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Fichamento Thomas Hobbes por Norberto Bobbio

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Disciplina: 
	Filosofia do Direito 1 - Noturno
	Professor:
	Rosmar Antonni Rodrigues Cavalcanti de Alencar
	Aluno:
	Luciano Soares Silvestre
	
Fichamento: 
	BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Tradução: Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1991. p. 23-63
“Se há um autor que perseguiu por toda a vida uma ideia, esse autor foi Hobbes, e que, se há uma obra na qual o tema dominante é exposto com insistência, quase obstinação, essa é a obra política do autor do Leviatã, livro que conclui a trilogia dos escritos políticos. Essa ideia é a seguinte: o único caminho que tem o homem para sair da anarquia natural, que depende de sua natureza, e para estabelecer a paz, prescrita pela primeira lei natural, é a instituição artificial de um poder comum, ou seja, do Estado. (BOBBIO, 1991, p. 4).“
Bobbio, na introdução de seu livro intitulado Thomas Hobbes, irá afirmar que “entre jusnaturalismo e positivismo jurídico, Hobbes situa-se mais do lado do segundo do que do primeiro” 
“Hobbes adota a doutrina do direito natural não para limitar o poder civil (...), mas para reforçá-lo. Usa meios jusnaturalistas (...) para alcançar objetivos positivistas. A mesma ideia pode ser expressa de outra forma, dizendo que Hobbes é um jusnaturalista, ao partir, e um positivista ao chegar. (BOBBIO, 1991, p. 41).”
Bobbio afirma que apesar de Hobbes pertencer à tradição do jusnaturalismo, ele é considerado também um precursor do positivismo jurídico. Na obra hobbesiana, a ligação entre sociedade, lei, justiça, política e direito, é trabalhada de modo que podemos tomar o conceito de justiça hobbesiano como um ponto decisivo para uma aproximação adequada entre a política e o direito. Em sua filosofia, percebe-se na ideia do justo um grande fornecimento de legitimidade para o exercício do poder político e a compreensão do direito como meio para alcançá-la torna possível a conexão entre os âmbitos. 
É de fundamental importância analisar a natureza humana em Hobbes, bem como sua concepção de estado de natureza, para poder ter uma compreensão coerente e aprofundada do conceito de justiça hobbesiano. No Leviatã, o pensador irá tratar deste assunto no Capítulo XIII, reservado à condição natural do gênero humano no que concerne a sua felicidade e a sua desgraça. 
“Na minha opinião, a melhor confirmação dessa interpretação do modelo jusnaturalista é aquela que pode ser derivada de sua contraposição com o modelo aristotélico. Nesse sentido, o confronto entre os dois modelos não é apenas um exercício acadêmico, mas tem um valor heurístico que, até onde eu sei, não foi usado adequadamente até agora. Em suma, o modelo moderno substitui a dicotomia família-estado pelo estado de dicotomia natureza-estado civil (ou estado). Em ambos os modelos, o estado como situação terminal de um processo acabado é precedido por um estado pré-político, com a diferença de que esse estado pré-político é a família no modelo clássico e no modelo moderno o estado de natureza. Assim como Hobbes (embora também Locke e outros) tenha dedicado o primeiro capítulo de seus tratados políticos ao estado de natureza, Aristóteles dedicou o primeiro capítulo de sua política à família.(BOBBIO, 1991, p. 38).”
Bobbio afirma que inicialmente o Estado representava a figura mor da sociedade e que a partir dele se desenvolviam as demais associações – como a família, por exemplo. Com o passar dos séculos – e com a validação da sociologia enquanto ciência –, há uma inversão dessa lógica e o Estado passa a ser avaliado como um subsistema da sociedade Em Hobbes, é medida de justiça, o devido cumprimento dos pactos firmados, porém, dada a natureza má do homem, este não buscará cumprir os pactos acordados e agir de modo justo por estar de acordo com sua consciência ou querer agir de modo correto, justo para com seu semelhante, muito pelo contrário, se perceber que a quebra do pacto não lhe acarretará nenhum prejuízo e ainda gozará dos benefícios, não exitará em agir desta maneira

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