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FOCUSCONCURSOS.COM.BR Processo Penal | Material de Apoio Professor Rodrigo Sengik. O ENCERRAMENTO DO IP 1. O ENCERRAMENTO DO IP Bom, tudo que tem um começo, tem um meio e fim. Já vimos como o IP se inicia e como ele se desenvolve. Nesse bloco, veremos como ele se encerra – o fim no IP. Nesse passo, veja o que dizem os parágrafos do artigo 10 do CP: § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. § 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. Se o IP é sequência de atos administrativos presidida pelo Delegado, ao final desse procedimento, cabe a ele confeccionar minucioso relatório de tudo que fez. Detalhe: essa peça é descritiva, ou seja,a Autoridade Policial não vai emitir qualquer juízo de valor sobre os fatos investigados (é objetiva mesmo), mas vai apontar qual a capitulação penal (qual crime foi cometido). Importante saber que a capitulação feita pelo Delegado não vincula o MP, que pode entender ter havido outra infração penal! Além disso, observe que o Delegado vai arrolar as diligências que produziu e também aquelas que ainda não fez, podendo, por exemplo, enumerar testemunhas que não foram ouvidas. Se o relatório for parcial, o IP retorna à Polícia pra que o Delegado realize essas diligências pendentes. Se for relatório final, haverá justa causa necessária para que o titular da AP inicie o processo penal contra o(s) investigado(s) e essas diligências pendentes serão realizadas no processo mesmo, diante do Juiz, sob o crivo do contraditório e ampla defesa (serão provas estrito senso, como você verá comigo nas aulas sobre Teoria Geral das Provas). 2. A FALTA DO RELATÓRIO E DEMAIS POSSÍVEIS VÍCIOS DO IP Os vícios do IP não se estendem à AP que dele se originar. O que você tem de saber é que, se houver algum tropeço durante o IP, claro que isso pode configurar motivo para processo administrativo disciplinar em face do Delegado ou de seus agentes (a depender do caso, podemos até pensar na configuração de crimes mesmo, por exemplo, prevaricação). Porém, para a persecução penal, se, a despeito de vícios no IP, podermos retirar a justa causa para fundamentar a AP, esses defeitos da investigação não contaminarão o processo que dele se originar. Assim, se o Delegado se esquecer de relatar o IP, isso é mera regularidade intrínseca ao próprio IP, o que não tem força para anular a AP dele decorrente. É só isso que você precisa gravar para nossas provas. PENSANDO PARA O FUTURO! Só existe um vício que pode levar à anulações futuras. Porém, as bancas ainda não perceberam isso. Trata-se da inobservância do artigo 7º, XXI, do Estatuto da OAB, que segue abaixo para você relembrar: Artigo 7º, XXI, do Estatuto da OAB. São direitos do advogado: ... XXI- assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, ... 3. DESTINO DO IP RELATADO De acordo com o CPP, o IP, após relatado pela Autoridade Policial, vai para o Juiz e, deste para o MP. Na Justiça Federal, por força de normativa interna de questionável constitucionalidade, o relatório vai para o MP e, depois para o Juiz - a não ser que haja representação do Delegado para a decretação de medida cautelar, por exemplo, prisão preventiva, quando o IP vai diretamente para o Juiz decidir se decreta ou não a cautelar solicitada. E se for crime de AP PRIVADA? Nesse caso, e somente nele, como o MP não é o titular da AP, mas o Ofendido (representante legal ou CCADI), o IP vai para o Juiz e aguardam iniciativa da Vítima do crime, quando os autos da investigação serão juntados à petição inicial da AP PRIVADA, que é chamada de queixa-crime (a queixa). Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. Na AP PÚBLICA, de toda forma, o IP acabará chegando às mãos do MP, que poderá tomar 4 posturas possíveis (isso é muito importante pra você compreender o sistema): 1) Acaso haja justa causa para a propositura da AP, o MP deverá oferecer a denúncia (é obrigação): 1 FOCUSCONCURSOS.COM.BR Processo Penal | Material de Apoio Professor Rodrigo Sengik. 2) Se não houver justa causa e ainda existirem diligências a serem realizadas na busca desse lastro probatório mínimo que justifique a AP, o MP poderá requisitar ao Juiz a remessa do IP à Delegacia para a realização dessas NOVAS diligências (imprescindíveis ao oferecimento da denúncia); 3) Se o órgão do MP que acompanhou a investigação considerar que não é ele quem tem atribuição para propor a AP, deverá requerer a remessa do IP a outro órgão do MP que seja competente (isso é chamado de ARQUIVAMENTO INDIRETO, apesar de nem ser um arquivamento de verdade) – tema de outra aula; 4) Se não houver justa causa para a AP, nem diligência que possibilite seu levantamento ou o caso já estiver resolvido sem necessidade para a AP mesmo, por exemplo, se não houver crime a ser apurado, o MP deve promover o ARQUIVAMENTO (esse sim, arquivamento propriamente dito, tema que precisamos compreender direitinho) – tema de outra aula. 4. LÁ VEM A BANCA! BANCA AQUI, BANCA ACOLÁ! Extraí vários itens de nossas provas e os coloquei aqui abaixo. São questões de diferentes fontes, muitas delas modificadas e selecionadas para você. Leia-as, julgue-as e verá que sabe tudo! 4.1. Ano: 2016 Banca: IADES Órgão: PC-DF Prova: Perito Criminal - Ciências Contabéis (+ provas). A ausência do relatório vicia o inquérito policial, pois é parte integrante e imprescindível para a constituição dos elementos de indiciamento. 4.2. Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PC-AC Prova: Delegado de Polícia Civil. No relatório, a autoridade policial não poderá indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas no inquérito. 4.3. Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: POLÍCIA CIENTÍFICA – PE Prova: Conhecimentos Gerais (Perito Papiloscopista e Auxiliar) (+ provas). Após terminado o IP, a autoridade deverá fazer minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviar os autos ao Ministério Público (MP), para que este proceda ao oferecimento de denúncia. 4.4. Ano: 2011 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Delegado de Polícia. Os vícios do inquérito não nulificam subsequente ação penal. 4.5. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Escrivão de Polícia Civil. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. 4.6. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Investigador de Policia Civil. Nos crimes de ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. 4.7. Ano: 2009 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados. O inquérito policial, é uma instrução provisória, preparatória e informativa, sendo o Ministério Público o seu destinatário imediato se se tratar de caso de ação penal pública incondicionada. 4.8. Faça mais essa aqui! Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: IPSMI Prova: Procurador. Uma vez relatado o inquérito policial, a) o delegado pode determinar o arquivamento dos autos. b) o Promotor de Justiça pode denunciar ou arquivar o feito. c) o Promotor de Justiça pode denunciar, requerer o arquivamento ou requisitar novas diligências. d) o Juiz pode, diante do pedido de arquivamento, indicar outro promotor para oferecer denúncia. e) a vítima pode, uma vez determinadoo arquivamento, iniciar ação penal substitutiva da pública. GABARITO: 4.1) INCORRETA; 4.2) INCORRETA; 4.3) CORRETA; 4.4) CORRETA; 4.5) CORRETA; 4.6) INCORRETA; 4.7) CORRETA; 4.8) C. 2
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