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IBGE Aula 07 problemas ambientais do brasil

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www.acasadoconcurseiro.com.br
Geografia
Problemas Ambientais do Brasil
Professor Luciano Teixeira
www.acasadoconcurseiro.com.br 3
Aula XXGeografia
PROBLEMAS AMBIENTAIS DO BRASIL
Os problemas ambientais no Brasil são múltiplos, vastos e de enorme gravidade, afetando to-
dos os seus biomas. Entre as principais ameaças estão a poluição da água, do ar e do solo, o 
desmatamento, o depósito e disposição de lixo em locais inadequados, a caça e a pesca preda-
tórias, o desperdício de alimentos e de recursos naturais, e o aquecimento global. Todas elas, 
que têm sua raiz na explosão demográfica, na acelerada expansão urbana e agropecuária, e no 
proporcional aumento no consumo geral de recursos, podendo agir em separado, mas em geral 
fazendo-o em combinação, desencadeiam uma série interminável de impactos negativos sobre 
a biodiversidade, fazendo declinar populações, extinguindo espécies, privando-as de comida e 
abrigo, e provocando-lhes doenças, redução em seu crescimento, anomalias genéticas e outros 
males.
Consequentemente, desencadeiam-se prejuízos variados para a sociedade, que em tudo da na-
tureza depende para sobreviver, na forma de redução de fontes de alimento e energia, de ser-
viços ambientais, de materiais de construção, de substâncias medicinais, de fibras, óleos, resi-
nas, condimentos e outros recursos. Também prejudicam o homem diretamente, causando-lhe 
doenças e outros danos à sua saúde, finanças e bem-estar. Toda a sociedade brasileira sente os 
efeitos combinados desses problemas, e sofrem mais os mais pobres, a despeito da existência 
de grossa legislação normativa e protetora. Pouco se tem feito para reverter as tendências atu-
ais de degradação ambiental, visto que elas se agravam dia a dia.
Fatores culturais, econômicos e políticos, que privilegiam a exploração predatória, imediatista, 
imprevidente e insustentável da natureza, além da ilegalidade, dificultam enormemente a apli-
cação e a eficácia das normas legais de monitoramento, fomento e proteção das espécies selva-
gens. A falta de educação ambiental e de consciência da população sobre o papel fundamental 
que a natureza desempenha na vida humana são outros agravantes desse contexto dramático, 
fazendo com que as projeções de futuro não sejam otimistas, embora o conhecimento exista e 
seja facilmente acessível, e embora os custos de transformação do modelo atual sejam baixíssi-
mos comparados aos seus benefícios.
As maiores sínteses científicas da atualidade preveem que se a natureza continuar sofrendo 
agravos tão importantes e continuados, e em proporção crescente, em um futuro não muito 
distante, talvez em meros cem anos, a sociedade mundial corre o risco concreto de entrar em 
colapso irreversível, destruindo a civilização como hoje a conhecemos, catástrofe da qual o Bra-
sil não poderá escapar, sendo além disso um dos grandes responsáveis pela existência de ame-
aça de tal magnitude, que tem sido sistematicamente subestimada ou de todo ignorada pelos 
governos, legisladores, empresariado e população.
A poluição hídrica consiste em modificações de origem humana (antrópicas) nas propriedades 
físicas e químicas da água capazes de provocar dano aos seres humanos e/ou à vida selvagem, 
incluindo-se aqui tanto rios e lagos como os mananciais subterrâneos e o mar. Suas causas 
 
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principais derivam da produção de lixo, esgotos e substâncias agrícolas e industriais e urbanos 
pela sociedade, que são lançados diretamente nas águas ou lá acabam parando levados pelas 
chuvas ou por infiltrações. Também são consideradas formas de poluição a contaminação sa-
lina e a mineralização dos mananciais. O crescimento acelerado da população humana, com o 
aumento na demanda de água para consumo e outras atividades, reduz os estoques disponí-
veis, aumentando o problema porque menores quantidades de líquido são menos capazes de 
diluir os contaminantes.
Material Particulado
A poluição do ar é um problema principalmente urbano, e divide-se em duas categorias princi-
pais, a do material particulado (poeiras ou aerossois), e a dos gases/vapores tóxicos. O material 
particulado, termo que designa material de origem diversificada dividido em pequenas partícu-
las, é um dos poluentes clássicos na definição da Organização Mundial de Saúde (OMS). É ori-
ginado de processos industriais e produtivos, como a cinza e a fumaça geradas pela combustão 
de madeira e carvão nos lares e em siderúrgicas e metalúrgicas, obras de engenharia que usam 
cimento ou movimentam grandes quantidades de terra, a poeira gerada na exploração e trans-
porte de minérios, e a poeira de rua levantada pelo vento, que pode conter metais pesados. 
Estas partículas existem em vários tamanhos, todos muito pequenos, medindo até 100 mícrons 
de diâmetro. As mais perigosas para o homem medem até 10 mícrons, e sendo inaláveis, cau-
sam problemas no aparelho respiratório. Conforme sua composição, algumas partículas têm 
a capacidade de carregar substâncias tóxicas que absorvem do ar para dentro do organismo. 
Também o afetam pelo acúmulo físico, causando males derivados de obstrução das vias aéreas.
Lixo
Desde o surgimento dos primeiros centros urbanos, a produção de lixo se apresenta como um 
problema de difícil solução. A partir da Revolução Industrial, com a intensificação da migração 
dos trabalhadores do campo para a cidade, aumentaram as dificuldades referentes à produção 
de resíduos sólidos de diferentes naturezas (domésticos, industriais, serviços de saúde, etc). 
Algumas características da sociedade contemporânea, como seu amor ao novo, o costume de 
usar produtos descartáveis em vez de recicláveis, o sistema de produção que prevê a obso-
lescência programada de inúmeros itens de consumo, tornando-os inúteis em pouco tempo e 
necessitando reposição, as grandes taxas de desperdícios de materiais e recursos naturais, con-
tribuem para que hoje haja enorme produção de lixo de várias naturezas. O problema é global, 
afetando tanto a terra como as águas internas e o mar.
 
Aterro sanitário da Central de Resíduos do Vale do Aço, Santana do Paraíso.
Geografia – Problemas Ambientais do Brasil – Prof. Luciano Teixeira
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Lixão a céu aberto em Jardim Gramacho.
No Brasil apresenta-se um grande desafio. De acordo com o estudo Panorama dos Resíduos Só-
lidos no Brasil, publicado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos 
Especiais em 2013, neste ano o país produziu 76.387.200 de toneladas de resíduos derivados 
de indústrias, construção civil, residências, hospitais, atividades agropecuárias e outras origens, 
significando um aumento em 4,1% em relação ao ano anterior, numa taxa que superou o cres-
cimento populacional brasileiro, que foi de 3,7%.
O Brasil já tem um bom sistema de coleta, que é capaz de captar 90,4% do total, mas os siste-
mas de disposição são mais precários. Somente cerca de 60% do total de lixo produzido recebe 
destinação adequada. Cerca de 62% dos municípios têm algum sistema de coleta seletiva e/
ou reciclagem, mas nem sempre ele cobre toda a população das cidades, e em geral tem baixo 
nível de eficiência. Mesmo o lixo que recebe "destinação adequada", isto é, é coletado e de-
positado em locais controlados, 44% acaba sendo incinerado, gerando poluição atmosférica. O 
restante, que não recebe "destinação adequada", acaba em lixões a céu aberto, em rios, lagos 
e no mar. Sendo lavado pelas chuvas e liberando substâncias tóxicas em seu processo de de-
composição, entre elas metais pesados, ácidos e chorume, tais substâncias infiltram-se para o 
subsolo atingindo os mananciais subterrâneos de água, contaminando-os de várias maneiras, 
ou são liberadas para a atmosfera na forma de gases. O lixo também gera problemas de saú-
de humana como câncer, intoxicações, infecções, anomalias congênitas, baixo peso ao nascer, 
abortos e mortes neonatais; contribui expressivamente para o aquecimento global (principal-
mente pela geração de metano), além de provocarmodificações físicas na paisagem pelo seu 
acúmulo. Os impactos sobre a biodiversidade também são grandes e variados. Tudo isso gera 
um alto custo econômico, ambiental e social.
Desmatamento
O desmatamento é outro dos problemas ecológicos de grande magnitude que o país enfrenta. 
Suas causas principais são a conversão das terras para a agricultura ou para a pecuária, a explo-
ração madeireira (legal e ilegal), a grilagem de terras, a urbanização e a criação de infraestru-
turas como pontes, estradas e barragens. Os estados mais afetados são o Mato Grosso, o Pará 
e Rondônia. O desmatamento foi notado desde os primeiros tempos da colonização, e hoje 
chegou a dimensões muito preocupantes. O Brasil é o país com maior índice de biodiversidade 
do mundo, mas também é o maior desmatador do mundo. Originalmente cerca de 90% do seu 
território era coberto por florestas, com o restante coberto por campos e outras formações ve-
getais, mas em 2000 a área vegetada havia baixado para 62,3%. O bioma da Mata Atlântica é o 
 
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mais ameaçado, restando somente cerca de 13% de sua área primitiva, que em sua maior parte 
está em condição altamente fragmentada, o que acentua sua fragilidade.
No Brasil a principal causa de desmatamento é a expansão da área destinada á agropecuá-
ria. Em termos globais, esta causa responde por 49% de todo desmatamento ilegal do mundo, 
cabendo ao Brasil e à Indonésia 75% das matas tropicais perdidas ilegalmente para tais fins. 
Na Amazônia a pecuária gerou mais de 60% das áreas perdidas. Também são importantes a 
expansão das cidades, que crescem rápido com o aumento populacional e se multiplicam de-
sordenadamente em torno das novas áreas de produção agropecuária — muitas vezes sem 
qualquer infra-estrutura e gerando vários impactos ambientais paralelos — e a construção de 
hidrelétricas, que também incentiva novas urbanizações, em média duplicando a área de mata 
perdida em relação àquela originalmente destinada ao alagamento. Calcula-se que se todos os 
rios do Pantanal fossem aproveitados para a geração de energia hidrelétrica a modificação em 
seus sistemas hidrológicos seria tão profunda que o bioma desapareceria. O governo chegou a 
reduzir a área de algumas reservas protegidas para favorecer a construção de novas barragens. 
Além de terem grande impacto direto sobre as florestas, as barragens afetam a fauna aquática 
ao cortarem o fluxo dos rios, fragmentando os ecossistemas fluviais. Isso, por exemplo, esti-
mula o surgimento de espécies invasoras e impede a migração para desova (piracema) de mui-
tas espécies de peixes, prejudicando sua reprodução, com várias outras repercussões indiretas 
sobre os ecossistemas e sobre comunidades ribeirinhas que usam o peixe como alimento. As 
águas represadas também favorecem a multiplicação de mosquitos e parasitas humanos e o 
crescimento de doenças como a malária.
Além da Mata Atlântica, que já perdeu uma área maior que toda a Região Sudeste, todos os 
outros biomas nacionais estão severamente ameaçados. Na Amazônia as perdas totais já che-
gam a 17%, e 47% mais estão já sob algum tipo de pressão. O Cerrado, a savana mais biodi-
versa do mundo, abrigando 37% de toda a biodiversidade nacional, já perdeu mais de 50% de 
sua área primitiva. É também o segundo bioma mais ameaçado, perdendo área principalmente 
para a agricultura. Se as taxas de perdas continuarem no ritmo atual, calcula-se que em vinte 
anos terá desaparecido inteiramente. Dele sai a água que abastece o Pantanal matogrossense 
e vários outros importantes sistemas hídricos do Brasil. A Caatinga já perdeu 45,39% de sua 
vegetação nativa, e 80% de todo o bioma já sofreu alguma alteração, principalmente por causa 
da expansão da agricultura e da exploração de madeira. No Pampa a situação igualmente não 
é tranquila, já tendo perdido mais de 54% de sua área original, especialmente para a rizicultura 
mecanizada, a pecuária e as extensas monoculturas de eucaliptos e pinheiros exóticos para 
produção de celulose. Por fim, o Pantanal, uma das áreas úmidas mais ricas em biodiversidade 
do mundo, sendo declarado Reserva da Biosfera e Patrimônio Mundial pela Unesco, já foi per-
dido em 15,18%.O resultado direto dessas perdas é que em 2014 o país tinha mais de três mil 
espécies ameaçadas de extinção. As queimadas, o principal método de derrubada da mata, são 
também o principal contribuinte brasileiro para o aumento global das emissões de gases estufa.
Declínio da biodiversidade e dos serviços ambientais
O desmatamento e a degradação dos ecossistemas geram múltiplos impactos ambientais. As 
florestas são o maior reservatório de vida selvagem do país, e seu desaparecimento ou degra-
dação conduz necessariamente a um importante empobrecimento dos recursos naturais que 
delas se obtêm, como a madeira, substâncias medicinais, alimentos, óleos, resinas, corantes, 
fibras, entre outros. Como todos os seres estão interligados na cadeia da vida, seu declínio 
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estimula a invasão por espécies exóticas e empobrece também todos os serviços ambientais 
produzidos pelos seres integrantes das áreas verdes, que incluem a purificação das águas e 
do ar, a preservação dos mananciais de água, a produção de solo fértil, a regulação do clima, a 
captura de carbono gerador do efeito estufa, o sustento de polinizadores das culturas agrícolas, 
e a defesa contra desastres ambientais como tempestades, erosão do solo e inundações. Sur-
gindo esses efeitos, eles desencadeiam novas perdas na biodiversidade, o que inicia um ciclo 
de reforço mútuo que leva a crescentes níveis de perdas sobre perdas. Depois de atingido certo 
nível de degradação, os ecossistemas entram em um ciclo irreversível de colapso. Logicamente, 
os efeitos para a sociedade são cumulativos e vastos, prejudicando a economia, a segurança 
alimentar, gerando pobreza e inquietação social, e destruindo culturas tradicionais. O Brasil 
ainda tem grande população indígena, que depende vitalmente das florestas. A recente apro-
vação de um novo texto para o Código Florestal tem estimulado a aceleração nas taxas recentes 
de desmatamento. Da mesma maneira como ocorre nas áreas verdes, a degradação das águas 
interiores e dos oceanos empobrece a biodiversidade aquática e tem impacto na qualidade dos 
serviços ambientais oferecidos por esses sistemas. O Brasil ainda é o país com maior biodiversi-
dade em todo o mundo, com alta taxa de endemismo (espécies que só existem no país).

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