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Tecido Ósseo

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KARENN CRUZ
MEDICINA UNIT 2019.1
Tecido Ósseo
Funções:
 Suporte para tecidos moles;
         Protege órgãos vitais
         Protege a medula óssea
         Apoio aos músculos esqueléticos
         Depósito de cálcio e outros íons
         Absorção de toxinas e metais pesados
Classificação macroscópica:
Tecido ósseo compacto: é formado por lamelas concêntricas e encontra-se na diáfise dos ossos longos. Contém o canal medular, onde são produzidas as células do sangue. Termina sempre em um tecido ósseo esponjoso.
O osso compacto também é chamado de osso cortical (ossos longos).
Tecido ósseo esponjoso: também chamado de trabecular, é formado por uma trama de espículas, as quais delimitam o espaço ocupado pela medula óssea.
Nos ossos longos: as extremidades (epífises) são formadas por osso esponjoso, com uma pequena camada superficial compacta.
A diáfise (parte cilíndrica) é quase totalmente compacta, com pequena quantidade de osso esponjoso na sua parte profunda.
Nos ossos curtos: tem o centro esponjoso, sendo recobertos em toda sua periferia por uma camada compacta.
Nos ossos chatos: (abóbada craniana) existem duas camadas de osso compacto (tábulas interna e externa) separadas por osso esponjoso, que recebe o nome de díploe.
Células do tecido ósseo:
Osteócitos: são encontradas no interior da matriz óssea, ocupando lacunas das quais partem canalículos. Cada lacuna contém apenas um osteócito. Dentro dos canalículos os prolongamentos dos osteócitos estabelecem contato por meio de junções comunicantes, por onde podem passar pequenas moléculas e íons de um osteócito para outro.
Nada mais são do que osteoblastos envoltos por matriz.
Sua função básica é promover a manutenção da matriz óssea.
Osteoblastos: são as células que sintetizam a parte orgânica da matriz óssea (colágeno tipo I, proteoglicanos e glicoproteínas). São ainda capazes de concentrar fosfato de cálcio mineralizando o osso.
Sintetizam também osteonectina (facilita a deposição de cálcio) e osteocalcina (estimula a atividade dos osteoblastos, atua tanto nos osteoblastos locais como nos localizados à distância).
Dispõem-se sempre nas superfícies ósseas, lado a lado. Quando em intensa atividade adquirem aspecto cuboide e em repouso achatado.
Uma vez aprisionado pela matriz óssea são chamados de osteócitos.
A matriz óssea recém-formada, portanto, não calcificada é chamada de osteóide.
Osteoclastos: são células moveis, gigantes, multinucleadas e extensamente ramificadas. Encontram-se principalmente em áreas de reabsorção óssea.
Nessas áreas encontram-se porções escavadas pela atividade osteoclástica conhecidas como lacunas de Howship.
Se originam de percussores mononucleados provenientes da medula óssea que, ao contato com o tecido ósseo, unem-se para formar os osteoclastos multinucleados.
A parte ativa do osteoclasto apresenta vilosidades e é voltada para a matriz óssea. Circuferenciando estas vilosidades encontra-se a zona clara (região com várias moléculas de actina) que irá aderir-se a matriz no local onde serão liberadas substancias degradantes como: ácido (H+), colágenas e outras hidrolases que atuam dissolvendo os cristais de Ca2+. 
A atividade do osteoclasto é controlada por 
Citocinas;
Calcitonina; 
Paratormônio.
Matriz Óssea.
Parte inorgânica: representa cerca de 50% do peso da matriz óssea.
Composta por Ca2+, fosfato, K+, Na+, HCO3- e citrato.
O cálcio e o fosforo associam-se formando cristais de hidroxiapatita (Ca10(PO4) (OH)2.)
Parte orgânica: formada por fibras colágenas (95%) constituídas de colágeno tipo I e por pequenas quantidades de proteoglicanos e glicoproteínas (podem ter participação na mineralização).
A associação de hidroxiapatita com o colágeno é responsável pela dureza e resistência do tecido ósseo.
Bainhas envoltórias.
Periósteo: sua camada mais superficial contém fibras colágenas e fibroblastos. As fibras de Sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram no tecido ósseo e prendem firmemente o perósteo no osso.
Sua camada mais profunda é mais celular e apresenta células osteoprogenitoras, elas se multiplicam por mitose e se diferenciam em osteoblastos.
Endósteo: é geralmente constituído por uma camada de células osteogênicas achatadas revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os de Volkmann.
As principais funções das bainhas são:
Nutrição 
Produção de osteoblastos para
 Crescimento e reparação do osso.
Classificação histológica: 
Tecido ósseo primário ou imaturo: em cada osso é o primeiro tipo de tecido que aparece sendo substituído gradativamente por tecido lamelar (secundário). 
No adulto é muito pouco frequente, persistindo apenas próximo a suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns outros pontos de inserção de tendões.
Apresenta fibras colágenas dispostas em várias direções sem organização definida, tem menor quantidade de minerais e maior proporção de osteócitos.
Tecido ósseo secundário ou maduro: geralmente encontrada no adulto, caracterizado por fibras colágenas organizadas em lamelas, que ficam paralelas umas às outras, ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com vasos, formando os sistemas de Havers. As lacunas contendo osteócitos estão situadas principalmente entre as lamelas e em alguns casos dentro das mesmas.
O tecido ósseo secundário que contem sistemas de Havers é característico da diáfise dos ossos longos.
Os canais de Havers comunicam-se entre si com a cavidade medular e com a superfície externa do osso por meio de canais transversais ou oblíquos, os canais de Volkmann.
 Tecido ósseo 2°
 Tecido ósseo 1° 
 
Histogênese:
Ossificação intramembranosa: ocorre no interior de uma membrana conjuntiva. É o processo formador dos ossos: frontal, parietal e de partes do occipital, do temporal e dos maxilares superior e inferior, contribui para o crescimento dos ossos curtos e pelo o aumento em espessura dos ossos longos.
Processo de ossificação: o local da membrana conjuntiva onde a ossificação começa chama-se centro de ossificação primária.
         Passo 1: diferenciação das células mesenquimatosas que se transformam em grupos de osteoblastos que formarão o centro de ossificação primária.
         Passo 2: início da secreção de matriz óssea pelos osteoblastos formando o osteóide que quando envolver todo osteoblasto originará um osteócito.
         Passo 3: formação do osso esponjoso cheio de trabéculas que serão invadidas por vasos sanguíneos. Ocorreu a formação do periósteo.
         Passo 4: substituição de osso esponjoso por laminar e migração de células mesenquimais indiferenciadas para a cavidade central formando a medula óssea.
Ossificação endocondral:  tem início sobre uma peça de cartilagem hialina, de forma parecida à do osso que irá se formar, porém menor. É a principal formadora de ossos curtos e longos.
Primeiro passo: o primeiro tecido ósseo a aparecer no osso longo é formado por ossificação intramembranosa do pericôndrio que recobre a parte média da diáfise, formando um cilindro, o colar ósseo. Enquanto se forma o colar ósseo, as células cartilaginosas envolvidas pelo mesmo se hipertrofiam (aumentam de volume), morrem por apoptose e a matriz cartilaginosa se mineraliza. Vasos sanguíneos partindo do periósteo atravessam o cilindro ósseo e penetram na cartilagem calcificada, levando consigo células osteoprogenitoras originárias do periósteo, que proliferam e se diferenciam em osteoblastos. Estes formam camadas continuas nas superfícies dos tabiques cartilaginosos calcificados e iniciam a síntese de matriz óssea que logo se mineraliza. Forma-se assim tecido ósseo primário sobre os restos de cartilagem calcificada. Este centro de calcificação descrito, que aparece na parte média da diáfise, é chamado centro primário. Seu crescimento ocorre no sentido longitudinal. Desdeo início da formação deste centro primário ocorre a reabsorção óssea por osteoclastos promovendo a formação da medula óssea.
A medida que se forma o canal medular, células sanguíneas originadas de células hematogenas multipotentes (células-tronco) trazidas pelo sangue dão origem a medula óssea.
  Segundo passo: mais tarde formam-se em cada epífise um centro secundário de ossificação que proporciona um crescimento radial ao osso. Quando o tecido ósseo formado nos centros secundários ocupa as epífises, o tecido cartilaginoso fica reduzido a dois locais:
 1) a cartilagem auricular, que persistirá por toda vida e não contribui para a formação de tecido ósseo.
2) a cartilagem de conjugação ou disco epifisário. Esta última é constituída por um disco cartilaginoso que será responsável de agora em diante pelo crescimento longitudinal ósseo.
Zonas do disco epifisário    
         Zona de repouso: onde existe cartilagem hialina sem nenhuma alteração morfológica.
         Zona de cartilagem seriada ou de proliferação: rápida divisão de condrócitos com formação de fileiras ou colunas paralelas de células achatadas e empilhadas no sentido longitudinal do osso
         Zona de cartilagem hipertrófica: esta zona apresenta condrócitos muito volumosos, com depósito citoplasmático de glicogênio e lipídios. A matriz fica reduzida a tabiques delagados, entre as células hipertróficas. Os condrócitos entram em apoptose.
         Zona de cartilagem calcificada: nesta zona ocorre a mineralização dos delgados tabiques de matriz cartilaginosa e termina a apoptose dos condrócitos.
         Zona de ossificação: é a zona em que aparece tecido ósseo. Capilares sanguíneos e células osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem as cavidades deixadas pelos condrócitos mortos. As células osteoprogenitoras se diferenciam em osteoblastos.
Fratura e remodelação óssea.
Nos locais onde ocorrem fraturas ósseas, inicia-se uma hemorragia pela lesão de vasos sanguíneos, destruição de matriz e morte das células ósseas.
Para que a reparação se inicie é necessário a remoção dos restos celulares pelos macrófagos.
O periósteo e endósteo próximos à área fraturada respondem com uma intensa proliferação, formando um tecido rico em células osteoprogenitoras que constituem um colar em torno da fratura e penetra entre as extremidades ósseas rompidas. Nesse anel ou colar conjuntivo, bem como no conjuntivo localizado entre as extremidades ósseas fraturadas, surge tecido ósseo primário, tanto pela ossificação endocondral como pela intramembranosa. Podem, pois, ser encontradas no local da reparação, ao mesmo tempo, áreas de cartilagem, áreas de ossificação intramembranosa e áreas de ossificação endocondral.
Todo esse processo evolui até a formação do calo ósseo que envolve as extremidades fraturadas.
As trações e pressões exercidas sobre o osso durante a reparação, a atividade osteoclastica e após o retorno do paciente a suas atividades normais, causam a remodelação do calo ósseo e sua completa substituição por tecido ósseo lamelar. 
Articulações
Sinartroses: não proporcionam movimento, ou eles são limitados.
Sinostroses: totalmente desprovidas de movimento, os ossos são unidos por tecido ósseo.
Encontram-se unindo os ossos chatos do crânio em idosos
Em crianças, adultos e jovens a união desses ossos é realizada por tecido conjuntivo denso.
Sincondroses: são articulações nas quais existem movimentos limitados, sendo as peças osseas unidas por cartilagem hialina.
Ex: primeira costela com esterno.
Sindesmoses: tem algum movimento, o tecido que une os ossos é o conjuntivo denso.
Ex: sínfise pubiana.
Diartroses: dotadas de grande mobilidade, geralmente a que une os ossos longos.
Cavidade articular contém um liquido incolor, transparente e viscoso, o liquido líquido sinovial, uma via transportadora de substancias entre a cartilagem articular e o sangue dos capilares da membrana sinovial.
O deslizamento das superfícies articulares é facilitado pelo efeito lubrificante do ácido hialuronico.

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