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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 1 Aula 2: Administração pública no Brasil ........................................................................................ 2 ............................................................................................................................. 2 Introdução ................................................................................................................................ 4 Conteúdo Definições e teorias da Administração Pública ............................................................ 4 A origem do federalismo no Brasil ................................................................................. 4 O federalismo na era Vargas ........................................................................................... 5 O federalismo na nossa História recente ...................................................................... 5 A função administrativa.................................................................................................... 6 As atividades administrativas sob o aspecto material ................................................ 7 Princípios da Administração Pública .............................................................................. 8 A introdução da metodologia na Administração Pública brasileira ...................... 12 O DASP ............................................................................................................................... 12 As tentativas posteriores ................................................................................................ 13 As reformas relacionadas no governo militar ............................................................ 13 A redução da flexibilidade operacional por meio da Constituição de 1988 ........ 15 O uso da descentralização promovida no Decreto-Lei nº 200 .............................. 16 Os resultados da campanha contra a estatização .................................................... 16 O espírito público brasileiro que batalhou pelo desenvolvimento ........................ 17 Uma síntese da História recente ................................................................................... 17 Os modelos de Administração Pública ........................................................................ 18 Atividade proposta .......................................................................................................... 20 ........................................................................................................................... 21 Referências ......................................................................................................... 21 Exercícios de fixação Notas ........................................................................................................................................... 25 Chaves de resposta ..................................................................................................................... 25 ..................................................................................................................................... 25 Aula 2 Exercícios de fixação ....................................................................................................... 25 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 2 Introdução Inicialmente nesta você trabalhará os conceitos e as teorias da Administração Pública no Brasil. Abordaremos o conceito de federalismo, sua origem e aplicação no Brasil. Conhecer o federalismo é de fundamental importância para compreendermos a dinâmica e as relações entre os entes federados. Neste contexto é apresentado o conceito de autonomia que permite e restringe a legislação de assuntos dentro das esferas da União, estados e municípios, conforme prescrito na Constituição Federal. Em seguida serão discutidas as funções administrativas e os princípios da Administração Pública. O exercício de tais funções tem por base o princípio da supremacia do interesse público e o princípio da indisponibilidade do interesse público. Conhecer os princípios da Administração Pública é de fundamental importância ao Gestor, pois possibilita compreender os contornos de sua atuação no serviço público. Finalizando, será apresentada a evolução da Administração Pública no Brasil, desde os primórdios até os dias atuais, evidenciando as fases desse processo, diferenciando os modelos de Administração Pública patrimonialista, burocrática e gerencial. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 3 Por fim, encerraremos esta aula abordando o Estado brasileiro. O Brasil tem um Estado republicano, democrático e representativo. Trata-se de uma República federativa e presidencialista composta de três poderes independentes: Executivo, Legislativo e Judiciário. A federação é formada por entes subnacionais com autonomia e regida pela Constituição. Preparado para iniciar a aula? Bons estudos! Objetivo: 1. Definir Administração Pública e seus princípios; 2. Descrever as fases evolutivas da Administração Pública no Brasil. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 4 Conteúdo Definições e teorias da Administração Pública Para compreender como funciona o Brasil e sua Administração Pública, vamos iniciar com o conceito e a origem do federalismo. Formalmente criado com a Constituição dos Estados Unidos, de 1787, o Estado Federal se traduz na junção de estados sob o comando de um poder central e com forte descentralização de poder e competências. As responsabilidades e competências de cada nível de poder estão delineadas na Constituição Federal. Portanto, quando se fala em federalismo, faz-se referência direta a um país em que a responsabilidade pela Administração Pública está compartilhada entre os governos nos níveis local, regional e nacional, numa relação de poder em que a soberania emana do poder central. Nessa estrutura, cabe aos governos estaduais e municipais se organizarem para exercer suas competências, montar as suas estruturas administrativas e desempenhar todas as suas funções conforme o que está proclamado na Constituição Federal. A origem do federalismo no Brasil O federalismo foi implantado no Brasil simultaneamente à Proclamação da República e formalizado com a Constituição de 1891, e acabou se inspirando no modelo norte-americano. O federalismo brasileiro teve como origem um poder centralizado que se distribuiu por diferentes unidades federativas, sem que claramente o grau de autonomia dos estados e dos municípios fosse efetivamente delimitado. Desta forma, mesmo com esse processo de aparente descentralização, foi mantido um poder central que ora se perdia, ora se fortalecia. O federalismo na Primeira República (1889-1930) foi marcado pela presença muito forte da política estadual, o que conferia um razoável grau de autonomia aos estados. O presidente da República dependia fundamentalmente dos ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 5 governadores estaduais para tomar medidas e evitar crises de governo. Do ponto de vista do exercício do poder central esse período também ficou conhecido como a República dos Governadores. O federalismo na era Vargas Durante a era Vargas (1930-1945), o federalismo brasileiro passou por um processo de transformação. Em resposta ao forte “estadualismo” da Primeira República, a Constituição de 1934 definiu mais claramente o papel da União e reduziu as atribuições dos estados, embora tenha mantido o princípio daautonomia dos estados federativos. Em 1937, iniciou-se o período autoritário da era Vargas, denominado Estado Novo. Nesse período, a excessiva centralização de poder nas mãos do presidente da República deu-lhe a possibilidade de intervir nos estados e controlar as instituições políticas. Com o fim do Estado Novo, em 1945, e a promulgação da Constituição democrática de 1946, a tendência centralizadora foi revertida: devolveu-se a autonomia a estados e municípios e concedeu-se a estes o direito de se autogovernar. Contudo, os avanços ocorreram de forma incompleta. Por mais que estados e municípios tenham ganhado autonomia administrativa e novas competências, os recursos para se tornarem governos autônomos, de fato, foram insuficientes. O federalismo na nossa História recente Entre 1964 e 1984, o desenvolvimento da democracia e a descentralização das ações do governo foram novamente interrompidos no Brasil. Com o regime militar, retomou-se novamente uma perspectiva centralizadora e, mais uma vez, estados e municípios tiveram suas atribuições e competências políticas extremamente reduzidas. A constituição de 1967 centralizou as responsabilidades na esfera federal. Com o advento da Constituição de 1988 que promoveu a descentralização de poder e de serviços entre os entes federativos, possibilitou também o ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 6 surgimento, ou a reformulação, de arranjos intergovernamentais com o objetivo de maximizar esforços para enfrentar os problemas socioeconômicos vivenciados coletivamente em municípios de uma mesma região. Independentemente de os arranjos estarem sob a forma de regiões metropolitanas ou se denominarem consórcios intermunicipais, eles não implicam a criação de novos entes federativos. Enfim, União, estados e municípios são tratados como entes federativos, sendo que os dois últimos passam a gozar de autonomia administrativa e capacidade de autogoverno. A função administrativa No Estado Democrático de Direito, a função administrativa é a atividade desempenhada pelas pessoas estatais, sujeitas a controle jurisdicional, no fiel cumprimento do dever de alcançar o interesse público. Essa função é marcada pela conjugação de dois princípios caracterizadores do regime jurídico administrativo, quais sejam: Princípio da supremacia do interesse público - Esse princípio, também conhecido por princípio da prevalência do interesse público sobre o interesse particular, assegura a quem exerce a competência administrativa uma posição de privilégio e supremacia a fim de que as necessidades sociais sejam alcançadas e, desse modo, a finalidade pública seja cumprida. Princípio da indisponibilidade do interesse público - Esse princípio, da indisponibilidade do interesse público pelo titular de competência administrativa, determina a subordinação da atividade administrativa aos princípios jurídicos que vinculam à concretização do interesse público. Isso quer dizer que os órgãos e entidades estatais são meros instrumentos da realização da função administrativa, cujo exercício é destinado ao benefício social. Assim sendo, como a Administração não titulariza os interesses públicos primários, podemos afirmar que tais interesses são indisponíveis pelas pessoais estatais cabendo às mesmas, na sua gestão, protegê-los. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 7 As atividades administrativas sob o aspecto material Sob o aspecto material, as principais atividades administrativas são: Serviço público - É uma das atividades mais protegidas no Direito Administrativo. Onde houver serviço público o Direito Administrativo é bastante cuidadoso para que a prestação desse serviço chegue ao corpo social com qualidade e sem falhas. O serviço público está previsto no artigo 175 da Constituição Federal de 1988, que reza o seguinte: “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. Importa ressaltar que a titularidade do serviço público pertence sempre à Administração Pública Direta ou Indireta, sendo que o particular pode ser mero prestador dessa atividade. Um exemplo clássico de serviço público é a distribuição de energia elétrica e água. Poder de polícia - É o poder de fiscalização da Administração. Quem cria obrigações para o particular é a lei e quem cria a lei é o legislador. Assim a lei impõe obrigações para o particular e cabe à Administração fiscalizar se estes particulares estão cumprindo a lei. Conforme o Artigo 5º, inciso II, da CF/88 “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Exemplo: polícia sanitária fiscaliza o cumprimento das leis sanitárias, que regulamentam as atividades de restaurantes, bares e farmácias, protegendo a saúde e a segurança dos consumidores. Fomento - Consiste no incentivo que a Administração faz a particulares especiais visando a um bem comum. Está diretamente ligado ao terceiro setor, que são particulares especiais, os quais buscam interesses públicos, e por esse motivo são incentivados pela Administração a continuarem exercendo essas atividades. Exemplo: organizações sociais que buscam interesses sociais sem fins lucrativos. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 8 Intervenção no domínio econômico - É aquela atividade em que a Administração atua por meios diretos e indiretos no mercado capitalista. A Administração vai regulamentar esse mercado, apenas no caso de ser verificado relevante interesse coletivo ou algum fator ligado à segurança nacional. Essa intervenção está prevista no Artigo 173 da CF/88, que dispõe: “ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”. Gestão de bens públicos - É a atividade responsável por cuidar para que a utilização do bem público esteja em conformidade com o interesse social a que deve servir. Intervenção no direito de propriedade do particular - É uma forma de atuação constitucionalmente prevista, desde que observadas as condições prescritas. Mesmo sendo o direito de propriedade assegurado pelo Artigo 5º, XXII, da CF/88 e consistindo num direito e garantia fundamental, esse direito não é absoluto. Ele pode sofrer, portanto, diversos condicionamentos e limitações advindas da atividade administrativa. São institutos que permitem a incidência administrativa sobre o exercício do direito de propriedade: a desapropriação, o tombamento, a requisição administrativa, a limitação administrativa, a ocupação temporária e a servidão administrativa. Princípios da Administração Pública Os princípios básicos da Administração Pública estão consubstanciados em regras de observância permanente e obrigatória para o bom administrador! Vamos a eles? Legalidade - Como princípio de administração, a legalidade implica que o gestor público esteja, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 9 mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. A eficácia de toda atividade administrativa está condicionada ao atendimento da Lei e do Direito. Com isso, fica evidente que, além da atuação conforme à lei, a legalidade significa, igualmente, a observância dos princípios.Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na Administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa “pode fazer assim”; para o administrador público significa “deve fazer assim”. Além de atender à legalidade, o ato do administrador público deve conformar-se com a moralidade e a finalidade administrativas para dar plena legitimidade à sua atuação. Moralidade - Constitui, hoje, pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública. Não se trata da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração Pública. Sendo assim, o Gestor público, como ser humano possuidor de capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o bem do mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto. Impessoalidade ou finalidade - Esse critério básico nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao gestor público que só pratique o ato para o seu fim legal. O fim legal é exclusivamente aquele que o Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato de forma impessoal. A finalidade terá sempre um objetivo certo e inafastável de qualquer ato administrativo: o interesse público. O princípio da finalidade veda a prática de ato administrativo sem interesse público ou conveniência para administração. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 10 Razoabilidade e proporcionalidade - Conhecido como princípio da proibição de excesso, que, em última análise, objetiva aferir a compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública, lesão aos direitos fundamentais. Um ponto importante a ser observado é que a razoabilidade não pode ser lançada como instrumento de substituição da vontade da lei pela vontade do julgador ou do intérprete. Publicidade - Este princípio trata da divulgação oficial do ato para conhecimento público e do início de seus efeitos externos. A publicidade não é elemento formativo do ato e sim requisito de eficácia e moralidade. Em princípio, todo ato administrativo deve ser publicado, porque pública é a Administração que o realiza, só se admitindo sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior da Administração a ser preservado em processo previamente declarado sigiloso. O princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa a proporcionar seu conhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo povo em geral, através dos meios constitucionais. A publicidade, como princípio de Administração Pública, abrange toda atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus atos como, também, de propiciação de conhecimento da conduta interna de seus agentes. Por fim, a publicação que produz efeitos jurídicos é a do órgão oficial da Administração, e não a divulgação pela imprensa particular, pela televisão ou pelo rádio, ainda que em horário oficial. Eficiência - O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 11 Segurança jurídica - O princípio da segurança jurídica é considerado como uma das vigas mestras da ordem jurídica, sendo um dos subprincípios básicos do próprio conceito do Estado de Direito. É também conhecido como princípio da boa-fé dos administrados ou da proteção da confiança. A ele está ligada a exigência de maior estabilidade das situações jurídicas. Motivação - O princípio da motivação dos atos administrativos, após a Constituição Federal de 1988, está inserido no nosso regime político. Da evolução do Estado absolutista, no qual imperava a vontade pessoal do monarca com força de lei, avançamos para o Estado de Direito, onde só prevalece a vontade das normas jurídicas. Nos Estados modernos já não existe a autoridade pessoal do governante, senão a autoridade impessoal da lei. De forma objetiva, pela motivação o gestor público justifica a ação administrativa, indicando os fatos que ensejam o ato e os preceitos jurídicos que autorizam sua prática, excetuam-se a esta regra as decisões oriundas do poder discricionário. Desta forma, a motivação deve apontar a causa e os elementos determinantes da prática do ato administrativo, bem como o dispositivo legal em que se funda. Autotutela - O princípio da autotutela instrumenta a Administração para a revisão de seus próprios atos, consubstanciando um meio adicional de controle da atualização da Administração Pública. Esse princípio está consagrado na Súmula nº 473 do STF. Interesse público - Também chamado de princípio da supremacia do interesse público ou da finalidade pública, com o nome de interesse público a Lei nº 9.784/99 coloca-o como um dos princípios de observância obrigatória pela Administração Pública, correspondendo ao atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competência, salvo autorização em lei. O princípio do interesse público está intimamente ligado ao da finalidade. A primazia do interesse público sobre o privado é inerente à atuação estatal e domina-a, na medida em que a existência do Estado justifica- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 12 se pela busca do interesse geral. Dele decorre o princípio da indisponibilidade do interesse público, segundo o qual a Administração Pública não pode dispor desse interesse geral nem renunciar a poderes que a lei lhe deu para tal tutela, mesmo porque ela não é titular do interesse público, cujo titular é o Estado, que, por isso, mediante lei poderá autorizar a disponibilidade ou a renúncia. A introdução da metodologia na Administração Pública brasileira No Brasil, o modelo de administração burocrática emerge a partir dos anos 30. Surge no quadro da aceleração da industrialização brasileira, em que o Estado assume papel decisivo, intervindo pesadamente no setor produtivo de bens e serviços. A partir da reforma empreendida no governo Vargas por Maurício Nabuco e Luiz Simões Lopes, a Administração Pública sofre um processo de racionalização que se traduziu no surgimento das primeiras carreiras burocráticas e na tentativa de adoção do concurso como forma de acesso ao serviço público. A implantação da Administração Pública burocrática é uma consequência clara da emergência de um capitalismo moderno no país. O DASP Com o objetivo de realizar a modernização administrativa, foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP, em 1936. Nos primórdios, a Administração Pública sofre a influência da teoria da administração científica de Taylor, tendendo à racionalização mediante a simplificação, padronização e aquisição racional de materiais, revisão de estruturas e aplicação de métodos na definição de procedimentos. Registra-se que, neste período, foi instituída a função orçamentária enquanto atividade formal e permanentementevinculada ao planejamento. No que diz respeito à administração dos recursos humanos, o DASP representou a tentativa de formação da burocracia nos moldes weberianos, baseada no princípio do mérito profissional. Entretanto, embora tenham sido valorizados instrumentos importantes à época, tais como o instituto do concurso público e do treinamento, não se chegou a adotar consistentemente ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 13 uma política de recursos humanos que respondesse às necessidades do Estado. O patrimonialismo (contra o qual a Administração Pública burocrática se instalara), embora em processo de transformação, mantinha ainda sua própria força no quadro político brasileiro. O coronelismo dava lugar ao clientelismo e ao fisiologismo. As tentativas posteriores Tendo em vista as inadequações do modelo, a administração burocrática implantada a partir da década de 30 sofreu sucessivas tentativas de reforma. Não obstante, as experiências se caracterizaram, em alguns casos, pela ênfase na extinção e criação de órgãos, e, em outros, pela constituição de estruturas paralelas, visando alterar a rigidez burocrática. Na própria área da reforma administrativa, esta última prática foi adotada, por exemplo, no Governo JK, com a criação de comissões especiais, como a Comissão de Estudos e Projetos Administrativos, objetivando a realização de estudos para simplificação dos processos administrativos e reformas ministeriais, e a Comissão de Simplificação Burocrática, que visava à elaboração de projetos direcionados para reformas globais e descentralização de serviços. As reformas relacionadas no governo militar A reforma operada em 1967 pelo Decreto-Lei nº 200, entretanto, constitui um marco na tentativa de superação da rigidez burocrática, podendo ser considerada como um primeiro momento da administração gerencial no Brasil. Mediante o referido Decreto-Lei, realizou-se a transferência de atividades para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, a fim de obter-se maior dinamismo operacional por meio da descentralização funcional. Instituíram-se como princípios de racionalidade administrativa o planejamento e o orçamento, o descongestionamento das chefias executivas superiores (desconcentração/ descentralização), a tentativa de reunir competência e informação no processo decisório, a sistematização, a coordenação e o controle. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 14 O paradigma gerencial da época, compatível com o monopólio estatal na área produtiva de bens e serviços, orientou a expansão da administração indireta, numa tentativa de "flexibilizar a administração" com o objetivo de atribuir maior operacionalidade às atividades econômicas do Estado. Entretanto, as reformas operadas pelo Decreto-Lei nº 200/67 não desencadearam mudanças no âmbito da administração burocrática central, permitindo a coexistência de núcleos de eficiência e competência na administração indireta e formas arcaicas e ineficientes no plano da administração direta ou central. O núcleo burocrático foi, na verdade, enfraquecido indevidamente através de uma estratégia oportunista do regime militar, que não desenvolveu carreiras de administradores públicos de alto nível, preferindo, ao invés, contratar os escalões superiores da administração por meio das empresas estatais. Em meados dos anos 70, uma nova iniciativa modernizadora da Administração Pública teve início, com a criação da SEMOR – Secretaria da Modernização. Reuniu-se em torno dela um grupo de jovens administradores públicos, muitos deles com formação em nível de pós-graduação no exterior, que buscou implantar novas técnicas de gestão, e particularmente de administração de recursos humanos, na Administração Pública federal. No início dos anos 80, registrou-se uma nova tentativa de reformar a burocracia e orientá-la na direção da Administração Pública gerencial, com a criação do Ministério da Desburocratização e do Programa Nacional de Desburocratização – PrND, cujos objetivos eram a revitalização e agilização das organizações do Estado, a descentralização da autoridade, a melhoria e simplificação dos processos administrativos e a promoção da eficiência. As ações do PrND voltaram-se inicialmente para o combate à burocratização dos procedimentos. Posteriormente, foram dirigidas para o desenvolvimento do Programa Nacional ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 15 de Desestatização, num esforço para conter os excessos da expansão da administração descentralizada, estimulada pelo Decreto-Lei nº 200/67. As ações rumo a uma Administração Pública gerencial são, entretanto, paralisadas na transição democrática de 1985 que, embora representasse uma grande vitória democrática, teve como um de seus custos mais surpreendentes o loteamento dos cargos públicos da administração indireta e das delegacias dos Ministérios nos estados para os políticos dos partidos vitoriosos. Um novo populismo patrimonialista surgia no país. De outra parte, a alta burocracia passava a ser acusada, principalmente pelas forças conservadoras, de ser a culpada da crise do Estado, na medida em que favorecera seu crescimento excessivo. A conjunção desses dois fatores leva, na Constituição de 1988, a um retrocesso burocrático sem precedentes. Sem que houvesse maior debate público, o Congresso Constituinte promoveu um surpreendente engessamento do aparelho estatal, ao estender para os serviços do Estado e para as próprias empresas estatais praticamente as mesmas regras burocráticas rígidas adotadas no núcleo estratégico do Estado. A redução da flexibilidade operacional por meio da Constituição de 1988 A nova Constituição determinou a perda da autonomia do Poder Executivo para tratar da estruturação dos órgãos públicos, instituiu a obrigatoriedade de regime jurídico único para os servidores civis da União, dos estados-membros e dos municípios, e retirou da administração indireta a sua flexibilidade operacional, ao atribuir às fundações e autarquias públicas normas de funcionamento idênticas às que regem a administração direta. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 16 Esse retrocesso burocrático foi em parte uma reação ao clientelismo que dominou o país naqueles anos. Foi também uma consequência de uma atitude defensiva da alta burocracia que, sentindo-se injustamente acusada, decidiu defender-se de forma irracional. O uso da descentralização promovida no Decreto-Lei nº 200 O retrocesso burocrático não pode ser atribuído a um suposto fracasso da descentralização e da flexibilização da Administração Pública que o Decreto-Lei nº 200 teria promovido. Embora alguns abusos tenham sido cometidos em seu nome, seja em termos de excessiva autonomia para as empresas estatais, seja em termos do uso patrimonialista das autarquias e fundações (onde não havia a exigência de processo seletivo público para a admissão de pessoal), não é correto afirmar que tais distorções possam ser imputadas como causas do mesmo. Na medida em que a transição democrática ocorreu no Brasil em meio à crise do Estado, essa última foi equivocadamente identificada pelas forças democráticas como resultado, entre outros, do processo de descentralização que o regime militar procurara implantar. Os resultados da campanha contra a estatização Por outro lado, a transição democrática foi acompanhada por uma ampla campanha contra a estatização, que levou os constituintes a aumentar os controles burocráticos sobre as empresas estatais e a estabelecer normas rígidaspara a criação de novas empresas públicas e de subsidiárias das já existentes. Afinal, geraram-se dois resultados: de um lado, o abandono do caminho rumo a uma Administração Pública gerencial e a reafirmação dos ideais da Administração Pública burocrática clássica; de outro lado, dada a ingerência patrimonialista no processo, a instituição de uma série de privilégios, que não se coadunam com a própria Administração Pública burocrática. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 17 Instituição de privilégios Administração Pública gerencial Como exemplos temos a estabilidade rígida para todos os servidores civis, diretamente relacionada à generalização do regime estatutário na administração direta e nas fundações e autarquias, a aposentadoria com proventos integrais sem correlação com o tempo de serviço ou com a contribuição do servidor. O espírito público brasileiro que batalhou pelo desenvolvimento Todos esses fatos contribuíram para o desprestígio da Administração Pública brasileira, não obstante o fato de que os administradores públicos brasileiros são majoritariamente competentes, honestos e dotados de espírito público. Essas qualidades, que eles demonstraram desde os anos 30, quando a Administração Pública profissional foi implantada no Brasil, foram um fator decisivo para o papel estratégico que o Estado jogou no desenvolvimento econômico brasileiro. A implantação da indústria de base nos anos 40 e 50, o ajuste nos anos 60, o desenvolvimento da infraestrutura e a instalação da indústria de bens de capital, nos anos 70, de novo o ajuste e a reforma financeira, nos anos 80, além da liberalização comercial nos anos 90, não teriam sido possíveis não fossem a competência e o espírito público da burocracia brasileira. Uma síntese da História recente As distorções provocadas pela nova Constituição logo se fizeram sentir. No governo Collor, entretanto, a resposta a elas foi equivocada e apenas agravou os problemas existentes, na medida em que se preocupava em destruir ao invés de construir. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 18 O governo Itamar Franco buscou essencialmente recompor os salários dos servidores, que haviam sido violentamente reduzidos no governo anterior. O discurso de reforma administrativa assume uma nova dimensão a partir de 1994, quando a campanha presidencial introduz a perspectiva da mudança organizacional e cultural da Administração Pública no sentido de uma administração gerencial. Os modelos de Administração Pública Na aula anterior, introduzimos esse assunto quando abordarmos as formas históricas de Estado, agora iremos aprofundar um pouco a respeito dos modelos de Administração Pública: Administração Pública Patrimonialista No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados prebendas. A res publica não é diferenciada das res principis. Em consequência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração. No momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado e a sociedade civil passam a se distinguir do Estado. Nesse novo momento histórico, a administração patrimonialista torna- se uma excrescência inaceitável. Administração Pública Burocrática Surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, como forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista. Constituem princípios orientadores do seu desenvolvimento a profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional-legal. Os controles administrativos visando evitar a corrupção e o nepotismo são sempre a priori. Parte-se de uma desconfiança prévia nos administradores públicos e nos cidadãos que a eles dirigem demandas. Por isso ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 19 são sempre necessários controles rígidos dos processos, como por exemplo na admissão de pessoal, nas compras e no atendimento a demandas. Por outro lado, o controle – a garantia do poder do Estado – transforma-se na própria razão de ser do funcionário. Em consequência, o Estado volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que é servir à sociedade. A qualidade fundamental da administração pública burocrática é a efetividade no controle dos abusos; seu defeito, a ineficiência, a autorreferência, a incapacidade de voltar-se para o serviço aos cidadãos vistos como clientes. Esse defeito, entretanto, não se revelou determinante na época do surgimento da Administração Pública burocrática porque os serviços do Estado eram muito reduzidos. O Estado limitava-se a manter a ordem e administrar a justiça, a garantir os contratos e a propriedade. Administração Pública Gerencial Emerge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais do Estado, e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior. A eficiência da Administração Pública – a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário – torna-se então essencial. A reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. A Administração Pública gerencial constitui um avanço e até um certo ponto um rompimento com a Administração Pública burocrática. Isso não significa, entretanto, que negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a Administração Pública gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus princípios fundamentais, como a admissão ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 20 segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de desempenho, o treinamento sistemático. A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da Administração Pública, que continua um princípio fundamental. Na Administração Pública gerencial, o modelo mais atual, a estratégia volta-se (1) para a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade, (2) para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos contratados, e (3) para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados. Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do próprio Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis hierárquicos tornam-se essenciais. Em suma, afirma-se que a Administração Pública deve ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos para os fins. Atividade proposta Baseando-se nos conceitos estudados reflita: Nos dias atuais ainda existem práticas patrimonialistas na Administração Pública? Chave de resposta: A corrupção é um exemplo de prática patrimonialista na Administração Pública.ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 21 Material complementar Para saber mais sobre clientelismo, democracia capitalista, espaços públicos e participação, leia os textos disponíveis em nossa biblioteca virtual. Referências ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. São Paulo: Método, 2010. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 23 jul. 2015. COSTIN, Claudia. Administração pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Exercícios de fixação Questão 1 A função administrativa é a atividade desempenhada pelas pessoas estatais, sujeitas a controle jurisdicional, no fiel cumprimento do dever de alcançar o interesse público. Tal função é estruturada sobre dois princípios: a) Publicidade e anuidade b) Legalidade e economicidade c) Supremacia e indisponibilidade do interesse público d) Moralidade e anuidade e) Legalidade e indisponibilidade do interesse público Questão 2 É a atividade administrativa que confere ao gestor público o poder de fiscalizar: a) Serviço público b) Fomento c) Poder de polícia ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 22 d) Intervenção no domínio econômico e) Gestão dos bens públicos Questão 3 Ao gestor público só é permitido fazer o que está descrito na lei. Essa afirmação está lastreada em qual princípio da Administração Pública. a) Legalidade b) Publicidade c) Moralidade d) Impessoalidade e) Economicidade Questão 4 Em qual sistema cabe aos governos estaduais e municipais se organizarem para exercer suas competências, montar as suas estruturas administrativas e desempenhar todas as suas funções conforme o que está proclamado na Constituição Federal. a) Estado Unitário b) Democracia c) Utilitarismo d) Totalitarismo e) Federalismo Questão 5 É o princípio que imputa a atividade administrativa ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional: a) Legalidade b) Eficiência c) Moralidade d) Publicidade e) Interesse público ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 23 Questão 6 A implantação da Administração Pública burocrática foi uma consequência clara da emergência de um capitalismo moderno no país. Com o objetivo de realizar a modernização administrativa, foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público - DASP, em 1936, que objetivou: a) A formação da burocracia nos moldes weberianos, baseada no princípio do mérito profissional. b) A extinção do princípio da meritocracia no serviço público e a inserção de promoções por tempo de serviço. c) Potencialização do patrimonialismo. d) Valorização do gerencialismo. e) Aumento da máquina pública. Questão 7 Roberto é um Comandante de uma unidade operacional da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, e por exercer essa função possui a prerrogativa legal de utilizar uma viatura com motorista para seus deslocamentos pertinentes à função que exerce. Rotineiramente, seu motorista realiza serviços particulares, como pegar os filhos no colégio, levar a esposa ao médico, pagar contas particulares, dentre outras. Analise a conduta acima descrita e caracterize o modelo de gestão. a) As práticas descritas são inerentes ao modelo gerencial. b) As práticas descritas são inerentes ao modelo burocrático. c) As práticas descritas são inerentes ao modelo do bem-estar social. d) As práticas descritas são inerentes ao modelo patrimonialista. e) As práticas descritas são inerentes ao modelo de administração científica. Questão 8 George é um servidor concursado pelo município de Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro. Em meados de 2012, recebeu uma incumbência do Prefeito em exercício de estruturar uma guarda municipal. Dentro outros feitos, George e sua equipe redigiram o regimento interno da nova guarda municipal, criaram e ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 24 hierarquizaram as funções, estabeleceram critérios objetivos de recrutamento, seleção, treinamento e promoções dos futuros guardas municipais. Criou os sistemas de controles para evitar os desvios de conduta. E por fim, em julho de 2013 apresentou o projeto pronto para análise e secionamento do Prefeito. Analise a conduta acima descrita e caracterize o modelo de gestão. a) As práticas descritas são inerentes ao modelo gerencial. b) As práticas descritas são inerentes ao modelo burocrático. c) As práticas descritas são inerentes ao modelo do bem-estar social. d) As práticas descritas são inerentes ao modelo patrimonialista. e) As práticas descritas são inerentes ao modelo de administração científica. Questão 9 A Secretária de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro criou um modelo de pagamento de prêmio pecuniário às unidades operacionais da Polícia Militar e de delegacias da Polícia Civil que alcançassem as metas impostas para redução da criminalidade do estado. Tal iniciativa caracteriza qual modelo de gestão? a) A iniciativa é inerente ao modelo gerencial. b) A iniciativa é inerente ao modelo burocrático. c) A iniciativa é inerente ao modelo do bem-estar social. d) A iniciativa é inerente ao modelo patrimonialista. e) A iniciativa é inerente ao modelo de administração científica. Questão 10 Em 2012, o Estado Maior da Polícia Militar do Rio de Janeiro determinou um estudo para que ensejasse uma reforma administrativa, e para tanto contratou os serviços de uma consultoria externa. Após seis meses de estudos e levantamentos, a equipe de consultores apresentou um plano de reforma, que indicou a extinção de alguns órgãos, a fusão de diretorias, a mudança de rotinas administrativas que otimizariam a aplicação de recursos humanos, materiais e financeiros. Tal iniciativa caracteriza qual modelo de gestão? a) A iniciativa é inerente ao modelo burocrático. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 25 b) A iniciativa é inerente ao modelo do bem-estar social. c) A iniciativa é inerente ao modelo patrimonialista. d) A iniciativa é inerente ao modelo gerencial. e) A iniciativa é inerente ao modelo de administração científica. Constitucionais: Conforme Art. 5º, incisos LXIX; LXXIII; LXXII; XXXIV, “a”; todos da CF/88. Legalidade: Princípio previsto no caput do Art. 37 da Constituição Federal de 1988. Lei: Ver Art. 2º, parágrafo único, II, da Lei 9.784/99. Segurança jurídica: Ver Art.1º da Lei nº 9.784/99. Sigiloso: Nos termos da Lei nº 8.159, de 8.01.91 e pelo Dec. nº 7.845, de 14.11.2012. Súmula nº 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os diretos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Aula 2 Exercícios de fixação Questão 1 - C ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 26 Justificativa: O princípio da prevalência do interesse público sobre o interesse particular assegura a quem exerce a competência administrativa uma posição de privilégio e supremacia a fim de que as necessidades sociais sejam alcançadas e, desse modo, a finalidade pública seja cumprida. O princípio da indisponibilidade do interesse público pelo titular de competência administrativa determina a subordinação da atividade administrativa aos princípios jurídicos que vinculam à concretizaçãodo interesse público. Questão 2 - C Justificativa: Conforme o Artigo 5º, inciso II, da CF/88. Questão 3 - A Justificativa: Previsto no caput do Artigo 37 da CF/88. Questão 4 - E Justificativa: O federalismo é o sistema que confere autonomia aos entes federados, sobre a tutela da Constituição Federal. Questão 5 - B Justificativa: O da eficiência é o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. Questão 6 - A Justificativa: Com a criação do DASP buscou-se profissionalizar a Administração Pública, tomando por base a formação burocrática weberiana e o intuito de extinguir práticas patrimonialistas. Questão 7 - D Justificativa: A resposta correta é a “D”, pois a prática descrita caracteriza um aparelhamento do Estado, confundindo a coisa pública com a coisa privada. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA 27 Atualmente, nosso ordenamento jurídico abomina tal prática e a caracteriza como crime de improbidade administrativa. Questão 8 - B Justificativa: O modelo burocrático reveste-se de princípios orientadores do seu desenvolvimento à profissionalização, à ideia de carreira, à hierarquia funcional, à impessoalidade, ao formalismo, em síntese, ao poder racional-legal, e as práticas descritas estavam fundamentadas nesses princípios. Questão 9 - A Justificativa: A iniciativa é inerente ao modelo gerencial, pois busca o alcance de resultados, após o estabelecimento de metas gerenciais. Questão 10 - D Justificativa: A iniciativa é inerente ao modelo gerencial, pois objetivou a redução de níveis hierárquicos, otimizou rotinas em busca da eficiência e redução de gastos.
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