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AULA 04 ELABORAÇÃO DO LAUDO E PARECER PERICIAL

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ELABORAÇÃO DO LAUDO E PARECER PERICIAL
Professor (a):
Dr. Ademir M. Moribe
Objetivos de aprendizagem
•Demonstrar ao aluno como produzir pareceres e laudos periciais e defendê-los à luz do Código de Processo Civil.
•Explicar quando e como apresentar o laudo e o parecer pericial.
•Estudar como deve ser a estrutura de um laudo.
•Explicar a importância de se observar os aspectos processuais para apresentação do laudo e parecer.
•Explicar formas de estabelecer a composição dos honorários e quando solicitar a sua liberação.
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•Estrutura do laudo e parecer
•Resposta aos quesitos
•Apresentação do laudo e do parecer
•Proposta de honorários e levantamento de honorários
Introdução
Olá! Como vimos anteriormente, as áreas que requerem o trabalho pericial são variadas, como, por exemplo, as divergências com relação aos direitos no entendimento de empregados e empregadores nas rescisões trabalhistas, a incidência ou não de tributos em determinadas operações comerciais, os juros das operações de financiamentos e empréstimos, os direitos de sócios numa sociedade comercial, os direitos de credores na recuperação de empresa em dificuldades, o valor das indenizações nos casos de danos à imagem ou à moral de pessoas físicas e jurídicas, a partilha de bens e direitos de espólios ou dissoluções de casamentos etc., além, é claro, da apuração de haveres e de realidades em operações de investigação de dilaceração do patrimônio, como os casos dos escândalos antigos (Banco Pan-Americano, Enron) e atuais (Petrobrás, Metrô de São Paulo, Receita Estadual do Paraná).
A atividade pericial é cheia de formalismos, por ser um ambiente processualístico, por envolver ritos jurídicos formais a serem observados por todos, inclusive pelas partes em litígio e, portanto, é uma especialidade que requer conhecimentos técnicos e processuais.
Especificamente, para atuação na área do Direito, todo profissional que exerce essa atividade tem a qualidade de auxiliar a justiça, seja o magistrado, os promotores de justiça ou advogados das partes, elaborando laudos e pareceres que possam esclarecer questões que requerem conhecimentos técnicos e científicos.
Dessa forma, a elaboração e a apresentação do laudo e parecer devem apresentar uma estrutura lógica que facilite o entendimento do julgador e dos demais usuários da informação. É preciso lembrar que, na perícia, há o formalismo jurídico, que deve ser respeitado, sob pena de responsabilidades, que são aspectos relacionados a prazos, petições, estrutura do laudo, diligências etc.
Nessa parte do nosso estudo, sobre a apresentação do laudo pericial produzido pelo perito, veremos as exigências mínimas que devem conter na estrutura, bem como as exigências requeridas pelo parecer pericial, elaborado pelo assistente técnico nas pericias judiciais.
Destacamos que a apresentação do laudo pericial e a do parecer possuem prerrogativas que devem ser observadas e que serão apresentadas nesta unidade, que são as metodologias, as diligências, a apresentação de respostas dos quesitos etc. E veremos que, para a entrega e apresentação do laudo, são requeridos procedimentos protocolares, que são imprescindíveis, devendo ser observados e obedecidos pelos profissionais envolvidos nesse tipo de trabalho.
Por fim, estudaremos como deve ser feita a apresentação da proposta de honorários e do requerimento de levantamento dos valores depositados a esse título, mediante a entrega do trabalho.
ESTRUTURA DO LAUDO E PARECER
Depois de executados todos os procedimentos periciais e diligências necessárias para a obtenção da prova, consolidados com a realização do trabalho de perícia, é necessário apresentar o resultado do trabalho de forma objetiva, porém circunstanciada, obedecendo a uma sequência lógica e estruturada, conforme normas técnicas que possibilitem o fácil entendimento como caminho para resolução dos questionamentos suscitados.
O laudo pericial é o produto ou a peça que sintetiza objetivamente, de forma minuciosa e circunstanciada, todo o trabalho desenvolvido pelo perito e que deve ser entregue ao magistrado devidamente protocolizado nos cartórios ou varas. Trata-se de um relatório técnico com convicções formadas pelo perito, obtidas durante as diligências.
Um laudo, que é o resultado do trabalho do perito-contador, não pode ser apresentado de qualquer forma. É necessário seguir uma estrutura de uma peça documental que obedeça a critérios pré-estabelecidos, de forma a garantir uma leitura mais acessível, lógica e de fácil entendimento, que certamente propiciará maior confiabilidade e credibilidade. O documento é denominado Laudo Pericial Contábil.
Não há um modelo padrão para a elaboração de um laudo. Mas existem formalidades que compõem a estrutura dele, derivado da doutrina jurídica aplicada de forma uniforme por todos os peritos contábeis. Por outro lado, conforme as jurisdições ou tipo de trabalho, pode ser requerida uma estrutura mais simples ou complexa.
A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica NBC TP 01, introduzida pela resolução CFC nº 1.243, define laudo pericial contábil como:
O laudo pericial contábil é a peça pela qual o perito-contador expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objeto da perícia, os estudos e as observações que realizou, as diligências, os critérios adotados, os resultados, e as conclusões (BRASIL, 2009).
O laudo poderá ser com resposta aos quesitos, e, havendo quesitos, a resposta será orientada pelo objeto da matéria.
Neles devem ser registrados de forma circunstanciada, clara e objetiva, sequencial e lógica, o objeto da perícia, os estudos e observações realizadas, as diligências executadas para a busca de elementos de prova necessários, a metodologia e critérios adotados, os resultados devidamente fundamentados e as suas conclusões (BRASIL, 2009).
Em observância às determinações do art. 25 do Decreto-Lei nº 9.295 (BRASIL, 1946) e da NBC TP 01 - Perícia Contábil, aprovada pela Resolução CFC nº 1.243 (BRASIL, 2009) (reeditada em 2015), qualquer laudo pericial contábil e parecer pericial contábil deve ser elaborado somente por contador habilitado e devidamente registrado em Conselho de Contabilidade.
Você e seu amigo são presos devido a fraudes cometidas no setor da empresa em que trabalham. A polícia lhe oferece o seguinte acordo (delação premiada): 
• Se denunciar seu colega, você fica livre. Porém, seu colega pode pegar 5 anos de prisão. Mas não se esqueça: a mesma proposta será feita para ele. 
• Se você e seu colega se denunciarem, ambos pegam 3 anos de prisão cada.
• Se nenhum dos dois se confessar, a polícia dispõe de provas para condenar com prisão de, no máximo, apenas um ano cada.
• Você é alertado pelo defensor a não delatar o colega.
Fonte: o autor.
Como documento formal, o laudo deve apresentar atributos que demonstrem a sua qualidade, como a materialidade e a consistência das afirmações e apreciações expressas pelo perito, a partir dos elementos examinados.
O parecer pericial representa a opinião das partes envolvidas (Reclamante e Reclamada) e será emitido pelos Assistentes Técnicos das partes, após analisar o laudo pericial, concordando ou discordando das convicções formadas pelo perito. Em caso de discordância parcial, o assistente deverá levantar elementos de prova capazes de provar especificamente nos quesitos apontados as imperfeições observadas nos procedimentos ou metodologias de trabalho adotado.
A estrutura do laudo representa a identificação da sucessão de eventos previstos para a apresentação do documento, contendo uma sequência de ações.
De acordo com a NBC TP 01 (BRASIL, 2009), o laudo pericial contábil, elaborado pelo perito, e o parecer pericial contábil, elaborado pelo assistente técnico, devem conter, no mínimo, os seguintes itens:
a. identificação do processo e das partes. Em geral, em se tratando de perícia judicial, a identificação do processo decorre do tipo de ação judicial que está sendo tratado, enquanto que as partes representamquem está reclamando e quem é o reclamado na causa;
b. síntese (resumo) do objeto da perícia, ou seja, do que se trata a perícia;
c. metodologia adotada para os trabalhos periciais, definindo-se com base nas perspectivas teóricas adotadas nos instrumentos de coleta de dados e diligências, dando a consistência técnico-científica, essencial para o laudo;
d. identificação dos tipos de diligências realizadas. Muitas vezes um perito experiente omite ou descreve de forma simplificada essas diligências, o que pode dar margem a interpretações erradas a seu respeito;
e. transcrição na íntegra e resposta dos quesitos formulados pelo juiz e pelas partes nas petições deferidas pelo magistrado, tanto para o laudo como para o parecer, conforme o caso;
f. respostas e comentários do perito-contador assistente. Trata-se, nesse caso, do parecer do assistente técnico das partes sobre o laudo elaborado pelo Perito, sendo o caso;
g. conclusão da perícia;
h. anexos ao laudo;
i. apêndices;
j. assinatura do perito: fará constar sua categoria profissional de contador e o seu número de registro em Conselho Regional de Contabilidade, comprovada mediante Declaração de Habilitação Profissional (DHP). É permitida a utilização da certificação digital, em consonância com a legislação vigente e as normas estabelecidas pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP-Brasil).
Observe os preceitos que envolvem a PERÍCIA:
Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.
O exame é a análise de livros, registros das transações e documentos.
A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.
A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto da perícia.
A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.
O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico.
A mensuração é o ato de quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações.
A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.
A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a esse profissional.
Concluídas as diligências, o perito-contador apresentará o laudo pericial contábil, e os peritos-contadores assistentes, seus pareceres periciais contábeis, obedecendo aos respectivos prazos.
Ocorrendo diligências em conjunto com o perito-contador assistente, o perito-contador o informará por escrito quando do término do laudo pericial contábil, comunicando-lhe a data da entrega do documento.
O perito-contador assistente não pode firmar em laudo ou emitir parecer sobre esse, quando o documento tiver sido elaborado por leigo ou profissional de outra área, devendo, nesse caso, apresentar um parecer contábil da perícia.
Fonte: Portal de Contabilidade (online).
O perito-contador assistente, ao pôr a sua assinatura, em conjunto com o perito-contador, em laudo pericial contábil, não deve emitir parecer pericial contábil a esse laudo. Um laudo pericial deve ter em sua estrutura, no mínimo, os elementos seguintes, conforme a NBC TP 01 do Conselho Federal de Contabilidade (BRASIL, 2009).
a. Abertura do processo:
•Nome da pessoa a quem se dirige a perícia (judicial = ao juiz).
•Nº do processo se houver. 
•Nome ou Identificação das partes envolvidas – autor e réu ou reclamante e reclamado.
•Parágrafo introdutório. No parágrafo introdutório, deve constar:
•Declaração formal de realização do trabalho pericial.
•Identificação legal do perito.
•Nº de registro no órgão de classe.
•Declaração de observância da legislação processual aplicável (código de direito trabalhista, bancário, penal, código civil, código de processo civil etc.), das Normas Brasileiras de Perícia e do perito-contador (atualmente as Normas Brasileiras de Contabilidade são NBC TP 01 e NBC PP 01, editadas em 2009 e reeditadas em 2015).
•Declaração da espécie de laudo que se apresenta. É importante esclarecer se o Laudo é referente aos quesitos ordinários, de esclarecimento ou complementar, conforme apresentado.
b. Considerações iniciais:
•Data e nome do solicitante da perícia.
• Síntese do objeto da perícia. É um relato resumido que possibilita, por meio de uma breve leitura, a noção dos fatos relatados, ou a transcrição resumida dos fatos da lide sobre as questões básicas que resultaram na nomeação ou na contratação do perito-contador.
•Metodologia adotada para os trabalhos periciais – é o conjunto dos meios adotados para alcançar o resultado da perícia por meio do conhecimento técnico ou científico.
•Referência de técnicas adotadas para exame dos autos.
c. Exposição sobre o desenvolvimento do trabalho:
•Introdução ao trabalho, referência a normas profissionais e ordenamento lógico.
•Identificação do objeto da prova pericial (questão).
•Identificação do objetivo da prova pericial (sua finalidade).
•Se não houver diligência, descrição dos elementos que foram objeto de exame ou verificação.
•Se houver diligência, identificar de que forma e tipo os procedimentos foram realizadas. São todos os procedimentos e atos adotados pelo perito contador na busca de documentos, coisas, informações ou quaisquer outros elementos de prova, bem como todos os subsídios necessários à elaboração do Laudo Pericial Contábil, mediante Termo de Diligência, quando possível, inclusive acompanhamento ao perito assistente técnico, quando este for realizar diligências junto a qualquer das partes. Ainda são consideradas diligências as comunicações às partes, aos Peritos Contadores ou a terceiros, ou petições judiciais, em decorrências de necessidade de arrecadar elementos de prova.
•Descrição de técnicas, análises, métodos utilizados para conclusão pericial.
•Transcrição e resposta aos quesitos: verificação da existência ou não da transcrição, bem como, para efeito dessa pesquisa, a existência de menção ou não de quesitos nos autos do processo. Quesitos são as perguntas elaboradas pelas partes ou pelo magistrado referentes ao objeto da perícia.
d. Considerações finais:
•Síntese da conclusão.
•Opinião técnica do perito sobre a matéria.
•Síntese de apuração de valor e seu montante (se for o caso).
• Síntese da finalidade do laudo.
•Indicação de quesitos (se houver).
e. Quesitos – Respostas:
•Transcritos na íntegra e na ordem sequencial iniciando com os quesitos do Magistrado, do Reclamante e do Reclamado.
•Respondidos sequencialmente à transcrição dos quesitos formulados.
•Respondidos de forma clara e objetiva, sem tergiversar sobre detalhes que podem fazer parte do ambiente, mas que não dizem respeito ao quesito. É importante evitar assuntos ou opiniões pessoais ou subjetivas nas respostas.
f. Encerramento do laudo com a Conclusão:
•Exposição formal do encerramento do trabalho pericial, de maneira objetiva.
Nesse caso, é preciso verificar a existência ou não desse requisito no processo ou causa. É a quantificação, quando possível, do valor da demanda, podendo reportar-se a demonstrativos apresentados no corpo do laudo ou em documentos. É na conclusão que o perito-contador colocará outras informações que não foram objeto dos quesitos, porém as encontrou na busca dos elementos de prova e que, de alguma forma, servirão de apoio para a opinião ou julgamento. Sem a conclusão, o laudo não ganha sentido, tornando-se uma peça inócua.
•O perito deve lembrar-se de fazer constar da descrição da quantidade de páginas que compõem o laudo e rubricar.
•Local e data da conclusão do laudo.
•Assinatura e identificação do perito. Verificação da existência ou não de assinatura aposta no laudo pericial, do profissionalresponsável pela sua elaboração, com o respectivo Número do registro no CRC (Conselho Regional de Contabilidade), em que o profissional contador está registrado. A assinatura do profissional é o principal item que lhe confere a autoria, a responsabilidade pelo trabalho realizado, pelo que foi descrito no laudo pericial.
g. Anexos:
•Os anexos que integram o laudo devem ser numerados sequencialmente e rubricados pelo perito. Anexos são documentos elaborados pelas partes ou terceiros com o intuito de complementar a argumentação ou elementos de prova, arrecadados ou requisitados, pelo perito-contador durante as diligências.
•Dos anexos fazem parte: demonstrativos de análise e documentos indispensáveis à ilustração e bom esclarecimento do trabalho técnico realizado.
•Apêndices: verificação da existência ou não desse requisito. São documentos elaborados pelo perito-contador com o intuito de complementar a argumentação ou elementos de prova.
Quando o perito deixa de apresentar alguns requisitos importantes que deveriam constar no laudo, como a metodologia adotada e quais foram os critérios utilizados na realização do seu trabalho, faz que a leitura e o entendimento do laudo tornem-se difíceis, afastando-se da sua finalidade, que é elucidar questões que exijam conhecimentos especializados. Além disso, a ausência de metodologia induz dificuldades em compreender como as diligências foram realizadas. Dessa forma, o magistrado fica sem saber como foi que o perito chegou à conclusão do seu trabalho e quais foram os atos que permitiram a ele fundamentar sua opinião.
Em geral, pode haver confusão quanto às funções de auditoria e perícia contábil. No aspecto prático, prevalecem procedimentos e técnicas investigativas diferentes. A perícia é a prova elucidativa dos fatos específicos, identificados pela auditoria, enquanto a auditoria é voltada para revisão, verificação e tende a ser necessidade periódica, podendo ser por amostragem.
A Perícia não aceita a amostragem e sua atuação se dá no universo completo dos fatos, em que a opinião é expressa com rigores de cem por cento de análise.
A Auditoria busca avaliar controle interno e a certificação da fidedignidade da informação. Porém, se for detectado problema no setor, não aponta a pessoa que deverá ser responsabilizada pelo problema, por ter cometido a irregularidade, salvo em casos de confissão. O trabalho de auditoria é consolidado em um Relatório de Auditoria que dá base ao Parecer de Auditoria.
Auditoria avalia e faz “checagem” dos documentos, registros, procedimentos de rotina para confirmar se estão registrados, avaliados e classificados corretamente.
Fonte: o autor.
Apesar de aparente obviedade, na estrutura do laudo pericial, é importante relembrar que uma perícia judicial segue formalismos jurídicos que ensejam diversas formas de responsabilidades jurídicas. Portanto, não cumprir as principais formalidades de um laudo, como deixar de apresentar o laudo no prazo, não responder todos os quesitos, não apresentar as metodologias e técnicas adotadas, deixar de rubricar todas as páginas de um laudo, são falhas graves que certamente poderão gerar contestações ou solicitações de explicações adicionais que retardarão a finalização do processo. Outras consequências são as comunicações dessas negligências pelo magistrado, ao Conselho Regional de Contabilidade, gerando outras penalidades e punições.
RESPOSTA AOS QUESITOS
Ao se deparar com o laudo pericial, se você não estiver bem familiarizado(a) com o processo, poderá ter alguma dificuldade de interpretação do trabalho realizado pelo perito, na intenção e no cumprimento de um mister de oferecer ao juiz uma materialização da prova. Mas, sem dúvida, uma das maiores dificuldades do peito é a resposta aos quesitos efetuados pelas partes.
Primeiramente, é preciso esclarecer que “quesitos” são algumas questões (perguntas mesmo) feitas pelas partes (autor e réu), por meio dos seus advogados, perguntas essas que têm a finalidade de esclarecer o caso.
Os quesitos podem ser apresentados pelo juiz, pelo autor e pelo réu. Em alguns casos, o Ministério Público pode atuar no caso como “fiscal da lei”. Nesses casos, o representante do Ministério Público (Promotor) também pode formular “quesitos”.
Como nos ensina João Paulo Ferreira Neto, em sua obra “As diversas formas de elaboração de um laudo pericial contábil – Semelhanças doutrinárias e normativas” (2006), o perito pode adotar uma forma de hierarquia, respondendo primeiramente os quesitos do juiz e, depois, os quesitos das partes. Vejamos:
Quesitos: Quando os assuntos técnicos objeto do litígio são desenvolvidas mediante perguntas formuladas pelo magistrado, pelas partes, por uma das partes apenas, ou pelo tribunal arbitral, o perito observará algumas regras básicas.
1) Respostas aos quesitos do juízo (se houver) Considerando a hierarquia, são respondidos em primeiro momento os quesitos formulados pelo magistrado. 
2) Respostas aos quesitos das partes (se houver) A respostas dos quesitos ofertados pelas partes devem ser na mesma ordem em que foi juntada nos autos do processo. Outro requisito deve ser observado, as respostas aos quesitos devem ser pontualmente na mesma ordem de sua formulação, ou seja, do primeiro até o derradeiro sem nenhuma alternância. O perito deve abster-se de responder aqueles quesitos que fogem de sua competência técnica.
3) Abordagem da questão técnica: Na ausência da formulação de quesitos, o perito, necessariamente deve abordar de maneira original e tecnicamente adequada tendo em vista os assuntos polêmicos que deram origem a solicitação da prova técnica (FERREIRA NETO, 2006, p. 14).
Então, observe que o perito atento verifica nos autos quem trouxe primeiramente os quesitos ao processo, respondendo nessa ordem. Além disso, observa rigorosamente a ordem das questões, adotando a numeração ordinária do questionamento da parte, isto é, quesito 1, quesito 2 etc.
Pode-se entender os quesitos como sendo um questionário básico formulado e apresentado pelas partes (ou seus advogados e peritos assistentes) e pelo próprio magistrado, antes do início das diligências. Isto é, antes do desenvolvimento da produção da prova pericial contábil e entrega da peça técnica. São as perguntas de natureza técnica ou científica a serem respondidas pelo perito. São, em geral, apreciadas pelo magistrado e pelas partes a fim de evitar indagações impertinentes, fora do âmbito da lide proposta, bem como diligências desnecessárias ou procrastinatórias. Surgem, assim, duas categorias de quesitos: os pertinentes e os impertinentes. Os primeiros têm por objetivo esclarecer as questões técnicas contábeis. Os impertinentes abordam, geralmente aspectos não relacionados com o que se debate nos autos do processo, ou então, são perguntas que buscam do perito, opinião fora de sua competência legal.
Evidentemente, encontra-se o perito apto para afirmar, no mais das vezes, se um quesito é manifestamente impertinente ou não. De outro modo não se acha preparado para o exercício da função. Se tiver dúvidas, sobretudo nas perguntas cuja impertinência não seja manifesta, nada impede que se dirija ao magistrado, por petição ou verbalmente, para que este decida ou o oriente a respeito. Estas cautelas não devem ser postergadas, pois uma má quesitação pode condenar uma boa perícia e até mesmo abalar o conceito do perito (Pestana de Aguiar).
Os quesitos formulados pelas partes são oferecidos perseguindo determinados objetivos, ou seja, ver produzida prova contábil que dê guarida aos fatos por elas alegados.
Cada perícia contábil tem em comum determinados objetivos perseguidos, todavia, não os quesitos formulados. Esses refletem o estilo e a estratégia de quem os formula.
Isso vale dizer ser difícil o perito deparar com quesitos idênticos para processos semelhantes. Podem-se, quando muito, encontrar alguns quesitos semelhantes em processos cujos conteúdos sejam também semelhantes desde que patrocinados pelos mesmos advogados.
Oferecer resposta correta e adequada aos quesitos formulados tem por pressupostosaber ler e entender o que está sendo indagado, tarefa essa nem sempre tranquila, mormente, quando o texto da indagação seja dúbio ou permita mais de uma interpretação técnica.
Cuidado especial deve ser dado a determinados quesitos cujo conteúdo envolva matéria de direito. Salvo naquilo que for necessário reportar para atender à questão técnica proposta, o perito judicial deve eximir-se de oferecer resposta a esse tipo de pergunta mesmo porque estão fora de sua competência legal.
Então, é possível aparecer várias categorias de quesitos: na primeira categoria, enquadram-se aqueles pertinentes ao objeto da perícia; na segunda, aqueles indeferidos pelo magistrado; em uma terceira categoria, aqueles cujas indagações são dúbias ou que permitem mais de uma resposta técnica; e, por último aqueles que tratam de matéria jurídica. 
Fonte: Soares (online).
A resposta aos quesitos é objetiva e não subjetiva. Portanto, se o perito encontrar uma questão que possa gerar uma resposta puramente pessoal, deve esquivar-se de maneira técnica da questão, evitando, assim, colocar o trabalho sob questionamento ou impugnação. Um exemplo de quesito que remete à questão subjetiva é aquele que pergunta sobre a legalidade. Nesse caso, o perito deve responder de maneira que passe a análise da questão ao crivo do juiz, pois, este, sim, é quem está encarregado de analisar as questões de direito (se é legal ou não).
Vejamos alguns quesitos:
1. É legal a cobrança do imposto objeto de litígio?
2. A cobrança da multa de 10%, no caso, tem embasamento legal?
3. O período de incidência dos juros legais está compreendido na vigência da lei que rege a aplicação da cobrança de juros compensatórios?
Nos casos acima, deve o perito responder de forma objetiva, porém, sem emitir juízos de valor. Vejamos, a título de exemplo, como poderiam ser as respostas aos quesitos acima:
1. Prejudicado. A matéria envolve análise de “legalidade”, de forma que a questão extrapola o campo de competência do perito, devendo a mesma ser submetida ao crivo do juízo.
2. Prejudicado. A questão envolve a “legalidade”, matéria que foge à competência do perito, devendo ser submetida ao crivo do juiz.
3. Prejudicado. A questão que envolve análise de legalidade de incidência de juros legais é pertinente ao crivo do juiz, extrapolando, assim, o campo de competência do perito.
Observe que o perito não deixou de responder os quesitos, porém, não respondeu as questões, deixando-as ao crivo do juiz. Dessa forma, o perito mantém-se dentro do campo de sua competência.
Observe atentamente o conteúdo do estudo e tente refletir sobre as seguintes questões:
1. O que são quesitos na perícia? Para que servem os quesitos? Por quem são formulados?
2. Todos os quesitos devem ser respondidos? Justifique à luz da legislação.
3. Como deve ser respondido um quesito que trate de matéria jurídica? Exemplifique.
4. O que são quesitos impertinentes? Justifique e exemplifique.
5. O que significa responder o quesito e não responder a questão?
Veja que o perito utilizou uma expressão clássica e técnica para o início da resposta: “prejudicado”. A expressão significa uma resposta ao quesito, mas não uma resposta à questão apresentada. Assemelha-se a uma resposta de alguém que analisa uma fotografia em “preto e branco” devendo responder a seguinte questão: “qual a cor dos olhos do investigado?”. A resposta, de forma técnica, é: “Prejudicado”. Explicando-se, em seguida, o motivo: “a foto apresentada tem característica ‘preto e branco’”, complementa a resposta ao “quesito”, sem responder à questão.
Como vimos, portanto, o quesito foi respondido e o perito não poderá ser incomodado, admoestado ou questionado ou mesmo impugnado por não ter respondido o quesito, pois este foi respondido. Se a questão não foi respondida, é porque o perito não poderia respondê-la.
Dentre as perícias extrajudiciais, uma das mais modernas, apesar das mais antigas, é a chamada Perícia Arbitral. Atualmente, vigente por meio da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, relativa a direitos patrimoniais disponíveis, a Arbitragem garante às partes litigantes o direito de escolher, livremente, as regras do direito que serão aplicadas no procedimento arbitral.
As partes podem submeter a solução dos litígios ao juízo arbitral, valendo-se, no entanto, de laudos técnicos periciais, que em nada diferem daqueles produzidos na justiça estatal.
Apresenta características de perícia judicial, porque o juízo arbitral é instância que decide, sendo criada pelas próprias partes. Entretanto, o juízo arbitral é privado e, dessa forma, tem aspectos de perícia extrajudicial. Normalmente, as decisões são operadas nas Câmaras de Mediação e Arbitragens.
Fonte: o autor.
É claro que o perito não pode utilizar esse expediente em todas as questões e fugir, assim, de sua responsabilidade. Deve, logicamente, responder as questões técnicas, que se encontram no campo de sua competência: contabilidade, cálculos, medições de patrimônio, aspectos fiscais etc.
APRESENTAÇÃO DO LAUDO E DO PARECER
O laudo pericial é a finalização do trabalho do perito com as conclusões do trabalho e as respostas aos quesitos.
Conforme estabelece o art. 433, do Código de Processo Civil (BRASIL, 1973) (Novo CPC, art. 477), o perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, e os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo.
Ambos os documentos devem ser escritos, nos quais os peritos devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto e as buscas de elementos de prova, necessários para a conclusão do seu trabalho. No encerramento do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil, deverão consignar suas conclusões de forma clara e precisa.
Como em qualquer outro documento contábil oficial, os laudos periciais ou pareceres periciais contábeis não devem conter espaços em branco, rasuras, entrelinhas etc.
O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil devem ser escritos de forma direta e circunstanciada, devendo atender às necessidades dos julgadores (magistrados) e dos interessados (reclamante e reclamado) e ao objeto da discussão, sempre com conteúdo claro e limitado ao assunto da demanda, de forma que possibilite aos julgadores proferirem justa decisão. A linguagem adotada pelos peritos deve ser acessível aos interlocutores, possibilitando aos julgadores e às partes da demanda conhecimento e interpretação dos resultados obtidos nos trabalhos periciais contábeis.
Os termos técnicos devem ser inseridos na redação do laudo pericial contábil e do parecer pericial contábil, de modo a se obter uma redação técnica que qualifique o trabalho pericial, respeitadas as Normas Brasileiras de Contabilidade, bem como a legislação de regência da profissão contábil. Os profissionais deverão se utilizar do vernáculo, sendo admitidas apenas palavras ou expressões idiomáticas de outras línguas de uso comum nos tribunais judiciais ou extrajudiciais.
O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil devem contemplar o resultado final de todo e qualquer trabalho alcançado por meio de elementos de prova, inclusos nos autos ou adquiridos em diligências que o perito-contador tenha efetuado por intermédio de peças contábeis e quaisquer outros documentos.
Um laudo divergente poderá ser elaborado pelo assistente técnico pericial quando houver discordância do laudo oficial. Nessa circunstância, é necessária uma sólida fundamentação conceitual e técnica para sua apresentação, além de seguir todos os procedimentos aplicados ao laudo pericial judicial.
Alguns juízes acatam os pareceres técnicos elaborados pelos assistentes técnicos das partes, entendendo que, conforme os artigos 332 e 333 do Código de Processo Civil (BRASIL, 1973) (CPC 2015, art. 373), “cabe o ônus da prova ao autor”, ou seja, a quem alega e, portanto, se juntada na inicial, este parecer é prova suficiente. E ao réu cabe o ônus de provar que o direitoalegado pelo autor foi extinto, modificado ou não existente.
Fonte: o autor.
A apresentação do laudo requer alguns procedimentos que servem de orientação no ato da entrega, a saber:
• Entrega do laudo por meio de petição: verificação da exigência ou não de documento petitório de juntada aos autos do processo, do laudo pericial contábil.
•Laudo escrito de forma clara, objetiva, concisa e completa: por ausência de definição dos critérios na NBC TP 01, para essa pesquisa, será verificada a presença ou não dos seguintes requisitos na escrita do laudo:
a. Clareza: redação de acordo com a norma culta, de forma que permita o entendimento do que foi escrito.
b. Forma objetiva: abordagem do tema de forma específica sem fugir do que foi proposto e sem opinião subjetiva do perito.
c. Concisão: ser criterioso no uso das palavras. Expressar as ideias de forma breve e eficiente.
d. Precisão: utilizar as palavras corretas, elaborar o laudo de forma coerente.
Na NBC TP 01 - Perícia Contábil (BRASIL, 2009), encontramos as seguintes definições pertinentes ao laudo e ao parecer pericial contábil:
a. Forma Circunstanciada - entende-se como a redação pormenorizada, minuciosa, efetuada com cautela e detalhamento em relação aos procedimentos e aos resultados do parecer ou do laudo pericial contábil.
b. Síntese do Objeto da Perícia - entende-se como o relato sucinto sobre as questões básicas que resultaram na nomeação ou na contratação do perito.
c. Diligências - entende-se como todos os procedimentos e atos adotados pelo perito na busca de documentos, objetos ou coisas, informações ou quaisquer outros elementos de prova, bem como todos os subsídios necessários à elaboração do laudo e do parecer pericial contábil.
d. Critérios da Perícia - são os procedimentos que servem de norma para julgar ou decidir o caminho que deve seguir o perito na elaboração do trabalho pericial.
e. Metodologia - conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar o resultado da perícia mediante o conhecimento técnico-científico, de maneira que possa, ao final, inseri-lo no corpo técnico do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil.
f. Resultados Fundamentados - é a explicitação da forma pela qual o perito chegou às conclusões da perícia.
g. Conclusão - é a quantificação, quando possível, do valor da demanda, podendo reportar-se a demonstrativos apresentados no corpo do laudo pericial contábil e do parecer pericial contábil.
A complexidade do laudo pode variar conforme o caso. Se o laudo exigir apenas cálculos aritméticos, como atualização monetária de uma dívida, por meio de aplicações de índices econômico-financeiros, fatores de correção monetária ou conversão de moedas, basta transpor esses elementos de tabelas oficiais, disponíveis em sites, como Banco Central, IBGE, FGV-Fundação Getúlio Vargas e outros Institutos, fazer as multiplicações e apresentar a composição da dívida.
Mas há casos em que a apresentação de uma dívida exige compreensão de diversas variáveis, além das acima indicadas, como, por exemplo, avaliação de perdas e danos de um período de recesso de uma empresa, em razão de um sinistro qualquer, ou a avaliação de quotas empresariais para fins de separação de sócios etc.
Nesses casos, o laudo deve apresentar a metodologia correta e, ainda, as memórias de cálculos, deixando bem claro quais as ferramentas utilizadas pelo perito para que a conclusão reflita realmente a prova de que o magistrado precisa para concluir seu julgamento.
Por isso, o perito deverá ser um eterno acadêmico, ou seja, deve se reciclar constantemente em diversos campos do conhecimento, além da contabilidade, devendo dominar a aplicação da matemática financeira, em todas as suas nuances, como juros simples, juros compostos, anuidades e somatórios, entendimentos sobre os diversos tipos de taxa, como taxa nominal e efetiva, taxas equivalentes, além, é claro, de compreender o funcionamento de calculadoras financeiras que facilitam o trabalho e dão mais segurança ao perito na elaboração de suas memórias de cálculo.
Nem sempre um processo judicial volumoso ou de movimentação morosa, em termos de quantidade de folhas contidas no processo ou montante financeiro em discussão, significa que o trabalho pericial a ser realizado seja complexo. A atuação do perito deve ser específica sobre o que o magistrado irá solicitar de esclarecimentos por meio dos quesitos ou que extrajudicialmente as partes querem que sejam elucidadas.
Tão importante quanto a resposta esperada pelas partes e fornecidas pelo perito é a formulação correta e coerente dos quesitos. Um quesito mal formulado, que possibilite mais de uma interpretação, pode levar a uma resposta imprecisa.
É importante que o perito não deixe transparecer sua posição pessoal acerca do problema, pois uma tendenciosidade pode significar a impugnação do laudo.
PROPOSTA DE HONORÁRIO E LEVANTAMENTO DE HONORÁRIO
A definição dos honorários a serem cobrados pelos trabalhos periciais depende de uma série de fatores e circunstâncias. Quando o magistrado entender que o honorário requerido pelo perito é muito elevado, pode arbitrar um valor menor. A NBC PP 01 (BRASIL, 2009) orienta que, na elaboração da proposta de honorários, o perito deve levar em conta a relevância, o vulto, o risco, a complexidade do trabalho, a quantidade de horas, a quantidade de pessoal técnico a ser envolvido, o prazo estabelecido, a forma de recebimento dos honorários e a elaboração de laudos em conjunto com outros profissionais de diferentes áreas, entre outros fatores. Esses fatores devem ser relacionados com o valor da causa, com os prazos para a execução da perícia e com a facilidade ou dificuldade de acesso ao local da coleta de provas e realização da perícia.
Um dos principais pontos de referência para definir os honorários é o valor da causa, associado à complexidade do trabalho e relacionado com as dificuldades técnicas, pelo grau de especialidade exigida ou dificuldade para obter os elementos de prova. Essas complexidades, associadas, em conjunto, com a dimensão do volume de trabalho e com a abrangência das áreas de conhecimento envolvidas, dão a dimensão para a definição dos honorários.
Em geral, os parâmetros para a definição dos honorários são os seguintes:
a. o valor da causa;
b. a relevância, o volume dos trabalhos, a complexidade do serviço e o custo do serviço a executar;
c. o número de horas estimadas para a realização dos serviços;
d. a peculiaridade de tratar-se de um serviço que a justiça entende ser de pequenas causas;
e. a qualificação técnica dos profissionais requeridos para participar da execução dos serviços;
f. o lugar em que os serviços serão prestados, indicando-se como serão cobrados os custos de viagens e estadas, se for o caso.
Para atuar na atividade pericial, é necessário atender a normas legais, como as leis, e estar em conformidade com a regularidade profissional. Recomenda-se, ao aluno, observar as Normas Brasileiras de Contabilidade, aprovadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, especialmente as NBC TP 01 e NBC PP 01 (BRASIL, 2009).
O perito deve demonstrar capacidade para pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar as provas colhidas no laudo pericial e/ou no parecer pericial contábil.
Existem situações que restringem o trabalho do profissional de contabilidade nas atividades de perícia, que são a sua competência técnica, além dos casos de impedimentos legais, impedimentos técnico-científicos e situações de suspeição de sua imparcialidade.
O formalismo jurídico e o processual são importantes fatores a que o perito deve estar atento, para não ter seu trabalho invalidado ou impugnado. 
O CRC – Conselho Regional de Contabilidade é o órgão fiscalizador da profissão e pode autuar o profissional que não estiver de acordo com as normas NBC TP 01 e TP 02, podendo, inclusive, aplicar o Código de Ética e instaurar o processo administrativo disciplinar, que poderá resultar em punição ao profissional, inclusive com a suspensão temporária de suas atividades. 
A conduta ética do perito, alémdaquelas insertas no Código de Processo Civil, está também capitulada nos Códigos de Éticas de várias profissões. No caso dos contadores, por meio da Resolução 803/96 e 815/97 do CFC, especialmente no comportamento exigido, no seu art. 5º que se manifesta:
Art. 5º - O contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá:
I- recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização requerida;
II- abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo;
III- abster-se de expender argumento ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos;
IV- considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido a sua apreciação;
V- mencionar obrigatoriamente fatos que conheça, e repute em condições de exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso 11 do Art. 2º;
VI- abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido de documentos;
VIII- considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;
VIII- atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho (BRASIL, 1996).
Além disso, não se pode esquecer os riscos envolvidos, tais como a possibilidade dos honorários não serem integralmente recebidos ou que haja atraso demasiadamente longo no recebimento dos honorários, e as implicações cíveis, penais e profissionais, às quais poder estar sujeito o perito.
Não se pode esquecer, sob risco de prejuízos financeiros, durante a elaboração da proposta de honorários, da quantidade de horas necessárias para a realização do trabalho, incluindo a quantidade de profissionais por qualificação (auxiliares, assistentes, seniores etc.).
Conforme a NBC PP 01 (BRASIL, 2009), as seguintes atividades devem ser ponderadas na elaboração da proposta de honorários:
(a) retirada e entrega dos autos;
(b) leitura e interpretação do processo;
(c) elaboração de termos de diligências para arrecadação de provas e comunicações às partes, terceiros e peritos-contadores assistentes;
(d) realização de diligências;
(e) pesquisa documental e exame de livros contábeis, fiscais e societários;
(f ) realização de planilhas de cálculos, quadros, gráficos, simulações e análises de resultados;
(g) laudos interprofissionais;
(h) elaboração do laudo;
(i) reuniões com peritos-contadores assistentes, quando for o caso;
(j) revisão final;
(k) despesas com viagens, hospedagens, transporte, alimentação etc.;
(l) outros trabalhos com despesas supervenientes.
A proposta de honorários deve ser apresentada pelo perito, após sua intimação, devidamente fundamentada, ao magistrado nas perícias judiciais ou ao contratante nas pericias extrajudiciais.
Nos casos em que houver necessidade de desembolso para despesas supervenientes, tais como viagens e estadas, para a realização de outras diligências, o perito poderá requerer ao juízo o pagamento das despesas, desde que apresentando o respectivo orçamento e desde que não estejam contempladas na proposta inicial de honorários.
Por sua vez, o perito-contador assistente deve apresentar sua proposta no contrato que celebrará com o seu cliente, sem a necessidade de submeter à apreciação do magistrado.
Ao aprovar o honorário requerido pelo perito, o magistrado determinará a realização do depósito do montante em conta vinculada. Por fim, o levantamento de honorário deve ser requerido pelo perito na mesma petição em que requer a juntada do laudo pericial aos autos.
Veja a seguir um modelo com as variáveis a serem computadas para calcular a proposta de honorário:
Exemplo de parâmetros para fixação de honorários periciais:
Tomando por base o planejamento dos trabalhos, o perito contador estimou as seguintes necessidades de horas dedicadas à perícia:
1. Análise dos autos: 4 horas
2. Confecção das comunicações às partes e demais atos processuais: 2 horas
3. Exames, diligências e outros procedimentos não especificados: 80 horas
4. Reunião com outros peritos assistentes e/ou representantes das partes: 6 horas
5. Elaboração e revisão do Laudo: 8 horas
6. Soma de horas Operacionais: 100 horas
7. Margem de risco de excesso de trabalho adicional: 20% do item 6: (100 x 20%) = 20
8. Total estimado: 120 horas
9. Custo por hora estimado: 100,00
10. Custo do honorário: 100 x 120 = R$ 12.000,00
O custo hora de trabalho do profissional pode ser calculado a partir de outras informações acrescentadas ao custo de manutenção das atividades. Consideramos a título de exemplo que o custo hora do profissional seja de R$ 100,00.
Por fim, ponderando os fatores discorridos, em conjunto com o prazo, estimado em quantidade de horas necessárias para a realização de cada fase do trabalho, é que chegamos aos parâmetros de referência para a determinação dos honorários.
Quanto à liberação dos honorários, nos trabalhos de grande complexidade, pode ser requerida de forma parcial no início dos trabalhos. A justificação necessária para essa liberação normalmente está relacionada a custos de deslocamentos em viagens de diligências, viagens e compras de materiais de escritório. Porém, essa liberação depende do entendimento do magistrado, frente à situação posta, o que varia conforme as circunstâncias.
Nos casos em que o perito avaliar que o trabalho não apresenta complexidades, em termos de pessoal de apoio, diligências ou dificuldades na obtenção das provas, a proposta de honorários pode ser uma simples descrição do valor do honorário desejado. Nos casos complexos, em que se perceber grandes dificuldades, recomenda-se que a proposta de honorários seja detalhada com a descrição do pessoal envolvido, diligências e outros elementos considerados importantes.
O perito-contador pode requerer a liberação parcial dos honorários, quando julgar necessário, para o custeio de despesas durante a realização dos trabalhos.
Veja mais no site da justiça federal do Paraná, disponível em: <www.jfpr.jus.br>. Acesso em: 3 ago. 2015.
A seguir, veja o modelo de petição (correspondência) protocolizada para solicitar a liberação de honorário: (por questões de limitação do espaço, neste modelo, não foram observados aspectos estéticos de uma petição).
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL
DE UMUARAMA - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PARANÁ.
AMMMMMM, brasileiro, casado, contador, estabelecido à Rua Maringá, 1023, sala 04, Jardim Universitário, Maringá, Paraná, Perito nos Autos da Ação nº 2000.8.4.0171-0, em que é Autor ANDERSON E OUTRO e Réus FFG E COMPANHIA, na qualidade de Perito Judicial nomeado nos autos, vem respeitosamente requerer de Vossa Excelência o que segue:
a) a juntada do LAUDO PERICIAL que segue incluso;
b) Liberação e transferência dos honorários previamente depositados, para a conta corrente nº.1.734.234, Agência 0100 do Banco xxxl.
Nestes termos, aguarda deferimento.
Maringá-PR, 12 de agosto de 2012.
AMMMMMMM - Perito
CRC/PR nr. 0XXXXXX
Assim, verifica-se que o perito, após a elaboração do laudo pericial, ganha o poder de requerer a liberação do valor depositado a título de honorários, assim como pode, ainda, requerer o pagamento de valores complementares, uma vez justificados e caso a proposta apresentada anteriormente permita essa circunstância.
Contudo, todo e qualquer requerimento sempre passará pelo crivo do juiz, o qual poderá deferir (autorizar) ou indeferir (desautorizar) o ato, sempre despachando de forma fundamentada.
ATIVIDADES
1. Assinale V para alternativas verdadeirase F para afirmações falsas e escolha a alternativa que representa a sequência correta:
( )A transcrição de todos os quesitos deferidos pelo magistrado para o laudo é uma recomendação prevista na Norma Brasileira de Contabilidade.
( )Em um trabalho de grande dimensão de análise, a auditoria pode ser realizada por amostragem, enquanto que a perícia requer apreciação de todo o volume.
( )Deixar de apresentar o laudo no prazo ou indicar as metodologias e técnicas adotadas são falhas graves em uma perícia.
( )A estrutura de um laudo pericial deve seguir um modelo padrão fixado pelo Conselho Federal de Contabilidade.
( )Caso o perito entender irrelevante o laudo, poderá apresentar apenas um relatório das evidências ao juiz, que aceitará como suficiente.
a) V, V, V, V, V.
b) F, F, F, F, F.
c) F, V, F, V, F.
d) V, F, V, F, V.
e) V, V, V, F, F.
2. Assinale a alternativa correta. O laudo pericial contábil deve conter, no mínimo, as seguintes informações:
a) Identificação dos tipos de diligências realizadas.
b) Descrição de forma simplificada, apenas das diligências realizadas, sem detalhar individualmente cada fato diligenciado, se o perito for reconhecidamente experiente.
c) O parecer do assistente técnico que foi indicado pelas partes.
d) As metodologias e as técnicas de coleta de dados adotadas pelo perito, em cada quesito respondido.
e) O valor dos honorários cobrados pelo perito.
3. Sobre a Perícia, é correto afirmar que:
a) A perícia estatal é aquela realizada sob a tutela do poder judiciário.
b) A perícia extrajudicial não pode ser realizada para resolver casos de litígio entre as partes, e sim somente casos amigáveis.
c) A perícia é judicial quando é realizada sob orientações do juiz envolvendo inquéritos, sindicâncias de processos sobre casos diversos, inclusive fraudes.
d) A perícia arbitral é realizada com a autorização do juiz, que nomeia o perito.
e) A arbitragem é uma modalidade de solução de litígio que pode nomear livremente o perito para atuar como árbitro e resolver pendências, desde que haja concordância do juiz.
4. Sobre os Quesitos, é correto afirmar que:
a) Os quesitos podem ser apresentados pelo juiz, pelo autor e pelo réu.
b) Os quesitos podem ser apresentados somente pelo réu.
c) Os quesitos podem ser apresentados somente pelo autor.
d) Os quesitos podem ser apresentados somente pelo juiz.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
5. Relacione os termos da coluna da direita com as definições da coluna da esquerda: 
Assinale a alternativa correta, contendo a sequência das letras da segunda coluna:
a) B, E, D, C, A
b) A, B, C, D, E
c) E, D, C, B, A
d) B, A, C, D, E
e) B, D, A, E, C
6. Assinale a alternativa correta sobre o laudo pericial elaborado pelo profissional contábil.
a) O laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil são documentos escritos, nos quais os peritos devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto.
b) O perito deve elaborar o laudo e o parecer, utilizando-se do vernáculo, não sendo admitidas palavras ou expressões idiomáticas de outras línguas de uso comum nos tribunais judiciais ou extrajudiciais.
c) O laudo e o parecer são, respectivamente, orientados e conduzidos pelo perito do juízo e pelo perito-assistente, que adotarão padrão impróprio, respeitado a estrutura prevista na norma, devendo ser redigidos de forma circunstanciada, clara, objetiva, sequencial e lógica.
d) Os peritos não devem consignar, no final do laudo pericial contábil ou do parecer técnico-contábil, de forma clara e precisa, as suas conclusões.
7. Considere “V” para firmações verdadeiras e “F” para afirmaçoes falsas nos itens a seguir:
( )Perito assistente técnico deve submeter a sua proposta de honorário à aprovação do magistrado, em uma perícia judicial.
( )A liberação do honorário do perito e do assistente técnico em uma perícia extrajudicial é condicionada à conclusão do laudo.
( )Realizações de diligências que incluam viagens podem ser parâmetro para compor o cálculo da proposta de honorários do perito.
( )Pesquisa documental e exame de livros contábeis, fiscais e societários, por serem atividades internas, não interferem na proposta de honorário.
( )A proposta de honorários é uma responsabilidade do perito.
Assinale a alternativa que representa a sequência correta da incidência dos atributos dos itens acima:
a) V, V, V, V, V.
b) V, F, V, F, V.
c) F, V, F, V, F.
d) F, F, V, F, F.
e) V, V, F, V, V.
8. Assinale a alternativa correta. Na justiça do trabalho, os honorários periciais são definidos por meio da seguinte condição:
a) Fixação, pelo juiz, atendendo à sugestão proposta pelo perito, sendo que parte do valor da causa é usada para pagamento dos honorários periciais.
b) Mediante apresentação do laudo e do parecer, pelo assistente técnico, desde que haja o deposito prévio dos honorários.
c) Não existe depósito prévio dos honorários periciais nas causas de foro trabalhista.
d) Manifestação do perito, após intimação sobre os honorários, e logo em seguida deverá ser feita a liquidação da sentença.
e) Por ser justiça do trabalho, não há cobrança de honorários, devendo o perito atuar como voluntário.
Resolução das atividades
1. e) V, V, V, F, F.
2. a) Identificação dos tipos de diligências realizadas.
3. c) A perícia é judicial quando é realizada sob orientações do juiz envolvendo inquéritos, sindicâncias de processos sobre casos diversos, inclusive fraudes.
4. a) Os quesitos podem ser apresentados pelo juiz, pelo autor e pelo réu.
5. a) B, E, D, C, A
6. a) O laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil são documentos escritos, nos quais os peritos devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto.
7. d) F, F, V, F, F.
8. c) Não existe depósito prévio dos honorários periciais nas causas de foro trabalhista.
RESUMO
Um trabalho de perícia deve ser finalizado com a produção de um laudo. Não há um modelo padrão para sua elaboração. Porém não pode ser apresentado de qualquer forma. É necessário seguir uma estrutura mínima de uma peça documental que garanta uma leitura mais acessível, lógica e de fácil entendimento para o julgador, demonstrando quais foram as metodologias adotadas, as diligências, as considerações acerca das dificuldades encontradas, as respostas de todos os quesitos respondidos e os documentos anexados.
É preciso lembrar que o laudo deve ser elaborado de forma detalhada, ou seja, circunstanciada, obedecendo a uma sequência, conforme descrita e apresentada na estrutura do laudo. O laudo deve conter o objeto da perícia, estudos, observações, metodologias, técnicas adotadas nas investigações, diligências realizadas, resultados e as conclusões. É importante destacar que o perito não deve expressar sua opinião pessoal a partir de “achismos”, e sim expressar a verdade a partir da aplicação de métodos científicos, contendo informações técnicas com referencial conceitual que qualifique a redação técnica.
A referência para a estrutura do laudo pode ser encontrada na NBC TP 01 - Perícia Contábil, destacada neste estudo, a qual serve de orientação para definições de termos como Forma Circunstanciada, Síntese do Objeto da Perícia, Diligências, Critérios da Perícia, Metodologias aplicadas e o que representam os Resultados Fundamentados e as Conclusões. O trabalho do perito é fundamental, pois tem o condão de prova. Induz e conduz o magistrado a uma correta orientação para o julgamento. A questão discutida no bojo de um processo judicial tem, no mínimo, duas vertentes: a versão do autor, aquele que pede em juízo; e a versão do réu, aquele que contesta o pedido feito pelo autor. O juiz, no seu mister, busca um correto esclarecimento dos fatos por meio das provas. O Código de Processo Civil atribui o “dever” (ônus) de provar àquele que alega em juízo. Portanto, se o autor delineia uma situação ou circunstância judicial, deve apresentar a prova de tudo que está sendo alegado, buscando convencer o juiz acerca do que falou.O réu, por sua vez, pode aceitar o que foi dito pelo autor ou pode refutar (negar, contestar) e apresentar uma versão completamente diferente do que foi alegado pelo autor. Mas, com isso, assume, também, o ônus (obrigação) de provar o que está alegando.
Caso as divergências sejam muitas, isto é, os panoramas apresentados sejam antagônicos, o juiz providenciará a “instrução”, ou seja, a coleta de provas adicionais, além dos documentos acostados com a petição inicial e com a contestação. Se essa divergência paira sob um aspecto técnico, o juiz deve ser assistido por um profissional que entenda desse aspecto técnico.
Esse profissional é o perito. E, por isso, o seu trabalho será remunerado de forma correta, justa, atendendo aos preceitos legais.
Com a averiguação do que o autor pleiteia e do que o réu contesta, o perito buscará cumprir o múnus determinado pelo magistrado de forma imparcial, isto é, sem buscar favorecer o interesse de nenhuma das partes. É essa a justificativa a que deve ser remunerado de forma apropriada, pois um trabalho coerente, bem apresentado e que atende aos fins legais, que é a constituição de prova, visando facilitar o julgamento do juiz, merece ser condizentemente remunerado.
Portanto, o juiz pode definir os honorários provisórios (iniciais, adiantados), mas é o perito quem tem o crivo correto para avaliação de quanto vale o seu trabalho, levando em conta, para isso, sua formação profissional, suas responsabilidades, sua conduta ilibada, sua reputação, seu conceito social e obediência aos princípios éticos e morais (deontológicos) no exercício da profissão.
Finalmente, destacamos que a definição do valor dos honorários periciais é aparentemente uma tarefa simples. Porém exige uma formalização lógica para se chegar ao valor correto do serviço a ser executado, pois fixar um valor muito baixo pode gerar prejuízos durante a execução com gastos acima do previsto, enquanto que pedir um valor muito elevado pode gerar uma impugnação pelo magistrado ou até mesmo a desistência das partes. Assim deve se associar o valor da causa com a complexidade do trabalho, analisado sob a ótica das dificuldades técnicas, dificuldade para obter os elementos de prova e a dimensão do volume de trabalho.
Vale a pena lembrar ainda que o trâmite da justiça brasileira costuma ser moroso por diversas razões, e a perícia judicial acompanha esse contexto, fazendo com que a liberação total dos honorários possa, às vezes, ter prazos demasiadamente longos.
Material Complementar
Leitura
A Era do Escândalo
Autor: Mario Rosa
Editora: Geração Editorial
Sinopse: o livro é uma narrativa dos escândalos e das ações de bastidores sobre os fatos ocorridos. Esse livro reúne 10 casos de grande repercussão na mídia, a partir do testemunho inédito dos protagonistas. É um autêntico manual de como preservar a imagem e a reputação em plena “Era do Escândalo”. Faz também uma análise pioneira do escândalo no Brasil, comparando-o com outras manifestações desse fenômeno tão atual ao redor do mundo.
REFERÊNCIAS
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BARBOZA, J. Matemática financeira. Apostila. Maringá: Projus, 2011.
____. Perícia Contábil. Apostila. Maringá: Projus, 2015.
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BRASIL. NBC PP 01 - Norma Brasileira de Contabilidade. Resolução nº. 1.244/2009. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Per%C3%ADcia_Cont%C3%A1bil.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2015.
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BRASIL. NBC T 13 – Da Perícia Contábil. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t13.htm>. Acesso em: 3 ago. 2015.
CRESPO, A. A. Matemática Comercial e Financeira Fácil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 1992.
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APROFUNDANDO
Atuação do Perito: Respondendo aos Quesitos 
A empresa JB Industrial Ltda., negociou com a empresa de Factoring J. CRUZ FACTORING S/A uma operação entabulada da seguinte forma:
a. A operação foi creditada no dia 02.01.2012.
b. Os juros foram fixados em 3,4% a.m. (três, vírgula quatro por cento ao mês) → Taxa nominal.
c. Além dos juros, foram debitados R$ 135,00 (cento e trinta e cinco) reais a título de despesas com a aprovação da operação ; foi cobrado também o IOF de 1,5% sobre o valor do crédito: “total do borderô”.
d. O valor total das duplicatas (borderô) foi de R$ 35.700,00 (trinta e cinco mil e setecentos reais), representados pelas seguintes duplicatas:
Borderô:
d. A empresa de Factoring entregou à empresa JB um cheque cruzado de R$ 28.246,50 (vinte e oito mil, duzentos e quarenta e seis reais e cinquenta centavos) na data da operação.
Porém ocorreu um acidente com o caminhão de entrega das mercadorias vendidas a TODOS os clientes correspondentes a essas duplicatas, e o evento danificou por completo a carga, ficando impossibilitada a empresa de cumprir com a entrega que havia faturado. A empresa de Factoring já havia confirmado com os clientes a operação antes do crédito e, por isso, efetivara a negociação.
A empresa JB lavrou o Boletim de Ocorrência e informou que havia cobertura de Seguro, mas a seguradora, defendendo-se no processo, informou que não recebeu a proposta de seguro antes do caminhão sair, por isso não fez a vistoria e não efetivou a apólice, e, portanto, não se responsabilizaria pelo sinistro. O caminhão sinistrado pertence à empresa JB. A empresa de Factoring ajuizou ação para cobrar toda a dívida em 30.07.2014, após longa negociação inexitosa.
Pleiteou perante o juízo receber o valor de R$ 47.235,00 (quarenta e sete mil, duzentos e trinta e cinco reais), alegando que a taxa de juros havia sofrido um acréscimo nos meses subsequentes e que havia perdido muito tempo para recebero empréstimo, atualizando a dívida até o dia 30.07.2014, e pediu que o juiz determinasse a “penhora” imediata do caminhão para garantir a dívida. Pediu, também, que fossem citados os clientes da empresa JB, para que, individualmente, responda cada um por seu respectivo débito.
O PERITO nomeado pelo juiz, após as diligências necessárias e análise do processo, enfrentou a questão respondendo os seguintes quesitos:
QUESITOS
1. O valor líquido da operação está correto? Se não estiver, qual é o valor correto?
2. Se houve diferença, qual o valor dessa diferença?
3. É legal a cobrança da “taxa de negociação” de R$ 135,00 (cento e trinta e cinco reais)?
4. É legal ajuizar a ação contra os clientes da empresa JB?
5. Considerando o prazo médio da dívida contraída com a operação, qual a data de vencimento da mesma?
6. Considerando a data de ajuizamento e a data de vencimento da dívida, qual o novo prazo da dívida?
7. Qual a taxa nominal mensal aplicada pela autora na atualização da dívida (ajuizada)?
8. Qual a taxa efetiva mensal (juros simples) aplicada pela autora na atualização da dívida (ajuizada)?
9. Qual a taxa efetiva mensal (juros compostos) aplicada pela autora na atualização da dívida (ajuizada)?
10. Se fosse pela mesma taxa nominal mensal negociada anteriormente, qual seria o valor da dívida na data do ajuizamento da ação?
11. Qual valor deverá ser pago pela empresa JB, considerando as condições contratuais e a eventual diferença apurada no quesito número 2?
RESPOSTAS AOS QUESITOS
1. Não. O valor líquido correto seria de R$ 30.814,37. O valor líquido, calculado pela empresa de Factoring, com base nas condições contratuais e nos atributos da dívida, não equivale ao valor que foi entregue à empresa cliente (R$ 28.246,50).
Vejamos:
(i) – o valor bruto da operação foi de R$ 35.700,00;
(ii) – o prazo médio da operação foi de 104,18 dias (cálculo: divide-se o Ʃ“dxn” pelo Ʃ“d” – somatório de “d” vezes “n”, pelo somatório de “d”) → (3.719.400,00/35.700,00);
(iii) – o valor da operação, multiplicado pela taxa nominal mensal, dá R$ 1.213,80 (juros de um mês);
(iv) – o valor dos juros, dividido por 30 e multiplicado pelo prazo médio, resulta em R$ 4.215,12 (valor total dos juros);
(v) – some-se aí o valor de R$ 135,00 da Taxa de Abertura do Crédito e o valor do IOF (1,5% = 535,50), e tem-se um total de encargos da ordem de R$ 4.885,62;
(vi) – diminuindo-se do valor nominal do empréstimo (35.700,00 – 4.885,62), obtém-se R$ 30.814,37, que seria o valor a ser entregue à empresa JB Industrial pela empresa J. Cruz Factoring;
2. Houve diferença. O valor é de R$ 2.567,87, considerando-se o valor correto e o valor efetivamente entregue à empresa JB: R$ 30.814,37 – R$ 28.246,50 = R$ 2.567,87.
3. Prejudicado. O quesito aborda condição de “legalidade”, extrapolando o campo de competência do perito. Essa é matéria a ser resolvida pelo magistrado.
4. Prejudicado. Da mesma forma que o quesito anterior, o assunto extrapola a competência do perito, pois aborda condição de “legalidade”.
5. Considerando o prazo médio de 104,18 dias, o vencimento total da dívida se deu em 16.04.2014.
6. Considerando a data de vencimento total em 16.04.2014, o novo prazo da dívida até a data de ajuizamento é de 119 dias.
7. A autora aplicou a taxa nominal de 6,1563% ao mês. Conforme entendimento doutrinário, a taxa nominal é aquela aplicada sobre o valor futuro da operação, isto é, sobre o valor bruto e não sobre o valor emprestado.
Desta forma, ao ajuizar a ação cobrando o valor de R$ 47.235,00 sobre uma dívida vencida de R$ 35.700,00, a empresa de Factoring acrescentou juros de R$ 11.535,00, que perfazem um percentual de 24,42% sobre o valor bruto de R$ 47.235,00, no período; como o novo prazo da dívida é de 119 dias (16.04.2014 → 13.08.2014), a taxa total divida pelo prazo total e multiplicada por 30 gera a taxa mensal: 24,42%/119*30 = 6,1563%.
8. A taxa efetiva mensal, calculada por juros simples, é de 8,1456% ao mês. Conforme entendimento doutrinário, a taxa efetiva é aquela calculada sobre o valor presente da operação, ou seja, sobre o valor efetivamente emprestado pelo operador e tomado pelo cliente. No presente caso, o valor do empréstimo (nova dívida) foi de R$ 35.700,00. Assim, o valor dos juros cobrados de R$ 11.535,00, dividido pelo valor da dívida, resulta na taxa de juros efetiva do período (32,31%). Convertendo-se para mensal, pelo método de juros simples, divide-se a taxa total pelo prazo total e multiplica-se por 30, transformando-a em percentual (x100): 11.535,00/35.700,00*30*100 (percentual) = 8,1456% ao mês; ou seja: 32,31%/119*30 = 8,1456% ao mês.
9. A taxa efetiva mensal, calculada por juros compostos, é de 7,3135% ao mês. Conforme já mencionado na resposta do quesito anterior, a taxa efetiva é aquela calculada sobre o verdadeiro capital emprestado, ou seja, no caso, R$ 35.700,00. A sistemática de juros compostos exige a capitalização por meio de aplicação de “exponenciais” sobre o fator da taxa (- (1+i)n -). O inverso do expoente é a raiz ou o próprio expoente, mas, com o inverso do número; assim 1,233 = 1,860867; a raiz cúbica de 1,860867, portanto, é 1,23, mas 1,860867 elevado a 1/s também resulta em 1,23; ou seja, 1/3 é o inverso de 3 (evita-se a raiz “enésima”; por isto, no caso presente, o fator da taxa do período é de 1,323109 (1+i). Esse fator elevado a 1/119 (inverso do número do prazo) gera o fator diário (1,002356), que elevado a 30 (mês) gera o fator de juros mensais = 1,073135.
Tira-se “1” do fator e multiplica-se por 100, para encontrar a taxa mensal (que no caso é por juros compostos): 7,3135% ao mês.
10. Se fosse pela taxa nominal negociada no contrato inicial, de 3,4% ao mês, a dívida ajuizada, na data de 13.08.2014, seria de R$ 41.265,31. Conforme já explicitado pelas respostas tas dos quesitos anteriores, a taxa nominal deve ser aplicada sobre o valor futuro da operação. Como, no presente caso, para a resposta desse quesito, devemos encontrar o valor futuro e sobre ele aplicar a taxa de juros, para gerar o líquido de R$ 35.700,00 (valor presente), utilizaremos uma regra de três. Assim, a taxa de juros (3,4%) dividida por 30 e multiplicada pelo prazo (119 dias) gera a taxa do período (13,4867% = 3,4%/30*119). Portanto o líquido (35.700,00) equivale à diferença = 86,5133% (100 – 13,4867%). Então, R$ 35.700/0,865133 (já dividindo por 100) é igual a R$ 41.265,31.
11. Considerando as condições contratuais, apurando-se a dívida conforme a resposta do quesito número 10 e atualizando-se o valor da diferença pelo mesmo critério, com a consideração da somatória dos prazos para esse valor (diferença), teremos que o valor a ser pago pela empresa JB será de R$ 37.880,29, ou seja, considera-se a dívida contratual de R$ 41.265,31 e diminui-se o valor atual da diferença, calculado pela aplicação da mesma taxa nominal de 3,4% ao mês. Assim, 2.567,87 passa a ser de R$ 3.385,01 (2.567,87/(1-(0,034/30*119))), que significa a taxa de 3,4% dividida por 30 e multiplicada pelo prazo total (213 dias), na forma unitária, já se dividindo por 100: 1- (0,034/30*213) = 0,7586; R$ 2.567,87/0,7586 = R$ 3.385,87; R$ 41.265,31 – R$ 3.385,87 = R$ 37.880,29.
CONCLUSÃO
Conforme a análise acima descrita em resposta aos quesitos, o perito encontra um valor justo a ser pago pela contratante do empréstimo, empresa JB, na data do ajuizamento, de R$ 37.880,29, levando em consideração as condições contratuais e sem aplicar qualquer punição pelos acontecimentos que desencadearam a inadimplência.
Fonte: elaborado pelo revisor técnico Professor Me. Jovi Barboza.
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