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8. Faringotonsilites

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Faringotonsilites
 Processo inflamatório da mucosa faríngea e do tecido linfoide do anel linfático de Waldeyer
Anel de Waldeyer
- Tonsilas são estruturas linfoepiteliais que promovem um anel de proteção imunológica na abertura tanto do trato aéreo quanto do digestivo.
- É composto por:	 
. Tonsilas palatinas ou Amígdalas
. Tonsila Nasofaríngea ou Adenoide
. Tonsilas tubárias
. Tonsilas linguais
Classificação de Brodsky
- Grau 0: tonsila na fossa tonsilar, não causa obstrução 
- Grau 1: tonsila levemente fora da fossa, <25% obstrução da via aérea
- Grau 2: tonsilas bem visíveis, 25-50% de obstrução da via aérea
- Grau 3: Tonsilas obstruindo 50-70% 
- Grau 4: tonsilas com obstrução > 75%
- As tonsilas palatinas e faríngeas constituem os primeiros tecidos imunocompetentes a entrarem em contato com os microrganismos exógenos e outros antígenos presentes no fluxo aereodigestivo. 
Etiologias
- Infecciosas, hiperplásicas, tumorais e hematológicas
- A faringotonsilite infecciosa é a causa mais frequente de infecção da via respiratória superior e responsável pelo maior número de atendimentos médicos, principalmente por pediatras e otorrinolaringologistas. 
Faringotonsilites Infecciosas
- Virais
- Bacterianas inespecíficas (Streptococcus pyogenes do grupo A, Mycoplama pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, Staphylococcus aureus, Haemophillus spp., Moraxella catarrhallis, etc)
- Bacterianas específicas (Difteria, Angina de Plaut-Vincent, Angina Luética-Sífilis, Faringite Gonocócica, Faringite Herpética, Herpangina, Leshmaniose, Paracoccidioidomicose)
FARINGOTONSILITES VIRAIS
- Correspondem a 75% dos casos em crianças <2 anos 
- Principal vírus: Adenovírus
- Febre alta, mialgia, coriza, obstrução nasal, moderada odinofagia, conjuntivite (febre faringoconjuntival)
- Exsudato na faringe e tonsilas pouco frequentes
- Alguns vírus com Herpes simplex e o EBV podem se manifestar como estomatites e/ou faringotonsilites
- Coxsackie vírus Herpangina (vesículas nos pilares)
- Sarampo sinal de Koplik (pontos brancos localizados na mucosa bucal na região próxima aos molares, que as vezes se estendem a toda mucosa oral)
- Tratamento: cuidados com estado geral, hidratação, medicação analgésica e antitérmica
Mononucleose Infecciosa
- Pode ser causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), citomegalovírus (CMV), toxoplasma, adenovírus ou vírus da hepatite. 
. O principal vírus relacionado é o EBV (infecta preferencialmente linfócitos B humanos)
- Transmissão por meio de troca de saliva com beijo ou contato próximo
Clínica 
- Pródromo: mal-estar geral e fadiga, seguida por início súbito de febre e dor de garganta
- Aumento e eritema de tonsilas, exsudato branco-amarelado na superfície e nas criptas
- Adenomegalia cervical, principalmente posterior
 Febre, angina e poliadenomegalia, edema de úvula e palato são sinais característicos da mononucleose
- Pode ser encontrado hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, rash e petéquias palatais
Diagnóstico
- Hemograma, reação de Paul-Bunnel-Davison, pesquisa de anticorpos IgM e IgG
Tratamento 
- Suporte, hidratação e analgésicos
- Repouso é importante pelo risco de ruptura do baço
FARINGOTONSILITES BACTERIANAS
- Não teriam grande relevância se não fossem as complicações geradas pelo agente etiológico Streptoccocus pyogenes grupo A ou Streptoccocus pyogenes beta-hemolítico do grupo A.
Clínica
- Febre alta, odinofagia intensa, mialgia, halitose, exsudato esbranquiçado ou amarelado, pontos purulentos, linfadenomegalias
Tratamento: Penicilinas e macrolídeos 
Difteria 
- Pseudomembranas invadindo palato, pilares e úvula. Ao remover sangra. 
- Agente: Corynebacterium diphteriae, bacilo gram-positivo anaeróbio 
- Febre baixa, dor de garganta pouco intensa
- Quadro toxêmico grave, prostração e palidez
- Invasão laríngea (crupe - traqueostomia de urgência),
- Raríssima atualmente devido à imunização
- Tratamento: penicilina ou eritromicina, hidratação vigorosa e analgesia
Faringotonsilite Fuso-espiralada
- Associação de bacilos fusiformes (Fusionbacterium plautivincenti) e espirilares (Spirochaeta dentium), saprófitas da cavidade oral que juntos tornam-se patogênicos em condições de má higiene oral, desnutrição e mau estado dos dentes.
- Conhecida como Angina de Plaut-Vincent.
- Lesão ulceronecrótica unilateral, recoberta por exsudato pseudomembranoso, fétida, disfagia e odinofagia.
- Extremamente dolorosa; causa halitose.
- Tratamento – amoxicilina ou cefalosporinas associada a metronidazol, higiene bucal rigorosa com soluções antissépticas.
Faringotonsilite Hemopática
- Agranulocitose:
. Ulcerações necróticas, palidez mucosa
- Leucemia:
. Úlceras necróticas, mucosa pálida
. Linfadenomegalia generalizada
. Hemorragias
COMPLICAÇÕES DAS FARINGOTONSILITES 
1. Complicações supurativas
a) Abscessos
- Sintomas: dor intensa unilateral, com irradiação para orelha, sialorreia, dificuldade de deglutição, voz anasalada, trismo, febre, mal-estar e calafrios. 
- Sinais: abaulamento unilateral, que desloca a tonsila em direção à linha média, sinais inflamatórios intensos, edema e hiperemia, e exsudato. 
. Abscesso Tonsilar
. Abscesso Periamigdaliano – processo infeccioso atinge o espaço peritonsilar, entre a cápsula tonsilar e o músculo constritor superior da faringe, mais comum na região superior
. Abscesso laterofaríngeo
. Abscesso retrofaríngeo
b) Infecções invasivas
c) Síndrome do choque tóxico
2. Complicações não-supurativas 
a) Febre reumática
b) Glomerulonefrite aguda
c) Escarlatina 
TRATAMENTO CIRÚRGICO
 Tonsilectomia faríngea (adenoidectomia)
 Tonsilectomia palatina
Indicações
1. Hipertrofia exagerada
. Roncos, apneia obstrutiva
. Respirador bucal – alterações craniofaciais, etc.
. Otites, sinusites de repetição.
2. Infecções
. 6 ou + crises/ano
. 4 ou + crises/semestre
3. Abscesso periamigdaliano
4. Convulsões febris

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