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TCC RCD' s A (IN) ADEQUADA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS PELA CONTRUÇÃO CIVIL EM PETROLINA PE E JUAZEIRO BA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
Edinaizio Machado Rocha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A (IN) ADEQUADA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
GERADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL EM PETROLINA - PE E 
JUAZEIRO - BA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juazeiro - BA 
2018 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
Edinaizio Machado Rocha 
 
 
 
 
 
 
A (IN) ADEQUADA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
GERADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL EM PETROLINA - PE E 
JUAZEIRO - BA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juazeiro - BA 
2018 
Trabalho apresentado à Universidade Federal do 
Vale do São Francisco - UNIVASF, Campus 
Juazeiro, como requisito para obtenção do título 
de Bacharel em Engenharia Civil. 
 
Orientadora: Prof.ª Msc. Sylvia Paes Farias 
de Omena 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rocha, Edinaizio M. 
R672i A (in) adequada destinação dos resíduos sólidos gerados pela construção 
civil em Petrolina- PE e Juazeiro - BA / Edinaizio Machado Rocha. -- Juazeiro, 
2018. 
 xxiii, 126 f.: il.; 29 cm. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) - 
Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Juazeiro, Juazeiro, 
2018. 
 
 Orientador (a): Profª. MSc. Sylvia Paes Farias de Omena 
 
 1. Resíduos sólidos – Administração. 2. Construção civil. I. Título. II. 
Omena, Sylvia P. Farias. III. Universidade Federal do Vale do São Francisco. 
 
 CDD 628.44 
 
 Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF 
Bibliotecário: Márcio Pataro
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico à comunidade, aos discentes, às empresas e aos 
gestores de Juazeiro - BA e Petrolina - PE que se 
interessarem em aprofundar na discussão deste trabalho. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 A Deus, por ser essa fonte de energia pura, limpa, perfeita e racional, que 
sempre renovou minha aura quando pensei não ser capaz. 
 Aos meus pais, Edinário e Ivanize, que deram apoio integral para que meu 
sonho se tornasse realidade. Obrigado pela compreensão, paciência, palavras de 
força e perseverança. Sem vocês eu não teria conseguido nada disso. 
 À orientadora e professora, Sylvia Paes, pela disponibilidade, dedicação, 
preocupação e principalmente paciência demonstrada. Obrigado por suas excelentes 
aulas, você é fonte de inspiração como profissional e ser humano, se destaca entre 
os demais da universidade e jamais será esquecida. 
 À Ricardo Ferrari pela disponibilidade de me acompanhar nas visitas de campo, 
ajudando na coleta dos resultados. Obrigado por ser presente em todo e qualquer 
momento. Tenho sorte em te ter como amigo. 
 Aos meus avós maternos, Pedro Almeida e Eni Machado, por sempre 
demonstrarem preocupação para comigo, e serem esse exemplo de amor 
incondicional, garra e perseverança. 
 Aos meus avós paternos, Arcênio e Betezy, em especial à minha avó, pelo 
exemplo de superação, meus problemas de universitário se tornavam pequenos 
perante sua batalha diária, nunca ouvi você se queixar de nada. 
 À minha irmã, Edinaize, por ser minha fonte de esperança e companheirismo 
pra vida. 
 Aos meus amigos conquistados durante essa batalha, em especial à Yanka 
Maria, Ana Paula, João Marcos, Fernanda Patriota, Micaelle Mourato e Michele Lopes, 
gratidão por terem tornado a luta diária muito mais leve, estarão sempre guardados 
em meu coração. 
 À Raquel, vizinha querida que sempre esteve disposta a me ajudar no que eu 
precisasse, dando apoio nos momentos em que pensei não ser capaz de concluir este 
trabalho. 
 
 
 À João Victor, primo sempre presente em minha vida, obrigado por ser a 
concretização da palavra família, sei que posso sempre contar contigo. 
 À Maria de Fátima, minha querida professora que me acompanhou durante 
todo o Ensino Fundamental 1, sua dedicação, metodologia e vontade de fazer o 
melhor pros seus alunos, não foram e nem serão esquecidos. Posso afirmar que tive 
a melhor professora, mesmo estudando numa escola pública, desestruturada e sem 
recurso. A senhora foi a base da minha formação. 
 Ao Colégio Estadual Antônio Carlos Magalhães, o qual cursei o Ensino Médio, 
em especial aos professores Eliandro Léo, Elivaldo Bastos, Ilza Espínola e Lia Daiane, 
juntos vocês mostraram, incentivaram e tornaram possível a minha busca por novos 
horizontes além dos muros do colégio, mesmo este estando na posição 15476º no 
ranking de desempenho das 17.170 escolas deste país. Não desanimem, vocês 
plantam boas sementes. 
 Agradeço também aos professores Bruno Ceotto, Edson Leite, João Sedraz, 
José Getúlio, Carmem Sueze, Judas Tadeu e Paulo Gustavo. Obrigado pelos 
ensinamentos passados, compromisso com a universidade/sociedade e 
principalmente por seus métodos justos de avaliação. Juntos vocês são o espelho do 
curso de Engenharia Civil desta Universidade. 
 À Universidade Federal do Vale do São Francisco quero deixar uma palavra de 
gratidão por ter me recebido menino e me tornado um homem. Às experiências 
romperam às grades do campus, foi uma verdadeira construção e expansão de mente. 
Obrigado.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. 
Os que são peças redondas nos buracos quadrados. Os que veem as coisas 
de forma diferente. Eles não gostam de regras. E eles não têm nenhum 
respeito pelo status. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou 
difamá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque 
eles mudam as coisas. Eles empurram a raça humana para frente. Enquanto 
alguns os veem como loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são 
loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são as que, de fato, 
mudam. 
Think Different 
Apple, 1997
 
 
RESUMO 
 
O crescimento populacional, atrelado aos novos padrões de consumo, culminaram em 
um aumento na geração de resíduos da construção e demolição (RCD’s), o que traz 
consequências graves, visto que estes chegam a representar até 70% na totalidade 
dos recursos naturais consumidos no mundo. Diante desse crescimento exacerbado, 
as empresas e municípios têm encontrado dificuldade no que diz respeito ao 
gerenciamento adequado dos resíduos. O objetivo foi diagnosticar a destinação final 
dos resíduos gerados pela construção civil em Petrolina - PE e Juazeiro - BA, bem 
como conferir a oferta dos serviços previstos na Lei Federal 12.305/2010 e na 
Resolução Conama 307/2002, verificando a existência de planos e projetos de 
melhoria para o gerenciamento adequado do entulho. A metodologia aplicada 
constituiu de uma pesquisa bibliográfica, elaborada para dar sustentação e 
embasamento ao tema, visitas à Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), em 
Petrolina; Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (SEMAURB); e ao 
Serviço de Água e Saneamento Ambiental (SAAE), ambos em Juazeiro, onde foram 
feitos questionamentos no que diz respeito às políticas de fiscalização adotadas, 
exigências cobradas no ato de concessão de licenças ambientais, assim como a oferta 
dos serviços previstos na legislação. Também foram feitos registros de pontos de 
deposição legal eilegal e a identificação dos impactos ambientais provocados pela 
deposição irregular dos RCD’s. Os dados necessários para a elaboração do estudo 
foram coletados também através da aplicação de formulários com perguntas fechadas 
e abertas, aplicados a 20 (vinte) construtoras, por fim, os dados colhidos foram 
organizados em gráficos e tabelas. Observou-se que apenas 10% das empresas 
apresentaram um nível satisfatório de conhecimento no que diz respeito à Legislação 
Ambiental específica a área de atuação; além de não possuem um modelo eficiente 
de gestão para os RCD’s, resumindo-se majoritariamente ao depósito em caçambas 
estacionárias; averiguou-se também que pelo menos 50% destas fazem pouca ou 
nenhuma reutilização dos resíduos, assim como 90% afirmaram haver nenhuma, 
pouca ou probabilidade moderada em reciclar o próprio entulho gerado. Verificou-se 
também que no mínimo 50% das empresas destinam os RCD’s para locais 
inadequados e ilegais. Diante da ineficiência apontada no atual sistema de gestão dos 
RCD’s, espera-se que tal estudo possa ser utilizado como uma importante ferramenta 
para subsidiar a administração pública e pesquisadores na busca de soluções que 
tragam benefícios a sociedade e ao meio ambiente, considerando uma maior 
integralidade entre empresas e município. 
 
Palavras-chave: RCD’s. RCC’s. Entulho. Gestão de resíduos da construção civil. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Population growth, coupled with the new patterns of consumption, culminated in an 
increase in the generation of construction and demolition waste (RCD's), which has 
serious consequences, since they represent up to 70% of the total natural resources 
consumed in the world. Faced with this exacerbated growth, companies and 
municipalities have found it difficult to manage waste properly. Objective to diagnose 
the final destination of waste generated by the construction industry in Petrolina - PE 
and Juazeiro - BA, as well as to check the provision of the services provided for in 
Federal Law 12305/2010 and Conama Resolution 307/2002, verifying the existence of 
plans and projects the proper management of the rubble. Methodology it consisted of 
a bibliographical research, elaborated to give support and foundation to the theme, 
visits to the Municipal Agency of the Environment (AMMA), in Petrolina; Secretariat of 
Environment and Urban Planning (SEMAURB); and the Environmental and Water 
Supply and Sanitation Service (SAAE), both in Juazeiro, where questions were raised 
regarding the control policies adopted, requirements imposed on the granting of 
environmental licenses, as well as the provision of the services provided for in the 
legislation. Records were also made of legal and illegal deposition points and the 
identification of environmental impacts caused by the irregular deposition of RCDs. 
The data necessary for the elaboration of the study were also collected through the 
application of forms with closed and open questions, applied to 20 (twenty) 
constructors, finally, the data collected were organized in charts and tables. It was 
observed that only 10% of the companies presented a satisfactory level of knowledge 
regarding Environmental Legislation specific to the area of operation; besides they do 
not have an efficient management model for the RCD's, mainly summarizing the 
deposit in stationary buckets; it was also found that at least 50% of them do little or no 
reuse of the waste, as 90% stated there was no, little or moderate likelihood of 
recycling the waste generated. It has also been found that at least 50% of companies 
allocate RCDs to inappropriate and ilegal. In view of the inefficiency pointed out in the 
current RCD management system, it is expected that such a study could be used as 
an important tool to subsidize public administration and researchers in the search for 
solutions that bring benefits to society and the environment, considering greater 
completeness between companies and the municipality. 
 
Keywords: RCD's. RCC's. Rubble. Management of construction waste. 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Cadeia alimentar simplificada, adaptada. ................................................ 22 
Figura 2 - Usina de incineração de resíduos. .......................................................... 25 
Figura 3 - Resíduos sólidos e o impacto sobre a sociedade. ................................... 27 
Figura 4 - RCD’ s gerados no pós guerra na Alemanha. ......................................... 35 
Figura 5 - Linha do tempo para os principais marcos legais dos resíduos sólidos. .. 42 
Figura 6 - Hierarquia do sistema de gerenciamento do RCD’ s, adaptada. ............. 43 
Figura 7 - Obstrução de vias públicas por RCD’ s. .................................................. 51 
Figura 8 - Tomadas de decisões necessárias no processo de gerenciamento de 
RCD’s, adaptada. ..................................................................................................... 53 
Figura 9 - Recipientes para acondicionamento de RCD’s, adaptada. ...................... 55 
Figura 10 - Localização de Petrolina e Juazeiro no mapa da Região Nordeste do 
Brasil. ....................................................................................................................... 58 
Figura 11 - Administrativo SAAE Juazeiro. .............................................................. 60 
Figura 12 - Caçamba estacionária disposta em via pública em Petrolina-PE. ......... 75 
Figura 13 - Caçamba estacionária disposta em via pública em Juazeiro-BA. .......... 75 
Figura 14 - Deposição do entulho da obra em calçada, cidade de Petrolina - PE. ... 76 
Figura 15 - Grande depósito clandestino de RCD’s em Juazeiro - BA. .................... 80 
Figura 16 - Registro aproximado de grande depósito clandestino de RCD’s em 
Juazeiro - BA. .......................................................................................................... 80 
Figura 17 - Resíduos misturados (solo, vidro, alvenaria, madeira, plástico) em 
grande depósito clandestino de RCD’s em Juazeiro - BA. ....................................... 81 
Figura 18 - Grande depósito clandestino de RCD’s em Petrolina - PE. ................... 81 
Figura 19 - RCD’s contaminados por resíduos domiciliares em grande depósito 
clandestino em Petrolina - PE. ................................................................................. 82 
Figura 20 - RCD’s contaminados por resíduos domiciliares em grande depósito 
clandestino em Petrolina - PE. ................................................................................. 82 
Figura 21 - Vista panorâmica da fachada sul da unidade de beneficiamento do 
entulho. .................................................................................................................... 85 
Figura 22 - Vista panorâmica da fachada oeste da unidade de beneficiamento do 
entulho. .................................................................................................................... 86 
 
 
Figura 23 - Processo de triagem dos RCD’s recém chegados à unidade de 
beneficiamento ......................................................................................................... 86 
Figura 24 - Agregado pronto saindo do britador. ..................................................... 87 
Figura 25 - Agregado já reciclado. ........................................................................... 88 
Figura 26 - Agregado de granulometria fina já reciclado. ........................................ 88 
Figura 27 - Depósito clandestino de RCD’s em terreno baldio no Bairro Pedra do 
Lord em Juazeiro-BA. .............................................................................................. 93 
Figura 28 - Depósito clandestino de RCD’s em terrenobaldio no Bairro Maringá em 
Juazeiro-BA. ............................................................................................................ 94 
Figura 29 - Depósito clandestino de RCD’s em terreno baldio no Bairro Country Club 
em Juazeiro-BA. ...................................................................................................... 94 
Figura 30 - Depósito clandestino de RCD’s em terreno baldio no Bairro Nossa 
Senhora da Penha em Juazeiro-BA. ........................................................................ 95 
Figura 31 - Depósito clandestino de RCD’s em terreno baldio no Bairro Centro em 
Petrolina - PE. .......................................................................................................... 95 
Figura 32 - Depósito clandestino de RCD’s em terreno baldio no Bairro Vila Mocó 
em Petrolina - PE. .................................................................................................... 96 
Figura 33 - Depósito clandestino de RCD’s em terreno baldio no Bairro Vila Mocó 
em Petrolina - PE. .................................................................................................... 96 
Figura 34 - Depósito clandestino de RCD’s em terreno baldio no Bairro Vila Eduardo 
em Petrolina - PE. .................................................................................................... 97 
Figura 35 - Carroceiro depositando entulho em terreno baldio no Bairro Maringá em 
Juazeiro -BA. ........................................................................................................... 97 
Figura 36 - Croqui PEV (ECOPONTO). ................................................................. 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Geração diária em tonelada/dia (t/d) e deposição final em percentual (%) 
de RSU no Brasil e nos estados da Bahia e Pernambuco, adaptado. ...................... 28 
Gráfico 2 - Origem dos RCD’ s em algumas cidades brasileiras em % da massa 
total, adaptado. ........................................................................................................ 50 
Gráfico 3 - Grau de impacto gerado pela indústria da construção civil. ................... 63 
Gráfico 4 - Preocupação da empresa em cumprir a legislação ambiental referente à 
área de atuação. ...................................................................................................... 64 
Gráfico 5 - Prejuízo da legislação ambiental às atividades da empresa. ................. 65 
Gráfico 6 - Nível de conhecimento sobre a Legislação Referente aos RCD’s. ........ 67 
Gráfico 7 - Nível de conhecimento no que diz respeito a Resolução 307/2002 do 
CONAMA. ................................................................................................................ 68 
Gráfico 8 - Nível de conhecimento no que diz respeito a legislação referente aos 
RCD’s, comparativo. ................................................................................................ 69 
Gráfico 9 - A empresa possui algum programa de gestão dos RCD’s. .................... 70 
Gráfico 10 - A empresa desenvolve outro programa ambiental. .............................. 72 
Gráfico 11 - A empresa possui algum processo seletivo para segregação do 
entulho. .................................................................................................................... 73 
Gráfico 12 - A empresa conhece o destino dado aos RCD’s pela transportadora 
terceirizada. ............................................................................................................. 78 
Gráfico 13 - Principal critério de escolha para a empresa terceirizada transportadora 
dos RCD’s. ............................................................................................................... 79 
Gráfico 14 - Nível de reutilização do entulho na empresa. ...................................... 83 
Gráfico 15 - Probabilidade de reciclar o próprio resíduo. ......................................... 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS E TABELAS 
 
Quadro 1 - Classificação dos resíduos sólidos segundo ABNT NBR 10004, 
adaptado. ................................................................................................................. 30 
Quadro 2 - Classificação dos resíduos sólidos conforme a origem, adaptado. ........ 31 
Quadro 3 - Classificação para RCD’s, adaptado. .................................................... 38 
Quadro 4 - Destinação dos RCD’ s de acordo com a classe (adaptado). ................ 44 
Quadro 5 - Classificação das perdas, adaptado. ..................................................... 48 
Quadro 6 - Recipientes utilizados para acondicionamento de RCD’s, adaptado. .... 55 
Quadro 7 - Possíveis destinações dos RCD’ s. ....................................................... 57 
 
Tabela 1 - Geração de RCD’s, adaptada. ................................................................ 33 
Tabela 2 - Porcentagem (%) de reciclagem e reutilização dos RCD’s, adaptada. .... 36 
Tabela 3 - RCD's totais coletados pelos municípios em 2016, adaptada. ................ 36 
Tabela 4 - Número de municípios com respectiva destinação de RCD’s, adaptada. 37 
Tabela 5 - Composição em porcentagem (%), do RCD em diversas regiões e países, 
adaptada. ................................................................................................................. 49 
Tabela 6 - Qualificação técnica dos respondentes. .................................................. 62 
Tabela 7 - Materiais segregados pelas empresas construtoras em (%). .................. 74 
Tabela 8 - Destinações dadas aos RCD’s pelas empresas construtoras (%). .......... 77 
Tabela 9 - Forma de transporte do entulho adotado nas construtoras (%). .............. 78 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos 
Especiais 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas 
AMMA - Agência Municipal de Meio Ambiente 
CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
CTR - Central de Tratamento de Resíduos 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
Km - Quilômetro 
m - metro 
ONU - Organização das Nações Unidas 
PEV - Ponto de Entrega Voluntária 
PIGRCC - Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
PGRCC - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
PMGRCC - Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico 
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos 
PNSB - Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 
RCC - Resíduos da Construção Civil 
RCD’ s - Resíduos de Construção e Demolição 
RSU - Resíduos Sólidos Urbanos 
SAAE - Serviço de Água e Saneamento Ambiental 
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
SEMAURB - Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano 
UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco 
WPPC - Working Party Pollution Prevention and Control 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19 
 1.1 OBJETIVOS ............................................................................................ 21 
 1.1.1 Objetivo Geral ........................................................................... 21 
 1.1.2 Objetivos Específicos .............................................................. 21 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 22 
 2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS .............................................................................22 
 2.2.1 Conceito .................................................................................... 22 
 2.1.2 Panorama mundial dos resíduos sólidos ............................... 24 
 2.2.3 Panorama nacional dos resíduos sólidos .............................. 26 
 2.2.4 Classificação ............................................................................ 29 
 2.2 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO .................................... 31 
 2.2.1 Conceito .................................................................................... 31 
 2.2.2 Panorama mundial dos RCD’ s................................................ 32 
 2.3.2 Panorama nacional dos RCD’ s .............................................. 36 
 2.3.3 Classificação ............................................................................ 38 
 2.3 LEGISLAÇÃO APLICADA ...................................................................... 39 
 2.3.1 A resíduos sólidos urbanos .................................................... 39 
 2.3.2 A resíduos sólidos da construção e demolição ..................... 43 
 2.3.2.1 Resolução CONAMA 307.............................................. 43 
 2.3.2.2 Lei Federal 12.305/2010 ............................................... 45 
 2.3.3 Normas técnicas complementares .......................................... 46 
 2.4 PERDAS E DESPERDÍCIOS DE MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO 
 CIVIL ............................................................................................................ 47 
 
 
 2.4.1 Caracterização das perdas ...................................................... 47 
 2.4.2 Composição dos resíduos da construção e demolição ........ 49 
 2.5 IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DA DEPOSIÇÃO 
 INADEQUADA DOS RCD’s ........................................................................... 50 
 2.6.GESTÃO DOS RESÍDUOS DA COSNTRUÇÃO CIVIL ............................ 52 
 2.6.1 Caracterização .......................................................................... 53 
 2.6.2 Triagem ou segregação ........................................................... 53 
 2.6.3 Acondicionamento ................................................................... 54 
 2.6.4 Transporte e destinação .......................................................... 55 
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 58 
 3.1. DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...................................................... 58 
 3.2. CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .......................................................... 59 
 3.3. COLETAS DE DADOS ........................................................................... 59 
 3.3.1 Visitas ....................................................................................... 59 
 3.3.2 Aplicação dos formulários....................................................... 61 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 62 
 4.1 APLICAÇÃO DO FORMULÁRIO ÀS EMPRESAS 
 CONSTRUTORAS......................................................................................... 62 
 4.1.1 Análise descritiva das variáveis relacionadas à 
 percepção e legislação ambiental .................................................... 62 
 4.1.2 Análise descritiva das variáveis relacionadas à gestão 
 dos RCD’s .......................................................................................... 70 
 4.1.3 Análise descritiva das variáveis relacionadas à 
 segregação, transporte e destinação final dos RCD’s ................... 72 
 4.1.4 Análise descritiva das variáveis relacionadas à 
 reutilização e reciclagem dos RCD’s ............................................... 83 
 
 
 4.2 ANÁLISE DESCRITIVA DAS INFORMAÇÕES OBTIDAS NAS 
 VISITAS À AMMA E SEMAURB .................................................................... 89 
 4.2.1 Averiguação dos Planos Municipais de Saneamento 
 Básico ................................................................................................ 89 
 4.2.2 Averiguação das Leis Municipais aplicáveis aos RCD’s ....... 91 
 4.3 ANÁLISE DESCRITIVA DOS DANOS CAUSADOS PELOS 
 PEQUENOS GERADORES DE RCD’s.......................................................... 93 
 4.4 APLICAÇÃO DO FORMULÁRIO ÀS EMPRESAS COLETORAS .......... 101 
5. CONCLUSÃO .................................................................................................... 102 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 104 
Apêndice A .......................................................................................................... 118 
 Modelo de formulário aplicado às empresas construtoras ................ 118 
Apêndice B .......................................................................................................... 123 
 Modelo de formulário aplicado às empresas coletoras de RCD’s ...... 123 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
CAPÍTULO 1 
INTRODUÇÃO 
 
 O crescimento infrene da população mundial, contribuiu para que a demanda 
por bens e serviços, atingisse patamares jamais registrados na história. 
Concomitantemente, houve um grande avanço tecnológico, o qual permitiu a 
concepção de novos produtos, gerando assim não só progresso, mas também 
desperdício. Em meio a esse paradigma, a preservação ambiental era vista como vilã 
ao desenvolvimento econômico e os recursos naturais eram considerados 
inesgotáveis (TAVARES, L., 2007). 
 Com o passar dos anos, tem sido observada uma profunda modificação nas 
características naturais dos espaços físicos, gerando preocupação nos cidadãos, 
despertado assim nos gestores públicos a busca por soluções sustentáveis em 
diversos âmbitos, inclusive na indústria da construção civil, pois, esta ainda possui 
serviços artesanais, mão-de-obra desqualificada e atraso tecnológico, o que ocasiona 
grandes perdas no processo produtivo, gerando resíduo. (BASTOS, 2013). 
 Por conseguinte, no início da década de 70, a Organização das Nações Unidas 
(ONU), dá início a criação de comissões e a realização de conferências, a fim de 
discutir e difundir as causas ambientais (COSTA, 2005). 
 O documento intitulado Nosso Futuro Comum (Relatório Brundtland), divulgado 
em 1987 pela Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, 
definiu desenvolvimento sustentável como sendo: “O desenvolvimento que encontra 
as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de 
atender suas próprias necessidades” (SANTOS; DIAS, 2012, p.14). 
 Nesse contexto, a sociedade não atingirá o desenvolvimento sustentável, sem 
que a construção civil passe por profundas mudanças. O encadeamento das etapas 
produtivas (Construbusiness), correspondem a 14% da economia no Brasil, e infere 
impactos ambientais em todos os estágios: extração de matéria prima, construção, 
uso e demolição. Estima-se que o setor construtivo tenha participação entre 40 e 70% 
na totalidade dos recursos naturais consumidos, assim, uma sociedade preocupada 
20 
 
com o ecossistema, deve ter o aperfeiçoamento do setor construtivo como prioridade 
(JOHN, 2001). 
 A ideia de construção sustentável surge fundamentada no controle e redução 
dos resíduos pelo desenvolvimento de tecnologias limpas, na utilização de materiais 
recicláveis e reutilizáveis e na coleta e deposição adequada dos Resíduos da 
Construção e Demolição (RCD’ s) (VÁZQUES, 2001). 
 As políticas públicas de fato incisivas no que diz respeito à gestão adequada 
dos RCD’s só começaram a surgir no Brasil a partir de 2002, com a criação da 
Resolução do ConselhoNacional do Meio Ambiente (CONAMA), nº307, e da Lei 
Federal 12.305/2010, que trazem diretrizes a serem seguidas pelos municípios e 
grandes empresas geradoras. Assim sendo, o presente trabalho tem por objetivo 
diagnosticar a aplicabilidade destas nas cidades de Juazeiro - BA e Petrolina - PE, a 
fim de que os resultados obtidos, sirvam como ferramenta para subsidiar a 
administração pública e pesquisadores na busca por soluções que sanem os 
equívocos detectados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
1.1 OBJETIVOS 
 
1.1.1 Objetivo geral 
 
 Diagnosticar a aplicabilidade das diretrizes nacionais vigentes quanto aos 
resíduos da construção e demolição nos municípios de Juazeiro - BA e Petrolina - PE. 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
 
 Apresentar a legislação pertinente ao gerenciamento de resíduos sólidos da 
construção civil no Brasil; 
 Identificar e avaliar a oferta dos serviços previstos na Lei Federal 12.305/2010 
em Juazeiro e Petrolina; 
 Verificar a existência de planos, projetos de melhoria ou adequação às 
diretrizes das leis e normas referentes ao gerenciamento dos RCD’ s; 
 Fazer o levantamento das práticas de gestão de resíduos que vêm sendo 
utilizadas por construtoras dos municípios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
CAPÍTULO 2 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
2.1.1 Conceito 
 
A concepção da ideia de “resíduo” não é oriunda da natureza. Esta afirmação 
possui respaldo no ciclo natural da cadeia alimentar onde, habitualmente, o papel do 
decompositor é transformar e/ou incorporar totalmente as matérias descartadas pelos 
demais componentes do sistema (Figura1), sem que o equilíbrio natural seja alterado. 
Deste modo, a noção de resíduo como elemento nocivo, principal agravante da 
degradação ambiental, é de origem antrópica e, em geral, aparece quando a 
capacidade de absorção natural pelo meio em que está inserido é excedida (BIDONE, 
2001). 
Figura 1 – Cadeia alimentar simplificada, adaptada. 
 
Fonte: http://biologia-atual.blogspot.com, 2018. 
PRODUTORES CONSUMIDORES
DECOMPOSITORES
23 
 
Dispondo do entendimento sobre a origem antrópica do conceito de resíduo, 
podemos defini-lo sob diferentes ângulos, especialmente, o etimológico, econômico, 
jurídico, sociológico e ambiental. 
Quanto a etimologia, o termo resíduo é oriundo do latim residuu, que significa 
aquilo que sobra de qualquer substância; passou a ser amplamente difundido entre 
os sanitaristas a partir da década de 1960, substituindo a palavra lixo, que remetia 
apenas à matéria orgânica. O adjetivo sólido foi adicionado posteriormente para 
distinguir os resíduos sólidos tanto dos restos líquidos lançados com os esgotos 
sanitários como das emissões gasosas das chaminés advindas da revolução industrial 
(PINHEIRO, 2009). 
Sob a ótica econômica, para Tavares J. (2008), a expressão “resíduos sólidos” 
refere-se a elementos agregados que podem ser separados, reciclados ou 
reaproveitados, com um certo potencial econômico. Enquanto que a Organização 
Mundial da Saúde (OMS) define-o como “qualquer coisa que o proprietário não quer 
mais, em um certo local e em um certo momento, e que não apresenta valor comercial, 
corrente ou percebido” (OMS, 2003 apud GONÇALVES, 2007). 
 A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) define-o como 
sendo: 
 
XVI – resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado 
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação 
final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, 
nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em 
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu 
lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou 
exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em 
face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010, p. 2). 
 
 
Tendo em vista os conceitos abordados acima, a ideia de resíduo deve ser 
encarada de forma relativa no tempo e espaço. Um valor de uso ou utilidade nulo para 
um detentor pode corresponder a um positivo para outro. A condição de resíduo é, 
transitória, e muda de acordo com as condições econômicas e tecnológicas. Além de 
que, o futuro do resíduo, abandono ou conservação, é fortemente influenciado pelo 
contexto psicológico e sociológico, fatores que estão em constante evolução 
(NUCASE, 2008). 
24 
 
2.1.2 Panorama mundial dos resíduos sólidos 
 
 Sete bilhões de pessoas geram anualmente 1,4 bilhão de toneladas de 
resíduos sólidos urbanos (RSU) no mundo, o que equivale a uma média de 1,2 kg por 
dia per capita. Aproximadamente 50% desse total é produzido por menos de 30 
países, os mais desenvolvidos economicamente. A previsão futura é ainda mais 
preocupante, de acordo com pesquisas realizadas pela ONU, até 2024 serão 2,2 
bilhões de toneladas anuais. Se a velocidade de crescimento se mantiver constante, 
até metade deste século, teremos 9 bilhões de habitantes e 4 bilhões de toneladas de 
lixo urbano sendo produzidas por ano (SENADO FEDERAL, 2014). 
 A sociedade capitalista tem produzido resíduos sólidos em escala ascendente, 
demandando soluções paralelas entre poder público, iniciativa privada e sociedade 
civil para a adequada gestão e gerenciamento. O relatório What a Waste: A Global 
Review of Solid Waste Management, divulgado pelo Banco Mundial, revela que em 
um passado não muito distante, a geração de RSU era de algumas dezenas de quilos 
por habitante por ano, atualmente, os países industrializados produzem uma média 
de 600 quilos anuais per capita de lixo. O estudo ainda mostra que nos últimos 30 
anos, o aumento do volume de lixo produzido mundialmente foi três vezes maior que 
o populacional. A taxa per capita de geração nos países mais ricos aumentou 14% 
desde 1990 e 35% desde 1980 (WORLD BANK, 2012). 
 A gestão adequada dos resíduos sólidos é onerosa, principalmente para os 
países da África, Sudeste Asiático e América Latina, onde 20% a 30% dos orçamentos 
municipais já estão comprometidos com tal serviço, valores que apesar de altos, são 
insuficientes para garantir sucesso no gerenciamento (PIMENTEIRA, 2010). 
 Em contrapartida, alguns países saem na frente e possuem um gerenciamento 
exemplar para com os resíduos gerados, são alguns deles: 
 Alemanha - é a líder mundial em tecnologias e políticas de resíduos sólidos, a 
taxa de reaproveitamento do lixo chega a mais de 99%. Dos quais 63% são 
reciclados e os mais de 36% restantes, são incinerados, gerando energia. Com 
isso, a necessidade de condução de RSU a aterros sanitários está próxima a 
zero. Essa eficiência está entrelaçada com o contexto histórico, pois, desde o 
25 
 
século 19 existe a cobrança de taxas municipais para a coleta de lixo. Em 1901, 
um percentual de 75% das casas na capital Berlim já possuíam vasilhames 
padronizados e adequados para o acondicionamento dos resíduos 
(FERREIRA, 2016; WIEDEMANN, 1998). 
 Japão - país que devido a área territorial pequena se comparada à população 
de 127 milhões de pessoas que vivem em 372 mil km², com uma densidade de 
337 habitantes por km², se viu diante da necessidade de investir não só no 
reaproveitamento, mas também em usinas de incineração (Figura 2), o que 
causou a emissão de poluentes que passaram a ser controlados desde 1997, 
quando as dioxinas emitidas foram reduzidas em 98%. São mais de 1,2 mil 
plantas em atividade, a maioria adaptada ao conceito de alto controle de 
poluição e alta eficiência energética, a energia gerada por essas usinas são 
utilizadas nas próprias cidades japonesas (LIMA, 2005; SENADO FEDERAL, 
2014).Figura 2 - Usina de incineração de resíduos. 
 
Fonte: https://www.saneamentobasico.com.br/usina-para-incineracao-de-lixo/, 2018. 
 Suécia - o país recicla 1,5 bilhão de garrafas e latas anualmente, número 
expressivo para uma população de 9,3 milhões de habitantes. Além disso, são 
focados na minimização de geração de lixo, hoje, um sueco produz apenas 461 
kg de resíduos por ano, enquanto que a média de um europeu é de 525 kg, e 
menos de 1% desse total vai para aterros sanitários. Eles possuem um 
programa chamado resíduo-para-energia, onde, fornalhas são carregadas com 
lixo, que é queimado a temperaturas entre 850 a 1000 °C, liberando vapor. 
26 
 
Esse gás é utilizado para mover turbinas geradoras de eletricidade, que é 
transferida para a rede de energia elétrica, e assim, conseguem reduzir toxinas 
que em aterros sanitários contaminariam o solo. A reciclagem na Suécia é tão 
eficiente que eles estão ficando sem lixo (matéria prima para as usinas) e estão 
se vendo obrigados a exportar resíduos dos países vizinhos (BLUME, 2016). 
 Estados Unidos - produzem um terço dos resíduos sólidos do mundo, 
consequência não só da grande população, mas também da quantidade de 
resíduo per capita gerada. Um norte-americano produz cerca de 2,6 kg de lixo 
por dia, duas vezes mais a média europeia. No país, o governo optou pela 
descentralização da gestão dos resíduos, delegando aos estados uma grande 
autonomia, no entanto, estabeleceram programas e planos que geralmente 
incluem o desvio dos materiais recicláveis da disposição em aterros, e a 
cobrança, a população, de taxas específicas para o serviço de gestão dos 
resíduos sólidos. A cidade de San Francisco, na Califórnia, é exemplo em gerir 
resíduos. Desde 1989, incluiu estratégias como educação ambiental e subsídio 
para pesquisa de novas tecnologias, que são essenciais para que seja zerado 
o arremesso de resíduos sólidos em aterros sanitários. Hoje, o percentual de 
reutilização e reciclagem está em 90%, incluindo os matérias de construção e 
demolição, percentual bem maior que a média nacional estadunidense, onde, 
o percentual de reciclagem é de 30%, e os 70% restantes são divididos entre 
deposição em aterros sanitários ou incineração, 55% e 15% respectivamente 
(MILLER, 2007). 
 
 
2.1.3 Panorama nacional dos resíduos sólidos 
 
 A globalização favoreceu significativamente para o crescimento da quantidade 
de resíduos sólidos gerados no Brasil, principalmente pelo padrão de consumo 
divulgado nos meios de comunicação, onde, o comportamento dos países 
desenvolvidos passou a ser influenciador direto na cultura dos países em 
desenvolvimento (VALLINI, 2009). 
27 
 
 É habitual observar a falta de comprometimento dos cidadãos com o ambiente, 
e isso não é reflexo apenas das ineficientes políticas públicas de educação ambiental 
e manejo de resíduos sólidos. Faz parte do caráter do brasileiro ter uma consciência 
ambiental ingênua, que, além de não se sentir como pertencente ao meio, não 
reconhece que o ambiente é um espaço que reflete os próprios pensamentos e ações 
do ser humano quanto sociedade, a Figura 3 chama atenção para isso (ANDRADE; 
FERREIRA, 2011). 
 Como consequência desse pensamento retrógrado, lixões, monturos, aterros 
controlados ou, frequentemente, terrenos baldios, acostamento e faixas de servidão 
de estradas, faixas de servidão de linhas de alta tensão de companhias elétricas, vias 
públicas e até calhas e várzeas de coleções de água, são algumas das destinações 
finais dos resíduos sólidos. Isso tem gerado problemas econômicos, de saúde pública, 
estética, ocupação de espaço, degradação de recursos naturais e desequilíbrio 
ecológico (NETO, 2005). 
Figura 3 - Resíduos sólidos e o impacto sobre a sociedade. 
 
Fonte: http://soilpollutiontalk.blogspot.com/2013/05/o-que-sao-os-residuos-solidos-
urbanos.html, 2018. 
 A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos 
Especiais (ABRELPE), fundada em 1976 por um grupo de empresários pioneiros nas 
atividades de coleta e transporte de resíduos sólidos, divulgou em 2017 o “Panorama 
dos Resíduos Sólidos no Brasil 2016”. De acordo com a pesquisa, 214.405 toneladas 
28 
 
de resíduos sólidos urbanos (RSU) são coletadas diariamente no Brasil, o que 
contabiliza 78,3 milhões de toneladas ao ano e uma geração per capita de 1,040 
kg/dia. O gráfico 1 faz a comparação entre geração e deposição final diária desse 
rejeito, em todo o país, e nos estados da Bahia e Pernambuco. 
Gráfico 1 - Geração diária em tonelada/dia (t/d) e deposição final em percentual (%) de RSU 
no Brasil e nos estados da Bahia e Pernambuco, adaptado. 
 
Fonte: Pesquisa ALBREPE, 2017. 
Conforme o Gráfico 1; 17,14% dos RSU coletados diariamente em todo o 
território nacional, estão sendo depositado em lixões a céu aberto. Esse percentual é 
ainda maior nos estados da Bahia e Pernambuco, onde, respectivamente, 32,7% e 
27,4% de todo o resíduo coletado diariamente são descartado em lixões. A quantidade 
crescente na geração de resíduos, aliada aos obstáculos na disposição final, 
impulsiona a demanda pela minimização na geração e maximização da recuperação 
(MANCINI, 1999). 
Analisando, percebe-se que o Brasil gera uma quantidade de resíduos sólidos 
semelhante à de países desenvolvidos, mas ainda tem um padrão de descarte 
compatível ao dos países pobres. Enquanto as nações exemplos, já citadas, estão 
empenhadas em eliminar os aterros sanitários e reaproveitar ao máximo o lixo, nosso 
país, luta para a erradicação dos lixões a céu aberto (GIRARDI, 2016). 
 
5
8
,4
%
3
1
,1
%
4
3
,8
%
2
4
,2
%
3
6
,2
%
2
8
,8
%
1
7
,4
%
3
2
,7
%
2
7
,4
%
B R A S I L 2 1 4 . 4 0 5 ( T / D ) B A H I A 1 4 . 7 2 2 ( T / D ) P E R N A M B U C O 8 . 8 5 2 ( T / D )
ATERRO SANITÁRIO ATERRO CONTROLADO LIXÃO
29 
 
2.1.4 Classificação 
 
 Existem diversas classificações usuais para os resíduos sólidos, estas são 
baseadas em parâmetros de qualidade ambiental e saúde pública. A categorização 
auxilia na escolha da destinação final adequada (MORAIS, 2006). 
 Quanto a natureza física os resíduos sólidos são divididos em dois grupos, 
“secos” ou “úmidos”. Onde os secos englobam os materiais com potencial reciclável 
(metais, papéis, plásticos, vidros, etc.), enquanto que os resíduos molhados, são os 
de origem orgânica (restos de alimentos, restos de poda, resíduos de banheiro, etc.) 
(IDEC, 2005). 
 Com relação ao grau de degradabilidade (capacidade de se decompor por ação 
de fenômenos biológicos, físicos ou químicos), os resíduos sólidos são classificados 
como: facilmente degradáveis (matéria orgânica); moderadamente degradáveis 
(papéis, papelão, material celulósico, etc.); dificilmente degradáveis (resíduos têxteis, 
aparas e serragens de couro, borracha, madeira, etc.), os quais atualmente são 
parcialmente reaproveitados e não-degradáveis (vidros, metais, plásticos, pedras, 
terra, etc.), que possuem elevado potencial para a reciclagem e reutilização (NAIME, 
2011). 
 A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 10004 de 2004, 
visando dar aporte para o gerenciamento de resíduos sólidos, faz a classificação 
conforme os riscos potenciais ao meio ambiente, Quadro 1. 
 
 
 
 
 
30 
 
Quadro 1 - Classificação dos resíduos sólidos segundo ABNT NBR 10004, adaptado. 
CLASSIFICAÇÃO DEFINIÇÃO 
Classe I (perigosos) 
Em função das características físicas, químicas ou 
infectocontagiosas, pode apresentar risco à saúde e 
publica e ao meio ambiente, possui uma ou mais das 
seguintes propriedades: inflamabilidade, 
corrosividade, reatividade, toxidadee 
patogenicidade. 
Classe II A (não 
inertes) 
Aqueles que não se enquadram nas classificações de 
resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II 
B - Inertes. Os resíduos classe II A – Não inertes 
podem ter propriedades, tais como: 
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade 
em água. 
Classe II B (inertes) 
Qualquer resíduo que, quando submetidos a um 
contato dinâmico e estático com água destilada ou 
deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem 
nenhum dos constituintes solubilizados a 
concentrações superiores aos padrões de 
potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, 
turbidez, dureza e sabor. 
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 10004, 2004. 
Schalch (1997), classifica os resíduos sólidos com base na origem, a 
subdivisão e caracterização dada por ele é mostrada no Quadro 2. 
 
 
 
31 
 
Quadro 2 - Classificação dos resíduos sólidos conforme a origem, adaptado. 
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS 
Urbano 
Engloba o resíduos doméstico, de serviços (resíduos de 
construção e demolição, feiras livres, poda e capinação, 
comercial, limpeza de bocas de lobo, parques e jardins), de 
varrição regular e serviços de saúde. 
Industrial 
Oriundo das diversas etapas do processo produtivo da 
indústria e com constituição muito diversificada. 
Agrícola 
São os provenientes das atividades agrícolas e pecuária, 
como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, 
restos de colheita e esterco animal. 
Radioativo 
Oriundos dos combustíveis nucleares (lixo atômico). O 
gerenciamento compete a Comissão Nacional de Energia 
Nuclear (CNEN). 
Fonte: Schalch (1996). 
Logo, os resíduos da construção e demolição, objeto de estudo deste trabalho, 
é classificado como resíduo sólido urbano, podendo ser inerte ou não, o que será 
discutido posteriormente. 
 
2.2 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO 
 
2.2.1 Conceito 
 
 As terminologias Resíduos da Construção e Demolição (RCD’s) e Resíduos da 
Construção Civil (RCC’s), são empregadas em meio acadêmico para denominar o 
rejeito de material utilizado na execução de etapas de obras da construção civil. 
Podendo estes serem oriundos de construções novas, reformas, reparos, 
32 
 
restaurações, demolições e obras de infraestrutura. Os quais são conhecidos 
popularmente por “entulho” (SANTOS, 2009). 
 O Novo Aurélio Século XXI, dicionário da língua portuguesa, explana: 
 
Entulho significa caliça, pedregulho, areia, terra, tudo que sirva para 
entupir, aterrar, nivelar depressão de terreno, escavação, fossa, vala, 
etc.; conjunto de fragmentos ou restos de tijolo, argamassa, madeira, 
etc., provenientes da construção de um prédio; materiais inúteis 
resultantes de demolição; escombros, ruínas (FERREIRA, 1999). 
 
 A Resolução 307 do CONAMA, traz uma definição abrangente e especifica para 
os RCD’s: 
 
Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, 
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os 
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: 
tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, 
resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, 
gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação 
elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou 
metralha (CONAMA 307, 2002, Art. 2º). 
 
 No presente trabalho serão utilizados como sinônimos os termos acadêmicos 
bem como o popular “entulho”, para tratar destes resíduos em específico. 
 
2.2.2 Panorama mundial dos RCD’s 
 
 A construção civil, embora seja um dos ofícios mais antigos do mundo, ainda 
apresenta características artesanais, o que contribui para uma grande geração de 
resíduos. Desde meados da década de 90, a produção de RCC’ s vem aumentando 
significativamente. Estes, são oriundos principalmente de obras de infraestrutura 
urbana, da iniciativa privada na construção de novas edificações, nas ampliações e 
33 
 
reformas de imóveis já existentes e na demolição de obras que já atingiram o final da 
vida útil, possibilitando nova utilização para o espaço (SANTOS, 2016). 
 A Tabela 1 traz dados da geração anual dos resíduos de construção e 
demolição em alguns países do mundo, em milhões/tonelada/ano e em 
quilograma/habitante/ano. 
 TABELA 1 - Geração de RCD’s, adaptada. 
PAÍS 
QUANTIDADE ANUAL 
Em milhões t/ano 
Em 
kg/habitante/ano 
Suécia 1,2 - 6,0 136 - 680 
Holanda 12,8 - 20,2 820 - 1.300 
Estados Unidos 136 - 171 463 - 584 
Reino Unido 50 - 70 880 - 1.120 
Bélgica 7,5 - 34,7 735 - 3.359 
Dinamarca 2,3 - 10,7 440 - 2.010 
Itália 35 - 40 600 - 690 
Alemanha 79 - 300 963 - 3.658 
Japão 99 785 
Portugal 3,2 - 4,4 325 - 447 
 Fonte: IPEA, 2012. 
 Com números tão expressivos, foi necessário a criação de ferramentas para 
serem aplicadas nas políticas públicas, elas podem ser implementadas em todas as 
fazes do processo construtivo, desde o projeto até o manejo dos resíduos. 
 Nesse contexto, Matos (2015) cita em conformidade com a pesquisa feita pelo 
Working Party Pollution Prevention and Control (WPPC), as melhores políticas 
públicas atualmente aplicadas no mundo, são elas: 
34 
 
 Estímulo ao uso de materiais de construção reciclados e recicláveis, 
Alemanha, Coréia e Japão possuem leis com recomendações gerais que 
incitam o uso desses materiais; 
 Cobrança de preços elevados para a deposição de RCD em aterros, é 
amplamente difundida na Dinamarca, Inglaterra, República Checa, Itália e 
França. Esse tipo de cobrança atua como incentivo para a reciclagem dos 
resíduos; 
 Triagem obrigatória de RCD em obras e entrega obrigatória em unidades 
de reciclagem, sete países europeus e o Japão implementaram essa 
ferramenta; 
 Demolição controlada, em quatro países europeus é necessário apresentar 
às autoridades a documentação de como os RCD serão tratados antes da 
demolição ser efetivada. Na Suécia, por exemplo, o plano de gestão deve 
acompanhar a documentação para demolição da edificação; 
 Taxação de matérias-primas provenientes da atividade de mineração, 
essa atitude estimula o uso de agregados oriundos da reciclagem e 
reaproveitamento dos RCD. Na Dinamarca a taxa sobre recursos naturais é 
imposta a pedreiras e na Suécia à exploração dos bens minerais por 
escavação. Já na Inglaterra, são taxadas a areia, cascalho e pedras; 
 Liberação de subsídios financeiros para o investimento nas unidades de 
tratamento de RCD, por exemplo, a Inglaterra subsidia a compra de 
equipamentos e a Bélgica investe em companhias de reciclagem que 
processam RCD. 
 Para Schulz e Hendricks (1992), a prática de reciclar é tão antiga quanto a 
existência do homem. Existem relatos do uso de restos de telhas, tijolos e utensílios 
de cerâmica, como agregado graúdo em concretos rudimentares desde o Império 
Romano e Grécia antiga. Os Fenícios, 700 a.C., também lançaram mão do uso de 
reciclados em camadas de pavimentos. 
 Porém, durante a idade moderna a reciclagem foi posta de lado e os saberes 
científicos foram utilizados apenas para transportar o entulho e dispô-lo fora dos 
centros urbanos, pois, acreditava-se na inesgotabilidade dos materiais na natureza. A 
reutilização só voltou à tona, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Onde, 
países como a Inglaterra e, a Alemanha, emergiram do pós guerra com um grande 
35 
 
volume de RCD’s, resultado dos bombardeamentos (Figura 4). A falta de recursos e 
a alta quantidade de resíduo nas localidades onde deveriam ser reconstruídas as 
cidades, levaram ao desenvolvimento de técnicas de reciclagem. O que também 
ocorreu para países com umalto índice de catástrofes naturais, como o Japão 
(PEREIRA; VIEIRA, 2013). 
Figura 4 – RCD’ s gerados no pós guerra na Alemanha. 
 
Fonte: https://www.dw.com/pt-br/mulheres-dos-escombros-são-um-mito-do-pós-guerra-diz-
historiadora/a-18089963, 2018. 
 Atualmente, a reciclagem de RCD tem ganhado espaço como importante passo 
para a preservação ambiental. Os resíduos são reaproveitados na própria construção 
civil como matéria-prima alternativa. A Tabela 2 mostra a porcentagem de reciclagem 
e reutilização dos resíduos por país. 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
TABELA 2 - Porcentagem (%) de reciclagem e reutilização dos RCD’s, adaptada. 
LOCALIDADE 
RECICLAGEM E 
REUTILIZAÇÃO 
LOCALIDADE 
RECICLAGEM E 
REUTILIZAÇÃO 
Reino Unido 52 Dinamarca 81 
Holanda 92 EUA 70 
Bélgica 89 Alemanha 90 
Áustria 48 Portugal 20 
Fonte: Matos, 2015. 
 
2.2.3 Panorama nacional dos RCD’s 
 
 No Brasil, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos (2016), divulgado pela 
ABRELPE, os municípios coletaram cerca de 45,1 milhões de toneladas de RCD’ s 
em 2016, o que representa 63% no total dos resíduos sólidos urbanos coletados. O 
resultado é preocupante, pois, os municípios coletam apenas os resíduos lançados 
ou abandonados nos logradouros públicos, quando levado em consideração os 
depósitos clandestinos camuflados nas mais diversas localidades, ou os resíduos 
coletados por serviços privados, esse número chega a patamares muito superiores. A 
Tabela 3 mostra a quantidade total de RCD coletado pelos municípios no país e na 
região Nordeste. 
TABELA 3 - RCD's totais coletados pelos municípios em 2016, adaptada. 
REGIÃO 
2016 
RCD Coletado 
(tonelada/dia) 
Índice 
(quilo/habitante/dia) 
Brasil 123.619 0,600 
Nordeste 24.387 0,428 
Fonte: ABRELPE, 2016. 
37 
 
 O reaproveitamento de resíduos de construção em proporções relevantes é 
uma realidade recente no Brasil, teve início na década de 80, com a utilização de 
pequenos moinhos em construção de edifícios, onde, em alguns canteiros os resíduos 
de alvenaria passaram a ser matéria prima para a produção de argamassas com 
finalidade de aplicação em emboço (LEVY, 1997). 
 Os municípios brasileiros ainda estão passando pelo processo de 
implementação dos Planos Municipais de Gestão de Resíduos da Construção Civil, 
por isso ainda não se têm dados atuais em relação a reciclagem e reaproveitamento. 
Os dados mais recentes são da Pesquisa Nacional do Saneamento (PNSB), 
elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), datados de 
2008, mostrados na Tabela 4, onde um montante de 5.564 municípios foram 
pesquisados. 
TABELA 4 - Número de municípios com respectiva destinação de RCD’s, adaptada. 
 
ESPECIFÍCAÇÃO 
 
QUANTIDADE DE 
MUNICÍPIOS 
Possui algum serviço de manejo de RCD’ s. 4.031 
Possui algum tipo de processamento de RCD’ s. 392 
Possui triagem simples de RCD classes A e B. 124 
Possui triagem e trituração simples de RCD’ s classe 
A. 
14 
Possui triagem e trituração de RCD’ s classe A, com 
classificação granulométrica dos agregados 
reciclados. 
20 
Faz reaproveitamento dos agregados produzidos na 
fabricação de componentes construtivos. 
79 
Possui outro tipo de processamento. 204 
Fonte: IBGE, 2008. 
38 
 
2.2.4 Classificação 
 
A maioria dos resíduos sólidos gerados pela construção civil, se enquadram na 
classe II B da NBR 10004, como não perigosos e inertes. Essa classificação se torna 
ineficaz pois induz uma ideia de baixo impacto ambiental. 
 A resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), nº307, de 5 
de julho de 2002, optou por não utilizar a classificação da NBR 10004 para os RCC’ 
s, ampliando e formalizando a divisão que está expressa no Quadro 3. 
Quadro 3 - Classificação para RCD’s, adaptado. 
CLASSIFICAÇÃO CARACTÉRISTICAS 
Classe A 
São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, 
tais como: de construção, demolição, reformas e reparos de 
pavimentação e de outras obras de infraestrutura, tais como 
componentes cerâmicos, argamassa e concreto. 
Classe B 
São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: 
plásticos, papel/papelão, metais, vidros e madeiras. 
Classe C 
São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que 
permitam a reciclagem/recuperação, tais como os produtos 
oriundos do gesso. 
Classe D 
São resíduos perigosos, tais como tintas, solventes, óleos e 
outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde 
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas 
radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e 
demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros 
produtos nocivos à saúde. 
Fonte: CONAMA, 2002. 
Tchobanoglous (1992), ainda classifica como resíduos de demolição, os 
resíduos derivados de edificações derrubadas, enquanto que os resíduos de 
39 
 
construções novas, remodelagem, consertos de residências e edifícios comerciais são 
denominados por resíduos de construção. 
 
2.3 LEGISLAÇÃO APLICADA 
 
2.3.1 A resíduos sólidos urbanos 
 
 O Brasil, até meados dos anos 2000, não dispunha de uma legislação 
abrangente no que se refere a normas focadas na prevenção à geração, minimização, 
reutilização, manejo, acondicionamento, coleta, reciclagem, transporte, tratamento e 
disposição final dos resíduos sólidos urbanos. Até então, existiam apenas leis e 
normas isoladas que traziam certas diretrizes associadas ao gerenciamento. 
 Em 3 de setembro de 1954, foi criada a Lei Federal nº 2.312, que tem ementa 
focada nas normas gerais sobre defesa e proteção da saúde. O artigo 12º traz a 
primeira preocupação explicita do estado com os resíduos sólidos: “A coleta, o 
transporte e o destino final do lixo deverão processar-se em condições que não tragam 
inconveniente à saúde e ao bem estar público...’” (BRASIL, 1954). 
 No artigo 7º da Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, foi criado o 
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, com a incumbência de atuar de 
forma efetiva na elaboração de normas, critérios e padrões referentes ao controle e 
manutenção da qualidade do meio ambiente, por meio de resoluções. Desde então, o 
referente órgão criou diversos documentos avulsos e regulamentadores como, por 
exemplo, no tocante a destinação que se deve aplicar a cargas deterioradas, 
contaminadas, fora de especificação ou abandonadas (CONAMA Nº 2); destinação de 
pilhas e baterias (CONAMA Nº 257); definição do código de cores para identificação 
dos diversos tipos de resíduos (CONAMA Nº 275); entre outros dispositivos legais 
(BRASIL, 1981). 
40 
 
 Em 1988 a Constituição Federal no artigo 23º, previu um controle dos padrões 
ambientais por parte dos governos federais, estaduais e municipais. O artigo 225º 
assegura: 
 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações (Brasil, 1988, Art. 
225). 
 
 A Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, foi um grande marco para 
a legislação brasileira, ela dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas 
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. O artigo 54º prevê reclusão de 
um a cinco para quem: 
 
 Lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou 
substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas 
em leis ou regulamentos; desde que causem poluição de qualquer 
natureza em níveis tais que resultem ou possam resultarem danos à 
saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a 
destruição significativa da flora (BRASIL, 1998, Art. 54). 
 
 Apesar de já haver algumas leis e diretrizes para resíduos, a aplicabilidade 
ainda era muito ineficiente, os aspectos relacionados aos marcos legais da limpeza 
urbana, em especial da gestão e manejo dos resíduos sólidos no Brasil, foram 
definidos na Política Nacional de Saneamento Básico - PNSB, Lei nº 11.445, de 5 de 
janeiro de 2007, na qual o plano de resíduos sólidos passou a integrar os planos 
municipais de Saneamento (BRASIL, 2007). 
 Além de englobar a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos como um dos 
quatro condicionantes do saneamento (abastecimento de água; esgotamento 
sanitário; limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos; drenagem e manejo de águas 
pluviais). A Lei 11.445/2007 inclui como princípios a universalidade e integralidade na 
prestação dos serviços, além da interação com outras áreas como recursos hídricos, 
saúde, meio ambiente e desenvolvimento urbano. 
41 
 
 Em 02 de Agosto de 2010, o presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a 
Lei nº 12.305, após um processo de discussão que se arrastou no Congresso Nacional 
durante 21 anos. Tratando da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), define 
como o país deve dispor os resíduos, incentiva a reciclagem e a sustentabilidade. A 
Lei é baseada no princípio da responsabilidade compartilhada, onde todos os agentes 
envolvidos (fabricação, distribuição, venda e consumo) são encarregados pelos 
resíduos que geram (MATOS, 2005). 
 A PNRS consolida os princípios da gestão integrada e sustentável de resíduos. 
Propõe medidas de incentivo à formação de consórcios públicos para a gestão 
regionalizada com vistas a ampliar a capacidade de gestão das administrações 
municipais, por meio de ganhos de escala e redução de custos no caso de 
compartilhamento de sistemas de coleta, tratamento e destinação de resíduos sólidos 
(BRASIL, 2010). 
 A Lei estipulou como prazo o ano de 2012 para que os planos de resíduos 
sólidos em âmbitos nacional, estadual e municipal fossem devidamente elaborados e 
que os lixões fossem completamente erradicados no Brasil até 2014. O que não 
ocorreu e já existe um projeto de Lei que prorroga o prazo entre 2018 e 2021, para 
que os municípios se adequem (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2017). 
 A Figura 5 faz um resumo em forma de linha do tempo para os principais 
marcos legais dos resíduos sólidos. 
42 
 
Figura 5 - Linha do tempo para os principais marcos legais dos resíduos sólidos. 
 
Fonte: Autor, 2018.
43 
 
2.3.2 Legislação aplicada a resíduos sólidos da construção e demolição 
 
 Quanto mais incisivas as fiscalizações, maior a probabilidade das empresas de 
construção civil cumprirem os princípios ambientais legais. Nesse contexto, é preciso 
detalhar minunciosamente os instrumentos normativos para que não restem dúvidas 
e sejam seguidos adequadamente. Com isso, em 2002 surgem as primeiras políticas 
públicas no Brasil para resíduos gerados no setor construtivo (NAGALLI, 2014). 
 
2.3.2.1 Resolução CONAMA 307 
 
 Considerando que a disposição de resíduos sólidos de construção civil em 
locais inadequados é fator contribuinte para a degradação ambiental e que 
representam uma fatia significativa do total dos resíduos sólidos urbanos gerados, a 
resolução CONAMA 307, de 05 de julho de 2002, estabelece diretrizes, critérios e 
procedimentos para a gestão adequada. 
 A resolução incumbe aos geradores a responsabilidade dos resíduos 
produzidos em obra. No artigo 4º fica estabelecido que o setor construtivo deverá ter 
como principal objetivo a não geração de resíduos, seguido da redução, reutilização, 
reciclagem e destinação final. Não poderão depositá-los em aterros de resíduos 
domiciliares, em encostas, corpos d’água, lotes vagos e em áreas protegidas por lei. 
A Figura 6 traz a hierarquia adequada para o sistema de gerenciamento dos RCD’s. 
Figura 6 - Hierarquia do sistema de gerenciamento do RCD’ s, adaptada. 
 
Fonte: NAGALLI, 2014. 
NÃO GERAÇÃO MINIMIZAÇÃO REUTILIZAÇÃO RECICLAGEM
DESCARTE
ADEQUADO
44 
 
 O artigo 10º estabelece a destinação correta conforme a classe do resíduo, 
Quadro 4. 
Quadro 4 - Destinação dos RCD’ s de acordo com a classe (adaptado). 
CLASSE DESTINAÇÃO 
A 
Deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou 
encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, 
sendo dispostos de modo a permitir a utilização ou reciclagem futura. 
B 
Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de 
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a 
utilização ou reciclagem futura. 
C 
Deverão ser armazenados, transportados e destinados em 
conformidade com as normas técnicas específicas. 
D 
Deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados 
em conformidade com as normas técnicas específicas. 
Fonte: CONAMA, 2002. 
 Continuando com as diretrizes, a resolução o artigo 5º responsabiliza aos 
municípios a elaboração do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil (PIGRCC) que devem incorporar o Programa Municipal de 
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC) e os Projetos de 
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), para dar suporte aos 
pequenos geradores (aqueles que produzem até 5m³ de resíduo). Nesse plano 
deverão constar: 
 As diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de 
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e para os Projetos de 
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil a serem elaborados pelos 
grandes geradores, possibilitando o exercício das responsabilidades de todos 
os geradores; 
 O cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento, 
triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade 
45 
 
com o porte da área urbana municipal, possibilitando a destinação posterior dos 
resíduos oriundos de pequenos geradores às áreas de beneficiamento; 
 O estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de 
beneficiamento e de disposição final de resíduos; 
 A proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não 
licenciadas; 
 O incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo 
produtivo; 
 A definição de critérios para o cadastramento de transportadores; 
 As ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes envolvidos; 
 As ações educativas que visam reduzir a geração de resíduos possibilitando 
assim a segregação. 
 Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deixam de ser 
responsabilidade dos municípios e passam a ser obrigação da empresa, quando esta 
for uma grande geradora (aquelas que produzem mais de 5m³ de resíduo). 
 A Resolução CONAMA 307/2002 sofreu algumas alterações ao longo dos anos. 
Em 24 de Maio de 2011, por meio da Resolução CONAMA 431, os resíduos de gesso 
deixaram de ser classificados como classe C, passando a pertencer à classe B, 
resíduos recicláveis para outra destinação. Em 18 de Janeiro de 2012, a resolução 
foi ajustada ao disposto na Lei 12.305, surgindo a Resolução CONAMA 448. 
 Após essas alterações, o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil, passou a ser chamado Plano Municipal de Gestão de Resíduos da 
Construção Civil. Assim, o PIGRCC e o PMGRCC, tornaram-se um único documento, 
entretanto, as diretrizes foram mantidas. O PGRCC das empresas de grande porte, 
passou a ser denominado de Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção 
Civil. 
 
2.3.2.2 Lei Federal 12.305/2010 
 
 Esta lei institui a PolíticaNacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus 
princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão 
46 
 
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às 
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos 
aplicáveis 
 As principais diretrizes do PNRS para os RCD’s são: 
 Extinção de áreas irregulares de disposição final de RCD’s em todo o território 
nacional; 
 Implantação de áreas de transbordo e triagem, de reciclagem e de reservação 
adequada de RCD’s em todo o território nacional; 
 Realização de inventário de resíduos de construção civil; 
 Aumentar a reutilização e reciclagem do RCD’s nos empreendimentos públicos 
e privados em todo o território nacional; 
 Criação de medidas para a redução da geração de rejeitos e resíduos de 
construção civil em empreendimentos em todo o território nacional. 
 Apesar da Lei estipular com prazo o término do ano de 2014 para que as metas 
do PNRS fossem atendidas, à exceção no que se refere à reutilização e reciclagem, 
estas possuem previsão de conclusão em 2027. 
 
2.3.3 Normas técnicas complementares 
 
 Além das legislações já mencionadas, existem outras resoluções que auxiliam 
no manejo e deposição adequada dos resíduos sólidos de construção e demolição, 
algumas delas são: 
 NBR 7503: 2005 - Ficha de emergência e envelope para o transporte terrestre 
de produtos perigosos; 
 NBR 13221: 2003 –Transporte terrestre de Resíduos; 
 NBR 11174: 1990 - Armazenamento de Resíduos classe II (não inertes) e 
classe III (inertes); 
 NBR 15112: 2004 - Resíduos da construção civil e resíduos volumosos, área 
de transbordo e triagem, diretrizes para projeto, implantação e operação; 
47 
 
 NBR 15113: 2004 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes, 
aterros, diretrizes para projeto, implantação e operação; 
 NBR 15114: 2004 - Resíduos sólidos da construção civil, áreas de reciclagem, 
diretrizes para projeto, implantação e operação; 
 NBR 15115: 2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção 
civil, execução de camadas de pavimentação, procedimentos; 
 NBR 15116: 2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção 
civil, utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. 
 
2.4 PERDAS E DESPERDÍCIOS DE MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
2.4.1 Caracterização das perdas 
 
 O setor construtivo está passando por um processo de remodelação. Os 
recursos financeiros estão cada vez mais acanhados, o mercado consumidor mais 
exigente e os trabalhadores, buscando melhores condições de serviço. Todas essas 
circunstâncias têm exigido uma nova postura das empresas, que estão sendo 
forçadas a incorporar estratégias empresariais que sejam focadas na qualidade, na 
racionalização, e na produtividade, para que assim seja obtido um produto de melhor 
qualidade, com um menor custo (COSTA, 1998). 
 O desperdício não pode ser considerado apenas como os materiais não 
utilizados no canteiro de obras (rejeitos), ele engloba toda a perda efetiva durante o 
processo produtivo, assim, o uso de materiais além do necessário para a realização 
de determinada etapa construtiva, também se enquadra nessa categoria (FRANCHI, 
1993). 
 Partindo desse princípio, Skoyles (1976), classificou as perdas em dois tipos: 
direta e indireta. A perda direta está ligada a perda de materiais que não podem ser 
recuperados ou utilizados, ou ainda, aqueles perdidos no processo de construção. A 
perda indireta representa a perda monetária, os materiais não são perdidos 
fisicamente. Ele ainda considera que as perdas ocorrem em todas as etapas 
48 
 
construtivas, desde a chegada do material na obra, transporte e estocagem, até o 
emprego à função que se destina. 
 Ferreira (2017), faz a classificação das perdas conforme a natureza, e origem, 
Quadro 5. 
Quadro 5 - Classificação das perdas, adaptado. 
NATUREZA EXEMPLO ORIGEM 
 
Superprodução 
 
Produção de argamassa em 
quantidade superior à 
necessária para um dia de 
trabalho. 
Planejamento: falta de 
procedimentos de 
controle. 
Manutenção de 
Estoques 
Deterioração da argamassa 
estocada. 
Planejamento: falta de 
procedimentos referentes 
às condições adequadas 
de armazenamento. 
 
Transporte 
Condições inadequadas para 
transporte. 
Gerência da obra: falha 
no planejamento de 
meios para executar o 
transporte de materiais. 
Fabricação de 
Produtos 
defeituosos 
Espessura de lajes e vigas 
diferentes das especificadas 
em projeto. 
Projeto: falhas no 
sistema de fôrmas 
utilizado. 
 
Processamento 
em si 
Necessidade de quebrar 
uma laje depois de pronta 
para passagem de 
instalações. 
Planejamento: falhas no 
sistema de controles. 
Recursos humanos: falta 
de treinamento dos 
funcionários. 
Fonte: Sebrae, 2018. 
 O setor de edificações, possui baixa eficiência produtiva, isso se dá 
majoritariamente por conta da falta de qualificação dos trabalhadores e pouca 
49 
 
utilização de novas tecnologias (equipamentos e processos construtivos), o que 
contribui no aumento das perdas, resultando na geração de mais resíduos (NETO, 
2005). 
 
2.4.2 Composição dos resíduos da construção e demolição 
 
A composição dos RCD’s é bastante heterogênea, segundo Carneiro (2001), 
esses são constituídos majoritariamente por: Concretos, argamassas, solos, rochas, 
materiais cerâmicos (blocos, tijolos, lajotas, telhas), materiais betuminosos, materiais 
ferrosos, madeira e outros materiais (papel, plástico papelão, borracha), que devem 
ser tratados e dispostos adequadamente. A Tabela 5 mostra a variabilidade na 
composição do RCD em diversas regiões e países. 
TABELA 5 - Composição em porcentagem (%), dos RCD’s em diversas regiões e países, 
adaptada. 
MATERIAL 
ORIGEM 
Reino 
Unido 
Hong 
Kong 
São 
Carlos 
São 
Paulo 
Ribeirão 
Preto 
Salvador 
Concreto e 
argamassa 
9 17 69 33 59 53 
Solo e 
areia 
75* 19 - 32 - 22 
Cerâmica 5 12 29 30 23 14 
Rochas - 23 1 - 18 5 
Outros 11 28 1 5 - 6 
*Solo, areia e rochas. 
Fonte: Carneiro, 2001. 
As características dos RCD’s dependem da cultura da região onde são 
gerados. Os países desenvolvidos produzem nas obras de edificações muitos 
50 
 
resíduos de plásticos e papéis provenientes de embalagens, enquanto que em países 
em desenvolvimento, os resíduos são provenientes das etapas construtivas, como 
concreto, blocos, azulejos, cerâmicas e argamassas, em consequência das altas 
perdas durante o processo construtivo (MORAND, 2016). 
Os resíduos da construção são gerados por empresas construtoras, 
incorporadores imobiliários, empresas de pequeno e grande porte prestadoras de 
serviços de engenharia, órgãos públicos e empreiteiros de obra. O Gráfico 2 mostra a 
origem dos resíduos de construção em alguns municípios brasileiros diagnosticados 
(PINTO, 2005). 
Gráfico 2 - Origem dos RCD’s em algumas cidades brasileiras em % da massa total, 
adaptado. 
 
Fonte: Pinto (2005). 
 
2.5 IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DA DEPOSIÇÃO INADEQUADA 
DOS RCD’ s 
 
Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades 
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer 
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, 
direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar 
Reformas, amp. e 
dem. 59%Resid. Novas 
20%
Edif. Novas
21%
REFORMAS AMPLIAÇÕES E DEMOLIÇÕES
RESIDÊNCIAS NOVAS
EDIFICAÇÕES NOVAS (ACIMA DE 300 m²)
51 
 
da população,