AD1 História do Brasil I

Prévia do material em texto

Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
 
Universidade Federal Do Estado Do Rio De Janeiro
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Licenciatura em História - EAD
Unirio/Cederj
AD1 – Primeira Avaliação à Distância - 2018.2
Disciplina: História do Brasil I
Coordenação: Marcos Sanches
Tutor presencial: Adriano Gomes
Tutor à distância(a): Letícia Ferreira
	Nome: Heoclizia Aparecida Alves de Mautas 
	Matrícula: 17216090268
	Polo: Miguel Pereira
1) Com base nos mapas, nas considerações acima e nos seus estudos, para além do desastre demográfico e da tragédia humana – que jamais devem ser desconsiderados, minimizados ou mesmo relativizados –, reflita e escreva um texto dissertativo (com o mínimo de 1 página e máximo de 3) sobre o impacto do tráfico de escravos implantado e desenvolvido pelos europeus na vida social dos povos africanos.
Os escravistas especialmente os europeus viam na sociedade africana como uma reserva de trabalho escravo, isso entre os séculos século XV ao século XIX. No início o trabalho era realizado como forma de ataque, de surpresa, buscando captar o maior contingente possível, contudo, com o passar do tempo a forma de captar mão-de-obra escrava foi ficando mais elaborada. Sem dúvida a emissão de escravos africanos para América foi um dos mais, se não o maior fluxo de gente da história. Em sua grande maioria o tráfico de negros escravizados era feito pelo mar. Porém, é preciso salientar, que durante centenas de anos, escravos negros foram enviados para o norte, pelo Deserto do Saara também. Certamente os números eram bem menores em comparação com a realização pelo Atlântico. Podemos perceber que no que tange o tráfico pelo atlântico, a costa ocidental era de onde mais se retirava os escravos, pois ali era o local onde os europeus tinham firmado seus negócios comerciais, no século XVIII, pode-se perceber que se atinge o auge do comercio na região, também acontece adventos contra o tráfico no norte atlântico, por isso entra em cena a costa oriental, que começa enviar mão-de obra-escrava para as Américas.
Na narrativa histórica geralmente infere aos europeus e americanos o ato de escravizar os negros africanos, contudo, muitos estudos nos mostram que os africanos também escravizavam uns aos outros. Para o pesquisador Manolo Florentino (1997), entre os séculos XVIII e XIX, muitos indivíduos se aperfeiçoaram e tinham como negócio a compra de escravos na África. No Rio de Janeiro haviam muitos traficantes e guardavam os barcos que traziam escravos para o Novo Mundo. A negociação entre os traficantes e africanos se dava muitas vezes, através da troca de pessoas escravizadas por pólvora, água ardente, armas, tecidos, etc... (FLORENTINO, 1997 apud JUNIOR, 2006).
A escravização de negros na América teve duração de aproximadamente quatro séculos e o número de africanos escravizados ultrapassavam os cinco milhões. No Brasil somente em 1850 quando foi promulgada a lei Eusébio de Queiros é que foi proibido o tráfico de negros.
Notoriamente o estudo dos impactos da escravização do povo africano se faz importante não só para nós estudantes de história, mas para todos as pessoas, e de todas as sociedades. Ao nos debruçar sobre esse tema, percebemos as atrocidades que os seres humanos são capazes de fazer com sua própria raça, e também tomamos consciência do que a compreensão distorcida da diversidade leva ao preconceito e desgraças que muitas vezes fogem do controle. 
De maneira geral o continente africano perdeu muitas vidas humanas. Estudos se diferem em quantitativos de perdas, alguns citam 5, 10 ou até 15 milhões de vidas perdidas durante quatro século. Contudo, muito além da matança de homens e mulheres com idade de procriar, o que foi tirado da África foi a possibilidade de crescimento demográfico, que possivelmente nunca trataremos com real rigor. Consequências políticas, econômicas e culturais foram transformadas e/ou destruídas. Na África, comunidades antes pacifica, se militarizaram com intuito de se defender. Em séculos de matança, injustiça e guerras, nos dias atuais, muitos continentes africanos, convivem com a fome, a miséria extrema e guerras civis que parecem não terem fim. Podemos perceber que para a África, o fim da escravidão, não significou paz e normalidade, pois, os homens e as nações que contribuíram com as atrocidades da escravidão, não repararam o mal cometido, o que deixa muitas regiões africanas até os dias de hoje na miséria absoluta.
Questão 2) Siga os critérios abaixo e elabore o que se pede: 
 a) Indique a quantidade de escravos embarcados em navios com diferentes nacionalidades, destacando aquela que embarcou mais escravos. 
 • Em Setores escolha “Bandeira” 
• Ao lado esquerdo selecione o seguinte período de tempo: 1514 e 1822
 • Em Valores escolha “o número total de escravos embarcados” 
 • Em valores escolha o número total de escravos desembarcados 
R: Nessa pesquisa, do período de 1514 a 1822, temos a Grã-Bretanha, com um total de escravos embarcados 3.058.391, seguido por Portugal / Brasil com um total de 2.866.782. outras nações como França, com um total de 1.189.968 embarques, Países Baixos com 590.596 embarques, Espanha / Uruguai com 257.260 embarques, EUA com 252.009 embarques e Dinamarca / Báltico com 99.130 embarques.
Concluímos que a Grã-Bretanha era a nação que mais embarcava
Nas questões de desembarques, temos os seguintes valores:
Grã-Bretanha = 2.576.940; Portugal / Brasil = 2.550.939; França = 1.004.758; Países Baixos = 506.768; Espanha / Uruguai = 222.014; EUA = 209.219; Dinamarca/Báltico = 82.268; Outro = 450.
Disponível em:<www.slavevoyages.org/voyage/search>acesso em:20/08/2018.
b) Indique duas em que os embarques ocorriam com maior frequência. 
• Em Setores escolha “principal região de aquisição de escravos”
 • Ao lado esquerdo selecione o seguinte período de tempo: 1514 e 1822.
 • Em valores escolha o número total de escravos embarcados. 
R: África Centro-Ocidental e Santa Helena = 2.689.741 e Outro África = 1.710.405 eram duas nacionalidades que mais ocorriam embarques.
c) Analise comparativamente as situações indicadas abaixo: Situação 1
 • Em Setores escolha “região de desembarque de escravos”. 
• Ao lado esquerdo selecione o seguinte período de tempo: 1514 e 1600. 
• Em valores escolha o número total de escravos desembarcados.
Número total de escravos desembarcado entre 1514-1600: Circum-Caribe espanhol=160.759, Países Baixos = 130Jamaica = 150Espanha = 166Bahia = 166Américas = 256Peru = 263Outro Brasil = 287Sudeste do Brasil = 287Senegâmbia e Costa Atlântica = 319Portugal = 356Pernambuco = 415Outro Caribe = 528Outro Caribe espanhol = 861Rio da Prata = 2.749Cuba = 4.519Puerto Rico = 6.184Hispaniola = 17.134Spanish Américas = 29.649
Situação 2
 • Em Setores escolha “região de desembarque de escravos”.
 • Ao lado esquerdo selecione o seguinte período de tempo: 1600 e 1750. 
• Em valores escolha o número total de escravos desembarcados.
Número total de escravos desembarcados entre 1600-1750: África Centro-Ocidental e Santa Helena = 37St. Lucia = 122Connecticut = 126Bahamas = 133Américas britânicas = 241França = 311Tortola = 340Sudeste Africano e Ilhas do Oceano Índico = 402Trinidad = 470Golfo de Biafra e ilhas do golfo da Guiné = 529Rhode Island = 626Puerto Rico = 683Outro América do Norte = 805Grenada = 860Tobago = 1.456Senegâmbia e Costa Atlântica = 1.703Massachusetts = 1.717Portugal = 2.200Espanha = 3.310Nova Iorque = 3.626Amazônia = 3.918Outro Caribe espanhol = 4.420Cuba = 4.981Guadalupe = 5.465Guiana Francesa = 5.624Costa do Golfo = 6.230Outro Brasil = 7.166Outro Caribe britânico = 7.488Outro Caribe francês = 9.375Hispaniola = 10.085Montserrat = 11.615Spanish Américas = 13.996Outro Caribe = 14.078Maryland = 14.993Nevis = 23.600Carolina do Sul = 34.009Índias Ocidentais dinamarquesas = 36.641St. Kitts = 49.951Américas= 51.676Rio da Prata = 53.622Antígua = 57.591Virgínia = 60.068Martinica = 97.762Guianas holandesas = 112.347Sudeste do Brasil = 115.659Pernambuco = 127.250Caribe holandês = 131.709Saint-Domingue = 162.300; Bahia=444.950; Jamaica = 351.954; Circum-Caribe espanhol = 278.502; Barbados = 247.391.
Disponível em:<www.slavevoyages.org/voyage/search>acesso em:20/08/2018.
Ao analisar os dados de forma comparativa de 1514 -1600 e de 1600-1750, percebemos que a principal região de desembarque de escravos foi Circum-Caribe espanhol com 160.759 e de 1600-1750, Bahia era a região que mais desembarcava escravos, com 444,950 desembarques.
REFERENCIA 
FLORENTINO, Manolo. TRÁFICO ATLÂNTICO, MERCADO COLONIAL E FAMÍLIAS ESCRAVAS NO RIO DE JANEIRO, BRASILL, c. 1790-c.1830. História: Questões & Debates, Editora UFPR, Curitiba, n. 51, p. 69-119, jul./dez.