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Aula 02 Administração de Recursos Materiais p/ Câmara - Analista - Material e Patrimônio Professor: Felipe Petrachini Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 147 Aula 02 - Recebimento e armazenagem. Entrada. Conferência. Objetivos da armazenagem.Critérios e técnicas de armazenagem. Tópicos de Logística. SUMÁRIO PÁGINA Sumário 5. Recebimento e armazenagem. .................................................................... 2 5.1 Objetivos da armazenagem. .................................................................. 4 5.2 Almoxarifados: funções e objetivos ........................................................ 5 5.3 Almoxarifado e Depósito ........................................................................ 7 5.4 Recebimento de Materiais e Conferência. ........................................... 10 5.5 Critérios e Técnicas de Armazenagem ................................................ 16 5.6 Embalagens ......................................................................................... 24 5.7 Movimentação de Materiais ................................................................. 24 5.8 Equipamentos para Movimentação de Materiais ................................. 27 5.9 Drive-in, Drive-thru, Crossdocking e Milk Run ..................................... 32 5.10 Utilização do Espaço - Arranjo físico (leiaute). ................................... 39 5.11 Controle, Registro, Movimentação, Recuperação de Material e Segurança ............................................................................................................ 48 6. Logística e Distribuição de Materiais. ........................................................ 56 6.1 Características das modalidades de transporte. .................................. 56 6.2 Logística ............................................................................................... 61 6.3 Supply Chain Management .................................................................. 79 6.4 Canais de Distribuição ......................................................................... 82 Questões Comentadas .................................................................................. 99 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 147 Questões Propostas .................................................................................... 137 Tudo correndo bem? Lembro sempre que estou no fórum de dúvidas para resolver cada pequeno pepino intransponível que surgir na sua frente. Não sei se eu disse isso ainda, mas somos melhores amigos meu caro. Eu realmente quero ver você passar, e com folga. A propósito, retirei alguns trechos da aula da Instrução Normativa SEDAP 205/1988, frequentemente utilizada para elaboração de questões, mesmo quando não é mencionada expressamente no edital e mais ainda: mesmo quando o concurso não é do Executivo Federal!!! Quem tiver um tempo, sugiro lê-la inteira, mas os trechos mais importantes serão transcritos no corpo desta aula. Segue o link: http://www.comprasnet.gov.br/legislacao/in/in205_88.htm Caso link não esteja funcionando, tenho uma cópia em pdf, então, não hesitem em pedir! Bom, vamos continuar. 5. Recebimento e armazenagem. Você é o gestor de materiais de uma empresa. A empresa vai precisar de materiais para produzir o que quer que ela queira produzir. O setor financeiro não queria que ela estocasse materiais, pois isso imobiliza capital. Ainda assim, a empresa estocou. E aí chegamos ao recebimento e armazenagem. Até que o produto estocado seja utilizado no processo produtivo, precisa ser guardado (armazenado). Mas 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 147 antes, lógico, eu preciso recebê-lo, afinal, como posso guardar algo que ainda não tenho? Dentre as atribuições dos gestores da armazenagem e movimentação física de matérias, Gonçalves1 cita as seguintes: Recebimento dos materiais; Identificação dos materiais; Transporte e movimentação física dos materiais para as áreas de armazenagem. Armazenamento dos materiais; Controle da localização física dos materiais; Fornecimento dos materiais. Veja que as atividades de armazenagem estão diretamente relacionadas ao controle e movimentação dos materiais. Além disto, a área de armazenagem e movimentação de materiais tem responsabilidade direta na qualidade dos produtos ou serviços da organização, na medida em que o setor produtivo só vai conseguir cumprir seus objetivos. Mas professor, o que é armazenagem? Bom, eu poderia arremessar linhas e mais linhas de doutrina pura na sua cabeça, mas vou ficar com uma definição mais enxuta, prevista na legislação (ainda que infra legal). O item 4 da Instrução Normativa SEDAP 205/1988 é bastante elucidativo: 1Gonçalves, Paulo Sérgio, Administração de Materiais, Ed. Campus 2010, 3ª ed. pág. 314. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 147 4. A armazenagem compreende a guarda, localização, segurança e preservação do material adquirido, a fim de suprir adequada mente as necessidades operacionais das unidades integrantes da estrutura doórgão ou entidade. 5.1 Objetivos da armazenagem. Acredito que agora você já será capaz de entender o principal motivo de se ter estoques e, consequentemente da necessidade da guarda de materiais: ter o material disponível no momento exato, na quantidade demandada e com a qualidade desejada. Olha o quadro aí de novo: A estrutura física da empresa e a demanda do material são pontos muito importantes e devem ser analisados no momento em que se decide por armazenar ou não um determinado material. Já se imaginaram comprando um galpão de dois andares e 10 mil metros quadrados e entupindo ele de prateleiras e mercadorias?Afinal a demanda de material é imensa e seria vantajoso ter um estoque para manter a produção ininterruptamente. Só que o gestor de materiais fez isso até que o piso do andar de cima cedeu e desabou sobre o piso de baixo. A estrutura física da empresa (no caso, o galpão) não estava preparada para suportar aquele estoque. E... prejuízo na certa. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 147 Uma armazenagem adequada tem como objetivos: Conservar os materiais; Permitir que os materiaisestejam próximos do sistema produtivo no momento em que forem requisitados. Maximização da utilização do espaço físico (utilização adequada); Proteção (conservação) dos materiais; Facilidade de acesso ao estoque (os materiaisprecisam estar no local, na hora e na quantidade certa); Permitir a satisfação dos clientes, que poderão contar com os produtos no momento que necessitarem (veja que ao estocar, eu deixo um número de produtos acabados armazenados em depósito, que podem ser entregues diretamente ao cliente); Facilitar o registro das operações (a partir da organização adequada dos materiais); O local onde o material será armazenado deve ser adequado às próprias necessidades deste material, ou seja, o local deve ser compatível com as características físicas e químicas do material. Não seria bom armazenar papel para produção de jornal em um lugar com muita umidade, embora o ambiente também não possa ser de todo seco. A adequação do ambiente será um fator tanto mais importante conforme a sensibilidade do material, e claro, além de mais importante, provavelmente mais custosa. 5.2 Almoxarifados: funções e objetivos Já falamos bastante do almoxarifado, e você provavelmente já desconfia qual seu significado. Agora é hora de ter certeza 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 147 6HJXQGR�DV�SDODYUDV�GH�9,$1$�� ³Almoxarifado é o local destinado à fiel guarda e conservação de materiais, em recinto coberto ou não, adequado a sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localização, equipamentos e GLVSRVLomR�LQWHUQD��FRQGLFLRQDGRV�j�SROtWLFD�JHUDO�GH�HVWRTXHV�GD�HPSUHVD´� Primeiro ponto importante: almoxarifado guarda materiais. No capítulo ³$OPR[DULIDGR�H�'HSyVLWRV´��QyV veremos a importância desta ressalva. Pois bem, nosso almoxarifado guarda materiais. Sabendo disto, qual deverá ser seu objetivo final? Se você disse: permitir que o material esteja na hora certa, local certo e quantidade certa, não está de todo errado, entretanto, este é o propósito de toda nossa disciplina, e seu professor pretende algo um pouco mais específico . O objetivo de qualquer almoxarifado, fora suprir as necessidades de materiais da empresa, é impedir a ocorrência de qualquer divergência de inventário e perdas dos materiais sob sua guarda. Neste ponto, a doutrina parece não divergir, e com toda razão . 9HMD� D� VXWLOH]D� QD� GLIHUHQFLDomR� HQWUH� ³IXQomR´� H� ³REMHWLYR´�� (QTXDQWR� D� IXQomR�QRV�GL]�³SDUD�TXH�R�DOPR[DULIDGR�VHUYH´�R�REMHWLYR�QRV�GL]�³TXDO�nossa meta SDUD�EHP�FXPSULU�QRVVD�IXQomR´��(QWmR��DWHQWH-se para esta diferenciação. E como não poderia deixar de ser, também existe um diagrama para o almoxarifado, desde o momento da chegada do material na empresa até sua distribuição ao processo produtivo. Acompanhe: 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 147 Nos próximos capítulos, veremos as funções mais importantes (e mais cobradas em provas) sobre as funções do almoxarifado. 5.3 Almoxarifado e Depósito Acredite ou não, seu examinador quer que você saiba a diferença conceitual entre almoxarifado e depósito. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 147 Mas professor, ambos são lugares nos quais o material é estocado. Não é tudo a mesma coisa? Não, não é! Acompanhe as definições: Almoxarifado�� WRGD� YH]� TXH� YRFr� OHU� ³DOPR[DULIDGR´�� HX� JRVWDULD� TXH� YRFr� tivesse em mente um local onde materiais iniciais são estocados. Materiais iniciais são as matérias primas, materiais que ainda não foram sequer tocados pela empresa em seu processo produtivo e que ainda serão trabalhados pela empresa. Lembra-se? Desta forma, o almoxarifado guarda e estoca os materiais da empresa, antes TXH�YHQKDP�D�VH�WRUQDU�³produtos´� Outra coisa importantíssima: o almoxarifado, no mais das vezes, é o setor responsável pelo recebimento de materiais, incluindo sua conferência, recebimento provisório e definitivo. Entretanto, o almoxarifado NÃO é o responsável pela compra dos materiais. Em uma empresa comum, o almoxarifado, ao constatar falta de algum material que poderá ser demandado pelo setor produtivo da empresa, encaminha uma requisição ao órgão de compra da empresa, sendo que este é quem fará a aquisição. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 147 Uma vez aprovados no Controle de Qualidade da empresa, os materiais são armazenados no almoxarifado, de onde podem ser solicitados através de Requisições de Materiais. As requisições serão feitas pelo setor produtivo da empresa, interessado em materiais para fabricar seus produtos. Depósito: este local tem a função de armazenar Produtos Acabados da empresa. Se a empresa fabrica bicicletas, seu depósito está cheio de bicicletas, enquanto o almoxarifado está cheio de pneus, pedais, correias e etc. Lembre-se que a empresa não consegue vender o seu produto tão logo ele saia da linha de montagem (imaginou que beleza seria ter uma fila de consumidores no fim da esteira, pegando bicicletas e pagando?). Desta forma, à medida que os produtos acabados vão ficando prontos, são imediatamente estocados em depósito, para futura entrega ao consumidor final Desta forma, as Requisiçõesque chegam ao depósito não são feitas pelo setor produtivo da empresa, e sim pelo setor de vendas, interessado em encaminhar estes produtos aos consumidores. E sim, existem materiais que não estão nem no almoxarifado, nem no depósito. Seriam os materiais semiacabados e os materiais em processamento,que vão sendo estocados juntamente ao processo produtivo no qual estão inseridos. E isso tem razão de ser: estes produtos não são matérias primas intocadas, tampouco produtos acabados e vão passar pouco tempo estocados, pois irão ser remetidos à próxima fase do processo produtivo, para finalização. Quando estiverem prontos, irão para o depósito. Este quadro vai ajudar você a entender as diferentes possibilidades: 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 147 5.4 Recebimento de Materiais e Conferência. Os principais elementos envolvidos no recebimento de materiais são: Espaço Físico: diz respeito ao local no qual os produtos serão recebidos, bem como quanto ao espaço para manobras de veículos de movimentação de cargas (a exemplo das empilhadeiras) e também quanto à disposição das matérias- primas no almoxarifado; Recursos de Informática: dizem respeito ao controle de recebimento e ao uso equipamentos tais como leitores de código de barras; Equipamento de Carga e Descarga: como empilhadeiras; Pessoal treinado e qualificado; Procedimentos Padronizados. 37381476592 Administração de Recursos Materiais paraa Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 147 O setor de recebimento de materiais, ao receber o material, deve observar, dentre outras coisas, se o produto recebido atende às especificações técnicas do pedido, se a quantidade, a qualidade e a marca condizem com o que foi acordado em contrato e se o produto chegou dentro do prazo estabelecido. Após conferência,por vezes é confeccionado um documento denominado termo de recebimento de material. Guarde:Somente após a conferência é que se dá o aceite dos materiais. O recebimento de materiais é uma atividade intimamente ligada ao controle de estoques. As atividades de recebimento de materiais são documentadas no que se chama relatório de recebimento (ou termo de recebimento de material, como citado acima). Estes serviços de inspeção de recebimento estão vinculados ao setor de controle de qualidade. Não basta, deste modo, que os materiais recebidos estejam de acordo com a nota fiscal (se só puderem memorizar uma coisa dessa parte, memorizem isto), é fundamental que aqueles correspondam às especificações técnicas do pedido, ou seja, na quantidade e na qualidade que foi acordada entre o comprador e o fornecedor. O recebimento é feito em duas etapas: O recebimento provisório envolve apenas procedimentos de conferência dos materiais, já o recebimento definitivo, momento posterior à conferência, é quando se emite o aceite em documento fiscal e se declara que o material está de acordo com o especificado no contrato firmado entre o comprador e o fornecedor, ou devolve o material ao fornecedor, por estar em desacordo com as especificações, para que este regularize os materiais. Deste modo, o procedimento de recebimento envolve desde a recepção propriamente dita do material, quando entregue pelo fornecedor, até o momento em que os materiais entram nos estoques. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 147 Entenda também que os procedimentos de conferência são prévios ao recebimento definitivo. A inspeção do material deve ser visual, observando a quantidade e a qualidade. E já foi cobrado em prova!!! A avaliação da qualidade dos materiais recebidos éfundamental para a garantia de fornecimento de serviços eprodutos adequados. Um dos procedimentos empregados para a avaliação da qualidade dos materiais é a inspeção, realizada tanto no ambiente do fornecedor quanto no do comprador. Que se quer dizer com isto? Que a verificação da qualidade dos materiais é de interesse de ambas as partes (do fornecedor, para evitar a devolução da carga entregue, e do comprador, para que o material entregue seja aquele de que necessite), de tal forma que a inspeção deve ser feita em ambos os ambientes. Mas tudo isso é doutrina . Pode ser que seu examinador empreste conceitos da Instrução Normativa SEDAP 205/1988 quando referir-se aos procedimentos de recebimento e aceitação do material. Recomendo a leitura da Instrução Normativa, mas já adianto os conceitos pertinentes para esta aula: 3. Recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é entregue ao órgão público no local previamente designado, não implicando em aceitação. Transfere apenas a responsabilidade pela guarda e conservação do material, do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos almoxarifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali ser estocado ou recebido, caso em que a entrega se fará nos locais designados. Qualquer que seja o local de recebimento, o registro de entrada do material será sempre no Almoxarifado. [...] Observe que a atividade de Recebimento, quando descrita pela Instrução Normativa, refere-se ao Recebimento Provisório estudado na doutrina. 3.3. Aceitação é a operação segundo a qual se declara, na documentação fiscal, que o material recebido satisfaz às especificações contratadas. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 147 Parece simples? Eu diria a você que dentro do contexto empresarial, realmente a coisa é bastante simples. Qualquer documento pode servir para registrar o recebimento e as regras quanto à aceitação do material só precisam respeitar a essência do conceito. Mas, em repartições públicas, a coisa muda um pouco de figura . Por exemplo: Como os materiais chegam ao almoxarifado da empresa ou órgão público. Você provavelmente me dirá: através de compras, caro Professor! Correto! Aliás, não se conhece de muitas empresas que recebem materiais por doação, embora esta também seja uma forma válida de transferir propriedade de alguma coisa. Contudo, quando falamos de órgãos públicos, as possibilidades se expandem um pouco. A Instrução Normativa 205/1988 SEDAP nos dá sugestões de formas pelas quais uma repartição pública pode receber materiais: 3.1. O recebimento, rotineiramente, nos órgãos sistêmicos, decorrerá de: a)compra; b) cessão; c) doação; d) permuta; e) transferência; ou f) produção interna. Você notará que cada inciso do item 3.2 está relacionado a uma forma de recebimento de materiais prevista nas alíneas do item 3.1. Não precisa memorizar!!!! Aliás, se você conseguir lembrar-se apenas da alínea ³a´ do item 3.2 (grifada em colorido), já será ótimo, afinal, a Nota Fiscal e a Fatura são frequentemente 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 147 vistas no contexto empresarial (e as questões de ARM costumam puxar justamente para esta ótica empresarial). 3.2. São considerados documentos hábeis para recebimento, em tais casos rotineiros: a) Nota Fiscal, Fatura e Nota fiscal/Fatura; b) Termo de Cessão/Doação ou Declaração exarada no processo relativo à Permuta; c) Guia de Remessa de Material ou Nota de Transferência; ou d) Guia de Produção. 3.2.1. Desses documentos constarão, obrigatoriamente: descrição do material, quantidade, unidade de medida, preços (unitário e total). [...] 3.3.1. O material recebido ficará dependendo, para sua aceitação, de: a) conferência; e, quando for o caso; b) exame qualitativo. 3.4. O material que apenas depender de conferência com os termos do pedido e do documento de entrega, será recebido e aceito pelo encarregado do almoxarifado ou por servidor designado para esse fim. 3.5. Se o material depender, também, de exame qualitativo, o encarregado do almoxarifado, ou servidor designado, indicará esta condição no documento de entrega do fornecedor e solicitará ao Departamento de Administração ou à unidade equivalente esse exame, para a respectiva aceitação. 3.6. O exame qualitativo poderá ser feito por técnico especializado ou por comissão especial, da qual, em princípio, fará parte o encarregado do almoxarifado. 3.7. Quando o material não corresponder com exatidão ao que foi pedido, ou ainda, apresentar faltas ou defeitos, o encarregado do recebimento providenciará junto ao 37381476592Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 147 fornecedor a regularização da entrega para efeito de aceitação. 2XWUR� FRQFHLWR� TXH� p� LPSRUWDQWH� FRQKHFHU� p� R� GH� ³contagem cega´�� RX� DLQGD��³conferência por acusação´� Sintetizando a ideia: o funcionário que vai efetuar o recebimento dos materiais desconhece a quantidade faturada pelo fornecedor, devendo apenas FRQWDU� R� TXH� Yr�� H� FRPXQLFDU� D� RXWUR� IXQFLRQiULR�� R� ³Regularizador´�� TXDQWDV� unidades de material ele recebeu. 2� ³Regularizador´� p� R� IXQFLRQiULR� TXH� FRQKHFH� D� TXDQWLGDGH� IDWXUDda, e conforme as informações prestadas pelo primeiro funcionário, poderá proceder à regularização do lote ou determinar a recontagem. Exemplo: o caminhão encosta no galpão e o encarregado apenas verifica quantos sacos chegaram. Mas com uma pegadinha: Na hora em que o caminhão está sendo descarregado, nosso querido colega que recebe os sacos não faz ideia de quantos sacos estão chegando. Ele vai anotar quantos sacos foram descarregados e vai dizer para outro IXQFLRQiULR��R�³Regularizador´�TXDQWRV�VDFRV�HOH contou. Este último funcionário é quem sabe quantos sacos estão nas notas. Por consequência, o funcionário que faz a contagem não está com a Nota Fiscal na mão (aliás, se estivesse, a contagem já não seria mais cega ). Este método evita o vício na contagem, afinal, é bem provável que você, ao receber 299 sacos, por estar lendo 300, ache que pulou 1 e dê o pedido por bom, apesar de, na verdade, estar faltando um saco. Contudo, o encarregado que irá contar os sacos não vai poder conferir quantitativamente o material, afinal, não faz ideia de quantos sacos deveria receber. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 147 5.5 Critérios e Técnicas de Armazenagem Critérios de armazenagem são as considerações que o gestor deve fazersobre a estocagem do material sob sua responsabilidade. Técnicas são formas pelas quais ele pode aplicar os referidos critérios. Daqui, vale a pena conhecer os critérios mais comuns na doutrina: Armazenagem por agrupamento ou semelhança: Materiais parecidos (semelhantes) devem ser armazenados próximos uns dos outros. A adoção deste critério torna mais simples a localização do material, e ainda traz outra vantagem:é possível aproveitar o fato de que esses itens tendem a ser solicitados em momentos próximos. Faz sentido: se eu fabrico relógios e armazeno materiais nos estoque segundo esse critério, toda vez que eu precisar de engrenagens (de diferentes tipos), caso tenhamos optado pela armazenagem por agrupamento, estes materiais estarão todos no mesmo lugar, facilitando o trabalho de localização e remessa para o processo produtivo. Armazenagem segundo o tamanho, forma ou peso: Neste critério, buscaremos armazenar os materiais levando em conta suas características físicas. Colocaremos materiais líquidos juntos, materiais volumosos juntos, peças pequenas juntas, pois se torna mais fácil dedicar espaços físicos no estoque para cada tipo de material. A desvantagem neste caso é que na maior parte dos casos, esses materiais compartilharão apenas essa característica em comum (o critério não tem apresenta nenhuma relação com a aplicação dos materiais no processo produtivo), além de envolver um controle rígido pelo gestor do almoxarifado já que este critério tende a tornar a localização de um material específico muito mais difícil dentro do almoxarifado. Pense só: o setor produtivo precisa de uma engrenagem para a fabricação do relógio. Será que ela foi posta junto aos materiais pequenos, ou junto aos materiais 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 147 IHLWRV�³GH�PHWDO´��RX� MXQWR�DRV�PDWHULDLV�³SRQWXGRV´"�9HMD�D�]RQD�TXH�LVWR�SRGH�VH� tornar . Armazenagem por frequência de utilização: Levaremos em conta quais materiais são solicitados com mais frequência e quais deles são solicitados menos vezes pelo processo produtivo. Com esta informação, será possível posicionar os materiais mais utilizados próximos da saída do almoxarifado, afinal, os funcionários do almoxarifado precisarão fazer mais viagens com eles. Por outro lado os itens menos utilizados podem ficar lá no fundo do galpão. Não confunda este critério com a armazenagem por semelhança. Não há necessidade alguma que os materiais estejam relacionados entre si no processo produtivo da empresa. Basta que saiam do almoxarifado mais ou menos vezes. Armazenagem especial: Alguns materiais, por características especiais que lhe são próprias precisam de uma estrutura especial para armazená-los. São materiais frágeis, inflamáveis, volumosos, perecíveis e até mesmo radioativos (já que é pra usar a imaginação ), entre outras características que os tornem de alguma maneira especiais. Aqui não há muito como especificar: cada material vai demandar o seu próprio cuidado. Por exemplo, no caso do armazenamento de carnes, não adianta nada eu arremessar o corte de alcatra em uma bancada poeirenta, pois em algumas horas eu já terei perdido o material. E nem preciso mencionar que uma empresa fabricante máquinas de Raios-X deve fornecer estruturas especiais para armazenamento e manuseio do Césio utilizado em sua fabricação. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 147 Por fim, a armazenagem especial pode ser combinada com algum dos outros critérios, já que um item pode, ao mesmo tempo, ser especial e frequentemente utilizado. Neste caso, seria possível combinar armazenagem especial com armazenagem por frequência de utilização, sem problema algum do ponto de vista teórico, ou mesmo prático. A Instrução Normativa SEDAP 205/1988 também traz algumas considerações sobre o tema. Vale a pena uma espiadinha, mas não precisa decorar! 4.1. Os principais cuidados na armazenagem, dentre outros são: a) os materiais devem ser resguardadoscontra o furtoou roubo, e protegidos contra a ação dos perigosmecânicose das ameaças climáticas, bem como de animais daninhos; b) os materiais estocados a mais tempo devem ser fornecidos em primeiro lugar, (primeiro a entrar,primeiro a sair - PEPS), com a finalidade de evitar o envelhecimento do estoque; c) os materiais devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil inspeção e um rápido inventário; d) os materiais que possuem grande movimentação devem ser estocados em lugar de fácil acesso epróximo das áreas de expedição e o material que possui pequena movimentação deve ser estocado naparte mais afastada das áreas de expedição; e) os materiais jamais devem ser estocados em contato direto com o piso. É preciso utilizar corretamenteos acessórios de estocagem para os proteger; f) a arrumação dos materiais não deve prejudicar o acesso as partes de emergência, aos extintores deincêndio ou à circulaçãode pessoal especializado para combater a incêndio (Corpo de Bombeiros); g) os materiais da mesma classe devem ser concentrados em locais adjacentes, a fim de facilitar amovimentação e inventário; h) os materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados nas partes inferiores das estantes e portaestrados,eliminando-se os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a movimentação; 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 147 i) os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente abertos quando houvernecessidade de fornecimento parcelado, ou por ocasião da utilização; j) a arrumação dos materiais deve ser feita de modo a manter voltada para o lado de acesso ao local dearmazenagem a face da embalagem (ou etiqueta) contendo a marcação do item, permitindo a fácil erápida leitura de identificação e das demais informações registradas; l) quando o material tiver que ser empilhado, deve-se atentar para a segurança e altura das pilhas, demodo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão decorrente, o arejamento (distância de 70 cmaproximadamente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes). Veja que a Instrução Normativa simplesmente aplica conceitos obtidos da doutrina. Por exemplo: prega a utilização da armazenagem por semelhança na alínea g) e ainda, armazenagem por frequência na alínea d). Mais ainda, sugere ambos os critérios sejam aplicados no almoxarifado, de tal forma que não sejam excludentes. Mas chega de critérios, falemos das técnicas de armazenagem agora. A escolha de uma técnica de armazenagem dependerá muito de alguns fatores, entre os quais: - Espaço disponível; - Tipos de materiais. - Número de itens; - Velocidade dos atendimentos necessários; - Tipo de embalagem a ser utilizada. Entretanto, por mais que as necessidades mudem de uma empresa ou órgão público para outro, existem técnicas que são estudadas em quase qualquer livro da nossa disciplina (e cobradas em prova também). Veja só: 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 147 - Carga Unitária (uso de Pallets) - Caixas ou Gavetas - Prateleiras -Raques - Empilhamento - Contêiner Como você pode ver, as técnicas de armazenagem compreendem a forma pela qual uma empresa opta por armazenar seus materiais. Carga Unitária: estamos falando de embalagens de transporte que podem acondicionar uma determinada quantidade de material, para posterior transporte e armazenagem. Para fazer isso, usamos o pallet. Um pallet é um estrado de madeira com 1,1 metros de lado (é simplesmente um quadradão grande e pesado de madeira, sobre o qual eu coloco os itens que desejo armazenar). Veja o jeitão dele: Tá vendo esses espaços que fica embaixo do estrado? São ótimos para a empilhadeira apoiar suas pás e assim, fica bem mais fácil de carregar o material, independente de qual seja ele. Aliás, essa é uma das vantagens dD�FKDPDGD�³paletização dos materiais´� (acondiciona-los sobre pallets): isso gera economia de tempo e esforço, além de reduzir a área de armazenagem e tornar a carga e descarga do material bem mais rápida. 2XWUD� YDQWDJHP� p� TXH� D� GH� TXH� SRGHPRV� ³unitizar´ a carga. O que seria isso? Significa que podemos transformar uma infinidade de cargas menores em 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 147 uma única unidade transportável, colocar esse monte de coisas em cima de um único pallet e sair por aí com uma empilhadeira, onde quer que esse material seja necessário. Uma coisa é carregar 1.000 unidades de bonecas, uma por uma, de um lado para o outro. Outra coisa, bem diferente, é amarrar tudo isso em um único pallet e mover tudo isso em questão de segundos de um lado para o outro. Parece sensacional? É porque é sensacional! Caixas ou Gavetas:Acho que não preciso comentar o que são caixas nem o que são gavetas (aliás, eu nem sei como faria isso ). Melhor mostrar uma foto: Caixas e gavetas são ótimas para guardar objetos pequenos, como parafusos, arruelas, lápis, borrachas e mesmo materiais em processamento do processo produtivo. Vai a gosto do freguês. O material de que elas são feitas não é importante, a menos que falemos de armazenagem especial. Entretanto, o tamanho da gaveta pode variar conforme a necessidade. E, ao contrário do que acontece na minha gaveta, se bem utilizado, esse método evita a perda desses itens muito pequenos. Prateleiras: Olhe para sua estante cheia de livros de concurso público, e contemple a definição de prateleira em sua plenitude e grandeza. Caso não tenha uma, aí vai uma foto: 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 147 Prateleiras servem para estocar materiais de tamanhos diversos, além de poderem servir de apoio para gavetas ou caixas. O material de que elas são feitas não é importante (exceto sempre os casos de armazenagem especial), sendo as mais comuns as de metal e madeira. É essencial que os materiais estocados em prateleiras fiquem visíveis e sejam corretamente identificados. Éa técnica de armazenagem mais simples e econômica, sendo adotada para peças pequenas e quando o número de itens do estoque não é muito grande. Raques:Talvez seja difícil ver a diferença de um raque e uma prateleira. Comecemos pela foto de um, para ajudar na definição: A diferença entre o raquee a prateleira é o seu comprimento. Veja que na linha horizontal não há divisões. Isso é importantíssimo, já que o raque se presta a acomodar peças longas e estreitas, como tubos e barras. Empilhamento: É uma variante da estocagem de caixas. Serve para aproveitar ao máximo o espaço vertical. Tanto caixas como pallets podem ser empilhados uns sobre os outros, desde que se preste atenção na distribuição do peso. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 147 O empilhamento favorece a utilização de pallets, e melhor ainda, das empilhadeiras, que como eu já disse, são perfeitas para manusear os pallets. Aliás, a técnica de empilhamento tem o mesmo significado comum do termo: ³FRORFDU�XPD�FRLVD�HP�FLPD�GD�RXWUD´� Contêiner (containers): Já viram aquelas enormes caixas de metal que os navios costumam trazer. Olha a foto para lembrar: Containerssão caixas retangulares de metal, completamente seladas e que se dedicam ao transporte de carga. Nada novo até aí. Mas a grande sacada do container é que ele foi criado para ser facilmente transportado por quase qualquer meio de transporte. Foi feito para o transporte intermodal. Umcontainer chega de navio. Uma grua ou um guincho são utilizados para coloca-lo em cima de um caminhão. E isso foi feito para encaixar com perfeição. Posso ainda coloca-lo em cima de um trem ou até carrega-lo de avião. Tudo isso sem mudar o método de armazenagem (o material vai ficar sempre dentro do container, sem nunca sair dele). O Container flexível é algo mais recente. Ele lembra muito um saco feito de tecido resistente e borracha, sendo que seu revestimento interno varia conforme o seu uso. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 147 Agora deixem o seu professor feliz e digam que já sacaram isso: Cada material requer uma técnica de estocagem própria. Moleza né? 5.6 Embalagens As embalagens têm como principal objetivo a proteção dos materiais seja durante a sua guarda, seja durante a sua movimentação e o seu transporte. Uma embalagem adequadadeve atender os seguintes requisitos: - Resistência(química e física) adequada; - Tamanhoadequado; - Possibilidade de transporte, manuseio e estocagem; - Viabilidade de custo (se o custo de embalagem for maior que o custo do produto ou processo, utiliza-la deixa de fazer sentido). E temos vários exemplos de embalagens: caixas de papelão; tambores metálicos(excelentes para guardar líquidos); fardos(utilizados, por exemplo, para embalar fumo, lã, algodão), que possibilitam a redução de volume por compressão, por meio da utilização de tiras metálicas após a mercadoria ser prensada; recipientes plásticos, que têm sido muito utilizados em substituição a recipientes de metal ou de vidro. Importante: O uso de uma embalagemadequada, embora necessário, muitas vezes tem um reflexo significativo no aumento dos custos. Aliás, é bom que fique bemclaro: a embalagem também representa custo para a empresa (e, por vezes, um custo enorme). 5.7 Movimentação de Materiais Você já sabe que a distribuição de materiais é atividade importantíssima dentro da disciplina de Administração de Materiais (se não sabe ainda, ficou sabendo agora ). Mas, por trás da ideia de distribuição de materiais está uma ideia ainda mais inicial: a movimentação desses materiais. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 147 A definição de Chiavenato não poderia ser mais clara: ³Dá-se o nome de movimentação de materiais a todo o fluxo de materiais dentro da empresa´. A ideia até pode ser um pouco rudimentar, e talvez você nem ache que a distribuição de materiais, é tão importante. Contudo, tenha em mente que a distribuição pode responder por 15% a 70% do custo de produção! Tenho sua atenção agora? Pois bem, estudaremos as finalidades da movimentação de materiais mencionadas pela doutrina: Em primeiro lugar, encontramos fatores ligados ao aumento da capacidade produtiva da empresa: a movimentação eficiente de materiais permite a utilização plena da capacidade produtiva da empresa. Os resultados que conduzem a esse aumento da capacidade produtiva são os seguintes: - Redução do tempo de fabricação dos produtos; - Incremento de produção, vez que com um melhor abastecimento, mais materiais chegam ao setor produtivo, que pode assim produzir mais; - Utilização racional da capacidade de armazenagem, em função do aumento da área útil da fábrica, decorrente do melhor aproveitamento do espaço disponível. Logo em seguida, surgem os fatores ligados àmelhoria das condições de trabalho: o empregado também deve ser levado em consideração na Administração de Recursos Materiais, pois é ele quem movimenta o material, ou ao menos quem opera a máquina que o faz: - Redução de Acidentes: a movimentação adequada e planejada dos materiais evita acidentes que podem ocorrer durante o manuseio e processamento destes. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 147 - Redução da Fadiga: a movimentação adequada também envolve o menor dispêndio de energia possível na realização desta atividade (falaremos disso logo mais). - Aumento da produtividade da mão de obra: pelos fatores acima, o empregado que participa do processo produtivo torna-se mais produtivo, pois pode fazer mais com menos esforço. Por fim, a doutrina também menciona osfatores ligados à redução dos custos de produção. Aqueles 15% a 70% de custos podem ser reduzidos drasticamente, pelas seguintes razões: - Redução da mão de obra braçal: convenhamos que carregar os materiais no braço, por mais forte que seja o sujeito, é muito menos eficiente. Com a utilização de equipamentos adequados (que adivinha, também serão vistos nesta aula), é possível avançar muito além dos limites da condição humana ; - Redução dos custos de materiais: ao acondicionar os materiais corretamente durante sua movimentação, a empresa evita quebras ou perdas. Isto se explica pelo fato de que perdas, quando ocorrem, serão rateadas entre as unidades que permanecem inteiras (acredite, o dono da empresa não quer prejuízo). Quanto menos material quebrar, mais barata a fabricação do material. A propósito, esqueça tudo isso quando e se um dia estudarem contabilidade de custos na vida (perdas inesperadas são lançadas diretamente à conta de resultados, e não integram o custo de materiais). Mas em ARM, a redução dos custos dos materiais é uma justificativa válida para estudarmos a movimentação de materiais. Redução dos custos em despesas gerais: tudo que é feito com eficiência precisa ser feito menos vezes, inclusive o transporte dos materiais. Além do que, é possível reduzir os níveis de estoques com a otimização da movimentação, pois a empresa conseguirá manter seu giro de estoques alto, sem prejudicar seu nível de serviço (essa frase já faz sentido pra você!) 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 147 Com isso, terminamos as finalidades possíveis da movimentação. Novamente, quero lembrá-lo do poder da criatividade em concurso público: as provas seguem entendimentos Esta doutrina, por sua vez, nasce da observação destes autores da realidade, e posterior registro em suas obras. É isso que eu mostro a vocês nas aulas, pois vocês precisam disso para acertar 95% das questões que aparecerem. Mas qualquer pessoa pode observar e concluir. INCLUSIVE VOCÊ! Se aparecer alguma questão perguntando se a movimentação de materiais poderia ter outro objetivo que não os colocados aqui, por favor, façam o seu professor feliz, e pensem se aquilo faz sentido. A criatividade do examinador não tem limites, nem a sua deve ter. Retomando... 5.8 Equipamentos para Movimentação de Materiais Já sabemos que movimentar é importante, já sei para que serve movimentar. Mas como devo movimentar os materiais? Em verdade, ninguém pode te dizer como fazer uma coisa. Mas pode te dizer o que você deve levar em consideração,ou melhor ainda, quais critérios utilizar . (� LVVR�� QD� GRXWULQD�� WHP� YiULRV� QRPHV�� &KLDYHQDWR� FKDPRX� GH� ³SULQFtSLRV� EiVLFRV´��*RQoDOYHV�SUHIHULX�R�WHUPR�³/HL´�H�HX�JRVWR�GR�WHUPR�³FULWpULR´��7DQWR�Iaz como chamamos, o importante é que você saiba o que é. Entretanto, vou ficar com o Gonçalves . $V� ³/HLV� GD� 0RYLPHQWDomR� GH� 0DWHULDLV´� FRQWpP� UHFRPHQGDo}HV� D� VHUHP� observadas, que facilitarão a vida de quem tiver de fazer a movimentação. Veja o quadro: Lei Definição Comentários 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 147 Lei da Obediência do Fluxo das Operações Consiste em construir trajetórias de movimentação que possam ser mantidas em sequência. É evitar ao máximo situações de interrupção entre uma tarefa de transporte e outra. Se a palavra "combo" lhe for familiar, acredito que seja perfeita aqui Lei da Mínima Distância Percorrer o mínimo de espaço possível para movimentar os materiais, evitando o ziguezague. Nada de perambular feito um zumbi pela empresa. Ande em linha reta. Lei da Manipulação Mínima Dar preferência ao transporte mecânico, evitando a manipulação de dos materiais. A ideia aqui é evitar o contato manual com o equipamento, que é menos eficiente e o deixa mais suscetível a acidentes. Lei da Máxima Utilização dos Equipamentos Explorar ao máximo as funcionalidades dos equipamentos, tirando o máximo proveito de sua operação. Acho que aqui é tranquilo, o objetivo é fazer tudo que o equipamento puder fazer para auxiliar na movimentação. Lei da Máxima Utilização do Espaço Disponível Utilizar o máximo de espaço cúbico disponível. Também é autoexplicativo. Espaços vazios é desperdício e desperdício é perda. Lei da Segurança e Satisfação Manter a segurança dos empregados e reduzir a fadiga dos mesmos. Parte da disciplina de movimentação de materiais se volta aos operadores dos equipamentos, que devem ser respeitados. Lei da Padronização Utilizar o máximo de equipamentos padronizados (do mesmo tipo) A ideia de marca pode te ajudar a entender este ponto. Utilizar um único tipo de empilhadeira, por exemplo, ajuda na manutenção da mesma, já que as peças serão as mesmas o dia que quebrar. Lei da Flexibilidade Os equipamentos utilizados devem, preferencialmente, servir para transportar tipos variados de cargas. Assim, eu posso utilizar o mesmo equipamento para várias tarefas. Lei da Máxima Utilização da Gravidade Esta lei recomenda o aproveitamento máximo da gravidade "Para baixo, todo santo ajuda", já diria minha vó. Lei do Menor Custo Total Escolher o equipamento de transporte com base no menor custo total (custo inicial + custo operacional + custo de manutenção) e o tempo de vida útil O equipamento deve ser analisado pela média destes custos, já que pode seu custo de aquisição pode ser barato, mas pela baixa qualidade dos componentes, demandar manutenção constante. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 147 Fonte: Gonçalves, Paulo Sérgio Não achei que fosse ficar tão colorido, mas ficou tão legal! Enfim, esses são os critérios que pautam a movimentação de materiais. Os critérios são intuitivos, então, memorizar, só em último caso. e� FRP� EDVH� QHVVDV� ³OHLV´� TXH� GHYR� HVFROKHU� R� WLSR� GH� HTXLSDPHQWR� PDLV� adequado à movimentação dos materiais da minha empresa. E você ficaria surpreso com o número imenso de equipamentos que podem ser utilizados. Vou fazer o seguinte: vou dividi-los em modalidades e dar alguns exemplos de seus principais representantes. Vamos nós: 1 ± Veículos Industriais; 2 ± Transportadores Contínuos; 3 ± Guindastes, talhas e elevadores; 4 ± Contêineres e estruturas de suporte; 5 ± Equipamentos diversos e plataformas; Veículos Industriais: feitos para movimentação de materiais entre pontos que não possuam limites fixos ou predeterminados. A trajetória a ser feita pelos materiais é variável. A empilhadeiraé o exemplo por excelência. Veja a figura. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 147 Essa beleza é capaz de levantar pallets com facilidade imensa, mas também serve para outros tipos de cargas. Quanto à trajetória variável, estes itens podem ser demandados em diversos pontos do processo produtivo, ou até mesmo em diversas prateleiras. O importante é que os pontos iniciais e finais da empilhadeira nem sempre são os mesmos, e por isso ela é versátil. Transportadores Contínuos: Agora os pontos de transporte são fixos. O material vai sempre do ponto A ao B, do B ao C e assim por diante. Em troca da imobilidade, esses transportadores funcionam ininterruptamente. Como vocês devem imaginar, são perfeitos para sistemas de produção contínua, entre os quais, as linhas de montagem. A correia transportadora (esteira) é perfeita para ilustrar: O material é colocado na esteira e vai se movimentando até chegar a seu destino. Depois outro, e outro, e outro, sem parar. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 147 Guindastes, talhas e elevadores: Aqui vão enquadrados todos os equipamentos de manuseio específico para áreas de difícil movimentação, movendo as cargas ininterruptamente. Normalmente, se prestam também a içar (levantar) o material que se pretende, colaborando para que este não ocupe o mesmo plano que outros materiais (ou mesmo pessoas). Fala-VH�HP�³não concorrência´�GH�HVSDoR��Mi�TXH�R� material fica pendurado e as pessoas ficam no chão. Aqui não tem jeito, os três são muito diferentes uns dos outros, vai ter foto dos três. Da esquerda para direita, guindaste, talha e elevador. A talha foi feita para ser utilizada normalmente em sistema de polias, carregando cargas bastante pesadas. O elevador eu acredito que você já conhece. Ele se presta ao transporte de cargas entre diferentes espaços (andares), em compensação, demanda manutenção preventiva cuidadosa. O guindaste, frequentemente utilizado em portos, se presta à movimentação de cargas muito pesadas entre pontos relativamente próximos, ainda que em alturas diferentes. Contêineres e estruturas de suporte:Já falamos deles na aula passada. Lembre-se, para esta aula, de que são equipamentos sem mobilidade própria, e 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 147 servem não para movimentarmateriais, mas para contê-los enquanto são movimentados. E, principalmente, são perfeitos para o transporte intermodal (que você verá nessa aula, no tópico de transportes). Equipamentos diversos e plataformas: Basicamente, todo o resto, incluídos equipamentos de posicionamento, rampas e equipamentos de transferência de materiais. Se não estava em nenhuma categoria e serve para movimentar alguma coisa, está aqui. O carrinho de carga é um exemplo de como o ³UHVWR´�WDPEpP�p�LPSRUWDQWH� São úteis para movimentação de pequenas cargas dentro do próprio almoxarifado. As distâncias que pode percorrer também são curtas, já que só de olhar para foto, você pode ver que é você quem terá de puxá-lo. 5.9 Drive-in, Drive-thru, Crossdocking e Milk Run As expressões acima representam conceitos na Administração de Recursos Materiais que não possuem uma tradução direta para nossa língua. Por esta razão, o jargão é utilizado no ramo em inglês mesmo. Mais do que simplesmente ³WUDGX]L-ODV´�SDUD�YRFr��FDGD�XPD�GHODV�HPEXWH� uma série de conceitos e considerações a serem feitas pelo gestor de materiais. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 147 Comecemos pelo armazenamento drive-in e drive-thru. Pense comigo agora: só é possível acessar todos os materiais que estão no almoxarifado se parte da área disponível for utilizada como corredor, o que implica perda de espaço no armazenamento. Visualizando: Veja que há como acessar qualquer caixa dentro do almoxarifado, entretanto, o espaço do corredor não pode ser utilizado como área de armazenamento. Se tentássemos, teríamos o seguinte resultado: 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 147 Conseguimos armazenar muito mais caixas com esta disposição, entretanto, todas as caixas em vermelho não são diretamente acessíveis ao pessoal do almoxarifado. Ok, você conhece o dilema: acessibilidade ou aproveitamento do espaço. Os métodos de armazenamento drive-in e drive-thru representam uma escolha entre essas duas variáveis. O armazenamento do tipo drive-in permite melhor aproveitamento do espaço de estocagem, contudo, limita o acesso aos materiais. Neste tipo de armazenamento, a colocação e retirada de dos materiais é feita pelo mesmo corredor, conforme o modelo abaixo: Este método acaba forçando a rotatividade do estoque para o sistema UEPS (último a entrar, primeiro a sair, ou ainda, LIFO, last in, first out), a menos que haja intensa movimentação de materiais no almoxarifado. O motivo é simples: sempre que uma caixa chega ao almoxarifado e se pretendemos ocupar o maior espaço, esta caixa deve ser colocada na parte mais distante do corredor. As novas caixas que vão chegando vão sendo colocadas na frente da que chegou antes, até preenchermos todo o corredor. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 147 Desta forma, a caixa que está mais fácil de ser pega é justamente a última que chegou. Isso só é evitado se, a todo o momento, tivermos gente colocando e retirando as caixas do almoxarifado. O outro tipo de armazenamento é o drive thru. Agora o acesso será feito por dois corredores, um para a entrada de materiais e outro para a saída. A disposição ficaria assim: Este tipo permite a adoção do método PEPS para controle de estoques (primeiro a entrar, primeiro a sair, ou ainda, FIFO, first in, first out). Entretanto, diminui a área disponível para armazenagem. Seguindo. Falemos de cross-docking agora. Mas, para começarmos a entender suas vantagens, preste atenção no esquema abaixo: 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 147 Centros de Distribuição funcionam tradicionalmente da forma proposta acima. O material dá entrada, vai para a área de recebimento (onde sua entrada é aceita no almoxarifado), avança para a área de armazenamento, onde aguarda o momento em que for necessário ao processo produtivo e, por fim, vai para área de expedição, onde é encaminhado a quem o solicitou. Note que os centros de distribuição usualmente não estão fisicamente dentro da empresa. Eles apenas cuidam do recebimento e remessa de materiais e produtos para quem quer que utilize seus serviços. Agora, se você lembrar-VH� GD� DXOD� SDVVDGD�� D� IUDVH� ³HVWRTXH� p� FXVWR´� YDL� aparecer na sua cabeça. A área de armazenamento, do ponto de vista do centro de distribuição, é improdutiva. É um tempo no qual o material fica parado, sem que nada seja feito com ele e que gera custos para a empresa. Bom, e se eliminássemos a área de armazenamento? Os custos de manutenção e operação cairiam, entretanto, nossa margem de segurança para variações no suprimento de materiais também seria eliminada. Se mesmo ciente desta desvantagem, o galpão elimina a área de armazenamento, possuindo apenas as áreas de carga e descarga, ele passa a ser um Centro de Consolidação, com funcionamento mais ou menos assim: 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 147 Como agora não há mais área de armazenamento (ou esta se tornou insignificante), os materiais são descarregados e imediatamente redirecionados do local do recebimento para os veículos de transporte já convenientemente aguardando a carga, sem transitarem pela área de estocagem. É este processo de redirecionamento rápido de cargas que é chamado de cross-docking. Para funcionar, é importante que o controle de recebimento e expedição de materiais seja extremamente apurado, exigindo cálculos precisos das necessidades diárias de materiais, bem como confiabilidade na chegada e saída dos veículos que farão o transporte. 3Uy[LPD� H[SUHVVmR�� ³0LON� UXQ´�� $� WUDGXomR� OLWHUDO� GHVWD� H[SUHVVmR� VHULD� ³FRUULGD� GR� OHLWH´�� $� HVFROKD� GR� QRPH� WHP� RULgem nas atividades desempenhadas pelas empresas de laticínios que precisavam coletar o leite nas fazendas da área rural e leva-lo até as fábricas de processamento. Entretanto, o conceito é muito mais amplo que um senhor simpático andando de bicicleta com algumas garrafas de leite de uma fazenda para o centro da cidade 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 147 e depois devolver os recipientes às fazendas, para que possam colocar o leite novamente ali. 2�³PLON�UXQ´�p�XP�³roteiro que parte de um determinado ponto, passa por diversos locais intermediários e voltaao ponto de origem. O objetivo dos modelos matemáticos que otimizam esta operação é minimizar o tempo gasto ou percurso feito pelo condutor de um veículo´2. $WXDOPHQWH�� D� H[SUHVVmR� ³milk run´� GHVcreve a operação de coleta dos materiais de fornecedores para compor o produto final do cliente. Pera ae! Entregar o material é problema do meu fornecedor, certo? Por que é que uma empresa se interessaria em elaborar um roteiro de coleta de materiais se ela pode simplesmente transferir esta obrigação ao fornecedor (o qual, aliás, tem o dever de entregar os materiais no local combinado)? Eu diria para você que no modelo tradicional de administração de estoques você estaria correto. O problema é que inventaram o just in time :P. Quando o just in time surgiu, as empresas passaram a ver os estoques como custos e tentaram operar sem eles. Isto significa dizer que elas passaram a requisitar apenas a quantidade de materiais necessária para concluir a produção de determinado lote de produtos, no preciso momento em que eles eram necessários (o pedido podia chegar no ponto de contemplar apenas a produção do dia, sendo necessária uma nova entrega para a produção do dia seguinte). Ok, agora, ao invés da empresa solicitar materiais para um mês inteiro de produção, ela solicita para um único dia 30 vezes. Isto aumenta o número de entregas com as quais o almoxarifado tem de lidar. Agora vai um dado interessante: um veículo tem aproximadamente 6000 componentes individuais, os quais, por sua vez, são fabricados por uma média de 2 Franschini, Paulino G. e Gurgel, Floriano do Amaral. Administração de Materiais e Patrimônio, ED. Cengage Learning, pag 257. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 147 1500 fornecedores. O que é que você acha que aconteceu com as montadoras quando elas começaram a adotar o just in time? Elas passaram a receber centenas de entregas diárias de pequenos volumes, não dispondo de capacidade para tanto, o que implicou em congestionamento dos veículos de entrega e consequente atraso na produção (coisa que você já sabe que compromete severamente o just in time por conta da ausência de estoques). Solução? Tiveram a seguinte ideia: as empresas começaram a evitar que os fornecedores de materiais da Classe C (responsáveis pela maior parte do volume de materiais entregues e de baixo valor agregado) tivessem de ir até a empresa para entregar os componentes e passaram elas mesmas a irem buscar os materiais. Opa! Vamos economizar o frete! Sim, houve sensível economia com os custos decorrentes do frete, mas as empresas não enfiaram este dinheiro todo no bolso. Parte desse dinheiro economizado serviu para a contratação de operadores logísticos, os quais assumiram a tarefa de coletar os materiais necessários para as montadoras, fazendo isso por meio de roteiros otimizados de coleta e de veículos adequados à rota e aos volumes transportados. (LV�Dt�D�KLVWyULD�GD�H[SUHVVmR�³PLON�UXQ´� Sigamos. 5.10 Utilização do Espaço - Arranjo físico (leiaute). Não achou mesmo que a gente simplesmente ia ficar movimentando materiais de um lado para o outro, com brinquedos legais é verdade, sem nenhum propósito ou motivação? A disciplina dos arranjos físicos diz respeito ao planejamento do espaço físico que será utilizado, que será ocupado. Se nos primórdios, o arranjo físico era feito intuitivamente (isso fica melhor aqui, isso lá e esse é no uni-duni-tê), com os avanços da ciência da Administração da Produção, começou-se a criar técnicas que melhorassem esses arranjos. Para ser bem sincero, o layout não se limita a materiais. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 147 O layout é a disposição física dos equipamentos, pessoas e materiais da maneira mais eficiente possível. Chiavenato3 cita como objetivos deste arranjo físico: Integrarmáquinas, pessoas e materiais para possibilitar uma produção eficiente. Reduzirtransportese movimentosde materiais. Permitir fluxo regular de materiaise produtos ao longo do processo produtivo, evitando gargalos de produção. Proporcionar utilização eficientedo espaço ocupado. Facilitare melhorar as condições de trabalho. Permitir flexibilidade, a fim de atender possíveis mudanças. O arranjo físico das máquinas determinará a melhor eficiência do fluxo produtivo. O arranjo dependebastante daquilo que é produzido e qual o propósito dado pela produção a cada máquina. Veja um exemplo de desastre: Pense em uma fábrica. Esta fabrica alterou totalmente o layout de sua linha de produção. Antes, havia três máquinas específicas, uma atrás da outra, e correspondia cada qual a uma etapa do processo produtivo em sequencia. E, para melhorar o exemplo, estas máquinas só eram capazes de fabricar um único tipo de produto. Com a alteração do layout, essas mesmas três máquinas foram alocadas bem distantes umas das outras. 3Chiavenato, Idalberto. Administração de Materiais, Ed. Campus, pág. 120. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 147 O resultado desta providência, provavelmente será o comprometimento do fluxo de produção. Pensa só: a empilhadeira agora precisa percorrer um caminho mais longo de XPD�PiTXLQD�D�RXWUD��RV�HVWRTXHV�LQWHUPHGLiULRV�ILFDP�³SDVVHDQGR´�GH�XP�ODGR�D� outro da fábrica, com sério risco de danos e extravios, fora outras calamidades inimagináveis que dificultarão a obediência à data de entrega do pedido. Tudo porque alguém, em algum momento, resolveu alterar o layout da produção para uma disposição inadequada. A empresa vai quebrar porque a máquina foi colocada no lugar errado. Percebeu a importância do tema? O arranjo físico pode dizer respeito também à melhor disposição de operários na linha de produção (quando a operação não é tão automatizada). Perceba: ao falarmos de layout não falamos apenas de materiais e máquinas. Tudo bem, já sabemos a importância de arranjar (dispor, colocar) os materiais dessa ou daquela forma, mas quais considerações devemos fazer, a fim de escolher a forma adequada? Existem várias razões (sua imaginação também pode ajudar nessa hora, não se limite a memorizar), entre as quais: ¾ Aqueles itens de estoqueque dão saída um grande número de vezes,devem ser alocados de forma a facilitar seu manuseio e acesso, o que pode ser alcançado se mantidos próximos à saída do almoxarifado. Isto evitaria que o coitado do responsável pelo almoxarifado tenha de se deslocar desnecessariamente para atender as requisições; ¾ Os corredores de acessoao almoxarifado e ao depósito devem facilitar o trânsito de maquinário de transporte (de movimentação dos materiais). Por exemplo: os corredores devem ser de largura suficiente para permitir o trânsito de duas empilhadeiras ao mesmo tempo, em dois sentidos. Do contrário...bom, imagine quão constrangedor seria um engarrafamento de empilhadeiras ; 37381476592 Administração de RecursosMateriais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 147 ¾ O mesmo cuidado que se tem com os corredores deve se ter com as portas de acesso. As portas do almoxarifado e do depósito devem ter largura e altura adequada, de modo que os equipamentos de manuseio e movimentação dos materiais (ex. empilhadeiras) possam circular sem dificuldades; ¾ O empilhamento dos materiaise o uso de prateleiras devem respeitar as dimensões do estoque de modo que não provoque riscos de acidentes, por exemplo, por inviabilizar o acesso a áreas com mangueiras ou alarmes de incêndio, ou ainda, que o peso faça com que as caixas de baixo comecem a ceder, derrubando as caixas de cima, que nem um enorme dominó; ¾ Locais de armazenagem temporáriadevem ficarpróximos aos locais de saída e expedição, auxiliando bastante o processo; Um layout adequado proporciona redução nos custos, pelo aumento da capacidade produtiva e pela melhor utilização do espaço físico. Por mais que eu dê exemplos, a essência da matéria é facilitar a produção. Quanto mais criativo e eficiente, melhor. Agora vamos aos principais layouts existentes. Layout posicional ou de posição fixaou estacionário O que caracteriza este layout é o fato de que os materiais que estão sendo processados não se movem. Este tipo de arranjo é recomendado paraprodutos de grande porte, e, portanto, de difícil ou impossível locomoção. Assim, são as pessoas, os materiais e as máquinas se deslocam até o produto. Pense na fabricação de um navio. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 147 Imagine descolar um navio semiacabado de um ponto a outro da fábrica para seguir com sua produção. É muito mais fácil fazer com que as pessoas e materiais necessários à próxima fase, uma vez acabada a primeira, se dirijam ao navio para continuar a fabricá-lo. Sua principal vantagem esta na enorme flexibilidade do arranjo (muito maior que no layout funcional), permitindo diversas alterações no planejamento, sendo preferencial utilizá-lo em sistemas de produção por encomenda. Entretanto, como a produção por encomenda acaba sendo muito diversificada (cada novo cliente modifica parte considerável das especificações do produto para que atenda suas necessidades), o ritmo de produção é irregular, gerando, algumas vezes, alta ociosidade no processo. Farei isso em todos os arranjos agora, veja as vantagens e desvantagens: Vantagens do Layout Posicional: - Não há movimentação do produto (isso você deve ter sacado antes ); - Possibilidade de terceirização de todo o projeto (podemos chamar uma equipe até a unidade produtiva para cuidar de determinada fase do projeto); - Desvantagens do Layout Posicional: - Complexidade na supervisão; - Necessidades de áreas externas (abrigos, casa de ferramentas, etc) para atender aos funcionários da produção e à própria produção (lembre-se de que são os funcionários e materiais que se deslocam até o produto, e não o contrário); - Produção em pequena escala (são produtos tipicamente por encomenda, é inviável produzir em lote neste caso); - Apresenta grande complexidade na programação dos recursos no tempo e organização logística; Layout por processo ou funcional 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 147 Este layout é marcado pela configuração situarprocessos similares próximos uns aos outros. Assim, as máquinas e pessoas serão dispostas por especialidades, e o material se desloca ao longo de sessões, até sua finalização. Sua principal vantagem é a flexibilidade, sendo recomendado nas situações em que o produto sofre modificações recorrentes, e o volume de produção é relativamente baixo. É um tipo de layout recomendado para produção em lote (o processo produtivo começa e termina uma quantidade determinada de unidades do produto, para então começar a próxima). Por outro lado, é natural que haja um intervalo entre a produção de um lote e outro, o que provoca ociosidade e pode tornar o ritmo de produção irregular. Pense em uma fábrica de sapatos: eu tenho um local onde os empregados colam a sola do sapato, outro em que costuram o couro, mais outro onde se coloca o cadarço, e assim por diante. O sapato sofre diversas modificações ao longo do processo produtivo, e vai sempre caminhando de uma seção a outra da fábrica até que fique pronto. E lógico que eu não vou fazer isso com um sapato só, mas vou produzir vários sapatos de uma vez (em lote). Simplificando: Vantagens do Layout Funcional: - Grande flexibilidade para atender a mudanças de mercado; - Bom nível de motivação dos operários; -Possibilidade de elaboração de produtos diversificados em quantidades variadas ao mesmo tempo, tudo ao mesmo tempo; - Menor Investimento para instalação do parque industrial; 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 147 Desvantagens do Layout Funcional: - Fluxo longo dentro da fábrica; - Diluição prejudicada do custo fixo em função da menor expectativa de produção(Produção menor são menos produtos sobre os quais posso ratear meus custos fixos); - Dificuldade ao elaborar a programação da produção - Dependência de mão de obra qualificada Layout celular Os materiais transformados (já processados de alguma maneira) são movimentados para uma parte específica da operação (célula) onde estão todos os demais recursos necessários ao processamento. Somente em caso de uma imprevisibilidade o produto precisará sair daquela célula para ser trabalhado. Cada unidade produtiva é uma célula dotada de absolutamente tudo que aquele produto (ou material semiacabado) precisará para avançar até a próxima fase. Ruim é arrumar um exemplo para este modelo, mas vou jogar sujo . Já assistiu Fórmula 1 né? Pit Stop? Muito bem, o carro chega ao Pit Stop e aquela célula composta de funcionários, ferramentas e materiais estão toda concentrada em um Box 5x5, contendo de absolutamente tudo para que o carro saia de lá abastecido, com pneus novos, e com o visor do capacete do piloto sequinho. Ou você já viu o piloto sair de um box que só parafusa pneus para outro que só abastece? A ideia é justamente a concentração de recursos em um único espaço físico. 37381476592 Administração de Recursos Materiais para a Câmara dos Deputados Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 147 Outro legal é o da praça de alimentação do shopping. Quando a assunto for refeição, todas as opções estão concentradas ali, ou você já sentiu a necessidade de ir para outra área do shopping para comer algo diferente? Simplificando Vantagens do Layout Celular: - Aumento da Flexibilidade quanto ao tamanho
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