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Módulo I Controladoria Geral da União

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Módulo I - Controladoria Geral da União: Estrutura e Instrumentos de
Apuração
Controladoria Geral da União: Estrutura e Instrumentos de Apuração
Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB
Curso: Deveres, Proibições e Responsabilidades do Servidor Público Federal
Livro: Módulo I - Controladoria Geral da União: Estrutura e Instrumentos de Apuração
Impresso por: Fabio Castro Garcia
Data: Sábado, 12 Jan 2019, 14:49
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Sumário
Módulo I - CGU: Estrutura e Instrumentos de Apuração
Unidade 1 - A Controladoria-Geral da União e o Sistema Correcional: instrumentos de apuração disciplinar
Unidade 2 - A estrutura regimental da CGU
Pág. 3
Pág. 4
Unidade 3 - Especificidade das Corregedorias
Pontos Comuns na Via Hierárquica
Exercícios de Fixação - Módulo I
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Módulo I - CGU: Estrutura e Instrumentos de Apuração
Ao final do Módulo I, o aluno deverá ser capaz de
identificar os instrumentos de apuração disciplinar na
Controladoria Geral da União (CGU).
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Unidade 1 - A Controladoria-Geral da União e o Sistema Correcional:
instrumentos de apuração disciplinar
Há variações, órgão a órgão, de a quem pessoalmente a norma atribui a competência para apreciar as notícias de supostas
irregularidades e para instaurar a sede disciplinar; mas, por outro lado, padroniza-se que, institucionalmente, a apuração
de irregularidades na administração pública, em regra, é efetuada no próprio órgão onde ela ocorreu.
A Controladoria-Geral da União (CGU) foi criada no dia 2 de abril de 2001, pela Medida Provisória n° 2.143-31.
Inicialmente denominada Corregedoria-Geral da União (CGU), o órgão é vinculado diretamente à Presidência da
República. A CGU teve originalmente como propósito declarado o de combater, no âmbito do Poder Executivo Federal, a
fraude e a corrupção e promover a defesa do patrimônio público.
Quase um ano depois, o Decreto n° 4.177, de 28 de março de 2002, integrou a Secretaria Federal de Controle Interno
(SFC) e a Comissão de Coordenação de Controle Interno (CCCI) à estrutura da então Corregedoria-Geral da União. O
mesmo Decreto n° 4.177 transferiu para a Corregedoria-Geral da União as competências de Ouvidoria-Geral, até então
vinculadas ao Ministério da Justiça.
A Medida Provisória n° 103, de 1° de janeiro de 2003, convertida na Lei n° 10.683, de 28 de maio de 2003, alterou a
denominação do órgão para Controladoria-Geral da União, assim como atribuiu ao seu titular a denominação de Ministro
de Estado do Controle e da Transparência.
Posteriormente, o Decreto n° 5.683, de 24 de janeiro de 2006, alterou a estrutura da CGU, conferindo maior organicidade
e eficácia ao trabalho realizado pela instituição, trazendo à Corregedoria-Geral da União (unidade integrante da CGU) uma
estrutura para acompanhamento, fiscalização e orientação dos trabalhos correcionais. Além disso, também foi criada a
Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas (SPCI) - atualmente Secretaria de Transparência e
Prevenção da Corrupção (STPC) -, responsável por desenvolver mecanismos de prevenção à corrupção. Desta forma, o
agrupamento das principais funções exercidas pela CGU – controle, correição, prevenção da corrupção e ouvidoria – foi
efetivado, consolidando-as em uma única estrutura funcional.
Mais recentemente, a estrutura regimental da CGU foi alterada por meio do Decreto nº 8.109/13. Assim, no âmbito da
Corregedoria-Geral da União, além das Corregedorias Adjuntas das Áreas Econômica, de Infraestrutura e Social, que
englobam um total de dezoito Corregedorias Setoriais, foram criadas duas novas coordenações: Responsabilização de
Entes Privados e Monitoramento de Processos Disciplinares.
Nesse rumo, o art. 18 da Lei nº 10.683, de 28/05/03, impõe à Controladoria-Geral da União encaminhar aos órgãos
competentes as representações ou denúncias fundamentadas que receber e acompanhar e inspecionar as apurações. Daí,
sempre que a Controladoria-Geral da União constatar omissão da respectiva autoridade instauradora ou, facultativamente,
nos casos envolvendo lesão ou ameaça de lesão a patrimônio federal, os §§ 1º, 2º e 4º do artigo supra conferem-lhe os
poderes de avocar o apuratório e de instaurar procedimento para apurar a inércia da autoridade originariamente
competente. A saber, a Lei nº 10.683, de 28/05/03, dispõe sobre a atual organização da Presidência da República e dos
Ministérios e prevê a Controladoria-Geral da União como um órgão integrante da Presidência da República, com status de
Ministério, assistindo diretamente o Chefe do Poder Executivo nos assuntos relacionados à defesa do patrimônio público,
no sentido amplo da expressão.
Lei nº 10.683, de 28/05/03, Arts. 17 e 18
Em relação especificamente ao Sistema de Correição do Poder Executivo Federal, tal sistema foi criado pelo Decreto nº
5.480, de 30 de junho de 2005, e constitui-se de unidades voltadas às atividades de prevenção e apuração de
irregularidades disciplinares, desenvolvidas de forma coordenada e harmônica.
Alterado pelo Decreto nº. 7128, de 2010, o Decreto 5.480, de 30/06/2005, e elenca as competências de seus órgãos
integrantes, a saber, da Controladoria-Geral da União, como órgão central; das unidades correcionais setoriais, junto aos
Ministérios (corregedorias vinculadas técnica e hierarquicamente ao órgão central); das unidades correcionais seccionais
(corregedorias dos órgãos componentes da estrutura dos Ministérios, bem como de suas autarquias e fundações e
empresas estatais); e da Comissão de Coordenação e Correição (colegiado de função consultiva, com o fim de uniformizar
entendimentos). Em reforço ao já abordado linhas acima (que, embora ainda como exceção, alguns órgãos públicos
federais já contam em seu organograma com uma unidade especializada para a matéria correcional), este Decreto impõe
a tendência crescente de os órgãos instituírem suas corregedorias, como reflexo da atual relevância da matéria.
Decreto nº 5.480, de 30/06/05, Arts 2º ao 6º e 8º
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Unidade 2 - A estrutura regimental da CGU
A estrutura regimental da Controladoria-Geral da União foi aprovada por meio do Decreto n° 5.683, de 24/01/06,
posteriormente revogado pelo Decreto 8.109, de 17/09/13, de onde se extrai que, na matéria que aqui mais
interessa, ou seja, na competência correcional, o órgão central conta com a Corregedoria-Geral da União, tendo
em sua jurisdição três Corregedorias Adjuntas, subdivididas por área de atuação (de Área Econômica, de Área de
Infra-Estrutura e de Área Social). Abaixo dessas três Corregedorias Adjuntas, situam-se as unidades correcionais
setoriais, junto aos Ministérios das respectivas áreas. Por fim, dentro das unidades correcionais setoriais,
encontram-se as unidades correcionais seccionais, quais sejam, as corregedorias dos órgãos de cada Ministério.
Decreto nº 8.109 de 17/09/13, Arts 3º, 15 e 16
Atendendo aos dispositivos acima, a Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, regulamentou o Sistema de Correição do
Poder Executivo Federal e, em síntese, definiu os instrumentos a serem utilizados no Sistema, nas atividades
relacionadas à correição, e estabeleceu competências.
Quanto a este último tema, em que pese à conceituação dos procedimentos correcionaisse refletir em todo o
Sistema, desde o órgão central até as unidades seccionais, tem-se que, a rigor, a Portaria-CGU nº 335, de
30/05/06, em quase toda sua abrangência, tão-somente disciplinou competências da Controladoria-Geral da
União e das unidades setoriais. A citada Portaria-CGU não disciplinou as competências das unidades seccionais,
preservando, tanto para apuração de irregularidades quanto para responsabilização, as respectivas
normatizações já adotadas em cada órgão. Assim, tem-se que os ordenamentos internos vigentes nas unidades
correcionais seccionais para a matéria disciplinar permanecem integralmente aplicáveis e válidos, não conflitando
com o ordenamento do órgão central e das unidades setoriais. 
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De forma muito sintética, pode-se estabelecer que o presente texto, ao longo de todos os seus tópicos,
visa a, precipuamente, descrever em detalhes a condução do rito disciplinar no âmbito específico das
unidades seccionais.
Todavia, em função da edição da Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, como exceção, no presente tópico,
a partir deste ponto, serão apresentadas as inovações e as peculiaridades mais relevantes deste
dispositivo de interesse restrito, em comparação com aquelas normas de aplicação geral. A
concentração, em um tópico à parte, dos dispositivos que vinculam apenas o órgão central e as
unidades setoriais obriga que aqui tão-somente sejam citados conceitos, institutos e princípios, de
forma bastante resumida e sem intuito de descrevê-los ou explicá-los.
O conteúdo final do presente tópico deve ser visto como uma breve antecipação de temas, que serão
detidamente descritos e explicados ao longo de todos os demais tópicos deste texto, voltados para o
regramento geral.
Em que pese à aplicação restrita do presente tópico, as inovações e peculiaridades trazidas pela
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, que, em sua maior parte, não vincula as unidades seccionais, onde
for cabível, podem ser tomadas nessas corregedorias como recomendações, visto que não afrontam o
que será detalhadamente descrito ao longo dos demais tópicos deste texto.
A Portaria-CGU elenca que a atividade correcional utilizará como instrumentos a investigação preliminar,
a sindicância investigativa, a sindicância patrimonial, a sindicância contraditória, o processo
administrativo disciplinar e a inspeção. Dentre esse universo de instrumentos, empregam-se para
apuração de irregularidades a investigação preliminar, as três espécies de sindicância e o processo
administrativo disciplinar (excluindo-se a inspeção); e, para a apuração de responsabilidade, apenas
sindicância contraditória e o processo administrativo disciplinar são válidos (excluindo também a
investigação preliminar e as sindicâncias investigativa e patrimonial).
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06 - Art. 3°
Parágrafo único. A atividade de correição utilizará como instrumentos a investigação preliminar, a inspeção, a sindicância, o processo administrativo
geral e o processo administrativo disciplinar.
Art. 5° No âmbito do Órgão Central e das unidades setoriais, a apuração de irregularidades será realizada por meio de investigação preliminar,
sindicância, inclusive patrimonial, e processo administrativo disciplinar.
Parágrafo único. Nas unidades seccionais, a apuração de irregularidades observará as normas internas acerca da matéria.
A investigação preliminar é procedimento realizado no âmbito do órgão central e das corregedorias
setoriais, instaurado de forma sigilosa (sem publicidade), por ordem do Ministro de Estado do Controle
e da Transparência, do Secretário-Executivo, do Corregedor-Geral ou dos Corregedores Adjuntos, de
ofício ou à vista de denúncia (inclusive anônima) ou representação, quando não se justifique nem a
imediata instauração e nem o arquivamento liminar. Como o próprio nome indica, trata-se de
procedimento que antecede a fase contraditória, de forma que seu rito é inquisitorial, pois não há a
quem se garantir prerrogativas de defesa, e visa a coletar elementos para subsidiar a decisão de
instaurar ou não sindicância, inclusive patrimonial, ou processo administrativo disciplinar (no caso de
arquivamento, a decisão compete ao Corregedor-Geral). Esta investigação preliminar a cargo do órgão
central ou das unidades setoriais tem prazo de sessenta dias, podendo ser prorrogada por igual prazo.
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 6º ao 9º
A sindicância investigativa (ou preparatória), a cargo das mesmas autoridades acima, também é um
procedimento, no âmbito do órgão central e das corregedorias setoriais, que antecede a instauração da
sede contraditória e, portanto, tem rito inquisitorial, pois não há a quem garantir prerrogativas de
defesa e pode ser conduzida por um ou mais servidores (não necessariamente estáveis). Tem prazo de
trinta dias, podendo ser prorrogada por igual prazo.
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06 - Art. 4° Para os fins desta Portaria, ficam estabelecidas as seguintes definições:
II - sindicância investigativa ou preparatória: procedimento preliminar sumário, instaurada com o fim de investigação de irregularidades funcionais,
que precede ao processo administrativo disciplinar, sendo prescindível de observância dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla
defesa;
Art. 12. § 1° No caso de sindicância meramente investigativa ou preparatória, o procedimento poderá ser instaurado com um ou mais servidores.
A sindicância patrimonial é um procedimento instaurado de forma sigilosa (sem publicidade), por ordem
do Ministro de Estado do Controle e da Transparência, do Secretário-Executivo, do Corregedor-Geral ou
dos Corregedores Adjuntos, de ofício ou destinado a apurar denúncia (inclusive anônima) ou
representação que noticie indícios de enriquecimento ilícito em decorrência de incompatibilidade
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patrimonial com a renda. Tem rito inquisitorial, pois não há a quem garantir prerrogativas de
defesa e pode ser conduzida por dois ou mais servidores (não necessariamente estáveis).
Dentre seus atos de instrução, pode-se fazer necessário solicitar o afastamento de sigilos fiscal
e bancário (primeiramente ao próprio sindicado). A sindicância patrimonial tem prazo de trinta
dias, podendo ser prorrogado por igual período, e pode redundar em arquivamento ou na
instauração de processo administrativo disciplinar. Não obstante, da mesma forma como se
aplica ao processo administrativo disciplinar, esses prazos não devem ser entendidos como
fatais, podendo, desde que haja motivação e justificativa, a sindicância ser novamente
designada após sessenta dias.
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 16º ao 19º
Esses dois instrumentos empregados na apuração de responsabilidades no âmbito do órgão
central e das unidades correcionais setoriais podem ser instaurados (ou avocados) pelo
Ministro de Estado do Controle e da Transparência, Secretário-Executivo, Corregedor-Geral ou
Corregedores Setoriais.
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 10º ao 12º
A sindicância acusatória (contraditória) é o procedimento para apurar responsabilidade de menor
gravidade e pode, se for o caso, após respeitados o contraditório e a ampla defesa, redundar
em apenação; deve ser conduzida por comissão de dois ou três servidores estáveis, no prazo
de até trinta dias, prorrogado por igual período. O processo administrativo disciplinar é
o instrumento para apurar responsabilidade de servidor por infração cometida noexercício
do cargo ou a ele associada, sob rito contraditório, podendo aplicar todas as penas
estatutárias; deve ser conduzido por comissão formada por três servidores estáveis, no prazo
de até sessenta dias, prorrogado por igual período. 
Certamente você já percebeu que a habilidade de leitura é a
sua grande aliada. Seja disciplinado nesse sentido,
concentre-se na leitura da “Base Legal” e valorize o tempo
investido no curso.
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As instaurações desses dos ritos disciplinares a cargo das corregedorias setoriais
devem ser comunicadas à Corregedoria-Geral, para acompanhamento e avaliação. O
julgamento cabe ao Ministro de Estado do Controle e da Transparência, em caso de
penas expulsivas e suspensão superior a trinta dias; ao Corregedor-Geral, em caso
de suspensão de até trinta dias; e aos Corregedores Adjuntos, em caso de
advertência ou arquivamento, cabendo pedido de reconsideração à autoridade que
decidiu e um grau de recurso nas decisões dos Corregedores Adjuntos e do
Corregedor-Geral.
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 4º, 12 a 15
Por fim, fora do conceito de procedimentos de apuração de irregularidades, a inspeção
destina-se a obter informações e documentos e a aferir o cumprimento de normas,
orientações técnicas, recomendações e determinações, bem como verificar a
regularidade, eficiência, eficácia e prazos dos trabalhos no Sistema. Pode ser
realizada pelo órgão central nas unidades setoriais e, por estas, nos Ministérios e nas
unidades seccionais.
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 20 a 23
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Unidade 3 - Especificidade das
Corregedorias
Alguns órgãos e entidades da administração pública federal dispõem, por
norma específica (seja lei orgânica, estatuto ou regimento interno), de
unidade especializada na matéria disciplinar, normalmente chamada de
Corregedoria, dotada de competência exclusiva para o assunto. Antecipe-se
que tal especificidade, visando à qualificação, especialização, isenção,
imparcialidade e eficiência, em nada afronta os dispositivos legais acima
reproduzidos. 
Nesses órgãos, os deveres de representar e de apurar têm algumas
peculiaridades em comparação com a regra geral acima descrita. O servidor
que tem ciência de suposta irregularidade (exclusivamente em função do
exercício do cargo, de forma direta ou indireta) deve representar, na via
hierárquica, por intermédio de seu chefe imediato, não ao superior
hierárquico do representado, mas sim ao titular da sua própria unidade ou
do órgão, que por sua vez, deve encaminhar a representação ao titular da
unidade especializada - Corregedoria. Perceba-se que não necessariamente
o procedimento passa pelo superior hierárquico do representado.
Ou seja, diferentemente da regra geral vigente na administração pública (em
que o dever de apurar guarda proximidade com o representado, em linha
hierárquica), nesses órgãos que possuem unidade especializada na matéria,
este dever de apurar é deslocado exclusivamente para a unidade
especializada, que não mantém qualquer vinculação com a unidade de
lotação do representado ou de ocorrência do fato. Os titulares das demais
unidades do órgão não têm competência para instaurar
processo administrativo disciplinar, devendo encaminhar à unidade
correcional aquelas notícias de supostas irregularidades. 
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Pontos Comuns na Via Hierárquica
De uma forma ou de outra, seja pela regra geral da via hierárquica,
seja pela atipicidade da unidade especializada, a autoridade legal,
estatutária ou regimentalmente competente, ao ter ciência do
cometimento de suposta irregularidade associada direta ou
indiretamente ao exercício de cargo público, após avaliar que a
representação não é de flagrante improcedência (em ato chamado
de exame ou juízo de admissibilidade), é obrigada, pelo art. 143 da
Lei nº 8.112, de 11/12/90, a promover a imediata apuração.
Lei nº 8.112, de 11/12/90 - Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração
imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
Tanto é verdade que ela pode incorrer em crime de
condescendência criminosa se, por indulgência, deixa de
responsabilizar o servidor subordinado que cometeu infração
(administrativa ou penal) no exercício do cargo ou não leva o fato
ao conhecimento da autoridade competente.
Código Penal (CP) - Condescendência criminosa
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício de cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena -detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.
A despeito de o parágrafo único do art. 116 da Lei nº 8.112, de
11/12/90, determinar que a representação seja oferecida em via
hierárquica, caso o representante a formule diretamente
à autoridade competente para matéria correcional, sem fazê-la
passar por seu chefe imediato, à vista do atendimento de valores
mais relevantes (associados à moralidade na sede pública), não se
deve, tão-somente por esta lacuna formal, deixar de se recepcionar
a representação e muito menos, se for o caso de ela mostrar-se
relevante, omitir-se na determinação da imediata apuração. Nesses
casos, cabe à autoridade competente para matéria correcional dar
ciência ao chefe imediato do representante, a fim de suprir a
exigência legal, podendo ainda, em regra, sopesados os motivos
para o servidor ter atravessado diretamente a representação,
abstraindo-se de atos eivados de má-fé, dispensar qualquer
medida correcional contra o representante.
Uma situação que bem exemplifica a hipótese acima (seja na regra
geral da apuração em via hierárquica, seja existindo Corregedoria)
é quando o representante tem alguma desconfiança da
imparcialidade de seu chefe imediato ou quando este é justamente
o representado. Nesses casos, justificadamente, recomenda-se que
a representação seja dirigida à autoridade imediatamente superior
ao representado.
Convém, por oportuno, salientar que eventuais representações
encaminhadas unicamente a órgãos externos (como, por exemplo,
Ministério Público Federal, Departamento de Polícia Federal -DPF,
Controladoria-Geral da União -CGU) não afastam a obrigação de
representar internamente. Ressalte-se que, em tese, a ausência da
representação interna pode acarretar responsabilização
administrativa disciplinar, conforme dever estabelecido no art. 116,
VI e XII, da Lei nº 8.112, de 11/12/90.
Para conhecer a Controladoria Geral da União-CGU, acesse o site clicando aqui. 
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Exercícios de Fixação - Módulo I
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo I do curso de Direitos e Deveres do
Servidor Público Federal. Como parte do processo de aprendizagem,
sugerimos que você faça uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de
Fixação. O resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como
oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo.
Lembramos aindaque a plataforma de ensino faz a correção imediata das
suas respostas!
Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.
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