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1 Ligações Interatômicas em Sólidos Prof. Dr. Jorge Carlos Pereira 2018.2 2 Roteiro da aula Motivação Introdução: conceitos gerais Classificação das ligações interatômicas em sólidos Ligações Primárias Ligação Iônica Ligação Covalente Ligação Metálica Ligação Mista Ligações Secundárias Ligação van der Waals - Dipolo Induzido e Permanente Pontes de hidrogênio Exercícios Considerações finais Referências 3 Motivação Ligações Interatômicas C-Diamante C-grafite CaF2 - Fluorita Cobre Ouro Gelo Tubos de polietileno FeS2 - Pirita Sal gema 4 Motivação Porquê estudar as ligações interatômicas em sólidos? Geralmente, o tipo de ligação interatômica explica a propriedade do material. Exemplo: O carbono pode existir na forma de grafite que é dúctil, escuro e condutor elétrico, e na forma de diamante é extremamente duro, brilhante e isolante elétrico mas condutor térmico. Essa diferença nas propriedades é diretamente atribuída ao tipo de ligação química que é encontrada na grafite e não no diamante. 5 Motivação • As propriedades importantes dos materiais sólidos: - Dependem dos arranjos geométricos dos átomos - Dependem das interações entre eles ou moléculas constituintes. Entender as ligações interatômicas é o primeiro passo em direção à compreensão/explicação das propriedades dos materiais. Em materiais sólidos: - Os átomos são mantidos nas suas posições por ligações. Ligações: - Propiciam resistência - Propiciam propriedades elétricas e térmicas aos materiais 6 ÁTOMO: unidade básica da estrutura interna de qualquer material Composição: • Núcleo que contém prótons e neutrons • Elétrons “girando” em torno do núcleo • Elétrons e prótons são carregados eletricamente, enquanto neutrons são neutros: • Elétrons carregados negativamente; • Prótons carregados positivamente; • Carga elétrica: 1,6 x 10-19 C. Prótons e neutrons possuem ± a mesma massa: • 1,67 x 10-27 kg • Elétrons possuem massa muito menor: • 9,11 x 10-31 kg Elétrons “girando” em volta do núcleo em níveis de energia discretos. Núcleo: prótons - dão o número atômico (Z) neutrons - dão o número isotópico (N) Responsáveis pela ligação atômica Átomo eletricamente neutro: - Nº de elétrons = Nº prótons Introdução - Conceitos Gerais: 7 Introdução - Conceitos Gerais: • Orbitais e níveis de energia Os elétrons são atraídos pelos prótons Os elétrons se distribuem em orbitais (diferente de órbita) – Níveis de energia bem definidos (discretos - modelo quântico) • Os elétrons não podem assumir níveis intermediários • Para trocar de nível, os elétrons tem que receber a energia exata que diferencia dois níveis. – A energia é função da distância dos elétrons ao núcleo • Entendimento dos números quânticos ( n, l, ml , spin) • Quanto mais perto do núcleo mais ligado estará o elétron • Quanto mais longe do núcleo menos ligado – Se o elétron recebe energia suficiente, ele é arrancado, se torna um elétron livre e o átomo é ionizado. 8 Introdução - Conceitos Gerais: • Modelo clássico vs modelo quântico Órbita Orbital Vs 9 Os átomos tem tendência natural para se ligarem e assim adquirirem uma configuração eletrônica mais estável, diminuindo a sua energia potencial. Diminuição da energia livre de Gibbs da substância. Introdução - Conceitos Gerais: • O que acontece quando aproximamos dois átomos, inicialmente separados por uma distância infinita? r - distância interatômica 10 Introdução - Conceitos Gerais: Forças e Energias de Ligação: Quanto mais próximos os átomos maior a força atrativa entre eles, mas se houver sobreposição das camadas internas as forças repulsivas serão dominantes. A distância entre 2 átomos é determinada pelo balanço das forças atrativas e repulsivas. Quando a soma das forças atrativas e repulsivas é zero, os átomos estão na chamada distância de equilíbrio, ro . Força atrativa Força repulsiva Distância de equilíbrio Distância interatômica Força total 11 Introdução - Conceitos Gerais: Forças de ligação: A inclinação da curva no ponto de equilíbrio dá a força necessária para separar os átomos sem promover a quebra da ligação. Os materiais que apresentam uma inclinação acentuada são considerados materiais rígidos. Ao contrário, materiais que apresentam uma inclinação mais tênue (suave) são bastante flexíveis. A rigidez está também associada com módulo de elasticidade (E) que é determinado da inclinação da curva tensão versus deformação obtida no ensaio mecânico de resistência à tração. 12 Introdução - Conceitos Gerais: Forças de ligação: Força Total ou Força Resultante FTOTAL = FA + FR FAtração= -A/r 2 FRepulsão= B/r n A, B e n são valores que dependem do sistema iônico em questão r - distância interatômica 13 Introdução - Conceitos Gerais: Resumindo: Forças de Ligação FT = FA + FR = 0 - Quando FA e FR se contrabalançam, existe um estado de equílibrio. Os centros dos dois átomos permanecerão separados pela distância de equílibrio, r0 . - Para muitos átomos, r0 é aproximadamente de 0,3 nm. Nessa posição, qualquer tentativa de separar os átomos será contrabalançada pela força atrativa, enquanto uma tentativa de aproximar os átomos sofrerá a resistência da crescente força repulsiva. 14 Introdução - Conceitos Gerais: Forças de ligação: Força atrativa : obedece à Lei de Coulomb • r - é a distância interatômica • z1 e z2 - são as valências dos 2 tipos de íons • e - é a carga do elétron (1,602*10-19 C) • 0 - é a permissividade do vácuo (8,85*10 -12 F/m) A B 15 Introdução - Conceitos Gerais: Energias de ligação: Algumas vezes é mais conveniente trabalhar com energia (potencial) do que com forças de ligações. Matematicamente, energia (E) e força de ligações (F) estão relacionadas por : ET = FT .dr e (ET = FA . dr + FB .dr ) A menor energia é o ponto de equilíbrio. •Eo é a energia mínima que teria que fornecer para separar 2 átomos. •Quanto mais profundo o poço de Epotencial mais estável será o composto, e então maior será a temperatura de fusão do material. • Uma vez que é requerida mais energia para aproximar os átomos do que para afastá-los a curva não é simétrica. Por essa razão, a maioria dos materiais tendem a se expandir quando aquecidos. ro Eo 16 Introdução - Conceitos Gerais: Curva de energia potencial vs distância interatômica: Assimetria da curva (é requerida mais energia para aproximar os átomos do que para afastá-los) Expansão térmica 17 Introdução - Conceitos Gerais: Energias de ligação: Cerâmicas, metais e polímeros Expansão térmica Espaçamento interatômico, χ Energia Polímeros (baixo E, elevado α ) Cerâmicas (elevado E, baixo α ) Metais 18 Introdução - Conceitos Gerais: Forças e Energias de ligação: Quando energia é fornecida a um material, a vibração térmica faz com que os átomos oscilem próximos aoestado de equilíbrio. Devido a assimetria da curva de “energia de ligação versus distância interatômica”, a distância média entre os átomos aumenta com o aumento da temperatura. Quanto mais estreito e mais profundo for o mínimo de Epotencial maior será a energia envolvida na ligação, maior será o ponto se fusão do composto, menor é o coeficiente de expansão térmica do material, αl . Ex: cerâmicos 19 LIGAÇÕES INTERATÔMICAS EM SÓLIDOS - CLASSIFICAÇÃO 20 Classificação das ligações Tipos de ligação interatômica em sólidos: Ligações Primárias ou Fortes ou Químicas Iônica Covalente Metálica Ligações Secundárias ou Fracas ou Físicas van der Waals (eletrostáticas) Pontes de hidrogênio Dipolo Induzido Dipolo Permanente Ligação de hidrogênio Mista 21 Ligações Primárias Ligação iônica: Na Cl Cl- Na+ • O Sódio (Na) tem apenas um elétron na última camada. Este elétron é fracamente ligado porque os outros 10 elétrons blindam a atração do núcleo. • O Cloro (Cl) tem 7 elétrons na última camada. Se adquirir mais um elétron forma uma configuração mais estável. • O Sódio perde um elétron e se ioniza, ficando com carga positiva (cátion). • O Cloro ganha o elétron e também se ioniza, ficando Negativo (âNion). • Os íons se ligam devido à atração Coulombiana entre cargas opostas. • Formada entre dois átomos que se ionizam Exemplo do NaCl 22 Ligações Primárias Ligação iônica: • Formada entre dois átomos que se ionizam Doa elétrons Recebe elétrons He - N e - Ar - K r - Xe - Rn - F 4.0 Cl 3.0 B r 2.8 I 2.5 At 2.2 Li 1.0 Na 0.9 K 0.8 Rb 0.8 Cs 0.7 Fr 0.7 H 2.1 Be 1.5 Mg 1.2 Ca 1.0 Sr 1.0 Ba 0.9 Ra 0.9 Ti 1.5 Cr 1.6 Fe 1.8 Ni 1.8 Zn 1.8 As 2.0 CsCl MgO CaF 2 NaCl O 3.5 23 Ligações Primárias Ligação iônica: • Ionização de átomos para adquirir configuração estável de um gás nobre – diminuição da Epotencial 24 Ligações Primárias Ligação iônica: • Formada entre dois átomos que se ionizam • Os elétrons de valência são transferidos entre átomos produzindo íons. • Forma-se com átomos de diferentes eletronegatividades (um alta e outro baixa) • A ligação iônica não é direcional, a atração é mútua • A ligação é forte = 600 a 1500 kJ/mol (por isso o PF dos materiais com esse tipo de ligação é geralmente alto) • O tipo de ligação predominante nos materiais cerâmicos é iônica. • Atração Coulombiana (atração entre íons de carga diferente) 25 Ligações Primárias Ligação iônica: • Em termos de energia potencial vs distância interatômica • Os íons se ligam devido à atração Coulombiana entre cargas opostas. • Quanto mais negativa for a energia potencial de ligação, mais forte será a ligação e mais estável será o composto. 26 Ligações Primárias Ligação iônica: • Número de Coordenação (NC) • Número de vizinhos mais próximos de um dado átomo, ou íon. • Os cátions tendem a estar rodeados do maior número de vizinhos ânions, e vice-versa. A força de ligação é igual em todas as direções. Para formar um material 3D é necessário que cada íon de um tipo esteja cercado de íons do outro tipo é não direcional 27 Ligações Primárias Ligação iônica: consequências !!! • Compostos (cristais iônicos) tendem a ser quebradiços: Para deformar a estrutura cristalina ou deslizar uma parte na outra, íons de mesma carga seriam justapostos. Ao forçar o escorregamento, há ruptura (em vez de deformação dúctil), em geral ao longo dos planos de clivagem. Elevada repulsão 28 Ligações Primárias Ligação iônica: consequências !!! • Compostos (cristais iônicos) são facilmente dissolvidos em água: 29 Ligações Primárias Ligação Covalente: • Gerada pelo compartilhamento de elétrons de valência entre os átomos. Cl Cl Ex: Mólecula de Cl2 , diamante, grafita, Si, Ge, polímeros (ex: PE) Elétrons de valência são os elétrons dos orbitais mais externos. Um elétron de cada átomo é compartilhado com o outro, gerando uma camada completa para ambos. É direcional - isto é, entre dois átomos só pode existir apenas uma direção no compartilhamento eletrônico. 30 Ligações Primárias Ligação Covalente: • Os elétrons de valência são compartilhados • Forma-se com átomos de alta eletronegatividade • A ligação covalente é direcional e forma ângulos bem definidos entre os átomos (gera estruturas mais abertas, menos compactas) • A ligação covalente é forte = 500 a 1600 kJ/mol • Esse tipo de ligação é comum em sólidos covalentes, (diamante e grafite, Si, Ge), algumas cerâmicas e compostos orgânicos, por exemplo em polímeros. Ex: metano (CH4 ) 31 Ligações Primárias Ligação Covalente: carbono A ligação covalente é direcional e forma ângulos bem definidos Estrutura hexagonal lamelar Estrutura cúbica do diamante Grafite Diamante θ= 120º NC=3 θ =109,5º NC=4 32 Ligações Primárias Ligação Covalente: carbono - diamante • Duro (10 na escala de Mohs) • Elevado PF 3550 ºC • Isolante elétrico • Condutor térmico (dos conhecidos, um dos melhores) • A estrutura tridimensional rígida do cristal faz com que a vibração de um átomo numa parte quente seja rapidamente transmitida às partes mais distantes frias, por meio das ligações covalentes Estrutura cúbica do tipo diamante os átomos de C ocupam posições tetraédricas na célula cristalina, formando um ângulo de 109,5º entre eles. 33 Ligações Primárias Ligação Covalente: carbono - diamante Hibridização sp Tetraédros 34 Ligações Primárias Ligação Covalente: carbono - grafite • Macio (dureza 1-2) • Opaco • Condutor elétrico • Untuoso (usado como lubrificante sólido) • Os átomos de carbono na grafita também são unidos fortemente através de ligações covalentes, mas só dentro de um plano, diferentemente da rede 3D das ligações do diamante. Estes planos de átomos de carbono simplesmente empilham-se uns sobre os outros, sendo as forças de união entre os planos, muito fracas. Os planos de átomos de carbono podem então deslizar facilmente uns sobre os outros, e por isto a grafita é um importante lubrificante sólido! Ligação forte Ligação fraca Estrutura hexagonal tipo lamelar 35 Ligações Primárias Ligação Covalente: carbono - grafite Hibridização sp O orbital 2pz, não hibridizado, que acomoda o quarto elétron forma um orbital deslocalizado com simetria π. 36 Ligações Primárias Ligação Covalente: carbono - grafite 37 Ligações Primárias Ligação Covalente: hibridização (relembrar da química) Em alguns átomos, os orbitais dos subníveis atômicos s e p se misturam (ou fundem), dando origem a orbitais híbridos sp, sp² e sp³. Uma ligação hibridizada se efetua pela superposição de orbitais semi- preenchidos (com apenas um elétron), com o objetivo de baixar aenergia da substância. A hibridação explica a formação de algumas ligações, bem como a disposição geométrica de algumas moléculas. 38 Ligações Primárias Ligação Covalente: polímeros - C-H • Etileno e Polietileno Na mólecula de etileno (C2H4), os carbonos compartilham dois pares de elétrons. Molécula de etileno (monômero) Mero de etileno Molécula de polietileno A ligação covalente dupla pode se romper em duas simples permitindo a ligação com outros “meros” para formar uma longa mólecula de polietileno. 39 Ligações Primárias Ligação Covalente: polar e apolar Ligação covalente polar Alguns átomos atraem os elétrons com mais força do que outros. Ex: H2O, HCl, HF Ligação covalente apolar Os átomos atraem os elétrons com a mesma força Ex: H2 ,Cl2 ,O2 ,N2 40 Ligações Primárias Ligação Metálica: Nos metais, existe uma grande quantidade de elétrons “livres”, os elétrons de condução, que não estão presos a nenhum átomo em particular. Estes elétrons são compartilhados pelos átomos, formando uma núvem eletrônica, responsável pela alta condutividade elétrica e térmica destes materiais. Cátion Elétrons de valência • Forma-se com átomos de baixa eletronegatividade (apresentam no máximo 3 elétrons de valência) • Então, os elétrons de valência são “divididos” com todos os átomos (não estão ligados a nenhum átomo em particular) e assim eles estão “livres” para conduzir. 41 Ligações Primárias Ligação Metálica: É encontrada em metais e suas ligas. Materiais metálicos tem um, dois ou três elétrons de valência sendo estes livres para se mover pela estrutura do material. • A ligação metálica não é direcional porque os elétrons livres protegem o átomo carregado positivamente das forças repulsivas eletrostáticas, funcionando como uma “cola” que matém os cátions juntos. • Elevado NC (vizinhos + próximos) • A ligação metálica é geralmente forte (um pouco menos que a iônica e covalente), a sua energia de ligação varia de 68 a 850 kJ/mol. 42 Ligações Primárias Ligação Metálica: propriedades resultantes 43 Ligação mista Iônica/Covalente: Pouquíssimos compostos exibem ligação iônica e covalente puras (ex: diamante, grafite - covalente pura). A maioria das ligações iônicas tem um certo grau de ligação covalente e vice –versa, ou seja, transferem e compartilham elétrons. O grau do tipo de ligação depende da eletronegadividade dos átomos constituintes: Quanto maior a diferença nas eletronegatividades mais iônica é a ligação, Quanto menor a diferença nas eletronegatividades mais covalente é a ligação. Ligações Primárias Mistas 44 Ligações Primárias Mistas Ligação Iônica/Covalente: As ligações covalente e iônica não são “puras” mas sim uma mistura com proporções que dependem, essencialmente, da diferença de eletronegatividade dos átomos envolvidos. Covalente Metálica Secundária Iônica Metais Polímeros Semicondutores Cerâmicas e vidros 45 Ligação mista Iônica/Covalente: Fração de ligação covalente= onde E é a diferença nas eletronegatividades dos átomos Ex: SiO2 Eletronegatividade do Si= 1,9 Eletronegatividade do O= 3,4 Fração de ligação covalente= 0,49 ≈ 50% Ligações Primárias Mistas 46 Ligações Primárias Ligação mista Iônica/Covalente: resumindo As ligações nos materiais cerâmicos podem apresentar maior ou menor caráter iônico ou covalente, dependendo do grau de direcionalidade das ligações e da diferença das eletronegatividades. Quanto maior for a separação tanto vertical como horizontal na tabela periódica maior a diferença na eletronegatividade e mais iônica será a ligação. % de caráter covalente = {exp[-(0,25)(XA-XB) 2]} x100 Onde XA e XB são as eletronegatividades dos elementos A e B, onde A é o elemento mais eletronegativo. O percentual de caráter iônico será: 1 - % de caráter covalente. 47 Ligações Secundárias Ligação van der Waals: A ligação é gerada por pequenas assimetria na distribuição de cargas São ligações fracas ou físicas A polarização (formação de dipólos) devido a estrutura da ligação produz forças atrativas e repulsivas entre átomos e moléculas A ligação de van der Waals não é direcional A ligação é fraca < 50 kJ/mol Exemplo desse tipo de ligação acontece entre átomos de H e em estruturas moleculares e moléculas polares (H2O ; HF; HCl)) Existem em todas substâncias! 48 Ligações Secundárias Dipolo Permanente Gerado pela estrutura da molécula. Energias de ligação 50kJ/mol Ex: H2O, HCl – moléculas polares Dipolo Induzido (não permanente) A separação de cargas é pequena Energias de ligação são muito pequenas ( 1kJ/mol) Átomos isolados de Ar (os centros das cargas positivas e negativas coincidem) + + Átomos deformados pela presença do outro + - + - Magnitude do dipolo Ligação van der Waals: 49 Ligações Secundárias Dipolo Permanente Dipolo Induzido Ligação van der Waals: 50 Ligações Secundárias A molécula de água apresenta polarização de carga (formação de dipolos): positiva próxima aos átomos de H e negativa onde os elétrons de valência do oxigênio estão localizados. Isto produz forças de van der Waals entre as moléculas, fazendo com que as mesmas tendam a alinhar-se os polos negativos com positivos. Como o angulo de ligação 109,5o, as moléculas formam uma estrutura quase hexagonal . O gelo tem estrutura hexagonal devido a este tipo de ligação. Forma uma estrutura mais aberta. Ligação de hidrogênio Energias de ligação 50 kJ/mol Ligação van der Waals: dipolo permanente 51 Ligações Secundárias Pontes de hidrogênio: expansão no estado sólido Estrutura molecular ordenada da água no estado sólido Estrutura molecular semi ordenada água no estado líquido Tubo de cobre 52 Ligações Secundárias Pontes de hidrogênio: expansão no estado sólido Consequências!!! Expansão volumétrica de 9% 53 Ligações Secundárias: curiosidade Ligação van der Waals: pata da lagartixa http://www.youtube.com/watch?v=K8NdBSbrXpY “gecko” 54 Ligações Secundárias: curiosidade Ligação van der Waals: luva “gecko” Da ficção para a realidade!!! https://www.youtube.com/watch?v=nKgvPX_R25E 60 kg 55 AVANÇOS TECNOLÓGICOS FUTURISTAS 56 Ligações Primárias Ligação Covalente: carbono - novas formas alotrópicas 57 Ligações Primárias Foram descobertos em 1991 pelo japonês Sumio Iijima da NEC. São 100 mil vezes mais finos que um fio de cabelo. A espessura é de apenas um átomo. O diâmetro é de cerca de um nanômetro — a bilionésima parte do metro. Possuem elevada resistência mecânica , cerca de 100X mais que o aço — não quebram nem deformam quando dobrados ou submetidos à alta pressão. Destacam-se também como dos melhores condutores de calor que existem e, para completar, podem ser capazes de transportar eletricidade. Nanotubos - LigaçãoCovalente: carbono - carbono 58 Ligações Primárias Paredes Múltiplas Parede Única Nanotubos - Ligação Covalente: carbono - carbono 59 Ligações Primárias Elevador espacial Nanotubos - Ligação Covalente: carbono - carbono 60 Ligações Primárias Pihttp://www.space.com/businesstechnology/technology/space_elevator_020327-1.html Nanotubos - Ligação Covalente: carbono - carbono 61 Ligações Primárias Grafeno - Ligação Covalente: carbono - carbono 2010 – Andre Geim e Konstatin Novoselov receberam o prêmio por sua pesquisa sobre as propriedades do grafeno, o material mais fino e resistente do mundo . “tem espessura de apenas um átomo e é duzentas vezes mais resistente à quebra do que o aço” 62 Ligações Primárias Grafeno - Ligação Covalente: carbono - carbono 63 Ligações Primárias Grafeno - Ligação Covalente: carbono - carbono 64 Ligações Primárias UHMWPE - Polietileno de ultra alto peso molecular CARACTERÍSTICAS: Baixo coef. de atrito (só perde para o PTFE - teflon®) Elevada resistência ao impacto e à fadiga (não trinca) Atóxico (não produz produtos que possam provocar infeções) Fácil de usinagem APLICAÇÕES: Ex: próteses (joelho, quadril) Elevado grau de cristalinidade 65 UHMWPE Ligações Primárias UHMWPE - Ligação Covalente: C-C e C-H Prótese do joelho 66 UHMWPE - Ligação Covalente: C-C e C-H Prótese do quadril Ligações Primárias UHMWPE 67 EXERCÍCIOS 68 F KQ1Q2 a2 9x109V.m / C 1.6x1019C 1.6x1019C 0.278x109m 2 F 2.98x109V .C /m 2.98x109 J / m 2.98x109N 1 - Calcule a força de atração entre os íons Na+ e Cl- em uma molécula de NaCl ? K= 9 x 109 V.m/C Q1 = Q2 = 1 x 1.6 x 10 -19C R = RNa+ + RCl- = 0.098nm + 0.181nm = 0.278 nm Exercício - força de atração: 69 2 - Calcular a força de atração em uma molécula de Na2O Neste caso temos Na+ (valência 1) e O2- (valência 2) Nx mx CxCxCmVx F 9 29 19199 1064.8 10231.0 106.1)2(106.1)1(/.109 ,onde IZ1Ie IZ2Isão as valências R = RNa+ + RO2- = 0.098nm + 0.132nm = 0.231 nm K= 9 x 109 V.m/C Exercício - força de atração: 70 3 - Sabendo a força de Coulomb atrativa (●→ ←●) entre um par de íons Mg2+ e S2- é de 1,49x10-8N e que o raio ânion S2- é de 0,184nm, calcule o valor do raio iônico do cátion Mg2+ , em nanómetros. Exercício - força de atração: 71 Ligação mista Iônica/Covalente: Exercícios 4 - Qual o grau de caráter iônico do MgO, SiO2 e SiC ? Eletronegatividades: Mg=1,2 ; O=3,5 Si=1,8 ; C=2,5 % de caráter iônico = {1-exp[-(0,25)(XA-XB) 2]} .100 Onde XA e XB são as eletronegatividades dos elementos A e B onde A é o elemento mais eletronegativo. Respostas: MgO ~ 75% ; SiO2 ~ 50% ; SiC ~10% Exercício - ligação primária mista 72 Exercício - ligação primária mista Ligação mista Iônica/Covalente: Exercícios 5 - Qual o grau de caráter covalente do diamante e Si3N4 ? Eletronegatividades: Si=1,8 ; N=3,0 ; C= 2,5 Respostas: Fração covalente= (1- fração iônica) x 100 Diamante = 1 – 0 = 100% covalente Nitreto de silício= 1 – 0,3 = 70% covalente 73 Exercício - Ligações Secundárias Porque razão é imprescindível a utilização de líquido anticongelante no sistema de refrigeração de um automóvel em climas frios? Explique a razão dos icebergs flutuarem? 74 CONSIDERAÇÕES FINAIS 75 Considerações Finais: Quanto maior a energia envolvida na ligação química existe uma tendência para: Maior ser o ponto de fusão do composto, Maior a resistência mecânica, Maior a dureza, Maior o módulo de elasticidade E, Maior a estabilidade química, Menor a dilatação térmica. 76 Considerações Finais: 77 Considerações Finais: Na ligação iónica os elementos mantêm-se ligados devido à atração “coulombiana” entre os cátions e o ânions formados. Na ligação covalente os átomos mantêm-se ligados por partilha de elétrons de valência. Na ligação metálica os elementos mantém-se ligados por atração entre os cátions e o mar de elétrons “livres”. 78 Considerações Finais: 79 Ligações Interatômicas C-Diamante C-grafite CaF2 - Fluorita Cobre Ouro Gelo Tubos de polietileno FeS2 - Pirita Sal gema Considerações Finais: 80 REFERÊNCIAS 81 Referências CALLISTER, W. D., Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 5ed. LTC, São Paulo, 2002. DONALD, A. R., Ciência e Engenharia dos Materiais. 1ed. TL, São Paulo, 2008. PADILHA. A. F., Materiais de Engenharia. 1ed. Hemus, São Paulo, 2007 SHACKELFORD. J. F., Ciência dos Materiais. 6ed. Pearson, São Paulo, 200 SMITH, W. F., Fundamentos de Engenharia e Ciências dos Materiais. 5ed. Bookman, São Paulo, 2012 - www.cienciadosmateriais.org 82 Referências www.agamenonquimica.com/ppt/ligacoes.pps www.estavira.com/pp/anabelasilva/ligao_qumica.ppt www.agracadaquimica.com.br/quimica/arealegal/slides/107.pps www.colmagno.com.br/plus3/quimica/qui_ppt2.ppt www.colegioprotagoras.com.br/downloads/quimicaRivaldo30052011.p pt www.feng.pucrs.br/~schroeder/.../Ligações%20Químicas.ppt www.fem.unicamp.br/~caram/ligacoes.pdf www2.iq.usp.br/docente/gcazzell/6_LigacaoCovalente_TLV.pdf 83 Prof. Dr. Jorge Carlos Pereira • email: jocabuzo@gmail.com
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