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Resumo de Pesquisa de Campo em Psicologia - Metodologia e Método - PCP

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PESQUISA DE CAMPO EM PSICOLOGIA – PCP
RESUMO AULA DIA 14/02/2019 
METODOLOGIA # MÉTODO
1º - Sobre método de abordagem e método de procedimento.
Para que um conhecimento seja considerado científico devemos identificar tanto as operações mentais como as técnicas. Em outras palavras, podemos classificar os métodos em métodos de abordagem e métodos de procedimentos.
Método de abordagem: Os métodos de abordagem referem-se ao plano geral do trabalho, a seus fundamentos lógicos e aos processos de raciocínio adotados.
Os métodos de abordagem proporcionam as bases lógicas da investigação são vinculados a uma das correntes filosóficas que se propõem a explicar como se processa o conhecimento da realidade. 
São eles: método dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo e dialético.
Método dedutivo - Trata-se de um método lógico que pressupõe a existência de verdades gerais já afirmadas que servem de premissa para se chegar, por meio dele, a novos conhecimentos. Este método, proposto por racionalistas como Descartes, Spinosa e Leibniz; pretende explicar, por meio de uma cadeia de raciocínio definida em ordem descendente, o conteúdo das premissas colocadas. Ou seja, para os racionalistas só a razão pode levar ao conhecimento verdadeiro. Então, se as premissas são verdadeiras, a conclusão será sempre verdadeira.
Método Indutivo - A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, pois a cadeia de raciocínios estabelece a conexão ascendente, ou seja, partimos do particular para o geral. Neste caso, as constatações particulares é que levam às leis gerais. Lakatos e Marconi (2006, p.87) apontam a realização desse método em três etapas:
Observação dos fenômenos: nessa etapa são observados e analisados os fatos ou fenômenos, na qual o pesquisador busca descobrir as causas de sua manifestação;
Descoberta da relação entre eles: na segunda etapa, o pesquisador procura, por intermédio da comparação, aproximar fatos ou fenômenos, na tentativa de descobrir a relação constante existente entre eles. Isto é, procede- se o agrupamento dos fatos ou fenômenos da mesma espécie, de acordo com a relação existente que se nota entre eles;
Generalização da relação: nesta terceira etapa, o pesquisador faz a generalização da relação encontrada na etapa precedente, entre os fenômenos ou fatos semelhantes, muitos dos quais ainda não foram observados (ou não podem). Esta é, em verdade, a etapa de classificação, resultante da generalização da relação observada. 
As autoras Lakatos e Marconi (2006, p.87) demonstram a aplicação do método por meio do seguinte exemplo: Observo que Pedro, José, João etc. são mortais; verifico a relação entre ser homem e ser mortal; generalizo dizendo que todos os homens são mortais:
Pedro, José, João ... são mortais.
Ora, Pedro, José, João, ... são homens.
Logo, (todos) os homens são mortais.
ou,
O homem Pedro é mortal.
O homem José é mortal.
O homem João é mortal.
. . .
(Todo) homem é mortal.
Conforme observamos no exemplo apresentado, este método – proposto por empiristas como Bacon, Locke e Hume – coloca a generalização como um produto das particularidades obtidas. Ou seja, a generalização não pode ser buscada aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de casos concretos e suficientemente confirmadores dessa realidade (ESCOLA, 2008). Portanto, aqui não existem premissas preestabelecidas, mas somente a observaçãode fatos ou fenômenos cujas causas desejam-se conhecer.
Em seguida, o pesquisador procura compará-los buscando descobrir as relações existentes entre eles. Finalmente, ele faz a generalização, baseando-se na relação identificada. E, diferentemente do método dedutivo, o indutivo apresenta conclusões como sendo verdades não contidas nas premissas consideradas, por isso caracterizam-se como sendo apenas prováveis.
Tal método é particularmente interessante para as ciências sociais, já que foi a partir dele que os estudiosos da sociedade passaram a abandonar a postura especulativa, adotando a observação como procedimento indispensável para atingir o conhecimento científico. Com base nele, é que se buscou o desenvolvimento de instrumentos de coleta e de mensuração de dados.
Método dialético - Este método foi proposto por Hegel no período do Renascimento, e parte do pressuposto de que no universo nada está isolado, tudo está em movimento e mudança e tudo depende de tudo, inclusive, e principalmente, o conhecimento. Para Engels (apud LAKATOS; MARCONI, 2006, p. 101), a dialética está relacionada à [...] grande idéia (sic) fundamental segundo a qual o mundo não deve ser considerado como um complexo de coisas acabadas, mas como um complexo de processos em que as coisas, na aparência, estáveis, do mesmo modo que os seus reflexos intelectuais no nosso cérebro, as idéias (sic), passam por uma mudança ininterrupta de devir a decadência, em que, finalmente, apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos momentâneos, um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje. Portanto, para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está acabada, encontrando-se sempre em vias de se transformar, desenvolver; o fim de um processo é sempre o começo de outro.
Segundo Gil (1999) e Lakatos e Marconi (2006, p.100-106), há certos princípios comuns a toda a abordagem dialética. Observe que princípios são esses.
Princípio da unidade e luta dos contrários. Todos os objetos e fenômenos apresentam aspectos contraditórios, que são organicamente unidos e constituem a indissolúvel unidade dos opostos. Os opostos não se apresentam lado a lado, mas num estado constante de luta entre si. A luta dos opostos constitui a fonte do desenvolvimento da realidade
Princípio da transformação das mudanças quantitativas em qualitativas. Quantidade e qualidade são características imanentes a todos os objetos e fenômenos, e estão inter-relacionadas. No processo de desenvolvimento, as mudanças quantitativas graduais geram mudanças qualitativas, e esta transformação se opera por saltos.
Princípio da interpenetração dos contrários. O desenvolvimento processa-se em espiral, isto é, suas fases repetem- se, mas em nível superior de conhecimento.
Compreendemos, dessa forma, que o método dialético opõe-se a todo conhecimento rígido. Isto é, tudo é visto em mudança constante, pois sempre há algo que surge e se desenvolve e algo que se desagrega e se transforma. Mais especificamente, a dialética fornece as bases para uma interpretação dinâmica e totalizante da realidade, já que define que os fatos sociais não podem ser entendidos quando considerados isoladamente, abstraídos das suas influências políticas, econômicas, culturais, além de outras. 
A comparação dos métodos aqui analisados permite chegar a algumas conclusões. Especificamente em relação aos métodos dedutivo e indutivo, Lakatos e Marconi (2006, p.86) afirmam que
[...] uma característica que não pode deixar de ser assinalada é que o argumento indutivo, da mesma forma que o dedutivo, fundamenta-se em premissas. Mas, se nos dedutivos, premissas verdadeiras levam inevitavelmente à conclusão verdadeira, nos indutivos conduzem apenas a conclusões prováveis.
Portanto, conforme identificamos anteriormente, ao contrário do método dedutivo, o indutivo leva a resultados que provavelmente (apenas) são verdadeiros, ou seja, em oposição à dedução, a indução é um processo de estabelecer ou justificar teorias através de observações ou experimentos repetidos partindo-se dos fatos concretos, tais como se dão na experiência, e ascendendo-se às formas gerais, que constituem suas leis e causas.
Por sua vez, como o método dialético privilegia as mudanças quantitativas, ele opõe-se naturalmente a qualquer modo de pensar.
Já, Vergara (2007) alerta que
[...] tanto no método fenomenológico, quanto no dialético, o pesquisador obtém os dados de que necessita na observação, em entrevistas e questionário não-estruturados (sic), nas histórias de vida, em conteúdos de textos, na história de países, empresas,organizações em geral; enfim, em tudo aquilo que lhe permita refletir sobre processos e interações (VERGARA, 2007, p.14).
Percebemos que os métodos de abordagem que proporcionam as bases lógicas da investigação são vinculados a uma das correntes filosóficas que se propõem a explicar como se processa o conhecimento da realidade.
Assim, concluímos que o método dedutivo está basicamente relacionado ao racionalismo, o indutivo ao empirismo, o hipotético-dedutivo ao neopositivismo e o dialético ao materialismo.

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