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Interesse Publico

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DIREITO
DAVI FRAGOSO BUENO - RA: C468CA-8
RONEY NERI BOTURA - RA: C635GE-3
 
 
INTERESSE PÚBLICO
 São Paulo
2017
DIREITO
DAVI FRAGOSO BUENO - RA: C468CA-8
RONEY NERI BOTURA - RA: C635GE-3
 
 
 
INTERESSE PÚBLICO
 
Trabalho apresentado à Universidade Paulista - UNIP, como requisito parcial de aprovação do 5° semestre do curso de Direito de 2017.
 
São Paulo
2017
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo”. 
Abraham Lincoln
RESUMO
 
O presente estudo está elaborado com uma abordagem acerca de uma das questões de maior complexidade e importância do nosso ordenamento jurídico, o interesse público. Procuraremos nesta modalidade abordar as suas características legais, princípios e fundamentos positivos, doutrinas, jurisprudências e costumes. Verificaremos as questões legais e o seu conceito de acordo com o direito positivado, usando como subsídio a sábia doutrina, e demais textos que elencam e o regulamentam, para situar de forma assertiva este importante princípio constitucional. No entanto, para fazer uma correta interpretação, visando o costume nacional, tomaremos conhecimento também de práticas enraizados acerca deste princípio e demais atos que o caracterizam. É fundamental analisar todos estes fatores a luz da jurisprudência de diversos foros brasileiros que entendem como pacífico a maioria de suas controvérsias. No mesmo sentido e complexidade, apresentaremos um parecer a respeito de uma decisão judicial sobre o interesse público em confronto com os direitos e garantias individuais, com diversos aspectos a serem analisados sobre o caso concreto. Para isso, nos valeremos dos embasamentos da lei, posições jurisprudenciais, costumes solidificados e arguições doutrinárias. De tal sorte que, apresentaremos um entendimento acerca da lide em questão totalmente baseado em texto de lei, doutrina e jurisprudência. E finalmente, apresentaremos considerações que versam sobre os aspectos deste breve estudo.
 
 
Palavras-chave: Interesse público, direitos e garantias individuais, Doutrina, Jurisprudência, Lei.
ABSTRACT
 
The present study is elaborated with an approach on one of the issues of greater complexity and importance of our legal order, the public interest. We will seek in this modality to approach its legal characteristics, principles and positive foundations, doctrines, jurisprudence and customs. We will check the legal issues and their concept in accordance with the positive law, using as a subsidy the wise doctrine, and other texts that list and regulate it, to assertively situate this important constitutional principle. However, in order to make a correct interpretation, aiming at national custom, we will also be aware of practices rooted in this principle and other acts that characterize it. It is fundamental to analyze all these factors in light of the jurisprudence of several Brazilian forums that understand how pacific most of their controversies. In the same sense and complexity, we will present an opinion regarding a judicial decision on the public interest in relation to individual rights and guarantees, with several aspects to be analyzed on the concrete case. For this, we will use the basics of the law, jurisprudential positions, solidified customs and doctrinal arguments. So, we will present an understanding of the issue in question based entirely on text of law, doctrine and jurisprudence. And finally, we will present considerations that deal with aspects of this brief study. 
 
Keywords: Public interest, individual rights and guarantees, Doctrine, Jurisprudence, Law.
INTRODUÇÃO
O presente estudo abordará um dos temas mais fundamentais do ordenamento jurídico. A saber, o princípio do interesse público elencado em nossa carta magma, a Constituição Federal de 1988.
	Preliminarmente, discutiremos acerca do interesse público definindo seu conceito legal e jurisprudencial. Abriremos a pauta sobre como e qual o intuito de ele ser elaborado com tanto afinco pelo legislador em nosso ordenamento jurídico. E qual a finalidade que o legislador tinha quando o colocou entre o rol dos princípios supremos. E por fim, muito importante, discutiremos a luz da doutrina que versa acerca da aplicação da supremacia do interesse público, inclusive acima de diversos direitos e garantias individuais.
	Ao que será secundado pelo tema demasiado importante que é a visão jurisprudencial a respeito do tema. Vamos conceituar o interesse público da forma mais clara possível. E após deixarmos bem nítido o conceito deste princípio, exploraremos a visão dos foros brasileiros a respeito do tema. Qual o tamanho da relevância do interesse público em nossa sociedade. Em qual momento começamos a perceber esse potencial princípio como parte fundamental dos nossos valores sociais. Quais foram os caminhos e motivos que levou o Estado a tutelar o interesse público como garantia em prol da sociedade, protegendo-o com o rigor da elevada soberania da nossa Constituição Federal. 
	E vencida estas etapas, falaremos sobre um julgado nacional a respeito do tema em estudo, abordando com entusiasmo a visão que os magistrados têm deste princípio. Mostrando também o que o legislador enxerga a respeito disto. E qual a posição da doutrina diante deste valor tão importante da evolução e o desenvolvimento social.
	E por acreditarmos piamente honra do Poder Judiciário, e confiarmos plenamente na veracidade do saber científico, deixamos finalmente destacado que este estudo encontra-se livre de qualquer opinião pessoal, ficando puramente expresso em nossas palavras aquilo que a ciência nos traz à tona, amparado pelo ordenamento jurídico brasileiro, com base em sua doutrina, jurisprudência e texto de norma positiva no seu estrito sentido.
1 – CONCEITO DE INTERESSE PÚBLICO
	O conceito de interesse público é demasiado extenso e, portanto, é tema de grande discussão entre os doutrinadores. E o primeiro fato gerador desta grandeza é a natureza “cidadã da Carta Magma”. Por isso, neste momento se faz fundamental que apresentemos o seu conceito pelo menos à luz de três importantes doutrinadores que versam sobre o assunto. Senão vejamos:
1.1 – PARA MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO
	Maria Sylvia Zanella Di Pietro, leciona a respeito da supremacia do interesse público:
“Esse princípio, também chamado de princípio da rinalidade pública, está presente tanto no momento da elaboração da lei como no momento da sua execução em concreto pela Administração Pública. Ele inspira o legislador e vincula a autoridade administrativa em toda a sua atuação. 
No que diz respeito à sua influência na elaboração da lei, é oportuno lembrar que uma das distinções que se costuma fazer entre o direito privado e o direito público (e que vem desde o direito romano) leva em conta o interesse que se tem em vista proteger; o direito privado contém normas de interesse individual e, o direito público, normas de interesse público. 
Esse critério tem sido criticado porque existem normas de direito privado que objetivam. Defender o interesse público (como as concernentes ao direito de família) e existem normas de direito público que defendem também interesses dos particulares (como as normas de segurança, saúde pública, censura, disposições em geral atinentes ao poder de polícia do Estado e normas no capítulo da Constituição consagrado aos direitos fundamentais do homem). 
Apesar das críticas a esse critério distintivo, que realmente não é absoluto, algumas verdades permanecem: em primeiro lugar, as normas de direito público, embora protejam reflexamente o interesse individual, têm o objetivo primordial de atender ao interesse público, ao bem-estar coletivo. Além disso, pode-se dizer que o direito público somente começou a se desenvolver quando, depois de superados o primado do direito civil (que durou muitos séculos) e o individualismo que tomou conta dos vários setores da ciência, inclusive a do Direito,substituiu-se a ideia do homem como fim único do direito (própria do individualismo) pelo princípio que hoje serve de fundamento para todo o direito público e que vincula a Administração em todas as suas decisões: o de que os interesses públicos têm supremacia sobre os individuais”. (Pietro, 2012, p. 62)
1.2 – PARA ALEXANDRE MAZZA
	Alexandre Mazza, a respeito do interesse público diz que:
“A supremacia do interesse público sobre o privado, também chamada simplesmente de princípio do interesse público ou da finalidade pública, princípio implícito na atual ordem jurídica, significa que os interesses da coletividade são mais importantes que os interesses individuais, razão pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos aos particulares. A outorga dos citados poderes projeta a Administração Pública a uma posição de superioridade diante do particular. Trata-se de uma regra inerente a qualquer grupo social: os interesses do grupo devem prevalecer sobre os dos indivíduos que o compõem. Essa é uma condição para a própria subsistência do grupo social. Em termos práticos, cria uma desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados. 
[...]
A noção de supremacia do interesse público é mais forte (aplicação direta) nos atos administrativos de império, marcados por uma relação de verticalidade; enquanto nos atos de gestão a horizontalidade da relação entre a Administração e o particular afasta o reconhecimento total da supremacia (aplicação indireta).
Por fim, são também desdobramentos da supremacia do interesse público sobre o privado a imperatividade, a exigibilidade e a executoriedade dos atos administrativos, assim como o poder de autotutela de que a Administração Pública é revestida para anular e revogar seus próprios atos sem necessidade de autorização judicial”. (Mazza, 2013, p. 72)
1.3 – PARA JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO
	José dos Santos Carvalho Filho a respeito do interesse público alude que:
“As atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício da coletividade. Mesmo quando age em vista de algum interesse estatal imediato, o fim último de sua atuação deve ser voltado para o interesse público. E se, como visto, não estiver presente esse objetivo, a atuação estará inquinada de desvio de finalidade.
Desse modo, não é o indivíduo em si o destinatário da atividade administrativa, mas sim o grupo social num todo. Saindo da era do individualismo exacerbado, o Estado passou a caracterizar-se como o Welfare State (Estado/bem-estar), dedicado a atender ao interesse público. Logicamente, as relações sociais vão ensejar, em determinados momentos, um conflito entre o interesse público e o interesse privado, mas, ocorrendo esse conflito, há de prevalecer o interesse público.
Trata-se, de fato, do primado do interesse público. O indivíduo tem que ser visto como integrante da sociedade, não podendo os seus direitos, em regra, ser equiparados aos direitos sociais. Vemos a aplicação do princípio da supremacia do interesse público, por exemplo, na desapropriação, em que o interesse público suplanta o do proprietário; ou no poder de polícia do Estado, por força do qual se estabelecem algumas restrições às atividades individuais.
A despeito de não ser um conceito exato, aspecto que leva a doutrina em geral a configurá-lo como conceito jurídico indeterminado, a verdade é que, dentro da análise específica das situações administrativas, é possível ao intérprete, à luz de todos os elementos do fato, identificar o que é e o que não é interesse público. Ou seja: é possível encontrar as balizas do que seja interesse público dentro de suas zonas de certeza negativa e de certeza positiva. Portanto, cuida-se de conceito determinável.95
Algumas vozes se têm levantado atualmente contra a existência do princípio em foco, argumentando-se no sentido da primazia de interesses privados com suporte em direitos fundamentais quando ocorrem determinadas situações específicas.96 Não lhes assiste razão, no entanto, nessa visão pretensamente modernista. Se é evidente que o sistema jurídico assegura aos particulares garantias contra o Estado em certos tipos de relação jurídica, é mais evidente ainda que, como regra, deva respeitar-se o interesse coletivo quando em confronto com o interesse particular. A existência de direitos fundamentais não exclui a densidade do princípio. Este é, na verdade, o corolário natural do regime democrático, calcado, como por todos sabido, na preponderância das maiorias.97 A “desconstrução” do princípio espelha uma visão distorcida e coloca em risco a própria democracia; o princípio, isto sim, suscita “reconstrução”, vale dizer, adaptação à dinâmica social, como já se afirmou com absoluto acerto”. (Filho, 2015, pp. 34-35)
2 – JULGADOS SOBRE INTERESSE PÚBLICO
2.1 – PRIMEIRO JULGADO SOBRE INTERESSE PÚBLICO
2.2 – SEGUNDO JULGADO SOBRE INTERESSE PÚBLICO
3 – PROBLEMA PRESENTADO
	TRF-5 - APELREEX Apelação / Reexame Necessário REEX 76637620114058200 (TRF-5)
Data de publicação: 04/07/2013
Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. REMOÇÃO A PEDIDO, INDEPENDENTEMENTE DO INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO, PARA ACOMPANHAR CÔNJUGE. LEI 8.112 /90. REQUISITOS NÃO ATENDIDOS. OFENSA AO PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO. PRECEDENTES DO STJ E DESTA CORTE. 1. O cerne da presente questão é o reconhecimento ou não, do direito à remoção da apelada, ocupante do cargo de Professora Assistente-RETIDE da Universidade Federal da Paraíba para a Universidade Federal de São Paulo, para acompanhar seu cônjuge. 2. Conforme se observa dos documentos acostados aos autos, a apelada é civilmente casada desde 28.09.2010 e é professora da UFPB, do Departamento de Física, desde 08.08.2008, sendo lotada na Paraíba. O seu cônjuge tomou posse no cargo efetivo na Polícia Federal, antes de contrair matrimônio, sendo lotado, inicialmente, no Pará e depois lotado em São Paulo em 05.11.2010, se encontrando nesta cidade desde então. 3. Infere-se que a situação da apelada se aproximaria a da alínea a, do inciso III do parágrafo único, do art. 36, da Lei nº 8.112 /90. Todavia, veja-se que quando a autora tomou posse na UFPB, já residia em cidade distinta da do seu marido. 4. O interesse da Administração é diametralmente oposto ao do apelado, eis que aquela, dentro da margem de discricionariedade que lhe é outorgada, julgou mais conveniente e oportuno a permanência da servidora na unidade de origem. 5. A UFPB e a UNIFESP possuem quadros de pessoal distintos, o que afastaria, conforme previsão legal, o instituto da remoção. E quanto aos outros pedidos, exercício provisório ou licença, não restou demonstrado que há anuência dos órgãos envolvidos, o que desconstitui a pretensão da apelada. 6. Ao se submeter às regras do certame, a apelada assumiu conscientemente os riscos de se separar da sua família. Tendo dado causa a esse fato, é inconcebível que venha a tentar atenuar os seus efeitos desfavoráveis, mediante a deformação do Interesse Público. 7. Vislumbra-se o clássico embate entre o interesse privado e o público. Quando se trata de assuntos afetos à Administração Pública, deve-se ter como norte o princípio da supremacia do interesse público, que parte da premissa de que a vontade da comunidade, por ele representada, traz mais benefícios do que a de um só indivíduo. 8. Remessa oficial e apelação providas. Inversão do ônus sucumbenciais.
4 – PARECER DO GRUPO A CERCA DO ITEM ANTERIOR
Em vista do caso exposto, analisando a situação apresentada e observando os ensinamentos doutrinários bem como jurisdicionais, seria de grande ignorância irmos contra a decisão do julgado, uma vez que são fartos os julgados no mesmo sentido. Para dar suporte a concordância com o julgado faz-se necessário a analise passo a passo do caso em questão.
Primeiramente ao analisar o art. 36, p.u. inciso III, da Lei 8.112/90, a autora não se enquadra de forma perfeita nos preceitos do artigo. A Administração Públicasomente é obrigada a transferir servidor para outra unidade da federação quando o cônjuge também está em processo de remoção, no interesse do Poder Público. A autora tinha conhecimento, desde a data de seu casamento, da situação do marido no que se refere a lotação, bem como consciência da separação do núcleo familiar. Ao contrair o matrimônio era de conhecimento de ambos a questão referente a diferentes lotações.
Ainda, no art. 36, caput, observamos os dizeres “no ambiente do mesmo quadro”, o que por si só inviabilizaria o pedido de remoção.
Fica evidenciado, em ação análoga ocorrida na Procuradoria Regional Federal da 1ª Região (PRF1) e a Procuradoria Federal (PF) que em ação de remoção de servidor argumentaram que “a Lei 8.112/90, somente garante a remoção, sem vagas previstas, nos casos em que o servidor seja surpreendido com a alteração do local onde presta serviços.” Argumento acolhido pelo TRF1 e destacou que "a subida do cargo, pela agravante, na lotação atual, ocorreu por seu próprio interesse, razão pela qual não houve ruptura da unidade familiar em decorrência de ato da Administração".
O que pleiteou a autora, REMOÇÃO A PEDIDO, INDEPENDENTEMENTE DO INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO, PARA ACOMPANHAR CÔNJUGE, apesar de estar no rol taxativo da norma, deve sempre prevalecer o interesse público sobre o privado e não o contrário.
A menção ao “princípio constitucional de proteção à família”, previsto no art. 226 da Constituição Federal de 1988, não deve ser considerada visto que a autora já sabia da situação existente, e é mais do que concreta a posição do STF com relação ao princípio, de que o mesmo, não é absoluto frente a supremacia do interesse público. É o que nos ensina O ministro Herman Benjamin que explica, para o deferimento da remoção do servidor pelo Poder Judiciário, nos casos em que a pretensão for negada pela administração, “ele tem de comprovar que sua situação se subsume em uma das hipóteses taxativamente previstas para concessão do benefício quando inexistente interesse administrativo no ato”.
Visto que não há interesse público na remoção, cabe a autora, para a hipótese solicitada, de forma alternativa, o artigo 84 da Lei 8.112 que admite que o servidor fique afastado do seu órgão para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, ou para o exterior, por prazo indeterminado, mas sem remuneração (parágrafo 1º).
Frente ao exposto acima, fica a nossa concordância com a resolução de não remoção, por entendermos que se trata de remoção com caráter subjetivo, conhecimento prévio dos fatos pela autora e da legislação vigente. A remoção é um instrumento da Administração utilizado para aprimorar a prestação do serviço público de acordo com a necessidade e interesse público, ou seja, tem caráter discricionário. 
CONSIDEREÇÕES FINAIS

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