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1. Embora os efeitos adversos dos medicamentos da poliquimioterapia (PQT) sejam raros, é fundamental conhecê-los. Sobre este tema, assinale os sinais e sintomas de alerta que demandam atendimento de emergência e PQT substitutiva. Dermatite esfoliativa e eritrodermia A PQT deve ser suspensa e o paciente necessita de atendimento de emergência. Dermatite esfoliativa e eritrodermia relacionam-se ao uso da Dapsona. Estes quadros precisam de atendimento hospitalar até o controle dos sinais e sintomas, quando poderão ser encaminhados à UBS com uma droga substitutiva à Dapsona para acompanhamento, conforme orientação da referência. 2. Apesar de os efeitos adversos serem raros, com frequência é necessário diferenciá-los de reações hansênicas. Nesse sentido, assinale a alternativa correta. Reações hansênicas podem ocorrer antes, durante ou após o tratamento e os efeitos adversos, embora mais frequentes no início da poliquimioterapia, podem ocorrer a qualquer momento do tratamento. As reações hansênicas ocorrem mais na metade do tratamento e os efeitos adversos são mais frequentes em torno da sexta semana, embora possam ocorrer a qualquer momento do tratamento. 3. Quando as bilirrubinas estão de 2 a 3 vezes maiores do que os valores de referência durante o tratamento da hanseníase, qual a melhor conduta? Suspender as medicações hepatotóxicas da PQT (rifampicina e dapsona) e encaminhar o paciente com guia de referência pela hipótese de efeito adverso. A rifampicina é o medicamento mais hepatotóxico da PQT, mas, em alguns indivíduos, induz a metabolização da dapsona em hidroxilamina e, nesses casos, o medicamento que tem que ser substituído é a dapsona. Na unidade de referência o caso deverá ser melhor avaliado e, quando necessário, será instituído o uso de droga substitutiva. 4. Após confirmação pela referência do diagnóstico de reação hansênica do tipo 1, como o paciente deve ser acompanhado pela Atenção Básica? Com avaliação clínica e laboratorial periódica, conforme orientações da referência, e com tratamento preventivo para osteoporose e estrongiloidíase. Deverá também ser avaliada a pressão arterial e o peso, verificando-se a adesão ao tratamento e reencaminhando o paciente para a referência caso surjam novas lesões/queixas ou se não houver melhora do quadro. 5. A hanseníase é uma doença polimorfa que faz diagnóstico diferencial com muitas outras doenças. Em alguns casos, podem-se observar lesões eritemato- edematosas (lesões sarcoídicas) sem melhora com tratamento tópico. Nas lesões que não apresentam queda de pelos e/ou anestesia, quais são outros diagnósticos possíveis? Leishmaniose, tuberculose, blastomicose. Estas doenças também podem causar lesões sarcoídicas (placas bem delimitadas eritemato-amareladas) em que não há queda de pelos e/ou anestesia. 6. A hanseníase é uma doença crônica em que podem ocorrer episódios reacionais agudos, como a reação reversa ou do tipo 1. Com o que se relaciona a reação reversa? Com a exacerbação da resposta imune celular, que pode ocorrer antes, durante ou após o tratamento. A melhora da resposta imune na reação reversa (ou do tipo 1) da hanseníase é semelhante a que ocorre quando se inicia o tratamento da aids, denominada síndrome de reconstituição imune. 7. As reações hansênicas (ou episódios hansênicos reacionais) são mais frequentes do que as recidivas em hanseníase. Sobre estes temas, marque a alternativa correta. Nas reações hansênicas, em geral, as lesões são mais eritematosas e quentes. Nas recidivas as lesões são mais pardacentas e frias, com leve aumento nas bordas. As reações hansênicas acontecem no curso crônico da hanseníase por resposta imune aguda. Já a recidiva ocorre com lesões discretas pela lenta multiplicação bacilar. 8. Qual a melhor medida a ser tomada em um serviço de Atenção Básica frente a suspeita de uma reação hansênica tipo 2 em um paciente que já apresenta sequelas da doença? Introduzir corticosteroide oral 1mg por kg e tratamento preventivo para estrongiloidíase e osteoporose, além de encaminhar para referência em 24horas com a guia de referência. Quando o paciente já apresenta sequelas, a corticoterapia pode bloquear a evolução aguda. É importante também associar a talidomida, realizar periodicamente avaliação clínica (enfatizando a neurológica, a oftalmológica e a urológica) e coleta de exames laboratoriais. 9. Quais são os diagnósticos diferenciais do eritema nodoso hansênico (ENH)? Efeito adverso de medicamentos, infecção bacteriana e tuberculose. O eritema nodoso pode ocorrer por estas e por outras etiologias (gravidez, vacinação, neoplasias etc). No entanto, o eritema nodoso da hanseníase diferencia-se dos demais por poder ulcerar, ocorrer fora dos membros inferiores e por apresentar manifestações sistêmicas. 10. A hanseníase é uma doença crônica. No entanto, podem ocorrer episódios reacionais agudos, como as reações hansênicas do tipo 2/ eritema nodoso hansênico. Com o que se relaciona o eritema nodoso hansênico? Com a exacerbação da resposta imune humoral que pode ocorrer antes, durante ou após o tratamento, mas que, em geral, acontece em torno do 6º mês de tratamento; O ENH ocorre por melhora da resposta imune, como ocorre com os casos de aids, quando se inicia o tratamento (síndrome da reconstituição imune). 11. Diante de um paciente com reação hansênica do tipo 2 que apresenta neurite, epididimite e/ou orquite, qual a melhor conduta? Prescrever corticoide oral 1mg/kg de peso e talidomida, além de reforçar cuidados com os olhos, nervos e genitais para evitar sequelas. Nestes casos, o paciente necessita de seguimento na referência até o controle do quadro reacional agudo. Após resolução da fase aguda, poderá ser reencaminhado para a UBS. 12. Após confirmação do diagnóstico de eritema nodoso hansênico por uma unidade de referência, e uma vez contrarreferenciado para a UBS, como o paciente deve ser acompanhado na Atenção Básica? Com consultas mensais para avaliação dermatoneurológica e exames laboratoriais de acompanhamento (da reação hansênica e de efeitos adversos dos medicamentos), seguindo orientações da Unidade de Referência. Além disso, para evitar os efeitos adversos graves da corticoterapia, a avaliação da pressão arterial, do peso e da ingestão das medicações deve ser rigorosa e acompanhada de orientação alimentar. Se novas lesões surgirem ou não houver melhora do quadro, deve-se reencaminhar o paciente para a referência.
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