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DISCIPLINA INTEGRADORA ÉTICA “Não é por querer fazer o bem, que tenho autonomia para decidir pelo outro” EMDSM ● Definição de Eutanásia, Ortotanásia e Distanásia ● Definição de Ética ● Princípios da Ética ● Definição de Imperícia, Imprudência e Negligência ● Conhecer quem legisla na moral, na ética e no legal ● Direito e deveres do médico ● Discutir ética em transplantes/genética ● Relacionamento médico/paciente/família OBJETIVOS O termo foi proposto por Francis Bacon, em 1623, como sendo o “tratamento adequado para as doenças incuráveis”. Eutanásia Ativa: o médico provoca a morte. Eutanásia Passiva: o médico fornece as condições para a prática ser realizada pelo paciente. Alguém tem que aceitar(família ou paciente). Não é legal. (vale ressaltar que respeita o princípio da beneficência\maleficência ao “diminuir o sofrimento do paciente e de sua família”, e da autonomia de quem pede) Observação: A tradição hipocrática tem acarretado que os médicos e outros profissionais de saúde se dediquem a proteger e preservar a vida. Se a eutanásia for aceita como um ato médico, os médicos e outros profissionais terão também a tarefa de causar a morte. A participação na eutanásia não somente alterará o objetivo da atenção à saúde, como poderá influenciar, negativamente, a confiança para com o profissional, por parte dos pacientes. A Associação Mundial de Medicina, desde 1987, na Declaração de Madrid, considera a eutanásia como sendo um procedimento eticamente inadequado. Eutanásia Os motivos que levam à prática da eutanásia são: a vontade do doente (normalmente desesperado com dores e com uma doença incurável), o caso de doentes mentais cujos descendentes seriam nocivos para a sociedade (eutanásia eugênica), e o dos doentes crônicos incuráveis (senis etc), cuja manutenção constitui uma carga para a sociedade ou seus familiares (eutanásia econômica). O princípio VI do Capítulo I do Código de Ética Médica que diz: ´´O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu beneficio. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade.´´, parece referir- se a Eutanásia, apesar de não mencioná-la explicitamente. Eutanásia Morte no tempo certo, sem interferência do médico no processo de morte (tratamentos que não serviriam/ressuscitação), em caso de doenças terminais/incuráveis. Oferece-se cuidados básicos para conforto do paciente e de sua família. Requer o consentimento do paciente ou de sua família. Respeita a autonomia e a beneficência\não maleficência, a medida que não maltrata o paciente com tratamentos exaustivos e desnecessários. Respeita a justiça, pois a morte é no tempo justo, portanto, é ético. Porém, não é legal. A Resolução CFM n. 1805/2006 trata da terminalidade, ali está claro que o médico pode suspender ou limitar tratamentos ou procedimentos que prolonguem a vida do doente terminal, contudo a vontade do paciente e ou do seu representante legal deve ser respeitada. Apesar de existir alguma citação quanto ao tema no Código de Ética Médica, não está claro na Constituição. Obs: Importante ressaltar que um documento assinado, rejeitando medidas de avanço (o consentimento esclarecido e assinado e o devido registro no prontuário médico), tem valor legal, para eventuais questionamentos posteriores ao óbito. Ortotanásia Prolongar a vida de maneira artificial, sem perspectiva de cura ou melhora. (Prolongar o processo de morte com aparelhos e tratamentos para doenças incuráveis e/ou terminais). Não é necessário o consentimento do paciente, pois é uma prática legal, ainda que sobrepasse os princípios da ética (pode sobrepassar a autonomia do paciente, causar sofrimento para o paciente (maleficência), e não é justo com ele), o Art. 22, Cap. IV e Art. 31 e 32, Cap. V, do Código de Ética Médica, aparentemente, tornam ética a prática da distanásia, considerando caso de iminente risco de morte do paciente. Distanásia A palavra deriva do grego ethos, significa costumes, hábitos e valores de uma determinada sociedade. Ética é a reflexão sobre a ação humana (moral e lei), para extrair dela o conjunto de ações excelentes. Em um sentido amplo, diz respeito ao que é certo ou errado de acordo com um conjunto de normas ou valores adotados historicamente por uma sociedade. No âmbito profissional, são criados os códigos de ética que servem para delinear/indicar qual seria a decisão e os atos corretos a serem seguidos. Portanto, diz respeito a nossa experiência cotidiana, exige reflexão dos valores que adotamos, da maneira como atuamos e das tomadas de decisões. Definição de ética ● Beneficência atrelada a não maleficência ● Autonomia ● Justiça "Beneficência requer que o médico faça o que beneficiará o seu paciente, de acordo com a visão do paciente e não com a visão do médico." – Sprung e Eidelman Princípios da ética Imperícia Ausência de experiência e de prática que são necessárias para o desenvolvimento de determinadas atividades, sendo que a falta destas responsabiliza o agente por possíveis prejuízos e/ou por ações ilegais. Ex. quando um médico atende um paciente com todos os sintomas que indicam uma doença, mas por falta de prática prescreve tratamento para outra. Imprudência Ausência de cautela, de cuidado. Sabia fazer aquele procedimento, mas não tomou os cuidados necessários para fazer correto. Agir sem cumprir os mandamentos, ainda que conhecendo-os. Ex. Realizar uma cirurgia de risco sem ter os equipamentos necessários. Negligência Por descuido, descaso, se omite do cumprimento de um ato que lhe incumbia. A pessoa sabe como fazer, tem a técnica, pode fazer, tem as condições, porém não faz, por descuido. Ex. médico dá alta a um paciente que ainda não poderia ter recebido alta, por desleixo do médico. Ao ferir a ética será julgado pelo CRM, CFM por: Quem legisla moralmente, eticamente e legalmente? MMoral Ética Legal Sociedade CFM, CRM Cível - “se alguém perdeu, há um responsável que deve pagar - indenizações Criminal - privação de liberdade, após já ter sido determinada a culpa São vários os direitos do médico e, ainda mais, as ações que são vedadas a ele, postas pelo Código de Ética Médica(CEM). Servem para guiar o exercício da profissão e visam o bem-estar da humanidade. Ao analisar, alguns artigos do CEM relativos aos direitos do médico parecem se contrapor aos deveres, porém, em análise detalhada, visualizam-se as ressalvas que sustentam as normas. Obs: mais informação, buscar no Código de Ética Médica. Direitos e deveres do médico O médico deve explicar o procedimento com uma linguagem adequada ao paciente e/ou aos seus familiares em qualquer circunstância. O diálogo com a família do doador é fundamental, pois a retirada da maioria dos órgãos para transplantes deve ser feita antes da ´morte´, quando há morte encefálica. A lista de espera para o transplante priva alguns cidadãos dos seus direitos. Não é ético, desrespeita o princípio da não maleficência e da justiça. ´´No Art. 43, relaciona-se a doação de órgãos com a realização da eutanásia, na qual o médico responsável pelo caso abrevia a vida de um paciente tido como incurável a fim de não “atrapalhar” a equipe de transplante de órgão e não prejudicar os órgãos que poderiam ser utilizados. Já o Art. 44 pede para o médico que seja claro com os envolvidos na cirurgia (doador ou família do doador/receptor e o receptor), esclarecendo-os sobre o que vai acontecer, quais os riscos, vantagens e desvantagens, para que assim eles possam fazer as escolhas que acharem mais corretas, optando por escolha própria se devem correr os possíveis riscos.´´- Retirado do hipertexto do Nícolas Brandalize. Ética em transplantes Relacionado ao consentimento livre e esclarecido Em qualquer circunstância: É vedado ao médico ´´Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte. ´´ (Art. 22, Cap. IV) O Art. 31, Cap. V, do Código de Ética Médica veda ao médico: ´´Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte´´. Ou seja, o Art. parece permitir (deixa ético) realizar uma transfusão sanguínea em uma pessoa, Testemunha de Jeová, que esteja em caso de iminente risco de morte (tem-se um impasse ético). Vários artigos do Código de Ética Médica falam de respeitar os princípios éticos/bioéticos (respeitando a autonomia do paciente, o princípio da beneficência/não maleficência e a justiça). Todos eles norteiam para um bom relacionamento médico- paciente. Como um todo, o bem-estar e a autonomia do paciente devem prevalecer. Relacionamento médico, paciente, família/ Hipócrates: Primum non nocere (antes de tudo, não prejudicar) Não há mais fluxo sanguíneo cerebral, visualizado por ecografia transcranial. O cérebro entra em isquemia irreversível. Morte encefálica Código de Nuremberg (1947) - Legislação que visa evitar pesquisas desastrosas. A Declaração de Helsinque (1964) é considerada como primeira padronização internacional sobre pesquisa biomédica e tem como centro a frase: ´´O bem estar do ser humano deve ter prioridade sobre interesses da ciência e da sociedade´´. A Ética em pesquisas é voltada para a moral da ciência, pois a moral da sociedade (o que é considerado certo ou errado) pode variar de comunidade para comunidade. ´´É inconcebível que se tente aplicar as mesmas técnicas de manipulação gênica e clonagem em humanos que são atualmente empregadas no melhoramento genético de vegetais e animais´´ (retirado do hipertexto do Diogo von Gaevernitz Lima), porque corre-se o risco de transformar a vida humana em um mero produto da ambição e do interesse próprio de alguns pesquisadores, trazendo mais danos do que benefícios. Obs: ´´ A pesquisa médica só é justificada se houver uma probabilidade razoável de que as populações, entre as quais a pesquisa for realizada, obterão benefícios através dos resultados´´ (retirado da Declaração de Helsinque). Ética em pesquisa ● Eutanásia: http://www.bioetica.ufrgs.br/eutanasi.htm ● Eutanásia: http://www.significados.com.br/eutanasia/ ● Artigo: Relação médico/pacientes/familiares. O tratamento, consentimento livre e informado e a fase terminal de vida o termo de Marta Vaz Dias de Souza Boger, Conselheira Parecerista CRMPR ● Ética: Ética – caminhos da realização humana. São Paulo: Ave Maria, 1997. ● Artigo: Aspectos Bioéticos do Consentimento Livre e Esclarecido, Marcos Roberto Tavares. ● Declaração de Helsinque: http://www.fhi360. org/sites/default/files/webpages/po/RETC- CR/sp/RH/Training/trainmat/ethicscurr/RETCCRPo/ss/Contents/Section VI/b6sl69.htm Referências Bibliográficas
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