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UNIDADE I ECONOMIA DA EDUCAÇÃO CONCEITOS E IDEIAS FUNDAMENTAIS

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Economia da Educação
Economia da Educação: Conceitos e ideias fundamentais
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Rômulo Pereira Nascimento
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Jane Garcia de Carvalho
Revisão Textual:
Prof.a Me. Rosemary Toffoli
5
• Economia da Educação: Conceitos e ideias fundamentais
• Conceito de Educação
• Economia da Educação
Nesta unidade, vamos aprofundar os conceitos de economia da educação. Iniciaremos por 
estudar o conceito de economia e suas divisões. Em seguida, estudaremos o conceito de 
educação e, logo após, as ideias que fundamentam a área do conhecimento denominada 
economia da educação.
Nosso objetivo é que você execute as atividades com autonomia a partir da leitura dos textos 
disponibilizados nesta unidade.
 · Nesta unidade, vamos estudar os conceitos de Economia, 
Educação e Economia da educação e compreender que estes 
implicam uma série de proposições acerca da economia e da 
educação como a relação entre investimento econômico e 
qualidade da educação bem como a educação enquanto fator 
de desenvolvimento social.
Economia da Educação: Conceitos e 
ideias fundamentais
• O pensamento dominante na Economia da Educação a partir dos 
anos 50/70
• O pensamento dominante na Economia da Educação a partir dos 
anos 80/90
6
Unidade: Economia da Educação: Conceitos e ideias fundamentais
Contextualização
Fonte: Thinkstock.com
• O que é Economia?
• Quais são as suas divisões?
• O que é Educação?
• O que é Economia da Educação?
• De onde vem esse conceito?
• Quais os conceitos básicos?
Nada melhor para compreender um tema do que conhecer e saber os seus conceitos básicos 
e sua aplicação. Compartilhando esse pensamento, vamos iniciar nosso estudo sobre Economia 
da Educação, analisando seus conceitos e ideias fundamentais, estudando as implicações da 
economia na educação bem como a relação inversa.
7
Economia da Educação: Conceitos e ideias fundamentais
Fonte: Thinkstock.com
Há um consenso geral de que investir em educação é necessário e imprescindível a um 
povo que anseia desenvolvimento cultural, social, político e econômico. As relações entre 
educação e desenvolvimento são uma das perspectivas estudadas, entre outras abordagens, 
pela disciplina intitulada Economia da Educação. Nesta unidade, serão estudados os 
conceitos básicos necessários à realização de uma reflexão sobre questões que envolvem 
estas duas áreas do conhecimento.
Conceito de Economia
Economia é a ciência que estuda como as 
sociedades usam os recursos escassos e os 
processos de produção, a troca ou intercâmbio e 
consumo de bens e de serviços. O que significa 
que estuda o comportamento humano que deriva 
da relação existente entre as necessidades 
humanas e os recursos disponíveis que são 
necessários para satisfazê-las. Esta ciência ao 
estudar o comportamento humano e os recursos 
está relacionada com a ciência política geral das nações e, sobretudo, à vida das pessoas.
Analisando o termo economia, verifica-se que deriva do grego, cujo significado é 
administração da casa, do lar ou a família. Portanto, dentro da própria definição, podemos 
intuir o seu significado na atualidade. Na economia, há um constante estudo e análise dos 
problemas dos humanos no que diz respeito a que coisa produzir, que quantidade, para 
quem e quando fazê-lo.
8
Unidade: Economia da Educação: Conceitos e ideias fundamentais
A função da economia consiste em oferecer critérios mais racionais, depois de estudar 
o explicado anteriormente, para que os recursos existentes escassos sejam repartidos da 
melhor maneira possível e de forma eficiente.
Divisões da economia
Dentro da economia, existem duas tendências principais: a microeconomia e a macroeconomia.
A Microeconomia estuda as unidades de produção (empresas) e as unidades de consumo 
(famílias), individualmente ou em grupos. Por exemplo, buscar entender a relação da indústria 
automobilística com seus fornecedores ou com as concessionárias de veículos é um problema 
típico de seu estudo; ou tentar compreender como as grandes empresas negociam crédito com 
os bancos e as dificuldades das pequenas empresas para ter acesso ao mesmo crédito.
Já a Macroeconomia estuda os grandes números da economia, sem decompô-los. Questões 
tais como a taxa de crescimento do produto e da renda nacional, o nível de emprego e o 
desemprego, a inflação, as taxas de juros, a receita e a despesa do governo ou o comércio 
exterior são algumas das principais abordadas pelos macroeconomistas. A microeconomia 
estuda os comportamentos dos indivíduos (consumidores e produtores) e o mercado onde 
interagem. A macroeconomia estuda o resultado dos comportamentos desses indivíduos. A 
economia é usada em várias organizações humanas, sejam públicas ou privadas, além de 
domínios como finanças, agricultura, mercado de trabalho.
Outros conceitos básicos da economia são a oferta 
e a demanda. A oferta são os produtos e tem relação 
com a quantidade de produtores capazes de produzi-
los. A demanda está relacionada com os usuários que 
querem esses produtos e estão dispostos a pagar uma 
quantidade (preço) por eles num determinado tempo e 
dentro dos níveis possíveis de preços determinados pelos 
produtores. Dependendo do preço terá mais usuários 
ou menos. O ponto de união entre oferta e demanda é 
chamada equilíbrio de mercado.
Uma expressão muito utilizada, constantemente 
ouvida é a expressão política econômica. Em geral, quando 
há referência a política econômica, os especialistas estão se 
referindo às ações práticas desenvolvidas pelo governo com a finalidade de condicionar e conduzir 
o sistema econômico no sentido de que sejam alcançados um ou mais dos objetivos estabelecidos 
pela política econômica do governo.
O resultado da economia depende de quem ha estude porque não é um valor fixo, 
sempre está mudando pelos diferentes fatores que intervierem no estudo.
9
Conceito de Educação
Educação é o processo mediante o qual se afeta 
a uma pessoa impulsionando-a para que desenvolva 
suas capacidades cognitivas, emocionais e físicas para 
viver plenamente em sociedade.
A educação é considerada um direito humano 
fundamental. De acordo com a legislação brasileira 
é um dever da família e do estado sendo ofertada 
gratuitamente aos estudantes por parte do estado. Não 
obstante, existem escolas privadas ou particulares.
A educação formal tem diferentes níveis que abarcam a infância, adolescência e a vida adulta 
de uma pessoa. Assim, os primeiros anos de aprendizagem correspondem à chamada educação 
infantil, seguida do ensino fundamental, ensino médio e superior.
Apesar das declarações feitas pelos documentos que envolvem os direitos humanos, a verdade 
é que em algumas regiões a educação está severamente afetada pelas dificuldades econômicas. 
Assim, o ensino, para esta faixa da população pode ser considerado de baixa qualidade com 
respeito às possibilidades de viver e desfrutar os bens culturais produzidos pelo conjunto da 
sociedade. Esta situação faz que aquelas pessoas com um meio socioeconômico comprometido 
se vejam desfavorecidas, situação que resulta em uma desigualdade de oportunidades.
O conceito de educação é bastante amplo já que engloba uma diversidade muito grande 
de termos. Se nos referimos a educação, etimologicamente falando, a educação se divide em 
educar, criar, nutrir e alimentar, baseado nos termos “educare” e “educere”.
É possível afirmar que a educação é a ação pela qual uma geração ou uma pessoa, 
emissor, transmite a outra, receptor, por distintos meios ou técnicas, canal, para o completo 
desenvolvimento pessoal desejado do homem.
A educação é considerada como um direito coletivo e um fenômeno universal, histórico e 
necessário para que o ser humano e os povos possam subsistir, já que a educação é consideradaa melhor ferramenta de luta contra qualquer tipo de exclusão e contra todo tipo de injustiças.
A educação possibilita o crescimento individual, a produção e a reprodução social e 
cultural, tende ao aperfeiçoamento das pessoas e permite a sobrevivência.
 
Fonte: Thinkstock.com
10
Unidade: Economia da Educação: Conceitos e ideias fundamentais
Economia da Educação
A relação entre educação e economia, e especialmente verificada quando se associa 
investimento em educação e desenvolvimento econômico. Esta associação tem sido objeto de 
muita discussão no mundo atual. Exemplos de países que são desenvolvidos por conta de seu 
investimento em educação estão cada vez mais presentes na mídia. Há que se destacar que a 
teoria do capital humano reforça a ideia de que população mais educada é mais produtiva e 
saudável, o que melhora a qualidade de vida e o resultado econômico do País.
Enquanto área do conhecimento e disciplina, para Minto (2006. p. 13) a Economia da 
Educação surgiu.
..em meados dos anos 1950, nos Estados Unidos, quando um grupo de 
estudiosos do desenvolvimento econômico, inspirados na teoria econômica 
neoclássica, estava ocupado em explicar os ganhos de produtividade gerados 
pelo fator humano na produção, preocupação especialmente forte no período 
de expansão do capitalismo após a Segunda Guerra Mundial. Basicamente, 
buscava-se entender e explicar o valor econômico da educação, bem como a 
possibilidade de mensurá-lo. O pressuposto era o de que acréscimos marginais 
de instrução, treinamento ou educação do trabalhador, correspondiam a um 
acréscimo marginal na capacidade de produção. A conclusão necessária dessa 
premissa era a de que os investimentos em educação seriam muito rentáveis 
para a produção (para o capital), o que levou à sistematização e disseminação 
da Teoria do capital humano.
Em outra perspectiva, ao se pensar na relação entre economia e educação enquanto 
propulsora do desenvolvimento verifica-se um distanciamento entre estas duas áreas. 
Essa distância entre economia e Educação quando não há o desenvolvimento com distribuição 
equânime dos bens e serviços é injusta e explica, em grande medida, por que o Brasil é um 
dos países mais desiguais do mundo. O País ainda tem uma grande dívida histórica com sua 
Educação. Dívida acumulada por séculos de descaso com a área.
O Brasil avançou nas últimas décadas, mas há ainda muito por fazer em termos de educação. 
Por exemplo, ainda hoje há em torno de 3,5 milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos 
fora da escola no País. Em relação à aprendizagem, os dados são ainda mais preocupantes. 
Atualmente, o Brasil passa por um intenso e importante momento de crescimento. Já alcançou 
o 6º Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Entretanto, esse crescimento econômico não tem sido 
acompanhado do aumento da qualidade e da equidade na Educação. Isto se torna um problema 
porque compromete o desenvolvimento do País e limita as oportunidades dos brasileiros.
11
Investimento em Educação
 Fonte:http://msalx.revistaescola.abril.com.br/2013/04/19/1156/LfC4j/investimento-educacao-debate-eed-entrevista-2.jpeg
Quanto o Brasil Gasta com educação? O que gasta é muito ou pouco? Pode-se adotar dois 
critérios para avaliar as questões apresentadas. Pode-se fazer uma comparação com o que 
outros países gastam e ponderar e estimar as necessidades brasileiras. Por qualquer um dos 
critérios será possível perceber que o investimento em educação é pequeno.
Algumas comparações internacionais desconsideram a questão do volume de recursos, insistindo 
que nossa prioridade e nosso sacrifício pessoal são comparáveis: tanto como percentual do 
PIB, quanto como fração do PIB per capita, gastamos valores compatíveis com os níveis da 
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Porém, na comparação 
dos gastos reais, o Brasil não ocupa posição de destaque: cada aluno brasileiro recebe um 
investimento anual de R$4 mil, equivalentes a pouco mais de US$ 2 mil com paridade de poder 
de compra, bem abaixo da média da OCDE (US$ 8,6 mil).
Outra questão importante é o déficit em termos de capital: em média, o Brasil gasta 
relativamente pouco com capital, 5,4% do total de gastos, contra 7,5% na Finlândia, 14,6% na 
Coréia, e 8,7% em média na OCDE. 
Investimento na Educação Básica
 Quantas creches precisamos construir? 
Quantas escolas de Educação Infantil? 
Quantas escolas de ensino fundamental? 
Como expandir a minúscula jornada 
escolar sem mais escolas? E universidades 
para receber agora e mais tarde todos os 
jovens que queremos incluir? Mesmo 
países que gastam mais do que o Brasil, 
como Chile e México, não equacionaram 
esses problemas; por outro lado, países 
desenvolvidos não possuem déficit de 
capital significativo. A universalização 
do atendimento, mesmo que limitada à 
educação básica requer mais recursos. Fonte: Thinkstock.com
12
Unidade: Economia da Educação: Conceitos e ideias fundamentais
Você pode perceber que a economia da educação trata da política de 
investimento de recursos na educação, em todos os níveis e todas as modalidades. 
É muito importante que todo educador, cidadão e gestor da educação tenha conhecimento dos 
temas abordados pela economia da educação.
Esse conhecimento é importante, mesmo porque tanto o acesso a educação, por meio da expansão 
da sua rede física, dos gastos em custeio, quanto a permanência do aluno na escola, pela elevação da 
atratividade das ações escolares, parecem igualmente requerer investimentos de recursos. Contudo, 
cabe uma pergunta: aumento de gasto significa aumento de qualidade? É possível inferir que a 
relação não é automática. No entanto, não significa afirmar que ela não exista. 
A educação movimenta a economia
 Uma rica produção teórica e empírica que 
envolve as discussões sobre a relação entre trabalho 
e educação, ou, mais especificamente, sobre o 
novo modelo industrial e a qualificação da força de 
trabalho, vem se consolidando desde os anos 70 e, 
mais intensamente, ao longo dos 80 e 90.
No decorrer desses anos, tanto a Sociologia, 
quanto a Educação, vêm integrando uma 
diversidade de questões pertinentes à organização 
da produção e do trabalho, às formas de uso 
da mão-de-obra, ao mercado de trabalho, ao 
sistema educacional e à formação profissional e 
tecnológica. Em vista disso, já se tornou quase 
um truísmo a afirmação de que as profundas 
transformações que vêm ocorrendo na base 
técnica da produção e nas formas de organização 
e gestão do trabalho, necessitam de um novo tipo 
de trabalhador e de um novo modelo educacional, 
posto que tais modificações tenderiam a superar 
a produção em massa, típica do modelo clássico, 
taylorista-fordista.
O pensamento dominante na Economia da Educação a partir dos 
anos 50/70
No período que subsequente aos anos de 1950 e 1970 a área denominada economia 
da educação ficou marcadamente conhecida pela Teoria do Capital Humano. De acordo 
com os princípios dessa teoria, a estreita relação entre qualificação/força de trabalho 
e crescimento é evidente, na medida em que a aquisição de conhecimentos leva a um 
aumento de produtividade, à elevação de renda do trabalhador e, consequentemente, ao 
desenvolvimento da sociedade como um todo. Desse modo, os trabalhadores transformam-
Fonte: Thinkstock.com
13
se em capitalistas na medida em que, ao investirem na aquisição de conhecimentos, eles se 
tornam proprietários de capacidades economicamente valiosas.
A partir de então, tem-se que a qualificação é vista como um fator de desenvolvimento 
econômico, explicando que as diferenças na formação de renda pessoal e da produtividade são 
fruto do nível de educação adquirida pelo indivíduo. Ao permitir a aquisição de saberes específicos 
e o aperfeiçoamento de habilidades necessárias à qualificação para o trabalho, estabelece um 
vínculo diretoentre educação, produtividade e acumulação desse capital adquirido na escola.
As propostas educacionais enfatizavam a valorização e promoção social do trabalhador pela 
via da qualificação profissional; a concepção de educação como investimento e atendimento às 
necessidades do desenvolvimento econômico, além das práticas de integração escola-empresa como 
necessidade de qualificar recursos humanos para atender às demandas do mercado de trabalho.
Tais medidas tratavam de imprimir racionalidade ao investimento em educação, propondo 
uma correta aplicação de recursos, ao mesmo tempo em que asseguravam uma população 
educada de acordo com as demandas sociais e econômicas.
No decorrer dos anos 70 a política educacional no País foi largamente influenciada pela 
Economia da Educação, vindo a se refletir muito particularmente sobre as instituições de formação 
profissional. Defendia-se, então, a associação linear entre investimentos em qualificação da 
mão-de-obra e aumento da renda individual e social.
Nesse sentido, as ações na área educacional buscavam atingir a maneira mais racional de conferir 
um número determinado de diplomas em determinadas áreas ou profissões, que atendessem às 
projeções de demanda. Para isso, calculava-se a taxa de retorno por meio de diferenciais de 
rendimento (salários), tendo por base o tempo de escolaridade ou posse de um diploma.
Nessa perspectiva, enfatizava-se a obtenção de qualificações formais, cuja importância era 
auferida pela relação custo-benefício. O mercado, por sua vez, recrutava força de trabalho 
diplomada, valorizando particularmente os atestados de conclusão de curso, o que levou as 
instituições de formação profissional a adequarem suas atividades às demandas do mercado. 
Isso resultou em que a elaboração dos currículos fosse guiada pelas análises ocupacionais, a 
partir do levantamento pormenorizado das questões: o que se faz? como se faz? com que e 
onde se faz? Desse modo, considerava-se que os objetivos educacionais haviam sido atingidos 
quando o aluno dominava o “fazer” de uma determinada profissão, isto é, quando ele fosse 
capaz de reproduzir um trabalho prescrito com a máxima exatidão.
Alguns argumentos discordantes
Alguns autores, como Gaudêncio Frigoto, Vanilda Paiva e outros produziram críticas à Teoria 
do Capital Humano. Entre essas, destaca-se a ideia de educação como campo de luta que 
ocorre nas diferentes esferas da vida social, estreitamente ligada aos interesses de classe.
Contudo, mesmo no interior da crítica à Teoria do Capital Humano, havia o reconhecimento 
de que essa teoria se constituía num importante passo no sentido de entender que o sistema 
educacional não se restringe unicamente a selecionar e classificar os indivíduos, uma vez 
que a escolarização efetivamente aumenta a produtividade. 
14
Unidade: Economia da Educação: Conceitos e ideias fundamentais
 O pensamento dominante na Economia da Educação a partir dos 
anos 80/90
 
A abordagem da Educação pelo prisma econômico, expressa pela Teoria do Capital 
Humano, tem se constituído ao longo dos últimos anos numa questão complexa e relevante, 
diante das exigências do mundo do trabalho. O que se argumenta, é que a maior parte da 
desigualdade salarial no Brasil não parece ser criada pelo mercado de trabalho, mas, sim, 
pelo sistema educacional.
Desse modo, a preocupação com o mercado de trabalho parece direcionar-se a partir 
dos anos 80/09 para o tema da qualidade dos postos de trabalho gerado. O debate que se 
acendeu no âmbito da educação, em virtude dessa nova realidade, ganha contornos mais 
amplos, devido à preocupação da sociedade como um todo quanto às questões relativas à 
inserção no mercado de trabalho.
O que se observa é uma visível reversão de tendência quanto à qualificação (no sentido 
de que o ofício vinculado à habilidade e destreza perde lugar para competências tais como: 
saber lidar com informática, interpretar e resolver problemas, trabalhar em grupos e ser 
criativo.) sugere que a mão-de-obra pode se constituir num dos principais obstáculos (ou 
incentivos) à modernização industrial.
Diante deste cenário o que se observa é que há uma concordância sobre a importância do 
investimento na educação, bem como uma concordância com a ideia de que uma sociedade 
com um nível educacional mais alto pode impulsionar o desenvolvimento e a economia.
15
Material Complementar
 
 Explore
Após ter estudado os conceitos introdutórios, é possível que você queira aprofundar os pensamentos, 
ideias e reflexões referentes a Economia da Educação. Neste caso, selecione autores da lista abaixo e 
estudos os textos indicados. São eles:
 Explore
DOWBOR, L. Aspectos Econômicos da Educação. São Paulo: Ática, 1991.
FERNANDEZ ENGUITA, M. A Face Oculta da Escola: Educação e Trabalho no Currículo. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
FERRETTI, C. J. Trabalho, Formação e Currículo: Para Onde Vai a Escola? São Paulo: 
Xama, 1999.
PARO, V. H. – Administração Escolar: Introdução Crítica, São Paulo: Cortez, 2003.
16
Unidade: Economia da Educação: Conceitos e ideias fundamentais
Referências
ARRIGUI, G. O longo século XX. São Paulo: UNESP, 1996.
BRANDÃO, C. F. “O financiamento da Educação Brasileira” In: Estrutura e 
Funcionamento do Ensino. São Paulo: Avercamp, 2004. p.92-99.
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Editora Elsevier 
- Campus, 2004.
MARTINS, J. P. “Economia e Finanças da Educação” In: Administração Escolar- uma 
abordagem crítica do processo administrativo em Educação. São Paulo: Editora Atlas, 
1999. p.81-91.
MINTO, L. W. A Administração escolar no contexto da Nova República e do neoliberalismo. In: 
Azilde Andreotti; José Claudinei Lombardi; Lalo Watanabe Minto. (Org.). História 
da Administração Escolar no Brasil: do diretor ao gestor. 1ed.Campinas: Editora Alínea, 
2010, v. , p. 173-200.
RAMOS, Fábio Pestana. No tempo das especiarias: o império da pimenta e do açúcar. 
São Paulo: Contexto, 2004
17
Anotações
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