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12. Controle Social e Direito

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Lição 7 de Sabadell – Controle Social e Direito
	Direito é forma específica de controle social nas sociedades modernas. É considerado um controle social FORMAL, determinado por NORMAS DE CONDUTA que são EXPLÍCITAS, PROTEGIDAS PELO USO DE SANÇÕES, INTERPRETADAS E APLICADAS POR AGENTES OFICIAIS.
CARACTERÍSTICAS DO CONTROLE SOCIAL POR MEIO DO DIREITO
- Ameaça de coerção => associada à aplicação de sanções, diferentes das sanções sociais porque prestabelecidas, aplicadas por órgão específico. No entanto, há formas e graus de coerção no sistema jurídico, podendo existir normas de organização não associadas à sanções (normas processuais), normas que estabelecem obrigações sem impor uma sanção, normas de caráter promocional (sem obrigar ninguém, nem coercitir), normas de direito constitucional (que, se prevêm sanções, são no máximo de caráter político) e normas de direito internacional público (que, em geral, não preveem sanções por não ter um poder público que possa aplicá-la).
-Tipos de sanções jurídicas => sanção é uma consequência, positiva ou negativa (subdivididas em preventivas ou reparatórias), que decorre do cumprimento ou não de uma norma jurídica. As sanções reparatórias podem ser classificadas em três categorias: (1) constrangimento para forçar o cumprimento de uma obrigação; (2) condenação ao ressarcimento de um dano por meio do pagamento em dinheiro; (3) imposição de uma obrigação que objetiva castigar e ressocializar o desviante e mostrar à sociedade a eficácia do sistema de controle (penas pecuniárias, condenações penais, prestação de serviços não remunerados à comunidade). Nesse último caso, devem ser respeitados três princípios dos Estados Modernos, tais como legalidade, proporcionalidade das sanções e imparcialidade.[1: Segundo SABADELL, o Estado Moderno, em geral, não aceita as sanções preventivas; no etanto, medidas se fiscalização podem ser consideradas preventivas.]
A ÓTICA FUNCIONALISTA DO CONTROLE SOCIAL POR MEIO DO DIREITO
	Juristas-sociólogos de formação funcionalista enumeram características do direito como controlador social:
Certeza. Fixa modelos de comportamento. Tem linguagem conhecida por todos e é levado ao conhecimento de toda a população.
Exigibilidade. É exigível porque existem órgãos de poder, regimes sancionatórios e instituições que velam por seu respeito.
Generalidade. Cria modelos gerais de comportamento.
Garantia do bem comum. Constitui um sistema de controle social que exprime os valores da sociedade.
Expansão. As esferas do comportamento humano não reguladas pelo direito são cada vez mais restritas, embora a sua presença não seja sempre percebida em razão da majoritária ausência de conflitos.
Uniformidade. Sistema que objetiva submeter todos os membros da sociedade às mesmas regras. REHBINDER, complementado por SORIANO, situa a tendência de uniformização do direito nos planos espacial (mesmo direito para todos no mesmo território), objetivo (mesmos direitos estaduais e Estatais, além de institutos jurídicos uniformes, como os contratos de adesão), subjetivo (princípio da igualdade jurídica) e temporal (aculturação jurídica dos países em desenvolvimento).
ABORDAGEM CRÍTICA DO CONTROLE SOCIAL POR MEIO DO DIREITO
	Os juristas-sociólogos que adotam a abordagem do conflito social concordam com a descrição funcionalista do papel do direito no controle social, convergindo suas opiniões no que tange aos fenômenos de expansão e uniformização do direito. Mas consideram que o controle social pelo direito oculta suas funções latentes, servindo ao controle social pelo controle social. 
	Distinguem as funções latentes das funções declaradas de uma instituição social. Ex. hospital criado para amenizar o impacto produzido pelas indústrias.
	Fazem cinco críticas, negando a ideologia funcionalista:
Ilegitimidade do poder punitivo. O poder punitivo é ilegítimo porque está a serviço dos grupos de poder, que asseguram seus interesses. Ex. repressão dos furtos protege a propriedade dos ricos.
Inexistência da distinção entre Bem e Mal (“normalidade do crime”). Alguns sociólogos consideram o desvio um fenômeno normal em qualquer sociedade que, segundo Durkheim, pode utilizar o crime para melhorar sua ordem moral e fortalecê-la mediante a reação à violação da lei. Além disso, o desvio pode ser uma antecipação de mudanças sociais. “O controle jurídico, nessa ótica, não exprime o combate do Bem contra o Mal, nem o criminoso é um elemento anormal, nem o crime destrói a sociedade.”
Inexistência da culpabilidade pessoal (pluralismo cultural). “A concepção do que é justo ou correto pode diferir não só de pessoa para pessoa, mas também em função do grupo social onde está inserido o indivíduo.” “Sem tomar posição sobre o que é justo, o estudioso deve registrar esta situação conflitiva, gerada pelo pluralismo cultura, e rejeitar o princípio da culpabilidade pessoa como justificação da reação do estado. As pessoas provenientes de subculturas são, muitas vezes, punidas porque fazem o exigido pela respectiva comunidade.” Ex. o sujeito que rouba carros para obter respeito. Ex. poluidor é descuidado e estelionatário é criminoso.
Impossibilidade de ressocialização.
Desigualdade na aplicação. (da lei) Seletividade de classe.
PERGUNTAS
Explique como a sanção é utilizada para o controle social, identificando seus tipos.
Para um funcionalista, a partir de quais características o direito é considerado?
Explique pelo menos uma das críticas feitas pelos juristas-sociólogos que abordam o problema do controle social pela perspectiva do conflito à teoria funcionalista do direito.

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