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ARGUMENTOS PARA IMPUGNAR VALOR DA PERÍCIA AMBIENTAL

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ARGUMENTOS PARA IMPUGNAR VALOR DA PERÍCIA AMBIENTAL
PRELIMINARES
- Seu cliente solicitou a perícia na contestação. E deve “rachar” seus custos. O pedido de impugnação do valor da perícia é medida protelatória ou financeira?
- Não temos uma “precificação” das perícias, o que leva as decisões judiciais à discussão principiológica em relação ao quantum (veja as decisões abaixo).
- Ônus da prova para redução de valores da perícia ambiental: da parte ré solicitante.
DO MÉRITO
 - Embora seja da confiança do juízo, quem é o perito? Quais e quantos trabalhos na área em tela já realizou? Seria necessário dado a conhecer seu currículo, devidamente comprovado, para saber de sua expertise.
- Em outra(s) oportunidade(s), quando o perito atuou para este juízo, qual foi o valor cobrado? Ele está em consonância com o que se pede usualmente em casos semelhantes?
- Necessário apresentar uma tabela, onde constem detalhes técnicos da atividade, como por exemplo, as horas despendidas na atividade de campo, as horas de trabalho interno e o valor da hora técnica. Não estão presentes na petição do perito.
- As perícias judicias normalmente vinculam-se, além da complexidade da causa, também ao valor atribuído à causa. Em demandas ambientais, promovidas nas atribuições do MP, sabe-se que ao serem pedidas a reparação do dano material e a reparação do dano ambiental, não se pode projetar com exatidão o valor da causa. 
- O perito já adianta em sua petição que “mapas, levantamentos topográficos e demais informações necessárias serão disponibilizadas pelos réus”! Com a devida vênia, ad argumentandum, não estaria o perito “adiantando seu serviço” com o trabalho técnico alheio?
- O perito alega, para sustentar a complexidade da tarefa a ser desenvolvida, que existe uma grande quantidade de quesitos a serem respondidos. Observe-se que alguns desses quesitos são repetitivos, em relação aos diversos solicitantes, que os apresentaram. Além disso, o maior número de quesitos é da lavra do Sr. Lázaro Rodovalho, chegando a detalhes desnecessários, sob meu ponto de vista.
- Seu cliente pediu a prova pericial na contestação. O juízo deferiu. “Vamos rachar”? 
- Em homenagem aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, bem como a natureza da prova técnica a ser produzida, em sintonia com a praxe, não apenas do juízo, mas também do mercado:
(TJ-DF - AGI: 20140020062523 DF 0006289-89.2014.8.07.0000, Relator: MARIO-ZAM BELMIRO, Data de Julgamento: 04/06/2014, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 12/06/2014 . Pág.: 115):
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. HOMOLOGAÇÃO DE LAUDO. PERITO NOMEADO PELO JUÍZO. INSATISFAÇÃO COM OS DADOS APRESENTADOS. IMPUGNAÇÃO. AUSÊNCIA DE ERRONIA. VALOR DOS HONORÁRIOS DO PERITO. ALEGAÇÃO DE VALOR ELEVADO. HONORÁRIOS FIXADOS EM PATAMAR RAZOÁVEL. 1. ESTANDO O LAUDO PERICIAL, ELABORADO POR PERITO, RECONHECIDAMENTE COMPETENTE EM SUA ÁREA DE ATUAÇÃO, DE CONFIANÇA DO JUÍZO E EM CONSONÂNCIA COM OS PARÂMETROS ANTERIORMENTE DELIMITADOS, AUSENTE PROVA CABAL EM SENTIDO CONTRÁRIO, DEVE-SE MANTER INCÓLUME A DECISÃO QUE HOMOLOGOU O LAUDO APRESENTADO PELO EXPERT. 2. A FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS PERICIAIS DEVE GUARDAR RESPEITO AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE, CONSIDERANDO A COMPLEXIDADE E A NATUREZA DA PROVA TÉCNICA A SER PRODUZIDA, BEM COMO O LOCAL E O TEMPO NECESSÁRIO AO CUMPRIMENTO DO SERVIÇO. 3. DEVE-SE MANTER O VALOR ESTIPULADO PARA O PAGAMENTO DE HONORÁRIOS PERICIAIS QUE ESTEJA DE ACORDO COM OS PRINCÍPIOS QUE O REGEM E EM CONSONÂNCIA COM OS VALORES USUALMENTE PRATICADOS POR ESTE TRIBUNAL. 4. RECURSO NÃO PROVIDO.
- Pode-se requerer a redução do valor da perícia técnica, tanto por petição simples ao juízo quanto em sede de agravo (ou informalmente, com o próprio perito. Já fiz uma vez e deu certo):
(TJ-PR - Ação Civil de Improbidade Administrativa: 9827012 PR 982701-2 (Acórdão), Relator: JucimarNovochadlo, Data de Julgamento: 30/01/2013, 15ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1044 21/02/2013)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. PERITO NOMEADO PELO JUÍZO. LIVRE ESCOLHA DO MAGISTRADO. PEDIDO DE SUBSTITUIÇÃO PAUTADO NO VALOR DOS HONORÁRIOS PERICIAIS ARBITRADOS NA DECISÃO AGRAVADA. MANUTENÇÃO DO PERITO, PORÉM, COM A REDUÇÃO DO VALOR. 1. O perito é profissional livremente nomeado pelo juiz, sendo a sua escolha feita levando em consideração a confiança que o magistrado nele deposita. 2. A fixação dos honorários periciais requer a observância de uma série de critérios, tais como a complexidade do objeto da perícia, a necessidade de deslocamento do expert, o tempo requerido para a realização de seu trabalho, o valor econômico da causa, tudo pautado no principio da razoabilidade. 3. Havendo discrepância entre o valor arbitrado e o trabalho a ser desenvolvido, faz-se necessária a redução da quantia, ressalvada a possibilidade do perito recusar o encargo, eis que não pode ser obrigado a aceitar tarefa por valor inferior ao proposto.Agravo de Instrumento parcialmente provido.
- Verificar a tabela de honorários da categoria:
(TJ-RS - AI: 70051617686 RS , Relator: Artur Arnildo Ludwig, Data de Julgamento: 12/11/2012, Sexta Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 21/11/2012)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. SEGUROS. HONORÁRIOS DO PERITO. FIXAÇÃO ADEQUADA. 1. Os honorários periciais fixados no Juízo a quo não são excessivos, na medida em que a referida verba está sujeita ao prudente arbítrio do magistrado que preside o feito, limitada à tabela profissional de cada categoria. 2.Há que se levar em conta para fixação dos honorários periciais o trabalho a ser efetuado pelo perito nomeado naquele Juízo, bem como a sua complexidade e o tempo de execução, não podendo importar em prejuízo para o profissional que realizará o referido encargo.

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