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RESUMO INQUÉRITO POLICIAL

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I
INQUÉRITO POLICIAL
“Inquérito policial é, pois, o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo” (Tourinho Filho) – procedimento administrativo (não judicial), documento facultativo, serve para levantar elementos que possam proporcional a ação penal. 
Polícia Judiciária: investiga a existência de fatos criminosos (indícios de autoria e materialidade) Ex: Polícia Civil e Polícia Federal – só essa justiça pode fazer inquérito judicial 
OBS: Polícia Militar: Polícia de caráter ostensivo (administrativo) age na prevenção de crimes
CF/88 - Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital (Pacote Anticrime)
O inquérito policial tem objetivo produzir elementos de informação relativos à autoria (“prova” de quem é o autor do crime) e materialidade (“prova” da existência do crime). OBS: prova no processo penal, em sentido técnico, somente é produzida durante a ação penal (contraditório e ampla defesa)***. 
A ISTO DENOMINA-SE JUSTA CAUSA (necessária para a instauração de IP e, também para Ação Penal) - A presença de elementos mínimos (elementos de autoria e materialidade) se chama justa causa, o promotor não pode apresentar uma denúncia sem comprovar a justa causa, o juiz não irá aceitá-la. O inquérito judicial também precisa de justa causa. O promotor não é obrigado a fazer o inquérito caso já obtenha as informações de autoria e materialidade, mas o mais comum é fazer o inquérito. 
***Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. – a natureza do inquérito é inquisitiva, não produz prova, o inquérito produz elementos de informação, pois prova precisa ter contraditório e ampla defesa. Não pode fundamentar exclusivamente nos elementos colhidos no inquérito, mas pode utilizar junto a outras provas. Há exceção, no caso de cautelares
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. (Ex. Certidão de Óbito). 
É POSSÍVEL A INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL A PARTIR DE DENÚNCIA ANÔNIMA? R: SIM, desde que verificado - antes da instauração do IP, por meio de diligências preliminares - a existência de “lastro” mínimos capazes de conferir elementos de veracidade à informação contida na “notícia anônima” ou “delação apócrifa”. Se o delegado não fizer essa verificação prévia não pode instaurar IP. 
CPP, Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
ATENÇÃO: apenas a Polícia Civil e Polícia Federal podem conduzir a investigação criminal por meio do Inquérito Policial. Todavia, o MP, promotor de justiça, tem autoridade para investigar (STF), através do Procedimento investigatório criminal – PIC, e não por meio de inquérito policial. 
CF/88, Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; (STF: Teoria dos poderes implícitos)
Para o STF, o MP pode investigar, desde que respeitado os direitos fundamentais e garantias dos investigados e seus advogados (ex. acesso aos autos). 
Art. 5º Nos crimes de ação pública (incondicionada)o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária (PODE? “Filtragem constitucional”***) ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
No processo penal temos a ação pública (incondicionada – MP ingressa com processo, não necessita de autorização prévia; e condicionada – MP só age com à representação da vítima) e ação penal privada (MP só atua como fiscal da lei, a própria vítima que ingressa com a ação, através da queixa-crime, que equivale a denúncia oferecida pelo MP). Quanto mais se aproxima da ação penal pública incondicionada, mas se tem interesse público, no polo oposto, quanto menos interesse público e mais particular, mais se aproxima da ação privada, a incondicionada é meio termo. 
O inquérito policial somente se iniciara sem necessidade de qualquer manifestação da vítima ou interessado (de ofício) quando for crime de ação pública incondicionada, se for condicionada ou ação penal privada o delegado não pode iniciar a investigação de ofício, no caso da ação condicionada necessita da representação da vítima, e no caso de ação penal privada precisa do requerimento da vítima ou seu representante legal. Delegado só pode começar de ofício a investigação de crime de ação pública incondicionada. 
Inciso II – nesse caso o delegado de polícia não tem conhecimento do crime, daí cabe à vítima ou seu representante legal levar a notícia crime ao delegado, para que ele abra inquérito policial. É possível também através de uma requisição do MP que faça com que o delegado instaure o inquérito policial. O delegado é obrigado a instaurar quando o promotor de justiça requerer. O juiz pode requerer a instauração do inquérito policial, não é uma boa prática do juiz, pois estamos diante do sistema acusatório, onde os sistemas são bem divididos, de modo que não é aconselhado ao juiz requisitar que o inquérito policial seja instaurado pelo delgado, toda via, esse inciso permanece válido (parte da doutrina entende que esse inciso não resiste a filtragem constitucional, ou seja, não foi recepcionado pela constituição, mas o supremo não invalidou, sendo assim, está válido). Se a autoridade oficial indeferir a instauração do inquérito, cabe recurso adm.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia. – é aconselhado ao juiz realizar isso por conta do sistema acusatório, ao invés de instaurar inquérito policial, quando o juiz tiver conhecimento de crime de ação pública, deve encaminhar os documentos ao MP, cabendo ao MP tomar as providencias cabíveis. 
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito – sempre deve fazer a verificação prévia, quem realiza a filtragem se é ação penal pública ou privada é o delegado. 
+interesse público médio - interesse público
AP Pública Inc. AP Pub. Condicionada AP Privada
Denúncia Representação p/ Denúncia Queixa-crime
Exemplos de ação penal: 
Homicídio simples (art. 121 CP): Ação penal pública incondicionada – muito interesse público
Estelionato (art. 171 CP): - interesse públicomediano, se tornou como regra ação penal pública condicionada, ou seja, precisa representação, mas há exceção nos incisos do artigo (incondicionada). 
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – Pacote anticrime
I - a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.
Calúnia – crime de ação penal privada, em regra. 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
* O inquérito policial nunca é arquivado pelo delegado de polícia 
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO IP
ATUAÇÃO DO DELEGADO DE POLÍCIA
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;- Não é obrigatório que o indiciamento ocorra apenas no final do processo
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; - hoje é feito digitalmente, não haverá esse processo nos casos dos civilmente identificados, conforme prevê o art. 1º da lei 12.037, aqueles que portam documentos consigo.
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. – novidade. 
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública – acusado não é obrigado a participar ativamente 
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL (LEI N. 12.037/09)
Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos casos previstos nesta Lei. – essa é a regra geral, mas há exceções conforme art. 3º. 
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os documentos de identificação militares.
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: - trata de exceções do civilmente identificado, mesmo apresentado o documento de identidade civil o sujeito será identificado criminalmente. Em todas essas hipóteses de exceção o delegado não precisa de autorização prévia, exceto o inciso IV (em amarelo)
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; - precisa de autorização judicial prévia para que se possa proceder com a identificação criminal do indivíduo, se entende ser imprescindível identificar digitalmente deve solicitar ao juiz. 
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais (RG de quando criança, por exemplo).
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.- tudo o que apresentou deve ser tirado cópia é anexada no inquérito
Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. – “prorrogação de prazo para conclusão do inquérito policial” em regra, não cabe prorrogação se o réu estiver preso (juiz de garantia pode prorrogar por mais 15 dias com réu preso, mas está suspensa pelo STF), quando solto é possível renovar o prazo de conclusão do inquérito – não é algo indefinido *planilha de prazos acima*. 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra – isso irá mudar com a validação do juiz de garantia do pacote anticrime 
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV - representar acerca da prisão preventiva.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. – não é necessário autorização prévia do juiz (dados cadastrais)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: - tanto locais públicos como particulares se submetem a essa regra. 
I - o nome da autoridaderequisitante;
II - o número do inquérito policial; e
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.
Código Penal: - crimes que permitem esse tipo de requisição, conforme art. 13 A
Art. 148 - Sequestro e cárcere privado
Art. 149 - Redução a condição análoga à de escravo
Art. 149-A - Tráfico de Pessoas
§3º, Art. 158 - Extorsão (Na modalidade “sequestro relâmpago”)
Art. 159 - Extorsão mediante sequestro
ECA: art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro.
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. – tem que existir uma autorização judicial prévia, pois é mais invasivo, crimes relacionado a tráfico de pessoas, e o que almeja é localização da vítima ou suspeitos 
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência.
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; (SOMENTE LOCALIZAÇÃO)
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial. – é possível 30+30, qualquer período superior a esse precisa de ordem judicial. 
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial.
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. (...) – se o delegado tomar conhecimento do crime de tráfico de pessoas deve pedir imediatamente ao juiz, se o juiz não se manifestar em 12 horas, já pode pedir direito para operado e depois comunica o juiz 
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
Resumo artigo 13A e 13B: 
Art. 13 A: Delegado/MP podem requisitar dados cadastrais (alguns crimes). Não precisa de autorização prévia. Empresas devem responder em 24h
Art. 13B: Delegado/MP podem solicitar ao JUIZ, autorização para obterem junto às operadoras de celular, a localização da vítima ou de suspeitos. Atenção: 30 + 30 é o prazo que o Delegado/MP terão acesso à localização (pode ser ampliado - o prazo - mediante nova autorização judicial). Não pode haver acesso à comunicação, mas apenas à localização da vítima. Se juiz não responde em 12 h, o delegado/MP pode solicitar diretamente à operadora de celular, informando IMEDIATAMENTE o juiz da causa.
O delegado tem 72h para instaurar o inquérito policial
RELATÓRIO X INDICIAMENTO
Indiciamento o delegado da a opinião dele, é ato privativo da autoridade policial, apenas o delegado de polícia pode fazê-lo. É diferente de relatório, que apenas será mencionado, relata os fatos e procedimento do inquérito policial, é mais isento. 
Lei n. 12.830/13 -Art. 2º (...)
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.
PARTICIPAÇÃO DE DETETIVES PARTICULARES – no inquérito policial. 
LEI N. 13.432/17
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se detetive particular o profissional que, habitualmente, por conta própria ou na forma de sociedade civil ou empresarial, planeje e execute coleta de dados e informações de natureza não criminal, com conhecimento técnico e utilizando recursos e meios tecnológicos permitidos, visando ao esclarecimento de assuntos de interesse privado do contratante.
§ 1º Consideram-se sinônimas, para efeito desta Lei, as expressões “detetive particular”, “detetive profissional” e outras que tenham ou venham a ter o mesmo objeto.
Art. 5º O detetive particular pode colaborar com investigação policial em curso, desde que expressamente autorizado pelo contratante. – detetive particular pode sim participar de inquérito policial, desde que solicitado pelo contratante e com autorização do delegado de polícia, que pode rejeitar essa participação. 
Parágrafo único. O aceite da colaboração ficará a critério do delegado de polícia, que poderá admiti-la ou rejeitá-la a qualquer tempo.
Art. 6º Em razão da natureza reservada de suas atividades, o detetive particular, no desempenho da profissão, deve agir com técnica, legalidade, honestidade, discrição, zelo e apreço pela verdade.
Art. 7º O detetive particular é obrigado a registrar em instrumento escrito a prestação de seus serviços.
Art. 9º Ao final do prazo pactuado para a execução dos serviços profissionais, o detetive particular entregará ao contratante ou a seu representante legal, mediante recibo, relatório circunstanciado sobre os dados e informações coletados, que conterá:
I - os procedimentos técnicos adotados;
II - a conclusão em face do resultado dos trabalhos executados e, se for o caso, a indicação das providências legais a adotar;
III - data, identificação completa do detetive particular e sua assinatura.
Art. 10. É vedado ao detetive particular:
I - aceitar ou captar serviço que configure ou contribua para a prática de infração penal ou tenha caráter discriminatório;
II - aceitar contrato de quem já tenha detetive particular constituído, salvo:
a) com autorização prévia daquele com o qual irá colaborar ou a quem substituirá;
Art. 10. (...)
b) na hipótese de dissídio entre o contratante e o profissional precedente ou de omissão deste que possa causar dano ao contratante;
III - divulgar os meios e os resultados da coleta de dados e informações a que tiver acesso no exercício da profissão, salvo em defesa própria;
IV - participar diretamente de diligências policiais; - por exemplo, detetive não pode participar da busca e apreensão, mas pode ajudar com novas provas no inquérito. 
V - utilizar, em demanda contra o contratante, os dados, documentos e informações coletados na execução do contrato.
Resumo Detetive particular: pode participar do IP, desde que: 1) autorizado pela parte contratante e 2) aceito pelo Delegado de Polícia (que poderá rejeitar a sua participação a qualquer tempo). No entanto, o detetive NÃO pode participar diretamente de diligências policiais (ex. busca e apreensão).
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
1 INQUISITIVO 
No IPnão há contraditório ou ampla defesa (novidade: houve certa mitigação a luz da constituição democrática resguardando certos direitos aos investigados). No entanto, o investigado possui direitos inerentes ao Estado democrático de direito. São direitos do investigado:
O investigado possui direitos inerentes ao Estado democrático de direito. São direitos do investigado:
CPP:
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.- direito a petição pedindo diligências 
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade. – o exame de corpo de delito é obrigatório, direito do investigado, delegado não pode se negar; demais diligências o juiz ou delegado podem negar. – mitigação do caráter inquisitivo.
Art. 7º São direitos do advogado (EOAB L. 8.906/94): 
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: - delegado é obrigado a aceitar a participação do advogado na delegacia acompanhando investigado, e tem direito a apresentar quesitos e perguntas. 
a) apresentar razões e quesitos;
INQUÉRITO PARA EXPULSÃO DE ESTRANGEIRO
LEI N. 13.445/17
Art. 58. No processo de expulsão serão garantidos o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º A Defensoria Pública da União será notificada da instauração de processo de expulsão, se não houver defensor constituído.
CPP, Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
CPP, Art. 14-A. (...) !!!!!
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado.
Policiais que existem no Brasil – art. 144 CF. nos inquéritos em que os policiais forem autores de uso da força letal (confronto policial e bandido, eventual neutralização do elemento), vai ter uma situação especial (pacote anticrime). Nesse caso ocorre inquérito policial para averiguar que uso da força policial foi legítimo ou não, ainda que o policial alegue legitima defesa, é obrigatório a presença do advogado – quebra da abordagem tradicional de inquérito, situação atípica. Caso o investigado não apresente advogado, a própria instituição indica advogado para acompanhar essas situações. 
Atenção: este direito de 1) apresentar o advogado e 2) ter sua defesa realizada por advogado da instituição também se aplica aos militares das forças armadas, desde que em GLO (garantia de lei e ordem). 
Continuação Características inquérito policial: 
2 OFICIALIDADE
O IP é instaurado e presidido por uma autoridade estatal
3 OFICIOSIDADE
Ao tomar conhecimento da prática de um crime, o delegado de polícia deve instaurar o inquérito (*)
OBSERVAÇÕES:
Promotor de Justiça e Magistrados não podem ser investigados ou indiciados por delegados de polícia – deve encaminhar isso para a chefia do órgão, como o procurador geral da justiça. 
Autoridades com foro por prerrogativa de função: 
TJ e STJ: Precisa de autorização prévia para indiciar (para investigar não precisa)
STF: Precisa de autorização prévia para INVESTIGAR e indiciar
4 DISCRICIONARIEDADE
O delegado de polícia não precisa seguir um determinado rito ao realizar o IP (pode, inclusive, inverter a ordem das diligências) MAS não pode haver arbitrariedade (interrogatório do réu) e Arts. 158 e 171 do CPP. Discricionariedade Não ilimitada. 
CPP, Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. – a discricionariedade não é plena, pois, nesse caso é indispensável exame de corpo de delito
CPP, Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.
5 INDISPONIBILIDADE
O delegado NUNCA pode arquivar um IP de ofício (o IP é indisponível). Neste caso, o Delegado deve apenas realizar um relatório e enviar o IP para o Juízo competente.
CPP, Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Quem manda arquivar é o JUIZ, após manifestação do MP neste sentido. (regra atual) 
(RISTF) Autoriza arquivamento do IP de ofício – regulamento interno do STF, autoriza que o ministro do STF de ofício determine o arquivamento do inquérito policial, quando: 
a) Causa excludente da ilicitude;
b) Causa excludente da culpabilidade (exceto inimputabilidade)
c) Fato narrado não constitui crime
d) Causa extintiva da punibilidade
e) Ausência de indícios mínimos de autoria/materialidade E já ter encerrado o prazo para conclusão do IP ou oferecimento da denúncia.
Ao receber do DELEGADO o IP, o MP pode:
- Oferecer denúncia;
- Requerer outras diligências;
- Requerer o arquivamento do IP.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. (pacote anticrime modificou – mas o STF suspendeu, então enquanto isso, essa redação ainda é válida) – se MP requerer arquivamento, mas o juiz discordar, manda para o procurador geral que decidirá, caso entenda por arquivamento, o juiz é obrigado a arquivar. 
DESARQUIVAMENTO DO IP:
CPP, Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. (Notícia de prova nova)
STF 524: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Para desarquivar o inquérito: precisa de notícia de prova nova, desde que o inquérito tenha sido arquivado por falta de prova. 
Para ação penal em IP desarquivado: Existência de prova nova (não basta uma notícia, precisa da prova nova em si). 
Resumo: Para desarquivar o IP: basta NOTÍCIA de prova nova; MAS para oferecer denúncia, com base em IP que foi arquivado e posteriormente desarquivado, precisa de PROVA NOVA (não basta ter notícia). 
Arquivamento de IP por falta de provas para a ação penal: faz coisa julgada formal (com notícias de provas novas é possível o desarquivamento do IP e, com efetivas provas novas, o início da ação penal)
Arquivamento de IP por: Causa excludente da tipicidade (ex. princípioda insignificância); Causa excludente da ilicitude (ex. prescrição do crime); Causa extintiva da punibilidade - coisa julgada MATERIAL – (Não é possível desarquivar o IP). 
STF entende que causa excludente da ilicitude ok desarquivar, enquanto p/ STJ não pode desarquivar. – Divergência 
Resumo: Quando que é possível desarquivar o IP? R: O IP arquivado por falta de provas, sempre pode ser desarquivado. (pois faz coisa julgada formal). MAS, o IP arquivado por: causa excludente da tipicidade ou da punibilidade, faz coisa julgada material e, por isto, não pode ser desarquivado. E o IP arquivado por causa excludente da ilicitude/antijuricidade, pode ser desarquivado? R: Depende: STF: Pode ser desarquivado/ STJ não pode ser desarquivado
IP arquivado por falta de "provas" para a ação penal (ou seja, ausência de justa causa) SEMPRE pode ser desarquivado.
Caso se tenha NOTÍCIA de prova nova
MAS, CUIDADO: IP arquivado por causa excludente da tipicidade (ex. princípio da bagatela) ou IP arquivado por causa excludente de punibilidade (ex. prescrição) ou IP arquivado por causa excludente da culpabilidade (ex. inexigibilidade de conduta diversa), NÃO PODERÃO SER DESARQUIVADOS, ainda que haja notícia de prova nova, pois fazem coisa julgada material.
Atenção: o IP arquivado por causa excludente da ilicitude (antijuridicidade), de acordo com o STJ NÃO pode ser desarquivado (pois faz coisa julgada material), MAS de acordo com o STF PODE ser desarquivado (pois não faz coisa julgada material, mas sim formal
CPP, Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) – redação atual (nova) do artigo 28 - pacote anticrime. (eficácia suspensa por enquanto, por decisão do STF, liminar ministro Luiz Fux). 
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Não cabe mais ao Juiz questionar)
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Quem ordena o arquivamento? É o juiz quem ordena o arquivamento, mediante requerimento do MP, o juiz não pode fazer NADA, ao juiz cabe obedecer e determinar o arquivamento. Feito isso, é comunicado a vítima, investigado e autoridade policial (delegado), e manda para o órgão revisor, para verificar se está tudo correto. Se a vítima não concordar com o arquivamento, terá 30 dias, para recorrer ao órgão interno revisor, alegando os fatos para o não arquivamento. 
Resumo: Nova redação do art. 28: 1º promotor requer o arquivamento do IP ao Juiz; 2º Juiz determina o arquivamento (pela redação nova, o Juiz não pode mais se insurgir contra o pedido de arquivamento formulado pelo MP); 3º o MP comunica: delegado, vítima e investigado E envia toda documentação para o órgão revisor do MP; 4º a vítima tem 30 dias para recorrer ao órgão revisor contra o arquivamento do IP. 
ARQUIVAMENTO
Implícito (Tribunais Superiores NÃO aceitam): ocorre quando o MP se omite de incluir na denúncia em relação a um dos crimes investigados no IP ou a um dos indivíduos, e o Juiz não percebe tais omissões. Não se aceita a tese de que houve “arquivamento implícito”. 
Exemplo: arquivamento subjetivo - o inquérito policial diz que crime foi cometido por maria e João, mas na hora de denunciar o promotor denunciou só o João, e não falou nada da maria. A defesa alega arquivamento implícito em relação ao outro réu. Exemplo²: arquivamento implícito objetivo - dois crimes, o deixa de denunciar um deles – essa tese defensiva de arquivamento implícito não é aceita nos tribunais (tribunais entendem que não é porque naquele momento o promotor não mencionou, que ele não fará mais nada).
Indireto (é aceito pelos Tribunais Superiores): O MP não oferece denúncia, entendendo que o Juízo não é competente, requerendo a remessa ao Juízo adequado, mas o Juiz não concorda e indefere o pedido (se o MP não recorrer e não oferecer a denúncia, o IP estará INDIRETAMENTE arquivado). Tem haver com competência, quando o promotor entender que o juiz não é competente, mas o juiz não concorda com esse pedido (entender ser competente), caso o MP não recorrer – ocorre o arquivamento indireto do inquérito, aceito nos tribunais. 
Arquivamento implícito e indireto (diferenças): arquivamento implícito os tribunais não aceitam, já o indireto é aceito. 
TRANSITÓRIO
Aplica-se ao IP, por analogia, o dispositivo constitucional que determina a “duração razoável do processo”, por se aplicar ao âmbito Administrativo. 
CF/88 Art. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (IP gera constrangimento) Ex. investigações há mais de 5 anos (STF: 15 meses).
Algumas doutrinas defendem o trancamento do processo judicial do inquérito policial que dure mais de 5 anos. 
SIGILOSO
CPP, Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
SÚMULA VINCULANTE 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
DISPENSÁVEL
O IP não é obrigatório para a propositura da ação penal, caso seu titular (MP ou ofendido, em caso de ação penal privada) já disponha dos elementos necessários (ex. indícios de autoria e materialidade). 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL: (pacote anticrime – está valendo, só o artigo 28 foi suspenso). Acordo não gera antecedentes criminais. 
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
Resumo: Não sendo o caso de arquivamento do IP, E: 1) o réu confessou a prática do crime; 2) Não é crime com violência ou grave ameaça; 3) a pena MÍNIMA é INFERIOR a 4 anos; o MP PODERÁ oferecer ANPP. 
As condições impostas para quem aceita o acordo de não persecução penal (essas condição não serão todas necessariamente impostas, pode ser que o juiz imponha umas e não outras, quem indica isso é o promotor de justiça): 
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – reparação da vítima, manifestação de arrependimento do agente
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – promotor de justiça pode indicar, por exemplo, uma casa, que pertença a essa sujeito para venda, leilão, uma destinação pública desse bem. O sujeito abre mão da titularidade do bem que o ministério público indicar, não necessariamente dele, indica produtos, instrumento ou proveito do crime – diminuir sensação de impunidade 
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma doart. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto – importante para verificar se a pena mínima será inferior a 4 anos ou não, para verificar se cabe acordo ou não. 
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: (quando o acordo não é possível)   
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;  - OBS: o ANPP não é possível em caso de transação penal (contravenções penais ou crimes apenados com até 2 anos) – JECRIM. Transação penal você impõe multa ou pena restritiva de direito, ocorre antes da sentença, juiz homologa a transação e já impõe o acordo realizado entre o agente e o MP, uma pena restritiva ou/e multa. 
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;    - se for reincidente em qualquer crime (doloso, culposo, contravenção) não é possível, ou criminal habitual, “exceto se insignificante” termo popular, não técnico (principio da insignificância), ou seja, um crime leve, pequeno, ou que já passou vários anos, quem faz essa análise preliminar é o MP antes de propor o ANPP, posteriormente o juiz analisa. 
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e 
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. – não falou violência doméstica necessariamente contra mulher, então cabe contra idoso, criança, homem, além de mulher, a segunda parte do inciso trata do crime de violência contra mulher, ainda que não seja no contexto de violência doméstica. 
Resumo: Não é possível ANPP: 1) se for o caso de transação penal; 2) o agente ser reincidente ou criminoso habitual (profissional), SALVO nos casos de condenação por crimes anteriores insignificantes; 3) Não ter o agente se beneficiado nos 5 anos anteriores por: ANPP, transação penal ou suspensão condicional do processo. 4) Também não cabe ANPP: crime contra a mulher (por esta condição) e crimes praticados no contexto de violência doméstica.
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor – com a assinatura dos três submete-se ao juiz, que analisará, e homologará. 
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade – significa que quando assinam o acordo, é marcada uma audiência. Juiz recebe esse acordo assinado, verifica todos os requisitos legais e além disso se o acordo foi elaborado de forma voluntária, por isso o promotor não comparece nessa audiência. 
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. 
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.    
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo – se estiver tudo certo, juiz homologa, caso contrário ele pode se negar a homologar. 
CPP, Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: (RESE)
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
OBSERVAÇÕES: Resolução n. 181/2017 (CNMP)
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.    
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento.      
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia.    – assinar o acordo, não significa que o MP esteja renunciado uma eventual denuncia futura, se descumprida as condições impostas no documento. 
SÚMULA VINCULANTE 35 (STF): A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. 
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo.
Resumo: Não cabe ANPP se nos 5 anos anteriores, o agente se beneficiou de 1) ANPP; 2) Transação Penal ou 3) Suspensão condicional do processo. Além disto, no caso de descumprimento do ANPP, pode ser utilizado contra o autor, para justificar o não oferecimento, pelo MP, da suspensão condicional do processo.
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo.  – nada constará acerca do ANPP na certidão de antecedentes criminais , mas irá constar internamente no judiciário, em razão do §2º, que necessita que o agente não tenha sido beneficiado 5 anos anteriores (após 5 anos poderá firmar outro acordo, por exemplo). 
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade
Resumindo: a doutrina diverge em relação ao Juízo competente para a decretação da extinção da punibilidade pelo cumprimento do ANPP. Há quem entenda que cabe ao Juízo que homologou o acordo tal ato, e outros que entendem ser da competência do Juízo da Vara de Execuções Penais. 
Resolução 181/2017 (CNMP)
Resumo: Não cabe ANPP: 1) em caso de transação penal; 2) em caso do agente já ter se beneficiado nos últimos 5 anos de ANPP, transação penal ou suspensão condicional do processo; 3) o agente ser reincidente ou criminoso habitual/ profissional; 4) ter sido a infração perpetrada em contexto de violência doméstica/familiar ou contra mulher em razão do sexo feminino. Lembrar também dos pressupostos indicados no caput do 28A do CPP
OBS: em pergunta aberta, indicar a Resolução 181/2017 do CNMP, que, ainda em vigor, impede o ANPP em casos de danos acima de 20 salários mínimos ou crimes hediondos e equiparados
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
Art. 18  (...) § 1º Não se admitirá a proposta nos casos em que:
 
II – o dano causado for superior a vinte salários mínimos ou a parâmetro econômico diverso definido pelo respectivo órgão de revisão, nos termos da regulamentação local;IV – o aguardo para o cumprimento do acordo possa acarretar a prescrição da pretensão punitiva estatal;
V – o delito for hediondo ou equiparado e nos casos de incidência da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006
Resumo: Crimes hediondos, cabe ANPP? R: Não há impedimento expresso no art. 28A do CPP, no entanto, há impedimento em Resolução do CNMP, ainda vigente (Resolução 181/2017)
O ANPP NÃO É O PLEA BARGAIN 
MP tem ampla liberdade, não verificada no ANPP: o tipo da pena, conteúdo da denúncia, quantidade de crimes e tipos de pena imposta (não há requisitos previstos em lei). Houve uma inspiração no instituto americano, mas são diversos
TAMBÉM É UMA EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DA AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. 
O ANPP não é o mesmo que o plea bargain norte-americano. MAS, o ANPP, representa uma mitigação ao princípio da indisponibilidade da ação penal pública
Recurso em caso de recusa pelo MP
Art. 28 A (...) § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.   Qual art. 28 CPP? Não confundir com recurso no sentido estrito 
Contra a negativa de homologação pelo juiz, cabe RESE (recurso no sentido estrito)! MAS, contra a negativa do MP em propor ANPP, o interessado (investigado/agente) pode recorrer, na forma do 28 do CPP. 
STF - Súmula 696 - Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.- juiz pode aplicar por analogia o artigo 28 do CPP, ou seja, se o promotor se recusa a fazer uma proposta de suspenção condicional do processo, o juiz pode aplicar por analogia e mandar para o chefe do MP ou encaminhar para o PG – enquanto estiver a suspensão da redação nova por liminar do supremo, o juiz se ele entender que estão presentes os requisitos pra proposta de acordo o juiz pode aplicar por analogia, mas só enquanto a liminar do STF estiver valendo, a partir do momento que a redação nova fizer efeito não poderá mais ser aplicado. 
Resumo: Enquanto estivermos com a suspensão da redação nova, o juiz, se ele entender que estão presentes os elementos e requisitos para a proposta do ANPP e o MP não apresentar o acordo, o juiz pode remeter ao procurador geral. Aplicando-se analogicamente, a Súmula 696 do STF
Art. 28.  Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.(redação antiga revogada, mas que está vigente por força de suspensão da Lei nova anticrime)
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
No dia em que a liminar que suspende a nova lei cair, irá mudar o artigo, a partir disso a parte não vai peticionar ao juiz, mas sim ao órgão interno do ministério público em 30 dias, não terá envolvimento do juiz. Quem mandará ao órgão superior não é o juiz, mas sim a própria parte. 
É POSSÍVEL ANPP AOS PROCESSOS EM CURSO?
Há duas correntes: 
SIM: 3 CORRENTES (ATÉ O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA / ATÉ A SENTENÇA/ ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO). Opinião professor: é possível, pois trata-se de norma de natureza hibrida, uma norma processual, cuja natureza também é material, pois influencia diretamente ao direito de liberdade do denunciado – até a sentença. 
NÃO: SE JÁ HOUVE O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA NÃO É POSSÍVEL, POR SE TRATAR DE ATO PERFEITO E ACABADO. 
Causas impeditivas da prescrição (Código Penal):
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal.  
OBS: CUMPRIDO O ANPP, EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE
Não haverá prescrição enquanto estiver em cumprimento o ANPP

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