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Resumo_Bioquímica Clínica

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Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interpretação de exames laboratoriais: 
• Complexidade além de uma simples comparação com valores de referência. 
• A seleção de exames depende do objetivo clínico para a sua realização e da população de pacientes que está sendo analisada. 
• Os resultados de exames laboratoriais ajudam na: 
▪ Descoberta de doenças ocultas 
▪ Prevenção de danos irreparáveis 
▪ Diagnóstico precoce após o início dos sinais ou sintomas 
▪ Estimativa da atividade da doença 
▪ Detecção de recorrência da doença 
▪ Monitorização do efeito de terapia 
▪ Aconselhamento genético em condições hereditárias 
▪ Problemas médico-legais (teste de paternidade) 
• O propósito de todos os exames é reduzir a incerteza clínica 
• Muitos diagnósticos só podem ser estabelecidos, as etiologias confirmadas ou a terapia apropriada com o emprego desses 
exames 
 
Sensibilidade e especificidade: 
• Sensibilidade: capacidade do exame de detectar pacientes com alguma doença específica; ↑Frequência de obtenção de 
resultados falso-negativos → doentes 
• Especificidade: descreve o grau com que a anormalidade do este se restringe aos indivíduos que possuem a doença em 
questão; ↑Frequência de obtenção de resultados falso-positivos → não doentes 
 
Resultado dos testes Doentes Não doentes Total 
Positivo A b M0 
Negativo C d M1 
Total N1 N0 N 
 
• Um exame pode ter sensibilidade e especificidade de 95% para uma determinada doença, porém, se a prevalência da doença 
na população for baixa, maior será a proporção de falsos positivos 
 
Reprodutibilidade e exatidão 
• Reprodutibilidade: capacidade do laboratório de obter o mesmo resultado quando o exame é efetuado repetidamente 
com a mesma amostra. Na prática isso não acontece devido a imperfeição humana e dos equipamentos. Estes desvios do 
valor real são geralmente randômicos. 
▪ A variação do valor médio é expressa em termos de desvio padrão (DP) 
▪ O laboratório quase sempre transforma o DP numa percentagem do valor médio que é o coeficiente de variação (CV) 
e considera o limite aceitável de erro = 2 desvios padrão 
 
 
 
 
 
 
▪ Quanto pior for a reprodutibilidade (CV mais alto), menor a precisão (exatidão) 
▪ Uma boa reprodutibilidade em si não assegura a precisão 
 
• Exatidão: resultado real que deve ser obtido através do teste 
 
 
 
 
BIOQUÍMICA CLÍNICA - TEÓRICA 
MÓDULO 1 
Sensibilidade: a/N1 
Especificidade: d/N0 
DP = √
∑(𝒙𝒊−�̅�)
𝒏−𝟏
 CV = 𝟏𝟎𝟎
𝑫𝑷
�̅�
 
INTRODUÇÃO AOS EXAMES COMPLEMENTARES 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
• O laboratório avalia as amostras conhecidas como controles (valores de determinação previamente conhecidos). 
Entretanto, algumas alterações podem não afetar todas as amostras, por exemplo, os controles: 
▪ Hemólise 
▪ Lipemia 
▪ Erro de pipetagem 
▪ Troca de material de pacientes 
 
Faixas normais (de referência) 
• O uso de faixas normais consiste em admitir que todas as pessoas que não demonstram sintomas ou sinais clínicos de 
qualquer doença são normais 
• Problemas com uso de faixas normais: 
▪ Pessoas clinicamente normais podem apresentar doença subclínica ou não detectada e serem incluídas dentro do grupo 
normal de acordo com as faixas normais 
▪ As faixas normais são algumas vezes calculadas utilizando um número pequeno de valores para ser estatisticamente 
confiáveis 
▪ A população a partir da qual são obtidas as amostras para determinação das faixas normais pode não ser representativa 
da população testada (pode haver diferenças de sexo, localidade, raça, idade, dieta) 
• Os valores obtidos por um método analítico podem ser inadequadamente utilizados para outros métodos (também ocorre 
variações com o mesmo método e equipamentos diferentes) 
• Dependendo da amplitude da faixa normal, um paciente pode ter alteração significativa no resultado do exame sem 
ultrapassar os limites normais 
 
Problemas comuns no laboratório clínico 
• Contaminação de amostras 
• Amostras colhidas sem respeitar os horários ou condições determinadas 
• Vários erros de coleta 
• Má conservação das amostras 
• Variações metabólicas normais, sexo, idade, período do dia, estresse 
• Efeitos de medicamentos 
• Repetições desnecessárias de exames 
• Solicitação de exames desnecessários 
 
 
 
 
 
Análise estatística dos processos: não é uma medida absoluta, é um alvo em constante deslocamento uma vez que as 
necessidades e expectativas estão em constantes mudanças 
 
Processos operacionais: 
1. Fase pré-analítica 
• Instruções escritas, disponíveis e atualizadas para todos os processos 
▪ Preparo do paciente e coleta de amostras 
▪ Cadastro do paciente (indicação de urgência) 
▪ Critérios de aceitação e rejeição de amostras 
 Comprovante de atendimento 
 Rastreamento da coleta 
 Transporte da amostra de paciente (terceirização) 
 
2. Fase analítica 
• Relação de exames (local e terceirização) 
• Instruções escritas disponíveis e atualizadas para todos os processos analíticos 
• Controle interno e externo 
• Urgência → tempo de liberação 
• Resultados → valores de pânico 
• HIV → doença de notificação compulsória (testes rápidos) 
 
 
 
CONTROLE DE QUALIDADE 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
• POP’S analíticos (Procedimento Operacional Padrão Técnico): 
▪ Objetivo 
▪ Metodologia e Fabricante 
▪ Equipamento 
▪ Princípio do método 
▪ Aplicação clínica 
▪ Amostra (preparo do paciente, tipo de amostra, volume mínimo, estabilidade, transporte e armazenamento e critérios 
de rejeição da amostra) 
▪ Reagentes (estabilidade e armazenamento) 
▪ Materiais 
▪ Calibração 
▪ Controle de qualidade interno e externo 
▪ Procedimento detalhado 
▪ Resultados (modelo do laudo, faixa de referência, critérios de repetição, valores críticos e linearidade do teste 
▪ Comentários 
▪ Referências bibliográficas 
 
• Controle interno e externo da qualidade analítica 
▪ Controle do desempenho de todos os materiais, equipamentos e métodos analíticos 
▪ É um processo estatístico utilizado para monitorar e avaliar um processo analítico que produz o resultado do paciente 
▪ Implantação do sistema de controle de qualidade analítica: 
 Conscientização do pessoal do laboratório quanto à importância de se implantar o Controle da Qualidade e, 
consequentemente, aa participação e colaboração efetiva de todos os colaboradores 
 Aquisição de amostras controles 
 
• Terminologia utilizada no controle da qualidade analítica: 
▪ Exatidão: propriedade do método analítico de fornecer resultados do analito próximos de seu valor real na amostra 
▪ Precisão: propriedade do método analítico de fornecer resultados reprodutivos (próximos) do analito quando 
originados de uma série de análises repetidas em uma amostra controle; a precisão é uma medida quantitativamente 
usando o desvio padrão ou o coeficiente de variação 
▪ Repetibilidade: precisão intrateste, ou seja, os testes são realizados ao mesmo tempo 
▪ Reprodutibilidade: precisão interteste, ou seja, os testes são realizados por pessoas diferentes em dias diferentes 
▪ Especificidade: é a capacidade de um sistema analítico de medir exatamente determinado componente em uma 
amostra 
▪ Sensibilidade: propriedade de um sistema analítico em medir pequenas quantidades do analito 
▪ Segurança: é a capacidade de uma metodologia em manter precisão, exatidão, especificidade e sensibilidade, por um 
longo período de tempo 
▪ Analito: substância que está sendo dosada em um material biológico ou solução 
▪ Padrão ou calibrador: é uma substância que tem um valor conhecido exato e que, quando pesada ou medida com 
exatidão, pode produzir uma solução com uma concentração exata; utilizada para calibrar aparelhos quando comprados 
ou recalibrados após um conserto ou nos intervalos recomendados pelo fabricante ou ainda, quando um método está 
fora de controle 
▪ Controle: os soros controle são soluções que contêm os mesmos constituintes que são analisados na amostrado 
paciente; a maioria dos laboratórios usa controles comerciais, que são feitos de misturas de soros; os controles devem 
ser analisados do mesmo modo das amostras dos pacientes, usando os mesmos métodos, condições de testes e 
reagentes iguais; os registros dos exames de controle devem ser mantidos para avaliação da qualidade interna e externa 
 
• Controle estatístico do processo: 
▪ Abordagem cientifica 
▪ Fatos apoiados em dados 
▪ Garantia de exatidão 
▪ Substitui a intuição por evidências 
▪ Permite a busca de contínuo aperfeiçoamento dos processos 
▪ Exige mudança de comportamento 
▪ De nada vale coletar dados, elaborar gráficos sem que haja análise e interpretação 
▪ Conhecimento sem aplicação não geram evolução 
▪ O controle estatístico deve ser constante 
 
 
 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
• Controle interno da qualidade: 
▪ Objetivo: assegurar um funcionamento confiável e eficiente do laboratório clínico, a fim de fornecer resultados válidos 
em tempo útil que irá influenciar nas decisões médicas 
▪ Necessita de: amostra controle, de valor de determinação conhecido, que é testada juntamente com as amostras dos 
pacientes 
▪ Preparação da bula de um controle: 
 A dosagem do analito é realizada pelo menos 20x 
 É calculada a média e o desvio padrão (2 desvios são utilizados) 
 São encontrados os limites aceitáveis de erro 
▪ Regra básica: os limites aceitáveis de erro não podem ser ultrapassados 
▪ No mínimo, dois níveis de controle devem ser analisados; a faixa de valores esperados dos testes de cada componente 
é incluída quando os controles são despachados para os laboratórios 
▪ Os resultados de cada dia são usados para construir um gráfico de controle de Levey-Jennings 
 
• Gráfico de controle de Levey-Jennings: 
▪ Confecção dos cartões de controle (mapas de controle) com base nas médias e LAE (limite aceitável de erro) para cada 
método analítico 
▪ Lançamento diário dos resultados obtidos com as análises da amostra controle nos cartões de controle 
▪ Exame diário de cada cartão de controle para reconhecer os resultados “dento do controle” e os resultados “fora do 
controle” 
▪ Análise das possíveis causas dos resultados “fora de controle” → reagentes, padrões, equipamentos 
▪ Correção das causas de “resultados fora de controle” quando ocorrem 
▪ Exame semanal e mensal dos cartões de controle para detectar tendências, desvios, perda de precisão, perda de 
exatidão e, quando detectados proceder as correções indicadas e tomar providencias para evitar nova ocorrência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Tendência: ocorrência de alguns resultados (6 ou mais) da amostra controle com valores consecutivos aumentando 
ou diminuindo continuamente; pode ser causado por padrão deteriorado, reagente deteriorado ou aparelho 
com defeito 
▪ Desvio: quando os resultados do controle (6 ou mais) estiverem de um só lado da média e guardando entre si pequenas 
variações; pode ser causado por variação na concentração do padrão ou mudança na sensibilidade de um ou 
mais reagentes 
▪ Perda de exatidão: ocorrência de desvio em que os pontos estão próximos de um dos LAE; pode ser causado por 
concentração do controle diferente da anterior, sensibilidade de reagente diferente da anterior, 
temperatura diferente da recomendada, tempo diferente do recomendado para repouso ou incubação 
ou comprimento de onda diferente do recomendado; ocorrência da maioria dos pontos próximos dos LAE e 
poucos ao redor da média; pode ser causado por pipetagem inexata, falta de homogeneização, aparelhos 
operando incorretamente, material sujo, pequena sensibilidade do método analítico ou temperatura 
incorreta 
 
 
 
 
EXEMPLO: 
Para glicose, média = 87 mg/dL e DP = 3 mg/dL 
Limites: 
• Superior a média: 90 93 96 
• Inferior a média: 84 81 78 
 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
▪ Erros analíticos: 
 Erros sistemáticos: são definidos como uma variação que pode influenciar resultados por serem continuamente 
mais altos ou mais baixos que o valor real; 
➢ Calibração incorreta 
➢ Diluição incorreta 
➢ Reagentes impuros, contaminados, mal preparados ou deteriorados 
➢ Aparelhos descalibrados 
➢ Uso inadequado das cubetas 
➢ Uso inadequado das pipetas (principalmente as automáticas) 
➢ Uso inadequado de banho-maria 
 Erros ao acaso ou aleatório: são os erros cuja fonte não pode ser identificada; esse tipo de erro causa variações 
que podem ocorrer em qualquer lado da média 
➢ Bolhas de ar nas mangueiras de reagentes ou amostra 
➢ Diferença de operação entre um trabalhador e outro e certas características da amostra 
➢ Amostra inapropriada 
 
• Sistema e multiregras de Westgard 
 
▪ Regra 12s: 
 
 
▪ Regra 13s: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
▪ Regra 22s: 
 
 
▪ Regra R4s: 
 
 
▪ Regra 41s: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
▪ Regra 10x: 
 
 
• Acompanhamento dos processos em equipamentos 
▪ Informar o número do lote, data de expiração do controle 
▪ Informar média e desvio padrão constantes na bula de controle 
▪ Automaticamente o gráfico é montado 
▪ As dosagens diárias dos controles são automaticamente lançadas no gráfico 
 
3. Fase pós-analítica 
• Emissão de laudos 
▪ Identificação do responsável técnico e do profissional que liberou o exame 
▪ Data da coleta e da emissão do laudo 
• Transcrição de laudos 
• Entrega adequada aos clientes 
• Confidencialidade das informações 
• Dados arquivados (5 anos) 
• No controle externo de qualidade uma amostra desconhecida é distribuída para vários laboratórios, estes dosam os 
analitos e os resultados são enviados e lançados no site. Os certificados são emitidos de acordo com os acertos: 
 
Avaliações do PNCQ 
Código Significado Código Significado (%) B +A 
B Bom (entre ± 1s) E Excelente 81-100 
A Aceitável (fora de ± 1s, mas dentro de ± 2s) B Boa 76-80 
I Insuficiente (fora de ± 2s) Reg Regular 65-75 
 Ruim Ruim 0-64 
 
Sistema Brasileiro de Controle de Qualidade e Acreditação 
• Método de avaliação voluntário, periódico e reservado dos recursos institucionais de cada hospital para garantir a qualidade 
da assistência por meio de padrões previamente definidos. Não é uma forma de fiscalização, mas um programa de educação 
continuada. 
• Representa uma distinção que a Organização Prestadora de Serviço de Saúde recebe pela qualificação evidenciada 
• O Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar pressupõe os hospitais como ambientes onde de recuperam e se lidam com 
os valores humanos, e todos os participantes ativos na recuperação da saúde estão cientes que tratam de e com seres 
humanos. 
• Processo de avaliação: 
▪ Pré-visita 
▪ Visita dos avaliadores 
 
 
 
 
 
 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
• Níveis de acreditação: 
▪ Nível 1 – Condição de Acreditada (validade de 2 anos) 
 O responsável técnico do laboratório tem habilitação específica e supervisiona a execução dos exames 
 Conta com profissionais especializados 
 Tem estrutura para processar as analises e faz manutenção dos equipamentos 
 Realiza controle estatístico dos processos 
 
▪ Nível 2 – Condição de Acreditação Plena (validade de 2 anos) 
 O laboratório tem um manual de normas, rotinas e procedimentos 
 Conta com um sistema de controle estatístico dos exames realizados visando, entre outros, à análise da qualidade 
dos processos e determinação de custos 
 
▪ Nível 3 – Acreditada com Excelência (validade de 3 anos) 
 O laboratório tem estrutura para processar os exames 
 Está vinculado a um programa externo de controle de qualidade 
 A equipe do laboratório interage com outros setores do hospital 
 Trabalha com os resultados obtidos no sistema de aferição da satisfação dos clientes internos e externos 
 
 
 
 
Pâncreas: responsável pela liberação de insulina e glucagon regulando os níveis glicêmicos. Dentre as funções da insulina,além 
da captação de glicose, está a captação de potássio na célula; a sua deficiência acarreta em hiperpotassemia e hiperfosfatemia. 
 
Liberação da insulina: a glicose interage com o GLUT2 levando a uma transdução de sinais que resulta no aumento de ATP 
e abertura de canais de K+ (K+ sai e Ca2+ entra). O aumento de Ca2+ intracelular desencadeia a liberação da insulina. Todo 
esse processo é dependente da quantidade de glicose se ligando aos GLUTs. 
 
Controle da glicemia: 
• Insulina: o açúcar alto no sangue promove a liberação de insulina pelo pâncreas, estimulando a retirada da glicose do sangue 
pelas células dos tecidos e a formação de glicogênio pelo fígado, diminuindo o açúcar do sangue. 
• Glucagon: o açúcar baixo no sangue promove a liberação de glucagon pelo pâncreas, estimulando a quebra de glicogênio 
pelo fígado, aumentando o açúcar do sangue. 
 
Produção de insulina: 
• A insulina é produzida na forma pré-pró-insulina, sendo clivada em pró-insulina e, por fim, em insulina 
• Peptídeo C: faz parte da insulina “imatura”, apresenta maior estabilidade e é considerado um marcador para função do 
pâncreas em relação ao metabolismo da glicose, pois mede exatamente a quantidade de insulina produzida pelo paciente. É 
produzido na mesma proporção que a insulina, mas a depuração é mais lenta, sendo preferível, uma vez que apresenta 
menos interferentes. 
 
Ação da insulina: a insulina se liga ao seu receptor, levando os transportadores de glicose para a membrana, possibilitando 
uma maior captação de glicose. 
 
Diabetes melito 
• É decorrente de uma anormalidade na produção (produção deficiente pelas células beta do pâncreas ou liberação anormal) 
ou na utilização da insulina (disfunção de receptores celulares levando a resistência à insulina). 
• Classificação: 
▪ Tipo 1: insulino-dependente 
▪ Tipo 2: não insulino-dependente 
▪ Outras: não-idiopáticas e gestacional 
• Cetoacidose diabética: a deficiência/resistência à insulina leva o aumento da lipólise, aumentando os ácidos graxos 
livres e as cetonas, acarretando na acidose. Na tentativa de manter o equilíbrio ácido-base ocorre o vômito, levando a 
desidratação. Concomitantemente, a deficiência reduz a incorporação de glicose, levando a uma hiperglicemia, que 
tentará ser compensada pela glicosúria, agravando o quadro de desidratação. Por fim, o indivíduo alcança um quadro de 
hipotensão e choque. 
• Diabetes tipo 1: 
▪ O déficit de insulina é grave 
▪ O glucagon atua sem oposição, resultando em intenso catabolismo proteico e lipídico, hiperglicemia (gliconeogênese 
elevada), hiperlipidemia e cetogênese aumentada 
AVALIAÇÃO DA GLICEMIA 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
• Diabetes tipo 2: 
▪ Há insulina em níveis suficientes para evitar a intensa lipólise vista no diabetes tipo 1 
▪ Há intensa gliconeogênese e queda no consumo, gerando acúmulo de glicose 
▪ A deposição de gordura no tecido adiposo está prejudicada (glicerol baixo) 
▪ VLDL se acumula, gerando hipertrigliceridemia 
 
Determinação da glicemia 
• Tipos de amostra: 
▪ Soro separado das hemácias 
▪ Sangue total com fluoreto (plasma) 
 Sangue arterial e venoso apresentam mesmos valores no jejum 
 Após o desjejum, as amostras obtidas com sangue arterial (capilar) apresentam valores mais elevados 
 
Métodos de determinação da glicemia 
• Enzimáticos 
▪ Laboratório 
▪ Glicosímetro (a glicose é oxidada pela glicose oxidase, levando a liberação de e- e determinação da concentração de 
glicose a partir da equação da curva de calibração; detecção do valor de glicose através da variação de corrente elétrica) 
• Colorimétricos (demorado – tempo de incubação, mistura de reagentes, etc) 
 
Diagnóstico laboratorial da diabetes 
1. Glicose em jejum (GJ) = 70 a 99 mg/dL 
 
2. Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) 
• Administração de grande dose de glicose para estimular os mecanismos homeostáticos do organismo 
• Padronização para realização do teste: 
▪ Ingestão de pelo menos g de carboidratos/dia, durante 3 dias antes do teste 
▪ Jejum de pelo menos 10h (não > 16h) 
▪ Administração de 75g ou 100g (gestantes) de dextrose em 300mL de água ingerida em 5min 
▪ O teste se inicia quando o paciente começa a ingerir 
• A dosagem de glicose é realizada inicialmente e a cada 30min até o tempo total de 2h 
• O pico é atingido geralmente entre 15min e 1h 
• Valor normal é obtido em 2h 
• Pode haver uma pequena queda na glicemia que depois retorna aos valores de jejum (pessoa normal = ↑Glicose → GLUT 
→ ↑Insulina → ↓Glicose) 
• O teste pode ser influenciado por obesidade, febre, variação diurna, estresse, infarto agudo do miocárdio, traumatismos, 
queimaduras, idade, medicamentos 
• Princípio: a glicose é ingerida e absorvida no intestino, levando ao aumento da glicose sanguínea. O pâncreas libera a 
insulina, desencadeando na redução da glicose sanguínea. O processo é monitorado em relação ao tempo. 
• Interpretação da glicemia: 
▪ Hipoglicemia no final da curva pode ocorrer no diabetes leve (ocorre 3-5h após as refeições ou dose de carboidratos) 
▪ TOTG achatado: pico alcançado entre 20-40 mg/dL acima da GJ (má absorção de carboidratos e em menor proporção 
em indivíduos normais; problema a nível intestinal ou liberação aumentada de insulina) 
• Diabetes melito 
▪ Sintomas clássicos (poliúria, cetúria, perda de peso, etc) e GJ > 200mg/Dl 
▪ GJ > 126mg/dL em mais de uma ocasião (sem nenhuma condição que eleve a glicemia) 
▪ GJ menor que 126mg/dL, porém valores de 2h do TOTG superiores a 200mg/dL 
• TOTG em crianças 
▪ GJ > 200mg/dL e sintomas 
▪ GJ > 126mg/dL e valores de 2h > 200mg/dL 
• TOTG alterado por outros fatores: 
▪ Anormalidades dos hormônios suprarrenais (adrenalina e cortisol), tiroxina, insuficiência renal 
▪ Reprodutibilidade baixa (50-66%) 
 
3. Testes de triagem (TOTG incompleto) 
• GJ < 99mh/dL 
• Após 2h da ingestão do dextrosol < 200mg/dL 
• Glicose pós-prandial (em pacientes diagnosticados) < 200mg/dL 
 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
4. Dosagem de insulina 
• Interferência de anticorpos anti-insulina 
• Preferível peptídeo C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Imunoglobulina glicada (ocorre a perda de 1 ponta positiva da Hb ao se ligar com uma molécula de 
glicose/piruvato/frutose, tornando a molécula mais negativa) 
• Dosagem utilizada no monitoramento de pacientes diabéticos 
• Percentual de hemoglobinas 
▪ HbA = 97,98% 
▪ HbA2 = 2,5% 
▪ HbF = 0,5% 
 
Dosagem de auto-anticorpos 
• Anti-insulina (antes do tratamento com insulina) 
• Anti-ilhota 
• Anti-descarboxilase do ácido glutâmico 
• Importância no LADA (diabetes autoimune latente no adulto) e outros casos atipicos de diabetes 
Intolerância à lactose 
• A deficiência da lactase nas vilosidades intestinais causa o acúmulo de lactose, que pode sofrer ação da lactase das 
bactérias intestinais produzindo gás hidrogênio, dióxido de carbono e ácidos orgânicos 
• Curva de tolerância à lactose 
▪ Procedimento: após um jejum de 10h; colher amostras basais 30 e 60 minutos após a lactose 
▪ Dose administrada: 50g de lactose (em crianças 1 a 2 g de lactose/kg de peso corporal) deve ser consumida em 
10min 
▪ Valor de referência: elevação de 20 a 25mg/dL na glicemia após administração da lactose 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
• A hemácia é permeável à glicose 
• A ligação entre a Hb e a glicose é lenta e irreversível 
• Na primeira fase gera um composto intermediário: pré-A1c (HbA1c lábil e instável) 
• Na segunda fase um composto estável é gerado: tipo cetoamina (não dissociável) 
• A HbA1c se acumula nas hemácias apresentando uma meia vida dependente delas 
• Qual a utilidade da determinação dos níveis sanguíneos de Hb glicada? 
▪ A elevação dos níveis de glicose sanguínea promove a glicação de proteínas, hiperosmolaridade e aumento dos níveis 
intracelulares de sorbitol 
▪ A elevação da glicemia leva ao aumento dos níveis de Hb glicada▪ Utilizada como um índice de glicemia média a partir das médias diárias de glicemia durante os últimos 2 a 3 meses 
 Impacto das glicemias na A1c → 50% = 1 mês; 25% = 2 meses; 25% = 3 meses 
▪ Os níveis de A1c acima de 7% estão associados com maior risco de complicações crônicas na diabetes 
• Para cada 1% de redução na A1c 
▪ ↓43% amputação ou óbito por distúrbios vasculares periféricos 
▪ ↓37% complicações microvasculares 
▪ ↓21% óbito relacionado a diabetes 
▪ ↓21% qualquer desfecho relacionado a diabetes 
▪ ↓14% infarto miocárdio fatal e não fatal 
• A1c > 7% 
▪ Microalbuminúria (↑chance de desenvolvimento de deficiência renal) 
▪ Neuropatia 
▪ Nefropatia 
▪ Retinopatia 
▪ Risco relativo de complicações microvasculares 
• Para avaliação da eficácia do tratamento, os níveis de A1c devem ser avaliados somente um ou dois meses após o início ou 
modificação da terapia 
• Os níveis de A1c não retornam ao normal imediatamente após a normalização da glicose sanguínea 
• Cálculo da glicemia média estimada: estimativa da glicemia a partir do valor da Hb glicada 
 
Nível de A1c Nível de Glicemia – Média estimada Nível de A1c Nível de Glicemia – Média estimada 
6 126 8,5 197 
6,5 140 9 212 
7 154 9,5 226 
7,5 169 10 240 
8 183 Fórmula: 28,7 x A1c – 46,7 
 
• Laudo composto de três resultados: HbA1c mmol/mol; %; glicose média em mg/dL 
• Metodologia mais utilizadas: 
▪ Diferença de carga iônica: 
 Cromatografia de troca iônica (HPLC) 
 Microcromatografia em minicolunas contendo resina de troca iônica 
▪ Características estruturais: 
 Cromatografia de afinidade (HPLC) → É o principal/melhor 
 Imunoensaio turbidimétrico 
▪ Reatividade química: 
 Colorimétrico (formação do 5-hidroximetil furfural – 5HMF) 
• Não é necessário jejum, porém amostras decorrentes de hipertrigliceridemia interferem nos resultados; 
coleta pelo menos 2h após a ingestão de alimentos (IDEAL) 
• Utilizar sangue venoso ou arterial em EDTA 
• O sangue é estável por uma semana sob refrigeração (2-8ºC) ou a -70ºC por pelo menos 12 meses 
• Interferentes no teste de A1c 
▪ Redução do valor real da A1c: 
 Diminuição do número de eritrócitos, de hemoglobina e do hematócrito 
 Níveis elevados de vitamina C e E 
▪ Elevação do valor real de A1c: 
 Uremia 
 Aumento do número de glóbulos vermelhos 
 Níveis elevados de ácido acetilsalicílico 
 Álcool 
 
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6. Frutosamina (205-285սmol/L) 
• Medida no caso do paciente ter anemia hemolítica 
• Ligação da glicose a albumina e outras proteínas 
• Apresenta meia vida entre 20 e 30 dias 
• Reflete o controle glicêmico nas ultimas 2 a 3 semanas 
• Útil em monitoramento de pacientes diabéticos com hemoglobinopatias 
• Sofre interferência dos valores proteicos 
▪ Geralmente é feito juntamente com a dosagem de preoteinas 
 
Análise da urina 
• Glicose na urina 
▪ A glicosúria permite o monitoramento e uma boa varredura inicial do Diabetes mellitus 
▪ Limiar renal = 160 a 180mg/dL 
▪ O nível de glicose na urina é o reflexo da glicemia integrada durante o tempo de formação da urina 
• Cetonas na urina/plasma 
▪ Os corpos cetônicos (acetona, acetoacetato e β-hidroxibutirato) são produzidos em resposta a má utilização da glicose 
sérica 
 
 Existem ainda exames para detecção das complicações secundárias ao diabetes que devem ser feitos 
esporadicamente, segundo orientação do médico 
 
• Microalbuminúria 
▪ É uma taxa de excreção intermediária entre a normalidade (2,5-30mg/dia) e a macroalbuminúria (>300mg/dia) 
▪ Amostra: urina de 24h 
▪ Importância: é um sinal precoce e reversível de lesão renal 
• Perfil lipídico 
▪ Dosagem de colesterol total (CT), LDL, HDL, triglicerídeos 
▪ Um perfil lipídico adverso (CT alto, LDL alto e HDL baixo) são fatores de risco para formação de ateromas, podendo 
ser decorrente da lipólise aumentada na diabetes 
 
Hipoglicemia 
• Nível de glicose sanguínea abaixo de 45mg/dL 
• Sinais e sintomas: 
▪ Sudorese 
▪ Taquicardia 
▪ Fraqueza 
▪ Tremores 
▪ Náuseas 
• Diagnóstico laboratorial 
▪ Glicose sanguínea 
▪ Insulina plasmática (diagnóstico do insulinoma) 
▪ Razão insulina/glicose até 0,30 
▪ Peptídeo C do plasma (pode diferenciar entre a hipoglicemia devido ao insulinoma (peptídeo C alto) e aquela devido 
a insulina exógena (peptídeo C baixo) 
• Hipoglicemia em pacientes diabéticos insulino-dependentes: 
▪ Ingestão insuficiente de carboidratos 
▪ Excesso de insulina ou de sulfoniluréia 
▪ Exercício vigoroso 
▪ Ingestão excessiva de álcool 
• Hipoglicemia do jejum 
▪ Insulinoma 
▪ Câncer 
▪ Doença hepática 
▪ Doença de Addison (deficiência de glicocorticoide) 
▪ Sépsis 
• Hipoglicemia reativa 
▪ Medicamentos 
▪ Alimento (resposta exagerada – insulina) 
▪ Álcool 
 
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• Hipoglicemia neonatal 
▪ Retardo de crescimento intra-uterino (bebês muito pequenos podem conter reservas inadequadas de glicogênio, como 
também bebês prematuros) 
▪ Erros hereditários do metabolismo (galactosemia e a doença de armazenamento do glicogênio) 
• Galactosemia 
▪ É um distúrbio genético raro transmitido como um caráter recessivo autossômico 
▪ O metabolismo da galactose envolve as seguintes etapas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fígado 
• Importante órgão no cenário bioquímico corporal: 
▪ Formação e excreção da bile 
▪ Regulação da homeostase dos carboidratos 
▪ Síntese de lipídios 
▪ Secreção de lipoproteínas 
▪ Controle do metabolismo do colesterol 
▪ Síntese de uréia 
▪ Síntese de albumina e fatores de coagulação 
▪ Metabolismo de xenobióticos 
 
Lesão hepatocelular 
1. Transaminases: 
• Aspartato aminotransferase (TGO-AST): 
▪ Aspartato + α-cetoglutarato ↔ Oxaloacetato + Ácido glutâmico 
▪ Enzima encontrada em vários tecidos corporais (coração, fígado e músculos esqueléticos) 
▪ Origem citoplasmática e mitocondrial 
▪ Encontra-se elevada em lesão hepatocelular aguda principalmente causada por vírus (>10x limite superior de referência) 
▪ Outras causas da elevação da AST: 
 Infarto agudo do miocárdio 
 Distrofia muscular 
 Pancreatite 
 Cirrose 
 Cirurgia recente 
 
• Alanina aminotransferase (TGP-ALT): 
▪ Alanina + α-cetoglutarato ↔ Piruvato + Ácido glutâmico 
▪ Encontrada principalmente no fígado 
▪ Também é encontrada em menor proporção nos rins, coração e músculo esquelético 
▪ Origem citoplasmática 
▪ Maior parte da elevação dá-se a presença de hepatopatia 
▪ Tem sido utilizada na confirmação de origem hepática da AST 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROVAS DE FUNÇÃO HEPÁTICA 
Relação TGO/TGP – Razão de Ritis 
• > 1 : lesões mais graves, cirrose, carcinoma, ingestão de álcool e alguns medicamentos 
• < 1 : fase aguda da hepatite viral 
 
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2. Lactato desidrogenase (LDH) 
• Piruvato + NADH ↔ Lactato + NAD+ 
• Encontrada em vários tecidos (coração, músculo esquelético, eritrócitos, fígado, rins) 
• A isoforma 5 predomina no fígado 
• Geralmente é insensível a lesão hepatocelular, exceto em tumor hepático 
 
Disfunção de síntese 
1. Albumina 
• Sintetizada no fígado apresenta-se em níveis diminuídos nas hepatopatias 
• Proteínas totais por biureto e eletroforese (albumina + globulinas) 
• Relação Albumina/Globulina > 1 (1.4-2.6) 
 
2. Amônia 
• O fígado sintetiza uréia a partir de amônia 
• Elevações levam ao coma hepático com distúrbios no SNC 
• Possíveis efeitos da hiperamonemia: 
▪ Reduz o alfa-cetoglutarato 
▪ Altera a via glicolítica 
▪ Aumenta o glutamato extracelular 
▪ Inibe a enzima glutamase (↑glutamina intracelular – edema) 
▪ Diminui a atividade de enzimas antioxidantes 
▪ Inibe enzimas do ciclo de Krebs 
▪ Aumenta a atividade de Na e K ATPase 
▪ Reduz ATP 
 
3. Tempo de protrombina (TP) 
• Revela deficiência dos fatores do complexo protrombínico (protrombina, fator V, VII e X), bem como de fibrinogênio, todos 
sendo proteínas plasmáticas sintetizadas exclusivamente no fígado 
• INR (índice internacional normalizado): (TPteste/TPnormal)ISI→ ISI = índice de sensibilidade internacional; 
TPnormal = 12seg 
• Valor de referência (VR) TP: 10 a 14 seg 
• VR INR: 1,0 a 1,08 (normal); 2,0 a 3,5 (uso de anticoagulantes orais) 
• Atividade enzimática: 70 a 100% 
• Prolongamento do tempo de protrombina pode surgir na hepatite grave, cirrose e na obstrução biliar crônica 
• Pode se apresentar discretamente alterado nas hepatites virais 
• O fígado necessita de vitamina K (fontes = dieta e bactérias intestinais; absorção junto aos lipídios) para sintetizar 
protrombina 
• Deve ser descartada a possibilidade de deficiência de vitamina K na suspeita de lesão hepática 
• O TP pode sofrer influência de drogas (anticoagulantes) 
 
Disfunção de excreção e detoxicação 
1. Bilirrubina 
• Pigmento resultante da degradação das moléculas de hemoglobina 
• Icterícia: 
▪ A coloração visível dos tecidos pelo aumento da concentração de bilirrubina 
▪ Principais causas: 
 Hemólise: 
➢ Destruição dos eritrócitos levando ao aumento da bilirrubina não conjugada 
➢ Aumenta a demanda para a conjugação no fígado 
➢ Bilirrubina conjugada (direta) pode apresentar níveis normais ou discretamente aumentados 
 Obstrução extra-hepática do trato biliar: 
➢ Obstrução do ducto biliar e carcinoma de cabeça de pâncres 
o Aumento inicial da bilirrubina conjugada com posterior degradação da mesma no sangue 
o A obstrução pode levar a lesão hepatocelular secundária (diminuindo a capacidade de conjugação) 
 Obstrução intra-hepática do trato biliar: 
➢ Lesão hepatocelular com possível liberação de bilirrubina 
➢ Causas comuns: álcool, drogas, hepatites virais, cirrose ativa, tumor hepático, infecção bacteriana, 
mononucleose infecciosa 
➢ Ambas as frações de bilirrubina podem estar aumentadas em proporções variáveis 
 
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➢ Aumento da bilirrubina direta (conjugada) devido a obstrução 
➢ Aumento da bilirrubina indireta (não conjugada) devido a incapacidade hepática de conjugação 
▪ Icterícia normal do recém-nascido 
 Cuidados: 
➢ Kernicterus 
➢ Impregnação de bilirrubina nos gânglios da base 
➢ Diminuição do tônus muscular, distúrbios do movimento, audição e capacidade mental diminuídos, convulsões 
➢ Bilirrubina sérica excedendo 12,9mg/dL em bebês nascidos a termo e 15mg/dL em prematuros 
• Valores de referência: 
▪ Total: <1,2mg/dL 
▪ Direta: <0,4mg/dL 
• Bilirrubina urinária e urobilinogênio 
▪ Aumento da bilirrubina indireta (não conjugada) leva a um aumento da bilirrubina direta aumentando a excreção renal 
do urobilinogênio 
▪ A obstrução biliar impede a formação do urobilinogênio (fezes claras) e leva ao aumento da bilirrubina direta na urina 
(urina escura) 
▪ Lesão hepatocelular, diminui a capacidade de absorção do pigmento pelo fígado, aumentando sua concentração na urina 
 
2. Ácidos biliares 
• São produzidos no fígado (ácido cólico e ácido xenodesoxicólico), armazenados na vesícula biliar e liberados com a bile, 
auxiliando na digestão das gorduras 
• Parte é reabsorvida e, no fígado, novamente devolvidos a bile e uma pequena proporção é excretada pelos rins 
 
3. Fosfatase alcalina (ALP) → Indicadores de colestase 
• Grupo de enzimas que apresentam alta atividade (hidrólise de monofosfodiésteres) em pH alcalino 
• Localizadas na membrana que une as células do parênquima aos canalículos biliares 
• Elevação ocorre principalmente em obstrução extra-hepática do trato biliar, intra-hepática devido à lesão hepatocelular 
aguda e invasiva (tumor, abscesso) 
• Encontrada em maiores concentrações no fígado, nos ossos, na mucosa intestinal e na placenta 
• Fosfatase alcalina de origem óssea 
▪ Apresenta-se normalmente elevada em crianças e adolescentes 
▪ Níveis elevados no hiperparatireodismo, raquitismo, osteomalácia, carcinoma metastático osteoblásico 
▪ Na incerteza com relação à origem da fosfatase alcalina aumentada deve ser dosada outra enzima (ex: 5’-nucleotidase, 
Gama glutamil transferase) 
▪ No primeiro trimestre de gestação, infarto, lesão tecidual, medicamentos hepatotóxicos podem elevar os níveis da 
enzima 
▪ Valores de referência: 
 Adultos: 2-105U/L 
 Adolescentes 10-15 anos: 60-260U/L 
 
4. Gamaglutamil transferase (GGT) / Gamaglutamil transpeptidase → Indicadores de colestase 
• Transferência de um resíduo de gama glutamil de alguns peptídeos para outros compostos (água, aminoácidos e outros 
peptídeos menores) 
• Encontra-se principalmente nas células hepáticas, e em menor grau nos rins, trato biliar, intestino, coração, cérebro, 
pâncreas e baço 
• No fígado, localiza-se nas células epiteliais de revestimento nos ductos hepáticos 
• Pode ser elevada em recém nascidos (4º mês) e indivíduos obesos 
• Causa principal da elevação: obstrução intra e extrahepática do trato biliar 
• Diagnóstico diferencial de desordens hepáticas e do trato biliar 
• Método de triagem do alcoolismo 
• Frequência de elevação igual a da AST 
• Sensibilidade maior que a AST e ALP 
• Não se eleva na adolescência, gravidez e em doenças ósseas como a ALP 
 
 
 
 
 
 
 
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Hepatopatia grave 
• Score Child-Pugh que utiliza 3 variáveis laboratoriais, igualmente rotineiras em qualquer hepatopatia crônica e duas 
variáveis de avaliação subjetiva, a saber ascite e encefalopatia hepática. Desta forma, considera-se como inquestionavelmente 
graves os pacientes da classe C 
CLASSIFICAÇÃO DE CHILD-PUGH 
Dados Clínicos e 
Laboratoriais 
1 PONTO 2 PONTOS 3 PONTOS 
Encefalopatia (grau) Ausente 1-2 3-4 
Ascite Ausente 
Discreta (ou controlada com 
diuréticos) 
Ao menos moderada apesar do 
uso de diuréticos 
Tempo de Protrombina 
(segundos além do controle) 
<4 4-6 >6 
INR <1.7 1.7-2.3 >2.3 
Atividade >50% 40-50% <40% 
Albumina (EFP) (g/dL) >3.5 2.8-3.5 <2.8 
Bilirrubinas (mg/dL) <2 2-3 >3 
(A): 5-6; (B): 7-9; (C): 10-15 
 
 
 
 
• Enorme número de proteínas plasmáticas – Mais abundantes 
• Maioria das proteínas plasmáticas = Hepatócito → Disse → Sinusóides hepáticos → Sangue 
▪ Imunoglobulinas (Ig) e hormônios 
▪ Catabolismo 
• Proteína plasmática – espaço intersticial 
▪ Difusão passiva – entre as células do endotélio vascular 
▪ Transporte ativo 
• Medida quantitativa de proteína total 
▪ Espectrofotômetro 
▪ Biureto – Cu+ 
▪ Íon cúprico – ligações peptídicas das proteínas 
• Ensaios quantitativos de proteína individual 
▪ Pequena troca – grande alteração fisiológica 
▪ Especificidade – Antígeno/Anticorpo 
▪ Turbidimetria e nefelometria 
 
Proteínas séricas 
• Albumina 
▪ Proteína menor no plasma 
▪ Transporte de substâncias 
▪ Responsável pela pressão oncótica do plasma 
▪ Produzida no fígado 
• Globinas 
▪ Funções variadas no plasma 
▪ Produzidas por vários tecidos 
▪ Gama-globulina
Marcadores Plasmáticos 
• Separação por eletroforese 
• Estimativa semiquantitativa de grupo de proteínas 
• Sistemas modernos na prática laboratorial 
▪ Fita de acetato de celulose como suporte 
▪ Coloração da fita – Bandas – Scaning da fita – Densitometro 
 Grupos de proteínas é uma limitação do uso 
 Gamopatias monoclonais, cirrose e síndrome nefrótica 
▪ Fração Albumina (52-85%) 
▪ Fração Alfa-1 (2,4-4,4%) → ATT, AGA e AFP 
▪ Fração Alfa-2 (6,1-10,1%) → HAP, CER e AMG 
▪ Fração Beta (8,5-14,5%) → TRF, C3 e C4 
▪ Fração Gama (10-21%) → IgG, IgM, IgA, PCR 
• Proteína total = 6-8g/dL 
• Albumina = 3,5-5,5g/dL 
• Globulina = 2,0-3,6g/dL 
PROTEÍNAS SÉRICAS 
 
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Eletroforese de proteínas 
• A eletroforese é uma técnica de separação de proteínas a partir de suas cargas elétricas 
• As globulinas são fracionadas de acordo com a mobilidade eletroforética (Bandas) 
• Alfa 
• Beta 
• Gama 
• Técnicas como a imunoeletroforese também podem separar globinas individuais 
• O densitômetro quantifica proteínas – padrão linear 
 
Padrão eletroforético de proteínas plasmáticas em pH 8,6 
 
 
 
1. Fração Albumina 
• Proteína de fase aguda negativa 
• Pouco valor diagnóstico(manejo) 
• Hiperalbuminemia 
▪ Desidratação 
• Hipoalbuminemia 
▪ Inflamação (inibição de síntese por citocinas e vasodilatação) 
▪ Cirrose ou secundariamente (pobres estados nutricionais) 
▪ Perda urinária – Microalbuminúria (doenças renais em indivíduos DM e hipertensão, LES, síndrome nefrótica) 
▪ Perda gastrointestinal, edema e ascite 
• Pequena, globular (40-60% das proteínas do plasma) 
• Principal proteínas dos fluidos extravasculares (líquido intersticial) 
• Manutenção da pressão coloidosmótica (controla a síntese no fígado) 
• Transporte e armazenamento de ligantes (muitos sítios de ligação) 
▪ Apolares (ácidos graxos de cadeia longa, bilirrubina e hormônios) 
▪ Reservatório (inativas → rapidamente mobilizadas → T3, T4, Ca+2, cortisol, aldosterona e medicamentos) 
• Todos os tecidos podem cataboliza-la 
• Perda urinária: 
▪ Devido ao fato da albumina ser relativamente pequena e globular, quantidades significativas são filtradas pelo glomérulo. 
Todavia a maior parte é reabsorvida no túbulo proximal 
▪ Excreção aumentada da albumina sugere aumento da filtração glomerular ou lesão tubular (ex: maior filtração observada 
no exercício físico e febre 
• Doenças que cursam com albuminúria significativa: 
▪ Síndrome nefrótica 
▪ Glomerulonefrite crônica 
▪ Diabetes mellitus 
▪ LES 
▪ Perda gastrintestinal 
 
 
 
 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
2. Fração Alfa-1 
2.1. Alfa-1 glicoproteína ácida (AGA) 
• Mobilidade na eletroforese como uma Alfa-1 
• Possui um elevado teor de glicídeos e, por isso, não é muito visível na eletroforese de proteínas plasmáticas 
• Possui muitos resíduos de serina (elevada carga global negativa) 
• Funções: 
▪ Inibe vírus e parasitas 
▪ Participa na formação de fibras colágenas 
▪ Co-fator da lipoproteína lipase 
▪ Ligação e inativação de um grande número de compostos lipofílicos, incluindo progesterona e outros hormônios 
▪ Ligação a medicamentos e diminuição da disponibilidade destes (Ex: propranolol, quinidina, cocaína e BDZ – quando 
seus níveis estiverem altos, uma quantidade adicional de medicamento deve ser acrescentada) 
• Importância clínica: 
▪ Níveis elevados: 
 Processos inflamatórios 
 Acompanhamento de colite ulcerativa (5ASA) 
 Gravidez 
 Neoplasias 
 Terapia com corticoides 
 Síndrome de Cushing 
▪ Níveis diminuídos: 
 Síndrome nefrótica 
 Terapia com estrógenos 
 Enteropatias perdedora de proteínas 
 Hepatopatias graves 
• Valores de referência: 
▪ Masculino: 50-135mg/dL 
▪ Feminino: 40-120mg/dL 
 
2.2. Alfa-1 antitripsina (ATT) 
• É o inibidor de proteases mais abundante, produzido por células inflamatórias 
• É o mais importante inibidor da enzima elastase 
• Liberada no processo de fagocitose por leucócitos PMN 
• Cliva a elastina da árvore traqueobrônquica e do endotélio vascular 
• Importância clínica: 
▪ Níveis elevados: 
 Infecções 
 Artrites 
 Vasculites 
 Gravidez 
 Terapia com estrógenos ou corticoides 
 Neoplasias 
 Pós-operatórios 
▪ Níveis diminuídos: 
 Associados ao desenvolvimento de enfisema 
 AATD (autossômica recessiva) 
 Doenças hepáticas como colestase 
 Cirrose 
 Carcinoma hepatocelular 
• Valores de referência: 103-202mg/dL 
 
3. Fração Alfa-1 e Alfa-2 
3.1. Ceruloplasmina (Cer) 
• Contém aproximadamente 95% do cobre total do plasma 
• Sintetizada pelas células hepáticas 
• Funções: 
▪ Propiciar reações plasmáticas de oxi-redução (principal) 
▪ Transporte de cobre para os tecidos 
▪ Incorporação de ferro à transferritina 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
• Proteína de fase aguda tardia 
• Cu+2 → ATPase dependente (Doença de Wilson) 
• Degeneração hepática, cérebro e íris (Kayser-fleischer) 
• Importância clínica: 
▪ Níveis aumentados: 
 Neoplasias malignas 
▪ Níveis diminuídos: 
 Anemias 
• Valores de referência: 21-53mg/dL (adulto) 
 
4. Fração Alfa-2 
4.1. Haptoglobina (HPT) 
• Transportadora de Hb para SER (degradação) 
• Células de Kupffer (recaptação de aa e Fe) 
• 10% da hemoglobina – impede filtração glomerular 
• Diminuição de HPT livre – Hemólise 
▪ Anemia hemolítica intravascular (malária) 
• Painel para avaliação de hemólise 
▪ Haptoglobina, LD e Hb 
▪ 30 a 20 
 
4.2. Alfa-2 Macroglobulina (AMG) 
• Enorme inibidor de protease 
• Cicinas, complemento, coagulação e fibrinolítico 
• Transportadora de pequenos peptídeos (citocinas e fatores de crescimento) 
• Modula reações inflamatórias e imunológicas 
▪ Ligação a citocinas (reduz síntese de proteínas plasmáticas pelo fígado) 
▪ Inibe liberação de H2O2 pelos PMN 
• Importância clínica: 
▪ Níveis plasmáticos aumentados: 
 Os estrogênios aumentam os níveis de AMG 
 Os níveis em crianças são de duas a três vezes maiores que em adultos 
 Síndrome nefrótica (o enorme tamanho da AMG garante a sua permanência dentro do vaso na síndrome nefrótica 
e comparativamente às outras proteínas plasmáticas menores que saem pelo glomérulo lesado) → O perfil 
característico da síndrome nefrotica apresenta um aumento da fração alfa-2 e uma diminuição das demais proteínas 
 Coagulação intravascular disseminada 
 Infarto cerebral 
▪ Níveis plasmáticos diminuídos: 
 Pancreatite, MM e DM 
 Carcinoma prostático 
 Doença pulmonar 
• Valores de referência: 
▪ Feminino: 175-420mg/dL 
▪ Masculino: 150-350mg/dL 
 
5. Fração Beta-1 
5.1. Transferrina 
• Principal proteína transportadora do ferro no plasma do intestino até a medula óssea 
• Proteína de fase aguda negativa (↓[ ] na inflamação ou neoplasia) 
• O ferro não circula na forma de íon livre no plasma, está sempre ligado à transferrina 
e apenas 1/3 das moléculas de transferritina (30-38%) circulantes no plasma carreiam 
ferro e cada molécula leva no máximo dois íons férricos 
• Aumento da transferrina é um indicador sensível da carência de ferro (200-360mg/dL) 
 
 
 
 
 
 
Perda anormal de proteinas 
pelo trato digestivo ou 
incapacidade de absorver 
proteinas pelo trato 
gastrointestinal 
(VR: 130-300mg/dL) 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
6. Fração Beta-2 
6.1. Beta-2 Microglobulina (BMG) 
• É uma proteína de baixo PM, presente na superfície de todas as células nucleadas 
• Funções: 
▪ Cadeia Beta ou leve da molécula de HLA (MHC) 
▪ Marcador de atividade imune celular em tumores linfocitários 
▪ Marcador tumoral de células Beta 
▪ Prognóstico – LLC, MM e Não-Hodcking 
▪ Urina – Função renal 
▪ Acompanhamento de transplantes renais 
• Aumento em doenças linfocitárias 
• Vasculites, hepatites, Crohn e Sarcoidose 
• Valores de referência: 1010-2730ng/mL 
 
6.2. Proteína C reativa (PCR) 
• É a proteína plasmática que sofre maior elevação na inflamação e é uma das primeiras a aparecer 
• Na presença de Ca+2, PCR se liga a polissacarídeos presentes em bactérias, fungos e protozoários, ativando a via clássica do 
complemento 
• Como os anticorpos, a PCR inicia a opsonização, fagocitose e lise do organismo invasor 
• É capaz de reconhecer substâncias tóxicas liberadas de tecidos lesados, ligar-se a elas para elimina-las do sangue 
• É a proteína plasmática de fase aguda de escolha para acompanhar processos inflamatórios 
• Inflamação – 0,5 
• Risco cardiovascular: 0,1/0,3mg/dL 
 
7. Fração Gama - Imunoglobulina 
• Maturação: 
 
• Estrutura básica e funções: 
▪ A fração Fc, composta por duas cadeias pesadas, possui composição em aa constante para uma dada classe de Ig 
▪ Cada fragmento Fab é constituído por duas cadeias: a cadeia pesada e a cadeia leve se liga a antígenos. Região variável, 
extremidade N-terminal de suas cadeias, possui composição de aa variáveis segundo a natureza proteica do Ag 
 
• Imunoglobulinas 
▪ Nos mamíferos, existem 5 isotipos básicos de cadeia pesada (α, μ, δ, ε, γ) e 2 de cadeia leve (κ, λ) 
▪ O isotipo γ humano apresenta 4 subtipos: γ1, γ2, γ3 e γ4 
▪ O isotipo α humano apresenta 2 subtipos: α1 e α2 
▪ Classes de Ig: 
 IgGama: Proporciona a principal imunidade baseada em anticorpos contra patógenos que invadem ocorpo, cerca 
de 80% das Ig totais; VR: 700-1600mg/dL 
 IgAlfa: Encontrada em áreas de mucosas, como os intestinos, trato respiratório e trato urogenital, prevenindo 
sua colonização por patógenos; segunda mais comum no soro; VR: 70-400mg/dL 
 IgMu: Expressa na superfície das células B. Elimina patógenos nos estágios iniciais da imunidade mediada pelas 
células B antes que haja IgG suficiente. 5-10% das Ig totais; VR: 40-230mg/dL 
 IgEpsilon: Se liga a alérgenos e desencadeia a liberação de histaminas dos mastócitos, também estando envolvidas 
na alergia. Também protege contra vermes parasitas; VR: 0-0,2mg/dL 
 IgDelta: Funciona principalmente como um receptor de antígeno nas células B 
 
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 Relação Kappa/Lambda: 2:1 
▪ Cada proteína possui muitas determinantes antigênicas e cada determinante antigênica estimula a produção de um 
anticorpo especifico para si 
▪ Um clone único de plasmócitos produz moléculas de Ig com estruturas idênticas 
▪ Uma bactéria ou vírus possui muitas proteínas de superfície 
▪ Ig apresentam resposta ampla ao Ag (resposta policlonal) → Inúmeros clones de plasmócitos estão produzindo e 
secretando IgGs com estruturas discretamente diferentes em suas regiões variáveis e, consequentemente, em suas 
mobilidades eletroforéticas 
▪ Na eletroforese de proteínas plasmáticas, a heterogeneidade das moléculas de Ac sintetizadas por diferentes 
plasmócitos causa o aparecimento de uma banda difusa na leitura densiométrica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Imunoglobulinas monoclonais / Paraproteínas / Proteínas M 
▪ Se um clone passa por um processo tumoral (multiplicação intensa), a concentração da Ig especifica que ele produz se 
torna tão grande que na eletroforese aparece como um pico estreito e pontudo. Essa Ig monoclonal, resultante do 
processo tumoral, é também chamada de proteína M ou paraproteína 
▪ Quantificação do componente monoclonal: exame de medula para verificação plasmocitária e pesquisa de dano orgânico 
▪ As paraproteínas podem ser polímeros, monômeros ou fragmentos de moléculas de Ig e quando fragmentos são 
constituídos apenas de cadeias leves, são conhecidos como as proteínas de Bence-Jones 
▪ A maior parte das paraproteínas possui peso molecular semelhante ao de sua classe e, assim, não atravessam a 
membrana glomerular 
▪ As proteínas de Bence-Jones, no entanto, atravessam essa membrana, sendo detectadas na eletroforese de proteínas 
urinárias 
▪ Gamopatias monoclonais: 
 Mieloma múltiplo 
➢ O mieloma múltiplo é uma neoplasia clonal de plasmócitos, na maioria dos casos, secretam proteína 
monoclonal (proteína M) detectável no sangue ou urina, podendo levar à disfunção de órgãos 
➢ A incidência máxima da doença ocorre na faixa etária de 60 a 65 anos, sendo responsável por 1% de todas as 
neoplasias em brancos e 2% em negros, 10 a 15% neoplasias hematológicas 
➢ Os plasmócitos malignos podem secretar Ig anômalas (cadeia pesada e cadeia leve), somente cadeias leves ou 
nenhuma paraproteína. A avaliação do componente M é importante para o diagnóstico e no seguimento do 
paciente com MM 
➢ A grande maioria dos pacientes com mieloma múltiplo apresenta proteinúria de Bence-Jones 
➢ Aspecto clinico: CRAB 
❖ C: elevação do cálcio 
❖ R: disfunção renal 
❖ A: anemia 
❖ B: doença óssea 
➢ O acometimento ósseo pelo MM é característico da doença, com lesões líticas que afetam predominantemente 
o esqueleto axial (crânio, coluna e gradil costal) e as áreas proximais dos membros superiores e inferiores. Na 
avaliação radiológica inicial, quase 80% dos pacientes terão lesões líticas no esqueleto, acometendo vertebras, 
arcos costais, crânio, ombros, pelve e ossos longos 
➢ As lesões ósseas nos mielomas são causadas por proliferação espraiada das células tumorais pela medula, 
aumento da atividade osteoclástica (reabsorção óssea), acompanhada pela exaustão da função osteoblástica e 
redução da formação óssea 
➢ Os fatores ativadores de osteoclastos (OAF) são secretados pelas próprias células tumorais, levando a 
hipercalcemia pela destruição óssea 
➢ A maioria dos pacientes apresenta-se com sinais e sintomas de infiltração plasmocitária (óssea ou de outros 
órgãos) ou lesão renal por deposição de proteína monoclonal tumoral 
➢ Quadro clínico 
➢ Avaliação clínica 
➢ Exames complementares
 
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Paraproteína 
Incidência 
% 
Idade média 
do paciente 
Tempo médio de 
duplicação da 
concentração 
Incidência de 
proteinúria de 
Bence-Jones 
Sintomas clínicos mais 
comuns 
IgG 50% 65 anos 10 meses 60% 
Paciente com 
susceptibilidade à 
imunodeficiência; 
paraproteínas atingem seus 
valores mais elevados 
IgA 25% 65 anos 6 meses 70% 
Pacientes tendem a 
hipercalcemia e amiloides 
Apenas 
proteínas de 
Bence-Jones 
20% 56 anos 3,5 meses 100% 
Geralmente falência renal; 
lesões ósseas. Mau 
prognóstico 
IgD 2% ------- ------- ------- ------- 
IgM 1% ------- ------- ------- ------- 
 
 
 MGUS 
➢ Gamopatia monoclonal mais comum 
➢ A taxa de progressão da MGUS para MM é de 1% ao ano 
➢ Aproximadamente 25% dos pacientes desenvolvem mieloma múltiplo, amiloidose, macroglobulinemia ou 
outras doenças linfoproliferativas 
 
Nome Definição 
Gameopatia Monoclonal de 
Significado Indeterminado (GMSI) 
• Proteína monoclonal presente, mas geralmente <3,0g/dL 
• Sem características CRAB ou outros indicadores de mieloma ativo 
• Plasmócitos monoclonais na medula óssea <10% 
Mieloma Múltiplo Indolente 
• Maior nível de doença do que MGUS: componente M sérico pode ser 
>3,0g/dL e/ou plasmócitos de medula óssea entre 10% e 60% 
• Sem características CRAB ou outro indicadores de mieloma ativo 
Mieloma Ativo Inicial 
• >60% de plasmócitos na medula óssea 
• Razão de cadeia leve livre >100 
• >1 lesão focal na IRM 
Mieloma Ativo 
• Proteína monoclonal presente 
• Um ou mais critérios CRAB e/ou indicadores de dano ao órgão 
 
 Macroglobulinemia de Waldenström 
➢ Patologia rara dos linfócitos B caracterizada pela produção monoclonal de IgM 
➢ Sintomas semelhantes a linfoma não Hodgkin 
➢ Perda de peso, febre, sudorese noturna e aumento dos gânglios linfáticos 
➢ Secreção de IgM 
➢ Hiperviscosidade 
➢ Crioglobulinas – sangue viscoso; em partes mais frias; sem dor óssea, osteólise e dano renal 
 
 Amiloidose 
➢ Desordem rara caracterizada pela deposição de fibrila amiloide (resultante do aumento fragmento da caeia 
leve das Ig) 
➢ Os órgãos mais afetados são coração, fígado, rins; apresenta fadiga, perda de peso, edema nas pernas e falta 
de ar 
➢ Empachamento após alimentação, aumento na espessura da língua e tonturas ao se levantar 
➢ Diagnóstico: vermelho congo (corante) 
 
 
 
 
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Tipo de doença Descrição 
Mieloma: 
IgG κ ou λ 
IgA κ ou λ 
Subtipos mais raros: 
IgD, E ou M 
• Mieloma típico: maioria dos pacientes 
• Monitorado pelo rastreamento da proteína monoclonal no soro usando SPEP (IgG) 
e/ou medição quantitativa de Ig (IgA/D/E). Para medição quantitativa de Ig de 
mieloma, IgA é geralmente mais confiável 
Cadeia Leve somente ou 
mieloma de Bence Jones: 
Subtipos κ ou λ 
• Mieloma de Bence Jones: aproximadamente 15-20% dos pacientes 
• Monitorado por rastreamento de cadeias leves monoclonais na uriina usando UPEP 
e/ou com medições séricas de cadeia leve livre no soro 
Mieloma não secretório: 
Subtipos κ ou λ 
• Mieloma menos comum: 1-2% dos pacientes 
• Como SPEP e UPEP são negativos (nenhum pico monoclonal no soro ou urina), a 
doença é monitorada usando o teste Freelite 
Mieloma IgM: 
Subtipos κ ou λ 
• Mieloma IgM: subtipo muito raro 
• Tipicamente, produção de IgM ocorre em uma doença chamada macroglobulinemia 
de Waldenström, que é como um linfoma (câncer de linfonodo) em comparação ao 
mieloma, que é um câncer de medula óssea 
Amiloidose: 
Tipo AL ou Ig de cadeia leve 
Subtipos κ ou λ 
• Amiloidose: as cadeias leves são depositadasde um modo linear (beta-
dobramento) em tecidos ao invés de ser quebrado e/ou excretado na urina; existem 
muitas variedades de amiloidose envolvendo depósitos de diferentes tipos de 
proteínas (Ex: Doença de Alzheimer → depósito de proteínas no cérebro) 
• Amiloide relacionado ao mieloma: cadeias leves podem ser depositadas em 
muitos tecidos, incluindo pele, língua, coração, rins, nervos, pulmões, fígado e 
intestinos; tecidos coram positivo com um teste de corante “congo vermelho”, que 
é diagnóstico; teste mais detalhado com espectroscopia de massa e/ou microscopia 
eletrônica pode ser apropriado e necessário 
Doença da deposição de 
Cadeia Leve: 
Subtipos κ ou λ 
• LCDD: as cadeias leves são depositadas de um modo mais desorganizado (ligações 
cruzadas aleatórias) 
• Tecidos coram de modo positivo com imunocoloração direta κ ou λ. A coloração 
com congo vermelho é geralmente negativa 
• Existem diferentes padrões de depósitos em tecido geralmente envolvendo os rins, 
o revestimento dos pulmões (pleura) ou peritônio (em torno dos intestinos) ou 
dentro dos olhos 
Síndrome POEMS: 
Geralmente IgG ou IgA λ 
(raramente subtipo κ) 
• Síndrome POEMS: é um transtorno complexo envolvendo polineuropatia, 
organomegalia, endocrinopatia, gamopatia monoclonal e alterações cutâneas; 
diagnosticado e tratado de modo diferente do mieloma 
 
• Imunoglobulinas policlonais 
▪ Gamopatias policlonais 
 Aumentos difusos das gamaglobulinas 
 Causados por: 
➢ Lepra 
➢ Tuberculose 
➢ Cirrose biliar primária 
➢ Cirrose portal 
➢ Hepatite crônica ativa 
➢ Doença de Crohn 
➢ Lúpus eritematoso sistêmico (LES) 
 Hipogamaglobulinemia 
➢ Imunodeficiência hereditárias 
➢ Imunodeficiência adquirida (neoplasias linfoides) 
➢ Terapia imunossupressiva 
➢ Leucemia linfocítica crônica 
➢ Crianças prematuras 
➢ Fármacos 
 
 
 
 
 
 
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• Proteínas Plasmáticas de Fase Aguda 
▪ Participam das linhas iniciais de defesa contra os micróbios 
▪ Consiste em mecanismos inatos ao sistema do individuo que existem antes da infecção 
▪ A reação de fase aguda é uma resposta não especifica à inflamação (infecção, doenças autoimunes) ou lesão tecidual 
(trauma, cirurgia, infarto do miocárdio ou tumores) 
▪ As glicoproteínas AAT, AGA, HPT, CER, C4, C3 e PCR são positivas por 
aumentarem suas concentrações na resposta de fase aguda 
▪ A albumina e a transferrina são negativas por diminuírem suas concentrações 
▪ Os níveis plasmáticos das proteínas de fase aguda se elevam em tempos 
diferentes em relação o início do processo inflamatório 
▪ Todas atingem seu máximo em cerca de 2 a 5 dias, a PCR é uma das primeiras a 
subir 
▪ Os reativos de fase aguda são proteínas que migram nas frações eletroforéticas 
alfa e beta, com exceção da PCR, que migra na fração gama 
▪ Sua produção é estimulada por citocinas 
 
• Respostas imunes tardias 
▪ Os mecanismos de defesa mais altamente evoluídos são estimulados pela 
exposição aos agentes infecciosos 
▪ Aumentam em magnitude e capacidade defensiva em cada exposição sucessiva a 
um micróbio particular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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• O fluxo de O2, CO2 e H no organismo é intenso. No metabolismo é gerado CO2 que se dissolve em H2O para formar ácido 
carbônico e este se dissocia formando o bicarbonato e H+. 
 
• Apesar das grandes variações na produção de CO2, o pH sanguíneo se mantém constante devido a ação dos pulmões, rins 
e eritrócitos. 
 
• Problemas com as trocas gasosas e com o equilíbrio ácido-base levam as alterações: na ionização das proteínas, 
cardiovasculares, respiratórias e renais. 
 
Sistemas tampões: 
• Tampões plasmáticos: reduz o efeito de ácidos ou bases adicionados nos líquidos corporais; atuação imediata. 
 
• Tampão bicarbonato: permanece em equilíbrio com o ar atmosférico. [CO2] normalmente em equilíbrio com [H2CO3]. 
Teoricamente, todo CO2 dissolvido pode ser convertido em H2CO3. As células tubulares renais e as hemácias são ótimas 
fontes de bicarbonato, por serem ricas em anidrase carbônica. 
 
▪ O excesso de ácido (H30
+) no sangue é neutralizado pelo bicarbonato (HCO3). 
H2CO3 + H2O ↔ H3O
+ + HCO3
- 
▪ O excesso de base (OH) reage com ácido carbônico (H2CO3). 
H2CO3 + OH
- ↔ H2O + HCO3
- 
BIOQUÍMICA CLÍNICA - TEÓRICA 
MÓDULO 1I 
EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE 
 
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• Tampões intracelulares 
 
• Tamponamento sanguíneo 
 
▪ O pH plasmático é determinado pela proporção entre as [ ] de 
bicarbonato (‘base” do tampão) e CO2 (“ácido” do tampão). 
 
 
 
 
 
 
 
Papel dos pulmões: 
• Fornecimento de O2 para os tecidos e eliminação de CO2 
para manutenção do pH 
• A eficiência das trocas gasosas depende da perfusão sanguinea 
e ventilação a nível de alvéolos 
• O O2 e CO2 afetam o controle respiratório e 
consequentemente a frequência respiratória 
• A frequência respiratória é influenciada pelo aumento do 
CO2 ou redução do pH 
 
Controle das trocas gasosas 
• Componente metabólico 
▪ Bicarbonato 
▪ Tampão primário dos ácidos não voláteis gerados pelo metabolismo 
• Componente respiratório 
▪ CO2 
▪ A frequência de ventilação determina a concentração de CO2 no sangue 
 
Classificação primária dos distúrbios ácido-base 
• Acúmulo de ácidos no organismo: 
▪ Retenção do CO2 no sangue por dificuldade de eliminação nos alvéolos pulmonares 
▪ Aumento da produção de ácido lático 
▪ Incapacidade de eliminação de ácidos pelos rins (causas endógenas) 
▪ Ingestão acidental de grande quantidade de ácidos, como o ácido acetil-salicílico (aspirina) 
• Redução dos ácidos no organismo: 
▪ Eliminação excessiva do CO2 
▪ Perda de ácidos 
▪ Administração excessova de bases, como o bicarbonato de sódio 
 
 
 
 
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Classificação de acordo com os componentes respiratório e metabólico 
 
 
Distúrbios ácido-base 
1. Simples: acidose metabólica, alcalose meabólica, acidose respiratória aguda e crônica, alcalose respiratória aguda e crônica 
2. Duplo: acidoses e alcaloses mistas; acidose metabólica + alcalose respiratória, alcalose metabólica + acidose respiratória 
3. Triplo: acidose mista + alcalose metabólica; alcalose mista + acidose metabólica 
 
O reconhecimento dos mecanismos homeostáticos que controlam o equilíbrio ácido-base é fundamental, pois 
os distúrbios ácido-base estão associados a maior risco de disfunção de órgãos e sistemas e óbito em pacientes 
internados em terapia intensiva. 
 
Ânion Gap no soro 
• É a diferença entre os cátions e os ânions e deve ser calculado em todos os 
casos de suspeita de distúrbio ácido-básico pois pode identificar uma 
desordem mesmo quando o pH é normal ou alcalêmico. 
• Anion Gap = Na+ - (Cl- + HCO3
-) 
• VR= 8-16 mmol/L (não inclui albumina, sulfatos e fosfatos) 
• Um aumento do AG significa elevação de ânions plasmáticos não 
mensuráveis → Acidose (diabetes, aumento de lactato – indica baixa 
oxigenação, desvio do ciclo de Krebs) 
• AG={[Na+] + [K+]} – {[Cl-] + [HCO3
-]} 
Gasometria 
• Exame que fornece os valores que permitem analisar o equilíbrio ácido-base, utilizando aparelhos para a determinação dos 
gases sangüíneos e do pH conhecidos como Analisadores de Gases Sangüíneos 
• Os equipamentos mais modernos já oferecem além da análise de gases e pH, os valores medidos dos íons (Na+, K+, Cl- e 
Ca++), da saturação de O2 (SO2), hemoglobina, hematócrito entre outros 
• É solicitada quando há suspeita de insuficiência respiratória, qualquer outra condição associada a distúrbios no equilíbrio 
ácido-base (cetoacidose diabética), balanço hidro-eletrolítico 
• Ajuda a definir a origem do problema na diminuição da oxigenação dos tecidos 
• O bicarbonato pode ser dosado ou calculado através da equação; pH = pK + log[HCO3-]/0,23[CO2] 
• Principais parâmetros▪ pH: logaritmo negativo da atividade do íon 
hidrogênio 
▪ pO2: pressão parcial de oxigênio 
▪ pCO2: pressão parcial de dióxido de carbono 
▪ [HCO3]: concentração de bicarbonato no plasma 
▪ BE: desvio de base do sangue 
▪ SO2: saturação do oxigênio funcional 
 
• Cuidados pré-analíticos 
▪ Deve ser realizada imediatamente após punção de artéria periférica com seringa contendo quantidade adequada de 
anti-coagulante (heparina) 
▪ Recomenda-se a utilização de seringas especiais para gasometrias pré-heparinizadas (evitar coleta por cateter) 
▪ O anticoagulante deve ser liofilizado, evitando assim a diluição da amostra 
▪ Assepsia – Álcool a 70% 
▪ Artérias preferenciais 
▪ Heparinização da seringa 
▪ Tempo de espera 
 Máximo 20 minutos 
 Esfriamento da amostra 
 Transporte a 4ºC (max. 30min) 
 
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▪ Após a coleta, tampar a seringa e homogeneizar a amostra para evitar a formação de coágulos. 
▪ Deve-se verificar se existem bolhas de ar nas amostras e imediatamente retirá-las da amostra, afim de não comprometer 
os valores de pO2. 
▪ Antes de introduzir a amostra no analisador de gases, a amostra deve ser homogeneizada novamente rolando a seringa 
entre as mãos e desprezar a 1ª gota de sangue em uma gaze 
▪ Informar temperatura do paciente ao equipamento 
▪ Informar a FiO2 (fração inspirada de O2) 
▪ Em caso de mudanças na condição do paciente deve-se aguardar 30 min para poder realizar a coleta 
 
• Alteração de resultados – Fontes de erros mais comuns 
▪ Punção arterial dolorosa 
▪ Punção venosa 
▪ Excesso de heparina na seringa 
▪ Bolhas na amostra 
▪ Contaminação da amostra com ar 
▪ Demora na análise da amostra 
▪ Exposição da amostra ao calor 
▪ Falta de calibração adequada do aparelho 
▪ Falta de controle de qualidade 
▪ Falta de manutenção preventivA
 
• Interpretação da gasometria: 
 
▪ Dinâmica dos gases sanguíneos: 
 Captação: 
❖ Composição do ar: 21% de O2 
❖ FiO2 (Fração de O2 no ar inspirado): 21% (pacientes com uso 
de respirador este percentual será modificado) 
 
 Transporte: 
❖ O2: 97% transportado pela Hb (oxiemoglobina) e 3% dissolvido no plasma 
❖ Hb: 13,5-17,5 g/dL (homens); 12-16 g/dL (mulheres) 
❖ Disemoglobinas: Hb que não podem transportar O2 – carboxiemoglobinas (CoHb), 
metaemoglobinas (MetHb) e sulfemoglobinas (SufHb) 
❖ Saturação do O2 (VR=95-99%): 
 SO2 = 100 X [O2Hb] / [O2Hb] + [HHb] 
 Quando há disemoglobinas, ocorre diminuição da 
saturação de O2 
 SO2 = 100 X [O2Hb] / [O2Hb] + [HHb] + [MetHb] 
+ [CoHb] + [SulfHb] 
 
❖ Concentração total de O2 arterial (ctO2) (VR=18-22 
mL/dL em homens ou 16-20mL/dL em mulheres): 
 ctO2 = [O2Hb] + O2 dissolvido 
 Causas de diminuição: diminuição da Hb total (anemia 
e hemodiluição) e/ou diminuição de oxiemoglobinas 
(aumento das disemoglobinas) 
 
 Liberação da Hb 
 
 
 
 
 
hh pCO2 
Normal 80-100 mmHg 
Hipoxemia leve 60-80 mmHg 
Hipoxemia moderada 40-60 mmHg 
Hipoxemia grave < 40 mmHg 
 
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▪ p50: corresponde a pO2 quando a saturação de O2 corresponde a 50%, com VR=20-28 mmHg 
 ↑p50 ↓Afinidade Hb e O2 = acidose 
 ↓p50 ↑Afinidade Hb e O2 = alcalose 
DESVIO PARA A DIREITA NA CDO 
(diminuição da adfinidade entre Hb e O2) 
DESVIO PARA A ESQUERDA NA CDO 
(aumento da afinidade entre Hb e O2) 
Aumento de 2,3 difosfoglicerato 
Aumento da temperatura 
Aumento da pCO2 
Acidose 
HbS 
Diminuição de 2,3 difosfoglicerato 
Diminuição da temperatura 
Diminuição da pCO2 
Alcalose 
HbF 
 
• Determinação do bicarbonato 
▪ Bicarbonato real (BR): representa a determinação do bicarbonato plasmatico quaisquer que sejam os valores de 
pCO2 do individuo 
▪ Bicarbonato Standard (BS): bicarbonato plasmático após o sangue ter sido equilibrado a uma pCO2 de 40 mmHg 
▪ Excesso de base (BE): expressa o que teria de acrescentar (BE NEGATIVO) ou subtrair (BE POSITIVO) de bases 
para que o organismo mantenha o seu pH, corrigindo a anormalidade; tem um valor de 0 em um pH de 7.4; VR= -2.5 
a +2.5 
 
CAUSAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS ÁCIDO-BASE 
Acidose metabólica Acidose respiratória Alcalose metabólica Alcalose respiratória 
• Diabetes Melito 
• Ácido lático 
• Insuficiência renal 
• Diarréia grave (perda de 
bicarbonato) 
• Drenagem cirúrgica do 
intestino (perda de 
bicarbonato 
• Obstrução das vias 
aéreas 
• Asma grave 
• Insuficiência cardíaca 
• Depressão do centro 
respiratório (drogas) 
• Fraqueza dos músculos 
respiratórios (esclerose 
múltipla) 
• Deformidades toráxicas 
 
• Vômito (perda de H+) 
• Sucção nasogástrica 
• Hipocalemia 
• Administração 
endovenosa de 
bicarbonato 
• Hiperventilação 
• Anemia 
 
 
COMPENSAÇÃO DOS DISTÚRBIOS ÁCIDO-BASE 
Distúrbio Alteração primária 
Alteração 
compensatória 
Escala de tempo da 
alteração compensatória 
Acidose metabólica 
Redução plasmática do 
bicarbonato 
Redução da pCO2 
(hiperventilação) 
Minutos/Horas 
Alcalose metabólica 
Aumento plasmático do 
bicarbonato 
Aumento da Pco2 
(hipoventilação) 
Minutos/Horas 
Acidose respiratória Aumento da pCO2 
Aumento da reabsorção 
renal do bicarbonato 
Dias 
Alcalose respiratória Redução da Pco2 
Redução da reabsorção 
renal do bicarbonato 
Dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
1. Acidose metabólica (↑H+↓pH): clinicamente, é uma alteração comum 
• Perda de bicarbonato: 
▪ Diarreia 
▪ Problemas pancreaticos e biliares 
▪ Problemas renais 
• Aumento dos níveis ácidos: 
▪ Acidose orgânica (láctica, diabética, intoxicação por metanol ou salicilato) 
▪ Acidose mineral (administração de HCl, NH4Cl e AA catiônicos) 
• Sintomas 
▪ Acidose metabólica aguda: 
 Predisposição para arritmias ventriculares 
 Vasodilatação arterial e hipertensão 
 Resistência a ação de catecolaminas injetadas 
 Resistência a ação da insulina 
 Supressão da função linfocitária 
 Produção energética das células prejudicada 
 Estimulação da apoptose 
 Mudanças no status neurológico 
 Estimulação da produção de interleucinas 
 Alteração na ligação da Hb ao O2 
 Redução da contratilidade cardíaca 
 Função leucocitária reduzida 
 
▪ Acidose metabólica crônica: 
 Retardo no crescimento de crianças 
 Tolerância a glicose reduzida 
 Aceleração da progressão de doenças renais 
 Desgaste muscular aumentado 
 Síntese de albumina reduzida 
 Produção aumentada de microglobulina β2 
 Surgimento ou aumento de doenças ósseas 
 
2. Alcalose metabólica (↓H+ ↑pH) 
• Perda de líquido: 
▪ Desidratação 
▪ Diurese 
• Perda de ácido: 
▪ Vômito 
▪ Excesso de antiácido 
▪ Lavagem gástrica 
▪ Hipocalemia 
▪ Hipoalbuminemia 
▪ Síndrome de Cushing 
• Sintomas: 
▪ SNC: confusão, atordoamento, coma, letargia 
▪ SNP: tremores nas mãos, câimbra ou formigamento na face, mãos ou pés 
▪ Músculos: espamos prolongados, tremores 
▪ TGI: náusea, vômito 
 
3. Acidose respiratória (↑pCO2 ↓pH) 
• Retenção de CO2 por hipoventilação: 
▪ Obstrução das vias aéreas 
▪ Enfisema/Pneumonia/Asma 
▪ Paralisia muscular respiratória 
▪ Fraqueza dos músculos respiratórios 
▪ Deformidades toráxicas 
• Sintomas: 
▪ SNC: cefaleia, insônia, confusão, perda de consciência, coma 
▪ S. Respiratório: tosse, falta de ar 
▪ Coração: arritmia, aumento da frequência cardíaca 
▪ Músculos: fraqueza, convulsões 
▪ TGI: náusea, vômito, diarreia 
 
4. Alcalose respiratória (↓pCO2 ↑pH) 
• Liberação excessiva de CO2 por hiperventilação: 
▪ Ansiedade 
▪ Infecção grave (início da sepse) 
▪ Falha hepática 
▪ Níveis alterados de catecolaminas 
▪ Gravidez 
 
 
 
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Sistemas atuantes - Compensação 
• Sistema pulmonar: 
▪ Elimina ou retém CO2 
▪ Atuação em minutos a horas 
▪ Fornecimento de O2 para os tecidos e eliminação de CO2 para manutenção do pH 
▪ A eficiência das trocas gasosas depende da perfusão sanguínea e ventilação a nível de alvéolos 
▪ O O2 e CO2 afetam o controle respiratório e consequentemente a frequênciarespiratória 
▪ A frequência respiratória é influenciada pelo aumento do CO2 ou redução do pH 
• Sistema renal: 
▪ Excreção de urina ácida (liberando H+) 
▪ Excreção de urina alcalina (retenção de HCO3) 
▪ Atuação em horas a dias 
 
 
Diagrama de Davenport 
 
Respostas compensatórias normais do organismo 
• A resposta compensatória normal do organismo nunca 
leva o pH à normalidade, apenas evita que haja uma grande 
variação do pH plasmático, o que poderia ser fatal para o 
paciente 
• Ao encontrarmos o pH normal em uma gasometria com 
valores de pCO2 e/ou HCO3
- alterados, relacionamos a um 
paciente com distúrbio misto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
 
 
1. Lípus Eritematoso Sistêmico (LES) 
• Doença inflamatória sistêmica crônica que segue uma evolução de exarcebações e remissões alternadas 
• Causa desconhecida 
• Afeta predominantemente mulheres em idade reprodutiva (9x) 
• A idade de início da doença varia de 2 a 90 anos 
• A identificação de genes de susceptibilidade constitui uma área ativa de investigação → HLA-DR2 e HLA-DR3 conferem 
aumento moderado no risco de LES 
• Comprometimento de múltiplos sistemas orgânicos durante os periodos de atividade da doença 
• Os auto-Ag nucleares (snRNP, Ro…) concentram-se em vesículas encontradas na superfície dos queratinócitos que sofrem 
apoptose, causando as lesões cutâneas 
• A luz UV pode induzir a apoptose dos queratinócitos, exacerbando a atividade da doença na maioria dos pacientes com LES 
• Principais características imunológicas: 
▪ Presença de auto-Ac dirigidos contra múltiplos Ag nucleares: 
 DNA de filamento duplo 
 DNA de filamento simples 
 Histonas 
 Nucleossomos 
 snRNP (small nuclear ribonucleoprotein particle) → Complexos nucleares de proteína e RNA altamente conservados 
que atuam no processamento do RNAm 
▪ Presença de numerosos outros auto-Ac 
 Os complexos Ac+Ag podem lesar os tecidos ao ativar o complemento e ao ocupar receptores Fc dos macrófagos 
e em outras células inflamatórias 
 Auto-Ac: anti-plaquetas, anti-eritrócitos → trombocitopenia e anemia hemolítica 
 Deposição de Ig e complemento no rim e na junção dermoepidérmica 
 Anormalidades das células T e B 
▪ Ocorre declínio dos níveis séricos de complemento durante as exarcebações da atividade da doença 
• Diagnóstico do LES 
▪ Critérios ACR: diagnóstico do LES → O paciente será classificado como portador de LES quando apresentar no mínimo 
4 dos 11 critérios 
 
Clínico 
Rash malar 
Eritema não transitório plano 
sobre as proeminências 
malares 
Rash discoide 
Placas eritematosas elevadas, 
descamativas, podem ocorrer 
cicatrizes 
Fotossensibilidade 
Erupção cutânea após 
exposição solar 
Artrite 
Úlceras orais 
Neurológico Psicose/Convulsões 
 
 
Imagenologia 
Serosite 
Inflamação do revestimento do pulmão ou coração 
Pleura/Pericárdio 
 
▪ SLEDAI score: atividade do LES 
▪ Quantificação do Complemento → C3 (90-180mg/dL), C4 (10-40mg/dL) e CH50 (60-144U CAE) 
▪ Auto-Ac: 
 FAN → Indicação da presença ou não de auto-Ac 
 Determinação do auto-Ac → anti-DNAss, anti-Sm, anti-DNAds 
 
 
 
 
Laboratorial 
Hematológico 
Anemia hemolítica 
Leucopenia (<4.000/mm3) 
Linfopenia (<1.500/mm3) 
Plaquetopenia (<100.000/mm3) 
Renal 
Proteinúria (Albumina > 0,5g/dia) 
Cilindúria (precipitados proteicos moldados 
na luz do túbulo) 
FAN + 
Imunológico 
Anti-DNA 
Anti-Sm 
SAF (Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide) 
→ trombose arterial e/ou venosa recorrente 
DISTÚRBIOS ÓSSEOS, ARTICULARES E REUMATOLÓGICOS 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
 
 
• Auto-Ac em doenças reumáticas autoimunes 
▪ Marcador de diagnóstico 
▪ Marcador de prognóstico 
▪ Marcador de subtipo de doença 
▪ Marcador de atividade da doença 
 
 
 
 
 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
 
• Pesquisa de Auto-Ac em doenças reumáticas autoimunes 
 
Métodos de detecção (rastreamento) Método de identificação (especificação) 
FAN Imunodifusão dupla 
ELISA Hemaglutinação passiva 
 ELISA 
 Western Blot 
 Imunoprecipitação 
 
1) Métodos de detecção (rastreamento): 
A. Imunofluorescência indireta em células Hep-2 (FAN – Fator antinuclear) 
▪ As Ig de todas as classes podem formar Ac antinucleares (ANA, antinuclear anntibodies) 
▪ Método: é um teste de imunofluorescência indireta (IFI) utilizando como substrato antigênico, fígado de camundongo 
ou linhagem celular humana (célula Hep-2), para detecção de auto-Ac 
▪ Utilização da linhagem Hep-2: 
 Exibe de maneira clara as várias estruturas celulares: citoplasma, núcleo e nucléolo e as diferentes fases do ciclo 
celular durante a multiplicação 
 Como cada Ag se comporta diferentemente em cada fase do ciclo celular, permite uma associação do padrão 
morfológico com o auto-Ag e o auto-Ac em questão 
▪ Os resultados baseiam-se no padrão e na distribuição celular da fluorescência observados 
▪ Foram descritos vários padrões morfológicos diferentes de coloração imunofluorescente com importância clínica 
▪ Os resultados são expressos em títulos (maior diluição do soro que ainda apresenta reatividade) 
▪ Padrões: 
(1) Padrão homogêneo (difuso ou sólido): 
 É a expressão morfológica de Ac anti-histonas e anti-DNA e anti-cromatina 
 Ocorre em pacientes com LES se anti-cromatina ou DNA nativo 
 Se histona = AR, AR juvenil idiopática, uveite, LE induzido por drogas, LE idiopático e Hepatite autoimune 
 
(2) Padrão periférico (felpudo ou de contorno): 
 Indica a presença de Ac anti-dsDNA de filamento duplo 
 Ocorre em 60-70% dos pacientes com LES 
 
(3) Padrão pontilhado 
 Reflete a presença de Ac dirigidos contra constituintes nucleares não-DNA 
(3.1) Padrão pontilhado grosso: 
 Anti-Sm (Ag Smith) → 20-30% dos pacientes com LES 
 RNP (ribonucleoproteínas) → 30-40% dos pacientes 
 Obrigatório no diagnóstico de DMTC e aparece em SS 
(3.2) Padrão pontilhado fino: 
 Anti-SSA/Ag Ro (proteína citoplasmática ligada ao RNA) → 40% dos pacientes com LES e 60-70% dos 
pacientes com Síndrome de Sjögren 
 Anti-SSB/Ag La (co-fator da RNA polimerase) → 40% dos pacientes com LES e 60-70% dos pacientes com 
Síndrome de Sjögren 
 Anti-Jo-1 e Mi-2 → Poliomiosite e Dermatomiosite 
 Anti-Scl-70 (Ag proteína de 70kDa, identificada como uma topoisomerase I) → 75% dos pacientes com 
Esclerodermia 
(3.3) Padrão pontilhado fino denso: 
 A célula em divisão apresenta decoração em pontilhado intenso e grosseiro dos cromossomos na placa metafásica 
 Mais comum na prática 
 Presente em pessoas saudáveis também (título 1:1200) 
 LEDGF (ANTI-p75) → se + não tem doença reumática 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
(4) Padrão nucleolar (RNA nucléolo-específico): 
 Coloração homogênea no núcleo 
 Padrão raro no lúpus 
 Mais frequentemente associado à Esclerodermia ou à Poliomiosite/Dermatomiosite 
(4.1) Padrão nucleolar homogêneo: 
 Anti-PM/SCL → Síndrome de sobreposição 
 Anti to/th → Esclerose sistêmica 
 Anti-B23 (nucleofosmina) → Esclerose sistêmica, Câncer, Doença do enxerto vs hospedeiro e Síndrome do 
Ac fosfolípide 
(4.2) Padrão nucleolar aglomerado: 
 “Cacho de uva” 
 Síndrome de Sjögren com hipertensão pulmonar 
 Anti-fribrilarina 
(4.3) Padrão nucleolar pontilhado: 
 Anti-Nor-90 → Esclerose sistêmica leve 
 Anti RNA polimerase I → Síndrome de Sjögren grave 
 Anti ASE → Lúpus 
 
(5) Padrão centrômero: 
 É produzido por Ac anticentrômero, sendo tipicamente observado em pacientes com esclerodermia limitada 
(CREST) 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Padrões exclusivamente citoplasmáticos: doenças hepáticas e biliares com componente autoimune (Sögren e 
Lúpus) 
• Aparelho mitótico isolado: pouca relevância clínica 
 
Ramona Widmer – Biomed 2019.1 (5º período) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Não existe relação entre título e atividade da doença 
▪ O teste não permite predizer prognóstico (????) 
▪ Não tem valor

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