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Casos concreto PENAL III

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DIREITO PENAL III
APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
CASO CONCRETO: 01
DOLORES, 43 anos, mãe da adolescente JANAÍNA, de 16 anos, flagra a menina, sozinha, chorando em seu quarto. Instada a explicar o motivo de sua tristeza, a jovem relata à mãe que, por duas semanas consecutivas vem sendo assediada por FELISBERTO, guarda municipal com lotação e atribuição local, prestando serviços de vigilância e ronda escolares. Segundo a adolescente, notadamente na esquina do quarteirão da escola, FELISBERTO espera sua passagem para proferir palavras como “gostosa”, “quero sair com você”, “vamos curtir um cinema” e etc. Indignada com o acontecido, DOLORES combina com JANAÍNA que no dia seguinte vai acompanhá-la à escola, no entanto, em uma distância razoável objetivando constatar in loco as investidas de FELISBERTO. Dessa maneira, no dia seguinte, quando JANAÍNA chega ao quarteirão da escola já encontra FELISBERTO se aproximando dela, ocasião em que, DOLORES, vindo um pouco atrás, empunha um revólver 38 que traz consigo, disparando três tiros certeiros nas costas de FELISBERTO que vem a óbito imediatamente em decorrência das respectivas lesões. Considerando o caso aventado, realize, fundamentadamente, a adequação típica pertinente.
R) Dolores responderá por Homicídio Qualificado Art. 121§2º,IV, pela surpresa que reduz a capacidade de defesa da vitima, pois Dolores atirou pelas costas não dando a possibilidade de resistência a vitima.
QUESTÃO OBJETIVA:
É incorreto capitular: 
a) como homicídio consumado, a hipótese em que “A” e “B”, independentemente um do outro, injetassem cada um uma dose mortal de veneno da mesma espécie na bebida de “C”, que em consequência morresse ao tomá-la por inteiro. 
b) como tentativa de homicídio, para os dois, à luz da teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine qua non), se “A” e “B” atirassem quase ao mesmo tempo, mas sem saber um do outro, contra a vítima, atingida por um dos tiros na cabeça e o outro no coração, cada qual com aptidão para ser imediatamente mortal, mas sem que tivesse sido esclarecido, no inquérito, quem deu qual dos tiros e quem atirou primeiro, inexistindo coautoria. 
c) como meio cruel qualificante, o propósito do agente em aumentar, desnecessária e sadicamente, o sofrimento da vítima; e por homicídio qualificado, pelo uso de meio insidioso, quando o agente oculta a boca de um poço para que a vítima não o perceba, nele se precipite e morra. 
d) como homicídio doloso, sem o concurso do crime de ocultação de cadáver, a ação do agente que, com dolo geral, depois de esfaquear a vítima e supor que ela tivesse morrido, viesse somente a matá-la, não pelas facadas, mas por asfixia, ao enterrá-la numa cova com a finalidade de ocultar o suposto cadáver, quando, na verdade, a vítima ainda estava viva. 
e) em concurso formal homogêneo, os homicídios culposos decorrentes do desabamento de prédio construído de forma imperita pelo engenheiro.
CASO CONCRETO: 02 
HORTÊNCIA, maior, que fora vítima de estupro perpetrado com violência real, interrompeu ela mesma, na sua própria residência, a gravidez resultante do crime contra a liberdade sexual, causando a destruição do produto da concepção, para o que se valeu de meios mecânicos obstétricos diretos e de informações, que, para o abortamento, foram-lhe fornecidos pelo enfermeiro ALEXANDRINO. A gestante, em consequência dos meios empregados na provocação do aborto, sofreu lesão corporal de natureza grave. 
Identifique justificadamente a conduta de HORTÊNCIA e ALEXANDRINO.
R) Ambos respondem pelo delito do Art. 124, Hortência como autora do art:124 e.
Hortência respondera pelo crime de Aborto provocado pela gestante (Mesmo o feto seja em decorrência de estupro com violência real, o aborto só não é crime quando feito por médico Art. 128 do CP) Art. 124 do CP. Em concurso de pessoas com Alexandrino, este enquanto participe do crime.
QUESTÕES OBJETIVAS: 
1) Exemplo de abortamento legal é o 
a) Aborto eugênico 
b) Aborto miserável 
c) Aborto sentimental praticado por médico 
d) Aborto honoris causa.
2) Infanticídio: 
a) É crime de mão própria. 
b) É crime próprio. 
c) Não cabe tentativa. 
d) É crime de perigo.
CASO CONCRETO: 03
ERIOSVALDO convence MARIOSCLEIDE a suicidar-se pulando de um prédio de vinte andares. A mulher, convencida, pula vindo a ter uma entorse de seu tornozelo e, por isso, ficou quarenta dias impossibilitada de exercer suas atividades habituais. Considerando o caso hipotético, levando em conta que MARIOSCLEIDE estava grávida de 03 (três) meses; fato de seu conhecimento, mas não de conhecimento de ERIOSVALDO e que nada sofreu o feto com a queda, identifique a conduta dos dois envolvidos.
R) Eriosvaldo deverá responder por induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, pois convenceu Marioscleide a suicidar-se, pulando do prédio de 20 andares. Art122.cp.
Não existe modalidade, porque a conduta é atípica. Tipo Penal lesão corporal de natureza leve. Art129 §1.cp. 
Marioscleide responde por tentativa de aborto, conduta com dolo eventual, porque assumiu o risco de produzir. Crime de auto aborto na modalidade tentada Art.124.cp.
R 2) Eriosvaldo responderá pelo delito do Art. 122, caput e Marioscleide responderá pelo delito do Art. 124 c/c Art.14, II, por dolo eventual.
QUESTÕES OBJETIVAS:
1) Nas Lesões Corporais (CP, art. 129)
a) O dolo é de perigo.
b) O animus é necandi.
c) O sujeito passivo pode ser o feto.
d) O animus é laedendi.
2) Lesão corporal seguida de morte (CP, art. 129§3º):
a) É crime contra a vida
b) É crime de perigo.
c) É julgada perante o Tribunal do Júri.
d) É crime preterdoloso.
CASO CONCRETO: 04
No dia 13 de outubro de 2016, no decorrer de determinada reunião social, acontecida em Copacabana, TONICO, com o nítido propósito de ofender, afirmou a diversos amigos que ABRAVANEL, também presente à conversa, havia, dois meses antes, tentado covardemente o suicídio, em face de banal discussão familiar. Indignado, por não ser o fato verdadeiro, receoso das consequências que poderiam advir de tal afirmação no meio social e sentindo-se moralmente ofendido, ABRAVANEL contratou os serviços profissionais de advogado estabelecido nesta Comarca, que, tempestivamente, ofereceu QUEIXA CRIME contra TONICO, dando-o como incurso nos artigos 138 e 139, na forma do artigo 70, todos do Código Penal.
PERGUNTA-SE: A capitulação dada pelo advogado do querelante está correta? Justifique a sua resposta.
R) A capitulação dada pelo advogado está incorreta. A tentativa de suicídio não é tipificada como crime pelo nosso ordenamento jurídico, restando impossível, dessa forma, a ocorrência do crime de calúnia, art. 138 do Código Penal. O único crime praticado foi o de difamação, previsto no art. 139 do Estatuto Repressivo pátrio, que traz a seguinte redação: “Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa”. Sendo assim, haja vista a existência de apenas uma infração penal, fica afastada ocorrência do concurso formal perfeito, art. 70 do CP.
R2) Esta errada em razão de que suicídio não é crime, assim a capitulação correta é apenas o delito de difamação.
QUESTÕES OBJETIVAS: 
1) O delito de difamação (CP, art. 139): 
a) Não admite tentativa. 
b) É crime formal. 
c) Protege a honra subjetiva. 
d) Não precisa que a imputação seja falsa.
2) PEDRO imputou a JOÃO, de maneira falsa, que este “escreve jogo do bicho” todos os dias na praça do bairro em que residem. PEDRO, com sua conduta, in thesis, cometeu o crime de: 
a) Calúnia.
b) Difamação. 
c) Injúria. 
d) Denunciação Caluniosa.
CASO CONCRETO: 05
AFRÂNIO E IDALINA são colegas de trabalho há mais de três anos; trabalham num mesmo setor de uma grande empresa de mineração em Belo Horizonte. IDALINA é uma jovem muito bem apresentada e vaidosa, tem como hobby tirar fotos, muitas delas, sensuais e em locais paradisíacos. AFRÂNIO sempre soube dessa atividade de IDALINA e já confessara ao seu amigo GILBERTO a vontade imensade poder ter acesso às fotos de IDALINA, no entanto sabe que se trata de um desejo insustentável. Certa ocasião, IDALINA reclamou a AFRÂNIO que não estava bem a ponto de sair apressada de sua mesa e dirigir-se ao banheiro. AFRÂNIO, observando que IDALINA deixara seu computador de trabalho ligado e aberto, aproveitou o momento e rapidamente conseguiu êxito em transferir algumas fotos dela para um pen drive, retornando em seguida para seu local de trabalho sem que fosse percebido. De posse das fotos de IDALINA, AFRÂNIO as compartilhou com GILBERTO por intermédio do WhatsApp. Em menos de uma semana um número indeterminado de pessoas já havia visto as indigitadas fotos, ocasião em que IDALINA compareceu à Delegacia Policial da circunscrição dos fatos noticiando o acontecido e tendo o Delegado promovendo o pertinente termo circunstanciado imputando a AFRÂNIO o crime do CP, art. 154-A? Invasão de Dispositivo Informático.
Pergunta-se: Assiste razão ao Delegado? Justifique sua resposta.
R) Não, pois o tipo penal do Art.154-A não prevê o crime a conduta realizada por Afrânio, pois não houve invasão de dispositivo informático, podendo caracterizar crime contra a honra, dependendo do tipo de exposição que for feito.
R)2 Não assiste razão ao Delegado, pois para configurar o crime de Invasão de Dispositivo Informático no Caso Concreto faltou o elemento do tipo penal (Mediante Violação indevida de dispositivo de segurança.)
QUESTÕES OBJETIVAS: 
Plagiário vem do latim plagiarius. Era quem, na Antiga Roma, roubava escravos ou vendia como escravos indivíduos livres. O vocábulo tem sua origem na Lex Fábia ex plagiariis. A expressão foi trazida para o campo literário através de uma metáfora criada pelo poeta Marcial, que, no século I, comparou o roubo de versos de suas poesias pelo rival Fidentino a uma criança que tivesse caído nas mãos de um sequestrador. Daí a explicação do desvio sofrido pelo vocábulo plagium na evolução etimológica. A expressão passou a significar, figurativamente, essa apropriação fraudulenta. Plagiário, nos dias atuais, designa o salteador de uma criação intelectual. (MORAES, Rodrigo. A função social da propriedade intelectual na era das novas tecnologias. in Direito Autoral. Cadernos de Políticas Culturais. 2006).
Portanto, conforme descrito acima, plágio é, originalmente, a denominação que se dá ao crime de redução à condição análoga à de escravo (CP, art.149). Com relação a esse delito é INCORRETO dizer que:
a) pune-se o comportamento de submeter a vítima a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva. 
b) pune-se o comportamente de restringir, por qualquer meio, a locomoção da vítima em razão de dívida contraída com o empregado. 
c) admite-se a forma culposa. 
d) pune-se o comportamento de sujeitar a vítima a condições degradantes de trabalho.
CASO CONCRETO: 06
Cássio, assíduo cliente do Supermercado “Prime”, quando se encontrava promovendo suas compras do mês, foi surpreendido pelo anúncio sonoro acerca de uma promoção relâmpago de um renomado vinho tinto, que teria desconto de 50 porcento de seu valor original de R$ 500,00 (quinhentos reais). Isso para todos aqueles que conseguissem levar o produto ao balcão de descontos para colocação do selo de abatimento do preço. No afã de ser beneficiado pelo anunciado desconto, Cássio rapidamente se dirige ao setor correspondente, e consegue apanhar a última garrafa disponível, colando o necessário selo promocional. Aliviado, Cássio desvia sua atenção para a continuidade de suas compras, mas, ao retornar do curto período em que se distanciou de seu carrinho, acaba por constatar que alguém teria sorrateiramente dele retirado o desejado vinho com o selo de desconto. Ao procurar a gerência e comunicar o inusitado fato, Cássio foi levado ao recinto de monitoramento do mercado, onde, após analisar as imagens, identificou uma senhora idosa, que, aproveitando-se da distração de Cássio, teria retirado de seu carro de compras a última garrafa de vinho com o selo promocional, correndo ao caixa prioritário, onde promoveu o pagamento do produto com seu cartão de débito, tomando rumo ignorado em seguida. Comunicada do fato, a polícia consegue, com auxílio das imagens do circuito interno e análise da fatura de compra cedida pelo supermercado, identificar a astuta senhora como sendo Cremilda de tal, levantando-se também seu endereço. Intimada a depor em sede policial, Cremilda, do alto de seus 73 anos, admitiu sem remorsos todo o ocorrido, esclarecendo não ter resistido ao fato de ser aquele o último vinho com selo de promoção, tendo consumido o produto naquele mesmo dia. Considerando que Cássio não conseguiu levar outro vinho com abatimento do preço, e que o supermercado nenhum prejuízo sofreu, indaga-se sobre a relevância penal da conduta perpetrada por Cremilda.
R) Cremilda de Tal cometeu o crime de furto, pois Cassio já detinha a garrafa de vinho mesmo ainda não tendo feito o pagamento . (Art.155 do CP), cabendo o principio da insignificância.
QUESTÃO OBJETIVA:
Caio, 21 anos furta seu irmão Mévio, 19 anos. É correto afirmar que a ação penal é pública: 
a) e Caio é isento de pena. 
b) incondicionada, mas sujeita a perdão do ofendido. 
c) e incide atenuante pela idade. 
d) condicionada à representação e incidirá agravante pelo parentesco.
CASO CONCRETO: 07
RODINEI, sócio majoritário de uma transportadora que presta serviços para Souza Cruz, na ausência de três motoristas, seus funcionários, que estão em auxílio doença, e por necessidade, está fazendo a distribuição diária de cigarros junto aos fornecedores, dirigindo veículo funcional pertencente a própria frota da transportadora. Na segunda entrega do dia, RODINEI foi surpreendido por TALLES, 17 anos e DANILO, 28 anos e ex-funcionário da transportadora que, por intermédio de grave ameaça exercida por arma de fogo, subtraíram-lhe o veículo com as mercadorias e restringindo sua liberdade, vindo a liberá-lo em local ermo, após 10 horas da referida atividade criminosa. Identifique, fundamentadamente, a adequação típica a ser imputada ao caso aventado.
R) Responderá por roubo com a pena aumentada pelo uso de arma de fogo, vítima em transporte de valores e o agente conhece tal circunstância, concurso de duas ou mais pessoas, restrição da liberdade. 
R)2 Cometeram os crimes de roubo qualificado por restringir a liberdade (Art. 157 §2, inciso V do CP), sendo que Talles Inimputável cometeu ato infracional, sendo cabível medida socioeducativa.
QUESTÕES OBJETIVAS:
1) Com relação à consumação do crime de roubo, há entendimento sumular do STJ adotando a corrente doutrinária da: 
a) Contrectatio 
b) Amotio 
c) Ablatio 
d) Ilatio.
2) Quanto ao crime de extorsão, é correto afirmar que (CP, art. 158) 
a) o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive o funcionário público no exercício de suas funções. 
b) a vítima precisa ser aquela quem tenha sofrido a subtração do patrimônio, como quem foi alvo de violência ou grave ameaça. 
c) a colaboração da vítima é dispensável. 
d) também há a figura do sequestro relâmpago.
CASO CONCRETO: 08
Qual a consequência do ressarcimento integral e voluntário, antes do recebimento da denúncia, do prejuízo sofrido pela vítima, decorrente de estelionato praticado mediante a conduta do agente que emite cheque furtado sem provisão de fundos?
R) Tratando-se de cheque pré-datado ou pós-datado, faltaria o dolo de praticar a 
fraude, que tornaria a conduta atípica. Havendo dolo de praticar a fraude, seria possível a aplicação do arrependimento posterior previsto no Art. 16 do CP.
QUESTÕES OBJETIVAS:
1) Everton Fruhauf, ao adquirir mercadorias no Supermercado Preço Bom, pagou as compras com um cheque subtraído de seu colega de trabalho, Renato Klein. No caixa, apresentou-se como titular da conta corrente. Preencheu a cártula e falsificou a assinatura de Renato. O atendente, seguindo o procedimento de rotina, chamou o supervisor para liberar a cártula, quando foram surpreendidos com a conduta de Everton, que deixou o estabelecimento em desabaladacorrida, sem levar as mercadorias, por presumir que sua ação teria sido descoberta. No estacionamento, o segurança do estabelecimento deteve Everton e conduziu-o à autoridade policial. Esse caso configura
a) tentativa de furto qualificado pela fraude. 
b) tentativa de estelionato. 
c) desistência voluntária. 
d) arrependimento posterior. 
e) arrependimento eficaz:
2) São elementos do crime de estelionato, exceto: 
a) o artifício 
b) o ardil 
c) locupletação ilícita de qualquer natureza 
d) o silêncio.
CASO CONCRETO: 09
Polícia Civil investiga estupro de menina de 9 anos em Bento Gonçalves 
A criança pediu socorro para moradores no bairro Licorsul
A Polícia Civil de Bento Gonçalves investiga o suposto estupro de uma menina de 9 anos. A jovem teria pedido socorro na Rua Augusto Caprara, no bairro Licorsul, por volta das 16h40min. Uma moradora a acolheu e a Brigada Militar (BM) foi acionada. 
De acordo com relato da vítima, o crime teria sido cometido por um casal em carro vermelho que a raptou enquanto caminhava pelo bairro Vila Nova. Os dois teriam oferecidos doces e brinquedos para coagir a menina a entrar no veículo. Após, procuraram um local ermo onde ambos teriam abusado da jovem.
Após o crime, os abusadores deram R$ 50 a vítima e a abandonaram no bairro Licorsul, onde ela pediu por socorro. A menina foi encaminhada para o atendimento médico e exames de corpo de delito.
De acordo com o Conselho Tutelar de Bento, que também foi chamado, a menina afirmou que saiu a pé da casa da mãe com destino à casa de uma familiar, a poucos metros de distância. Nesse curto trecho, ela foi abordada.
O resultado do exame de corpo de delito deve sair em uma semana. A criança será ouvida no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Bento, conforme o Conselho Tutelar.
(Fonte: ttp://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2017/02/policia-civil-investiga-estupro-de-menina-de-9-anos-em-bentogoncalves-9707752.html) 
A lei 12015/2009 passou a promover os denominados crimes “contra a dignidade sexual”, o foco não é mais como as pessoas deveriam se comportar sexualmente perante a sociedade do século XXI, mas sim a tutela de sua dignidade sexual.
Com o advento desse Diploma Legal juntaram-se os tipos dos arts. 213 e 214 em um só dispositivo, passando o crime de estupro a não ser mais bi próprio, pois agora conta com os dois comportamentos juntos, quais sejam: conjunção carnal violenta e demais atos libidinosos com violência. 
Além disso o código tutela agora a dignidade sexual do vulnerável, com a expressa revogação do dispositivo que tratava da presunção de violência, em razão dessas situações, formam -se as seguintes indagações: 
a) A figura da vulnerabilidade passou a ser absoluta ou ainda pode ser tratada como relativa? 
R) Pode ser tratada como relativa, uma vez que a doutrina diverge.
R)2 Prevalece o entendimento que a vulnerabilidade passou a ser absoluta, ou 
seja, não admite prova em contrário desde que comprovado a situação de vulnerabilidade descrita no Art. 217-A, CP. 
b) Qual é o tipo de ação penal quando se tratar de crime de estupro se da violência resultar lesão corporal grave ou morte? (CP, art. 213 §§ 1º e 2º)
R) Ação penal publica incondicionada. Súm. 608 STF
R)2 De acordo com a súmula 608 do STF, a ação é pública incondicionada.
QUESTÕES OBJETIVAS:
1) SEMPRÔNEA, 17 anos, teve sua dignidade sexual atingida porque, mediante grave ameaça, foi obrigada a praticar conjunção carnal com ATANAÍDES. Diante dos fatos, trata-se de fato penal relevante de: 
a) ação penal de iniciativa privada 
b) ação penal pública condicionada à representação da vítima 
c) ação penal pública incondicionada
d) ação penal de iniciativa privada personalíssima.
2) É incorreto dizer que no crime de estupro de vulnerável (CP, art217-A) 
a) o sujeito passivo só pode ser pessoa menor de 14 anos. 
b) pune-se tão somente a conduta de praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso. 
c) o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. 
d) é crime de ação penal pública incondicionada.
CASO CONCRETO: 10
Lenocínio, em sentido lato, é o fato de prestar assistência à libidinagem de outrem ou dela tirar proveito. A nota diferencial, característica do lenocínio (em cotejo com os demais crimes sexuais) está em que opera em torno da lascívia alheia. Lesões são aqueles que exercem o lenocínio. São as seguintes espécies: 
a) mediação para servir à lascívia de outrem (proxenetismo); b) favorecimento à prostituição (proxenetismo); c) manutenção de casa de prostituição (proxenetismo) e d) aproveitamento parasitário do ganho de prostitutas (rufianismo). 
Considerando a introdução acima, analise o seguinte caso concreto:
ANA BELLA, 32 anos, mãe de MARVILLE, 11 anos, NAÍRA, 15 anos e ABRILINDA, 16 anos, tomou conhecimento de que APOLINÁRIO, 48 anos, pipoqueiro que trabalhava à porta do colégio onde as três irmãs estudam, estava assediando as meninas. 
As investidas de APOLINÁRIO se deram das seguintes maneiras:
1) Quanto a MARVILLE, APOLINÁRIO a assediava ofertando gratuitamente pipocas solicitando à menor que, ao final das aulas o acompanhasse até a garagem em que ele guardava seu carrinho de pipocas com o intuito de que a criança ficasse de calcinha para CLAUDIOBERTO, pessoa que havia pedido ao referido pipoqueiro o respectivo serviço.
2) Quanto a NAÍRA, APOLINÁRIO a induzia para que esta pudesse fazer um show de Striptease também para CLAUDIOBERTO, cujo pedido foi para este respectivo serviço na casa deste.
3) Quanto a ABRILINDA, APOLINÁRIO a fez uma proposta para que ela pudesse ganhar uns trocados, consistente em fazer com que ela ficasse, após as aulas, duas vezes por semana, em um determinado apartamento do centro da cidade, atendendo sexualmente clientes que lá visitavam, em troca a jovem receberia R$ 100,00 por cada programa.
Considerando que MARVILLE não aceitou o convite de APOLINÁRIO; considerando que NAÍRA não era mais virgem, aceitando o convite e, depois de ficar embriagada por excesso de vódika, CLAUDIOBERTO, aproveita a oportunidade e manteve relações sexuais com ela; considerando que ABRILINDA também não aceitou o convite de APOLINÁRIO e, finalmente, considerando que ANA BELLA, desde o início, já sabia das intenções de APOLINÁRIO, no entanto, por ser apaixonada por ele, nada fez, capitule a conduta de todos os envolvidos.
R) No que se refere à Marville, Apolinário responde pelo delito do Art. 218 CP
(Corrupção de menores)
No que se refere à Naira, Apolinário responde por Corrupção de menores, Art. 218, CP. 
Quanto à conduta de Claudioberto em relação à Naira. Ele responde pelo Art: 213, do CP, (estupro, mesmo não havendo a conjunção carnal)
No que se refere à Abrilinda, Apolinário responde pela facilitação a prostituição, seria o art: 218-B, do CP. 
Ana Bella responde em concurso de agentes, por sua conduta omissiva com Apolinário. 
QUESTÕES OBJETIVAS:
1) Aquele que, durante o carnaval, em pleno bloco de rua, livre e consciente, embora jacandi animu, no alto do trio elétrico, arria sua sunga, expondo ao público suas partes íntimas: 
a) não comete crime por ausência de dolo. 
b) não comete crime por estado de necessidade. 
c) responde por ato obsceno (CP, art. 233). 
d) responde por atentado violento ao pudor.
CASO CONCRETO: 11
MARIOSVALDO, 30 anos, mantém um relacionamento amoroso com SUELEN há dois anos. Apaixonado por sua amada, MARIOSVALDO pretende casar-se com ela, no entanto, teme que sua namorada saiba que, quando contava com 20 anos de idade, no interior do Estado do Pará foi casado com FLORENTINA. Dessa forma, passou o tempo do namoro inteiro omitindo seu estado civil, acreditando que na cidade do Rio de Janeiro, onde reside, seria impossível FLORENTINA ficar sabendo de seu relacionamento de dez anos atrás.
Nessa senda, marcaram e contraíram o matrimônio, tendo MARIOSVALDO declarado falsamente em documentação pertinente que seu estado civil era o de “solteiro”. Em pesquisa cartorária, descobriu-se a verdadeirahistória de MARIOSVALDO, sendo o fato levado ao conhecimento do Delegado de Polícia que instaurou o pertinente Inquérito Policial, indiciando MARIOSVALDO nos crimes de falsidade ideológica (CP, art. 299) e Bigamia (CP, art. 234) em concurso material (CP, art. 69).
Diante do caso aventado, analise a capitulação penal da autoridade policial.
R) Uma capitulação possível, é o concurso dos delitos de Bigamia (CP, art. 235) e falsidade ideológica (CP, art. 299), no entanto, há entendimento de que a falsidade ideológica, embora mais grave, é absorvida pela bigamia, por tratar-se de crime meio.
R)2 A capitulação penal da autoridade policial está errada, uma vez que o crime de bigamia absorve o crime de falsidade ideológica (crime meio), não havendo o que se falar em concurso material.
QUESTÃO OBJETIVA:
O pai que deixa, sem justa causa, de prover à instrução primária de seu filho de 7 anos só não responde por abandono intelectual (CP, art. 246) se: 
a) conseguir provar que está divorciado da genitora da criança 
b) conseguir provar que não dispõe de meios para pagar o transporte da única escola existente numa distância de 60 km de sua residência. 
c) conseguir provar que possui mais quatro filhos. 
d) conseguir provar que precisa de seu filho trabalhando com ele na lavoura.
CASO CONCRETO: 12
Depois de colocar gasolina sobre parte de amontoado de madeiras velhas em seu quintal que pretendia incendiar, CÁSSIO é surpreendido no momento de atear o fogo, por uma lufada de vento inesperada e a mecha acesa é atirada e propagada sobre o matagal vizinho chegando ao telhado da escola pública do pequeno vilarejo. Felizmente todas as pessoas conseguiram sair do referido prédio sem dano algum. No âmbito criminal, CÁSSIO foi denunciado pelo Parquet pelo crime de incêndio culposo majorado (CP, art. 250 §2º c/c §1º, II, b)
Responda fundamentadamente se:
1) Agiu corretamente o Promotor de Justiça? 
R) Não, pois no caso não seria incêndio culposo qualificado, o incendo foi culposa, portanto a capitulação correta é CP, art. 250 §2º.
R)2 Sim agiu corretamente, uma vez que o agente não teve a intenção de provocar o incêndio.
2) Caso alguma pessoa (terceiro) viesse a sofrer lesão corporal influenciaria na adequação típica?
R) Sim, pois incidiria no Art. 258.
R)2 Devera responder em concurso formal com o crime de incêndio.
(Art. 258.
Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.)
QUESTÃO OBJETIVA:
Incêndio é a voluntária causação de fogo relevante, que, investindo uma coisa individuada, subsiste por si mesmo e pode propagar-se, expondo a perigo coisas outras ou pessoas, não determinadas ou indetermináveis de antemão. Com relação e este tipo penal, assinale a opção incorreta: 
a) é irrelevante o fim do agente, se é com intuito de obter vantagem pecuniária o crime é agravado e se visa atentar contra a segurança do Estado haverá concurso de crime.
b) o crime pode ser praticado por ação ou omissão. 
c) indiferente o processo ou modo de ateamento do fogo. Não é preciso que o agente empregue um meio que exija sua presença no momento em que sobrevém o incêndio. 
d) se a coisa incendiada pertença ao próprio agente, possível concurso com estelionato; caso seja coisa alheia, possível concurso com crime de dano, ainda que o incêndio não acarrete perigo comum.
APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA
CASO CONCRETO: 13
No final do ano letivo de 2015, alunos universitários de uma determinada Instituição de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro, organizaram uma passeata em favor da liberação do uso da maconha. “Realizada a referida manifestação, agentes do setor de inteligência da polícia civil registraram, por intermédio de fotografias e gravações, cartazes onde se lia “fumar maconha é a melhor coisa do mundo”, “eu aperto meu baseado e ninguém tem nada a ver com isso”, além de cânticos e exaltações a favor da liberação do “jogo do bicho”. De todo esse material foi feito um dossiê e à guisa de peça de informações foi enviado ao Ministério Público que, identificando alguns participantes daquela passeata, foi imputado a eles o crime de apologia de crime ou criminoso (CP, art. 287). Esclareça, penal e fundamentadamente, a decisão do Ministério Público.
R) Não há o que se falar em crime de incitação ao crime no caso concreto, uma vez garantida constitucionalmente a liberdade de expressão, como também não há o que se falar no caso do jogo do bicho por esse ser uma contravenção penal.
QUESTÃO OBJETIVA:
Analise as seguintes assertivas: 
I – associarem-se três pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, para o fim de praticar roubos. 
II – associarem-se seis pessoas, sem hierarquia e divisão de tarefas, com o fim de praticar roubos. 
III – associarem-se sete pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, tendo como objetivo publicar listas ofensivas à honra de moradores de uma cidade. 
IV – associarem-se sete pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, tendo como objetivo a prática de extorsões mediante sequestro. 
V – associarem-se sete pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, com o objetivo de matança generalizada.
As atividades acima descritas correspondem, respectivamente, aos crimes de:
a) associação criminosa – organização criminosa – organização criminosa – milícia privada – associação criminosa. 
b) associação criminosa – associação criminosa – milícia privada – organização criminosa – organização criminosa
 
c) associação criminosa – associação criminosa – associação criminosa – organização criminosa – milícia privada.
 
d) associação criminosa – organização criminosa – organização criminosa – organização criminosa – milícia privada.
 
e) associação criminosa – milícia privada – organização criminosa – associação criminosa – organização criminosa.
CASO CONCRETO: 14
CARLOS ALBERTO, pessoa de notável habilidade, em sua cidade, de falsificações, conversando com seu amigo ATANAÍDE, à mesa de um bar, disse-lhe que estava fabricando um maquinário de falsificação absolutamente perfeita de notas de Real, sem perceber que à mesa ao lado, TOBIAS, policial civil, ouvia toda a conversa.
Uma semana depois, por conta de uma operação policial, CARLOS ALBERTO foi preso em flagrante delito com três maquinários, comprovados por perícia que eram destinados à contrafação ou alteração de papel moeda, assim como de posse de uma nota de R$100,00 (cem reais), perfeitamente adulterada assemelhando-se a uma nota de R$ 10,00 (dez reais). Instaurado o respectivo inquérito policial, o delegado federal indiciou CARLOS ALBERTO nos crimes de moeda falsa (CP, art. 289) e petrechos para falsificação de moeda (CP, art. 291), em concurso material (CP, art. 69). Ainda em sede da Delegacia Policial, NORBERTO, advogado de CARLOS ALBERTO, sustentava a ilegalidade da mantença da prisão de seu cliente em harmonia aos Princípios da insignificância e da lesividade.
Analise as teses do Delegado de Polícia e do Advogado.
R) Prevalece o entendimento em nossos tribunais, que não são aplicáveis os princípios da insignificância e da lesividade ao crime de moeda falsa, mesmo que seja atribuído valor menor ao papel-moeda falsificado. Há possibilidade também de absorção do delito de petrechos de falsificação pelo de moeda falsa. 
QUESTÃO OBJETIVA:
A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado: 
a) configura, em tese, crime de estelionato. 
b) implicará circunstância de diminuição de pena. 
c) transforma a ação penal em pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça. 
d) não elide a obrigatoriedade de perícia.
CASO CONCRETO: 15
ADALBERTO, no interiorde um supermercado, foi flagrado por um funcionário apanhando no chão um cartão de crédito/débito e, rapidamente o colocando no bolso. Além dessa atividade, o que o funcionário do supermercado notou foi que ADALBERTO, imediatamente à apreensão aludida, saiu apressadamente do estabelecimento comercial sem nada comprar. Na verdade, ADALBERTO retornou à casa e, de posse do cartão achado, com uma habilidade de artesão, clonou perfeitamente o objeto fazendo uma perfeita falsificação. De posse do cartão por ele falsificado, ADALBERTO retorna ao supermercado objetivando fazer uso de sua contrafação. Acontece que, dentro do supermercado, com o carrinho de compras cheio, ADALBERTO, receoso de usar o artefato falsificado, deliberadamente o quebra em diversas partes colocando os fragmentos no bolso da camisa. Ato contínuo, ADALBERTO, na fila do caixa, foi reconhecido pelo funcionário que mais cedo o flagrou achando o cartão de crédito/débito naquele supermercado, ocasião em que falou com o segurança que, abordando ADALBERTO, encontra o referido cartão em pedaços no seu bolso. Levado à delegacia policial da circunscrição, o delegado indicia ADALBERTO no crime de falsificação de documento particular na forma tentada (CP, art. 298 n/f 14, II).
Analisando o caso aventado, indaga-se se assiste razão ao delegado, justificando sua resposta.
R) Seria pelo Art. 298, paragrafo único na forma consumada, pois ocorreu a falsificação do documento por parte de Adalberto.
QUESTÃO OBJETIVA:
1) Quanto ao crime de moeda falsa (CP, art. 289), é correto afirmar que: 
a) o bem jurídico tutelado é o patrimônio. 
b) não cabe a forma tentada. 
c) se trata de delito de tendência interna transcendente mutilado e de dois atos. 
d) se trata de crime próprio
CASO CONCRETO: 16
REVISÃO
ESTRUTURA DE CONTEÚDO DESTA AULA: 
I. Crimes contra a Pessoa. 
II. Crimes contra o Patrimônio. 
III. Crimes contra a Dignidade Sexual. 
IV. Crimes contra a Família. 
V. Crimes contra a Incolumidade Pública. 
VI. Crimes contra a Saúde Pública. 
VI. Crimes contra a Paz Pública. 
VII. Crimes contra a Fé Pública.
1ª QUESTÃO. (PROMOTOR DE JUSTIÇA. AM/2001). Tibúrcio praticou um homicídio sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima, com o uso de asfixia. Na ocasião, apesar de ser maior de dezoito e menor de 21 anos de idade, era reincidente. Confessou a autoria da infração penal perante a autoridade judiciária e no plenário do júri. Julgue os itens que se seguem relativos à situação hipotética apresentada e à legislação a ela pertinente: 
I. Tibúrcio praticou um crime de homicídio privilegiado-qualificado. 
II. O homicídio privilegiado-qualificado é crime hediondo, insuscetível de comutação da pena. 
III. Caso Tibúrcio venha a ser condenado pelo júri popular, o juiz presidente deverá observar o critério trifásico na dosimetria de pena, sob pena de nulidade da sentença.
IV. De acordo com a jurisprudência dominante, a circunstância atenuante da menoridade relativa não é preponderante sobre as demais. 
V. No caso de condenação de Tibúrcio, reconhecidas as atenuantes da menoridade e confissão espontânea, o juiz presidente poderá fixar a pena privativa de liberdade em quantidade inferior ao mínimo previsto no tipo. Estão certos apenas os itens: 
a) I e II. 
b) I e III.
c) II e IV. 
d) III e IV. 
e) IV e V.
2ª QUESTÃO. Com relação ao delito de homicídio, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: 
I. Segundo a jurisprudência do STJ a sentença concessiva do perdão judicial possui natureza declaratória de extinção de punibilidade não gerando qualquer consequência para o réu, exceto para efeitos de reincidência. 
II. Segundo a jurisprudência do STJ é admissível o concurso entre o homicídio privilegiado e qualificado, desde que, as qualificadoras tenham natureza objetiva, sendo, neste caso, caracterizado como delito hediondo. 
III. O instituto do perdão judicial aplica-se aos crimes de homicídio culposo previstos no Código Penal e na Lei n.9503/1997 (CTB) e configura-se como direito público subjetivo do réu de caráter unilateral, no qual o Estado-juiz deixa de aplicar a pena em circunstâncias expressamente previstas em lei. 
IV. No confronto entre o delito de homicídio qualificado pelo emprego de tortura e o delito de tortura? Lei n.9455/1997, no caso concreto, deverá ser analisado o dolo do agente, sendo certo que, no primeiro caso, o agente atua com animus necandi e a tortura configura o meio empregado para tal, logo absorvido pelo homicídio; no segundo, o dolo é de torturar, sendo o resultado morte produzido culposamente? Crime preterdoloso. Estão certos apenas os itens:
a) I e II. 
b) I e III. 
c) I, II e III. 
d) I, III e IV. 
e) III e IV
3ª QUESTÃO. (FCC - 2014 - DPE-CE) Em relação à qualificadora do motivo fútil no crime de homicídio, NÃO encontra significativo amparo doutrinário e jurisprudencial a tese de que: 
a) é excluída pela embriaguez voluntária ou culposa, se completa. 
b) não equivale a motivo injusto 
c) não se confunde com a ausência de motivos. 
d) é compatível com o homicídio privilegiado. 
e) não pode coexistir com a do motivo torpe em um mesmo ato.
4ª QUESTÃO. Analise a situação a seguir. (FUNDEP - 2014 - DPE-MG - Defensor Público) Uma mulher procurou o salva-vidas de uma praia que estava em vias de prestar socorro a um rapaz que se debatia na água. Ela disse ao salva-vidas que conhecia o suposto afogado, afirmando com veemência que ele estava brincando, já que era um excelente nadador. Diante das informações prestadas pela mulher, negligenciando sua função, o salva-vidas deixou de prestar o socorro que poderia ter acarretado o salvamento. O afogado, assim, morreu. Na verdade, a mulher conhecia o afogado, seu desafeto, e pretendia vê-lo morto. Diante da situação narrada, é CORRETO afirmar que: 
a) houve homicídio em concurso de pessoas entre a mulher e o salva-vidas. 
b) a mulher foi autora de omissão de socorro e o salva-vidas foi autor direto de homicídio doloso. 
c) o salva-vidas foi autor de homicídio culposo através de omissão imprópria e a mulher foi autora mediata de homicídio doloso. 
d) houve omissão de socorro em concurso de pessoas entre a mulher e o salva-vidas.
5ª QUESTÃO. (FCC - 2014 - DPE-RS - Defensor Público) 
Marcos e Rodrigo instigaram Juarez, que sofria de depressão, a cometer suicídio, pois, na condição de herdeiros do último, pretendiam a morte do mesmo por interesses econômicos. Ainda que Juarez tenha admitido firmemente a possibilidade de eliminar a própria vida, não praticou qualquer ato executório. Diante desse contexto, Marcos e Rodrigo. 
a) poderiam ter a pena reduzida de 1/3 a 1/2, se a pretensão tivesse caráter humanitário, de piedade, e a morte tivesse se consumado. 
b) deverão responder por tentativa de homicídio, visto que a ideia de ambos era eliminar a vida de Juarez para posterior enriquecimento. 
c) serão responsabilizados pelo crime previsto no art. 122 do Código Penal, com redução da pena pelo fato de a vítima não ter atentado contra a própria vida, já que para a consumação do delito basta a mera conduta de instigar. 
d) não responderão pelo crime de instigação ao suicídio, pois não houve morte ou lesão corporal de natureza grave na vítima. 
e) responderiam por instigação ao suicídio, caso, no mínimo, Juarez atentasse contra a própria vida e tivesse ocasionado lesões corporais leves em seu corpo.
6ª QUESTÃO. 
(ACAFE - 2008 - PC-SC) Madalena, grávida de 3 meses, ciente de sua condição, continuou praticando arremesso de peso, pois pretendia participar das eliminatórias para o campeonato estadual dessa modalidade. Ela, que desejava muito ser mãe, também nutria a esperança de ganhar uma medalha. Assim, embora previsse a possibilidade de abortamento, contava com a sua não-ocorrência e, por isso, manteve a rotina de treinamentos. Entretanto, em virtude dos esforços físicos intensos que ela realizou, para sua infelicidade, ocorreu a morte e expulsão do feto. No caso apresentado, ela:a) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com dolo direto. 
b) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com dolo eventual. 
c) não responderá penalmente por crime de aborto provocado pela gestante. 
d) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com culpa consciente
7ª QUESTÃO. 
(FCC - 2014 - DPE-PB - Defensor Público) Mediante promessa de pagamento de cem reais, a intrometida vizinha Florisbela participa dolosamente do infanticídio executado pela jovem mãe Aldegunda que, em desespero, se encontrava então sob forte influência do esta-do puerperal. Sobre Florisbela, à vista do entendimento hoje dominante na doutrina, com esses dados em princípio pode-se afirmar que: 
a) responderia por homicídio doloso qualificado, caso a lei brasileira classificasse o infanticídio como modalidade privilegiada de homicídio. 
b) responderia por homicídio privilegiado, com Aldegunda, caso a lei brasileira classificasse o infanticídio como modalidade privilegiada de homicídio. 
c) responde por homicídio qualificado. 
d) responde por infanticídio qualificado. 
e) responde por infanticídio privilegiado, com Aldegunda.
8ª QUESTÃO. 
Claúdio, rico e conhecido usineiro, é surpreendido por fiscais da DRT, que foram alertados mediante denúncia anônima, mantendo trabalhadores rurais em trabalho de 14 horas diárias, com breve descanso de 15 minutos para digerir a pouca ração, que dos mesmos cobra, impedindo-os de sair do local de trabalho. Ouvidos no local, os empregados afirmam consentir com esta situação, em vista de não disporem de outra opção de emprego na região. Ante o exposto assinale a alternativa correta: 
a) o consentimento dos ofendidos impede a caracterização de crime contra a liberdade individual, mas a situação acima descrita não prova tal consentimento; 
b) ocorre cárcere privado, crime de ação pública incondicionada, independente da vontade dos ofendidos. 
c) há constrangimento ilegal, pois em decorrência da miserabilidade dos trabalhadores, estes se vem obrigados a trabalhar nestas condições; 
d) há redução à condição análoga à de escravo, pois o consentimento dos ofendidos é irrelevante para a caracterização do delito.
9ª QUESTÃO. Alexander, jovem de 19 anos, inconformado por ter sido abandonado por sua namorada Alexia, de 17 anos, a fim de obrigá-la a reatar o namoro a priva de liberdade, mantendo-a trancada na sauna de sua casa por doze dias e provoca-lhe, em razão de maus tratos, grave sofrimento físico. Ante o exposto, a conduta de Alexander será responsabilizada pelo crime de: 
a) cárcere privado qualificado pelo fato da vítima sofrer grave sofrimento físico; 
b) sequestro em concurso com lesões corporais, já que provocou grave sofrimento físico para a vítima; 
c) constrangimento ilegal, além das penas correspondentes à violência. 
d) sequestro previsto no art. 230 da lei n.8069/1990.
10ª QUESTÃO.
(ACAFE - 2014 - PC-SC - Delegado de Polícia) De acordo com o Código Penal, a lesão corporal que tem cominada pena de reclusão de um a cincos anos, dentre outras, são as que resultam em: 
a) deformidade permanente. 
b) incapacidade permanente para o trabalho. 
c) enfermidade incurável e aborto. 
d) perda ou inutilização do membro, sentido ou função. 
e) perigo de vida.
11ª QUESTÃO.
Em uma festa na casa de Ana Cristina, Carlos Roberto, indivíduo violento, envolveu-se em uma discussão com Inácio, na sala de jantar, recinto repleto de móveis e objetos diversos. Acalorandose a discussão, ambos se levantaram, já aos gritos, e subitamente Carlos, visando machucar e intimidar Inácio, deu-lhe um forte empurrão, em virtude do qual Inácio tropeçou e caiu, batendo com a cabeça na quina de uma mesa. Desmaiando imediatamente após a queda e permanecendo inconsciente, Inácio foi levado às pressas para o hospital mais próximo, onde foi internado, constatando-se a existência de traumatismo craniano. Três dias depois ele faleceu, em virtude desse ferimento. Tendo em vista os fatos narrados, pode-se afirmar que Carlos Roberto deverá ser indiciado e processado criminalmente por: 
a) homicídio; 
b) homicídio culposo; 
c) lesão corporal seguida de morte;
d) homicídio doloso.
12ª QUESTÃO. Acerca da lesão corporal, assinale a opção correta. (OAB/SP. 134 Exame de Ordem. 1a Fase) 
a) O aumento especial de pena aplicado à violência doméstica praticada contra portador de deficiência aplica-se à lesão corporal leve, grave e gravíssima. 
b) as lesões corporais leve, grave e gravíssima, se praticadas através da violência doméstica, terão aumento especial de pena na proporção de um terço. 
c) lesão corporal culposa e a de natureza leve são delitos de ações penais públicas condicionadas à representação da vítima ou de seu representante legal. d) a incapacidade permanente para as ocupações habituais da vítima de lesão corporal, por mais de duzentos dias, classifica a lesão como gravíssima.
13ª QUESTÃO.
(MPE-MS - 2013 - MPE-MS - Promotor de Justiça) Mélvio e Tício ajustam entre si a prática de um furto na residência de Joana, pois acreditavam que ela estava viajando, estando o imóvel deserto. Dividem as atividades criminosas da seguinte maneira: Mélvio deveria permanecer nas imediações para observar e vigiar a aproximação de alguém, enquanto Tício ingressaria no imóvel, mediante arrombamento de uma das janelas. Após adentrar, Tício é surpreendido com a presença de Joana, pois ela não havia viajado. Desse modo, Tício domina Joana, utilizando-se de ameaças de morte, ante sua evidente superioridade física e de uma faca que trazia consigo. Com Joana subjugada, Tício a submete à prática de conjunção carnal. Depois de consumar o ato, ainda com Joana rendida, Tício subtrai vários objetos de valor do local. Após se retirar, Tício partilha com Mélvio o produto do crime, contando-lhe dos fatos ocorridos no interior da residência. Assinale a alternativa correta quanto aos crimes cometidos: 
a) Tício responde por roubo qualificado e estupro, enquanto Mélvio responde por furto qualificado, aumentando-se a pena até a metade em razão do resultado ocorrido. 
b) Tício e Mélvio respondem por roubo qualificado e estupro. 
c) Tício e Mélvio respondem por roubo qualificado, enquanto Tício também responde pelo estupro. 
d) Tício responde por roubo qualificado e estupro, enquanto Mélvio responde pelo furto qualificado. 
e) Tício responde por roubo qualificado e estupro, enquanto Mélvio responde pelo furto qualificado e estupro.
14ª QUESTÃO.
(FGV - 2014 - MPE-RJ - Estágio Forense) Jonas, advogado de Paulo, com procuração regularmente outorgada nos autos de uma determinada ação de ressarcimento de danos morais, retira de uma agência bancária situada no fórum o valor em espécie correspondente à indenização objeto da condenação, constante do mandado judicial de pagamento. Entretanto, entrega apenas uma parte do valor ao seu cliente, retendo para si, indevidamente, 1/3 (um terço) da quantia recebida. O delito cometido pelo causídico é: 
a) estelionato - Artigo 171, caput, do Código Penal; 
b) furto mediante fraude - Artigo 155, §4º, II, do Código Penal; 
c) apropriação indébita simples - Artigo 168 do Código Penal; 
d) receptação simples - Artigo 180, caput, do Código Penal; 
e) apropriação indébita qualificada - Artigo 168, §1º, III do Código Penal.
15ª QUESTÃO. 
Ernesto Leôncio revoltado pelo fato de sua mulher, Lucinda Leôncio, tê-lo abandonado exige que Lucinda faça um depósito no valor de R$1.500,00 em uma conta corrente aberta por Leôncio sob ameaça de matá-la caso não efetue o respectivo depósito, bem como a retirada do boletim de ocorrência de lesões corporais perpetradas sob violência doméstica contra ele registrado. Diante da reiteração das ameaças, Lucinda acionou a polícia, que surpreendeu Ernesto, procedendo a sua prisão. Ante o exposto, é correto afirmar que Ernesto praticou o delito de: 
a) Constrangimento ilegal consumado. 
b) Extorsão consumada. 
c) Extorsão na forma tentada. 
d) Constrangimento ilegal na forma tentada
16ª QUESTÃO Adriana,jovem de 20 anos que reside com seus pais, necessitando saldar dívida contraída com cartões de crédito por ter excedido todos os limites, penetra no quarto deles, de onde subtrai parte de suas jóias, todas de elevado valor, empenhando-as, a seguir, com isso obtendo o dinheiro necessário para saldar suas dívidas. Diante do caso concreto apresentado, Adriana deverá responder pelo crime de furto: 
a) Simples contra sua mãe, pelo qual deverá ser condenada na forma do caput do art.155 do CP. 
b) Qualificado, pelo abuso de confiança, contra sua mãe, pelo qual deverá ser condenada na forma do §4° do art.155 do CP. 
c) Qualificado, pelo abuso de confiança, contra sua mãe, mas sua punibilidade está condicionada à representação da ofendida. 
d) Qualificado, pelo abuso de confiança, tendo como lesada sua mãe, pelo qual, entretanto, não poderá ser condenada por ser isenta de pena.
17ª QUESTÃO.
(UESPI - 2014 - PC-PI - Delegado de Polícia) Sobre os crimes contra o patrimônio, assinale a alternativa CORRETA. 
a) Os crimes de latrocínio, extorsão, roubo qualificado e extorsão mediante sequestro são classificados como hediondos. 
b) O crime de extorsão mediante sequestro classifica-se como crime material que se consuma quando o agente obtém a vantagem econômica exigida. 
c) No roubo o bem é retirado da vítima, enquanto que na extorsão ela própria é quem o entrega ao agente. 
d) O denominado ?sequestro relâmpago? é uma modalidade de crime de extorsão cometido mediante a privação total da liberdade da vítima. 
e) As formas qualificadas do roubo não decorrem, necessariamente, do emprego da violência.
18ª QUESTÃO. 
Alexandre Bom de Papo convidou Bianca, jovem de 25 anos de idade, para ir a uma festa. De forma dissimulada, Alexandre colocou determinada substância na bebida de Bianca, que, após alguns minutos, ficou totalmente alucinada. Aproveitando-se do estado momentâneo de Bianca, que não poderia oferecer resistência, Alexandre levou-a para o estacionamento da festa, onde com ela manteve conjunção carnal, bem como "convenceu" Bianca a praticar sexo oral nele. Passado o efeito da substância, Bianca de nada se lembrava e, no dia seguinte à festa, descobriu através de amigos o que ocorrera. Ante o exposto, a partir dos estudos realizados sobre os crimes contra a dignidade sexual, é correto afirmar que a conduta de Alexandre configura: 
a) Estupro simples cuja ação penal é pública incondicionada. 
b) Estupro simples cuja ação penal é pública condicionada à representação de Bianca. 
c) Estupro de vulnerável cuja ação penal é pública incondicionada. 
d) Estupro de vulnerável cuja ação penal é pública condicionada à representação de Bianca. 
e) Conduta atípica, pois Bianca é maior de 18 anos e não houve violência ou grave ameaça.

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