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CARBOIDRATOS Moléculas orgânicas mais abundantes. Fórmula básica: (CH2O)n. Glicídios, sacarídeos, açúcares ou hidratos de carbono. Funções Principal fonte energética da maioria dos organismos. Armazenamento de energia. Estrutural e protetora. Sinalização, reconhecimento e interação celular. Composição dos ácidos nucleicos. MONOSSACARÍDEOS Estrutura Funções aldeído ou cetona, associadas a, pelo menos, duas hidroxilas (poliidroxialdeídos/poliidroxicetonas) Moléculas, em geral, sólidas, polares e de sabor doce. Cadeia aberta: Esqueleto não ramificado de 3 a 7 carbonos ligados a uma OH. Grupo carbonila (CHO) formado por um dos carbonos da cadeia. Quando se encontra em uma das extremidades, o monossacarídeo é chamado de aldose; quando se encontra em outro local, chamado de cetose. Numeração ocorre a partir do carbono mais próximo da carbonila. Com exceção da diidroxiacetona, todos os monossacarídeos possuem pelo menos um carbono quiral (n), em que o número de esteroisômeros pode ser calculado por 2^n. A maioria das hexoses presente no organismo ocorrem sob a forma D. Epímeros: dois açúcares isômeros que se diferem pela configuração de apenas um átomo de carbono, localizado na mesma posição de ambas as cadeias. (Glicose e Galactose) Cadeia fechada: Predominantes em soluções aquosas para os monossacarídeos com mais de quatro átomos. Grupo carbonila se liga covalentemente ao oxigênio de uma hidroxila da cadeia; formando uma estrutura em anel conhecida como hemiacetal (aldose) ou hemicetal (cetose). Ocorre o surgimento de outro carbono assimétrico, denominado carbono anomérico, que apresenta formas estereoisométricas α e β; que podem sofrer mutarrotação – coexistem em equilíbrio. Anômeros: dois açúcares isômeros que se diferenciam apenas na configuração em torno do carbono anomérico. Piranoses: anéis de 6 elementos; furanoses: anéis de 5 elementos. Nomenclatura De acordo com o número de átomos de carbono presentes e com a posição do grupo carbonila. Aldose = -ose; Cetose = -ulose Trioses: gliceraldeído/diidroxicetona Tetroses: etritrose, treose/eritrulose Pentoses: ribose, xilose/ribulose, xilulose Hexoses: glicose, manose, galactose, talose/psicose, frutose, sorbose, tagatose. Derivados das hexoses = substituição de uma hidroxila por outro grupo, ou pela oxidação de um átomo de carbono a ácido carboxílico. Propriedade redutora Carbono anomérico (do grupo carbonila) pode ser oxidado a carboxila por agentes oxidantes, como o íon cúprico (Cu2+). Ligação glicosídica Ligação covalente entre dois monossacarídeos. União de grupo hidroxila de um monossacarídeo com o carbono anomérico de outro monossacarídeo – reação catalisada por glicosiltransferases; com a liberação de água. Formação de um acetal a partir da reação de um hemiacetal ou hemicetal com um álcool. Dissacarídeos geralmente apresentam apenas uma extremidade redutora; pois possuem apenas um carbono anomérico livre (o outro participou da reação e perdeu seu poder oxidante); Exceto quando a reação ocorre entre dois carbonos anoméricos (sacarose), em que o dissacarídeo não possui nenhuma extremidade redutora. Pode ser hidrolisada na presença de um ácido, mas é resistente à quebra pela ação de bases. N-glicosil: reação do carbono anomérico de um monossacarídeo com um N, encontrada em glicoproteínas e em nucleotídeos. DISSACARÍDEOS Lactose: D-galactose + D-glicose (ext. redutora); leite e derivados. Maltose: D-glicose + D-glicose (ext. redutora). Sacarose: D-frutose + D-glicose (entre C anom); açúcar de mesa. Trealose: D-glicose + D-glicose (entre C anom); hemolinfa – insetos. POLISSACARÍDEOS Glicanos: polímeros constituídos por no mínimo 20 monossacarídeos ligados por ligações glicosídicas. Homopolissacarídeos Apenas um tipo de unidade monomérica AMIDO GLICOGÊNIO CELULOSE QUITINA Polímero de Glicose: Amilose (não ramificadas) Amilopectina (ramificadas) D-glicose D-glicose com configuração β N-acetil-D-glicosamina Ligações Amilose α-1,4 Amilopectina α-1,4 nas cadeias; α-1,6 nas ramificações Cadeia α-1,4 Ramificações a cada 8-12 unid α-1,6 β-1,4 β-1,4 Cadeias hidratadas Sim. Sim Não Não Ramificação Menos Muitas Não Não Função Reserva de vegetais. Reserva de animais: fígado e musc esq. Estrutural para plantas. Exoesqueleto de artrópodes OBS.: Possui apenas uma extremidade redutora; ramificações não-redutoras. Fibroso, firme e insolúvel em água. Enzima celulase indisponível na maioria dos seres. Fibras longas e resistentes. A glicose não é usada diretamente como reserva energética uma vez que a concentração real do glicogênio é muito menor do que seria a concentração de glicose equivalente no citosol; o que aumentaria a osmolaridade celular, provocando a lise da célula. Além disso, a elevada concentração de glicose dificultaria a captação de mais glicose, em função do gradiente de concentração. Heteropolissacarídeos: Compostos por duas ou mais tipos de unidades monoméricas. Peptidoglicanos: Unidades: N-acetilglicosamina + ácido N-acetilmurâmico. Ligações: β-1,4 – polímeros lineares. Função: componente da parede celular bacteriana, interligado por pequenos peptídeos (foco da penicilina). Glicosaminoglicanos: Unidades: dissacarídeos – açúcar aminado N-acetilado (N-acetilglicosamina ou N-acetilgalactosamina) + açúcar ácido (ácido D-glicurônico ou ácido L-urônico). Cadeias longas, lineares, de carga negativa. Função: constituinte da matriz extracelular; garante viscosidade, adesão e resistência à compressão. Geralmente encontram-se associados a proteínas, formando proteoglicanos. Carga negativa garante conformação estendida em solução, sendo cercadas por moléculas de água, evitando a repulsão. Quando juntos, deslizam uns sob os outros -> lubrificação da secreção mucosa e do líquido sinovial. Quando comprimidos, água entre as cadeias é eliminada, diminuindo o volume. Ao cessar, há restituição -> resistência. Síntese no RER; exportação via CG. Degradação via lisossomos, por hidrolases ácidas, após fagocitose. Composição Localização Função Ácido hialurônico Ácido D-glicurônico e N-acetilglicosamina Articulações, olhos, MEC de cartilagens e tendões Lubrificante nas articulações; consistência ao humor vítreo; resistência à tensão Dermatan-sulfatado Ácido L-urônico e N-acetilgalactosamina Pele, vasos sanguíneos e válvulas cardícas Flexibilidade Heparan-sulfatado Ácido L-urônico e D-glicorônico e glicosamina Membrana basal e superfícies celulares Interação com proteínas, fatores de crescimento, enzimas. Heparina Fração do heparan-sulfatado Mastócitos. Inibe a coagulação, inibindo a trombina. Queratan-sulfatado N-acetilglicosamina e galactose (não tem ácido) Cartilagens, ossos e estruturas córneas. Consistência. Sulfato de condroitina Ácido D-glicurônico e N-acetilgalactosamina Cartilagens, tendões, ligamentos e parede da aorta. Resistência. GLICOCONJUGADOS Carboidratos associados à proteínas ou lipídeos. Proteoglicanos Glicoproteínas Glicolipídeos Lipopolissaca-rídeos (LPS) Composição Glicosaminoglica-nos ligados à proteína central Oligossacarídeos unidos a proteínas. - O ligadas: serina/treonina -N ligadas: asparagina Oligossacarídeos ligados a longas cadeias de hidrocarboneto Oligossacarídeos e lipídeos. Local Superfície celular ou MEC Algumas organelas, superfície celular, MEC e sangue. Membrana plasmática, neurônios. Membrana externa de bactérias gram negativas. Função Adesão, modulação de sinalização e lubrificação. Reconhecimento celular, endereçamento proteico, ação hormonal. Reconhecimento celular e transdução de sinais. Imunidade de organismos infectados (alvo das imunoglobu-linas). Exemplos - LH, FSH, glicocálice, mucina, imunoglobulinas. Glicoesfingo- lipídeose gangliosídeos. - LECTINAS Proteínas com domínio de ligação a carboidratos, encontradas na superfície externa das células. Interação lectina-carboidrato altamente específica. Elevada complementariedade molecular. Auxiliam no reconhecimento, sinalização e adesão celular, e no direcionamento intercelular de proteínas. Exemplos: Hormônios de glicoproteína + lectinas no fígado -> promovem destruição do hormônio e regulação de sua concentração no sangue. Selectinas -> controle de diapedese dos leucócitos em resposta inflamatória. Vírus influenza -> sua lectina é indispensável para sua entrada nas células hospedeiras. Helicobacter pylori -> lectine adere a oligossacarídeos da superfície estomacal.
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