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COMPLEMENTO Parte integrante do plasma normal. Sistema composto de várias proteínas séricas, que atuam como um sistema de ação seqüencial. SORO: Substância termolábil = complemento Substância termoestável = anticorpo AÇÃO Principal mecanismo efetor Humoral da reação inflamatória e destruição de agentes infecciosos Complementa de forma INESPECÍFICA a a ação específica do anticorpo. Circula na forma inativada Tem 3 sítios: Interação, clivagem, enzimático Vias de ativação Clássica: Ag/Ac Alternativa: parede de bactérias, manose, .... Vias de Ativação Vias de Ativação VIA CLÁSSICA – Ag/Ac AG AG AG VIA CLÁSSICA – Ag/Ac Via clássica Via alternativa Via alternativa VIA COMUM LISE HOSMÓTICA LISE OPSONIZAÇÃO- INFLAMAÇÃO- CITOLISE INFLAMAÇÃO Anafilatoxia - Quimiotaxia C5a C3a OPSONIZAÇÃO – C3 b AÇÃO EFETORA LISE (C5 - C9) – destrói bactéria OPSONIZAÇÃO (C3b) - Favorece a fagocitose ANALFILATOXIA (C5a ; C3a) – Favorece inflamação Liberação de Histamina dos mastócitos (basofilos teciduais) Aumenta permeabilidade vascular Aumenta o fluxo de plasma EDEMA ( calor, rubor , dor) QUIMIOTAXIA (C5a) Migração de neutrófilos para o local da injuria Aspectos clínicos Níveis de C3 e C4 diminuídos = Ativação por via clássica Níveis de C4 normal e C3 diminuídos = Ativação via alternativa Níveis aumentados de C3 C4 = Inflamação aguda Alteração por consumo (ativação): Aspectos clínicos Síntese diminuída de C3 = infecção recorrente Síntese diminuída de C4 = LES Deficiência genética: A concentração plasmática depende da quantidade sintetizada Renovação metabólica é de 50% (diária) Deficiências do Sistema Complemento Defeitos nas proteínas de controle da ativação – Diminui a concentração de complemento circulante, prejudicando eliminação de bactérias dependentes de fagocitose para sua destruição (ex neisserias) Deficiência de componentes da via do complemento – Remoção dos complexos imunológicos - C3b-Ac-Ag liga-se aos receptores CR1 nos eritrócitos, passam pelo fígado, baço onde são capturados pelos macrófagos. Opsonização de bactérias resistentes a fagocitose DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO Imunodifusão radial simples Turbidimetria Nefelometria DOSAGEM DE C2: Defeito hereditário mais comum dos componentes do complemento humano. Em casos de pacientes com dosagem de complemento total baixo (CH-50) ou níveis indetectáveis, sem consumo de C3 e C4, deve-se suspeitar da deficiência de C2. Na reativação do LES, os seus níveis são os primeiros a mostrar uma queda. DOSAGEM DE C3: Útil na avaliação de pacientes portadores de doenças que evoluem com a presença de imuno complexos, que ativam a via clássica do complemento. LES, glomerulonefrite aguda pós-estreptocócia, outras nefrites pós-infecciosas. RESUMO Principal mecanismo efetor Humoral da reação inflamatória e destruição de agentes infecciosos PROTEÍNAS DE FASE AGUDA inflamação Proteína Aumentada Diminuída Proteína de Coagulação Fibrinogênio Protombina Fator VII Plasminogênio Inibidores de Proteínas/ Proteases Alfa 1 antitripsina Inter alfa 1 antripsina Alfa 1 antiquimiotripsina Proteínas Transportadoras Hemopexina Transferrina Haptoglobulina Ceruloplasmina Proteínas do Sistema C1s, Inibidores de C1, C2 Properdina Complemento Fator B, C3, C4, C5, C6 Outras Alfa 1 glicoproteína ácida Albumina Globulinas insolúveis no frio Pré – albumina Proteína relacionada ao Alfa 1 lipoproteína amilóide sérico A (SAA) Beta - lipoproteína Perfil Protéico do Plasma em Reações de Fase Aguda MUCOPROTEÍNAS São glicoproteínas compostas de duas frações: alfa-1-glicoproteína e alfa-2-macroglobulina. Alfa-1-glicoproteína – É útil no "screening" de diversas enfermidades, tanto de área cardiovascular e renal, como nos quadros infecciosos ou inflamatórios de qualquer localização. Aumentadas: Quadros inflamatórios e/ou infecciosos agudos, mieloma múltiplo, doença de Hodgkin e como preditivo de processo isquêmico do coração (trombose coronariana ). Diminuída : Síndromes nefróticas. Proteína C reativa – PC-R Proteínas da fase aguda IL 1 IL 6 PC-R PC-R Fibrinogênio Amilóide sérico A Meia vida plasmática 19 horas produção de citocinas (interleucinas) Proteína C reativa Aumento Inespecífico em processos inflamatórios Como uma proteína de fase aguda, a PCR eleva sua concentração no soro até 100 X seu valor normal , em diversas inflamações agudas, carcinomas , necrose tecidual e após cirurgias. Proteína C reativa IMPORTÂNCIA!!!! Aumento precoce e queda gradual A concentração começa aumentar ao redor de 6 horas após danos celulares e vai diminuindo com o decorrer dos dias durante a cura. PC-R Constitui parte da resposta inflamatória do organismo sendo um marcador sensível na monitoração da inflamação aguda e necrose tissular. Seu aumento pode ser bloqueado se o paciente estiver em uso de esteróides ou salicilatos PC-R É mais precisa que o VHS como indicador de resposta inflamatória, pois inicia mais precocemente Não é influenciada, como o VHS, por anemia, policitemia, esferocitose e alterações nos níveis de proteínas plasmáticas NO PÓS-OPERATÓRIO A PCR aumenta alcançando seu pico em 48 a 72 horas (normalmente até 25 a 35 mg/dl ). Começa a diminuir no 3º dia e retorna ao normal em torno do 5º ao 7º dia pós-operatório. Níveis persistentemente altos, geralmente acima de 30 mg/dL indicam complicação, geralmente infecção bacteriana ou necrose tissular. DOENÇAS REUMATOLÓGICAS QUE CURSAM COM ALTOS NÍVEIS DE PCR: Febre reumática, artrite reumatóide, artrite reumatóide juvenil, espondilite anquilosante, artropatia psoriásica, polimialgia nodosa, granulamatose de Wegner, Doença de Behcet, Doença de Crohn, artrites infecciosas. DOENÇAS REUMATOLÓGICAS QUE CURSAM COM PEQUENO AUMENTO DE PCR : Lupus eritematoso sistêmico, poli e dermatomiosite, esclerodermia, doença mista do tecido conjuntivo, artropatia associada à retocolite ulcerativa. PC-R Diferencia Infecções Bacterianas de Virais Aumentada em estados gripais Nas infecções bacterianas em 50% das vezes o nível sérico da PCR é maior do que 100 mg/l (10mg/dl). PC-R Diferencia Infecções Bacterianas de Virais O nível de corte : para menores de 6 anos : 2,0 mg/dL Maiores de 6 anos: de 5,0 a 7,5 mg/dL bom indicador de possível presença de infecção bacteriana. Altamente provável nos níveis acima de 10,0 mg/dL. PC-R Faz parte das proteínas produzidas pela resposta imune inata. Induz a ativação de proteínas do Complemento Promove recrutamento de monócitos no interior das artérias Promove retirada de LDL pelos macrófagos Desencadeia a oxidação do LDL-colesterolRoss,R.The New England Journal and Medicine, 1999 Disfunção endotelial na aterosclerose Ross,R.The New England Journal and Medicine, 1999 Formação das “Foam Cells” - Estria Gordurosa Lusis A.J. Nature , 2000 Inflamação PC-R Ultra-sensível X MÉTODO COMUM Proteína C alterada em níveis > 0,8 mg/dl podem não predizer risco cardíaco: DEVE-SE Descartar infecção/inflamação sistêmica Repetir após 2 semanas Interpretar junto com quadro clínico Técnicas menos sensíveis detectam a PC- R a partir de 0,3- 0,8 mg/dL não sendo adequadas para predizer risco vascular. PC-R Ultra-sensível Faixas de risco de DAC segundo PC-RHs Baixo risco: menor que 0,1mg/dl ( <1mg/L) Risco intermediário: entre 0,1- 0,3mg/dl (1,0-3,0 mg/L) Alto risco: maior que 0,3mg/dl (> 3,0mg/L) ISOLADAMENTE NÃO É MARCADOR DE RISCO CARDÍACO É UMA MEDIDA ADICIONAL, JUNTO A FATORES CLÁSSICOS ( tabagismo, obesidade, diabetes, etc...) Níveis de PCR-hs aumentam o valor preditivo de triagem feita pela dosagem de colesterol PCR-hs elevada PCR-hs elevada Colesterol LDL elevado (> 160mg/dL) Colesterol LDL normal ( < 130mg/dL) Pior prognóstico Maior chance de risco cardíaco Fatores associados aos níveis de PC-R /sangue Sexo maior em mulheres Raça maior em negros que brancos Fumante associação positiva Obesidade associação positiva Álcool associação negativa Café associação positiva Variação sazonal pico no inverno Fonte: Maat et al; Ital Heart j. 2:189,2001 Efeito de drogas no nível de PC-R /sangue Estatina diminui Estrogeno aumenta Vitamina E diminui Aspirina diminui (individuo com angina) não altera (indivíduo sadio) Alto Risco PC-R hs Alta (>3mg/L) LDL alta (>160mg/dl) LDL “borderline”(130-160mg/dL) LDL baixa (<130mg/dl) PC-R hs media (1-3mg/L) LDL alta Risco intermediario PC-R hs media LDL “borderline” LDL baixa PC-R hs baixa (< 1mg/L) LDL “borderline” LDL Alta Baixo Risco PC-R hs baixa LDL baixa + + + + + PC-R ultra sensível não é marcador de risco cardíaco quando medida isoladamente!!! Medir a PCR-hs não substitui mas complementa a avaliação de lipídios e outros fatores clássicos de risco coronariano PARA SER MARCADOR DE RISCO CARDÍACO: VALORES INFERIORES A 0,1mg/dL (1mg/L ) Uma Avaliação é Suficiente ASSOCIADO A DOSAGEM DE COLESTEROL: Medir PCR-hs duas vezes com duas semanas ou mais de intervalo Usar a média dos valores encontrados para estimar o risco cardíaco Métodos Imunológicos para dosar PC-R AGLUTINAÇÃO DO LÁTEX Sensibilidade: >3mg/L TURBIDIMETRIA Medida da diminuição da intensidade da luz transmitida, em relação à incidente, através de uma suspensão de partículas, devido à reflexão, absorção e espalhamento ESPECTROFOTÔMETRO NEFELOMETRIA Sensibilidade : 0,175 mg/L Método direto de medida do espalhamento, em um determinado ângulo, de uma luz incidente, por partículas em suspensão, sendo uma técnica sensível para quantificar as reações de precipitação entre antígenos e anticorpos NEFELÔMETRO Turbidimetria X Nefelometria Turbidimetria e Nefelometria .. .absorve Transmite (TUBIDIMETRIA) reflete Dispersão (NEFELOMETRIA) (Mudança de direção) Luz Equivalência Dissocia (tempo) Excesso de Ac leitura Precipita excesso de Ag PESQUISA DE ASLO Anti StreptoLisina O Infecção Streptococcus Beta hemolítico (grupo A) Febre reumática Glomerulonefrite Insuficiência cardíaca Associada a Infecção garganta Associada a piodermite Artrite MECANISMOS Reação cruzada Linfócitos TCD4 Fibra cardíaca Efeito tóxico estreptolisina? Citocinas??? Deposito de imunocomplexos Permeabilidade vascular Processo hemodinâmico São encapsuladas e formam colonias mucoides nas culturas Resistem a fagocitose Inibem a ativação do complemento por via alternativa Cepas reumatogenicas Cepas nefritogenicas Poucas cepas são “nefritogenicas” A nefrite ocorre após 7-12 dias após a infecção de garganta ou 3 semanas após a infecção da pele (piodermite) Mais comum!!!!! FEBRE REUMÁTICA Apenas o,3-1% dos indivíduos infectados pelo S. pyogenes irão desenvolver a doença. Associação HLA DR4 (brancos) HLA DR2 (negros) Faixa etária : 5 – 15 anos Manifestações Clínicas: Poliartrite migratória Cardite Nódulos subcutâneos Eritema marginado Nenhum sintoma, sinal clínico ou teste laboratorial isolado faz diagnóstico da doença Componentes ou produtos do Streptococcus pyogenes iniciam o dano tecidual Patogênese da Febre Reumática Formação de anticorpos / células T É causada pela deposição de complexos imunes circulantes e não por reação cruzada . Prognóstico bom em crianças e pior em adultos Fragmentos antigênicos das cepas nefritogênicas ligam-se a membrana glomerular. Anticorpo liga-se ao antígeno Inflamação induzida pela ativação do complemento Complemento apresenta-se reduzido, voltando ao normal dentro de 6- 10 semanas. Patogenia da glomerulonefrite pós streptococica aguda Pressão nos glomérulos INFLAMAÇÃO Patogenia da glomerulonefrite pós streptococica aguda Pressão nos glomérulos INFLAMAÇÃO CULTURA: (S= 25-40%) Após 15-20 dias do início da infecção o S. pyogenes não é mais detectado na orofaringe DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Não existem provas laboratoriais específicas Dosagem de Anticorpos anti- estreptolisina O (ASLO): Métodos: Latex turbidimetria VR: 200 UI/mL Método: neutralização da SLO (desuso) VR: 166 Unidades Todd Títulos elevados após a infecção de garganta (80%) e discretos após infecção na pele (25%). DIAGNÓSTICO LABORATORIAL A ASLO dá o diagnóstico de Febre Reumática? Não. Ela é um anticorpo que o nosso organismo produz para combater o estreptococo durante ou logo após uma infecção de garganta. Serve apenas para nos dizer se a criança teve infecção por esta bactéria. Na ausência das manifestações típicas da Febre Reumática a ASLO não tem qualquer valor para o diagnóstico desta doença. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL A ASLO dá o diagnóstico de Febre Reumática? Oitenta por cento das crianças com infecção de garganta pelo estreptococo apresentam elevação da ASLO porém somente 3% delas poderão apresentar Febre Reumática. É importante lembrar que a presença de dor nas pernas e ASLO elevado não significam febre reumática. Ascensão de títulos ( 2 amostras/30 dias) ou títulos elevados de ASLO EVIDÊNCIA DE ESTREPTOCOCCIA A pesquisa de ASLO pode ser negativa na primeira semana da infecção (pico 3-5 semanas) Títulos elevados ( 75-80%) podem persistir por 6 meses, mesmo na vigência da terapêutica ASLO elevado (300-500 UI/ml) ISOLADAMENTE não significa indivíduo portador de Febre Reumática ECG: não característico Eco Cardio: detecta alterações estruturais de válvula Sexo: M Idade : 9 anos História clínica: dor de garganta, febre (37,5ºC) CASO CLÍNICO Cultura secreção: normal Urina: proteinúria, hematuria, cilíndros hemáticos ASLO: 1600 UI/mL (VN: < 200UI/mL C3: 0,1g/L (VN: 0,8-1,4) C4: 0,23g/L (VN: 0,2-0,4) PC-r : 30mg/dL (VN: 0,5mg/dL) Depuração de creatinina: 46mL/min (88 a 128mL/min) Excreção de proteína urinaria: 1,5g/dia (até 150mg/dia) DIAGNÓSTICO Glomerulonefrite pós- streptococica EVIDÊNCIA DE FEBRE REUMÁTICA sinais e sintomas não constituem critérios diagnósticos só adquirem valor em presença dos critérios maiores e menores de Jones. Sinais maiores: cardite, poliartrite, coréia, eritema marginado, nódulos subcutâneos. Sinais menores: artralgia, febre baixa e precoce (até 39ºC), provas de atividades inflamatórias elevadas (VHS, proteína C Reativa, mucoproteínas), antecedentes de doença reumática Haverá alta probabilidade para a doença, estando presentes 2 sinais maiores ou 1 sinal maior com 2 menores. PROFILAXIA da FEBRE REUMÁTICA PENICILINA BENZATINA Para evitar recorrência, manter tratamento com dosagem a cada 3 semanas até 18 anos, ou no mínimo 5 anos, na ausência de cardite. Paciente com cardite profilaxia até os 25 anos ou pelo resto da vida Pesquisa do Fator Reumatóide Imunoglobulina da classe IgM ( raramente IgG ou IgA) reativa contra IgG Humana) Descobero por Waller e Rose (1948) no soro de pacientes com ARTRITE REUMATÓIDE (auto-imune). Apesar de caracterizar a AR, pode ser encontrado em OUTRAS DOENÇAS auto-imunes, INFECÇÕES E NEOPLASIAS PPRREEVVAALLÊÊNNCCIIAA DDOO FFAATTOORR RREEUUMMAATTÓÓIIDDEE Artrite reumatóide 50-85% Endocardite 5-10% Tuberculose 5-10% Febre reumática 5-10% Artrite psoríasica 5-10% Fator reumatóide IgM anti – IgG humana Fator reumatóide Pesquisa do Fator Reumatóide Método: Latex, turbidimetria, nefelometria VR: infrerior a 40 UI/mL Existem AR soronegativas É uma imunoglobulina da classe IgM (raramente IgG ou IgA) reativa contra IgG Humana. Pesquisa do Fator Reumatóide Método: Latex, turbidimetria, nefelometria VR: inferior a 40 UI/mL Em doença auto-imune geralmente há consumo das proteínas do complemento MAS NA ARTRITE REUMATÓIDE: DOSAGEM DE C4: Útil no diagnóstico de deficiência congênita deste fator ou de patologias onde há consumo de complemento e ativação da via clássica do sistema: LES, doença do soro, glomerulonefrite mesangiocapilar tipo I (depósitos subendoteliais). DOSAGEM DE C5: A deficiência de C5 é considerada uma entidade clínica bastante rara. Está associada a predisposição para infecções recorrentes, principalmente as provocadas por Neisseria sp. ESTATINAS Estudos estão sendo feitos para verificar a relação entre a queda dos níveis de PCR e diminuição do risco cardíaco A QUESTÃO É: A terapia Modifica a inflamação? É necessário modificar a inflamação, ou a inflamação é simplesmente um marcador inespecífico para a aterosclerose?
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