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Faringotonsilites Processo inflamatório da mucosa faríngea e do tecido linfoide do anel linfático de Waldeyer Anel de Waldeyer - Tonsilas são estruturas linfoepiteliais que promovem um anel de proteção imunológica na abertura tanto do trato aéreo quanto do digestivo. - É composto por: . Tonsilas palatinas ou Amígdalas . Tonsila Nasofaríngea ou Adenoide . Tonsilas tubárias . Tonsilas linguais Classificação de Brodsky - Grau 0: tonsila na fossa tonsilar, não causa obstrução - Grau 1: tonsila levemente fora da fossa, <25% obstrução da via aérea - Grau 2: tonsilas bem visíveis, 25-50% de obstrução da via aérea - Grau 3: Tonsilas obstruindo 50-70% - Grau 4: tonsilas com obstrução > 75% - As tonsilas palatinas e faríngeas constituem os primeiros tecidos imunocompetentes a entrarem em contato com os microrganismos exógenos e outros antígenos presentes no fluxo aereodigestivo. Etiologias - Infecciosas, hiperplásicas, tumorais e hematológicas - A faringotonsilite infecciosa é a causa mais frequente de infecção da via respiratória superior e responsável pelo maior número de atendimentos médicos, principalmente por pediatras e otorrinolaringologistas. Faringotonsilites Infecciosas - Virais - Bacterianas inespecíficas (Streptococcus pyogenes do grupo A, Mycoplama pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, Staphylococcus aureus, Haemophillus spp., Moraxella catarrhallis, etc) - Bacterianas específicas (Difteria, Angina de Plaut-Vincent, Angina Luética-Sífilis, Faringite Gonocócica, Faringite Herpética, Herpangina, Leshmaniose, Paracoccidioidomicose) FARINGOTONSILITES VIRAIS - Correspondem a 75% dos casos em crianças <2 anos - Principal vírus: Adenovírus - Febre alta, mialgia, coriza, obstrução nasal, moderada odinofagia, conjuntivite (febre faringoconjuntival) - Exsudato na faringe e tonsilas pouco frequentes - Alguns vírus com Herpes simplex e o EBV podem se manifestar como estomatites e/ou faringotonsilites - Coxsackie vírus Herpangina (vesículas nos pilares) - Sarampo sinal de Koplik (pontos brancos localizados na mucosa bucal na região próxima aos molares, que as vezes se estendem a toda mucosa oral) - Tratamento: cuidados com estado geral, hidratação, medicação analgésica e antitérmica Mononucleose Infecciosa - Pode ser causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), citomegalovírus (CMV), toxoplasma, adenovírus ou vírus da hepatite. . O principal vírus relacionado é o EBV (infecta preferencialmente linfócitos B humanos) - Transmissão por meio de troca de saliva com beijo ou contato próximo Clínica - Pródromo: mal-estar geral e fadiga, seguida por início súbito de febre e dor de garganta - Aumento e eritema de tonsilas, exsudato branco-amarelado na superfície e nas criptas - Adenomegalia cervical, principalmente posterior Febre, angina e poliadenomegalia, edema de úvula e palato são sinais característicos da mononucleose - Pode ser encontrado hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, rash e petéquias palatais Diagnóstico - Hemograma, reação de Paul-Bunnel-Davison, pesquisa de anticorpos IgM e IgG Tratamento - Suporte, hidratação e analgésicos - Repouso é importante pelo risco de ruptura do baço FARINGOTONSILITES BACTERIANAS - Não teriam grande relevância se não fossem as complicações geradas pelo agente etiológico Streptoccocus pyogenes grupo A ou Streptoccocus pyogenes beta-hemolítico do grupo A. Clínica - Febre alta, odinofagia intensa, mialgia, halitose, exsudato esbranquiçado ou amarelado, pontos purulentos, linfadenomegalias Tratamento: Penicilinas e macrolídeos Difteria - Pseudomembranas invadindo palato, pilares e úvula. Ao remover sangra. - Agente: Corynebacterium diphteriae, bacilo gram-positivo anaeróbio - Febre baixa, dor de garganta pouco intensa - Quadro toxêmico grave, prostração e palidez - Invasão laríngea (crupe - traqueostomia de urgência), - Raríssima atualmente devido à imunização - Tratamento: penicilina ou eritromicina, hidratação vigorosa e analgesia Faringotonsilite Fuso-espiralada - Associação de bacilos fusiformes (Fusionbacterium plautivincenti) e espirilares (Spirochaeta dentium), saprófitas da cavidade oral que juntos tornam-se patogênicos em condições de má higiene oral, desnutrição e mau estado dos dentes. - Conhecida como Angina de Plaut-Vincent. - Lesão ulceronecrótica unilateral, recoberta por exsudato pseudomembranoso, fétida, disfagia e odinofagia. - Extremamente dolorosa; causa halitose. - Tratamento – amoxicilina ou cefalosporinas associada a metronidazol, higiene bucal rigorosa com soluções antissépticas. Faringotonsilite Hemopática - Agranulocitose: . Ulcerações necróticas, palidez mucosa - Leucemia: . Úlceras necróticas, mucosa pálida . Linfadenomegalia generalizada . Hemorragias COMPLICAÇÕES DAS FARINGOTONSILITES 1. Complicações supurativas a) Abscessos - Sintomas: dor intensa unilateral, com irradiação para orelha, sialorreia, dificuldade de deglutição, voz anasalada, trismo, febre, mal-estar e calafrios. - Sinais: abaulamento unilateral, que desloca a tonsila em direção à linha média, sinais inflamatórios intensos, edema e hiperemia, e exsudato. . Abscesso Tonsilar . Abscesso Periamigdaliano – processo infeccioso atinge o espaço peritonsilar, entre a cápsula tonsilar e o músculo constritor superior da faringe, mais comum na região superior . Abscesso laterofaríngeo . Abscesso retrofaríngeo b) Infecções invasivas c) Síndrome do choque tóxico 2. Complicações não-supurativas a) Febre reumática b) Glomerulonefrite aguda c) Escarlatina TRATAMENTO CIRÚRGICO Tonsilectomia faríngea (adenoidectomia) Tonsilectomia palatina Indicações 1. Hipertrofia exagerada . Roncos, apneia obstrutiva . Respirador bucal – alterações craniofaciais, etc. . Otites, sinusites de repetição. 2. Infecções . 6 ou + crises/ano . 4 ou + crises/semestre 3. Abscesso periamigdaliano 4. Convulsões febris
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