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APOSTILA SAUDE MENTAL CAROLINA

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Professor (a): Carolina Almeida 
 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Enfermagem na Saúde Mental 
 Professor (a): Carolina Almeida 
 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
SAÚDE MENTAL 
É o estado de funcionamento harmônico que as pessoas desenvolvem e mantêm, para viver em sociedade, 
em constante interação com seus semelhantes e meio ambiente. 
DOENÇA MENTAL 
Síndrome ou padrão psicológico ou comportamental clinicamente significativo que ocorre em um indivíduo 
e que está associado a angústia, incapacidade perda de liberdade, dor, risco de morte. 
 
1. O PROCESSO DE REFORMA PSIQUIÁTRICA 
 O início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é contemporâneo da eclosão do “movimento 
sanitário”, nos anos 70, em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa 
da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços, e protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços 
de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias de cuidado. Embora contemporâneo da Reforma 
Sanitária, o processo de Reforma Psiquiátrica brasileira tem uma história própria, inscrita num contexto 
internacional de mudanças pela superação da violência asilar. 
A Reforma Psiquiátrica é processo político e social complexo, composto de atores, instituições e 
forças de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos federal, estadual e municipal, 
nas universidades, no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos profissionais, nas associações de pessoas 
com transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos sociais, e nos territórios do imaginário social e 
da opinião pública. Compreendida como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais 
e sociais, é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da 
Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios. 
2. A REDE DE CUIDADOS NA COMUNIDADE 
A rede de atenção à saúde mental, composta por Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços 
Residenciais Terapêuticos (SRT), Centros de Convivência, Ambulatórios de Saúde Mental e Hospitais Gerais, 
caracteriza-se por ser essencialmente pública, de base municipal e com um controle social fiscalizador e gestor 
no processo de consolidação da Reforma Psiquiátrica. 
3. O PAPEL ESTRATÉGICO DOS CAPS 
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, 
têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. É o surgimento destes serviços que passa a 
demonstrar a possibilidade de organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. É função 
dos CAPS prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando assim as internações em hospitais 
psiquiátricos; promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais através de ações intersetoriais; 
regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção 
à saúde mental na rede básica. É função, portanto, e por excelência, dos CAPS organizar a rede de atenção às 
pessoas com transtornos mentais nos municípios. Cabe aos CAPS o acolhimento e a atenção às pessoas com 
transtornos mentais graves e persistentes e usuários de álcool e outras drogas, procurando preservar e fortalecer 
os laços sociais do usuário em seu território. 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
 
4. ESTRATÉGIAS PARA REDUÇÃO DE DANOS E RISCOS ASSOCIADOS AO CONSUMO 
PREJUDICIAL 
O conceito de redução de danos vem sendo consolidado como um dos eixos norteadores da política 
do Ministério da Saúde para o álcool e outras drogas. Originalmente apresentado de forma favorável na 
prevenção de doenças transmissíveis, esta estratégia, assumida pelo Ministério da Saúde desde 1994, é 
internacionalmente reconhecida como alternativa pragmática e eficaz no campo da prevenção das Doenças 
Sexualmente Transmissíveis/AIDS. No campo do álcool e outras drogas, o paradigma da redução de danos se 
situa como estratégia de saúde pública que visa a reduzir os danos causados pelo abuso de drogas lícitas e 
ilícitas, resgatando o usuário em seu papel auto-regulador, sem a exigência imediata e automática da 
abstinência, e incentivando-o à mobilização social. 
Assim, são estratégias de redução de danos a ampliação do acesso aos serviços de saúde, 
especialmente dos usuários que não têm contato com o sistema de saúde, por meio de trabalho de campo; a 
distribuição de insumos (seringas, agulhas, cachimbos) para prevenir a infecção dos vírus HIV e Hepatites B 
e C entre usuários de drogas; a elaboração e distribuição de materiais educativos para usuários de álcool e 
outras drogas informando sobre formas mais seguras do uso de álcool e outras drogas e sobre as consequências 
negativas do uso de substâncias psicoativas; os programas de prevenção de acidentes e violência associados 
ao consumo, e a ampliação do número de unidades de tratamento para o uso nocivo de álcool e outras drogas, 
entre outras. 
 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
5. TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE 
Transtorno da Personalidade é um padrão persistente de vivência íntima ou comportamento que se 
desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo. É invasivo e inflexível, tem seu início na 
adolescência ou começo da idade adulta, é estável ao longo do tempo e provoca sofrimento ou prejuízo. 
GRUPO A (Excêntricos ou estranhos) 
Transtorno de personalidade paranoide - pessoas com esse transtorno tendem a desconfiar dos outros e 
achar que vão ser enganadas. Por causa disso, elas podem ser hostis ou emocionalmente desapegadas. 
Transtorno de personalidade esquizoide - provoca falta de interesse em relações sociais. Quem tem o 
problema é indiferente às interações sociais. 
Transtorno de personalidade esquizotípica - pode levar a um comportamento excêntrico, pensamentos e 
crenças incomuns ou bizarras, sentimento de desconforto em ambientes sociais e dificuldade para ter 
relacionamentos íntimos. 
Grupo B (dramáticos, imprevisíveis ou irregulares) 
Transtorno de personalidade antissocial – quem tem o transtorno não reconhece os sentimentos e 
necessidades de outros. Também pode repetidamente mentir, agredir, roubar e ter comportamentos ilegais. 
Transtorno de personalidade histriônica - pessoas com este transtorno são altamente emotivas e dramáticas, 
têm uma necessidade excessiva de atenção e aprovação e podem usar a aparência física para consegui-la. 
Transtorno de personalidade borderline - as características principais incluem o medo do abandono, 
relacionamentos intensos e instáveis, explosões emocionais extremas, comportamento autodestrutivo e 
sentimento crônico de vazio. 
Transtorno de personalidade narcisista - são as pessoas com autoestima inflada e necessidade de admiração. 
Elas costumam ter pouca empatia ou preocupação com os outros e têm fantasias de sucesso, poder ou beleza. 
Grupo C (Ansiosos ou receosos) 
Transtorno de personalidade esquiva - pessoas que evitam a interação social e são extremamente sensíveis 
aos julgamentos negativos dos outros; elas podem ser tímidas e isoladas socialmente e ter sentimentos de 
inadequação. 
Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva - são pessoas preocupadas com regras e ordem e que 
valorizam o trabalho acima de outros aspectos da vida; são perfeccionistas e têm uma necessidade de estar no 
controle. É importante não confundir com o transtorno obsessivo-compulsivo, que é uma forma de transtorno 
de ansiedade. 
Transtorno de personalidade dependente - causa necessidade de ser cuidado e medo de estar sozinho, alémde dificuldade de separar-se de seus entes queridos ou tomar decisões por conta própria. Quem tem o problema 
pode ser submisso e tolerar relações abusivas. 
 
6. TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA 
TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade 
O transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) consiste de um padrão persistente de 
desatenção e/ou comportamento hiperativo e impulsivo que é mais grave do que esperado em crianças da 
idade e nível de desenvolvimento. (SADOCK, 2007) 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
O diagnóstico de TDAH requer sintomas persistentes e prejudiciais de hiperatividade/impulsividade 
ou desatenção que causem prejuízo em pelo menos duas das situações diferentes. Por exemplo, muitas 
crianças afetadas têm dificuldades na escola e em casa. (SADOCK,2007) 
Hoje o tratamento que tem apresentado melhor desempenho tem sido a combinação de terapia 
farmacológica e intervenções comportamentais, psicossociais e educacionais tanto em relação à criança, 
quanto aos pais. 
Estimulantes do SNC, incluindo preparações de liberação curta e prolongada de: 
-Metilfenidato (Ritalina, Ritalina LA, Concerta, Metadate CD, Metadate ER) 
-Dextroanfetamina 
-Combinações de Dextroanfetamina e sal de anfetamina 
Transtornos Globais do Desenvolvimento 
Os transtornos globais do desenvolvimento são caracterizados por um prejuízo global, normalmente 
grave, em habilidades de interação social recíproca, desvio de comunicação e padrões comportamentais 
estereotipados e restritos. 
 Transtorno Autista 
As crianças com autismo apresentam pouco contato visual direto e dirigem poucas expressões faciais 
a outras pessoas, além disso, usam gestos limitados para se comunicar. 
Avaliação do quadro clínico. 
Surgem indícios bastante fortes de autismo por volta dos 18 meses, raramente o diagnóstico é 
conclusivo antes dos 24 meses, e a idade média mais frequente é superior aos trinta meses. 
TEACCH – Tratamento e educação para crianças autistas e com distúrbios correlatos da comunicação 
Tratamento farmacológico 
 Transtorno de Rett 
Consiste em um transtorno caracterizado pelo desenvolvimento de uma série de déficits após u 
período de funcionamento normal. Ocorre apenas em meninas, é raro e persiste por toda a vida. A criança 
perde as habilidades motoras e começa a apresentar movimentos estereotipados, perde o interesse pelo 
ambiente social, e à medida que cresce torna-se evidente um grave prejuízo na linguagem expressiva e 
receptiva. O tratamento é similar ao do autismo. 
 Transtorno de Asperger 
É caracterizado pelos mesmos prejuízos de interação socal e os mesmos comportamentos 
estereotipados restritos observados no autismo, mas não há atrasos cognitivos e de linguagem. Ocorre com 
mais frequência em meninos e dura por toda a vida. 
Retardo Mental 
O diagnóstico de retardo mental depende da presença de um QI abaixo da média, medido por um 
teste padronizado, além do déficit na função adaptativa presente, manifestado durante o período de 
desenvolvimento antes dos 18 anos de idade. 
O grau de retardo baseia-se no QI e afeta muito a habilidade de funcionamento do indivíduo. 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
• Retardo leve: QI de 50 a 70 
• Retardo moderado: QI 35 a 50 
• Retardo grave: QI de 20 a 35 
• Retardo profundo: QI abaixo de 20 
 
Transtornos de Aprendizagem 
Referem-se aos déficits apresentados por crianças ou adolescentes na aquisição de habilidades 
esperadas em leitura, escrita, fala, escuta, raciocínio ou matemática, comparadas com outras crianças de 
mesma idade e capacidade intelectual. 
 Transtorno da Matemática 
Crianças com transtorno da matemática têm dificuldade para aprender e lembrar numerais, não 
conseguem lembrar fatos básicos relacionados a números e são letas e não muito precisas em cálculo. 
 Transtorno da Expressão Escrita 
O transtorno da expressão escrita é caracterizado por habilidades de escrita muito abaixo do nível 
esperado para a idade e capacidade intelectual da criança. Incluem erros de gramatica e pontuação, ortografia 
deficiente, bem como caligrafia deficiente. 
Transtorno de Comportamento Diruptivo 
Resultam em prejuízos na função social e acadêmica. Algum desafio e recusa em obedecer a pedidos 
de adultos é adequado ao desenvolvimento e marca o crescimento em todas as crianças, contudo aquelas com 
os transtornos são prejudicadas pela frequência e pela gravidade de seus comportamentos diruptivos. 
 Transtorno desafiador de oposição 
 Transtorno da conduta 
Transtornos Da Excreção 
De acordo com Sadock (2007) enurese e encoprese são os dois transtornos da excreção considerados 
apenas quando a criança ultrapassou, cronológica e evolutivamente, o ponto em que se espera que tais funções 
sejam dominadas 
 Encoprese 
É a repetida evacuação de fezes em locais impróprios, como roupas ou chão, por uma criança com 
pelo menos 4 anos de idade em termos cronológicos ou de desenvolvimento. A evacuação é involuntária, mas 
pode ser intencional. 
 Enurese 
Consiste na repetida eliminação de urina durante o dia ou a noite, nas roupas ou na cama, por uma 
criança com pelo menos 5 anos de idade em termos cronológicos ou de desenvolvimento. Em geral é 
involuntária, quando intencional, está associada a um transtorno de comportamento diruptivo. 
Transtornos Alimentares 
 Anorexia Nervosa 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
Caracteriza-se com a recusa em manter o peso em um nível igual ou acima do mínimo esperado para 
a idade, medo intenso de ganhar peso ou de se tornar gordo, autoavaliação indevidamente influenciada pela 
forma e peso corporais, parada da menstruação. Podem ocorrer episódios de comer compulsivo e purgação e 
levar à morte 
 Bulimia Nervosa 
Episódios recorrentes de comer compulsivo, sensação de perda de controle sobre o ato alimentar 
durante os episódios, comportamentos inapropriados de compensação para prevenir o ganho de peso e 
preocupação excessiva com o peso e a forma corporal. 
Outros Transtornos da Infância ou Adolescência 
 Transtorno de Ansiedade de Separação 
É diagnosticado quando uma ansiedade inadequada e excessiva para o estágio de desenvolvimento 
surge em relação à separação da figura de ligação principal. 
 Mutismo Seletivo 
É caracterizado por fracasso persistente em falar em situações sociais em que isso é esperado, como 
na escola. As crianças podem se comunicar por gestos, acenos com a cabeça ou, às vezes, vocalizações 
monossilábicas em uma voz diferente da natural. 
 Transtorno de Apego Reativo na Infância 
É a relação de apego social notavelmente perturbada e inapropriada para o nível do desenvolvimento. 
Em geral esse transtorno começa antes dos 5 anos de idade e está associado com algum cuidado fortemente 
patogênico, como negligência parental, abuso ou falha em atender às necessidades emocionais ou físicas 
básicas da criança. 
 Transtorno de Movimento Estereotipado 
Envolve um comportamento motor repetitivo não funcional e interfere nas atividades normais ou 
resulta em autolesão, exigindo tratamento médico. 
 Esquizofrenia de Início Precoce 
A esquizofrenia de início precoce ou esquizofrenia infantil é uma perturbação que se engloba num 
comportamento e pensamento anormais; inicia-se entre os 07 anos e o princípio da adolescência. O termo se 
refere à idade de início anterior a 17-18 anos, e a de início muito precoce consiste em início antes dos 13 anos 
de idade. É uma doença rara na infância e, conforme avança a adolescência (próximo dos 11 anos), esses casos 
tornam-se mais expressivos. Apesar de existirem alguns relatos com idade inferior a 5 anos, estes são 
extremamente raros (ASSUMPÇÃO, 1993). 
 Abuso de substânciaspsicoativas 
 Um dos principais fatores que levam os adolescentes a experimentar o uso de drogas é a 
curiosidade. As substâncias mais consumidas por sequencia são: 
Álcool - Droga depressora do sistema nervoso central 
Maconha - Droga perturbadora do sistema nervoso central 
Cocaína (em casos mais graves o uso do crack - derivado da cocaína) - Drogas estimulantes do 
sistema nervoso central 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
 Dietilamida do ácido lisérgico (LSD) - Droga perturbadora do sistema nervoso central 
Inalantes (cola de sapateiro) - Droga depressora do sistema nervoso central 
 Comportamento Antissocial em Crianças e Adolescentes 
Refere-se a comportamento que não é causado por um transtorno mental e inclui atos antissociais 
isolados (violência, agressão, roubo, matar aula e fugas de casa), não um padrão. 
 Problema de Identidade 
É a incerteza sobre questões relacionadas à identidade, tais como objetivos a longo prazo, escolha de 
uma profissão, padrões de amizade, comportamento sexual, valores morais e lealdade ao grupo. Às vezes, 
manifesta-se no contexto de transtornos de humor, transtorno psicóticos e transtorno de personalidade 
boderline. 
 
7. TRANSTORNOS MENTAIS NO PUERPÉRIO 
Disforia Pós-Parto 
Ocorre em 50% a 85% das mulheres e são alterações leves do humor depressivo, geralmente 
autolimitadas e com remissão completa (máximo duas semanas), ocorre nos primeiros 7 a 10 dias do pós-
parto e tem duração de algumas horas ou dias; 
Sintomas: Choro fácil; Labilidade afetiva; Irritabilidade; Comportamento hostil; Sensibilidade excessiva à 
rejeição; Sentimentos de estranheza e despersonalização. 
Tratamento: suporte emocional, compreensão e auxílio. 
Depressão Pós- Parto 
Início dentro das 4 primeiras semanas de pós-parto e ocorre entre 10% a 20% das mulheres. Tem 
repercussões negativas na interação mãe-bebê e em outros aspectos da vida da mulher. Raramente a depressão 
pós-parto acarretará em suicídio ou infanticídio. 
Sintomas: Tristeza e Ansiedade; Dificuldades e desinteresse para atividades no dia a dia; Alteração do sono 
e do apetite; Agitação ou retardo psicomotor; Sensação de fadiga; Sentimento de inutilidade ou culpa; 
Dificuldade na concentração ou tomar decisões; Vontade de morrer; Dificuldade para cuidar da criança; 
Pensamentos recorrentes de causar danos ao bebê 
Psicose Puerperal 
Quadros graves de ocorrência rara entre de 0,1% a 0,2%. A taxa de infanticídio nos quadros não 
tratados está em torno de 4%. 
Sintomas: Agitação psicomotora; Delírios e Alucinações; Ideias delirantes que envolvem a criança; 
Desorganização do comportamento e do discurso; 
Intervenções: Acolhimento; Tratamento Multidisciplinar; Psicoeducação; Psicoterapia; Tratamento 
Farmacológico. 
 
TRANSTORNOS MENTAIS E FÁRMACOS UTILIZADOS EM TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO 
7. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
Sabemos que a ansiedade faz parte de todos nós. Como sintoma, ela pode aparecer em vários 
transtornos. Nos transtornos de ansiedade, entretanto, ela aparece como sintoma central. Os transtornos de 
ansiedade constituem grande parte da demanda psiquiátrica e envolve um grande grupo de classificações de 
transtornos, dos quais veremos os principais: 
O paciente com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é, normalmente, considerado um 
paciente difícil, pois permanece em constante estado de irritabilidade, impaciência, apreensão. Geralmente ele 
reclama de tensão, suores constantes (frios ou não), tonteiras, mal-estar gastrintestinal, palpitações e 
dificuldade para dormir. A pessoa com TAG costuma mostrar-se constantemente preocupada. O fato é que se 
trata de uma ansiedade “impossível de controlar” sem o tratamento adequado, fazendo com que a pessoa tenha 
suas atividades limitadas. 
A fobia social é o medo de expor-se mesmo para grupos pequenos e situações informais. A pessoa 
geralmente conta com uma autoestima rebaixada e não é incomum que procure o isolamento como forma de 
evitação do medo. Costuma comprometer muito a vida da pessoa, visto que ela passa a perder boas 
oportunidades, muitas vezes até no trabalho, pela necessidade de “passar despercebida”. As fobias específicas 
referem-se ao medo de objetos ou situações específicas, tais como avião, altura, animais. Às vezes passa 
despercebida durante um tempo, pois a pessoa vai procurando evitar o estímulo temido, até um ponto em que 
o próprio comportamento de evitação passa a se tornar um problema. 
O transtorno de pânico caracteriza-se por ataques de pânico recorrentes e sem motivo inicial 
aparente. Nesses ataques de pânico, a pessoa experimenta diversos sintomas característicos de alteração do 
sistema nervoso autônomo, tais como: coração acelerado, respiração rápida e sentida como ineficiente, dor no 
peito ou no estômago, suores, tremores, dormências, tonturas, náuseas e outros. 
O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um transtorno de ansiedade no qual o indivíduo 
desenvolve pensamentos ou ações repetitivas que ele próprio considera na maioria das vezes como 
inapropriadas, mas que não consegue controlar, muitas vezes porque acredita que algo trágico ocorrerá a si ou 
a outros casos ele não as execute. Por exemplo, diante de um pensamento obsessivo de que há doenças 
espalhadas por todo o ar e que poderá contraí-las a qualquer momento através de sua pele, o indivíduo com 
TOC poderá desenvolver o ato compulsivo de tomar longos e repetidos banhos, o que na verdade é um 
comportamento evitativo da ansiedade que pode causar-lhe imaginar-se doente. 
No Transtorno de Estresse Pós-Traumático o paciente refere geralmente um evento fortemente 
traumático (estupro, catástrofes seqüestros), muito gerador de estresse e a partir do qual passou a desenvolver 
repetidos episódios nos quais, mediante a lembrança do evento, desenvolve toda uma série de reações como 
entorpecimento, ausência de respostas aos estímulos do ambiente, sonolência excessiva, redução da memória 
ou concentração 
 
7.1 FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 
Os fármacos ansiolíticos são utilizados no tratamento dos sintomas da ansiedade, enquanto os 
fármacos hipnóticos são utilizados no tratamento da insônia. Apesar dos objetivos clínicos serem diferentes, 
as mesmas drogas são frequentemente usadas para ambas as finalidades, variando-se neste caso somente a 
dose para cada fim, devido ao fato de que as drogas que aliviam a ansiedade geralmente produzem certo grau 
de sedação e sonolência, que é um dos principais inconvenientes do uso clínico dos ansiolíticos. 
Os principais grupos de agentes ansiolíticos e hipnóticos são: 
 Benzodiazepínicos, 
 Barbitúricos (obsoletos) 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
 Antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos (propanolol). 
1 – Benzodiazepínicos: 
Os benzodiazepínicos são usados como ansiolíticos e hipnóticos (triazolam, midazolam, zolpidem, 
lorazepam, alprazolam, nitrazepam, diazepam, clordiazepóxido, flurazepam, e clonazepam). Esses 
medicamentos não exercem efeitos antidepressivos. 
Os benzodiazepínicos agem através de sua ligação a um sítio regulador específico sobre o receptor 
GABAa potencializando, assim, o efeito inibitório do GABA. O aumento na condutância dos íons de cloreto, 
induzido pela interação dos benzodiazepínicos com o GABA, assume a forma de um aumento na frequência 
de abertura dos canais. 
O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do cérebro, pois ao se ligar aos seus receptores, 
aumenta a frequência de abertura dos canais de cloreto (Cl-). A entrada de cloreto no neurônio ocasiona a sua 
hiperpolarização com consequente queda da excitabilidade celular 
Os benzodiazepínicos causam: - redução da ansiedade e da agressão; 
 Sedação, resultando emmelhora da insônia; 
 Relaxamento muscular e perda da coordenação motora; 
 Supressão das convulsões (efeito antiepilético). 
Os benzodiazepínicos são relativamente seguros em superdosagem. Suas principais desvantagens 
consistem em interação com álcool, efeitos prolongados de ressaca e desenvolvimento de dependência. Em 
virtude dos sintomas físicos da abstinência (aumento da ansiedade, tremor e vertigem), os pacientes têm 
dificuldade em abandonar o uso dos benzodiazepínicos. Os principais efeitos colaterais dos BZD consistem 
em sonolência, confusão, amnésia e comprometimento da coordenação motora. 
Quando os benzodiazepínicos são administrados juntamente com outros depressores do SNC (álcool 
e anticonvulsivantes), o resultado consiste em aumento dos efeitos sedativos e depressores do SNC, incluindo 
perda da consciência, diminuição da coordenação muscular, depressão respiratória e morte. 
2 – Barbitúricos (pentobarbital, fenobarbital e tiopental) 
Todos os barbitúricos exercem atividade depressora sobre o sistema nervoso central, produzindo 
efeitos semelhantes aos dos anestésicos de inalação. Causam morte por depressão respiratória e cardiovascular 
se forem administrados em grandes doses, constituindo um dos motivos pelos quais são atualmente pouco 
utilizados como agentes ansiolíticos e hipnóticos. 
Os barbitúricos que continuam sendo utilizados amplamente são os que exibem propriedades 
específicas, como o fenobarbital – utilizado por sua atividade anticonvulsivante, e o tiopental – amplamente 
utilizado como anestésico intravenoso. 
Os barbitúricos compartilham com os benzodiazepínicos a capacidade de potencializar a ação do 
GABA; entretanto, ligam-se a um sítio diferente no receptor de gaba/canal de cloreto, e sua ação parece ser 
muito menos específica. Parecem aumentar a duração da abertura dos canais de cloreto regulados pelo GABA. 
Além do risco da superdosagem perigosa, as principais desvantagens dos barbitúricos residem no 
fato de que induzem um elevado grau de tolerância e de dependência; além disso, induzem acentuadamente à 
síntese do citocromo P-450 hepático e das enzimas de conjugação. Portanto, aumentam a velocidade de 
degradação metabólica de muitas outras drogas, dando origem a diversas interações farmacológicas 
potencialmente incômodas. 
8. TRANSTORNO DEPRESSIVO 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
A depressão é uma doença que afeta o bem-estar físico e mental. Geralmente o paciente depressivo 
apresenta isolamento social, perda de interesse por atividades que antes lhe eram prazerosas, entre outras 
características. 
Sintomas típicos: 
 
Sintomas comuns: 
 
1. humor depressivo 
2. perda de interesse ou prazer (anedonia) 
3. energia reduzida, fadiga constante 
 
1. atenção e concentração reduzidas 
2. auto-confiança e auto-estima reduzidas 
3. ideas de culpa e ruína 
4. agitação ou retardo psicomotor 
5. idéias ou atos contra si mesmo ou de suicídio 
6. sono prejudicado 
7. alteração do apetite. 
 
 
Classificação da Depressão 
Duração mínima de duas semanas: 
Leve: pelo menos 2 sintomas típicos mais pelo menos dois outros sintomas comuns. Não causa 
disfunção psicossocial importante. 
Moderado: pelo menos 2 sintomas típicos, mais pelo menos três outros sintomas comuns. Prejuízo 
claro no funcionamento psicossocial. 
Grave: todos os 3 sintomas típicos, mais pelo menos 4 outros sintomas comuns. Em geral tem 
incapacidade psicossocial e ideação suicida. 
 
8.1 FÁRMACOS ANTIDEPRESSIVOS 
Os antidepressivos são substância considerada eficaz na remissão de sintomas da depressão. Há três 
classes principais: 
 Tricíclicos; 
 Inibidores da recaptação de serotonina; 
 Atípicos 
 Inibidores da enzima MAO. 
Atualmente podemos dividi-los de acordo com o mecanismo de ação proposto, aumentando a 
eficiência sináptica da transmissão monoaminérgica (particularmente de neurônios noradrenégicos e/ou 
serotonérgicos). Medicamentos antidepressivos produzem aumento na concentração de neurotransmissores na 
fenda sináptica através da inibição do metabolismo, bloqueio de recaptura neuronal ou atuação em 
autoreceptores, pré-sinápticos. 
1. Inibidores da captação de noradrenalina – ADT Antidepressivos Tricíclicos 
Inibem as bombas de captação de noradrenalina. Também podem interferir na recaptação de 
serotonina. Não aumentam a secreção. Causam aumento da concentração de neurotransmissor na fenda 
sináptica e são os mais prescritos. 
REPRESENTANTES: Imipramina, amitriptilina, clomipramina 
EFEITOS ADVERSOS: podem aparecer antes mesmo do aparecimento dos efeitos terapêuticos. 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
 Sedação e aumento de apetite 
 Hipotensão postural 
 Boca seca 
 Constipação 
2. Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina 
Produzem menos efeitos adversos, mas não produzem muito efeito em todos os pacientes. Não 
resolvem todos os casos. Ocorre aumento só de serotonina. 
REPRESENTANTES: Fluoxetina (Prozac, Nortec), citalopram (Cipramil), sertralina 
EFEITOS ADVERSOS: náuseas, insônia e disfunção sexual (aumento da vasodilatação causando ereção) 
3. Inibidores da MAO 
A MAO degrada serotonina e noradrenalina. Logo, um inibidor da MAO irá inibir a degradação 
desses neurotransmissores. Dessa forma, haverá maior concentração desses neurotransmissores na fenda 
sináptica. 
REPRESENTANTES: Moclobemida, selegilina 
EFEITOS ADVERSOS: Aumento do peso e insônia, inquietação 
4. Atípicos 
Uma variedade de substâncias com diferentes mecanismos de ação, além dos tricíclicos e ISRS são utilizados 
no tratamento da depressão e eventualmente em outros transtornos psiquiátricos. 
REPRESENTANTES: Amineptina(Survector ); Bupropriona (Wellbutrin ); Fenelzina (Nardil ) 15-60 
Inibição da monoamino-oxidase; Tianeptina (Stablon ); Trazodona (Donaren ); Venlafaxina(Efexor ) 
8. TRANSTORNO BIPOLAR 
Os episódios de mania caracterizam-se como o oposto da depressão. O indivíduo apresenta um ritmo 
acelerado, fala muito (e geralmente alto), trocando constantemente de assunto (fuga de ideias), movimenta-se 
amplamente, tem energia de sobra, tanto que, muitas vezes não consegue dormir (hiperatividade). Mostra-se 
eufórico, com autoestima exagerada (achando que pode tudo), a sexualidade também pode estar exacerbada, 
gosta de atrair atenções. Não acha que tenha problema algum, o que muitas vezes prejudica a aceitação do 
tratamento. Às vezes, evolui para um episódio claramente psicótico e a pessoa passa a apresentar delírios, 
alucinações e comportamento estranho. 
Como na depressão, também há uma variedade de graus de gravidade, sendo o mais leve a chamada 
hipomania, caracterizada por euforia, hiperatividade e desinibição mais leves. A pessoa com transtorno bipolar 
geralmente apresenta uma variação de estados de humor, ora apresentando mania, ora apresentando depressão. 
Essas variações podem se dar em intervalos de dias, semanas ou meses, e é comum falarmos em “fase de 
mania” e “fase depressiva”. Na verdade, uma pessoa muito raramente apresenta apenas mania, como descrito 
no item anterior, o mais comum é que ela intercale episódios maníacos com episódios depressivos. O 
transtorno bipolar também pode se apresentar de forma mais grave ou mais leve, quando é chamado de 
ciclotimia. 
8.1 FÁRMACOS ESTABILIZADORES DE HUMOR E ANTICONVULSIVANTE 
Medicamentos usados com objetivo de manter o humor estável em pacientes portadores de 
Transtorno Afetivo Bipolar. Estabilizadores do Humor são substâncias utilizadas para a manutenção da 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
estabilidade do humor, não sendo essencialmente antidepressivas nem sedativas. Internacionalmente 
reconhecem-se três substâncias principais, capazes de desempenhartal papel: o Lítio, a Carbamazepina e o 
Ácido Valpróico, mais recentemente outras substâncias foram destinadas a esse fim, como o Divalproato de 
Sódio, Oxcarbazepinas,Topiramato, Lamotrigina. 
Alguns outros anticonvulsivantes estão merecendo estudos sobre sua eficácia como Estabilizadoras 
do Humor, como é o caso da Lamotrigina e da Gabapentina. Mais comumente, à exceção do Lítio, todos os 
demais Estabilizadores do Humor são, concomitantemente, anticonvulsivantes. 
REPRESENTANTES: Carbamazepina (Tegreto, Tegretard), Oxcarbazepina (Trileptal, Oleptal), Carbonato 
de Lítio (Carbolitium, Litiocar, Neurolitium), Ácido Valpróico (Depakene, Valpakine), Divalproato de Sódio 
(Depakote) Topiramato (Topamax, Amato). 
A indicação exclusiva para Estabilizadores do Humor são os Transtornos Afetivos Bipolares e os 
Episódios de Mania (Euforia) ou de Hipomania. 
EFEITOS ADVERSOS: poliúria, aumento de peso e intoxicação pelo lítio. 
 
9. TRANSTORNO ESQUIZOFRÊNICO 
Normalmente chamado esquizofrenia, esse é um dos mais graves transtornos mentais. É também o 
que mais frequentemente as pessoas identificam como loucura, pois escapa mais claramente a nossa “ideia de 
normalidade”. 
O indivíduo com transtorno esquizofrênico está com suas funções perceptivas alteradas, vê, ouve e 
sente coisas que não são reais (as chamadas alucinações); seleciona estímulos do ambiente que normalmente 
passam despercebidos, com frequência estando alheio ao que se passa à sua frente. Seu pensamento encontra-
se invariavelmente esvaziado, sem sentido. Ás vezes, sente que alguém lhe “rouba os pensamentos da cabeça”. 
Seu comportamento é geralmente identificado como estranho e sua aparência também pode causar estranheza, 
pois, estando imerso em percepções distorcidas do mundo e de si mesmo, acaba deixando de cuidar de si 
(inclusive hábitos de higiene) ou pode vestir-se de acordo com os pensamentos delirantes, que comumente 
apresenta. Os sintomas se dividem em: 
 
O indivíduo apresenta também atividade psicomotora anormal, como ficar se balançando, fazendo 
movimentos estranhos ou permanecer totalmente imóvel. A comunicação fica bastante prejudicada, seja pelo 
mutismo, por expressão incoerente de ideias ou por uso inadequado da linguagem como frases incoerentes e 
neologismos. 
 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
9.1 FÁRMACOS ANTIPSICÓTICOS 
Os antipsicóticos ou neurolépticos são medicamentos inibidores das funções psicomotoras, a qual 
pode encontrar-se aumentada em estados, por exemplo, de excitação e de agitação. Paralelamente eles atenuam 
também os sintomas neuro-psíquicos considerados psicóticos, tais como os delírios e as alucinações. São 
substâncias químicas sintéticas, capazes de atuar seletivamente nas células nervosas que regulam os processos 
psíquicos no ser humano 
Mecanismo de Ação: Apesar dos neurolépticos tradicionais bloquearem ora os receptores 
adrenérgicos, serotoninérgicos, ora os receptores colinérgicos e histaminérgicos, todos eles têm em comum a 
ação farmacológica de bloquear os receptores dopaminérgicos. É em relação a estes últimos que os estudos 
têm demonstrado os efeitos clínicos dos neurolépticos. O bloqueio dos outros receptores, além dos 
dopaminérgicos, estaria relacionado mais aos efeitos colaterais da droga do que aos terapêuticos. 
Os antipsicóticos tradicionais, tais como a Clorpromazina e o Haloperidol, são eficazes em mais de 
80% dos pacientes com esquizofrenia, atuando predominantemente nos sintomas chamados produtivos ou 
positivos (alucinações e delírios) e, em grau muito menor, nos chamados sintomas negativos (apatia, 
embotamento e desinteresse). 
1. Típicos ou clássico 
Bloqueiam receptores D2(dopamina) principalmente.Atuam sobre os sintomas positivos como 
alucinações e delírios, e agitação. 
REPRESENTANTES: Clorpromazina; Levomepromazina; Tioridazina; Trifluoperazina; Haloperidol 
Efeitos adversos: letificação, tremores(parkinsonismo), sialorreia, distonias, sedação, acatisia. 
 
2. Atípicos (nova geração) 
Atuam sobre receptores de dopamina e serotonina(5Ht2). São eficazes tanto em sintomas positivos 
como em sintomas negativos como retraimento social e afetivo. Apresentam menos efeitos adversos 
extrapiramidais(tremores, distonias, acatisia). 
REPRESENTANTES: Clozapina; Olanzapina; Risperidona; Quetiapina; Ziprazidona 
Efeitos adverso: diminuição dos glóbulos brancos do sangue, ganho de peso, sedação, convulsões. 
 
*Efeitos extrapiramidais: 
Distonias: ocorre espamos musculares, protusão da língua, espasmos da laringe 
Pseudoparkisonismo: andar arrastado, face com máscara rigidez muscular, salivação, lentidão. 
Acatisia: ocorre, geralmente, após o terceiro dia de medicação. Clinicamente é caracterizado por inquietação 
psicomotora, desejo incontrolável de movimentar-se e sensação interna de tensão. O paciente assume uma 
postura típica de levantar-se a cada instante, andar de um lado para outro e, quando compelido a permanecer 
sentado, não para de mexer suas pernas 
Discinesia tardia: Como o próprio nome diz, a Discinesia Tardia aparece após o uso crônico de antipsicóticos 
(geralmente após 2 anos). Clinicamente é caracterizada por movimentos involuntários, principalmente da 
musculatura oro-língua-facial, ocorrendo protusão da língua com movimentos de varredura látero-lateral, 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
acompanhados de movimentos sincrônicos da mandíbula. O tronco, os ombros e os membros também podem 
apresentar movimentos discinéticos. 
 
10. TRANSTORNOS MENTAIS E DE COMPORTAMENTO DECORRENTES DO USO DE 
SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 
Consideram-se como psicoativas as substâncias que provocam um estado de alteração em nosso 
funcionamento mental, aumentando, diminuindo ou distorcendo sua atividade, e que causam dependência. 
Podemos citar vários exemplos de substância psicoativa, desde o álcool, o cigarro e as substâncias ilegais 
(cocaína, maconha, LSD), até aquelas prescritas pelo médico tais como os ansiolíticos e hipnóticos. 
O uso abusivo de substâncias psicoativas envolve complicadas causas e consequências em nível 
físico, social e emocional e uma pessoa pode desenvolver um transtorno mental a partir deste uso. O auxiliar 
de enfermagem muitas vezes terá informação de que o transtorno mental de algum paciente é consequência 
do uso de alguma droga ou presenciará reações mais agudas; por isso, é importante que conheça as mais 
comuns. 
A intoxicação aguda é a alteração do estado mental pelo aumento dos níveis da substância no 
organismo, como por exemplo a embriaguez, o coma alcóolico, as convulsões pelo uso de substâncias. Quando 
o uso contínuo de alguma substância está causando algum dano à saúde física ou mental do paciente diz-se 
que a mesma é de uso nocivo como exemplo, o Delliriuns tremens. 
O estado de abstinência é o conjunto de sintomas que podem ser muito graves, em reação à ausência 
da substância da qual o indivíduo tornou-se dependente, como convulsões, alucinações, contrações musculares 
involuntárias e dolorosas, entre outros. O indivíduo pode também apresentar um quadro com alterações de 
comportamento semelhante a outros transtornos psicóticos, induzido pelo uso de substâncias psicoativas. 
 
11. EMERGENCIAS PSIQUIATRICAS 
É qualquer situação na qual exista risco significativo e iminente de morte ou de lesão grave provocado 
por sentimentos, pensamentos ou ações que colocam em risco a integridade da própria pessoa, de outras, do 
ambiente e da sociedade. Exige intervenção terapêutica imediata, em minutos ou horas. 
Situações de Emergência Psiquiátrica 
 Situação de crise. 
 Ideia e tentativa de suicídio. 
 Agitação, agressividade e risco de violência aguda. 
 Ansiedade aguda (pânico). 
 Intoxicação aguda e síndrome de abstinênciade álcool e outras substâncias psicóticas. 
 Surtos psicóticos agudos decorrentes de alteração psíquica ou orgânica. 
 Intoxicação e efeitos adversos graves de psicofármacos. 
 Alterações psíquicas decorrentes de quadro orgânico (delirium e demência). 
 Anorexia e bulimia. 
Técnica de contenção física 
Muito efetiva em casos de agitação psicomotora, em que o paciente não apresenta riscos de auto e 
hetero agressão; em casos de risco de auto e hetero agressão, a presença de mais de um membro da equipe 
junto ao paciente pode ser suficiente para inibi-lo a realizar o ato agressivo 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
 Intervenções de segurança 
 Último recurso. 
 Não são intervenções terapêuticas (coerção, conveniências da equipe) 
TÉCNICA 
 5 pessoas da equipe; 
 1 para cada membro da paciente; 
 1 para segurar a cabeça e proceder à contenção no leito. 
 Obs.: A equipe aproxima-se simultaneamente de maneira calma e apenas 
 1 deve falar. 
FAIXAS DE CONTENÇÃO 
 Tecido de algodão duplo; 
 3 metros de comprimento; 
 8 cm aproximadamente de largura; 
 Lençol torcido ( tórax ) 
CUIDADOS 
 Nunca o deixar sozinho: O paciente contido deverá ser assistido pela enfermagem durante todo o tempo 
que estiver contido. 
 Monitoramento constantemente 
 Segurança e ao conforto da contenção 
 Manter tronco e cabeça levemente elevados 
 Monitorar sinais vitais e o nível de consciência 
 Alimentação e ingestão de líquidos de maneira assistida 
COMPLICAÇÕES 
Desidratação, redução da perfusão em extremidades (necrose, trombose e amputação), fraturas, 
depressão respiratória, aspiração, morte súbita, Lacerações e escarificações da pele; Perda de movimento pela 
lesão do plexo braquial; 
EVITE 
 Ameaças, provocações 
 Contenções subaxilares; 
 Contenções como forma de punição ou castigo ao paciente; 
 Contenções em pacientes profundamente adormecidos. 
Contenção Química 
Medicação: VO (preferencialmente) e IM 
 Tranquilização sem sedação 
 Antipsicóticos convencionais: haloperidol e clorpromazina; • 
 Benzodiazepínicos: diazepam, lorazepam e midazolam; • - 
 Antipsicóticos de nova geração: olanzapina 
Fármacos devem ser usados apenas quando: 
 
Professor (a): Carolina Almeida 
1) O paciente está completamente fora de controle à despeito dos esforços da equipe de saúde, segurança e 
das restrições ambientais 
2) O comportamento dele afeta consideravelmente o manejo de outros pacientes 
3) O medicamento é usado para controlar psicoses que impediriam o acompanhamento adequado 
4) A causa dos sintomas está estabelecida 
5) O fármaco auxiliará a transferência do paciente para um serviço mais adequado 
6) Haverá certeza de que o paciente será acompanhado à partir das diretrizes adotadas nessa ocasião 
Intervenções de enfermagem nas Emergências Psiquiátricas 
 
 Colher os dados essências para o atendimento inicial do cliente por meio de um histórico sucinto de 
enfermagem, 
 Fazer observação rigorosa das manifestações de comportamento do cliente, 
 Manter anotação de enfermagem em ordem sequencial sobre as manifestações de comportamento e de 
todas as ações de enfermagem executadas. Isto é de suma importância para o 
 Manter a segurança do cliente, 
 Vigilância constante e discreta para evitar automutilações e nova tentativa de suicídio. Os pacientes 
podem se matar no primeiro instante após serem deixados sozinho. 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Reforma Psiquiátrica e política de Saúde Mental no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 
STEFANELLI, M C; ARANTES, E C; FUKUDA, I M K. ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA EM SUAS 
DIMENSÕES ASSISTENCIAIS. 1ª Ed. São Paulo: Editora Manole, 2008

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