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APOSTILA DE CONT. GERENCIAL 2017

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EEEP MARIA ALTAIR AMÉRICO SABÓIA 
 
CURSO TÉCNICO EM FINANÇAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERENCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
INDEPENDÊNCIA-CE 
 
 RELATÓRIOS CONTÁBEIS OBJETOS DE ANÁLISE 
 
 
 
O processo contábil encerra-se com a elaboração das Demonstrações Contábeis. 
 
A Análise de Balanços começa a partir dessas demonstrações elaboradas pela 
contabilidade, analisando-as e interpretando-as, para apresentar informações a 
respeito das conclusões obtidas na análise. 
 
A disciplina em estudo enfocará as seguintes Demonstrações Contábeis: 
 Balanço Patrimonial 
 Demonstração do Resultado do Exercício 
 
 
1.1 BALANÇO PATRIMONIAL 
 
O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil obrigatório por lei, que 
evidencia, resumidamente, a situação patrimonial e financeira de uma entidade. 
 
Resumo Prático: 
 
Demonstração Contábil Objetivo da análise 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Verificar a situação financeira da 
empresa e identificar qual a política que 
a empresa adota para obtenção e 
aplicação de recursos. 
 
1.1.1 Representação Gráfica 
 
O Balanço Patrimonial reflete a posição financeira em determinado momento 
de uma empresa, sendo constituído de duas colunas: a coluna do lado direito 
(Passivo) e a coluna do lado esquerdo (Ativo). 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
1 
 
 
2 
 
ATIVO PASSIVO 
LADO ESQUERDO LADO DIREITO 
 
1.1.2 Agrupamento das contas no Balanço Patrimonial 
 
No Balanço Patrimonial as contas serão agrupadas e sub-totalizadas de modo a 
facilitar o conhecimento e a análise da situação patrimonial e financeira da 
companhia seguinte forma (artigo 178 da Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007): 
1.1.2.1 Agrupamento e disposição das contas no Ativo 
 
No Ativo as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez, 
dos elementos nela registrados, nos seguintes grupos (§ 1º do artigo 178 e artigo 
179): 
a) Ativo Circulante, dividido em disponibilidades, direitos (valores a realizar ou 
créditos) e as despesas pagas antecipadamente, com prazo de realização de 
até doze meses. 
b) Ativo Não Circulante, dividido em Realizável a Longo Prazo, Investimentos, 
Imobilizado, Intangível e Diferido. 
 
Observação: Liquidez é a capacidade dos bens ou direitos serem convertidos 
em dinheiro. Assim, serão dispostas, em primeiro lugar, as contas de mais fácil 
conversibilidade (maior liquidez). 
 
1.1.2.2 Agrupamento e disposição das contas no Passivo 
 
No Passivo as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
exigibilidade, dos elementos nela registrados, nos seguintes grupos (§ 2º do artigo 
178 e artigo 180): 
 
a) Passivo Circulante, contemplando as obrigações, os encargos e riscos, 
determinados ou estimados, os adiantamentos de clientes e demais 
recebimentos antecipados, vencíveis no prazo de até doze meses. 
b) Passivo Não Circulante, dividido em Exigível a Longo Prazo, Resultados 
Não Realizados e, no balanço consolidado, Participação de acionistas não 
controladores. 
 
§3º) No Patrimônio Líquido as contas serão divididas em Capital Social, 
Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação patrimonial, Reservas de Lucros, 
Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. 
 
Observação: Exigibilidade é a exigência de pagamento. Assim, serão dispostas, 
em primeiro lugar, as contas que têm prioridade de pagamento (as mais exigíveis, 
com menor prazo de pagamento). 
 
 
3 
 
 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES A RESPEITO DE CURTO E LONGO 
PRAZO NA CONTABILIDADE: 
 
 Curto Prazo do Ativo: valores realizáveis (conversíveis em dinheiro) no curso 
do exercício social seguinte ao da data do Balanço (costuma-se dizer ‘até um 
ano da data do balanço’). 
 
 Longo Prazo do Ativo: valores realizáveis após o término do exercício 
seguinte ao da data do Balanço (costuma-se dizer ‘após um ano da data do 
balanço’). 
 
 Curto Prazo do Passivo: valores exigíveis (tem que ser pagos) no curso do 
exercício social seguinte ao da data do Balanço (costuma-se dizer ‘até um ano 
da data do balanço’). 
 
 Longo Prazo do Passivo: valores exigíveis após o término do exercício 
seguinte ao da data do Balanço (costuma-se dizer ‘após um ano da data do 
balanço’). 
 A seguir, modelos da estrutura de Balanço Patrimonial, conforme alterações na 
lei das sociedades por ações (Lei 6.404/76). 
 
 A) Modelo simplificado da estrutura do Balanço Patrimonial 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
CIRCULANTE CIRCULANTE 
. . 
. . 
. . 
Total do Circulante Total do Circulante 
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE 
. . 
. . 
. . 
. Total do Não Circulante 
. PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
 
. . 
. . 
 
 
4 
 
Total do Não Circulante Total do Patrimônio 
Líquido 
 
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO 
 
 B) Modelo da estrutura do Balanço Patrimonial com agrupamentos de contas 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
CIRCULANTE 
. Disponibilidades 
. Realizações (ou Créditos) 
. Despesas antecipadas 
 CIRCULANTE 
. Duplicatas a Pagar 
. Aluguéis a Pagar 
. Empréstimos a Pagar 
. ICMS a Recolher 
Total do Circulante Total do Circulante 
NÃO CIRCULANTE 
 . Realizável a longo prazo 
 . Investimento 
 . Imobilizado 
 . Intangível 
 . Diferido 
 
 NÃO CIRCULANTE 
. Exigível a longo prazo 
. Resultados não 
realizados 
Total do Não Circulante 
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
. Capital Social 
. Reservas de Capital 
. Reservas de Lucros 
. Ajuste de Aval. 
Patrimonial 
. (-) Ações de Tesouraria 
. (-) Prejuízos 
Acumulados 
 
Total do Não Circulante Total do Patrimônio 
Líquido 
 
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO 
 
C) Modelo completo do da estrutura do Balanço Patrimonial contemplando 
grupos, subgrupos e algumas contas. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
CIRCULANTE CIRCULANTE 
ATIVIDADES USUAIS Duplicatas a Pagar 
Disponível Salários a Pagar 
Caixa Encargos Sociais a Recolher 
Bancos c/Movimento Impostos Federais a Recolher 
Aplicações de Liquidez Imediata Impostos Estaduais a Recolher 
 
 
5 
 
Total do Disponível Impostos Municipais a Recolher 
Créditos Empréstimos Bancários 
Duplicatas a Receber Provisão para IRPJ 
Empréstimos a Receber Provisão para Cont. Social 
Estoques de Mercadorias Dividendos a Pagar 
Total do Realizável a Curto Prazo Alugueis Recebidos 
Antecipadamente 
 
Despesas antecipadas 
TOTAL DO CIRCULANTE 
 
Assinatura de Jornais e Revistas NÃO CIRCULANTE 
Seguros pagos antecipadamente 
(Seguros a Vencer) 
 Exigível a Longo Prazo 
Alugueis pagos antecipadamente 
(Aluguéis a Vencer) 
 Financiamentos 
Total das Despesas antecipadas Empréstimos Bancários 
TOTAL DO CIRCULANTE Empréstimos de 
Coligadas/Controladas 
 
NÃO CIRCULANTE Empréstimos de Sócios 
Realizável a Longo Prazo – 
Atividades Usuais 
 Total do Exigível a Longo Prazo 
Empréstimos a Sócios Resultados não Realizados 
Empréstimos a Coligadas/Controladas Lucros em Participações 
Societárias 
 
Despesas de Exercícios Futuros Ganhos de Doações/Subvenções p/ 
investimentos 
 
Total do Realizável a Longo Prazo (-) Encargos tributários 
Investimentos Total do Res. Não Realizados 
Participações Societárias TOTAL DO NÃO 
CIRCULANTE 
 
Imóveis para Renda PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Obras de Arte Capital SocialTotal dos Investimentos (-) Capital a Realizar 
Imobilizado - Bens em operação Reservas de Capital 
Veículos Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Móveis, Máquinas e Equipamentos Reservas de Lucros 
Equipamentos de Informática (-) Ações em Tesouraria 
(-) Depreciação Acumulada (-) Prejuízos Acumulados 
Total do Imobilizado TOTAL DO PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
 
Intangível 
Fundo de Comércio 
Marcas e Patentes 
Direitos Autorais 
 
 
6 
 
(-) Amortização Acumulada 
Total do Intangível 
Diferido 
Gastos Pré-operacionais 
Gastos com Reestruturação 
(-) Amortização Acumulada 
Total do Diferido 
TOTAL DO NÃO CIRCULANTE 
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO 
 
1.1.3 Observações importantes sobre o Balanço Patrimonial 
 
 Origem e fonte dos recursos 
 
 
No Balanço Patrimonial o Passivo representa a origem, fonte, captação ou 
financiamento dos recursos (ou seja, de onde vem os recursos da empresa). Esses 
recursos podem ser oriundos dos sócios e da própria atividade empresarial (Capital 
Próprio) ou de terceiros (Capital de Terceiros ou Capital Alheio). 
O Ativo representa a aplicação ou investimento desses recursos (ou seja, mostra 
para onde vão os recursos obtidos pela empresa). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. 
2. 
 
 Termos técnicos utilizados 
 
 Aplicação dos Recursos ou Aplicação dos Capitais: É o valor total do 
Ativo. Representa a soma dos Bens e Direitos. 
 
 Origem dos Recursos ou Fonte de Capitais: É o valor total do Passivo. 
Representa a soma das Obrigações e PL. 
 
 Recursos Próprios, Capital Próprio ou Passivo não Exigível: É o mesmo que 
Patrimônio Líquido. Significa recursos do proprietário da empresa. 
ATIVO 
Destino/Aplicação/Investimento 
(Para onde vão os recursos) 
PASSIVO 
Origem/Fonte/Financiamento 
(De onde vem os recursos) 
 Valores circulantes: 
Bens/Direitos que se movimentam devido à 
atividade empresarial a qual a empresa se 
destina. 
 
 Valores não-circulantes: 
Bens/Direitos com movimentação muito lenta 
ou adquiridos sem intenção de venda. 
 
 Valores oriundos de terceiros: 
obtidos através da contração de dívidas 
(obrigações exigíveis). 
 
 Valores oriundos ou pertencentes 
aos proprietários (PL): 
Obtidos através dos sócios (capital) ou 
da atividade empresarial (lucro). 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 Recursos Alheios, Capital Alheio, Recursos de Terceiros, Capital de 
Terceiros ou Passivo Exigível: É o mesmo que Obrigações. São os recursos 
obtidos pela empresa que geram dívidas para a empresa. 
 
 Origem dos Recursos ou Fonte dos Capitais: É a soma das obrigações com 
o Patrimônio Líquido (Recursos Alheios + Recursos Próprios). 
 
 Aspecto qualitativo e quantitativo 
 
 
O BP é apresentado sob dois aspectos: 
 
a) o aspecto qualitativo, que dá nome aos elementos componentes do 
Balanço Patrimonial; 
b) o aspecto quantitativo, que atribui aos respectivos elementos, seus valores 
em moeda corrente nacional. 
 
 
 
 
 
1) Com base no Balanço Patrimonial da Empresa Alfa responda: 
BALANÇO PATRIMONIAL EMPRESA ALFA ANO 2010 
ATIVO PASSIVO 
CIRCULANTE CIRCULANTE 
ATIVIDADES USUAIS Duplicatas a Pagar 18.800 
Disponível Salários a Pagar 6.200 
Caixa 10.000 Encargos Sociais a Recolher 1.200 
Bancos c/Movimento 28.000 Impostos Federais a Recolher 3.600 
Aplicações de Liquidez Imediata 3.500 Impostos Estaduais a Recolher 2.400 
Total do Disponível 41.500 Impostos Municipais a Recolher 1.800 
Créditos Empréstimos Bancários 15.000 
Duplicatas a Receber 25.800 Provisão para IRPJ 12.000 
Empréstimos a Receber 2.500 Provisão para Cont. Social 8.000 
Estoques de Mercadorias 32.200 Dividendos a Pagar 4.000 
Total do Realizável a Curto Prazo 60.500 Alugueis Recebidos 
Antecipadamente 
0,00 
Despesas antecipadas TOTAL DO CIRCULANTE 73.000 
Assinatura de Jornais e Revistas 0,00 NÃO CIRCULANTE 
Seguros pagos antecipadamente 
(Seguros a Vencer) 
0,00 Exigível a Longo Prazo 
Alugueis pagos antecipadamente 0,00 Financiamentos 38.000 
EXERCÍCIO 
 
 
8 
 
(Aluguéis a Vencer) 
Total das Despesas antecipadas 0,00 Empréstimos Bancários 12.000 
TOTAL DO CIRCULANTE 102.000 Empréstimos de 
Coligadas/Controladas 
0,00 
NÃO CIRCULANTE Empréstimos de Sócios 0,00 
Realizável a Longo Prazo – 
Atividades Usuais 
 Total do Exigível a Longo Prazo 50.000 
Empréstimos a Sócios 0,00 Resultados não Realizados 
Empréstimos a 
Coligadas/Controladas 
0,00 Lucros em Participações 
Societárias 
0,00 
Despesas de Exercícios Futuros 2.800 Ganhos de Doações/Subvenções 
p/ investimentos 
0,00 
Total do Realizável a Longo Prazo 2.800 (-) Encargos tributários 0,00 
Investimentos Total do Res. Não Realizados 0,00 
Participações Societárias 10.000 TOTAL DO NÃO 
CIRCULANTE 
50.000 
Imóveis para Renda 40.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Obras de Arte 0,00 Capital Social 100.000 
Total dos Investimentos 50.000 (-) Capital a Realizar 
Imobilizado - Bens em operação Reservas de Capital 8.000 
Veículos 18.000 Ajustes de Avaliação Patrimonial 2.000 
Móveis, Máquinas e Equipamentos 35.000 Reservas de Lucros 5.000 
Equipamentos de Informática 8.200 (-) Ações em Tesouraria 
(-) Depreciação Acumulada 1.000 (-) Prejuízos Acumulados 
Total do Imobilizado 60.200 TOTAL DO PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
115.000 
Intangível 
Fundo de Comércio 15.000 
Marcas e Patentes 0,00 
Direitos Autorais 0,00 
(-) Amortização Acumulada 0,00 
Total do Intangível 15.000 
Diferido 
Gastos Pré-operacionais 6.000 
Gastos com Reestruturação 2.800 
(-) Amortização Acumulada 800 
Total do Diferido 8.000 
TOTAL DO NÃO CIRCULANTE 136.000 
TOTAL DO ATIVO 238.000 TOTAL DO PASSIVO 238.000 
 
 
PEDE-SE: 
 
 
9 
 
 
1) Qual o valor do Capital Fixo (CF) da empresa Alfa? 
2) Qual o valor do Capital de Terceiro (CT) da empresa Alfa? 
3) Qual o valor do Capital Próprio (CP) da empresa Alfa? 
4) Quanto representa o Capital Fixo em relação ao Capital Próprio? 
5) Qual é o Capital Circulante Líquido (CCL) da empresa Alfa? 
6) Qual é o valor do Capital Líquido Próprio (CLP) da empresa Alfa? 
7) Qual é o valor do Capital de Giro Financeiro (CGF) da empresa Alfa? 
8) Qual é o valor do Capital de Giro da empresa Alfa? 
9) Quanto representa o Capital Próprio da empresa em relação ao Capital de 
Terceiro? 
1.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
Você já sabe, a gestão do patrimônio da empresa gera um resultado que poderá 
ser lucro ou prejuízo. 
O objetivo deste item é apresentar a você, de maneira bem simples, os 
procedimentos necessários para a apuração do resultado do exercício da empresa. 
 
1.2.1Conceituação básica 
 
Apurar o resultado do exercício
1
 significa verificar se a empresa, em 
determinado ano, obteve lucro ou prejuízo. 
A empresa terá lucro quando seus ganhos (receitas) forem maiores que seus 
gastos (despesas). 
A empresa terá prejuízo quando suas receitas forem menores que suas despesas. 
 
 
 
Durante a Apuração do Resultado do Exercício (ARE), as contas de resultado 
(receitas, despesas e custos) vão encerrando seus saldos, o que significa que essas 
 
1
 Exercício Social: representa um ano de atividade. Geralmente, a empresa o faz coincidir com o ano civil, ou seja, 
inicia-se em 01.01.XX e vai até 31.12.XX. 
 
Lucro ou Prejuízo = Receitas – Despesas 
Lucro = Receita > Despesa 
Prejuízo = Receita < Despesa 
 
 
10 
 
contas ‘aparecem’ durante o exercício social e ‘encerram-se’na apuração do 
resultado. 
Para encerrar as contas de despesas e de custos, os saldos das mesmas deverão 
transferidos para a conta ARE. Para tanto, os mesmos deverão ser creditados nas 
respectivas contas (ficando com saldo zero) e debitados na conta ARE. 
Para encerrar as contas de receitas, os saldos das mesmas deverão transferidos 
para a conta ARE. Para tanto, os mesmos deverão ser debitados nas respectivas 
contas (ficando com saldo zero) e creditados na conta ARE. 
Após as transferências deverá ser apurado o saldo as conta ARE, podendo 
ocorrer uma das duas situações abaixo: 
 
 Se o saldo da conta ARE for devedor significa que as despesas da empresa 
foram maiores que suas receitas e, portanto, obteve prejuízo no período. 
 
 Se o saldo da conta ARE for credor significa que as receitas da empresa 
foram maiores que suas despesas e, portanto, obteve lucro no período. 
 
1.2.2 Demonstração Dedutiva 
 
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um resumo ordenado das 
receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de 
forma dedutiva (Vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em 
seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). 
 
 
Receita 
(-) Despesas Sentido vertical 
 (dedutivo) 
Lucro ou Prejuízo 
 
 
 
 
A DRE pode ser simples para micro ou pequenas empresas que não requeiram 
dados pormenorizados para a tomada de decisão, como é o caso de bares, 
restaurantes e mercearias. Deve evidenciar o total de despesa deduzido da receita, 
apurando-se, assim, o lucro, sem destacar os principais grupos de despesas. 
 
1.2.3 Transferência do saldo da DRE para Lucros Acumulados ou Prejuízos 
 
 
 
11 
 
As contas de Receitas e Despesas (contas de resultado) serão encerradas, no 
final do exercício, para a apuração do lucro ou prejuízo. 
 
O confronto entre receitas e despesas provoca variações na estrutura do 
Patrimônio Líquido afetando diretamente a grandeza Patrimonial de uma empresa. 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
DRE 
Ativo Passivo 
1. Ativo Circulante 
 
(Capital Circulante ou de 
Giro) 
1. Passivo Circulante 
2. Passivo não 
Circulante 
 
(Capital de Terceiros) 
 
(+) Receitas 
(-) Despesas/Custos 
2. Ativo não Circulante 
 
 (Capital não Circulante) 
 
3. Patrimônio Líquido 
(Capital Próprio) 
 
 
(=) Lucro ou 
Prejuízo 
 (aumenta / diminui 
PL) 
 
1.2.4 Estrutura sintética da Demonstração do Resultado do Exercício 
 
 
 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) - Simplificada 
Itens $ 
Receita Operacional Bruta (ROB) de Vendas
2
 
(-) Deduções da Receita Operacional Bruta
3
 
(=) Receita Operacional Líquida (ROL) 
(-) CMV/CSP/CPV
4
 
(=) Resultado Bruto
5
 
(-) Despesas Operacionais: 
 Administrativas 
 Comerciais 
 Financeiras 
(=) Resultado Operacional 
 
2
 A Receita Operacional Bruta (ROB) poderá desmembrar-se em: Vendas de Mercadorias (comércio), Vendas de 
Produtos (indústrias) ou Vendas de Serviços (prestação de serviços) 
3
 As deduções da ROB representam as diminuições referentes às vendas canceladas (devoluções dos clientes), 
abatimentos concedidos aos clientes (na Nota Fiscal) e aos tributos que incidem sobre o faturamento da empresa 
(ICMS, ISS, PIS, COFINS etc.). 
4
 CMV (Custo das Mercadorias Vendidas); CSP (Custo dos Serviços Prestados); CPV (Custo dos Produtos Vendidos). 
5
 A empresa poderá apresentar Lucro Bruto ou Prejuízo Bruto. O Resultado Bruto é também chamado de RCM 
(Resultado da Conta Mercadorias ou Resultado Com Mercadorias). 
 
 
12 
 
(+) Receitas Financeiras e demais ganhos 
(=) Resultado Líquido
6
 antes do IRPJ e da CSLL 
(-) Provisão para IRPJ e CSLL
7
 
(=) Lucro do Exercício após IRPJ e CSLL
8
 
 
Observações importantes: 
 
 Os valores a serem diminuídos serão indicados entre parênteses. 
 
 A DRE poderá ser elaborada em duas colunas: na primeira coluna serão 
descriminados os valores parciais de cada item e na segunda coluna os valores 
totais. 
 
 
1.2.4.1 Estrutura analítica da Demonstração de Resultado do Exercício 
 
(+) Receita Operacional Bruta 
 Receita Bruta de Vendas de Mercadorias 
 Receita Bruta de Prestação de Serviços 
(-) Deduções sobre Vendas 
 Impostos sobre vendas 
 Devoluções de Vendas 
(=) Receita Operacional Líquida 
(-) Custos sobre Vendas 
 Custo sobre mercadorias vendidas 
 Custos sobre Prestação de Serviços 
 Custos sobre Produtos elaborados 
(=) Resultado Bruto 
(-) Despesas Operacionais 
 Despesas com Vendas (ou Comerciais) 
 Despesas Administrativas 
 Despesa Financeira 
 Outras 
(+) Receitas Financeiras ou outros ganhos 
(=) Resultado líquido antes da contribuição social e o imposto de renda 
 
6
 A empresa poderá apresentar Lucro Líquido ou Prejuízo Líquido. 
7
 Só haverá Provisão para pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido (CSLL) se a empresa apresentar resultado positivo (lucro). 
8
 Valor igual ao saldo de ARE. 
 
 
13 
 
(-) Contribuição Social sobre o lucro e o imposto de renda 
 Contribuição Social sobre o lucro apurada 
 Imposto de Renda Sobre o Lucro apurado 
(-) Participações 
 Empregados 
 Sócios e Acionistas 
(=) Lucro Líquido do Exercício (LLE) 
 
1.2.5 Definição dos termos da DRE 
 
Receita Operacional Bruta (ROB): é gerada da venda de bens e/ou serviços 
prestados pela empresa, provenientes da operação principal da atividade da empresa. 
 
Deduções sobre a ROB: estão condicionadas à realização de vendas/serviços 
(Impostos, devoluções, abatimentos, etc.). 
 
Receita Operacional Líquida (ROL): é a diferença entre a receita operacional 
bruta e as deduções sobre a mesma. 
 
Custos sobre Vendas (CPV/CSP/CMV): são gastos efetuados com a 
produção dos bens vendidos, com os serviços prestados e com as mercadorias 
vendidas. 
 
Resultado Bruto (RB): é a diferença entre a ROL e os custos sobre das vendas 
dos produtos/serviços/mercadorias. É utilizado para apuração da Margem Bruta. 
 
Despesas Operacionais (DO): são os gastos necessários ao funcionamento da 
empresa. Estão associadas às atividades principais e secundárias. 
 
Resultado Operacional (RO): é a diferença entre o RB e as DO. Este 
resultado revela a eficiência operacional da empresa, medida exclusivamente em 
função de suas operações normais realizadas para manutenção da atividade fim. É 
utilizado para apuração da Margem Operacional. 
 
Resultado líquido antes da contribuição social e o imposto de renda: é a 
diferença entre o resultado operacional líquido e o resultado não-operacional. 
 
Contribuição social sobre o lucro e o imposto de renda: são os tributos a 
serem recolhidos ao Governo Federal, calculados sobre o resultado apurado 
anteriormente, se o mesmo for positivo (lucro). 
 
 
 
14 
 
Participações: são as distribuições, a quem de direito, da parte do resultado da 
empresa, se positivo (lucro). 
 
Lucro Líquido do Exercício (LLE): representa o lucro líquido ou prejuízo 
apurado proveniente das movimentações do período. É utilizado para apuração da 
Margem Líquida. 
 
Resumo Prático: 
 
Demonstração Contábil Objetivo da análise 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 
DO EXERCÍCIO 
Verificar a situação econômica da 
empresa e as relações entre os ganhos e 
os gastos para apurar a Margem Bruta, a 
Margem Operacional e a Margem 
Líquida. 
 
 
Observações importantes: 
 
 A receita é reconhecida na realização da venda ou serviço, ou seja, gera 
aumento no lucro, mesmo se efetuada a prazo, A entrada do dinheiro no Caixa 
ou Bancos, por outro lado, só acontecerá quando do efetivo recebimento. É 
possível, portanto, haver geração de lucro e não se ter liquidez (capacidade de 
pagamento) sendo às vezes necessário contrair empréstimos para honrar com 
os compromissos de curto prazo. 
 
 Para tanto, o administrador deve seguir uma política racional de realização de 
vendas e suas respectivas cobranças (controle rigoroso de crédito e cobrança) 
para garantir o recebimento de suas vendas a prazo. Quando se apura o 
resultado de uma empresa, computam-se as receitas e os ganhos no momento 
da operação independente do seu recebimento ou pagamento. Este critério, que 
atende ao Princípio da Competência, visa manter um equilíbrio na estrutura 
financeira da empresa. 
1.2.6 Modelo simplificado de Plano de Contas 
 
1) ATIVO 
 
CIRCULANTE 
 
 
DECORRENTES DAS ATIVIDADES USUAIS 
 
 
Itens com prazo de realização (conversão em dinheiro) em até doze meses 
 
 
15 
 
DISPONIBILIDADES 
Caixa 
Bancos Conta Movimento 
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata 
 
 
REALIZAÇÕES (OU CRÉDITOS) 
Duplicatas a Receber (ou Clientes) 
(-) Duplicatas Descontadas 
(-) Provisão para Devedores Duvidosos 
Estoque de Mercadorias 
(-) Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado 
Impostos a Recuperar 
Aplicações Financeiras 
Imóveis para Venda 
Adiantamento a Fornecedores 
 
DESPESAS ANTECIPADAS 
Seguros a Vencer 
Assinatura de jornais e revistas 
 
DECORRENTES DAS ATIVIDADES NÃO USUAIS 
 
DISPONIBILIDADES 
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata 
 
REALIZAÇÕES (OU CRÉDITOS) 
Aplicações Financeiras 
Imóveis para Venda 
DESPESAS ANTECIPADAS 
Seguros a Vencer 
Assinatura de jornais e revistas 
 
NÃO CIRCULANTE 
 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
Empréstimos a sócios 
Empréstimos a Empresas coligadas ou controladas 
Imóveis para Venda 
Despesas Antecipadas 
 
Valores a realizar em até um ano da data do Balanço 
Valores a realizar após um ano da data do 
Balanço. O RLP, a exemplo do 
Circulante, será subdividido em: 
Decorrentes das Atividades Usuais e 
Decorrentes das Atividades Não Usuais. 
Valores à disposição da companhia/empresa ou 
conversíveis em dinheiro, no prazo máximo de 7 dias. 
Itens com prazo de realização após doze meses. 
Se houverem 
 
 
16 
 
INVESTIMENTOS 
Participações Societárias
9
 
(-) Prov. p/ perda em Investimentos 
Obras de Arte 
Imóveis para Renda (Locação) 
(-) Depreciação Acumulada 
 
 
IMOBILIZADO 
Equipamentos de Informática 
Imóveis para Uso 
Instalações 
Máquinas e Equipamentos 
Móveis e Utensílios 
Veículos 
(-) Depreciação Acumulada 
Terrenos 
 
INTANGÍVEL 
Fundo de Comércio 
Marcas e Patentes 
Direitos Autorais 
Gastos com Treinamento de Pessoal 
Gastos com Pesquisas e Desenvolvimento (P&D) 
Gastos com Desenvolvimento de Sistemas 
(-) Amortização Acumulada 
 
DIFERIDO 
Gastos Pré-Operacionais 
Gastos com Reestruturação 
(-) Amortização Acumulada 
 
2) PASSIVO 
 
CIRCULANTE 
Duplicatas a Pagar (ou Fornecedores) 
Aluguéis a Pagar 
Empréstimos a Pagar 
ICMS a Recolher 
Provisão para Imposto de Renda 
Provisão para Contribuição Social 
IR Fonte a Recolher 
Contribuições Previdenciárias a Recolher 
 
9
 São ações ou cotas de capital adquiridas de outras sociedades. 
Participações societárias destinadas à 
manutenção da companhia/empresa e outros 
itens não classificáveis no Ativo Circulante ou 
no Realizável a Longo Prazo, que não se 
destinem à manutenção da atividade da 
companhia/empresa. 
Itens corpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa 
ou exercidos com esta finalidade. O Imobilizado será subdividido em: 
Bens em Arrendamento, Bens em Operação e Bens para Futura 
Operação. 
Gastos que contribuirão, efetivamente, para o aumento do 
resultado de mais de um exercício social e que não configurem 
simples acréscimo na eficiência operacional da empresa. 
Obrigações de qualquer natureza e recebimentos 
antecipados, vencíveis no prazo de até doze meses. 
Itens incorpóreos destinados à 
manutenção das atividades da empresa 
ou exercidos com esta finalidade. 
 
 
 
17 
 
FGTS a Recolher 
Honorários da Diretoria a Pagar 
Salários a Pagar 
Dividendos a Pagar 
Adiantamento de Clientes 
Aluguéis Recebidos Antecipadamente 
Vendas a Realizar/Serviços a Prestar 
NÃO CIRCULANTE 
 
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 
Financiamentos a Pagar 
Empréstimos de sócios 
Empréstimos e Coligadas e Controladas 
10
 
 
RESULTADOS NÃO REALIZADOS 
Lucros em participações societárias 
Ganhos de doações e subvenções para investimentos 
(-) Encargos tributários 
 
PARTICIPAÇÃO DE ACIONISTAS NÃO CONTROLADORES (apenas para 
balanços consolidados) 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
CAPITAL SOCIAL 
Capital Subscrito 
(-) Capital a Realizar 
 
RESERVAS DE CAPITAL 
Ágio na subscrição de ações 
Produto da alienação de partes beneficiárias 
 
AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 
Reavaliação de Ativos ao valor de mercado 
Reavaliação de Passivos ao valor de mercado 
 
RESERVAS DE LUCROS 
Reserva Legal 
Reserva Estatutária 
Reserva por Incentivos Fiscais 
Reserva para Expansão ou Investimento 
Reserva de Lucros a Realizar 
 
10
 Coligadas são as empresas na qual a investidora participa com 10% ou mais do capital da investida, mas sem 
controlá-la. As controladas são as empresas em que a investidora é titular de direitos que assegurem a capacidade de 
decisão nas assembléias da investida, inclusive de determinar ou eleger a administração da mesma. 
 
Os resultados são considerados 
não realizados enquanto o objeto 
da transação permanecer no 
Ativo da companhia. 
Obrigações de qualquer natureza e recebimentos 
antecipados, vencíveis após o prazo de doze 
meses. 
Mede a grandeza empresarial. Também 
chamado de Capital Próprio, por 
pertencer ao proprietário, sócios ou 
acionistas. 
 
 
18 
 
 
(-) AÇÕES EM TESOURARIA 
 
(-) PREJUÍZOS ACUMULADOS 
3) DESPESAS 
 
DESPESAS OPERACIONAIS 
Despesas com Vendas (Comerciais) 
Comissões sobre Vendas 
Fretes e Carretos 
Material de Embalagem 
Propaganda e Publicidade 
Despesas c/ Devedores Duvidosos 
Despesas Administrativas 
Aluguel 
Energia Elétrica 
Água 
Correios 
Amortizações 
Fretes e Carretos 
Material de Expediente 
Prêmios de Seguro 
Comunicações 
Impostos e Taxas 
Serviços de Terceiros 
Multas Fiscais 
Salários 
Honorários da Diretoria 
Décimo Terceiro Salário 
Encargos Sociais 
Férias 
Despesas c/ Depreciações 
Despesas c/ Amortizações 
Despesas c/ Outras Provisões Ativas 
Despesas c/ Provisões Passivas 
Despesas Financeiras 
Despesas Bancárias 
Juros Passivos 
Descontos Concedidos 
 
DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 
Perdas não Operacionais 
Perdas na Alienação de Bens 
 
Gastos ou perdas relacionados às operações normais da 
empresa. 
Gastos ou perdas não relacionados às 
operações normais da empresa. 
 
 
19 
 
4) RECEITAS 
 
RECEITAS OPERACIONAIS 
Receitas de Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços 
Vendas de Mercadorias 
Vendas de Produtos 
Prestação de Serviços 
(-) Vendas Anuladas* 
(-) ICMS sobreVendas* 
(-) ISS sobre Serviços* 
(-) PIS sobre Faturamento* 
(-) COFINS* 
Receitas Financeiras 
Rendimentos de Aplicações Financeiras 
Descontos Obtidos 
Juros Ativos 
 
 
RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 
Ganhos não Operacionais 
Ganho na Alienação de Bens 
Aluguéis Ativos 
 
 
 
1.2.7 Apuração de Resultado 
 
 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV = Estoque Inicial + Compras - Estoque 
Final) 
 Resultado com Vendas de Mercadorias (RVM = Vendas Líquidas – CMV) 
 Apuração do Resultado do Exercício (ARE = Receitas – Despesas = Lucros ou 
Prejuízos) 
 
 
1.3 NOTAS EXPLICATIVAS 
 
As Demonstrações serão completadas por notas explicativas (também 
chamadas de notas de rodapé) e outros quadros analíticos necessários ao 
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. Trata-se de 
informações complementares às demonstrações financeiras, tendo por objetivo 
melhorar a sua qualidade e ajudar o usuário a tomar decisões. 
 
Ganhos não relacionados às operações 
normais da empresa. 
Ganhos relacionados às 
operações normais da 
empresa. 
*Atenção: contas redutoras das 
Receitas de Vendas. São despesas que 
são dispostas desta forma para facilitar 
a apuração da Receita Líquida de 
Vendas. 
Continuação das receitas operacionais. 
 
 
20 
 
 
1.4 VISÃO SINTÉTICA DO BALANÇO PARA ANÁLISE 
 
ATIVO PASSIVO 
ATIVO CIRCULANTE 
Representam contas que 
estão constantemente em 
giro – em movimento. Sua 
conversão em dinheiro 
ocorrerá em até doze meses 
 
 
 
 
 
 
Capital 
Circulante 
 
PASSIVO CIRCULANTE 
Compreende obrigações 
exigíveis que serão 
liquidadas no próximo 
exercício social, ou seja, no 
prazo de até doze meses. 
 
PASSIVO NÃO 
CIRCULANTE 
Passivo Exigível a Longo 
Prazo 
Obrigações de qualquer 
natureza e recebimentos 
antecipados, vencíveis após o 
prazo de doze meses. 
 
 
 
 
 
 
Capital de 
Terceiros 
 
Capital Circulante Líquido 
(Ativo Circulante – Passivo Circulante) 
 
 
 
21 
 
ATIVO NÃO 
CIRCULANTE 
 Realizável a longo 
prazo 
 Incluem-se nesse grupo 
bens e direitos com prazo 
de realização após doze 
meses. 
 Investimento 
 Participações societárias 
destinadas à manutenção 
da companhia. 
 Imobilizado 
 Itens corpóreos 
destinados à manutenção 
das atividades da 
empresa ou exercidos 
com esta finalidade. 
 Intangível 
 Itens incorpóreos 
destinados à manutenção 
das atividades da 
empresa ou exercidos 
com esta finalidade. 
 Diferido 
São gastos que 
beneficiarão para o 
aumento do resultado de 
mais de um exercício 
social 
 
Capital não 
Circulante 
 
PATRIMONIO LÍQUIDO 
São considerados recursos 
dos proprietários aplicados 
na empresa. Mede a grandeza 
empresarial. Os recursos 
significam o capital mais o 
seu rendimento – lucros e 
reservas. 
 
 
Capital 
Próprio 
 
CAPITAL CIRCULANTE PRÓPRIO OU CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO 
 
Cálculo: PATRIMÔNIO LÍQUIDO – ATIVO FIXO 
 
OBS.: Capital Fixo = Ativo não Circulante – Realizável a Longo Prazo 
 
 
 
22 
 
1.4.1 Modelo simplificado do Balanço Patrimonial para análise 
 
ATIVO PASSIVO 
ATIVO CIRCULANTE 
42.000,00 
PASSIVO CIRCULANTE 
38.000,00 
Disponibilidades 
15.000,00 
Fornecedores 
12.000,00 
Caixa 
10.000,00 
Salários a pagar 
10.000,00 
Bancos 
5.000,00 
Impostos a pagar 
5.000,00 
Créditos 
13.000,00 
Empréstimos a pagar 
10.000,00 
Duplicatas a Receber 
5.000,00 
Outras Contas a pagar 
1.000,00 
Estoques de mercadorias 
8.000,00 
 
Despesas antecipadas 
14.000,00 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
2.500,00 
 Seguros pagos antecipadas 
14.000,00 
Passivo Exigível a Longo Prazo 
2.000,00 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
14.000,00 
Empréstimos a pagar 
1.000,00 
Ativo Realizável a Longo Prazo 
2.000,00 
Financiamentos a pagar 
1.000,00 
 Contas a Receber 
2.000,00 
Resultados não Realizados 
500,00 
Investimentos 
2.000,00 
Lucros em Participações Societárias 
500,00 
 Participações coligadas 
2.000,00 
 
Imobilizado 
4.000,00 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
15.500,00 
 Veículos 
4.000,00 
Capital Social 
9.500,00 
Intangível 
4.000,00 
Reservas de Capital 
2.000,00 
 Direitos Autorais 
4.000,00 
(-) Prejuízos Acumulados 
4.000,00 
Diferido 
2.000,00 
 
 Despesa organizacional 
2.000,00 
 
 
 
23 
 
TOTAL DO ATIVO 
56.000,00 
TOTAL DO PASSIVO 
56.000,00 
 
Com base no balanço acima podemos analisar que: 
 
1. Os recursos obtidos pela da empresa estão representados da seguinte forma: 
$40.500,00 em Capitais de Terceiros (PC + PNC) e $15.500,00 em Capital 
Próprio (PL). Ou seja: 72% dos recursos da empresa foram financiados através 
de dívidas e apenas 28% foram oriundos da riqueza patrimonial (Capital de 
Terceiros/Total do Passivo e PL/Total do Passivo). 
 
2. Os recursos da empresa foram aplicados da seguinte forma: $42.000,00 no 
Capital de Giro (AC) e $14.000,00 no Capital não Circulante. Ou seja: 75% 
dos recursos foram investidos no negócio empresarial a curto prazo sendo que 
o restante (25%) foi em longo prazo (AC/Total do Passivo). 
 
3. A empresa tem, à sua disposição, um Capital Circulante Líquido a curto prazo 
de $4.000,00 (AC – PC). Ou ainda: o Ativo Circulante representa 110% do PC 
(AC/PC*100). 
 
4. O Capital Circulante (ou de Giro) Próprio da empresa é de R$ 3.500,00 (PL – 
CF) e representa a parcela de Capital Próprio aplicada no Capital de Giro. 
Também se pode dizer que o Patrimônio Líquido da Empresa representa 129% 
do Capital Fixo (PL/AF*100). 
 
5. O Capital Fixo mencionado no item anterior é preciso será a diferença entre o 
Ativo não Circulante e o Realizável a Longo Prazo, ou seja, ANC – RLP. 
 
 
24 
 
 
OBJETIVOS DA ANÁLISE GERENCIAL 
 
 
 
A análise tem como objetivo extrair informações das Demonstrações 
Contábeis, comparando e interpretando estes dados a fim de possibilitar ao usuário 
informações suficientes para a tomada de decisões. 
 
As Demonstrações Contábeis fornecem uma série de dados sobre a empresa, de 
acordo com as normas contábeis. A Análise de Balanços transforma esses dados em 
informações e será tanto mais eficientes quanto melhores informações produzir. 
 
Em linha mais abrangente, pode-se listar algumas informações produzidas pela 
Análise de Balanços: 
 Situação Econômica e Financeira Desempenho operacional 
 Eficiência gerencial na utilização dos recursos 
 Pontos positivos e negativos 
 Análise de tendências e perspectivas 
 Quadro evolutivo 
 Causas e efeitos na situação econômica financeira 
 Providências que deveriam e devem ser tomadas 
 Avaliação final 
 
 
2.1 METODOLOGIA DE ANÁLISE 
 
A Análise de Balanços baseia-se no raciocínio lógico. Na maioria das ciências, 
o processo de tomada de decisões segue as seguintes etapas: 
 
ETAPAS DE PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO 
1 2 3 4 
Escolha de 
indicadores 
Comparação com 
padrões 
Diagnósticos ou 
conclusões 
Decisões 
ANÁLISE TOMADA DE 
DECISÃO 
 
Vamos verificar as etapas do processo na tomada de decisão no campo da 
Medicina: antes de emitir um diagnóstico é necessário que o médico faça uma série 
de exames em seu paciente: temperatura do corpo, pressão arterial, pulsação, 
2 
 
 
25 
 
batimentos cardíacos. A partir destes dados ele extrai indicadores (Etapa 1). O 
médico compara os indicadores do paciente com os indicadores considerados ideais, 
baseados na idade, peso, altura, etc. (Etapa 2). Com base nestes dados comparativos, 
o médico então faz o seu diagnóstico e conclui se o paciente possui alguma doença ou 
não (Etapa 3). Finalmente ele irá receitar o medicamento necessário para prevenção 
ou cura (Etapa 4). 
Na Análise de Balanços aplica-se o mesmo raciocínio lógico: 
1. Extraem-se índices das demonstrações contábeis; 
2. Comparam-se os índices com os padrões existentes para aquela empresa; 
3. Ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou 
conclusões; 
4. Tomam-se as decisões. 
 
2.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE 
 
As atuais técnicas de Análise de Balanços possibilitam grande número de 
informações sobre a empresa, entre elas encontram-se as seguintes: 
 Análise Vertical e Horizontal 
 Análise Financeira 
 Análise Econômica 
 Análise de Prazos Médios 
 Análise de Insolvência 
 
2.2.1 Análise Vertical e Horizontal 
 
A Análise Vertical permite determinar a participação relativa de cada conta no 
grupo total. Através desta técnica é possível avaliar e acompanhar a estrutura 
econômico-financeira da empresa. 
 
A Análise Horizontal demonstra a evolução das contas patrimoniais (Bens, 
Direitos e Obrigações, Patrimônio Líquido) e de resultado (Receitas e Despesas) em 
de uma série de anos. Através desta técnica é possível avaliar e acompanhar a 
evolução das ganhos e gastos bem como dos financiamentos e investimentos 
realizados. 
 
2.2.2 Análise Financeira 
 
A análise financeira é feita com base nos dados extraídos do Balanço 
Patrimonial. Através dessa técnica o analista é capaz de estudar os recursos 
 
 
26 
 
(Disponibilidades, Direitos a Realizar e Estoques) que a empresa gerou e medir sua 
capacidade de pagamento (saldar suas dívidas a curto e a longo prazo). 
 
Resumo Prático da Análise Financeira: 
 
A) Análise de como a empresa obtém seus recursos: 
1. Capital de Terceiros = (Passivo Circulante + Passivo não Circulante) 
2. Capital Próprio = Patrimônio Líquido (Capital Social + Reservas (-) 
Prejuízos) 
 
 
Fontes de Recursos ou Financiamentos 
 B) Análise de como a empresa aplica seus recursos: 
 
1. Capital Circulante = Ativo Circulante 
2. Capital não Circulante = Ativo não Circulante 
 
 
Aplicação de Recursos ou Investimentos 
 
2.2.3 Análise Econômica 
 
A análise da situação econômica é feita com base nos elementos que compõem 
a Demonstração do Resultado do Exercício, pelo estudo e interpretação do 
resultado alcançado pela movimentação financeira. Essa análise possibilita 
conhecer a rentabilidade obtida pelo capital investido na entidade. 
 
Resumo Prático da Análise Econômica: 
 
Análise de como a empresa obteve seus resultados (lucro ou prejuízo) 
através de sua movimentação financeira: 
 
(+) RECEITA (Ganhos) 
(-) Despesas ou Custos (Gastos) 
(=) Lucro Ou Prejuízo = Resultado Econômico 
 
 
27 
 
 
2.2.4 Análise de Insolvência 
 
Esta análise tem como objetivo analisar o risco de falência através de índices 
combinados e métodos estatísticos. 
 
 
28 
 
ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL 
 
 
 
3.1 ANÁLISE VERTICAL (AV) 
 
Consiste na determinação da percentagem de cada conta ou do grupo de contas 
em relação ao seu conjunto. 
 
Este tipo de análise, também conhecida por “Análise por Coeficientes”, mostra a 
composição percentual e a participação de cada conta em relação a um valor adotado 
como base (100%), sendo importante para avaliar a estrutura da composição dos itens 
de recursos da empresa. 
 
 
Coeficientes: São valores que determinam os percentuais de cada conta ou grupo de 
contas em relação ao seu conjunto. 
 
Ao examinar um Balanço Patrimonial, visualizamos o conjunto de elementos, 
representativos dos Bens, dos Direitos, das Obrigações e do Patrimônio Líquido. 
 
Conforme já visto, o Passivo mostra a origem dos capitais que estão à 
disposição da empresa e o Ativo mostra onde esses capitais foram aplicados. 
 
Para se calcular a análise vertical divide-se o valor da conta desejada pela conta 
escolhida como base de comparação. Caso queira encontrar este índice na forma 
percentual, multiplica-se por cem. 
Fórmula: 
 
No Balanço Patrimonial a conta base é, normalmente, considerada o valor total 
do Ativo e Passivo. Contudo, pode ser calculada separadamente a composição de 
cada grupo. 
 
No caso da Demonstração do Resultado do Exercício a conta base analisada é a 
Receita Líquida de vendas ou serviços. Assim já estão sendo descontados os 
impostos, devoluções e abatimentos que incidem diretamente sobre a receita bruta ou 
sobre o faturamento. 
 
3 
Número índice = Conta desejada x 100 
 Conta base 
 
 
29 
 
Observação: A reclassificação das Despesas Financeiras provocará alteração 
nas informações referentes ao lucro operacional. 
Veja o seguinte Balanço Patrimonial: 
 
Balanço Patrimonial da Comercial Memphis Bells S/A em 31/12/2006 
ATIVO % PASSIVO % 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
Disponível 2.000 7,41% Fornecedores 4.000 14,81% 
Créditos 8.000 29,63% Salários a pagar 1.000 3,70% 
Despesas 
antecipadas 
10.000 37,04% TOTAL 5.000 18,51% 
TOTAL 20.000 74,07% 
 PASSIVO NÃO 
CIRCULANTE 
 
 Exigível a longo prazo 4.000 14,82% 
ATIVO NÃO CIRCULANTE TOTAL 4.000 14,82% 
Realizável a longo 
prazo 
1.000 3,70% 
Investimentos 1.000 3,70% 
Imobilizado 2.000 7,41% PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
 
Intangível 2.000 7,41% Capital social 15.000 55,56% 
Diferido 1.000 3,70% Reservas de lucro 3.000 11,11% 
TOTAL 7.000 25,93% TOTAL 18.000 66,67% 
TOTAL ATIVO 27.000 100% TOTAL PASSIVO 27.000 100% 
 
Veja como a situação do Balanço Patrimonial da empresa acima fornece dados 
para interpretação: 
 
ORIGEM DOS RECURSOS 
 
 As fontes de recursos à disposição da empresa são de $ 27.000,00 (total do 
passivo), sendo que $ 18.000, ou seja, 66,67% correspondem a Capitais 
Próprios e $ 9.000, ou seja, 33,33% (total do passivo circulante e não 
circulante) correspondem as Capitais de Terceiros. 
 Os Capitais Próprios estão assim compostos: 
 Os valores financiados pelos sócios e acionistas foram de $15.000, ou 
seja, 55,55% das fontes de recursos. 
 As reservas de lucros destinadas a garantir o capital próprio da empresa 
foram de $3.000, ou seja, 11,11% das fontes de recursos. 
 Os Capitais de terceiros totalizam $ 9.000, ou seja, 33,33% correspondentes à 
soma dos valores do passivo circulante como passivo não circulante. 
 O Passivo Circulante correspondem a débitos decorrentes do 
funcionamento normal da empresa – Fornecedores (compras a prazo) e 
 
 
30 
 
Salários a pagar, representam 18,51% dos recursos adquiridos junto a 
terceiros. 
 O Passivo não Circulante corresponde a débito decorrente de dívida 
assumida pela empresa em longo prazo, representado 14,82%. 
 
APLICAÇÃO DOS RECURSOS 
 
 As fontes de recursos à disposição da empresa foram aplicadas no Ativo da 
seguinte forma: 
 No Ativo Circulante, ou Capital de Giro Financeiro, foram aplicados $ 
20.000,00, que correspondem a 74,08%. 
 No Ativo não Circulante, $ 7.000,00 que equivalem 25,93%. 
 As fontes de recursos aplicados no Ativo Circulante estão assim compostas: 
$ 2.000, ou seja, 7,41% dos recursos foram aplicados em disponibilidades (Caixa 
e Bancos). 
 $ 8.000, ou seja, 29,63% dos recursos foram aplicados em direitos a 
serem realizados (Créditos) que foram aplicados em estoque a serem 
revendidos (Mercadorias). 
 $ 10.000, ou seja, 37,04% representam as despesas antecipadas, como 
seguros a vencer. 
 As fontes de recursos aplicados no Ativo não Circulante estão assim 
compostas: 
 $ 1.000, ou seja, 3,70% dos recursos foram aplicados em imóveis para 
venda a realizar após a longo prazo. 
 $ 1.000, ou seja, 3,70% dos recursos foram aplicados em investimentos 
(Participações em empresas). 
 $ 2.000, ou seja, 7,42% dos recursos foram aplicados no imobilizado em 
bens de uso (Veículos, Móveis e Equipamentos). 
 $ 2.000, ou seja, 7,41% dos recursos foram aplicados em bens 
intangíveis como Fundo de comércio. 
 $ 1.000, ou seja, 3,70% dos recursos foram aplicados em gastos pré-
organizacionais. 
 
Além desses dados que acabamos de analisar, poderão ser extraídos outros 
dados para fins de análise. A interpretação será estudada nos capítulos seguintes. 
 
Agora veremos como a Análise Vertical pode nos ajudar a analisar a 
Demonstração do Resultado do Exercício. Podemos visualizar as variações, ocorridas 
durante o exercício, que provocaram aumentos ou diminuições no Patrimônio 
Líquido. 
 
Observe a seguinte Demonstração do Resultado do Exercício (não 
reclassificada): 
 
 
 
31 
 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADOP DO EXERCÍCIO DA 
COMERCIAL MEMPHIS BELLS S/A EM 31/12/2004 
ITENS $ % $ % 
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 30.000 100% 
(-) CUSTO DAS MERCADORIS 
VENDIDAS 
 (12.000) 40,00% 
(=) RESULTADO BRUTO 18.000 60,00% 
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
 Administrativas 5.000 16,67
% 
 
 Comerciais 1.000 3,33
% 
 
 Financeiras 8.000 26,67
% 
(14.000) 46,67% 
(=)RESULTADO 
OPERACIONAL 
 4.000 13,33% 
(+) RECEITAS FINANCEIRAS E 
DEMAIS GANHOS 
 4.000 13,33% 
(-) Provisão para o IR (1.000) 3,33% 
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 7.000 23,33% 
 
Veja como a demonstração acima permite a extração de dados para serem 
interpretados: 
 
 O Custo das Mercadorias Vendidas, que foi de $ 12.000, correspondem a 40% 
da Receita Líquida com Vendas. 
 O Resultado Bruto, que foi de $ 18.000, corresponde a 60% da Receita com 
Vendas. 
 As Despesas Administrativas, que foram de $ 5.000, correspondem a 16,67% 
das Receitas com Vendas. 
 As Despesas Comerciais, que foram de $ 1.000, correspondem a 3,337% das 
Receitas com Vendas. 
 As Despesas Financeira, que foram de $ 8.000, correspondem a 26,67% das 
Receitas com Vendas. 
 As Receitas Financeiras e demais ganhos, que foi de $ 4.000, correspondem a 
13,33% da Receita com Vendas. 
 O Lucro Líquido do Exercício, que foi de $ 3.000, correspondem a 10,00% da 
Receita com Vendas. 
 
 
 
32 
 
3.2 ANÁLISE HORIZONTAL (AH) 
 
A análise horizontal, por sua vez, representa o mecanismo de comparação que 
se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes 
exercícios sociais, ou seja, é uma análise temporal das contas da empresa. 
Este tipo de análise toma por base dois ou mais exercícios sociais para verificar 
a evolução de seus componentes. Observando, por exemplo, o comportamento dos 
diversos itens do Patrimônio e, principalmente, dos índices, pode-se fazer uma 
análise de tendência. 
 Para se calcular a análise horizontal é preciso identificar a diferença de valores 
da mesma conta em períodos diferentes e dividi-la pela conta anterior, ou a conta 
base da análise. Desejando-se encontrar este índice na forma percentual, também se 
multiplica por cem. 
 
Fórmula: 
 
Quando ao cálculo, diferentemente da análise vertical, não há diferença em 
relação ao Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, sendo 
ambos calculado da mesma forma. 
 
CONTAS Ano 1 
 
% Ano 2 % Evolução 
Ano 2 (%) – 1 
(%) 
ATIVO 27.000 100% 29.900 111% 11% 
CIRCULANTE 20.000 100% 20.500 103% 3% 
Disponível 2.000 100% 1.500 75% -25% 
Créditos 8.000 100% 9.000 113% 13% 
Despesas antecipadas 10.000 100% 10.000 100% 0% 
NÃO CIRCULANTE 7.000 100% 9.400 134% 34% 
Realizável a longo prazo 1.000 100% 1.700 170% 70% 
Investimentos 1.000 100% 1.500 150% 50% 
Imobilizado 2.000 100% 2.400 120% 20% 
Intangível 2.000 100% 2.600 130% 30% 
Diferido 1.000 100% 1.200 120% 20% 
PASSIVO 27.000 100% 29.900 111% 11% 
CIRCULANTE 5.000 100% 6.000 120% 20% 
Fornecedores 4.000 100% 5.000 125% 25% 
Salários a pagar 1.000 100% 1.000 100% 0% 
NÃO CIRCULANTE 4.000 100% 3.500 87% -13% 
Exigível a Longo Prazo 4.000 100% 3.500 87% -13% 
Número índice = Variação da conta (Ano 2 – Ano 1) x 100 
 Valor da Conta inicial (Ano 1) 
 
 
33 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 18.000 100% 20.400 113% 13% 
Capital Social 15.000 100% 15.000 100% 0% 
Reservas de Lucros 3.000 100% 5.400 180% 80% 
 
Veja como a situação do Balanço Patrimonial da empresa acima fornece dados 
para interpretação da análise horizontal: 
 
ORIGEM DOS RECURSOS 
 
 As fontes de recursos à disposição da empresa aumentaram de $27.000 para 
$29.900, ou seja, um aumento de 11% em relação ao ano 1, sendo que o 
Capital Próprio aumentou de $18.000 para $20.400, ou seja, um aumento de 
13,00%. As Obrigações a curto prazo aumentaram 20% e a longo prazo caíram 
13%. 
 
 Os Capitais Próprios estão assim compostos: 
 Os valores financiados pelos sócios e acionistas se manteve em relação ao 
ano 1. 
 Os lucros decorrentes da evolução normal da empresa cresceram 80%. 
 
 Os Capitais de Terceiros a Curto Prazo, cresceram 20%, sendo que os 
Fornecedores Contribuições aumentaram em 25% em relação ao ano 1. 
 
APLICAÇÕES DOS RECURSOS 
 
 As aplicações no Ativo Circulante variaram da seguinte forma: 
 As disponibilidades, Caixa e Bancos, diminuíram em 25% em relação ao 
ano 1. 
 Os Créditos aumentaram em 13% em relação a ano 1. 
 As Despesas Antecipadas se mantiveram inalteradas. 
 
 As fontes de recursos aplicados no Ativo não Circulante apresentaram as 
seguintes variações: 
 Os recursos aplicados no Realizável a Longo Prazo cresceram em 70%. 
 Os recursos aplicados em Investimentos cresceram em 50%. 
 Os recursos aplicados no imobilizado em bens de uso (Veículos, Móveis e 
Equipamentos) cresceram em 20%. 
 Os aplicados no ativo Intangíveis aumentaram em 30% com relação ao ano 
anterior. 
 Os recursos aplicados em Diferido (despesas pré-organizacionais) 
cresceram em 20%. 
 
Agora veremos como a Análise Horizontal pode nos ajudar a analisar a 
Demonstração do Resultado do Exercício. 
 
 
34 
 
 
Contas Ano 01 % Ano 2 % Evolução 
Ano 2 (%) – 
1 (%) 
Receita Operacional Bruta 100.000 100% 110.000 110% 10% 
(-) Deduções da Rec. Oper. 
Bruta 
(20.000)100% (21.000) 105% 5% 
Receita Operacional 
Líquida 
80.000 100% 89.000 111% 11% 
(-) CMV (10.000) 100% (10.000) 0% 0% 
(=) Resultado Bruto 70.000 100% 79.000 113% 13% 
(-) Despesas Operacionais: 
 Despesas 
Administrativas 
(5.000) 100% (8.400) 140% 40% 
 Despesas Comerciais (12.000) 100% (10.500) 105% 5% 
(=) Resultado Operacional 53.000 100% 60.100 113% 13% 
(+) Receitas Financ./demais 
ganhos 
5.000 100% 6.000 120% 20% 
(=) Result. Líq. Antes 
IRPJ/CSLL 
58.000 100% 66.100 114% 14% 
(-) Provisão para IR (8.000) 100% (9.000) 113% 13% 
(=) Lucro do Exercício 50.000 100% 57.100 114% 14% 
 
Veja como a Demonstração acima permite a extração de dados para serem 
interpretados: 
 
 As Receitas Operacionais Brutas aumentaram em 10%, sendo que as deduções 
correspondentes subiram 5% em relação ao ano 1 
 As Receitas a Operacionais Líquidas aumentaram em 11% em relação ao ano 
1. 
 O Custo das Mercadorias Vendidas se mantiveram sem alteração. 
 O Resultado Bruto aumentou em 13 em relação ao ano 1. 
 As Despesas Administrativas aumentaram em 40% em relação ao ano 1. 
 As Despesas Comerciais aumentaram em 5% em relação ao ano 1. 
 As Receitas Financeiras e demais ganhos subiram 20% 
 O Resultado Líquido antes o IRPJ/CSLL aumentou em 14% em relação ao ano 
1. 
 O Lucro do Exercício aumentou em 14% em relação ao ano 1. 
 
 
 
35 
 
 ANÁLISE POR ÍNDICES 
 
 
Este é o processo de análise mais utilizado pelos analistas de balanços, porque 
oferece visão global da situação econômica e financeira da entidade. 
De acordo com o interesse do usuário (Sócios, Acionistas, Bancos, 
Fornecedores, Funcionários, etc.) os analistas poderão extrair das demonstrações 
contábeis um número maior ou menor de índices para analisar. 
A fim de obter um bom diagnóstico quanto à situação financeira e econômica 
de uma entidade, é aconselhável que o analista separe as duas funções, para que, em 
um segundo estágio, os resultados obtidos em cada uma dessas duas análises sejam 
conjugados, a fim de compor um quadro geral da situação patrimonial da entidade. 
A situação financeira é evidenciada pelos Índices de Capitais e de Liquidez, 
enquanto a situação econômica é ressaltada por meio dos Índices de Rentabilidade. 
 
4.1 O PAPEL DOS ÍNDICES NA ANÁLISE 
 
Um índice de análise é como uma vela acesa num quarto escuro. 
Dante C. Matarazzo 
 
O índice é a relação entre contas ou grupos de contas nas demonstrações 
contábeis que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou 
financeira de uma empresa. 
 
Análise da situação financeira e econômica 
SITUAÇÃO 
FINANCEIRA 
ESTRUTURA DE 
CAPITAIS 
Mostra as grandes linhas de 
decisões financeiras em termos 
de obtenção e aplicação de 
recursos. 
ESTRUTURA DE 
LIQUIDEZ 
Mostra a capacidade financeira 
da empresa para pagamento de 
suas dívidas. 
SITUAÇÃO 
ECONÔMICA 
ESTRUTURA DE 
RENTABILIDADE 
Mostra o grau de êxito 
econômico da empresa em 
relação ao capital investido. 
 
4.2 INTERPRETAÇÃO DOS ÍNDICES 
 
Para se obter os índices bastam aplicar as fórmulas apropriadas, utilizando 
valores extraídos das Demonstrações Contábeis. 
 
4 
 
 
36 
 
A interpretação dos índices pode ser feita em três etapas: 
 
a) Interpretação isolada 
b) Interpretação conjunta 
c) Comparação com Índices-Padrão 
Cabe ao analista selecionar, da melhor maneira possível, um conjunto de índices que 
lhes permita obter os resultados desejados. 
 
É preciso seguir uma seqüência lógica na interpretação isolada e em conjunto 
dos índices, visando ganhar tempo e obter melhores resultados. 
 
Nesta apostila abordaremos os índices que melhor evidenciam o estado 
patrimonial de qualquer entidade que são: 
 Índices de Estrutura de Capitais 
 Índices de Liquidez 
 Índices de Rentabilidade 
 
 
 
37 
 
ANÁLISE POR ÍNDICE DE ESTRUTURA DE CAPITAIS 
 
 
Os Índices de Estrutura de Capitais servem para evidenciar o grau de 
endividamento da empresa em decorrência das origens dos capitais investidos no 
patrimônio. Eles mostram a proporção existente entre os capitais Próprios e os 
Capitais de Terceiros, sendo calculados com base em valores extraídos do Balanço 
Patrimonial. 
 
Para o melhor aprendizado iremos dividir o estudo dos índices de estrutura de 
capitais da seguinte forma: 
 
ÍNDICES DE 
ESTRUTURA DE 
CAPITAIS 
ÍNDICES DE 
GARANTIA DE 
CAPITAIS DE 
TERCEIROS 
Avalia o grau de 
dependência da empresa na 
obtenção de recursos de 
terceiros (Bancos, Governo, 
Fornecedores, Funcionários, 
etc.). 
ÍNDICES DE CAPITAIS 
PRÓPRIOS 
Avalia o grau de 
dependência da empresa na 
obtenção de recursos 
próprios (Sócios, 
Acionistas, geração de lucro 
pela atividade da empresa). 
ÍNDICES DE 
IMOBILIZAÇÃO DE 
CAPITAIS 
Avalia o grau de 
imobilização (capital 
parado) dos recursos de 
terceiros e próprios 
aplicados no 
Ativo Fixo. 
 
 
5.1 ÍNDICES DE GARANTIA DE CAPITAIS DE TERCEIROS 
 
Estes índices avaliam o grau de dependência da empresa na obtenção de 
recursos de terceiros (Bancos, Governo, Fornecedores, Funcionários, etc.) com os 
Capitais Próprios e a aplicação destes recursos no Ativo. Os principais índices de 
garantia de capitais de terceiro são: 
 
 Índice de Participação de Capitais de Terceiros 
 Índice de Composição do Endividamento 
 
5 
 
 
38 
 
Exemplo Prático: 
 
Tomaremos como base o balanço da empresa Beta S/A, para calcular os índices. 
 
Balanço em 31/12/2007 – Empresa BETA S/A 
ATIVO R$ PASSIVO R$ 
ATIVO CIRCULANTE 157.500,00 PASSIVO 
CIRCULANTE 
173.000,00 
Disponível 1.500,00 Fornecedores 96.000,00 
Créditos 138.000,00 Empréstimos Bancários 62.000,00 
Despesas Antecipadas 18.000,00 Outras Contas a pagar 15.000,00 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
233.500,00 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
160.000,00 
Realizável a Longo Prazo 133.500,00 Empréstimos Bancários 160.000,00 
Investimento 20.000,00 
Imobilizado 60.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
58.000,00 
Intangível 10.000,00 Capital Social 40.000,00 
Diferido 10.000,00 Reservas de Capital 18.000,00 
TOTAL DO ATIVO 391.000,00 TOTAL DO PASSIVO 391.000,00 
 
5.1.1 Índice de Participação de Capitais de Terceiros 
 
O Capital de Terceiros, como vimos anteriormente, é a soma das Obrigações a 
Curto Prazo (Passivo Circulante) e das Obrigações a Longo Prazo (Passivo não 
Circulante). 
 
Após determinado o Capital de Terceiros, iremos calcular o Índice de 
Participação de Capitais de Terceiros sobre o Capital Próprio. 
 
Esse índice tem como objetivo comparar os recursos de Capital de Terceiros 
com os recursos de Capital Próprio. Revela também qual a proporção existente entre 
o Capital de Terceiros (Obrigações) e o Capital Próprio (Patrimônio Líquido). Se 
multiplicarmos por 100, obteremos a resposta em porcentagem. 
 
Sempre que este quociente for inferior a um ou menor que 100%, indicará o 
excesso de Capitais Próprios sobre o Capital de Terceiros, evidenciando que a 
entidade possui liberdade financeira para tomada de decisões. 
 
Por outro lado, quando os Capitais de Terceiros forem investidos na empresa 
em proporções maiores que os Capitais Próprios, esse quociente será superior a um, 
ou maior que 100%, indica a existência de dependência financeira da empresa junto 
aos seus credores. 
 
 
39 
 
 
Havendo dependência financeira, as empresa terão de se sujeitar às regras 
impostas por estes credores (altas taxas de juros, prazos menores para pagamentoe 
dificuldades para obtenção de créditos). 
FÓRMUL
A: 
CAPITAL DE 
TERCEIROS 
 PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
X 100 
 
 
40 
 
 
 
FÓRMULA DO CAPITAL DE TERCEIROS: CT = PC + PNC 
 
 
RESOLUÇÃO: 173.000,00 + 160.000,00 = $5,74 x 100 = 574,00% 
 58.000,00 
 
Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor 
compreensão. 
 
Quanto MENOR este índice, MELHOR para a 
empresa. 
 
No exemplo acima podemos concluir que a empresa é dependente de capitais 
de terceiros e que, provavelmente, ela terá dificuldades financeiras. 
5.1.2 ÍNDICE DE COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO 
 
Esse índice tem como objetivo comparar os recursos do Passivo Circulante 
(Obrigações a Curto Prazo) com os recursos de Capital de Terceiro (Obrigações a 
Curto e Longo Prazo). Revela qual a proporção existente entre as Obrigações de 
Curto Prazo e as obrigações totais (Capital de Terceiros). Se multiplicarmos por 100, 
obteremos a resposta em porcentagem. 
 
Os recursos financeiros para cobrir os compromissos a longo prazo poderão surgir em 
função do desenvolvimento normal das atividades da empresa, sem a necessidade de 
recorrer a operações que geram recursos imediatos. Nem sempre esta situação é 
benéfica financeiramente para a empresa. 
 
Quanto menor for este índice, maiores serão os prazos que a empresa terá para saldar 
seus compromissos. O ideal é que este índice seja menor que 50% pois, em 
conseqüência, as dívidas a longo prazo estarão na maior parte e melhor será a 
situação financeira da empresa. 
 
 
FÓRMUL
A: 
 PASSIVO 
CIRCULANTE 
CAPITAL DE 
TERCEIROS 
X 100 
 
RESOLUÇÃO: 173.000,00 = $0,52 x 100 = 52,00% 
 173.000,00 + 160.000,00 
 
 
 
41 
 
Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor 
compreensão. 
 
Quanto MENOR este índice, MELHOR para a 
empresa. 
 
No exemplo acima podemos concluir que as dívidas a curto prazo da empresa 
representam 52% das dívidas totais, logo, a empresa terá que pagar a maioria de suas 
dívidas a curto prazo. 
 
 
5.1.3 Quadro resumo Dos Índices de Garantia de Capitais de Terceiros 
 
GARANTIAS DE CAPITAIS DE TERCEIROS: 
Avalia o grau de dependência da empresa na obtenção de 
recursos de terceiros e a aplicação destes recursos no 
Ativo. 
Interpretação 
Orde
m ÍNDICE Sigla Fórmula 
1º 
Participação de 
Capitais de 
Terceiros 
PCT 
 PC + PELP x 100 Quanto a 
empresa 
possui de 
Capital de 
Terceiros em 
relação ao 
Capital 
Próprio 
Quanto 
MENOR, 
Melhor 
 
Patrimônio 
Líquido 
 
 
2º 
Composição do 
Endividamento 
CE 
 PC x 100 Em relação 
ao Capital 
de Terceiros, 
quanto 
vencerá a 
curto prazo 
Quanto 
MENOR, 
Melhor 
 PC + PELP 
 
 
 
 
 
5.2 ÍNDICES DE CAPITAIS PRÓPRIOS 
 
Exemplo Prático: 
 
Balanço em 31/12/2007 – Empresa BETA S/A 
ATIVO R$ PASSIVO R$ 
ATIVO CIRCULANTE 157.500,00 PASSIVO 
CIRCULANTE 
173.000,00 
 
 
42 
 
Disponível 1.500,00 Fornecedores 96.000,00 
Créditos 138.000,00 Empréstimos Bancários 62.000,00 
Despesas Antecipadas 18.000,00 Outras Contas a pagar 15.000,00 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
233.500,00 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
160.000,00 
Realizável a Longo Prazo 133.500,00 Empréstimos Bancários 160.000,00 
Investimento 20.000,00 
Imobilizado 60.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
58.000,00 
Intangível 10.000,00 Capital Social 40.000,00 
Diferido 10.000,00 Reservas de Capital 18.000,00 
TOTAL DO ATIVO 391.000,00 TOTAL DO PASSIVO 391.000,00 
 
Os Índices de Capitais Próprios avaliam o grau de dependência da empresa de 
recursos próprios (Capital Social, Reservas, Lucros...) e sua aplicação no Ativo. Os 
principais índices são: 
 
 Índice de Participação de Capitais Próprios sobre o Ativo. 
 Índice de Participação de Capitais Próprios sobre o Capital de Giro. 
 
5.2.1 Índice de Participação de Capitais Próprios sobre o Ativo 
 
Esse índice tem como objetivo comparar os recursos de Capital Próprio com as 
aplicações no Ativo. Revela qual a proporção existente entre os recursos próprios 
com os investimentos aplicados no Ativo da empresa. Se multiplicarmos por 100, 
obteremos a resposta em porcentagem. 
 
 
FÓRMULA: 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 TOTAL DO ATIVO X 100 
 
RESOLUÇÃO: 58.000,00 = $0,14 x 100 = 15,00% 
 391.000,00 
Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor 
compreensão. 
 
Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a 
empresa. 
 
 
 
43 
 
No exemplo acima podemos concluir que as aplicações no Ativo, financiadas 
por Capitais de Próprios representam apenas 15%, ou seja para cada $1,00 investidos 
no Ativo, $0,15 é obtido de Capital de Próprios. 
5.2.2 Índice de Participação de Capitais Próprios sobre Capital de Giro 
 
Esse índice tem como objetivo comparar os recursos de Capital Próprio com as 
aplicações no Ativo Circulante. Ele revela qual a proporção existente entre os 
recursos próprios com os investimentos aplicados no capital de giro da empresa. Se 
multiplicarmos por 100, obteremos a resposta em porcentagem, ou seja, quanto a 
empresa investiu de Capital Próprio para cada $ 100,00 aplicados no Capital de Giro. 
Siglas: 
 PL = Patrimônio Líquido 
 AC = Ativo Circulante 
 
FÓRMULA: 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
ATIVO CIRCULANTE X 100 
 
RESOLUÇÃO: 58.000,00 = $0,37 x 100 = 37,00% 
 157.500,00 
Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor 
compreensão. 
 
INTERPRETAÇÃO
: 
Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa. 
 
No exemplo acima podemos concluir que as aplicações no Capital de Giro 
(Ativo Circulante), são financiadas apenas por 37% de capitais próprios, ou seja, para 
cada $100,00 investidos no Capital de Giro, $37,00 é obtido de Capital de Próprios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
5.2.3 Quadro resumo dos Índices de Capitais Próprios 
 
ÍNDICES PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS 
PRÓPRIOS SOBRE O ATIVO: Esses índices 
avaliam o grau de dependência da empresa de 
recursos próprios e sua eficiência na aplicação destes 
recursos no Ativo. 
Interpretação 
Ordem ÍNDICE Sigla Fórmula 
1º 
Participação de Capitais 
Próprios sobre o Ativo 
CPA 
 Patrimônio Líquido 
x 100 
Avalia o grau de 
investimento dos 
recursos próprios 
sobre o Ativo 
Quanto MAIOR, 
melhor. 
 Ativo 
2º 
Participação de Capitais 
Próprios sobre o Capital de 
Giro Financeiro 
CPGP 
 Patrimônio Líquido 
x 100 
Avalia o grau de 
investimento dos 
recursos próprios 
sobre o Ativo 
Circulante 
Quanto MAIOR, 
melhor. 
Ativo 
Circulante 
 
 
 
45 
 
 
5.3 ÍNDICES DE IMOBILIZAÇÃO DE CAPITAIS 
 
Balanço em 31/12/2007 – Empresa BETA S/A 
ATIVO R$ PASSIVO R$ 
ATIVO CIRCULANTE 157.500,00 PASSIVO 
CIRCULANTE 
173.000,00 
Disponível 1.500,00 Fornecedores 96.000,00 
Créditos 138.000,00 Empréstimos Bancários 62.000,00 
Despesas Antecipadas 18.000,00 Outras Contas a pagar 15.000,00 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 233.500,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 160.000,00 
Realizável a Longo Prazo 133.500,00 Empréstimos Bancários 160.000,00 
Investimento 20.000,00 
Imobilizado 60.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 58.000,00 
Intangível 10.000,00 Capital Social 40.000,00 
Diferido 10.000,00 Reservas de Capital 18.000,00 
TOTAL DOATIVO 391.000,00 TOTAL DO PASSIVO 391.000,00 
 
Os Índices de Imobilização de Capitais avaliam o grau de imobilização dos 
Capitais Próprios e de Terceiros (Obrigações) e sua aplicação no Capital Fixo. Os 
principais índices são: 
 
 Índice de Imobilização de Capitais Próprios. 
 Índice de Imobilização de Capitais Terceiros. 
 Índice de Imobilização do Passivo Circulante 
 Índice de Imobilização do Exigível a Longo Prazo 
 
5.3.1 ÍNDICE DE IMOBILIZAÇÃO DE CAPITAIS PRÓPRIOS 
 
Este índice avalia o grau de imobilização do Capital Próprio no Ativo Fixo, 
revelando a relação existente entre os recursos próprios com os investimentos de 
caráter permanente. Se multiplicarmos por 100, obteremos a resposta em 
porcentagem. 
 
Outro ponto interessante a interpretar neste quociente é verificar a existência 
ou não de Capital Circulante Próprio. 
 
 
 
Capital Circulante Próprio = Patrimônio Líquido – Capital Fixo (PL – CF) 
Capital Fixo = Ativo não Circulante – Realizável a Longo Prazo (ANC – ARLP) 
 
 
46 
 
 
O Capital Circulante Próprio é a denominação que se dá ao excesso do 
Patrimônio Líquido sobre o capital Fixo (Ativo não Circulante – Realizável a longo 
prazo), ele pode ser apurado pela fórmula: 
 
Exemplo Prático: 
 
FÓRMULA: 
Imobilizado 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
X 100 
 
RESOLUÇÃO: 233.500,00 – 133.500,00 = $1,72 x 100 = 172% 
 58.000,00 
 
Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor 
compreensão. 
 
Quanto MENOR este índice, MELHOR para a 
empresa. 
 
No exemplo acima podemos concluir que as aplicações no Ativo Fixo, foram 
financiadas por Capitais Próprios e por Capitais de Terceiros, pois o índice ficou 
acima de 100%, ou seja, para cada $1,00 investido no Capital de Fixo, parte é obtida 
de Capitais Próprios e outra parte de capitais de terceiros. 
Para evidenciar ainda mais nossa interpretação, se analisarmos o Capital 
Circulante Próprio (PL – AF), podemos observar que o resultado foi 42.000,00 
negativo (CCP = 58.0000,00 – 100.000,00), isto significa que o Capital Próprio foi 
inferior ao Capital Fixo, nesta circunstância a empresa não tem liberdade para tomada 
de decisões, uma vez que ela é dependente de Capitais de Terceiros para financiar seu 
Capital Fixo, sendo que sua situação financeira poderá estar comprometida. 
 
5.3.2 Índice de Imobilização de Capitais de Terceiros 
 
Este índice avalia o grau de imobilização do Capital de Terceiro (Obrigações) 
no Ativo Fixo, revelando a relação existente entre os recursos de terceiros com os 
investimentos de caráter permanente. Se multiplicarmos por 100, obteremos a 
resposta em porcentagem. 
 
FÓRMULA: 
Imobilizado 
 CAPITAL DE TERCEIROS X 100 
 
 
 
47 
 
RESOLUÇÃO: 233.500,00 – 133.500,00 = 100.000,00 = $0,30 x 100 = 30% 
 173.000,00 + 160.000,00 333.000,00 
 
Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor 
compreensão 
 
 
 
 
No exemplo acima podemos concluir que as aplicações no Capital Fixo (Ativo 
não Circulante – Realizável a longo Prazo), foram financiadas em 30% por Capitais 
de terceiros, ou seja, para cada $1,00 investido no Capital de Fixo, $0,30 é obtida de 
Capitais de Terceiros. 
 
 
 Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor 
compreensão 
5.3.3 Quadro resumo dos Índices de Imobilização de Capitais 
 
ÍNDICES IMOBILIZAÇÃO DE CAPITAIS : 
Analisa o grau de imobilização dos recursos próprios e 
de terceiros e sua aplicação no Ativo Fixo Interpretação 
 
 
ORDE
M ÍNDICE SIGLA FÓRMULA 
1º 
Imobilização de 
Capitais Próprios 
IMCP 
 
 
Imobilizado 
x 100 
Avalia o grau de 
imobilização dos 
recursos 
próprios 
aplicados no 
Ativo Fixo 
Quanto MENOR, 
melhor. 
 Patrimônio Líquido 
2º 
Imobilização de 
Capitais de terceiros 
IMCT 
 
 
Imobilizado 
x 100 
Avalia o grau de 
imobilização dos 
recursos de 
terceiros 
aplicados no 
Ativo Fixo 
Quanto MENOR, 
melhor. 
 PC + PELP 
 
 
 
 
Quanto MENOR este índice, MELHOR para a 
empresa. 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
Ativo Fixo = Ativo não Circulante – Ativo Realizável a Longo Prazo) 
Capital de Terceiros = Passivo Circulante + Passivo não Circulante) 
 
 
48 
 
 
 
 ANÁLISE POR ÍNDICE DE LIQUIDEZ 
 
 
 
Os índices de liquidez apontam a capacidade financeira da empresa para honrar 
seus compromissos com terceiros. Evidenciam quanto à empresa dispõe de bens e 
direitos em relação às obrigações assumidas no mesmo período. 
 
De modo geral, presume-se que, quanto maior a liquidez, melhor a situação 
financeira da empresa. Porém, um alto índice de liquidez não representa 
necessariamente boa saúde financeira. O cumprimento das obrigações nas datas 
previstas depende de uma adequada administração dos prazos de recebimento e de 
pagamento (índices de atividades). Assim, uma empresa que tem altos índices de 
liquidez, mas mantém mercadorias estocadas por longos períodos, e recebe com 
atraso suas vendas a prazo ou mantém duplicatas incobráveis na conta de cliente 
(“Ativo Podre”) poderá ter problemas de liquidez, ou seja, dificuldades para honrar 
seus compromissos nos vencimentos. 
 
Balanço em 31/12/2007 – Empresa BETA S/A 
ATIVO R$ PASSIVO R$ 
ATIVO CIRCULANTE 157.500,00 PASSIVO CIRCULANTE 173.000,00 
Disponível 1.500,00 Fornecedores 96.000,00 
Créditos (valores a realizar) 138.000,00 Empréstimos Bancários 62.000,00 
Despesas Antecipadas 18.000,00 Outras Contas a pagar 15.000,00 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 233.500,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 160.000,00 
Realizável a Longo Prazo 133.500,00 Empréstimos Bancários 160.000,00 
Investimento 20.000,00 
Imobilizado 60.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 58.000,00 
Intangível 10.000,00 Capital Social 40.000,00 
Diferido 10.000,00 Reservas de Capital 18.000,00 
TOTAL DO ATIVO 391.000,00 TOTAL DO PASSIVO 391.000,00 
 
Observação: O grupo Créditos é constituído apenas pela conta Estoque de 
Mercadorias, no valor de R$138.000,00 
 
6.1 ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA 
 
Esse índice mede a capacidade financeira da empresa em honrar seus 
compromissos de curto prazo contando apenas com suas disponibilidades (Caixa, 
Bancos e Aplicações de Liquidez Imediata). Avalia o poder da empresa em pagar 
suas obrigações com vencimentos ao longo do exercício seguinte (Passivo 
Circulante). 
 
6 
 
 
49 
 
A liquidez imediata apresenta, quase sempre, um índice inferior à unidade, pois 
não é considerada normal a empresa manter um saldo de caixa ou bancos em nível 
elevado, visando garantir pagamentos que vencerão ao longo do exercício seguinte. 
Por esse indicador é possível concluir que, uma vez em crescimento, a empresa pode 
estar imobilizando recursos em tesouraria, deixando de gerar recursos no giro dos 
negócios. 
 
FÓRMULA: 
DISPONÍVEL 
PASSIVO CIRCULANTE 
 
RESOLUÇÃO: 1.500,00 = $0,01 x 100 = 1% 
 173.000,00 
 
Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor 
compreensão 
 
Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a 
empresa. 
 
No exemplo acima podemos concluir que para cada $1,00 de dívidas que a 
empresa tem a pagar a curto prazo ela dispõe, imediatamente, apenas de $0,01. Isto 
significa que a empresa terá dificuldades para honrar com seus compromissos 
considerando apenas seus recursos imediatos. Se multiplicarmos por 100, obteremos 
o resultado em percentual, evidenciando a proporção relativa entre o numerador e o 
denominador (0,01

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