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AD2 ESTUDO ANTROPOLOGICO

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA – AD2 
Período – 2018/2º
Disciplina: Estudos Antropológicos
Coordenador: Javier Alejandro Lifschitz
Aluno: Welton Luis Monteiro Farias Matrícula: 18115100053
RESENHA
 Os estudos de antropologia estão, na atualidade, preocupados com os impactos de certas formas de turismo, especialmente o cultural e o étnico, e com a descaracterização e comercialização das culturas que estes provocam por isso que, no Brasil, o interesse da antropologia e da sociologia pelo turismo, aumenta a cada ano. O turismo, foi sendo integrado nas estratégias de desenvolvimento cultural como um meio de preservação do patrimônio. No campo do turismo, “a cultura impõe-se como metáfora intermediária de uma disputa que não a perfilha como um meio, mas apenas como um guia instrumental das suas práticas” (Santos, 2007: 111).
A maior parte dos estudos do turismo, tanto no Brasil quanto no exterior, tem focalizado, principalmente, os impactos na cultura, os processos de aculturação e a questão da autenticidade, deixando de lado, temas como: alteridade, constituição da diferença, relações de gênero, relações interétnicas no trabalho, modos de produção e representações sociais, por exemplo. O maior volume de estudos científicos sobre turismo provém das ciências econômicas, que analisam o crescimento e a movimentação de capitais a partir da chamada “indústria” do turismo, ou seja, dos negócios turísticos, mas estes são apenas uma parte dessa atividade, que vem se configurando como um fato social total, porém não podemos tratar o turismo somente a partir da dimensão sócio - antropológica e ambiental, pois existem nele, as suas derivações no plano econômico.
 A literatura científica proveniente da geografia, da sociologia e da antropologia levanta problemas que vão do desmatamento das florestas para criar campos de golfe à venda de crianças para turismo sexual. São os chamados impactos do turismo, que alguns cientistas preferem chamar de interferências. No outro extremo do espectro, a literatura científica também demonstra a revitalização do patrimônio cultural material e imaterial graças ao turismo, a revalorização da natureza, a limpeza de mares poluídos, a recuperação da identidade, demonstrando que o turismo também tem impactos positivos.
 Só conhecendo muito profundamente a sociedade receptora e a sociedade emissora é que se pode minimizar os impactos ou interferências negativas e potencializar os positivos, então, entendendo as pressões sociais da sociedade de origem sobre o indivíduo é que podemos entender um eventual comportamento devasso deste em situações de lazer. Na atualidade, um dos paradigmas do planejamento do turismo é a base local, mas para planejar o turismo com base na comunidade local devemos, primeiramente, ter claro o conceito de comunidade, e para isso precisamos das ciências sociais. 
 Entretanto, por mais que haja um bom planejamento de turismo, nunca sabemos como a sociedade vai reagir à presença dos turistas, nem como os turistas vão reagir à sociedade que os hospeda. Por isso, os setores do turismo que estão sempre colocando estranhos frente a frente, empregando muita mão-de-obra feminina e de minorias étnicas excluídas e é uma atividade emblemática do capitalismo, torna-se, um rico campo de pesquisa para esses grandes temas das ciências sociais. 
 Sendo assim, esses estudos ajudam a entender os processos psicossociais desencadeados pelo fenômeno turístico, as expectativas, desejos, satisfações e frustrações das populações anfitriãs e dos turistas, as motivações para agir de uma ou outra maneira, a busca para além da simples viagem, a dinâmica cultural em que o turismo está inserido, a diversidade de interesses e necessidades sociais que o turismo afeta, enfim, seus dilemas e paradoxos seria uma enorme contribuição das ciências sociais para o planejamento equilibrado de um turismo responsável.
 É importante que a comunidade participe no processo turístico, pois se for inserida no processo de valorização da cultura local pode atuar diretamente em diferentes tarefas e, assim, pode assumir uma maior responsabilidade na preservação da sua identidade cultural através da difusão das suas riquezas culturais. Por outro lado, e a nível turístico, a sua participação fornece ao destino uma maior originalidade. Nota-se que a atividade turística sempre procurou retratar a cultura com base na vivência humana e, por isso, não se deve analisar o turismo de forma isolada do seu contexto social. Por outro lado, a cultura e o turismo têm uma relação mutuamente vantajosa, ou seja, a conexão entre cultura e turismo pode ser benéfica para reforçar a atratividade e a competitividade de países, regiões e cidades. Portanto, “criar uma forte relação entre turismo e cultura pode ajudar os destinos a serem mais atraentes e competitivos como locais para viver, visitar ou trabalhar” (Richards, 2009: 17). 
Referências Bibliográficas:
RICHARDS, G. (2007): “Cultural tourism: global and local perspectives”. Haworth Hospitality Press, New York and London.
SANTOS, J. (2007). “Turismo e transfigurações culturais”. Revista Encontros Científicos - Tourism & Management Studies, N. 3, p. 109-124.
BARRETTO, Margarita. O imprescindível aporte das ciências sociais para o planejamento e a compreensão do turismo. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, 2003.
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