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UNIDADE IV GESTÃO DA EDUCAÇÃO A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DA ESCOLA

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Prévia do material em texto

Economia da Educação
Gestão da Educação: a administração financeira da escola
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Rômulo Pereira Nascimento
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Jane Garcia de Carvalho
Revisão Textual:
Prof.a Me. Cláudio Brites 
5
• Gestão da Educação: a administração 
financeira da escola
• O Programa Dinheiro Direto na Escola
• A administração financeira da escola e a 
definição de prioridades
Estude adotando uma postura autônoma, estudando os textos disponibilizados aqui, 
participando do fórum, realizando as atividades de aprofundamento e acompanhando a 
vídeo-aula.
Dedique-se ao estudo. Assuma uma atitude saudável sendo responsável pelo seu estudo. 
Lembre-se que seu aproveitamento será proporcional ao seu empenho para a realização das 
atividades propostas.
 · Nessa unidade, vamos estudar sobre como gerenciar os 
recursos financeiros da escola, conheceremos o Programa 
Dinheiro Direto na Escola – PDDE e formas de exercer uma 
gestão democrática.
Gestão da Educação: a administração 
fi nanceira da escola
• A atuação do gestor escolar
6
Unidade: Gestão da Educação: a administração fi nanceira da escola
Contextualização
 
 Explore
Para darmos início à unidade IV, convido você a refletir sobre o tema assistindo a uma produção 
do Fantastico, sob o título: O abandono em escolas públicas de estados com menores médias no 
Pisa. Esse trabalho permite conhecimento, reflexão e análise sobre o que pode o gestor encontrar ao 
desenvolver seu trabalho. Click no link:
https://goo.gl/vdqZ1M
7
Gestão da Educação: a administração fi nanceira da escola
No que diz respeito ao financiamento da educação em nosso país, temos instrumentos legais 
que regem essa dimensão da gestão, no que se refere à distribuição de recursos previstos pela 
Constituição Federal e LDB:
A União aplicará anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita 
resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências na 
manutenção e desenvolvimento do ensino. (CF Art. 212 e LDB Art 69)
O objetivo foi o de garantir uma base legal no estatuto da educação brasileira para obrigar as 
unidades da federação a destinarem recursos financeiros diretamente às suas escolas.
A LDB nº 9. 394/96, em seu Art. 15, estabelece que “os sistemas de ensino assegurarão 
às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de 
autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de 
direito financeiro público”. Ao afirmar que à escola devem ser atribuídos progressivos graus de 
autonomia, reconheceu que não se trata de autonomia absoluta, mas que, mesmo parcial, deve 
progredir até um ponto que lhe garanta seu pleno funcionamento, nas suas múltiplas dimensões.
O termo autonomia significa capacidade do 
indivíduo de analisar e avaliar determinada situação, 
tomando decisões próprias a seu respeito. Seu 
conceito traz algumas características especificas, 
são elas: relacional, relativo e interdependente. E, 
nesse sentido, o conselho escolar é um importante 
instrumento de participação da comunidade e deve ser 
o maior aliado do gestor na construção da autonomia 
financeira da escola.
Ideias Chave
A destinação de recursos às escolas deve sujeitar-se a um dos dois regimes de realização da despesa 
previstos na legislação: o regime normal e o regime de adiantamento. 
O regime normal, que consiste na realização da despesa de acordo com os estágios de empenho 
prévio, liquidação e pagamento, é possível se for adotada a destinação pela administração municipal 
e descentralizada da execução.
O regime de adiantamento é o mecanismo mais adequado para permitir as escolas municipais 
exercerem a autonomia financeira de que trata a LDB. Para se por em pratica esse regime é necessária 
a existência de uma lei municipal que o regulamente. Dessa forma, propõe-se a criação de uma 
lei de adiantamento exclusiva para as escolas municipais, caracterizada como o instrumento legal 
garantidor da autonomia.
thinkstock.com
8
Unidade: Gestão da Educação: a administração fi nanceira da escola
Administrar o orçamento requer organização, responsabilidade e transparência, uma vez que 
a gestão dos recursos públicos é regulada pelas leis federais de Direito Financeiro, de Licitações e 
pela lei de Responsabilidade Fiscal. Os recursos do governo federal são distribuídos pelo Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por canais como o Programa Dinheiro 
Direto na Escola (PDDE), depositados na conta bancária da entidade executora da escola – 
geralmente a Associação de Pais e Mestres (APM) –, ganhando rapidez para suprir necessidades 
básicas de manutenção, aquisição de material didático e formação.
Os recursos dos estados e municípios são administrados pelas Secretarias de Educação, que 
providenciam itens como estrutura física, carteiras e pagamento de funcionários. Existe ainda o 
montante arrecadado em eventos ou em parcerias com o setor privado.
O Programa Dinheiro Direto na Escola
O PDDE é um programa do MEC de descentralização de recursos financeiros federais 
voltado para o atendimento da educação básica. O programa compreende as escolas públicas 
de educação básica, administradas pelas redes de ensino estaduais, do Distrito Federal e 
municipais de todo o país que atendam mais de 20 alunos matriculados e as escolas privadas de 
educação especial, mantidas por ONGs, ou entidades similares sem fins lucrativos, registradas 
no Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS e que atendam as normas do programa 
(BRASIL, 2004a). Dentre essas normas, está a de investir os recursos do PDDE em ações 
voltadas, exclusivamente, para o atendimento dos alunos beneficiários do programa (BRASIL, 
2004a). Essa exigência inviabiliza, portanto, que as escolas mantidas por ONGs invistam os 
recursos do programa em atividades lucrativas, por se tratarem de escolas privadas. 
Para serem beneficiadas com os recursos do PDDE, as escolas devem estar cadastradas no Censo 
Escolar, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP. 
Criado pelo MEC em 1995 (quando era denominado PMDE), através da Resolução FNDE 
Nº 12, de 10 de Maio de 1995 e executado, desde aquele ano, pelo FNDE, o PDDE tem 
como objetivo primeiro contribuir, de forma suplementar, para a melhoria da infraestrutura 
física e pedagógica da escola pública de nível fundamental, no sentido de garantir as condições 
indispensáveis para o seu bom funcionamento, “[...] reforçando-lhe, inclusive, a participação 
social e a autogestão escolar [...].” (BRASIL, 2003b, p. 8).
Trata-se de uma política educacional que, no plano das orientações, propõe-se à melhoria 
da qualidade do ensino público por meio da autonomia de gestão financeira e da participação 
da comunidade escolar na administração dos recursos financeiros transferidos às escolas 
públicas pelo FNDE.
Os princípios do programa estão formalmente assentados na descentralização da gestão 
escolar, na participação cidadã e na parceria que envolve as três esferas de governo e as 
escolas. Com essa política de gestão financeira, o governo brasileiro afirma estar promovendo 
uma redefinição nas relações de poder entre centros (Ministério da Educação e Secretarias de 
Educação) e periferias de decisão (as escolas), a partir da qual o poder de decisão é deslocado 
para o núcleo da gestão. 
9
Nos discursos e documentos oficiais, os representantes da comunidade escolar passam então 
a ter papel central, a partir do PDDE, na gestão dos recursos transferidos às escolas, sendo agora 
os responsáveis primeiros pelo seu recebimento, administração e prestação de contas perante às 
suas Secretarias da Educação e ao FNDE.
Trata-se,portanto, de uma política de gestão e financiamento que se propõe dar garantia de 
autonomia às escolas e à construção de espaços participativos em seu interior. 
Trocando Ideias
Os sujeitos da escola, nesse contexto, deixam de ser vistos pelos centros de decisão como meros 
espectadores da política educacional local e passam a atuar com responsabilidade e compromisso 
pelo bem comum ou pelo interesse público na gestão dos recursos da escola (PEREIRA apud 
BRASIL, 2003b). 
 
Segundo Pereira (1998a), trata-se de uma nova compreensão que passa a ter o cidadão nas 
políticas públicas sociais. Em consonância com a concepção de cidadão definida na Gestão 
Gerencial, o cidadão mais participativo e menos espectador, no PDDE, é aquele que toma a 
iniciativa de apontar problemas e sugerir soluções, sem aguardar as decisões centrais, participando, 
de forma coletiva e solidária, da execução dos recursos do programa em favor do interesse público.
 Trata-se de uma política operacionalizada a partir da participação de diferentes atores na 
administração dos recursos públicos, envolvendo as três instâncias de governo e as escolas. 
Neste sistema de parceria, há uma nítida divisão de responsabilidades e competências na 
implementação do programa.
Os critérios para a distribuição dos recursos do programa são dois: o número de matrículas 
registrado no Censo Escolar do ano anterior à transferência, realizado anualmente pelo 
INEP; e as condições socioeconômicas das regiões nas quais as escolas beneficiárias do 
programa estão localizadas.
No âmbito da escola, a administração do programa está sob a responsabilidade das Unidades 
Executoras que, de acordo com a legislação, pode ser qualquer entidade representativa da escola, 
como a Caixa Escolar, a APM, ou outro órgão similar a esses, desde que representem, juridicamente, 
os estabelecimentos públicos de ensino beneficiários do Programa (BRASIL, 2004a).
A função básica da Unidade Executora consiste em receber e administrar os recursos 
provenientes do PDDE, ou seja, empregá-los em ações que incidam no bom funcionamento 
da escola e na melhoria da qualidade do ensino, em consonância com as normas e critérios 
para execução do programa, definidas previamente e regulamentadas em lei específica pelo 
governo central através do FNDE. É através das Unidades Executoras, portanto, que a política 
de descentralização de recursos públicos se efetiva no âmbito das unidades de ensino. 
É oportuno ressaltar que as Unidades Executoras, além de receberem e administrarem os recursos 
oriundos do programa, cuja origem são os cofres públicos, podem exercer a função de captar e 
administrar recursos provenientes de outras fontes (não-públicas), sem nenhum impedimento 
jurídico – já que esta função está regulamentada nos documentos que normatizam o programa –, 
como de doações ou mesmo recursos advindos da própria comunidade escolar que representa.
10
Unidade: Gestão da Educação: a administração fi nanceira da escola
A administração fi nanceira da escola e a defi nição de prioridades 
Para Pensar
É importante destacar que definir prioridades é fundamental. Uma visão panorâmica é conseguida 
com a reunião de representantes de professores, funcionários, equipe gestora, estudantes, pais e 
comunidade para definir prioridades, com a participação ativa da APM e do Conselho Escolar. Para 
garantir a aprendizagem, vale se perguntar o que é imprescindível para atingi-la: materiais? Obras de 
reparo? Formação de professores? As respostas virão de uma lista, cada item ganha uma ordem de 
urgência antes da distribuição dos recursos.
 
Quanto mais detalhado for o planejamento, melhores serão os resultados. Para calcular 
certo os gastos do orçamento e compreender como melhorar a receita da escola, é preciso ter 
referência. Uma boa maneira de adquirir parâmetros é levantar, nos documentos da instituição, 
o histórico de gastos de três ou quatro meses do ano anterior e fazer uma média de quanto cada 
área demandou (informática, recursos humanos, material, etc.). Não custa lembrar que a escola 
pública deve seguir as normas da Lei de Licitações. De acordo com os valores e o tipo de gasto, 
essa legislação estabelece a obrigatoriedade de haver uma ação que permita a comparação de 
preços (concorrência, tomada de preços ou carta-convite), antes da contratação do serviço ou 
da compra de material. Por menor que seja esse gasto, o processo referente a ele deve conter, 
no mínimo, três orçamentos registrados.
No planejamento, devem constar os valores definidos para cada uma das prioridades, assim 
separados: estimativa de entrada de recursos e de arrecadação (receitas) e previsão de despesas. 
De acordo com a terminologia do orçamento público, essas últimas devem ser classificadas 
em dois grupos: as “correntes”, se referem aos gastos diários com a manutenção da escola, 
como compra de material e contratação de serviços; as “de capital”, são as despesas com 
equipamentos, materiais permanentes e execução de obras.
Para que o planejamento não desande é preciso estar sempre atento ao fluxo de caixa, 
ou seja, ao dinheiro que entra e sai diariamente. Como os imprevistos sempre acontecem, é 
recomendável prever uma reserva como margem de segurança. Outra medida que garante um 
bom controle da execução orçamentária é cuidar para que sejam emitidos sempre cheques 
nominais. Esse procedimento facilita o acompanhamento do extrato bancário, o que deve ser 
feito com frequência.
É sempre importante ressaltar que a escola tem de prestar contas de seus gastos à Secretaria 
de Educação à qual é vinculada, aos executores dos programas de financiamento com os quais 
estabelece parceria – em períodos estabelecidos previamente por lei ou pelo regulamento da 
entidade financiadora – e à comunidade.
Os balanços financeiro e orçamentário são obrigatórios, conforme determina o artigo 70 
da Constituição Federal. Acompanhado por documentos fiscais e justificativas, o relatório de 
prestação de contas precisa ser aprovado pelo conselho fiscal da escola antes de ser divulgado. 
Os formulários para essa finalidade mudam de acordo com o órgão de onde saem os recursos.
11
Com relação aos recursos financeiros privados, é essencial atender aos critérios da instituição 
que repassou a verba. Numa gestão democrática, a comunidade precisa ser informada de 
todas as aplicações feitas em benefício da escola. Mas isso pode ser divulgado de maneira mais 
informal, publicando as informações no jornal interno, no mural ou em assembleias com a 
presença de pais e alunos.
Destaca-se também que, para a comprovação dos gastos, todos os originais de documentos 
fiscais precisam ser encaminhados ao órgão responsável pela contabilidade. Lá ficam 
disponíveis para a fiscalização do Tribunal de Contas. Para garantir o controle interno, porém, é 
recomendável manter cópias de tudo. A boa organização dos documentos e dos papéis é meio 
caminho andado na hora de justificar as despesas. Fica mais fácil encontrar os documentos e 
manipulá-los se estiverem separados por contrato.
Trocando Ideias
Uma boa prática organizativa é criar uma pasta (ou processo) para cada um. Por exemplo, 
se a escola recebeu da Secretaria uma verba para executar uma obra na cozinha, o ideal é 
documentar esses reparos, organizando a papelada por ordem cronológica: comprovantes, 
extratos bancários, notas fiscais e recibos, plano de aplicação dos recursos e prestação de contas. 
São válidos somente os recibos e documentos emitidos em nome da escola, aqueles em nome de 
pessoa física ou de terceiros ficam de fora.
A atuação do gestor escolar
As escolas são unidades administrativas que podem pertencer a estruturas diferenciadas, de 
acordo com a forma de governo ao qual estão veiculadas, principalmente no que diz respeito à 
gestão de recursos financeiros.
A rotina de todo diretor é marcada pela variedade de atividades.No cotidiano de seu trabalho, 
ao chegar à escola, corre o risco de ver o que planejou fazer naquele dia se perder em meio 
às emergências que surgem de todos os lados. Assim, as funções primordiais do cargo vão se 
perdendo e correm o risco de cair no esquecimento.
Ideias Chave
É importante que o próprio gestor realize a gestão financeira numa atitude consciente 
e comprometida com a realidade escolar, e perceba a gestão financeira como uma de suas 
competências. Para isso, deve seguir as etapas fundamentais da gestão financeira que são: 
planejamento, execução e prestação de contas.
12
Unidade: Gestão da Educação: a administração fi nanceira da escola
A escola pública é parte integrante do sistema de administração pública da educação e tem o 
dever de atender todas as obrigações legais, funcionais, operacionais e de ordem hierárquica que 
cabem a ela. Sendo que a ela, gestão pública e unidade executora, devem-se aplicar os princípios 
básicos da administração pública: legalidade, moralidade, impessoalidade e publicidade.
Moreira e Pizzotti (2001) discutem a diferença entre o público e o privado no financiamento 
das escolas públicas, tratando das suas diferentes fontes e seus sistemas de aplicação de recursos. 
Essas diferenças resultam dos programas, projetos ou convênios que determinam os critérios 
para as transferências e a aplicação dos recursos financeiros.
Os autores apresentaram um modelo de plano de aplicação de recursos e as classificações 
que as despesas recebem, onde devem conter: o título do projeto; o período de execução (inicio/ 
término); identificação do objeto (com o que será gasta); justificativa da proposição (explicar a 
necessidade de se gastar com o objetivo); cronograma de execução (meta, etapa ou fase); plano 
de aplicação (valor em R$); cronograma do desembolso (data e valor em R$ que serão gastos 
as recursos). Assim, o gestor sente-se mais seguro para realizar de forma mais eficaz a gestão 
financeira da sua unidade escolar.
O uso dos recursos, ou seja, a etapa de “gastar o dinheiro” exige do gestor muita atenção 
nos procedimentos de acompanhamento e supervisão de cronogramas de desembolso, as 
formas de liberação dos recursos orçamentários e financeiros a serem utilizados nas escolas e os 
mecanismos de contratação, pagamento e comprovação das despesas. Assim como, os cheques 
emitidos pela escola, as notas fiscais de gastos realizados e os recibos de serviços prestados. 
Porque todos esses instrumentos constituem o registro da gestão financeira realizada na escola 
e devem ser cuidadosamente acompanhados e arquivados para o momento correspondente à 
etapa da prestação de contas.
Trocando Ideias
Vale ressaltar que seja exigida em todas as compras a nota fiscal de venda ao consumidor 
(quando mercadoria for retirada do estabelecimento pelo próprio comprador) ou a nota fiscal 
de serviços (quando se tratar de empresas que prestam serviços), mas nunca receber apenas o 
cupom fiscal. Na nota fiscal deve conter o nome da pessoa que atesta o recebimento, RG, CPF 
e assinatura do mesmo. Assim como, no pagamento com cheque, deve se tomar o cuidado de 
fazê-lo nominal e cruzado.
A aplicação de recursos orçamentários e financeiros realizados na escola está veiculada a 
diretrizes maiores que orientam o sistema de administração pública da educação, devendo 
obedecer às legislações, políticas nacionais, estaduais e municipais de financiamento de ensino, 
diretrizes e normas de transferência e aplicação de recursos.
Portanto, cabe ao gestor compreender que a escola é parte integrante desse sistema e, por 
isso, precisa prestar contas de todas as despesas que foram realizadas com recursos públicos a 
ela destinados por meio de programas orçamentários específicos. E com relação aos recursos 
financeiros privados, a escola deve atender aos critérios de prestação de contas estabelecidos 
pela instituição concedente.
13
 
A comunidade escolar também deve ter conhecimento de todas as despesas realizadas pela 
escola e estar consciente de todas as aplicações feitas em beneficio do serviço público prestado 
pela escola, bem como do seu direito de exigir um ensino de qualidade.
O Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar – CDCE deve verificar atentamente a 
prestação de contas e apresentá-la à comunidade escolar, cabendo ao gestor ser o mediador 
deste processo, numa linguagem simples, apresentando o valor dos recursos recebidos e 
com o que foram gastos. O importante é manter sempre a organização e o compromisso nos 
procedimentos a serem tomados.
Se os recursos financeiros recebidos pelo poder público não foram suficientes, cabe ao gestor 
buscar fontes adicionais de recursos para manter o bom funcionamento das escolas, num 
processo de descentralização administrativa que enfatize a autonomia de gestão das escolas.
Para isso, faz-se necessário que o gestor tenha em mãos um quadro geral da situação da 
escola, bem como da comunidade na qual está inserida. Primeiro, para saber de quanto a escola 
dispõe em recursos financeiros e de quanto necessita; em segundo, para conhecer melhor os 
principais setores econômicos da comunidade e identificar as possíveis fontes alternativas de 
recursos financeiros, sejam elas ligadas aos pais de alunos, ao comércio local, às indústrias e 
empresas locais ou a agentes comunitários. Isso é o que se chama de parceiras.
Com a associação do diagnóstico financeiro da escola e o contexto em que ela se insere, fica 
fácil ao gestor criar estratégias de captação de recursos privados. Que somados aos recursos 
públicos, melhorias nas condições de realização do trabalho educativo serão proporcionadas.
14
Unidade: Gestão da Educação: a administração fi nanceira da escola
Para realização competente de seu trabalho é necessário que o gestor amplie seus 
conhecimentos, adquira algumas habilidades relacionadas à gestão de recursos financeiros, 
como elaborar planos de aplicação, quadros demonstrativos de despesas, planilhas e 
prestação de contas.
Em Síntese
Os conteúdos tratados não esgotam o assunto. Porém, são fundamentais para uma gestão financeira 
organizada, comprometida e conhecedora de procedimentos eficazes, como: o posicionamento da 
escola no sistema de ensino; os princípios da administração pública; as fontes de financiamento da 
educação básica; as etapas da gestão financeira (planejamento) e, também, outras possibilidades de 
arrecadar recursos financeiros por meio das parcerias que a escola pode estabelecer.
Assim, o gestor, estará atuando como multiplicador de competências em gestão de recursos financeiros, 
além de proporcionar um ensino de qualidade com transparência e compromisso.
Vale lembrar que toda capacidade e competência do gestor deve estar voltada para as três principais 
preocupações inerentes ao seu cargo, que são a sua responsabilidade em: dirigir a relação entre 
ensino e aprendizagem; orientar para o saber e; gerenciar o conhecimento.
15
Material Complementar
Neste espaço, você encontra sugestões de materiais complementares ao conteúdo desenvolvido 
na Unidade IV. Aproveite para aprofundar e sistematizar os conhecimentos adquiridos. 
Bom estudo e até a próxima oportunidade!
Vídeo 1 – Gestão da Escola - Gestão Democrática: teoria e prática
https://youtu.be/rWymyHsnnTI
Vídeo 2 – PDDE
https://youtu.be/lnv8AkDLO2o
Vídeo 3 – Conselhos escolares, eleição de diretores e descentralização financeira
https://youtu.be/Fg6bBfs3wsc
16
Unidade: Gestão da Educação: a administração fi nanceira da escola
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. 
(2004a). Resolução FNDE/CD/Nº 10, de 22 de Março de 2004. Brasília: FNDE. BRASIL. 
Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 
2000.
_____________. (2004b). Resolução FNDE/CD/Nº 16, de 19 de Abril de 2004.Brasília: 
FNDE.
BRASIL. Lei n. 9.394/96, de 20 de dezembro 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. p. 27894.
CABRAL NETO, A. et al. Pontos e contrapontos da política educacional: uma leitura 
contextualizada de iniciativas governamentais. Brasília: Líber Livro Editora, 2007.
DAVIES, N. Fundeb: solução ou remendo para o financiamento da educação básica? In: 
GOUVEIA, AB; SOUZA, AR; TAVARES, T.M. (Orgs.). Conversas sobre financiamento da 
educação no Brasil. Curitiba: Editora da UFPR, 2006. p. 43-70.
FRANÇA, M. O financiamento da educação básica: do Fundef ao Fundeb. In: MONLEVADE, 
J. A. C. Políticas de valorização e profissionalização do magistério. Disponível em: 
<www.google.com.br >. Acesso em: 20 out. 2013.
PEREIRA, L. C. Reforma do Estado para a cidadania: a reforma gerencial brasileira 
na perspectiva internacional. Brasília: ENAP, 1998a.
PROGESTÃO: Como gerenciar os recursos financeiros? Módulo VI. Ana Maria de 
Abulquerque Moreira, José Roberto Pizzotti; coordenação geral Aglaê de Medeiros Machado. - 
Brasília: CONSED- Conselho de Secretários de Educação, 2001
SCHUCH, Cleusa Conceição Terres. Gestão financeira de duas escolas públicas 
estaduais do Rio Grande do Sul. Disponível em: http://www.isecure.com.br/anpae/87.pdf
17
Anotações
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