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Resenha do caso Adiana Constitucionalização do Direito

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Resenha do caso Adiana, Inc., e o desenvolvimento de um dispositivo de esterilização feminina
A empresa Adiana, Inc. de dispositivos médicos encarou algumas decisões sobre o produto da empresa: o cateter feminino de esterilização. Sendo este, eficiente em animais e também em testes clínicos preliminares em humanos no México. Planejando assim solicitar a aprovação da FDA para iniciar a testagem em larga escala.
O método tem o procedimento é relativamente simples, realizado em consultório médico através da anestesia local. O dispositivo consistia em um cateter de aproximadamente trinta centímetros, extremamente fino, introduzido na vagina sendo guiado até as trompas, dando uma descarga elétrica que causaria uma queimadura no tecido, resultando numa inflamação aguda, e assim deixando o plugue ao retirar o cateter.
Quando o tecido se recupera dessa inflamação, ele cresce por dentro do dispositivo, bloqueando efetivamente o caminho dos óvulos do ovário para o útero, necessitando assim de um cateter para cada trompa.
Não sendo este procedimento 100% eficaz, assim como qualquer outro método. Podendo ocorrer uma falha, porém, sendo ainda um método seguro se comparado aos mais usados.Tendo a desvantagem de ser irreversível e abarcando alguns riscos como reação a anestesia, a perfuração de órgãos e ainda inflamações.
A Adiana precisaria provar junto a FDA que o dispositivo era seguro e efetivo para a esterilização por meio de índices de resultados. 
Em meio a isso, Goeld se viu diante de algumas questões éticas e legais, como a responsabilidade, os custos e grupos de interesse. Chegando a conclusão de que caso ocorresse a gravidez após o procedimento, a Adiana pagaria pelo aborto, se assim desejasse a mulher, e/ou pagaria pelo custo de um procedimento cirúrgico de ligadura de trompa tradicional, se também a mulher desejasse, porém renunciou da responsabilidade moral e financeira, se a mulher optar por seguir com a gestação, não havendo qualquer prestação financeira pertinentes aos cuidados pré-natal e pós-natal. Caso o bebê nascesse com problemas congênitos, os Advogados seriam acionados para preparar a tese de defesa, pois não considerava que o procedimento poderia ser responsável por qualquer deformidade do tipo.
Existe o questionamento se uma pessoa humana pode ser objeto de experimentações científicas. Solução encontrada através do princípio da autonomia, que revela a capacidade que a pessoa humana possui em decidir buscar o que julga melhor para si. Sendo também imprescindível a aplicação dos princípios do consentimento livre e esclarecido em qualquer projeto que envolva o ser humano. Os procedimentos para este fim devem ser realizados em situações que respeitem a dignidade de cada indivíduo, confidencialidade dos dados envolvidos e a proteção de grupos vulneráveis devem ser asseguradas.
A relação entre a empresa e a pessoa a ser testada, se baseia na própria autonomia e no consentimento desta para a realização dos procedimentos, devendo a empresa fornecer a pessoa toda e qualquer informação necessária, essencialmente os riscos do procedimento, possibilitando assim que esta tenha capacidade de fazer a sua escolha.
De maneira nenhuma os pesquisadores devem inventar resultados, nem fraudar laudos e questionários para se manterem nos seus empregos, assim como, juntamente com o patrocinador e a instituição, são responsáveis por dar assistência integral às complicações e danos, não confundindo indenização com ressarcimento.
De fato há exceções, onde as empresas enxergam os pacientes como mero meio para alcançar fins lucrativos, deixando de vê-los como seres humanos, que possuem integridade física, psíquica e intelectual, que ao serem violadas abala o próprio Estado Democrático de Direito que elegeu como um dos seus fundamentos a dignidade da pessoa humana. Sendo esses pacientes tratados como objetos da pesquisa.
Sendo indiscutível que o procedimento de contracepção por meio de cateter da Adiana, como já dito, não é 100% eficaz, bem como se não ficar comprovado que houve negligência do médico quanto a realização do procedimento, não se pode atribuir a empresa a responsabilidade pela indenização caso ocorresse uma gravidez e a mulher optasse por manter esta gestação.
Além disso, a responsabilidade jurídica da empresa vai além do simples custeio de uma cirurgia abortiva ou uma da cirurgia de ligadura, do contrário, faz-se necessária a admissão de medidas processuais cabíveis objetivando a indenização por perdas e danos, exceto quando a mulher optar por continuar a gestação.

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