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LIGAÇÕES QUÍMICAS 1 4 MÓDULO Introdução Há muito tempo os cientistas sabem que a chave para interpretar as propriedades de uma substância é primeiramente reconhecer e compreender a sua estrutura e o tipo de ligações químicas envolvidas em sua formação. A estrutura se refere à maneira como os átomos se arranjam no espaço, e o tipo de ligação química define quais forças mantêm os átomos adjacentes juntos. A natureza da ligação química é revelada a partir da estrutura eletrônica dos átomos, mostrando como esta afeta as propriedades macroscópicas das substâncias. Os três tipos de ligações químicas, consideradas fortes, são ligação iônica, ligação covalente e ligação metálica. Com o modelo atômico de Dalton fortaleceu-se uma ideia que vigorava havia alguns anos: todos os materiais da natureza são formados por átomos ligados uns aos outros. Mas as primeiras explicações satisfatórias sobre a natureza das uniões entre os átomos foram elaboradas com o estudo de átomos que não se ligavam entre si: os gases nobres. Os gases nobres foram também chamados de raros e inertes. Entretanto, esses nomes se tornaram impróprios, pois, além de não serem elementos tão raros, a partir de 1962 foram sintetizados vários compostos de criptônio e xenônio. Os químicos Walther Kossel (alemão; 1888-1956) e Gilbert Lewis (norte-americano; 1875-1946), em trabalhos independentes afirmaram que os gases nobres eram estáveis porque apresentavam seus níveis de valência completos. Verificou-se depois que esses gases, exceto o hélio (1s2) possuíam oito elétrons no último nível (ns2np6). Com essas observações formulou-se a regra do octeto: Os átomos unem-se com a tendência de adquirir configuração eletrônica de um gás nobre. Obs: essa regra funciona bem para muitos compostos, mas há inúmeras exceções. Quando os átomos se ligam, apenas os seus níveis de valência estão em contato. Por essa razão, quando estudamos a ligação química interessam-nos fundamentalmente os elétrons de valência dos átomos. Lewis também apresentou uma maneira prática de representar os elétrons de valência de um átomo. O núcleo do átomo e os seus elétrons internos são representados pelo símbolo do elemento. Até quatro elétrons de valência por pontos de maneira independente, em torno do símbolo. Se existem mais de quatro elétrons de valência, estes devem ser representados formando pares com elétrons já presentes. Esse tipo de representação é conhecido como símbolo de Lewis. Ligação Iônica A ligação iônica é a força eletrostática que mantém os íons ligados num composto iônico. Geralmente, metais com baixa energia de ionização e ametais com alta eletronegatividade (ou hidrogênio) estabelecem ligação iônica. Metais têm tendência de perder elétrons, formando cátions. Já os ametais têm tendência de ganhar elétrons, formando ânions. Assim, ocorre a transferência de elétrons dos átomos do metal para os átomos do ametal, com a consequente formação de íons positivos (cátions) e íons negativos (ânions). CUIDADO!!! A ligação iônica não é a transferência de elétrons do metal para o ametal. Na prática, uma reação não envolve apenas dois átomos, mas um número enorme de átomos, de modo que no final teremos um aglomerado envolvendo um número enorme de íons. Sendo assim, a ligação iônica apresenta caráter multidirecional, ou seja, todos os cátions atraem todos os ânions ao mesmo tempo, o que justifica a grande força da ligação. LIGAÇÕES QUÍMICAS 2 MÓDULO 4 ATENÇÃO!!! Nem sempre metal + ametal → ligação iônica Segundo Linus Pauling, o composto será iônico toda vez que a diferença unitária entre as eletronegatividades dos átomos ligantes for maior ou igual a 1,7. O cloreto de alumínio (AlCl3) é uma substância formada por metal (Al) e ametal (Cl). Entretanto, a diferença de eletronegatividade entre os dois elementos não é grande o suficiente para que ocorra a transferência de elétrons, o que impossibilita a formação de íons. A eletronegatividade do Al é próxima de 1,5 e a do Cl é próxima de 3,0, o que significa que a diferença de eletronegatividade entre eles é de 1,5. Além disso, quando comparado aos demais metais, o alumínio apresenta alta energia de ionização, o que torna mais difícil a remoção de seus elétrons para que seja formado o cátion. Dessa forma, a ligação entre o Al e o Cl é considerada covalente e não iônica. Formação do NaCl Vamos analisar os fundamentos da ligação iônica estudando o cloreto de sódio: Nesse exemplo, o átomo de sódio cede definitivamente 1 elétron ao átomo de cloro. Desse modo, forma-se um íon positivo (cátion Na+) e um íon negativo (ânion Cl-), ambos com o octeto completo, ou seja, com a configuração de um gás nobre (no caso, neônio e argônio, respectivamente). Os íons Na+ e Cl- possuem cargas elétricas opostas; portanto se atraem mutuamente. Essa atração mantém os íons unidos na proporção de 1:1, formando uma substância muito conhecida, o cloreto de sódio (comercializado como sal de cozinha), representado pela fórmula NaCl. Tal união é chamada de ligação iônica (alguns a denominam ligação eletrovalente) e o composto formado é eletricamente neutro. Representação esquemática do retículo cristalino iônico do cloreto de sódio. Os íons estão representados, sem escala, por esferas, em cores fantasiosas. Estabilidade do composto iônico Para se compreender melhor os compostos iônicos, deve-se observar com mais detalhes todos os aspectos energéticos de sua formação. O sódio metálico reage vigorosamente com o cloro gasoso para produzir o cloreto de sódio. Por comodidade vamos imaginar que a reação ocorre em etapas sucessivas: LIGAÇÕES QUÍMICAS 3 MÓDULO 4 A formação dos octetos de elétrons nos íons Na+ e Cl- não é o que estabiliza o NaCl, já que o processo ocorre com aumento da energia do sistema. A estabilidade do composto formado é justificada pela grande quantidade de energia liberada na formação da ligação iônica (energia de rede). A formação da ligação ocorre com liberação de energia. Logo, o sistema fica mais estável. Energia de Rede A energia de rede é definida como a energia liberada na formação de um mol de um composto iônico sólido cristalino quando os íons se combinam na fase gasosa. Para compostos iônicos, a energia de rede é uma medida da estabilidade. A energia de rede não pode ser medida diretamente. No entanto, se conhecermos a estrutura e a composição de um composto iônico, podemos calcular a energia de rede do composto iônico através da lei de Coulomb, a qual estabelece que a energia potencial entre dois íons é proporcional ao produto das suas cargas e inversamente proporcional à distância de separação entre elas. E = K Q+Q-/d Como a energia = força . distância, a lei de Coulomb também pode ser enunciada como Nessa equação, K é uma constante, Q+ e Q- são as cargas dos íons e d é chamada de separação entre os íons. O valor d pode ser entendido como a distância média entre os centros de carga dos íons. Quanto maiores forem os módulos das cargas dos íons de cargas opostas (Q+ e Q-), maior será a força eletrostática atrativa entre eles. Desse modo, íons de maior carga sofrem um maior abaixamento de energia quando se aproximam para formar ligação iônica. É natural que se gastem maiores quantidades de energia na formação de íons isolados de maior carga a partir dos compostos iônicos correspondentes. O óxido de cálcio, por exemplo, que tem cátions e ânions bivalentes, tem entalpia de rede igual a 3 461 kJ.mol–1. Esse valor é muito mais elevado que a entalpia de rede do cloreto de sódio: 787 kJ.mol–1. Isso se deve ao fato de que este tem íons monovalentes, ou seja, de menor carga em relação àquele. É importante dizer que os dois compostos possuem uma semelhançamuito grande em suas redes cristalinas e no tamanho dos seus íons. Quanto menores forem os raios dos íons de cargas opostas, maior será a entalpia de rede do composto iônico. Quando os raios iônicos são menores, a separação entre os íons (d) é menor, o que determina aumento da força eletrostática atrativa. Veja, por exemplo, a ordem crescente nas entalpias de rede, em kJ.mol–1, dos haletos de potássio à medida que os raios iônicos dos ânions vão diminuindo: Propriedades das Substâncias Iônicas • A 25ºC e 1 atm, geralmente as substâncias iônicas são sólidas. A forte atração entre os íons favorece a coesão e garante um estado físico mais agregado. Entretanto, existem líquidos iônicos. A ligação iônica é mais fraca nessas substâncias, o que dificulta a formação de retículos cristalinos. A menor intensidade da atração se deve às pequenas cargas e ao grande volume dos íons, o que aumenta a distância internuclear e enfraquece a ligação iônica. A figura a seguir representa um composto i^nico líquido nas condições ambiente. • Os compostos iônicos são duros e quebradiços. São duros devido à forte atração entre os íons. São quebradiços porque quando aplicamos uma pressão sobre uma amostra de um composto iônico, os íons de mesmo sinal se aproximam e se repelem, fragmentando o cristal. LIGAÇÕES QUÍMICAS 4 MÓDULO 4 • Apresentam altas temperaturas de fusão e ebulição, por causa da grande intensidade das forças de atração entre os íons. • Quando sólidos os compostos iônicos não conduzem eletricidade, mas quando fundidos se tornam bons condutores elétricos. A fusão desmancha o retículo cristalino e forma-se um líquido com íons livres. • Quando um sólido iônico se dissolve em água, o retículo cristalino desfaz-se e os íons ficam livres fazendo com que soluções aquosas de compostos iônicos sejam condutoras de eletricidade. Solubilidade Uma substância se dissolve em outra quando suas unidades estruturais ligam-se eficientemente entre si. No processo de dissolução as interações soluto-soluto e solvente-solvente são, pelo menos em parte, substituídas por interações soluto-solvente. As etapas da dissolução de uma substância são: Etapa 1: são quebradas ligações entre as unidades estruturais do soluto (etapa que absorve energia). Etapa 2: são quebradas ligações entre as unidades estruturais do solvente (etapa que absorve energia). Etapa 3: são formadas ligações entre as unidades estruturais do soluto e do solvente (etapa que libera energia). Para que a dissolução seja energeticamente favorável, é necessário que: • A intensidade das interações soluto-solvente seja igual ou muito semelhante à intensidade das interações no soluto e no solvente. • A intensidade das interações soluto-solvente seja maior que a intensidade das interações no soluto e no solvente. • O número de interações soluto-solvente seja maior que o número de interações no soluto e no solvente. Exemplo: Sabemos que o NaCl(s) dissolve-se em água. Quando uma substância iônica dissolve-se em água, os íons abandonam a superfície do cristal e difundem-se pela água ligados às moléculas do solvente. Durante a dissolução os cátions são atraídos pelo pólo negativo da molécula de água e os ânions pelo pólo positivo. O que favorece a dissolução do cloreto de sódio em água é a interação dos íons sódio e cloreto com as moléculas de água (íon-dipolo). A formação dessas interações entre as partículas do soluto e do solvente leva à quebra da ligação entre as partículas do cloreto de sódio. Os íons sódio e cloreto ficam solvatados pelas moléculas de água. Por meio do processo de solvatação os íons ficam envoltos, interagindo com várias moléculas de água. Um íon ligado às moléculas de água que o rodeiam em uma solução é chamado íon hidratado. Em um íon hidratado há ligações íon-dipolo. As moléculas de água que cercam um íon ajudam a dispersar a carga desse íon e servem para impedir que os íons de cargas elétricas opostas sofram atração e formem cristais. De certo modo o solvente isola os íons uns dos outros e por isso dizemos que os íons em solução aquosa estão livres. A alta constante dielétrica da água, que favorece a quebra das ligações iônicas, faz diminuir ainda mais as forças atrativas entre íons. Isso favorece a solubilidade. A grande capacidade da água de formar com os íons ligações íon-dipolo é o fator mais importante na solubilidade das substâncias iônicas. As ligações íon-dipolo, embora mais fracas do que as ligações iônicas quebradas, são mais numerosas e isso estabiliza os íons dissolvidos e favorece a dissolução. A capacidade de dissolução de um sal em água é fortemente influenciada pela entalpia de dissolução, que representa o calor envolvido na dissolução de uma substância em um dado solvente à pressão constante, e pode ser determinada pelo balanço energético das etapas LIGAÇÕES QUÍMICAS 5 MÓDULO 4 teóricas envolvidas na formação da solução. A energia resultante nesse processo pode ser calculada por: Hsol = Hrede + Hsolv O Esquema a seguir ilustra um processo de dissolução exotérmica. Nesta situação, a energia de rede é superada pela entalpia de solvatação. As interações soluto-soluto (íon-íon) e solvente-solvente (dipolo-dipolo) são menos intensas que o somatório de todas as interações soluto-solvente (íon-dipolo). A entalpia de dissolução será negativa (solH < 0). Macroscopicamente registra-se um aumento na temperatura. Processos desta natureza tendem a ser espontâneos. Em muitos casos, a entalpia de dissolução para compostos iônicos em água é positiva (solH > 0). Quando isso ocorre, a espontaneidade da dissolução é justificada pelo aumento da desordem. Regras de solubilidade em água para os compostos iônicos Fórmulas das Substâncias Iônicas Existe uma forma gráfica bastante simples para representar as substâncias iônicas. É o modelo proposto por Lewis. Normalmente, os químicos representam as substâncias iônicas utilizando simplesmente a fórmula mínima ou íon-fórmula, que indica a proporção dos constituintes das substâncias e não suas quantidades. No LIGAÇÕES QUÍMICAS 6 MÓDULO 4 caso do óxido de alumínio (Al2O3) a proporção é de 2 cátions par 3 ânions. Para definir a fórmula mínima de uma substância iônica, devemos considerar que as substâncias são sempre eletricamente neutras, ou seja, o total de cargas positivas será sempre igual ao de negativas. Um método prático para determinar a fórmula mínima, é multiplicar o número de cátions pelo módulo da carga do ânion e o número de ânions pelo módulo da carga do cátion. O esquema abaixo mostra como isso pode ser feito: Existem substâncias iônicas que são formadas por grupamentos iônicos, ou seja, íons constituídos por mais de um átomo. Esses íons possuem ligações covalentes em sua estrutura, mas, em muitos casos, se comportam como se fossem íons simples. Podemos prever a fórmula de compostos formados por esses íons se conhecermos a carga deles. Exemplos: NH4+ e SO42- → (NH4)2SO4 Ca2+ e PO43- → Ca3(PO4)2 Al3+ e NO3– → Al(NO3)3 Ligação Metálica Sabe – se que ¾ dos elementos da tabela periódica são metais. Portanto, é muito importante analisarmos a natureza da ligação metálica. Para fazermos essa análise, vamos relacionar a natureza e a força da ligação às propriedades dos átomos individuais. Os átomos dos elementos metálicos possuem baixa energia de ionização e baixa eletronegatividade. A energia de ionização é a energia necessária para arrancarmos elétrons do átomo no estado gasoso, e a eletronegatividade é a tendência que o átomo possui de atrair elétrons numa ligação química. Ou seja, os metais têm pouca afinidade por elétrons, o que faz com que os elétrons do nível mais externo não estejamfortemente presos ao núcleo, o que permite a sua deslocalização, com a consequente formação de cátions. Dessa forma, num pedaço de metal nós temos vários cátions metálicos rodeados por um mar de elétrons. Ligação metálica: é a atração entre os cátions do metal e a nuvem eletrônica deslocalizada. Nós vamos adotar um modelo da ligação metálica para entendermos algumas propriedades físicas dos metais. Podemos considerar um modelo no qual os cátions são esferas duras que estão empilhadas. Sabe – se que as estruturas de muitos metais podem ser explicadas se supusermos que as esferas que representam os cátions adotem uma estrutura na qual as esferas empilham – se compactamente, com a menor perda de espaço possível, como laranjas empilhadas em uma feira. Propriedades das Substâncias Metálicas • São compactos na maioria dos casos; • São sólidos a 25ºC e 1 atm, exceto o mercúrio (Hg) que é líquido; • Possuem brilho característico: Quando a luz incide sobre uma superfície o seu campo eletromagnético empurra os elétrons livres para frente e para trás o que gera uma onda eletromagnética que percebemos como a reflexão da luz incidente. • São maleáveis (facilmente transformados em lâminas) e dúcteis (facilmente transformados em fios): LIGAÇÕES QUÍMICAS 7 MÓDULO 4 Sob a ação de uma força os cátions são deslocados e os elétrons livres respondem seguindo os cátions em sua nova posição. • A maioria apresenta altas temperaturas de fusão e ebulição: A ligação metálica é relativamente intensa. Sendo assim, há a necessidade de uma alta energia térmica para desfazê–la. • São bons condutores de calor: A mobilidade dos elétrons livres gera movimentos rápidos desses elétrons permitindo a propagação de energia térmica através de metais. • São bons condutores de eletricidade: Sob a ação de uma diferença de potencial os elétrons livres se movem rapidamente na direção do maior potencial elétrico. • Formam ligas com facilidade. Ligas Metálicas As ligas são materiais que são misturas de dois ou mais elementos, sendo que pelo menos um deles é metal. A pesquisa para o desenvolvimento de novas ligas é intensa, pois raramente um metal puro apresenta qualidades satisfatórias para aplicações tecnológicas. Por exemplo, o ouro puro é muito mole e o ferro oxida – se facilmente. As estruturas das ligas são mais complicadas do que aquelas do metal puro, porque temos que compactar juntos dois ou mais tipos de átomos metálicos com raios diferentes. O problema do empacotamento agora é como o de um lojista tentando empilhar laranjas e melões na mesma pilha. As ligas tendem a ter menor condutividade elétrica e térmica que a do metal puro; porém é mais forte e dura. Isso porque os átomos do soluto distorcem a fórmula do retículo e dificultam o fluxo de elétrons. Como o retículo está distorcido, é mais difícil para um plano de átomos deslizar por cima do outro. Este movimento restrito torna a liga mais dura e mais forte do que seria o metal puro. As principais ligas são: Liga Composição Aço • Fe 98,5 % • C 0,5 a 1,5 % • Traços de S, Si e P Aço inox • Aço 74 % • Cr 18 % • Ni 18 % Solda elétrica • Pb 67 % • Sn 33 % Ouro 18 quilates • Au 75 % • Cu 12,5 % • Ag 12,5 % Bronze • Cu 90 % • Sn 10 % Latão • Cu 67 % • Zn 33 % Amálgama • Hg, Ag, Cd, Cu, Sn, Au (percentuais variados, com a predominância do Hg) Existem dois tipos de ligas, dependendo do tipo de soluto: Liga Substitucional Os átomos de um metal são substituídos por átomos de um outro metal, com a mínima distorção na estrutura do cristal original. Os dois elementos possuem átomos com raios atômicos similares. Exemplo: latão (Cu e Zn) LIGAÇÕES QUÍMICAS 8 MÓDULO 4 Liga Intersticial Os elementos possuem átomos com raios atômicos bem diferentes, sendo que o do soluto deve ser menor para se encaixar nos interstícios, buracos do retículo do metal. Exemplo: aço (Fe e C) Teoria da Bandas Eletrônicas Em estruturas de moléculas como o benzeno, alguns elétrons estão deslocalizados ou distribuídos por vários átomos. A ligação metálica pode ser pensada de maneira similar. Os orbitais atômicos de um átomo metálico superpõem-se aos dos vários átomos vizinhos mais próximos que, por sua vez, superpõem-se aos orbitais de vários outros átomos. A superposição ou interpenetração de orbitais atômicos leva à formação de orbitais moleculares. O número de orbitais moleculares é igual ao número inicial de orbitais atômicos que se superpõem. Em um material metálico, o número de orbitais atômicos que interagem é muito grande, o que origina um número elevado de orbitais responsáveis pela ligação metálica. Á medida que a superposição de orbitais atômicos ocorre, forma-se a combinação de orbitais ligantes e antiligantes. As energias desses orbitais localizam-se em intervalos pouco espaçados na faixa de energia entre os orbitais de mais alta e mais baixa energia. Consequentemente, a interação de todos os orbitais atômicos de valência de cada átomo metálico com todos os outros adjacentes origina um grande número de orbitais que se estendem por um monocristal metálico inteiro. As diferenças de energia entre esses orbitais são tão minúsculas que, para efeitos práticos, podemos pensar no conjunto de orbitais como uma banda contínua de estados de energia permitidos, às quais chamamos de bandas eletrônicas ou bandas de energia. A figura a seguir esquematiza essa situação. ICA Ilustração esquemática de como o número de orbitais moleculares aumenta e seus espaçamentos de energia diminuem à medida que o número de átomos que interagem aumenta. Nos metais, essas interações formam uma banda aproximadamente contínua de orbitais moleculares deslocalizados por toda a rede metálica. O número de elétrons disponível não preenche completamente esses orbitais. Os elétrons disponíveis para as ligações metálicas não preenchem completamente os orbitais disponíveis; pode-se pensar na banda eletrônica como um recipiente para elétrons parcialmente preenchido. O preenchimento incompleto das bandas eletrônicas dá origem às propriedades tipicamente metálicas. Os elétrons nos orbitais próximos ao topo dos níveis ocupados necessitam de muito pouca energia para serem promovidos para orbitais de energia ainda mais alta, que estão desocupados. Sob influência de qualquer fonte de excitação, como um potencial elétrico aplicado ou absorção de energia térmica, os elétrons passam para níveis antes vagos e podem se mover livremente pela rede, dando origem à condutividade térmica e elétrica. À temperatura de zero Kelvin, os elétrons de qualquer material estão contidos na banda de valência, ou seja, estão fortemente presos ao átomo. À temperatura maior que zero absoluto, os elétrons são excitados, ganham energia e vão para a banda de condução. Elétrons da banda de condução movem-se livremente pela estrutura do material, ou seja, tornam-se elétrons livres. Se uma diferença de potencial elétrico for aplicada entre dois pontos desse material, haverá circulação de corrente elétrica. Os materiais que possuem muitos elétrons livres são chamados de condutores elétricos. Nos condutores elétricos a banda de condução se sobrepõe à banda de valência. Portanto, a energia para retirar o elétron do LIGAÇÕES QUÍMICAS 9 MÓDULO 4 átomo é mínima. Os metais são os maiores representantes desses materiais. Nos isolantes elétricos a concentração de elétrons livres nos materiais é muito baixa implicando em correntes desprezíveis quando o material é submetido à diferença de potencial. A banda de condução nos materiais isolantes está a um nível de energia muito maior que a banda de valência. Isso significa que os elétrons da banda de valência necessitam de uma energia muito alta para atingir a banda de conduçãoe tornarem-se livres. Portanto, nos isolantes não há condução de corrente elétrica devido à falta de elétrons livres suficientes. A figura seguinte mostra o diagrama de banda de energia para um material isolante. A banda de condução está bastante afastada da banda de valência. A propriedade física característica de um semicondutor é que sua condutividade elétrica aumente com o aumento de temperatura. À temperatura ambiente, as condutividades dos semicondutores são tipicamente intermediárias às dos metais e às dos isolantes. A linha divisória entre isolantes e semicondutores refere-se ao tamanho da energia de separação entre as bandas. Os semicondutores são basicamente isolantes onde o intervalo de energia entre as bandas adjacentes é suficientemente pequeno para que a energia térmica promova um pequeno número de elétrons da banda de valência cheia para a banda de condução vazia. Tanto o elétron promovido para a banda de condução como o elétron desemparelhado que permanece na banda de valência podem conduzir eletricidade. A condutividade dos semicondutores aumenta com a temperatura porque, à medida que aumenta a temperatura, também aumenta o número de elétrons promovidos para a banda de condução. A condutividade elétrica de um semicondutor pode ser modificada adicionando-se pequenas quantidades de impurezas (outras substâncias). Esse processo, chamado dopagem, faz com que o sólido tenha poucos ou muitos elétrons para preencher a banda de valência. Considere o que acontece ao silício quando uma pequena quantidade de fósforo ou outro elemento da família 5A é adicionada. Os átomos de fósforo substituem o silício em posições aleatórias na estrutura. Entretanto, o fósforo possui cinco elétrons de valência por átomo, comparado com os quatro para o silício. Não existe espaço para esses elétrons extras na banda de valência. Eles devem em decorrência ocupar a banda de condução, como ilustrado na figura a seguir. Esses elétrons de mais alta energia têm acesso aos muitos orbitais vagos na banda de energia que ocupam e servem como transportadores de corrente elétrica. Dessa maneira, silício dopado com fósforo é chamado semicondutor do tipo n, porque essa dopagem introduz carga negativa extra (elétrons) dentro do sistema. Se o silício é dopado em vez disso com um elemento da família 3A, como o gálio, os átomos de Ga que substituem o silício têm um elétron a menos para satisfazer as exigências dos átomos de silício vizinhos. A banda de valência está assim preenchida de maneira incompleta, como ilustrado na figura abaixo. Sob a influência de um campo aplicado, os elétrons podem mover-se dos orbitais moleculares ocupados para aqueles poucos que estão vazios na banda de valência. Um semicondutor formado pela dopagem de silício com um elemento da família 3A é chamado semicondutor do tipo p porque essa dopagem cria sítios vagos de elétrons que podem ser imaginados como buracos positivos no sistema. A – Condutor. Ex: Mg(s) B – Isolante. Ex: Cdiamante(s) C – Semicondutor. Ex: Si(s) D – Semicondutor do tipo n. Ex: Si(s) dopado com As (5A) E – Semicondutor do tipo p. Ex: Si(s) dopado com In (3A) Ligação Covalente Em 1916, Lewis propôs a Teoria da Ligação Covalente: quando dois átomos isolados estivessem suficientemente próximos, haveria a formação de um par eletrônico, que passaria a pertencer a ambos os átomos da ligação. Ou seja, haveria entre eles um compartilhamento de elétrons. Essa união entre dois átomos por meio de pares de elétrons é chamada de ligação covalente. LIGAÇÕES QUÍMICAS 10 MÓDULO 4 A ligação covalente é caracterizada pela união entre dois átomos para tornar mais estáveis suas nuvens eletrônicas. A diminuição de energia que ocorre na ligação resulta de um equilíbrio entre todas as forças de atração e repulsão do sistema. Para compreendermos melhor esse fenômeno vamos analisar a formação da molécula de H2. Quando dois átomos estão afastados (situação I), praticamente não existe uma interação entre eles. À medida que se aproximam, passam a atuar forças de atração e repulsão (situação II). A predominância das forças de atração faz com que os átomos de hidrogênio se aproximem cada vez mais, diminuindo a energia do sistema, até alcançarem uma distância na qual a energia é mínima (situação III). Nessa situação há um equilíbrio entre as forças de atração e repulsão e os elétrons de cada um dos átomos são atraídos igualmente pelos dois núcleos. A situação III ocorre a uma certa distância entre os núcleos dos dois átomos, chamada de comprimento de ligação. Uma maior aproximação entre os átomos (situação IV) provocará um aumento da energia do sistema, com consequente diminuição da estabilidade. A situação III corresponde à formação de uma ligação química entre os átomos de hidrogênio. O resultado é a formação de uma molécula de hidrogênio (H2). Esse tipo de ligação ocorre entre átomos de elementos que possuem alta eletronegatividade e que, portanto, têm tendência de ganhar elétrons. Em outras palavras, a ligação covalente é característica dos ametais e do hidrogênio. CUIDADO!!! Berílio (Be) e Alumínio (Al) são metais, mas podem participar de ligações covalentes. Tipos de Ligação Covalente Para entendermos os diversos tipos de ligação covalente, vamos usar a representação eletrônica de Lewis. LIGAÇÕES QUÍMICAS 11 MÓDULO 4 Cada átomo de cloro possui sete elétrons no nível de valência. Entretanto, quando se ligam, eles passam a compartilhar dois elétrons, adquirindo estrutura semelhante à dos átomos de argônio. Essa é a denominada ligação covalente simples, porque há compartilhamento de um par de elétrons originários dos dois átomos ligantes. No caso da molécula de água, temos o compartilhamento de elétrons do átomo de oxigênio com dois átomos de hidrogênio, obtendo duas ligações covalentes simples. A ligação covalente dupla é resultado do compartilhamento de dois pares de elétrons entre dois átomos, que pode ser verificada na molécula de dióxido de carbono (CO2). Já a ligação covalente tripla ocorre quando dois átomos compartilham três pares de elétrons, como na molécula de nitrogênio (N2). Analise agora a representação eletrônica de Lewis para o dióxido de enxofre (SO2): A diferença entre as estruturas do dióxido de carbono e dióxido de enxofre, é que neste os elétrons compartilhados em uma das ligações originam-se de um só átomo. É a chamada ligação covalente coordenada, que antigamente era chamada de ligação covalente dativa. Uma forma mais simples para representar as moléculas é através da fórmula estrutural ou de Kekulé, que consiste em substituir os pares de elétrons compartilhados por traços, sendo que os elétrons não compartilhados podem ou não ser representados. Exemplos: As fórmulas Cl2, H2O, CO2, N2 e SO2 são as fórmulas moleculares, que indicam apenas quantos átomos de cada elemento químico formam a molécula. Vamos agora entender as ligações covalentes usando orbitais. Ligação Simples Nesse tipo de ligação o compartilhamento de elétrons ocorre pela interpenetração de dois orbitais situados num mesmo eixo, o que origina um único orbital no qual estará o par eletrônico. Essa ligação é chamada de ligação sigma (σ). Ligação Dupla Essa ligação ocorre pelo compartilhamento de dois pares eletrônicos, cujo processo de interpenetração ocorre em duas etapas: • Primeiro forma-se uma ligação sigma. LIGAÇÕES QUÍMICAS 12 MÓDULO 4 • Depois os dois orbitais p restantes, em eixos paralelos, interpenetram-se e formam a chamada ligação pi (π). Ligação Tripla Nesse caso ocorre uma interpenetração de três orbitais p de cada átomo a partir de uma ligação sigma e duas pi. Observações: • A ligação simples é mais comprida que a dupla e a duplaé mais comprida que a tripla. • A ligação pi é mais fraca que a sigma. Desenhando Estruturas de Lewis As estruturas de Lewis podem nos ajudar a entender as ligações em muitos compostos e são bastante usadas quando discutimos as propriedades das moléculas. Desenhar estruturas de Lewis é uma importante habilidade que deve ser praticada. Para desenhá-las, deve-se seguir os seguintes procedimentos: 1) Some os elétrons de valência de todos os átomos. Para um ânion, adicione um elétron para cada carga negativa. Para um cátion, subtraia um elétron para cada carga positiva. 2) Escreva os símbolos para os átomos a fim de mostrar quais átomos estão ligados entre si e una-os com uma ligação simples (dois elétrons). 3) Complete os octetos dos átomos ligados ao átomo central. (Lembre-se que o hidrogênio pode ter apenas dois elétrons.) 4) Coloque qualquer sobra de elétrons no átomo central, mesmo que ao fazer isso você provoque mais de um octeto. 5) Se não existem elétrons suficientes para dar ao átomo central um octeto, tente ligações múltiplas. Use um ou mais dos pares de elétrons não compartilhados dos átomos ligados ao átomo central para formar ligações duplas ou triplas. (Lembre-se que Be, B e Al podem se estabilizar com 4, 6 e 6 elétrons de valência, respectivamente). 6) Se for íon, coloque colchetes e a carga. Exceções à Regra do Octeto Apesar de a maioria das substâncias conhecidas obedecer à regra do octeto, há um número grande de exceções que devem ser cuidadosamente consideradas e que são classificadas em três grupos. Na grande maioria das moléculas, o número de elétrons de valência é par e ocorre um completo emparelhamento dos elétrons. Em alguns poucos casos, como ClO2, NO e NO2, o número de elétrons é ímpar. Portanto, o completo emparelhamento desses elétrons é impossível. Em outros casos, as ligações se completam com menos de 8 elétrons no nível de valência. Isso acontece com o berílio (Be), o boro (B) e o alumínio (Al). O berílio, por exemplo, se estabiliza com apenas 4 elétrons no nível de valência. Já no caso do boro e do alumínio, ocorre estabilização com 6 elétrons no nível de valência. A terceira e maior classe de exceções consiste em moléculas nas quais existem mais de 8 elétrons no nível de valência de um átomo. Isso só ocorre quando o átomo central é relativamente grande, para que possa acomodar LIGAÇÕES QUÍMICAS 13 MÓDULO 4 tantos elétrons ao seu redor. Por isso, essa exceção é chamada expansão do octeto e só aparece em elementos do 3º período da Tabela Periódica para baixo. O fósforo (P) e o enxofre (S) são exemplos de octeto expandido, sendo que o fósforo pode se estabilizar com 10 elétrons no nível de valência e o enxofre com 12 elétrons. Os compostos dos gases nobres também apresentam mais de 8 elétrons no nível de valência. Ressonância Algumas moléculas têm estrutura que não são expressas corretamente por uma única estrutura de Lewis. Como exemplo, considere a molécula de ozônio, para a qual podemos desenhar duas estruturas de Lewis equivalentes que diferem somente na posição da ligação dupla: Todas as estruturas são válidas, e todas têm exatamente a mesma energia. Entretanto, medidas dos comprimentos de ligação mostram que nenhuma estrutura sozinha é a estrutura correta. A evidência experimental e que todas as ligações do ozônio têm o mesmo comprimento. Como as ligações são idênticas, o melhor modelo para ozônio é uma mistura das duas estruturas de Lewis. Esta mistura de estruturas, que é chamada ressonância, é indicada por uma seta de duas pontas. A estrutura da mistura é um híbrido de ressonância da contribuição das estruturas de Lewis. Os elétrons envolvidos em estruturas de ressonância são ditos deslocalizados. Dessa forma, a ressonância pode ser entendida como uma mistura das estruturas individuais de Lewis e não como uma alternância da molécula entre as diferentes estruturas. Observação: As substâncias podem ser formadas por mais de um tipo de ligação química. Muitos constituintes iônicos são formados a partir de grupos de átomos que estão unidos por ligação covalente em que uma das ligações foi rompida. Nesse caso, um dos átomos desse grupo fica com um elétron a mais, proveniente da ligação rompida, ou um elétron a menos, que foi transferido a outro átomo ligante. Quando o átomo que rompeu a ligação covalente está ligado a outros átomos por meio de ligações covalentes, todo o grupo de átomos a que ele está unido passa a ser denominado grupamento iônico. Exemplos: Arranjo Eletrônico e Geometria Molecular A teoria das ligações covalentes de Lewis foi muito importante para o desenvolvimento da Química, mas não explica a disposição dos átomos dentro da molécula. Uma das maneiras mais simples e mais usada atualmente para prever a forma espacial de uma molécula ou íon consiste na utilização da teoria da repulsão dos pares de elétrons do nível de valência. Esta teoria foi desenvolvida em 1950 pelo cientista Gillespie e em linhas gerais afirma que ao redor do átomo central, os pares eletrônicos ligantes e os não ligantes se repelem, tendendo a ficar tão afastados quanto possível. LIGAÇÕES QUÍMICAS 14 MÓDULO 4 Com esse afastamento máximo, a repulsão entre os pares eletrônicos será mínima e, portanto, a estabilidade da molécula ou do íon, como um todo, será máxima. As diferentes formas espaciais das moléculas ou íons dependem dos domínios de elétrons rodeando o átomo central. Em geral um domínio de elétron consiste em um par não ligante, uma ligação simples, uma ligação múltipla ou um elétron isolado. A distribuição dos domínios de elétrons ao redor do átomo central é chamada arranjo eletrônico. A geometria molecular é a distribuição dos átomos no espaço. Assim, determinamos a geometria molecular de uma molécula ou íon a partir de seu arranjo. Arranjos fundamentais nos quais as geometrias de moléculas e íons são baseadas: Quando a molécula ou íon apresenta cinco domínios de elétrons, temos duas posições a serem consideradas: Equatoriais: os átomos ligantes ficam nos vértices do triângulo. Axiais: os átomos ligantes ficam em cima e embaixo. Qualquer par isolado, que admitimos ser mais volumoso que os pares ligantes, ocupa posições equatoriais em lugar das axiais, pois estarão mais afastados (menor repulsão). No octaedro todas as posições são equivalentes. Então, se a molécula tiver um par isolado não faz diferença qual o vértice que ocupa. Se a molécula tiver dois pares isolados, estes ficarão nos lados opostos. Para determinar a geometria, deve-se considerar, dentre o número total de domínios de elétrons, quantos são domínios de elétrons ligantes e quantos são não ligantes. Veja a seguir: LIGAÇÕES QUÍMICAS 15 MÓDULO 4 Observação: Considere as moléculas de metano (CH4), amônia (NH3) e água (H2O). As três têm arranjos tetraédricos, porém os respectivos ângulos de ligação diferem ligeiramente: Observe que os ângulos de ligação diminuem à medida que o número de pares de elétrons não ligantes aumenta. Um par de elétrons ligante é atraído por ambos os núcleos dos átomos ligados. Em contrapartida, um par não ligante é atraído basicamente por um único núcleo. Uma vez que um par não ligante sofre menos atração nuclear, seus domínios de elétrons estão mais espalhados no espaço do que o de um par ligante, como mostrado na figura a seguir: LIGAÇÕES QUÍMICAS 16 MÓDULO 4 Como resultado, os domínios de elétrons para pares não ligantes exercem forças repulsivas maiores nos domínios de elétrons adjacentes e, portanto, tendem a comprimir os ângulos de ligação. Hibridização Para explicar as geometrias frequentemente supomos que os orbitais atômicos em um átomo “misturam-se” para formar novosorbitais chamados orbitais híbridos, os quais são iguais entre si, mas diferentes dos orbitais originais. A diferença destes novos orbitais atômicos acontece tanto na geometria (forma) como no conteúdo energético. O número dos orbitais híbridos obtidos será o mesmo dos orbitais existentes antes de serem misturados. Para um melhor entendimento tomaremos os exemplos comentados a seguir: Hibridização sp Os orbitais híbridos sp são formados com um orbital s e um orbital p. Conseqüentemente, restam dois orbitais p não-hibridizados. Vamos considerar a molécula de BeF2 (sabe-se experimentalmente que ela existe) e analisar cada item abaixo: a) A molécula de BeF2 apresenta a estrutura de Lewis b) O Be tem uma configuração eletrônica 1s22s2 . c) Observe que não existem elétrons desemparelhados disponíveis para ligações. Entretanto, sabemos (teoria de RPENV) que o ângulo de ligação F-Be-F é de 180°. d) Um elétron de Be é compartilhado com cada um dos elétrons desemparelhados do F. Mas como, se vimos anteriormente que não existem elétrons desemparelhados? e) Se admitirmos que os orbitais do Be na ligação Be-F estão distantes de 180°, então devemos promover um elétron do orbital 2s no Be para o orbital 2p para obtermos dois elétrons desemparelhados e desta forma justificar as duas ligações. Contudo, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos dois elétrons desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia. f) Podemos solucionar o problema admitindo que: O orbital 2s e um orbital 2p no Be misturam-se para formar um orbital híbrido chamado de orbital híbrido sp, no qual os lóbulos destes orbitais estão a 180o de distância entre si. Finalmente, já que somente um dos orbitais 2p do Be foi utilizado na hibridização, ainda existem dois orbitais p não-hibridizados no Be. Hibridização sp2 Os orbitais híbridos sp2 são formados a partir da hibridização de um orbital s e dois orbitais p, resultando na formação de três orbitais híbridos sp2. Consequentemente resta um orbital p não-hibridizado. Vamos considerar a molécula de BF3 e analisar cada ítem abaixo: a) BF3 apresenta a estrutura de Lewis b) B tem uma configuração eletrônica 1s22s22p1 c) Se admitirmos que os orbitais do B na ligação B-F estão distantes de 120°, então devemos promover um elétron do orbital 2s no B para o orbital 2p para obtermos três elétrons desemparelhados e desta forma justificar as três ligações. Contudo, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos três elétrons desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia. Portanto, d) Portanto, o orbital 2s e um orbital 2p no B misturam-se para formar um orbital híbrido chamado de orbital híbrido LIGAÇÕES QUÍMICAS 17 MÓDULO 4 sp2, no qual os lóbulos destes orbitais estão a 120o de distância entre si. e) Os grandes lóbulos dos híbridos sp2 encontram-se em um plano trigonal. f) Todas as moléculas com arranjo trigonal plano têm orbitais sp2 no átomo central. Hibridização sp3 Os orbitais híbridos sp3 são formados a partir da hibridização de um orbital s com três orbitais p. Consequentemente, há quatro lóbulos grandes. Vamos considerar a molécula de CH4 e analisar cada item abaixo: a) C tem uma configuração eletrônica 1s22s22p2 b) Se admitirmos que os orbitais do C na ligação C-H estão distantes de 109°, então devemos promover um elétron do orbital 2s no C para o orbital 2p para obtermos quatro elétrons desemparelhados e desta forma justificar as quatro ligações. Contudo, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos quatro elétrons desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia. c) Portanto, o orbital 2s e três orbitais 2p no C misturam- se para formar quatro orbitais híbridos chamados de sp3 . d) Todas as moléculas com arranjos tetraédricos são hibridizadas sp3. Hibridizações sp3d e sp3d2 Os átomos do terceiro período e períodos subsequentes podem usar usar orbitais d para formar orbitais híbridos. A mistura de um orbital s, três orbitais p e um orbital d leva a cinco orbitais híbridos sp3d. esses orbitais estão direcionados para os vértices de uma bipirâmide trigonal. A formação de orbitais híbridos sp3d é exemplificada pelo átomo de fósforo no PF5. Similarmente, a mistura de um orbital s, três orbitais p e dois orbitais d fornece seis orbitais híbridos sp3d2, que estão direcionados para os vértices de um octaedro. O uso dos orbitais d na construção de orbitais híbridos corresponde perfeitamente à noção de um nível de valência expandido. As distribuições geométricas características dos orbitais híbridos estão resumidas na tabela a seguir. Polaridade das Ligações Covalentes Podemos usar a diferença de eletronegatividade entre dois átomos para medir a polaridade da ligação entre eles. Considere três compostos contendo flúor: Composto F2 HF LiF Diferença de eletronegatividade 4,0-4,0 4,0-2,1 4,0-1,0 Tipo de ligação Covalente apolar Covalente polar Iônica LIGAÇÕES QUÍMICAS 18 MÓDULO 4 No F2 os elétrons são compartilhados igualmente entre os átomos de flúor e a ligação covalente é apolar. No HF o átomo de flúor tem eletronegatividade maior que a do átomo de hidrogênio, tornando o compartilhamento de elétrons desigual; a ligação é polar. O flúor atrai a densidade eletrônica afastando-a do átomo de hidrogênio. Portanto, parte da densidade eletrônica ao redor do núcleo de hidrogênio é puxada para o núcleo do flúor, deixando uma carga parcial positiva no átomo de hidrogênio e uma carga parcial negativa no átomo de flúor. No LiF a transferência de carga eletrônica é praticamente completa, resultando numa ligação iônica. Conclusão: Quanto maior a diferença de eletronegatividade entre os átomos, mais polares serão suas ligações. A ligação covalente apolar situa-se em um extremo e a ligação iônica em outro extremo. Entre elas está uma faixa larga de ligações covalentes, diferindo na extensão na qual existe compartilhamento desigual de elétrons. Substâncias Covalentes x Substâncias Moleculares As propriedades das substâncias formadas por ligações covalentes são muito diferentes das propriedades dos átomos que as formam. Uma substância molecular é constituída por moléculas que são formadas por um número determinado de átomos. Em condições ambiente, as Substâncias moleculares podem ser encontradas nos três estados físicos, e as temperaturas de fusão e ebulição geralmente são baixas. Quando puras não conduzem corrente elétrica. Uma substância covalente é uma estrutura gigante, na qual se encontra um número enorme de átomos reunidos por ligações covalentes. Em condições ambientes as substâncias covalentes são sólidas e apresentam elevadas temperaturas de fusão e ebulição. No estado sólido o grafite pode conduzir corrente elétrica. Exemplos: CUIDADO: O fulereno C60 é também um alótropo do carbono, mas é uma substância molecular. Polaridade de Moléculas A polaridade de uma molécula se refere às concentrações de cargas da nuvem eletrônica em volta da molécula. É possível uma divisão em duas classes distintas: moléculas polares e apolares. Moléculas polares possuem maior concentração de carga negativa numa parte da nuvem eletrônica e maior concentração positiva em outro extremo. Nas moléculas apolares, a carga eletrônica está uniformemente distribuída. Exemplo: Molécula apolar Molécula polar LIGAÇÕES QUÍMICAS 19 MÓDULO 4 A concentração de cargas ocorre quando elementos ligantes possuem uma diferença de eletronegatividade. Essa diferença significa que um dos átomos atrai os elétrons da nuvem com maior força, o que faz concentrar neste a maior parte das cargas negativas. Em toda molécula polar, os dois centros de carga, positivo e negativo, estão sempreseparados por uma certa distância. Se multiplicarmos a carga elétrica δ localizada em um centro de carga pela distância d que o separa do outro, obteremos uma medida que nos permite saber quanto uma molécula é mais ou menos polar que outra. Esse produto δ.d é chamado momento dipolar, sendo representado por . = δ.d Ao momento dipolar , pode ser atribuído um vetor , chamado de vetor momento dipolar. O vetor momento dipolar, por convenção, sempre aponta no sentido do átomo do elemento mais eletronegativo. Assim, a existência ou não de polaridade numa molécula fica condicionada à sua geometria, que será responsável pelo resultado da somatória de todos os vetores das ligações polares dessa molécula, originando um único vetor momento dipolar resultante R. Assim, temos as seguintes possibilidades: R = 0, a molécula é apolar (pois d = 0) R ≠ 0, a molécula é polar (pois d > 0) Quanto mais polar é a molécula, maior o valor de R. Observe os exemplos a seguir: Observação: A grande maioria das substâncias simples é apolar. O ozônio (O3), apesar de ser uma substância simples, apresenta uma discreta polaridade, devido à sua geometria angular e à existência de um par eletrônico não compartilhado no átomo central. Veja no quadro a seguir os casos mais importantes de polaridade de moléculas. Alotropia Alguns elementos químicos formam diferentes substâncias simples. Esse fenômeno é chamado de alotropia e a s diferentes substâncias simples formadas por certo elemento são chamadas de alótropos ou variedades alotrópicas. A diferença entre os alótropos pode estar na atomicidade ou no arranjo cristalino dos átomos ou das moléculas. Quatro importantes casos de alotropia serão discutidos a seguir. Alotropia do oxigênio O elemento oxigênio (O) forma duas variedades alotrópicas; uma delas, mais abundante, é o oxigênio comum (O2) e a outra, o ozônio (O3). LIGAÇÕES QUÍMICAS 20 MÓDULO 4 No oxigênio comum (O2), os átomos unem-se dois a dois, formando moléculas biatômicas. O O2 encontra-se, à temperatura ambiente (25oC), no estado gasoso e está presente na atmosfera terrestre como componente do ar, tendo importância vital para a vida animal e vegetal. Uma propriedade extremamente importante desse gás é que ele alimenta todas as reações de combustão e, por isso, é denominado comburente: sem oxigênio não ocorre nenhuma combustão. Já no ozônio (O3), os átomos unem-se três a três, formando moléculas triatômicas. À temperatura ambiente, o O3 é um gás azul-claro e apresenta odor intenso e característico, que pode ser sentido após tempestades com descargas elétricas e, também, perto de equipamentos de alta voltagem. O ozônio é usado como alvejante e no tratamento de água, substituindo compostos clorados, pelo seu poder bactericida. Ele é produzido nos aparelhos chamados ozonizadores, em que o oxigênio comum (O2) é submetido a descargas elétricas. Alotropia do carbono Nos últimos 30 anos o número de alótropos do carbono triplicou. Dos clássicos diamante e grafita, encontrados na natureza, a arte química foi capaz de produzir novas formas alotrópicas, com propriedades que muitas vezes surpreendem os pesquisadores, abrindo as portas para novas descobertas e aplicações práticas não antes imaginadas. Além das estruturas, amostras reais de cada um dos alótropos são exibidas na imagem. O grafite é formado por átomos ligados que formam anéis hexagonais contidos em um mesmo plano. Essas “placas” de hexágonos unidos são mantidas atraídas umas às outras por meio de interações dipolo instantâneo – dipolo induzido. O grafite é um sólido macio porque as placas podem deslizar umas sobre as outras, por isso ela é usada como lubrificante de engrenagens e rolamentos. É usada também no lápis de escrever. Entre suas propriedades, estão a de ser condutora de eletricidade e a densidade igual a 2,25 g/cm3. A estrutura do diamante é formada por átomos de carbono ligados cada um a outros quatro átomos de carbono, formando uma estrutura tetraédrica em torno de cada átomo. Por possuir uma estrutura mais compacta, o diamante é duro, não conduz eletricidade e sua densidade é igual a 3,51 g/cm3. Ele é formado em camadas internas da Terra onde a pressão e a temperatura são muito elevadas. Entre as variedades alotrópicas do carbono que são sintéticas estão os fulerenos. Eles possuem estrutura poliédrica com um átomo de carbono em cada vértice. Um exemplo é o C60. Sua estrutura parece com uma bola de futebol. Outra forma alotrópica sintética do carbono são os nanotubos de carbono — cilindros ou tubos ocos formados por alótropos do carbono com proporções nanométricas (1 nanômetro é igual à bilionésima parte de um metro (10-9 m)). Eles são como uma folha de papel enrolada, mas formados por átomos de carbono e com a espessura de apenas um átomo. Eles são 100 mil vezes mais finos que um fio de cabelo e invisíveis até para microscópios ópticos. O importante dos nanotubos é que, por possuírem extraordinárias propriedades mecânicas, elétricas e térmicas, eles apresentam amplas aplicações biológicas — incluindo diagnósticos e tratamentos LIGAÇÕES QUÍMICAS 21 MÓDULO 4 médicos —, tecnológicas e outras que ainda estão sendo estudadas. Alotropia do fósforo Outro caso importante de alotropia é o do fósforo, que apresenta duas formas alotrópicas principais: o fósforo branco e o fósforo vermelho. O fósforo branco, formado por moléculas P4, é um sólido branco, de aspecto semelhante ao da cera, de densidade igual a 1,82 g/cm3 , que funde a 44 °C e ferve a 280 °C. É muito reativo (chega a pegar fogo quando exposto ao ar), sendo por isso conservado dentro de água. Quando o aquecemos em ausência de ar e a cerca de 300 °C, ele se converte lentamente em fósforo vermelho, que é mais estável (isto é, menos reativo). O fósforo vermelho é um pó amorfo (isto é, não apresenta estrutura cristalina), de cor vermelho escura, densidade 2,38 g/cm3 e temperatura de fusão 590°C; cada grão de pó é formado por milhões de moléculas P4 unidas umas às outras, dando origem a uma molécula gigante (Pn). Alotropia do enxofre O último caso de alotropia que vamos citar é o do enxofre, que também apresenta duas formas alotrópicas principais: o enxofre ortorrômbico (ou simplesmente rômbico) e o enxofre monoclínico. As duas formas alotrópicas são formadas por moléculas, em forma de anel, com oito átomos de enxofre (S8), como mostramos abaixo. A diferença entre o enxofre rômbico e o monoclínico está nas diferentes arrumações das moléculas S8 no espaço, produzindo cristais diferentes. Acompanhe, no esquema abaixo, a preparação e a diferença dos cristais dessas duas formas alotrópicas: LIGAÇÕES QUÍMICAS 22 MÓDULO 4 As duas formas alotrópicas do enxofre fervem a 445 °C. Em condições ambientes, ambas se apresentam como um pó amarelo, inodoro, insolúvel em água e muito solúvel em sulfeto de carbono (CS2). Exercícios Propostos 01 - (UEG GO) As ligações químicas explicam o elo de estabilidade entre átomos para a formação de sistemas moleculares. De forma sintética, elas podem ser classificadas como iônicas, covalentes e metálicas. Com base nos conceitos de ligações químicas, dentre os compostos a seguir, aquelas que podem ser classificadas como majoritariamente estabilizadas por ligações covalentes são a) HCl e diamante b) barra de ferro e H2O c) MgCl2 e grafite d) NaCl e AlH4+ e) KI e NH3 02 - (UEPG PR) Sobre ligações covalentes, assinale o que for correto. 01. Em uma ligação dupla, C = C, as duas ligações são do tipo sigma. 02. Em uma ligação covalente, tem-se o compartilhamento de elétrons. 04. Na fórmula estrutural plana, H – H, a ligação representa um par de elétrons. 08. A ligação H – F tem maior polaridade do que a ligação H – Cl.03 - (FCM MG) Geralmente os átomos compartilham, ganham ou perdem elétrons a fim de atingir o octeto, ou seja, oito elétrons na última camada, como a maioria dos gases nobres. Contudo existem exceções à regra do octeto, como: I. Moléculas com número ímpar de elétrons. II. Moléculas com deficiência de elétrons. III. Moléculas com expansão do octeto. Assinale a alternativa onde ocorrem, não respectivamente, essas três situações: a) BF3 – NO2 – NH3. b) BF3 – NO – PCl5. c) BeCl2 – ClO2 – PCl3. d) BeCl2 – CHCl3 – NH4Cl. 04 - (UFRGS RS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes a compostos inorgânicos. ( ) O fosfato de sódio, embora seja considerado um composto iônico, possui ligações covalentes no íon fosfato. ( ) Compostos iônicos tendem a ter pontos de fusão e ebulição mais elevados do que os compostos moleculares. ( ) BeF2 não obedece à regra do octeto. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V – V – V. b) V – V – F. c) V – F – F. d) F – F – V. e) F – F – F. 05 - (UEFS BA) Um exemplo de composto iônico no qual o cátion apresenta átomos unidos por ligação covalente é o representado pela fórmula a) PBr3 b) KI c) NaHCO3 d) NH4Cl e) CO(NH2)2 06 - (Mackenzie SP) Assinale a alternativa que apresenta compostos químicos que possuam, respectivamente, ligação covalente polar, ligação covalente apolar e ligação iônica. a) H2O, CO2 e NaCl. b) CCl4, O3 e HBr. c) CH4, SO2 e HI. d) CO2, O2 e KCl. e) H2O, H2 e HCl. 07 - (UDESC SC) A natureza das ligações químicas interatômicas, responsáveis pela união entre átomos, se reflete em diferentes propriedades físico-químicas, apresentadas pelos respectivos compostos formados. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a relação entre cada tipo de ligação química e as suas respectivas propriedades físico-químicas. LIGAÇÕES QUÍMICAS 23 MÓDULO 4 a) Nas ligações metálicas há compartilhamento de pares eletrônicos. Os metais são maleáveis e dúcteis. b) As ligações covalentes são predominantemente realizadas entre elementos os mais afastados possíveis na Tabela Periódica, ou seja, com tendência não muito diferente de atração pelo elétron de ligação. Podem ser líquidos, sólidos ou gases à temperatura ambiente. c) A teoria da nuvem eletrônica suporta teoricamente a formação de ligações metálicas. Os metais, tipicamente, apresentam baixa relação massa/volume e altos pontos de ebulição e fusão comparativamente a compostos moleculares. d) Compartilhamento de elétrons de ligação devido à baixa diferença de eletronegatividade é a base para formação de ligações covalentes. Compostos moleculares apresentam-se apenas como sólidos ou líquidos à temperatura ambiente. e) A ligação iônica é caracterizada pela união entre um cátion e um ânion por meio de interações coulombicas, sem significativa contribuição de interpenetração de orbitais atômicos para a formação da ligação. Compostos iônicos podem ser líquidos ou sólidos à temperatura ambiente. 08 - (UCS RS) O gráfico a seguir mostra, de forma simplificada, como a energia potencial do sistema varia à medida em que dois átomos de hidrogênio no estado fundamental se aproximam para formar uma molécula de gás hidrogênio. Com base nessas informações, assinale a alternativa correta. a) A distância ideal para que haja o compartilhamento efetivo dos elétrons de dois átomos de hidrogênio e, consequentemente, a formação da ligação covalente H–H deve ser superior a 0,74 Å. b) O aumento da distância internuclear de dois átomos de hidrogênio favorece a superposição entre os orbitais 1s e, consequentemente, a formação da ligação covalente H–H. c) O aumento abrupto da energia potencial observado para valores inferiores a 0,74 Å é consequência da atração eletrostática entre os núcleos de dois átomos de hidrogênio, uma vez que a distância entre eles torna- se muito grande. d) A ligação covalente que se estabelece entre os dois átomos de hidrogênio para formar a molécula de gás hidrogênio é do tipo sigma p-p. e) A energia potencial no ponto mínimo do gráfico corresponde à variação de energia necessária para a formação da ligação covalente H–H. 09 - (UNIFOR CE) Células fotovoltaicas são dispositivos capazes de transformar a energia luminosa, proveniente do Sol ou de outra fonte de luz, em energia elétrica. São geralmente constituídas por finas camadas de silício. O silício, porém, não é um metal e, portanto, não apresenta condutividade elevada. No entanto, pode-se alterar as características de condutividade das camadas de silício das placas fotovoltaicas através do processo de dopagem, que consiste em adicionar pequenas quantidades de impurezas ao retículo cristalino do silício. Para esta aplicação, é comum realizar dois tipos de dopagem: Tipo N e Tipo P. Na dopagem Tipo N, a impureza tem excesso de elétrons de valência em relação ao silício: os elétrons em excesso não têm a quem se ligar e ganham liberdade de movimento. Já na dopagem do Tipo P, a impureza tem deficiência de elétrons de valência em relação ao silício: quando misturados no reticulado de silício, formam "buracos" ou "lacunas" (que podem conduzir corrente) na rede cristalina e um elétron do silício não tem a que se ligar, essa ausência de elétron cria o efeito de uma carga positiva (daí o nome Tipo P). De acordo com o texto, pode-se afirmar que para produzir semicondutores Tipo P e Tipo N, respectivamente, deve- se adicionar, à rede cristalina do silício, os elementos a) P e Ar. b) B e Ga. c) B e Ge. d) Ga e P. e) Ge e Ar. 10 - (UFJF MG) O selênio quando combinado com enxofre forma o sulfeto de selênio, substância que apresenta propriedades antifúngicas e está presente na composição de xampus anticaspa. Qual o tipo de ligação química existente entre os átomos de enxofre e selênio? LIGAÇÕES QUÍMICAS 24 MÓDULO 4 a) Covalente. b) Dipolo-dipolo. c) Força de London. d) Iônica. e) Metálica. 11 - (UNIFOR CE) As ligações químicas representam interações entre dois ou mais átomos, interações essas que podem ocorrer por doação de elétrons, compartilhamento de elétrons ou ainda deslocalização de elétrons. Cada um desses processos é caracterizado por uma denominação de ligação química. A ligação química entre dois átomos terá caráter covalente quando ambos: a) ocuparem lugares muito distantes na classificação periódica. b) tiverem a mesma energia de ionização. c) tiverem eletronegatividade muito diferentes. d) apresentarem a mesma densidade. e) a mesma tendência de ganhar ou perder elétrons. 12 - (UFPR) Nos relógios mostrados a seguir, as posições, que são originalmente ocupadas por números, foram substituídas por símbolos de elementos químicos, cujos números atômicos correspondem ao numeral original do relógio. As substâncias neutras formadas a partir da leitura das horas marcadas nos relógios I, II e III são, respectivamente: a) LiF – MgO – BeF. b) LiF – Mg2O – BeF. c) LiF – MgO – BeF2. d) Li2F – MgO – BeF2. e) Li2F – Mg2O – BeF2. 13 - (FAMERP SP) A combinação dos elementos Ca e Br forma uma substância solúvel em água, de fórmula __________. Uma solução aquosa dessa substância é classificada como __________ de eletricidade. As lacunas do texto devem ser preenchidas por: a) Ca2Br – condutora. b) CaBr2 – condutora. c) Ca2Br – não condutora. d) CaBr2 – não condutora. e) CaBr – condutora. 14 - (UDESC SC) Ao se analisar o caráter iônico entre dois átomos diferentes, formadores de uma ligação, é necessário verificar a eletronegatividade. Assinale a alternativa que apresenta o composto químico com o caráter iônico mais acentuado. a) F2 b) HI c) KF d) KI e) NaI 15 - (UNESP SP) Analise o gráfico que mostra a variação da eletronegatividade em função do número atômico.(John B. Russell. Química geral, 1981. Adaptado.) Devem unir-se entre si por ligação iônica os elementos de números atômicos a) 17 e 35. b) 69 e 70. c) 17 e 57. d) 15 e 16. e) 12 e 20. 16 - (PUC SP) Observe a figura abaixo e assinale a alternativa INCORRETA. LIGAÇÕES QUÍMICAS 25 MÓDULO 4 Fonte: Ohara Augusto. Radicais livres bons, maus e naturais. Ed. Oficina de textos, 2006. a) Átomos que pertencem à família dos metais alcalinos formam cátions monovalentes. b) Átomos que pertencem ao grupo 17 formam ânions monovalentes. c) A ligação iônica ocorre entre cátions e ânions e é caracterizada pela existência de forças de atração eletrostática entre eles. d) Na ligação iônica, apenas átomos que perdem e ganham a mesma quantidade de elétrons podem se combinar. 17 - (IBMEC SP Insper) Um professor entregou a cada aluno o nome de um personagem da série de TV Game of Thrones®. Em seguida, solicitou que cada aluno utilizasse as letras do nome do personagem para escrever símbolos de elementos químicos, comparar propriedades periódicas desses elementos e construir as fórmulas dos possíveis compostos formados por eles. Só valiam os símbolos formados pela leitura feita da esquerda para a direita e com letras subsequentes. Um dos alunos recebeu o nome do personagem Bran Stark. Para esse personagem, o elemento com maior raio atômico representado pelas letras do nome e sobrenome e a fórmula do composto iônico formado pelos símbolos contidos nas letras do sobrenome são, respectivamente, a) enxofre e KS. b) potássio e KS2. c) boro e KS. d) rádio e K2S. e) nitrogênio e K2S. 18 - (UEM PR) Em relação aos compostos iônicos, assinale o que for correto. 01. Sólidos iônicos são constituídos de íons agregados de forma organizada no espaço, portanto os sólidos iônicos são sólidos cristalinos. 02. Os compostos iônicos têm elevada temperatura de fusão. 04. O número de coordenação dos íons cloreto, no cloreto de sódio, é igual a 6. 08. Todos os compostos iônicos se dissolvem completamente em água. 16. Cátion, um íon positivamente carregado, é formado pela adição de um ou mais elétrons a um átomo neutro. 19 - (FCM MG) Uma medida quantitativa da estabilidade de qualquer sólido iônico é sua energia de rede, ou seja, a energia necessária para separar completamente 1,0 mol de um composto iônico sólido em seus átomos gasosos. Assim, pode-se medir a energia de rede do fluoreto de lítio – LiF(s) → Li+(g) + F–(g) – através do ciclo de Born-Haber utilizando o seguinte diagrama energético, onde os valores de 0H são em kJ/mol. O valor encontrado para a energia de rede do fluoreto de lítio é: a) 192. b) 786. c) 1016. d) 1672. 20 - (UFRGS RS) Os elementos X, Y e Z apresentam as seguintes configurações eletrônicas: X: 1s22s22p63s1 Y: 1s22s22p63s23p5 Z: 1s22s22p6 A respeito desses elementos, pode-se afirmar que a) X e Y tendem a formar ligação iônica. b) Y e Z tendem a formar ligação covalente. LIGAÇÕES QUÍMICAS 26 MÓDULO 4 c) X não tende a fazer ligações nem com Y nem com Z. d) dois átomos de X tendem a fazer ligação covalente entre si. e) dois átomos de Z tendem a fazer ligação iônica entre si. 21 - (UNIRG TO) Os elementos químicos genéricos, X e Y, apresentam as seguintes distribuições eletrônicas: X = 1s2 2s2 2p6 3s1 Y = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 Suponha que os dois elementos reajam com o cloro. De acordo com as distribuições eletrônicas e as respectivas estruturas de Lewis, as fórmulas moleculares desses compostos serão: a) XCl e YCl b) XCl2 e YCl2 c) XCl e YCl3 d) XCl3 e YCl3 22 - (UECE) Atente ao seguinte trecho da canção “Quanta” de Gilberto Gil: “Fragmento infinitésimo, quase apenas mental. Quantum granulado no mel. Quantum ondulado do sal. Mel de urânio, sal de rádio. Qualquer coisa quase ideal”. Considerando o trecho acima, assinale a afirmação verdadeira. a) A fórmula química do composto formado entre o urânio e o rádio é RaU. b) Quantum é a quantidade mínima de energia que um elétron do átomo do urânio pode ser emitida, propagada ou absorvida para o átomo do rádio. c) A fórmula química do composto formado pelo halogênio mais eletronegativo e o metal alcalino terroso citado por Gilberto Gil é o RaF2. d) O elemento químico urânio é um metal de transição da família dos lantanídeos. 23 - (UNISC RS) O átomo de cálcio pertence à família dos metais alcalinos terrosos e o átomo de flúor à família dos halogênios. O composto resultante e a ligação entre estes átomos serão a) CaF2 com ligação covalente. b) CaF com ligação covalente. c) CaF2 com ligação iônica. d) CaF com ligação iônica. e) Ca2F com ligação covalente. 24 - (EsPCEX) Compostos iônicos são aqueles que apresentam ligação iônica. A ligação iônica é a ligação entre íons positivos e negativos, unidos por forças de atração eletrostática. (Texto adaptado de: Usberco, João e Salvador, Edgard, Química: química geral, vol 1, pág 225, Saraiva, 2009). Sobre as propriedades e características de compostos iônicos são feitas as seguintes afirmativas: I. apresentam brilho metálico. II. apresentam elevadas temperaturas de fusão e ebulição. III. apresentam boa condutibilidade elétrica quando em solução aquosa. IV. são sólidos nas condições ambiente (25 ºC e 1atm). V. são pouco solúveis em solventes polares como a água. Das afirmativas apresentadas estão corretas apenas a) II, IV e V. b) II, III e IV. c) I, III e V. d) I, IV e V. e) I, II e III. 25 - (PUC MG) Com base nas propriedades dos metais, assinale a afirmativa CORRETA. a) Os metais formam ligações iônicas uns com os outros, denominadas de ligas metálicas. b) As substâncias formadas por ligações metálicas possuem ponto de ebulição menor que as formadas por ligações iônicas, porque as ligações iônicas são mais fortes que as ligações metálicas. c) Os metais não são bons condutores de calor e eletricidade. d) O sódio metálico, ao ser colocado em contato com a água, sofre reação de modo a formar um composto iônico denominado hidróxido de sódio. 26 - (UFG GO) A série americana intitulada Breaking Bad vem sendo apresentada no Brasil e relata a história de um professor de Química. Na abertura da série, dois símbolos químicos são destacados em relação às duas primeiras letras de cada palavra do título da série. Considerando a regra do LIGAÇÕES QUÍMICAS 27 MÓDULO 4 octeto, a substância química formada pela ligação entre os dois elementos é a: a) Ba2Br2 b) Ba2Br3 c) Ba2Br d) BaBr3 e) BaBr2 27 - (FCM MG) O relógio na casa de um professor de Química tem seus numerais substituídos pelos símbolos dos elementos químicos, de acordo com seus números atômicos, conforme a figura acima. Analisando, na figura, a substância correspondente à hora marcada e utilizando seus conhecimentos a respeito da posição dos elementos na Tabela Periódica, assinale a alternativa FALSA: a) A substância apresenta fórmula MgF2, tendo como unidades de repetição cátions e ânions. b) A substância é predominantemente iônica, sólida, sendo boa condutora de eletricidade quando dissolvida em água e quando fundida. c) O principal fator responsável pelo caráter iônico da substância é seu alto valor na energia de rede. d) O caráter iônico dessa substância deve ser menor do que o caráter iônico da substância correspondente a 8h55min. 28 - (PUC MG) A configuração eletrônica para os elementos A e B são apresentadas a seguir: A = 1s22s22p63s2 B = 1s22s22p63s23p5 De posse dessas informações, assinale a afirmativa INCORRETA. a) B possui maior energia de ionização que A. b) A e B necessariamente participam de ligação covalente. c) A possui menor afinidade por elétrons que B. d) AB2 é uma fórmula provável para um composto formado entre A e B. 29 - (Mackenzie SP) Assinale (V) para verdadeiro e(F) para falso, para as afirmações abaixo. ( ) Os metais apresentam alta condutividade elétrica, mas baixa condutividade térmica. ( ) O bronze é uma liga formada por cobre e estanho. ( ) Compostos iônicos conduzem corrente elétrica em meio aquoso e quando fundidos. ( ) A ligação covalente ocorre entre metais e não metais. O KBr é um exemplo. ( ) O dióxido de carbono é uma molécula apolar, mas que possui ligações covalentes polares. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo é a) F, F, V, F e V. b) F, V, V, F e V. c) V, F, V, F e V. d) F, F, V, F e F. e) V, V, F, V e F. 30 - (UECE) Um estudante de química encontrou, na bancada do laboratório, um frasco sem rótulo contendo uma substância desconhecida inodora e incolor. Submeteu a amostra a alguns testes e descobriu que ela apresentava altas temperaturas de fusão e de ebulição, boa condutividade elétrica, grande maleabilidade e boa condutividade térmica. A partir das informações coletadas, ele pode concluir acertadamente que o tipo de ligação predominante na citada substância era a) covalente polar. b) metálica. c) covalente apolar. d) iônica. 31 - (UEFS BA) A figura mostra o resultado de um teste de condutibilidade elétrica realizado com um sólido X e um líquido Y. LIGAÇÕES QUÍMICAS 28 MÓDULO 4 O sólido X e o líquido Y utilizados nesse teste podem ter sido, respectivamente, a) cloreto de sódio e mercúrio metálico. b) prata metálica e solução aquosa de cloreto de sódio. c) cloreto de sódio e tetracloreto de carbono. d) prata metálica e mercúrio metálico. e) sacarose e tetracloreto de carbono. 32 - (ENEM) Alguns materiais sólidos são compostos por átomos que interagem entre si formando ligações que podem ser covalentes, iônicas ou metálicas. A figura apresenta a energia potencial de ligação em função da distância interatômica em um sólido cristalino. Analisando essa figura, observa-se que, na temperatura de zero kelvin, a distância de equilíbrio da ligação entre os átomos (R0) corresponde ao valor mínimo de energia potencial. Acima dessa temperatura, a energia térmica fornecida aos átomos aumenta sua energia cinética e faz com que eles oscilem em torno de uma posição de equilíbrio média (círculos cheios), que é diferente para cada temperatura. A distância de ligação pode variar sobre toda a extensão das linhas horizontais, identificadas com o valor da temperatura, de T1 a T4 (temperaturas crescentes). O deslocamento observado na distância média revela o fenômeno da a) ionização. b) dilatação. c) dissociação. d) quebra de ligações covalentes. e) formação de ligações metálicas. 33 - (IFGO) Dentre as seguintes alternativas, a que contém apenas características dos metais é: a) Ductibilidade (capacidade de ser esticado para fazer fios), maleabilidade (capacidade de ser moldado), boa condutibilidade elétrica e térmica; b) Quebradiços, podem ser, sólidos, líquidos ou gases à temperatura e pressão ambientes, isolantes elétricos; c) Apresentam superfície lustrosa, boa condutibilidade elétrica e são isolantes térmicos; d) Apresentam pontos de fusão e ebulição baixos, são opacos, bons condutores de calor e de eletricidade; e) Possuem a tendência de ganhar elétrons, não conduzem eletricidade e calor, são opacos e fragmentam- se facilmente. 34 - (UFRGS RS) A grande utilização dos metais demonstra sua importância para a humanidade e decorre do fato de as substâncias metálicas apresentarem um conjunto de propriedades que lhes são características. Considere as informações abaixo que justificam, de forma adequada, propriedades típicas dos metais, com base no modelo do mar de elétrons. I. Metais apresentam geralmente elevados pontos de fusão devido à grande estabilidade do retículo cristalino metálico. II. A boa condução de calor ocorre pois o aquecimento aumenta a vibração dos íons positivos, possibilitando que eles capturem os elétrons livres, o que provoca a desestruturação do retículo cristalino metálico e possibilita a propagação do calor. III. A boa condução de eletricidade é explicável, pois a aplicação de uma diferença de potencial provoca uma movimentação ordenada dos elétrons livres. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III. LIGAÇÕES QUÍMICAS 29 MÓDULO 4 35 - (UNESP SP) Três substâncias puras, X, Y e Z, tiveram suas condutividades elétricas testadas, tanto no estado sólido como no estado líquido, e os dados obtidos encontram-se resumidos na tabela. Com base nessas informações, é correto classificar como substância(s) iônica(s) a) Y e Z, apenas. b) X, Y e Z. c) X e Y, apenas. d) Y, apenas. e) X, apenas. 36 - (PUC GO) Três substâncias (I, II e III) foram caracterizadas experimentalmente de modo a obter duas importantes propriedades: ponto de fusão (ºC) e condutividade elétrica. sim :líquido estado sim, :sólido Estado 1.538III não :líquido estado não, :sólido Estado 57,56II sim :líquido estado não, :sólido Estado 801I elétrica adeCondutividC fusão de PontoSubstância − A partir destas informações, pode-se concluir que as substâncias I, II e III, respectivamente, são formadas por ligações: a) Metálicas, covalentes e iônicas. b) Iônicas, covalentes e metálicas. c) Metálicas, covalentes e metálicas. d) Covalentes, metálicas e iônicas. 37 - (FCM MG) Uma fita (tira fina e estreita) do metal magnésio pode facilmente ser rompida com os dedos da mão. Entretanto, é difícil fazer o mesmo com uma fita de ferro, de iguais dimensões. Essa diferença de resistência entre as fitas desses metais pode ser explicada a) pelo maior volume molecular de Fe(s). b) pela maior densidade do ferro metálico. c) pelo maior número de elétrons deslocalizados do Fe(s). d) pela maior força da ligação iônica envolvendo os íons Fe3+. 38 - (ENEM) A palha de aço, um material de baixo custo e vida útil pequena, utilizada para lavar louças, é um emaranhado de fios leves e finos que servem para a remoção por atrito dos resíduos aderidos aos objetos. A propriedade do aço que justifica o aspecto físico descrito no texto é a a) ductilidade. b) maleabilidade. c) densidade baixa. d) condutividade elétrica. e) condutividade térmica. 39 - (FUVEST SP) O fósforo elementar pode ser obtido em diferentes formas alotrópicas, nas condições mostradas na figura. O fósforo branco, de fórmula P4, é convertido em fósforo vermelho, conforme a estrutura mostrada na figura. Isso faz com que suas propriedades se alterem. Por exemplo, fósforo branco é solúvel no solvente dissulfeto de carbono, ao passo que o vermelho não é solúvel. A obtenção industrial do fósforo branco é feita a partir do aquecimento do mineral fluorapatita, Ca5(PO4)3F, na presença de sílica e carvão, conforme a equação 4 Ca5(PO4)3F + 18 SiO2 + 30 C → 3 P4 + 30 CO + 18 CaSiO3 + 2 CaF2 Com base nessas informações, responda ao que se pede. a) Qual das formas alotrópicas do fósforo mostradas na figura terá maior densidade? b) Estima-se que, anualmente, 744.000 toneladas de fósforo branco são produzidas industrialmente. Calcule a massa total de fluorapatita usada como matéria-prima nesse processo. Considere que esse mineral possui 100% de pureza. Demonstre os cálculos. LIGAÇÕES QUÍMICAS 30 MÓDULO 4 c) Qual a diferença entre as ligações que mantêm as moléculas de fósforo branco unidas e as que mantêm a estrutura do fósforo vermelho ou do fósforo preto? Explique. Note e adote: Massas molares (g/mol): Fluorapatita = 504; P4 = 124. 40 - (UFT TO) Quanto aos seguintes compostos, assinale a alternativa INCORRETA: a) o CaO é um composto iônico, duro, quebradiço e mau condutor de calor. b) a sacarose (C12H22O11) é um composto molecular e mau condutor de eletricidade. c) o diamante
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