais como, geléia, requeijão, polpa de frutas, sucos 
concentrados e açúcar. 
 Todavia, o setor agroindustrial, alcança atividades complementares, embora não se destine a 
função produção, suas atividades abrangem os animais de trabalho (ou custeio), veículos, motores, 
maquinas, ferramentas agrícolas, irrigação, armazenamento e conservação dos produtos 
(CALLADO, 2015). 
 
 
 
Resíduos agroindustriais 
A geração de resíduos e subprodutos é inerente a qualquer setor produtivo. O aumento da 
conscientização ecológica, iniciado no final do Século XX, deixou claro que o grande desafio da 
humanidade para as próximas décadas é equilibrar a produção de bens e serviços, crescimento 
econômico, igualdade social e sustentabilidade ambiental. 
 Os resíduos gerados pelas diferentes atividades humanas constituem-se atualmente em um 
grande desafio a ser enfrentado pelos municípios, principalmente nos grandes centros urbanos. Os 
setores agroindustriais e de alimentos produzem grandes quantidades de resíduos, tanto líquidos 
como sólidos. Esses resíduos podem apresentar elevados problemas de disposição final e potencial 
poluente, além de representarem, muitas vezes, perdas de biomassa e de nutrientes de alto valor. Ao 
contrário do que acontecia no passado, quando resíduos eram dispostos em aterros sanitários ou 
empregados sem tratamento para ração animal ou adubo, atualmente, conceitos de minimização, 
recuperação, aproveitamento de subprodutos e bioconversão de resíduos são cada vez mais 
difundidos e necessários para as cadeias agroindustriais (LAUFENBERG, 2003). 
 Os resíduos agroindustriais são gerados no processamento de alimentos, fibras, couro, 
madeira, produção de açúcar e álcool, etc., sendo sua produção, geralmente, sazonal, condicionada 
pela maturidade da cultura ou oferta da matéria-prima. As águas residuárias podem ser o resultado 
da lavagem do produto, escaldamento, cozimento, pasteurização, resfriamento e lavagem do 
equipamento de processamento e das instalações. Os resíduos sólidos são constituídos pelas sobras 
de processo, descartes e lixo proveniente de embalagens, lodo de sistemas de tratamento de águas 
residuárias, além de lixo gerado no refeitório, pátio e escritório da agroindústria (MATOS, 2005) 
 De acordo com a lei 12.305 dos Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), os resíduos da produção animal e 
os resíduos da agroindústria são classificados quanto à sua origem, como resíduos agrossilvopastoris, 
incluindo os relacionados a insumos. 
 Na década de 90, a produção de algumas culturas, no Brasil, dá origem a volumes 
elevados de resíduos. Diversos estudos surgem sobre o aproveitamento desses resíduos e, para 
alguns tipos esse uso já é bastante disseminado. Entretanto, sua utilização na alimentação, dependia 
de uma série de fatores como, entre outros, a proximidade entre a localização do resíduo, as 
características nutricionais dos resíduos e o custo de transportar e preparar os resíduos 
(CARVALHO, 1992). 
 
Impacto ambiental 
 Devido à elevada demanda pela industrialização e consequente exploração dos recursos 
naturais, uma quantidade muito grande de resíduos tem se acumulado no meio ambiente. Estes 
 
 
resíduos têm composições diversas podendo ser compostos orgânicos ou inorgânicos, cadeias com 
alto ou baixo peso molecular, ser de fase sólida, líquida e/ou gasosa. Na maioria das vezes os 
resíduos são complexos, apresentando composição combinada de diferentes compostos. 
 De acordo com a resolução 001 de 23 de janeiro de 1986, do Conselho Nacional de Meio 
Ambiente (CONAMA), considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, 
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante das atividades humanas (BRASIL, 1986). 
 Segundo indicadores da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e 
Desenvolvimento - UNCTAD, o Brasil será o maior país agrícola do mundo em dez anos. Hoje, o 
agronegócio já representa uma das atividades que mais contribuem para o crescimento do nosso 
país. Contudo, aliada à evolução, ao desenvolvimento e à transformação de alimentos, está a 
geração de muitos resíduos, sendo estes um dos principais problemas ambientais não só no Brasil, 
mas no mundo. Os resíduos gerados nas atividades industriais podem ocasionar problemas 
ambientais, caso não recebam destino adequado (NÓBILE, et al., 2017). 
 Pode-se afirmar, nesse sentido, que o dano ambiental “é a lesão causada por uma pessoa 
física ou jurídica a qualquer bem que componha o meio ambiente, alterando de forma relevante, o 
seu equilíbrio (MORAES, 2012). Durante os últimos 30 anos, o impacto ambiental das atividades 
agroindustriais, tornou-se uma preocupação constante dos ambientalistas, legisladores, clientes, 
autoridades públicas e sociedade em geral (SILVEIRA, 2017). 
 A intensificação tecnológica e a expansão dos modelos industriais de processamento em alta 
escala, agravam também os “desequilíbrios” gerando um passivo significativo, onde os impactos 
ambientais se acentuaram, em especial, no uso irrestrito do solo e água (ZYLBERSZTAJN, 2000). 
 Para a diminuição e mitigação dos impactos causados pelos resíduos, alguns podem ser 
reciclados, como certos materiais plásticos, metálicos, cerâmicos e celulósicos, evitando seu 
descarte no meio ambiente. Resíduos orgânicos que não são reciclados podem ser aproveitados, em 
muitos casos, como ingredientes em formulações de novos produtos e, por processos 
biotecnológicos, podem ser valorizados quando utilizados como substratos para a geração de 
produtos com elevado valor agregado, como enzimas e antibióticos (SANTOS, 2012). 
 
Metodologia 
 A metodologia para a pesquisa elencada, utilizou instrumentos direcionados a respostas mais 
precisas. Do ponto de vista da forma de abordagem, elencou-se a pesquisa qualitativa, com enfoque 
na bibliografia pesquisada e, aplicada a problemática. Do ponto de vista quantitativo, o enfoque 
prevaleceu sobre pesquisa em periódicos e artigos do ano de 2010 até os dias atuais. Entretanto vale 
 
 
salientar que, pesquisas realizadas em anos anteriores, prevaleu-se ser objeto de pesquisa, pela 
relevância do conteúdo de interesse cientifico e, de certa forma, o enriquecimento do trabalho 
pesquisado. A metodologia de pesquisa também levou em conta a literatura de leis, resoluções, 
portarias e manuais. 
 
Resultados e Discussão 
 Os resíduos agroindustriais vêm sendo objeto de estudo a várias décadas. Com isso, várias 
pesquisas vêm sendo realizadas, com o intuito de encontrar meios de uso responsável e consciente, 
direcionadas a esse material. Do ponto de vista ambiental, a pesquisa realizada para a atenuação da 
diminuição do impacto causado pelos resíduos, é considerada de elevada importância, pois 
abordam a valorização do meio ambiente, e a deposição de resíduos no ecossistema. 
 Brasil (2011), trouxe a instituição da Politica Nacional de Resíduos Sólidos, onde dispõe 
sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão 
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos 
geradores e do poder público e aos instrumentoseconômicos aplicáveis. 
 A utilização de resíduos passa por uma tomada de decisões de acordo com a natureza e 
especificidade do resíduo. Matos (2014), pesquisando a viabilidade do uso de resíduos oriundos dos 
curtumes, pôde observar que muitos materiais orgânicos são essencialmente: pelos, gordura, carne e 
lodos do tratamento biológico, aparas de couro, serragem de raspadeira e pó de lixadeira. Além 
desses, são resíduos as cinzas e fuligem das caldeiras e o sal do batimento das peles. O 
processamento de 1 (um) t de pele salgada até a etapa de acabamento final gera cerca de 100 Kg de 
matéria seca de lodo. 
Uma agroindústria bastante geradora de resíduos é a indústria de celulose. Na década de 
2000, a produção de papel no Brasil ficou em torno de 200 mil toneladas ano, em média. Com isso, 
a produção de resíduos é quase que consequente a transformação dessa matéria-prima. Os principais 
resíduos gerados são: restos de madeira, lama de cal, cinzas da caldeira, dregs, grits e lodo. A 
utilização desses resíduos vem sendo abordado por vários autores. 
Viana (2016), fala que a celulose é gerada a partir de troncos de árvores, sendo as principias 
matérias o eucalipto seguido do pinus. Para cada 100 Kg de celulose produzida são gerados 80 kg 
de resíduos sólidos. Alguns dos resíduos oriundos da produção de celulose e papel vêm sendo 
utilizados no condicionamento e na fertilidade do solo, melhorando as propriedades necessárias 
para o desenvolvimento da cultura florestal. Resíduos sólidos e os efluentes gerados nos processos 
de fabricação de celulose e papel têm sido aplicados como corretivos de acidez dos solos e adubos 
em povoamentos de eucalipto, proporcionando redução nos custos com aquisição de fertilizantes. 
 
 
 As oportunidades de valorização dos resíduos agroalimentares têm sua origem em grande 
parte, de indústrias de processamento de origem animal e vegetal. A Figura 1 apresenta de forma 
simplificada a visão conceitual e o potencial de valorização dos resíduos agroindustriais oriundos 
das agroindústrias de processamentos. 
 
 
 Figura 1: Resíduos agroindustriais x elaboração de subprodutos. Fonte: http://www.sbera.org.br/2sigera/obras/p12.pdf. 
 
 
Conclusões 
 Os altos índices potenciais ou efetivos, de resíduos de produtos agrícolas ou agroindustriais, 
nas cinco regiões do Brasil, não estão direcionados a utilização exclusivamente a ser transformado 
em alimentos. A utilização de resíduos por essa ou outras finalidades deve-se levar em consideração 
diversos fatores, como, aspectos econômicos. A economicidade do aproveitamento residual indicará 
a destinação final do produto, seja este de caráter alimentício ou não. 
 
Referências 
 
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa Nacional de Resíduos Sólidos. Brasília, 2011. 
102 p. 
 
BRASIL. Resolução N° 001, 23 de janeiro de 1986. Conselho Nacional de Meio Ambiente. 
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em: 05 de 
julho de 2017. 
 
CARVALHO, F. C. Disponibilidade de resíduos agroindustriais e do beneficiamento de 
produtos agrícolas. Informações Econômicas, SP, v.22, n.12, dez. 1992. 
 
FAO. Desperdício de alimentos tem consequências no clima, na água, na terra e na 
biodiversidade. Disponível em: http://www.fao.org.br/daccatb.asp. Acesso em: 31 de maio de 
2017. 
 
 
 
GASQUES, J. G.; BASTOS, E. T. (março/2003). Crescimento da Agricultura. Boletim de 
Conjuntura, nº 60. Página visitada em 04 de janeiro de 2011. Disponível em: 
http://agriculturasamazonicas.ufpa.br/PDF%27S/AA_selecao/2012/Jos%C3%A9_Garcia_Gasques_
&_Eliana_Teles_Bastos_bc_60n1_Crescimento_daagricultura_e_produtividade_do_trab.pdf. 
Acesso em: 31 de maio de 2017. 
 
LAUFENBERG, G.; KUNZ, B.; NYSTROM, M. Transformation of vegetable waste into value 
added products. (A) The uppgrading concept; (B) Pratical implementations. 
 
MATOS, A. T. Tratamento de resíduos agroindustriais. Fundação Estadual do Meio Ambiente. 
Viçosa, Minas Gerais: ed. UFV, 2005. 
 
MATOS, A. T. Tratamento e Aproveitamento Agrícola de Resíduos Sólidos. Viçosa, Minas 
Gerais: Ed. UFV, 2014. 
 
MORAES, A.P. O estudo de impacto ambiental e sua complexidade jurídico-administrativa. 
João Pessoa: UFPB, 2012. 
 
NÓBILE, F. O.; ANDRADE, T. C. R.; BORGEA, S. F.; CANTIERI, J. A.; KAWANO, A. C. S. 
Doses de resíduo da brassagem da cerveja na fertilidade do solo. Barretos. Nucleus, 
v.14,n.1,abr.2017. 
 
PORTAL BRASIL. Agronegócio deve ter crescimento de 2% em 2017. Disponível em: 
http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2016/12/agronegocio-deve-ter-crescimento-de-2-
em-2017. Acesso em: 25 de maio de 2017. 
 
ROSA, M. F.; SOUZA FILHO, M S. M.; FIGUEIREDO, M. C. B.; MORAIS, J. P. S.; 
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Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindustriais – II SIGERA 15 a 
17 de março de 2011 – Foz do Iguaçu, PR Volume I – Palestras. 
 
SANTOS, L. Utilização de resíduos agroindustriais para produção de amiloglucosidase por 
Aspergillus awamori. Ponta Grossa – PR. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial. v. 06, n. 
01: p. 655-664, 2012 
 
VIANA, L. G. REAPROVEITAMANTO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS. IV Congresso 
Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Cruz das Almas, Bahia – 13 a 16 de julho de 2016. 
Disponível em: http://cobesa.com.br/2016/download/cobesa-2016/IVCOBESA-133.pdf. Acesso 
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ZYLBERSZTAJN, D.; NEVES, M. F. (Org.). Economia e gestão dos negócios agroalimentares: 
indústria de alimentos, indústria de insumos, produção agropecuária, distribuição. São Paulo: 
Pioneira, 2000.

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