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1 CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ECONOMIA E GESTÃO GOVERNAMENTAL MACROECONOMIA – TAXA DE CÂMBIO Prof. Geraldo Góes DIVISAS MOEDA E TÍTULOS ESTRANGEIROS DE CURTO PRAZO. MERCADO DE DIVISAS A oferta de dólares é igual à demanda por reais pois quem vende dólar (US$) está comprando real (R$). A demanda por dólares é igual à oferta de reais pois quem compra dólar está vendendo real. No mercado de divisas a oferta de US$(demanda por R$) é feita por: i. Exportadores de bens e serviços ii. Investidores estrangeiros no país No mercado cambial a demanda por US$ (oferta de R$) é feita por: i. Importadores de bens e serviços ii. Investidores nacionais no exterior iii. TAXA DE CÂMBIO NA COTAÇÃO DO INCERTO Utilizada no Brasil e na maioria dos países A taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira expresso em moeda nacional. Por exemplo se a taxa de cambio é de 2 R$/U$ então para comprar um dólar é necessário ter 2 reais. Na cotação do incerto um aumento da taxa de câmbio representa uma desvalorização da moeda nacional enquanto que uma diminuição (redução) da taxa de câmbio representa uma valorização da moeda nacional. TAXA DE CÂMBIO NA COTAÇÃO DO CERTO Utilizada nos países de moeda forte: da Libra, do Dólar e do Euro A taxa de câmbio é o preço da moeda nacional expresso em moeda estrangeira. Por exemplo: se o Brasil adotasse a cotação do certo e a taxa de cambio fosse de 0,5 US$/R$ então para comprar um real é necessário ter 0,5 dólares. Na cotação do certo um aumento da taxa de câmbio representa uma valorização da moeda nacional enquanto que uma diminuição (redução) da taxa de câmbio representa uma desvalorização da moeda nacional. 2 NA COTAÇÃO DO INCERTO Uma desvalorização de 10%: representa um aumento de 10% na taxa de câmbio (fator multiplicativo 1,1) Uma valorização de 10% : representa uma diminuição de 10% na taxa de câmbio (fator multiplicativo 0,9) NA COTAÇÃO DO CERTO Uma desvalorização de 10% : representa uma diminuição de 10% na taxa de câmbio (fator multiplicativo 0,9) Uma valorização de 10% : representa um aumento de 10% na taxa de câmbio (fator multiplicativo 1,1) TAXA NOMINAL (E) É uma paridade entre moedas.. A taxa nominal de câmbio é o preço relativo entre duas moedas. TAXA REAL (Z) É uma paridade entre produtos (bens e serviços).A taxa real de câmbio é o preço relativo entre produtos. DESVALORIZAÇÃO NOMINAL X DESVALORIZAÇÃO REAL Desvalorização nominal : significa que a moeda nacional se desvalorizou em termos de moeda estrangeira (que são necessárias menos moeda estrangeira para se comprar a moeda nacional) . Desvalorização real : significa que os produtos nacionais (bens e serviços produzidos no país) estão mais baratos em relação aos produtos estrangeiros (bens e serviços produzidos no exterior) e portanto ganham competitividade (atratividade) no mercado internacional, logo as exportações aumentam. VALORIZAÇÃO NOMINAL X VALORIZAÇÃO REAL Valorização nominal : significa que a moeda nacional se valorizou em termos de moeda estrangeira (que são necessárias mais moeda estrangeira para se comprar a moeda nacional) . Valorização real : significa que os produtos nacionais (bens e serviços produzidos no país) estão mais caros em relação aos produtos estrangeiros (bens e serviços produzidos no exterior) e portanto perdem competitividade (atratividade) no mercado internacional, logo as exportações diminuem VALORIZAÇÃO NOMINAL A moeda nacional fica mais cara em relação à moeda estrangeira. Valorização real Os produtos nacionais ficam mais caros em relação aos produtos estrangeiros. 3 DESVALORIZAÇÃO NOMINAL A moeda nacional fica mais barata em relação à moeda estrangeira. DESVALORIZAÇÃO REAL Os produtos nacionais ficam mais baratos em relação aos produtos estrangeiros. TAXA REAL DE CÂMBIO (Z) NA COTAÇÃO DO INCERTO .7 A TAXA REAL DE CÃMBIO NA COTAÇÃO DO CERTO Cotação Aumento da taxa real (Z) Aumento da taxa nominal (E) Diminuição da taxa real (Z) Diminuição da taxa nominal (E) Incerto Desvalorização real Desvalorização nominal Valorização real Valorização nominal Certo Valorização real Valorização nominal Desvalorização real Desvalorização nominal Taxa real de câmbio (Z) na cotação do certo extP pEZ int . onde: Z = taxa real de câmbio E = taxa nominal de câmbio Pext = nível de preço externo Pint = nível de preço interno A taxa real de câmbio (Z), na cotação do incerto, é dada pelo produto da taxa nominal de câmbio (E) pela razão entre o nível de preço interno e externo ( extP p int ). Como estamos na cotação do certo, um aumento de Z representa uma valorização real e uma diminuição de Z representa uma desvalorização real. A fórmula acima também pode ser escrita como: 4 Taxa real de câmbio (Z) na cotação do incerto Z = taxa real de câmbio E = taxa nominal de câmbio Pext = nível de preço externo Pint = nível de preço interno int. P pEZ ext A taxa real de câmbio (Z), na cotação do incerto, é dada pelo produto da taxa nominal de câmbio (E) pela razão entre o nível de preço externo e interno ( intP p ext ). Taxa real de câmbio (Z) na cotação do certo Z = taxa real de câmbio E = taxa nominal de câmbio Pext = nível de preço externo Pint = nível de preço interno extP pEZ int . A taxa real de câmbio (Z), na cotação do certo, é dada pelo produto da taxa nominal de câmbio (E) pela razão entre o nível de preço interno e externo( extP p int ). . Taxa real de câmbio (Z) na cotação do certo e do incerto Taxa real de câmbio (Z) na cotação do incerto Taxa real de câmbio (Z) na cotação do certo int. P pEZ ext A fórmula acima também pode ser escrita como: %)1( %)1(%).1(%)1( intP pEZ ext Como estamos na cotação do incerto, nas fórmulas acima, um aumento de Z representa uma desvalorização real e uma diminuição de Z representa uma valorização real. extP pEZ int . A fórmula acima também pode ser escrita como: %)1( %)1(%).1(%)1( int extP pEZ Como estamos na cotação do certo, nas fórmulas acima, um aumento de Z representa uma valorização real e uma diminuição de Z representa uma desvalorização real. Na cotação do incerto, a fórmula de definição da taxa real ( int. P pEZ ext ) apresenta o nível de preço externo no numerador enquanto que a fórmula de cotação do certo a fórmula da taxa real 5 Desvalorização (real) da moeda nacional Torna os produtos nacionais mais baratos, mais competitivos (mais atrativos) no mercado internacional e, portanto as exportações de bens e serviços aumentam, gerando um superávit no balanço de pagamento (diminuindo o déficit externo). Torna os produtos estrangeiros mais caros, menos competitivos (menos atrativos) no mercado internacional e, portanto as importações de bens e serviços diminuem, gerando um superávit no balanço de pagamento (diminuindo o déficit externo). Em outras palavras, de modo geral, uma desvalorização da moeda nacional estimula as exportações e desestimula as importações. Valorização (real) damoeda nacional Torna os produtos nacionais mais caros, menos competitivos (menos atrativos) no mercado internacional e, portanto as exportações de bens e serviços diminuem, gerando um déficit no balanço de pagamento (diminuindo o superávit externo). Torna os produtos estrangeiros mais baratos, mais competitivos (mais atrativos) no mercado internacional e, portanto as importações de bens e serviços aumentam, gerando um déficit no balanço de pagamento (aumentando o déficit externo). Em outras palavras, de modo geral, uma valorização da moeda nacional estimula as importações e desestimula as exportações. Produtos nacionais Produtos estrangeiros Exportações Importações Déficit Externo Desvalorização Cambial Ficam mais baratos Ficam mais caros Aumentam Diminuem Diminui Valorização cambial Ficam mais caros Ficam mais baratos Diminuem Aumenta Aumenta Efeitos de uma desvalorização (real) da moeda sobre as contas externas: 1. Os produtos nacionais tornam-se mais baratos no mercado internacional e os produtos estrangeiros tornam-se mais caros no mercado internacional 2. As exportações aumentam e as importações diminuem 3. O superávit externo aumenta e o déficit externo diminui Efeitos de uma valorização (real) da moeda sobre as contas externas: 1. Os produtos nacionais tornam-se mais caros no mercado internacional e os produtos estrangeiros tornam-se mais baratos no mercado internacional 2. As exportações diminuem e as importações aumentam 3. O superávit diminui e o déficit externo aumenta Aumento da taxa real de câmbio (cotação do incerto) 1º. Causa uma desvalorização (real) da moeda nacional 2º. Os produtos nacionais tornam-se mais baratos e os produtos estrangeiros tornam-se mais caros no mercado internacional 3º. As exportações aumentam e as importações diminuem Aumento da taxa real de câmbio (cotação do certo) 1º. Causa uma valorização (real) da moeda nacional 2º. Os produtos nacionais tornam-se mais caros e os produtos estrangeiros tornam-se mais baratos no mercado internacional 3º. As exportações diminuem e as importações aumentam 6 Conclusão : Na cotação do incerto: i. a taxa de câmbio e as exportações são diretamente proporcionais ii. a taxa de câmbio e as importações são inversamente proporcionais iii. a taxa de câmbio e as exportações líquidas (X – M) são diretamente proporcionais Conclusão : Na cotação do incerto: iv. a taxa de câmbio e as exportações são inversamente proporcionais v. a taxa de câmbio e as importações são diretamente proporcionais vi. a taxa de câmbio e as exportações líquidas (X – M) são inversamente proporcionais Na cotação do incerto A taxa de câmbio e as exportações são diretamente proporcionais A taxa de câmbio e as importações são inversamente proporcionais Na cotação do certo A taxa de câmbio e as exportações são inversamente proporcionais A taxa de câmbio e as importações são diretamente proporcionais Efeitos da inflação nas contas externas: Inflação gera déficit externo Deflação gera superávit externo Exemplo: Se a inflação brasileira for maior que a inflação americana , e se o Banco central manter a mesma taxa nominal de câmbio, então os produtos brasileiros ficarão mais caros (valorização real) e portanto exportações brasileiras caem causando um déficit nas contas externas do país A PARIDADE DO PODER DE COMPRA (PPC): A paridade do poder de compra significa manter a câmbio real constante (Z = cte). Sabemos que o ônus da inflação é um déficit no balanço de pagamento, isto é, quando a inflação interna é maior do que a externa ocorre uma valorização real, ou seja, os produtos nacionais ficam mais caros e as exportações diminuem. O leitor pode tentar imaginar o que aconteceria com as exportações de um país caso a inflação interna seja muito superior à inflação externa. Pôr exemplo na década de 80 o Brasil chegou a ter uma inflação de 80% ao mês e nos Estados Unidos a inflação era de 6% ao ano. O leitor notará que numa situação como a descrita, caso o Banco Central mantivesse a taxa nominal de câmbio constante as exportações do país cairiam vertiginosamente causando um grande déficit no balanço comercial e de serviços e consequentemente desequilibrando as contas externas do país. Para evitar esse desequilíbrio externo o Banco Central era obrigado a realizar desvalorizações nominais da moeda nacional em relação ao Dólar a fim de manter o nível das exportações (manter a paridade do poder de compra). A fórmula de Cassel é utilizada para se calcular essas desvalorizações nominais que compensam as valorizações reais geradas pela inflação. Fórmula de Cassel da PPC na cotação do incerto extP PEE int ' . Fórmula de Cassel da PPC na cotação do certo int ' . P PEE extt 7 COTAÇÃO DO INCERTO COTAÇÃO DO CERTO Fórmula da taxa real de câmbio int. P pEZ ext extP pEZ int . Fórmula de Cassel da PPC extP PEE int ' . int ' . P PEE extt A fórmula de Cassel deve ser utilizada quando o comando da questão pede para se calcular a taxa de cambio: i. A fim de manter a Paridade do Poder de Compra ii. A fim de manter o equilíbrio no balanço de pagamento iii. A fim de manter o nível das exportações constantes iv. Que corrige as distorções criadas pela inflação no balanço de pagamento Na cotação do incerto, a fórmula de definição da taxa real int. P pEZ ext apresenta o nível de preço externo no numerador enquanto que a fórmula de Cassel correspondente extP PEE int ' . apresenta o nível de preço externo no denominador. Na cotação do certo, a fórmula de definição da taxa real ( extP pEZ int . ) apresenta o nível de preço externo no denominador enquanto que a fórmula de Cassel correspondente ( int ' . P PEE extt ) apresenta o nível de preço externo no numerador. Remédios para combater o déficit externo Indicações (efeitos positivos) Efeitos colaterais (efeitos negativos) Desvalorização Cambial Aumento das exportações e diminuição das importações Diminuição do poder aquisitivo dos residentes do país Recessão Diminuição das importações Desemprego Subsídios às exportações Aumento das exportações Interferência na alocação eficientes dos mercados Restrições às importações Diminuição das importações Retaliações externas Aumento da taxa de juros Entrada de capitais para financiamento do déficit externo No futuro a remuneração desses capitais será enviada para o exterior gerando futuros déficits em conta corrente Restrição à saída de capitais Financiamento do déficit externo Desincentivo à entrada futura de capitais 8 Regimes Cambiais TIPOS DE REGIMES CAMBIAIS Os principais regimes cambiais são: i. Câmbio flexível ou flutuante ii. Câmbio fixo iii. Flutuação suja iv. Bandas cambiais Câmbio Flutuante (Flexível) No câmbio flexível a taxa de câmbio é determinada pelo mercado, isto é, a livre interação entre as forças de oferta (exportadores e investidores estrangeiros) e demanda (importadores e investidores nacionais no exterior) de dólares determinam: i. a quantidade de dólares transacionada no mercado etambém, ii. o preço do dólar (preço da moeda estrangeira) que nada mais é do que a taxa de câmbio na cotação do incerto No mercado cambial compra-se e vende-se dólares como se fosse um bem como outro qualquer e o preço do dólar (a taxa de câmbio) é determinado pela livre interação das forças de demanda e oferta de dólares, sem interferência ou intervenção do banco Central. No regime de câmbio puramente flexível, o Banco Central não intervém no mercado (nem compra e nem vende dólares), a taxa de câmbio é determinada a cada instante pelo mercado e portanto a taxa oscila ao sabor das forças de demanda e oferta do mercado. No regime de taxa puramente flutuante o balanço de pagamento equilibra-se automaticamente (B = T+KA +EO= 0). RESUMO No câmbio flexível e na cotação do incerto pela lei da oferta e da procura: i. Um aumento da procura (demanda) por dólares causa uma valorização do dólar (um aumento da taxa de câmbio), desvalorizando a moeda nacional. ii. Um diminuição da procura (demanda) por dólares causa uma desvalorização do dólar (uma diminuição da taxa de câmbio), valorizando a moeda nacional. iii. Um aumento da oferta de dólares causa uma desvalorização o dólar (uma diminuição da taxa de câmbio), valorizando a moeda nacional. iv. Um diminuição da oferta de dólares causa uma valorização do dólar (um aumento da taxa de câmbio), desvalorizando a moeda nacional. Em outras palavras, se o câmbio é flexível então: Um excesso de oferta (escassez de demanda) de dólares causa uma valorização da moeda nacional Uma escassez de oferta (excesso de demanda) de dólares causa uma desvalorização da moeda nacional CÂMBIO FLUTUANTE Dólar (moeda estrangeira) A taxa de câmbio (cotação do incerto) Moeda nacional Excesso de oferta de dólar (sobram dólares no mercado) desvaloriza diminui valoriza Escassez de oferta de dólar (faltam dólares no mercado) valoriza aumenta desvaloriza Excesso de demanda pôr dólares (faltam dólares no mercado) valoriza aumenta desvaloriza Escassez de demanda pôr dólar (sobram dólares no mercado) desvaloriza diminui valoriza CÂMBIO FIXO No regime de câmbio fixo a taxa de câmbio é fixada pelo Banco Central que intervém continuamente no mercado cambial, comprando ou vendendo divisas a fim de manter fixa a taxa de câmbio. Ou seja o Banco Central se compromete a comprar e vender dólar (a moeda estrangeira de referencia) a um preço fixo, 9 expresso em moeda nacional. Quando o mercado cambial estiver com excesso de oferta de dólares o Banco Central compra dólares para evitar uma valorização da moeda nacional e impedir uma diminuição da taxa de câmbio. Quando o mercado cambial estiver com escassez de oferta de dólares o Banco Central vende dólares para evitar uma desvalorização da moeda nacional e impedir um aumento da taxa de câmbio. Em outras palavras o Banco Central consegue manter fixa a taxa de câmbio intervindo no mercado, isto é, comprando e vendendo dólares; comprando dólares (para enxugar o mercado) evitando uma diminuição da taxa de câmbio (valorização da moeda nacional) quando houver excesso de oferta de dólares (sobram dólares) e vendendo dólares (para suprir o mercado) evitando um aumento da taxa de câmbio (desvalorização da moeda nacional) quando houver escassez de oferta de dólares (faltam dólares). Regime de flutuação suja (dirty floating) O regime de flutuação é o regime no qual a taxa de câmbio flutua livremente porém com intervenções esporádicas do Banco Central. Essas intervenções visam amenizar as oscilações especulativas da taxa de câmbio. Nenhum país deixaria sua moeda flutuar totalmente ao sabor das forças de mercado e sujeitas à especulação cambial. Hoje, no Brasil, do ponto de vista teórico o regime cambial é flexível, na prática é de flutuação suja. Regime de Bandas Cambiais O regime de bandas cambiais é aquele na qual a taxa de câmbio flutua dentro de certos limites fixados pelo Banco Central: i. um teto (E+) que é o limite superior, o preço máximo, que a moeda estrangeira de referencia pode atingir, ou seja o maior valor permitido pelo BACEN para a taxa de câmbio. ii. o piso (E-) que é o limite inferior, o preço mínimo, que a moeda estrangeira de referencia pode atingir, ou seja o menor valor permitido pelo BACEN para a taxa de câmbio. Enquanto as flutuações da taxa de câmbio ocorrerem dentro dessa faixa o BACEN não intervém no mercado cambial. O Banco Central só interfere no mercado de divisas quando a taxa de câmbio atinge os limites da banda: Quando a taxa de câmbio aumenta, atingindo o teto da banda (devido à uma grande desvalorização da moeda nacional) o Banco Central intervém no mercado vendendo dólares (divisas) para evitar que a taxa de câmbio ultrapasse o limite superior da banda. Quando a taxa de câmbio diminui, atingindo o piso da banda (devido à uma grande valorização da moeda nacional) o Banco Central intervém no mercado comprando dólares (divisas) para evitar que a taxa de câmbio ultrapasse o limite inferior da banda. A principal vantagem do câmbio fixo é a estabilidade dos preços relativos que facilita a tomada de decisão pôr dos agentes econômicos. A grande desvantagem do câmbio fixo é criar um elo (um mecanismo de transmissão) entre a política monetária e o desempenho das contas externa, ou seja o câmbio fixo atrela a moeda ao setor externo. Com câmbio fixo um superávit externo causa uma expansão monetária e um déficit externo causa uma contração monetária. As vantagens do regime de taxas flutuantes são: i. Assegura o equilíbrio automático do balanço de pagamento ii. Desatrela a política monetária das transações com o exterior, ou seja isola a moeda do resultado das contas externas iii. A determinação da taxa de câmbio passa a ser realizada pelo mercado e não mais pelo governo. A grande desvantagem do câmbio flexível é a instabilidade 10 Com câmbio fixo a moeda se endogeiniza, portanto a política monetária com câmbio fixo é inócua (não afeta o nível do produto, da renda), ou seja o Banco Central perde a capacidade de realizar uma política monetária eficiente. Desvalorizações perversas Denomina-se desvalorização perversa àquela que causa uma diminuição da exportação, isto é, causa uma piora do saldo comercial. A desvalorização perversa ocorre quando a demanda de importações é muito inelástica. A condição de Marshall-Lerner para evitar desvalorizações perversas é que a soma da elasticidade da demanda de exportação ( x ) com a elasticidade de demanda de importação ( m ) seja maior que 1 (um) , ou seja 1 mx REGIME DE PADRÃO OURO Foi o regime monetário baseado no ouro e que possuía três fundamentos: i. O ouro é a unidade (o padrão) de valor e cada unidade monetária corresponde a uma certa quantidade de ouro, isto é, o valor de uma moeda nacional é dado pelo seu “estalão ouro” que é a quantidade de ouro uma unidade monetária dessa moeda podia comprar. ii. O Banco Central se comprometia a comprar e vender ouro em qualquer quantidade. iii. O Governo permitia a entrada e saída de ouro do país em qualquer quantidade, ou seja , permitia a livre importação e exportação do ouro. No regime de padrão ouro a taxa de câmbio era dada pelo “par- metálico”, ou seja, a taxa de câmbio entre duas moedas nacionais era igual a razão entre os respectivos estalão ouro dessas duas moedas. Pontos de exportação e importação do ouro : gold points A taxa de câmbio era determinada na prática pelo mercado, pelas forças de demanda e oferta de divisas , porém dentro de uma faixa delimitada pelos chamados pontosdo ouro: i. O limite superior da faixa (o teto) é o ponto de exportação do ouro ou ponto de saída do ouro que corresponde ao preço máximo que o importador estava disposto a pagar pela divisa, pela moeda estrangeira de referencia (a libra), acima desse preço o importador preferirá pagar suas importações em ouro, daí porque esse ponto ser chamado de ponto de exportação (saída) do ouro. O limite superior ( o ponto de exportação do ouro) é dado pela soma do par metálico com o custo de transporte do ouro entre os dois países. A partir desse ponto a oferta de moeda estrangeira (divisa) se torna infinitamente elástica. ii. O limite inferior da faixa (o piso) é o ponto de importação do ouro ou ponto de entrada do ouro que corresponde ao preço mínimo que o exportador estava disposto a receber pela divisa, pela moeda estrangeira de referencia (a libra), abaixo desse preço o exportador preferirá receber pelas suas exportações em ouro, daí porque esse ponto ser chamado de ponto de importação (entrada) do ouro. O limite inferior ( o ponto de importação do ouro) é dado pelo par metálico subtraído do custo de transporte do ouro entre os dois países. A partir desse ponto a demanda de moeda estrangeira (divisa) se torna infinitamente elástica. O padrão ouro e o regime de taxa fixa No regime do padrão ouro as taxas de câmbio eram essencialmente fixas. Na verdade o contraste entre os regimes de taxas fixas e taxas flutuantes é típico dos sistemas monetários fiduciários. No padrão ouro a taxa de câmbio só pode flutuar entre os limites estreitos dos pontos de ouro pois a possibilidade de exportar ouro impede que a taxa de câmbio (o preço da moeda estrangeira de referencia ) se desvalorize além do seu limite superior e a possibilidade de importar ouro impede que a taxa de câmbio se valorize além do seu limite inferior. Como os custos de transporte são relativamente baixos a diferença entre os pontos do ouro costumava ser suficientemente pequena para tornar as taxas de câmbio praticamente fixas, mesmo que determinadas livremente pelas forças do mercado de câmbio. 11 Portanto deve perceber o porquê da relação estreita que existe entre regimes de âncora cambial e a taxas fixas, visto que uma âncora cambial é essencialmente uma espécie de padrão ouro no qual a base monetária só pode se expandir como uma consequência de uma expansão das reservas internacionais. Equilíbrio automático do balanço de pagamento no padrão ouro No regime de padrão ouro existia um equilíbrio automático do balanço de pagamento. No regime de padrão ouro puro os pagamentos eram efetuados em ouro, caso um país apresentasse um déficit externo a escassez de ouro causaria uma desvalorização da moeda nacional, desvalorização essa que causaria um aumento das exportações que pôr sua vez iria zerar o déficit. Em um regime de padrão fiduciário não necessariamente esse equilíbrio automático é atingido.
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