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Teoria do conflito e o mecanismo autocompositivo

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Teoria do conflito e o mecanismo autocompositivo
 Teoria do conflito
Pode-se definir conflito como o embate de forças antagônicas que disputam um determinado objetivo. É o choque de interesses contrários.
 Como resolver um conflito?
Duas providências são necessárias: 
A identificação e a compreensão do conflito.
 A identificação se presta a delimitar o problema principal envolvido, enquanto que a compreensão é necessária para esclarecer os objetos litigados.
 Mecanismos autocompositivos 
São formas de solucionar conflitos, que não a judicial. 
Têm como característica essencial a iniciativa das partes em construir a resolução do embate.
Os métodos alternativos de solução de conflito mais conhecidos são: A negociação, a arbitragem, a conciliação e a mediação.
 A negociação
É um conjunto de medidas pelas quais as partes harmonizam diretamente acerca de seus interesses para que se possa chegar a uma solução satisfatória, sem a intervenção de terceiros. 
Primeiramente, podem-se dividir dois tipos de negociação:
a) A negociação por barganha, em que os negociadores têm o intuito de trocar um bem pelo outro; ( Vulgo: rolo) 
b) A negociação para resolução de conflito.
Entre os diversos métodos de negociação, o mais famoso é o Projeto de Negociação de Harvard, desenvolvido em 1971, divulgado pelos professores daquela universidade Roger Fisher, William Ury e Bruce Patton. Tem como base quatro pontos centrais da negociação a serem levados em consideração:
1 - Separar as pessoas do problema. 
Num conflito, é comum que os envolvidos confundam aspectos pessoais com as questões a serem resolvidas. Tal cenário se demonstra fértil para que se crie um quadro emocional negativo, dificultando o entendimento. Para uma negociação bem sucedida, é preciso separar características pessoais que não contribuem para a solução, para se concentrar exclusivamente no objeto em litígio.
2- Concentrar-se nos interesses, e não nas posições.
 A posição encerra interesses rígidos do sujeito, ligados muitas vezes a paradigmas sociais. A negociação deve ser conduzida para a identificação dos reais interesses dos envolvidos, para que, com base neles, seja construído um acordo que leve em conta objetivos mútuos.
3 - Identificação de opções de ganhos mútuos. 
A negociação não é necessariamente um jogo e que para um ganhar, outro deve perder. Pelo contrário, é mais interessante que se busque um acordo em que as duas partes de alguma forma ganhem. Para isso, é produtivo o oferecimento de alternativas capazes de contemplar os interesses postos em questão.
4 - Adoção de critérios objetivos. 
A possibilidade de um acordo exitoso se amplia com a utilização de critérios claros e parâmetros objetivos, que guiarão as partes na construção do acordo. A adoção de critérios objetivos diminui o risco de frustração das partes com as concessões e aumenta a satisfação com os ganhos auferidos.
 A arbitragem
Embora alternativo, tal mecanismo constitui método heterocompositivo de resolução, uma vez que a solução é imposta por um terceiro eleito (o árbitro) pelas próprias partes.
A arbitragem constitui uma solução de controvérsias que envolvam direitos patrimoniais disponíveis, encontrando-se entre seus princípios o da livre eleição dos árbitros, da informalidade, da cláusula arbitral, da confidencialidade, entre outros.
 Conciliação
Procedimento em que um terceiro (o conciliador) procura obter um consenso das partes em conflito e, com base nele, propõe um acordo que ponha fim ao embate. Nesse mecanismo, o conciliador não analisa as razões psicológicas que levaram ao conflito, mas busca delimitar objetivamente a questão em litígio, para então tentar propor uma solução.
A mediação 
Nesse caso, um mediador neutro e imparcial facilita o diálogo, fazendo com que as próprias partes solucionem o conflito. O mediador não tem a função de decidir o conflito, mas sim, de propiciar condições para que as partes envolvidas possam dialogar a fim de que, juntas, construam um acordo baseado no entendimento mútuo.

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