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GE Geografia cap4

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70 GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERA
4 CONTEÚDO DESTE CAPÍTULOarrow Camadas da atmosfera ..................................................................................72arrow Meteorologia .....................................................................................................73
arrow El Niño e La Niña .............................................................................................76
arrow Ciclone .................................................................................................................77
arrow Climas do mundo .............................................................................................78
arrow Climas do Brasil ................................................................................................80
arrow Poluição do ar ...................................................................................................82
arrow Aquecimento global ........................................................................................84
arrow Os efeitos das mudanças climáticas .........................................................86
arrow Energias renováveis .......................................................................................88
arrow Protocolo de Kyoto e Acordo de Paris .......................................................90
arrow Como cai na prova + Resumo .......................................................................92
F oram quase duas semanas de duras ne-gociações, mas o esforço compensou. Ao término da 21ª Conferência das Nações 
Unidas sobre o Clima, a COP21, realizada em 
Paris entre novembro e dezembro de 2015, as 
delegações dos 195 países presentes ao encontro 
celebraram um acordo histórico com o objetivo 
de reduzir as emissões de dióxido de carbono 
na atmosfera e conter os efeitos do aquecimento 
global sobre o planeta.
Pelo Acordo de Paris, que valerá a partir de 2020, 
as nações se obrigaram a elaborar estratégias para 
limitar o aumento médio da temperatura da Terra 
até 2100 a “bem menos de 2 ºC”, buscando ainda 
“esforços para limitar o aumento a 1,5 ºC acima dos 
níveis pré-industriais”. Cada país comprometeu-se 
a cumprir metas nacionais, as chamadas INDCs 
(sigla em inglês para Contribuições Pretendidas 
Nacionalmente Determinadas), definidas por seus 
governos e que são voluntárias.
O sucesso do acordo, o mais amplo entendi-
mento sobre o clima desde o Protocolo de Kyoto, 
assinado em 1997, depende, em larga medida, do 
engajamento dos países mais poluidores do pla-
neta. Essa lista é encabeçada pela China, nação 
que experimentou um vertiginoso crescimento 
econômico nas últimas décadas impulsionado 
principalmente pela rápida expansão indus-
trial. Ocorre que a matriz energética chinesa é 
altamente dependente de combustíveis fósseis, 
principalmente carvão. Desde a década de 1980, 
o país consome pelo menos metade do carvão 
produzido no mundo, a maior parte usada para 
mover suas indústrias.
Ao fim da COP21, os chineses se comprome-
teram a aumentar em 20% a participação de 
combustíveis não fósseis em sua matriz ener-
gética. Além disso, concordaram em reduzir as 
emissões de dióxido de carbono por unidade 
do PIB (Produto Interno Bruto) em até 65% em 
comparação a 2005. Isso significa que se em 2005 
a China emitia 1 quilo de dióxido de carbono para 
produzir um 1 dólar de PIB, o compromisso é que 
seja 0,35 quilo para cada dólar de PIB. 
A questão das emissões de poluentes e seu efei-
to sobre o aquecimento global é um dos temas que 
mais preocupam os 
ambientalistas. Neste 
capítulo, aprofunda-
mos a discussão sobre 
esse tema e discutimos 
outros assuntos rele-
vantes que interferem 
no clima e na meteo-
rologia do Brasil e do 
mundo.
Sucesso do Acordo de Paris firmado na COP21 
depende do engajamento de todos os países, entre 
eles a China, o maior poluidor global
Clima de mudança
AMBIENTE TÓXICO 
Chaminés liberam 
poluentes na atmosfera em 
uma usina de carvão em 
Shanxi, na China: o país é 
responsável por quase 
um terço das emissões 
globais de carbono
71GE GEOGRAFIA 2017 KEVIN FRAYER/GETTY IMAGES
72 GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERA CAMADAS DA ATMOSFERA 
F oi da junção de duas palavras gregas, atmós (vapor) e sphaîra (esfera), que nasceu o nome da 
estrutura de gás que envolve um saté-
lite ou planeta: a atmosfera. Na Terra, 
essa “esfera de vapores” é composta de 
diversas camadas e, em sua porção mais 
densa, chega a até 600 quilômetros de 
altitude a partir do nível do mar. É uma 
espessura considerável, mas quase ir-
Vapor 
essencial
Explore as diversas camadas 
da atmosfera, a invisível esfera 
de gás que envolve a Terra e 
garante a existência de vida 
no planeta
risória se considerarmos o tamanho do 
globo terrestre, de aproximadamente 
12,8 mil quilômetros de diâmetro. Mas, 
independentemente de sua espessura, a 
atmosfera é essencial para a vida. Além 
de conter o oxigênio que respiramos, 
ela mantém a Terra quente, protege os 
seres vivos dos raios ultravioleta vin-
dos do Sol e funciona como um escudo 
contra meteoritos.
Há vários critérios pelos quais pode-
mos classificar a atmosfera. A divisão 
mais conhecida, feita de acordo com as 
variações de temperatura conforme a 
altitude, reparte a atmosfera em cinco ca-
madas distintas: troposfera, estratosfera, 
mesosfera, termosfera e exosfera. Veja as 
principais características de cada uma:
AS CAMADAS DA ATMOSFERAAMADAS DA ATMOSFERA
MESOSFERA
A camada mais fria da 
atmosfera fica entre 
50 e 90 quilômetros de 
altitude. Sua temperatura 
diminui conforme 
subimos: parte de -15 0C 
na divisa com a 
estratosfera e chega a 
-120 0C. É onde ocorrem as 
estrelas cadentes.
TROPOSFERA
A camada inferior da 
atmosfera vai do nível 
do mar até cerca de 12 
quilômetros de altitude. 
Sua temperatura atinge 
-60 ºC na parte superior. 
Nessa faixa acontece a 
maioria dos fenômenos 
climáticos.
ESTRATOSFERA
Vai até 50 quilômetros 
acima do nível do mar. 
Sua temperatura sobe 
com o aumento de 
altitude: começa em 
-60 ºC e vai até -15 ºC. 
É onde fica a camada 
de ozônio.
TERMOSFERA
Camada mais extensa 
da atmosfera, ela parte 
dos 90 e chega aos 600 
quilômetros de altitude. 
Também é a mais quente: 
na parte superior, chega 
a 2.000 0C. É nessa faixa 
que orbitam os ônibus 
espaciais. FAIXAS DE 
TRANSIÇÃO
Entre as camadas 
da atmosfera, há 
regiões fronteiriças 
que apresentam 
características 
de transição. São 
elas: a tropopausa, 
a estratopausa, 
a mesopausa e a 
termopausa.
600 km
2.000˚C
90 km
-120˚C
50 km
-15˚C
20 km
-60˚C
CAMADA DE OZÔNIO
ESTRATOPAUSA
TERMOPAUSA
Balões 
meteorológicos
Poluentes
Reflexão das 
ondas de rádio
Balões 
tripulados 
Monte Everest
8.844 m 
Nuvens geradas 
por explosões 
atômicas 
Aviões a jato 
Satélite 
artificial
Estação
espacial
Cortinas
iluminadas
Estrelas 
cadentes
[1]
TROPOPAUSA
MESOPAUSA
EXOSFERA
É a última camada da 
atmosfera, na fronteira 
com o espaço sideral. 
Nela, as moléculas 
tornam-se cada vez mais 
rarefeitas, libertando-se 
da gravidade terrestre. 
O final da exosfera 
pode chegar a 
10 mil quilômetros. 
As medições indicam 
que a temperatura dessa 
região fique em torno 
de 1.600 0C.
73GE GEOGRAFIA 2017 
ATMOSFERA METEOROLOGIA
A meteorologia é a ciência que estuda a atmos-fera terrestre e seus principais fenômenos. Trata-se de uma ciência muito complexa, 
já que a atmosfera é bastante extensa e instável. 
Mas o grau de precisão da previsão do tempo 
evoluiu muito desde a construção dos primeiros 
termômetros no século XVI. Os meteorologistas 
contam hoje com instrumentos como satélites, 
radares, boias marítimas e balões atmosféricos 
para estudar os mais variados fenômenos através 
da análise de dados em supercomputadores.Os boletins meteorológicos são essenciais para 
o controle do tráfego de aviões, para a agricultura, 
para o gerenciamento de recursos hídricos e para 
situações menos rotineiras, como a chegada de 
furacões. A seguir, confira um mapeamento dos 
principais fenômenos atmosféricos estudados 
pelos meteorologistas.
Tudo o que 
vem do céu
Conheça os fenômenos que 
movimentam a atmosfera 
terrestre e são objeto de estudo 
dos meteorologistas
Nuvem
É um agregado de gotículas de água, de cristais 
de gelo, ou uma combinação dos dois. As nuvens 
são formadas principalmente pelo movimento 
ascendente do ar úmido: o vapor-d’água conden-
sa quando a temperatura diminui até o ponto de 
orvalho. Elas são classificadas em vários tipos, 
de acordo com o aspecto, a estrutura e a forma.
Chuva
É a precipitação de água em forma líquida, 
com gotas de diâmetro maior que 0,5 milímetro. 
Existem três tipos de chuva. 
A chuva de convecção é resultante da ascen-
são do vapor-d’água das partes mais baixas da 
atmosfera – mais aquecido, ele esfria e se con-
densa à medida que sobe. É o caso das pancadas 
de chuva que ocorrem durante o verão na região 
Sudeste do país. 
A chuva frontal é o resultado do encontro de 
duas massas de ar de diferentes temperaturas e 
umidades: a massa fria e seca empurra para cima 
a massa quente e úmida, que esfria e provoca 
a precipitação. Esse tipo de chuva é típico das 
regiões de clima temperado. 
A chuva orográfica ou de relevo ocorre 
quando a massa de ar sobe por causa de algum 
obstáculo de relevo, como uma montanha – a 
FECHOU O TEMPO 
Tempestade se aproxima de 
Queensland, na Austrália, 
trazendo chuvas intensas 
e descargas elétricas: 
fenômeno comum em 
regiões de clima tropical
[2]
[1] MKANNO/MULTISP [2] iSTOCK PHOTO
74 GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERAMETEOROLOGIA
queda de temperatura, na ascensão, provoca a 
condensação do vapor. Essa chuva é comum nas
áreas próximas ao litoral do Nordeste e do Su-
deste, que recebem massas úmidas do Atlântico. 
Neve, granizo e geada
Um dos mais belos fenômenos atmosféri-
cos, a neve é fruto da precipitação de cristais 
de gelo, geralmente agrupados em flocos, que 
são formados pelo congelamento do vapor-
-d’água suspenso na atmosfera. O granizo, por 
sua vez, é o cristal de gelo que, por causa de 
fortes correntes ascendentes dentro da nuvem,
acaba subindo e caindo várias vezes, até ganhar 
volume e se precipitar de vez. Por fim, a geada 
nada mais é que orvalho congelado, que, sob a 
forma de uma fininha camada branca, cobre as
superfícies onde cai.
Vento
Trata-se do deslocamento de ar, geralmente na 
horizontal, de um ponto de pressão atmosférica 
mais alta para outro onde ela é mais baixa. As
diferenças de pressão, causadoras dos ventos,
estão relacionadas à temperatura. A brisa nas 
regiões litorâneas é um bom exemplo disso: o 
continente e o mar concentram calor de ma-
neiras diferentes, e isso faz o vento mudar de
direção conforme o período do dia.
Massa de ar
Trata-se de um corpo de ar com características 
próprias de umidade, pressão e temperatura.
Essas características dependem das diferentes
regiões da superfície terrestre em que as massas 
se formam: caso ocorra nos polos, serão frias 
e secas; se se formarem nas áreas oceânicas 
tropicais, serão quentes e úmidas.
A borda de uma massa de ar frio que avança 
em direção a outra mais quente, provocando 
quedas bruscas de temperatura, é chamada de
frente fria. Trata-se de um mecanismo natu-
ral da atmosfera para compensar diferenças 
de temperatura no planeta. Avançando com 
velocidades de até 30 km/h, o ar frio e seco, 
mais denso, empurra a massa quente e leve 
para cima. Se houver umidade suficiente, a 
passagem da frente causará chuvas intensas,
com direito a granizo, raios e trovões. As mais
severas podem provocar quedas de até 10 ºC 
em apenas uma hora. 
No Brasil, as regiões mais atingidas pelo fe-
nômeno são a Sudeste e a Sul, onde também
podem ocorrer geadas. Isso acontece porque, 
na América do Sul, a maioria das frentes frias 
se origina nas latitudes médias, ao extremo sul
do continente. Com seu avanço, contudo, as
frentes perdem energia e velocidade, e o contato
VENTOS ALÍSIOS E A ZONA DE CONVERGÊNCIA
A circulação dos ventos em escala global tem grande influência nos tipos 
de clima, sobretudo na circulação das massas de ar e, consequentemente, na
formação e no volume das chuvas nas diferentes regiões do globo. Toda esta
troca de ar entre as camadas mais baixas e mais altas da troposfera, bem como
entre diferentes latitudes, dão origem a “células” de circulação do ar em escala 
global, denominadas células de Hadley.
Nas baixas latitudes, em regiões próximas à linha do Equador, o ar tende a 
subir por ser mais aquecido e menos denso. No alto da troposfera, essas cor-
rentes de ar são impulsionadas para latitudes maiores, próximas aos trópicos
de Câncer e Capricórnio, onde se resfriam e tornam a descer para a superfície, 
em direção à região equatorial. Esses ventos, denominados alísios, são úmidos 
e provocam chuva.
Os alísios sofrem um desvio em função do movimento de rotação da Terra: 
no Hemisfério Sul, eles vêm do sudeste e, no Hemisfério Norte, partem do
nordeste. Esse fenômeno é conhecido como efeito de Coriólis. Nas latitudes
maiores, ocorrem movimentos semelhantes, porém com sentido contrário ao
da região intertropical.
A faixa onde ocorre o encontro dos ventos alísios provenientes do Hemisfério
Norte e do Hemisfério Sul é denominada Zona de Convergência dos Ventos Alí-
sios. Essa faixa não está exatamente sobre a linha do Equador pois acompanha 
a variação das estações do ano: quando é verão no Hemisfério Norte, ele se
forma mais ao norte e, ao contrário, move-se mais para o sul quando é verão
nesse hemisfério. A Zona de Convergência, associada a outros fatores, como
a temperatura das águas oceânicas e a circulação das massas de ar locais,
pode favorecer a formação de chuvas, visto que é onde se encontram os ventos 
úmidos dos dois hemisférios na região intertropical. 
Veja na ilustração abaixo como são formados os ventos alísios:
Células de Hadley
Zona de camadas 
equatoriais
NE
Ventos 
alísios
SE 
Ventos 
alísios
0º
30º
60º
60º
30º
Células de Hadley
com o solo quente reduz o frio das massas de 
ar. Por isso, é tão raro uma frente fria chegar 
até o Nordeste. 
Já a frente quente é a extremidade de uma 
massa de ar quente que se forma pela evaporação
da água de correntes marítimas quentes – essas
massas de ar elevam a temperatura e a umidade 
nas regiões que elas atingem.
[1]
75GE GEOGRAFIA 2017 
SAIBA MAIS
AS MASSAS DE AR QUE ATUAM NO BRASIL
As massas de ar têm influência direta nos tipos de clima no Brasil. Devido à localização do 
país no globo, predominam as massas equatoriais e tropicais. Porém, no inverno ocorre a 
atuação da massa Polar Atlântica em grande parte do território brasileiro. Veja a seguir como 
se caracteriza cada uma dessas massas.
[1] ALEX ARGOZINO
A ATUAÇÃO DAS MASSAS DE AR NO BRASIL DURANTE O VERÃO E O INVERNO
MASSAS DE AR ATUANTES
0 250 500 750
km
Oceano 
Atlântico
Oceano 
Atlântico
AC
AM
RR
PA
AP
RO
MT
MA
TO
PI
CE
BA
MG
GO
MS
SP
PR
SC
RS
RJ
ES
SE
AL
PE
PB
RN
0 250 500 750
km
Oceano 
Atlântico
Oceano 
Atlântico
AC
AM
RR
PAEC
EA EA
EC
PA
TATC
TA
AP
RO
MT
MA
TO
PI
CE
BA
MG
GO
MS
SP
PR
SC
RS
RJ
ES
SE
AL
PE
PB
RN
VERÃO INVERNO
TA
Tropical Continental
Forma-se em uma região de clima tropical mais seco, no semiárido da região conhecida 
como Chaco, no Paraguai. Por isso, a massa Tropical Continental caracteriza-se como 
quente e seca. Ela atua durante o verão nas regiões Sul e Centro-Oeste,sendo 
responsável pela ocorrência de estiagens, sobretudo no oeste de Santa Catarina e do 
Paraná e no noroeste gaúcho. 
Tropical Atlântica
Forma-se sobre o sul do Oceano Atlântico e é caracterizada como uma massa quente e 
úmida. Atua diretamente sobre a porção leste do Brasil nas regiões Sul, Sudeste e 
Nordeste, sendo responsável, por exemplo, pelas chuvas orográficas (de relevo) nas 
encostas das serras litorâneas, como a Serra do Mar, na Região Sudeste.
Equatorial Continental
Origina-se na região amazônica, onde as elevadas temperaturas e a umidade 
proveniente da evapotranspiração (liberação de água pelas plantas) e da evaporação de 
rios e lagos a tornam quente e úmida. Sua influência atinge grande parte do território 
nacional durante o verão no Hemisfério Sul, transferindo umidade da Floresta 
Amazônica para regiões de clima tropical e semiárido. No inverno no Hemisfério Sul, 
essa massa perde força e sua atuação se restringe à Região Norte.
EC
Equatorial Atlântica
Esta massa também tem origem na região equatorial, mas ela surge sobre o Oceano 
Atlântico. O elevado índice de evaporação das águas quentes do Atlântico central torna 
esta massa de ar quente bastante úmida. De modo geral, a massa Equatorial Atlântica 
atinge a Região Norte e a faixa costeira da Região Nordeste. Sua incidência está 
relacionada à variação das estações: durante o verão do Hemisfério Sul encontra-se 
mais ao sul e, quando o Hemisfério Norte está no verão, desloca-se mais para o norte.
EA
TC
Polar Atlântica
Forma-se sobre o Oceano Antártico e sobre o extremo sul do Oceano Atlântico. Em sua 
origem, a massa Polar Atlântica é fria e seca devido aos baixos índices de evaporação da 
água nessas regiões oceânicas. À medida que se desloca para o norte e atravessa outras 
áreas do oceano, penetrando no continente, ela provoca chuvas com a formação de 
frentes frias. Com o avanço dessa massa polar, o ar úmido e mais quente (menos denso) 
que se encontra nas regiões por onde ela passa é forçado a subir, formando nuvens de 
chuva (chuvas frontais). Essa massa de ar pode chegar, ainda que com menor 
intensidade do que nas regiões Sul e Sudeste, até as regiões Norte e Centro-Oeste, onde 
a queda de temperaturas que ela provoca é denominada friagem pela população 
regional. Esse deslocamento até a Região Norte ocorre graças à configuração do relevo, 
com planícies ao centro (Planície Platina e do Chaco, por exemplo), uma cadeia de 
montanhas a oeste (Cordilheira dos Andes) e os planaltos brasileiros a leste, formando 
uma espécie de corredor para esta massa de ar.
PA
76 GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERA EL NIÑO E LA NIÑA
EFEITOS DOS FENÔMENOS EL NIÑO E LA NIÑA NA AGRICULTURA BRASILEIRA
Região El Niño La Niña
Norte 
Secas acentuadas, principalmente no leste da Amazônia: 
aumento do risco de incêndios florestais e prejuízos para a 
produção agropecuária.
Tendência ao aumento de chuvas no norte e leste da 
Amazônia; chuvas normais no inverno, sem prejuízos à 
agropecuária.
Nordeste
Secas severas: perdas na agricultura, na pecuária, na geração de 
energia elétrica e dificuldades para o abastecimento de água.
Chuvas acima da média sobre a região semiárida, favorecendo 
a agricultura de subsistência e a pecuária.
Centro-Oeste
Sem efeitos evidentes, exceto tendência de aumento das 
chuvas no sul do MS, que favorecem a produção de grãos.
Não há alterações significativas de temperatura e 
pluviosidade.
Sudeste
Leve aumento das temperaturas (redução das geadas, 
que prejudicam culturas como o café) e sem alterações 
significativas na pluviosidade.
Não há alterações significativas de pluviosidade, com leve 
queda nas temperaturas no inverno, que não interferem na 
colheita da cana e do café.
Sul
Excesso de chuvas na primavera e começo de verão, no ano 
inicial do evento, e final de outono e começo de inverno. 
Beneficia as culturas de verão, como soja e milho.
Chuvas abaixo do normal, com estiagens severas na parte 
oeste dos estados da região, prejudicando as culturas de 
verão, como soja e milho. A primavera seca favorece a 
produção de trigo.
Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Presente 
de Natal
Entenda os fenômenos do 
El Niño e de La Niña e de que forma 
eles afetam o clima mundial
B atizado em referência ao Menino Jesus, por ocorrer em geral no fim do ano, à época do Natal, o El Niño (“o menino”, 
em espanhol) é um fenômeno de aquecimento 
anormal das águas superficiais do Pacífico les-
te, na costa da América do Sul (para entender 
melhor, acompanhe o processo no infográfico). 
É denominado, pelos cientistas, de Enos, sigla 
para El Niño Oscilação Sul.
O El Niño é fruto do enfraquecimento dos ventos 
alísios, que normalmente sopram de leste para o 
oeste pelo Pacífico 1 – isso faz que a água aquecida 
na região equatorial não seja levada em direção à 
Indonésia, como de costume. Com isso, as massas 
de ar quentes e úmidas ficam estacionadas na 
costa sul-americana, provocando chuvas intensas 
nessa área 2 e, ao mesmo tempo, seca na Indo-
nésia, Austrália e em outras regiões. Na verdade, 
o clima de todo o planeta é alterado. O El Niño, 
que ocorre em média uma ou duas vezes a cada 
dez anos, também altera o ecossistema marinho. 
Como não há o deslocamento das águas quentes 
da superfície, as águas profundas, que são mais 
frias e carregadas de nutrientes, não conseguem 
vir à tona, na ressurgência 3– a população de 
peixes, por exemplo, diminui drasticamente 4. 
Há, ainda, o caso do La Niña, fenômeno oposto 
ao El Niño: em vez de as águas do Pacífico les-
te se aquecerem, elas 
esfriam. Isso acontece 
porque os ventos alí-
sios, que carregam a 
água quente para o oes-
te, ficam mais intensos. 
Consequentemente, as 
águas quentes da su-
perfície são deslocadas 
em maior quantidade 
para o oeste e mais 
água fria vem à tona 5. 
A temperatura do ocea- 
no diminui na região 
próxima à costa oeste 
da América do Sul, e o 
clima fica mais úmido 
na Austrália e Indoné-
sia, por causa das mas-
sas de ar quentes.
ANO NORMAL
ANO COM LA NIÑA
Costa da 
Indonésia
Costa da 
América 
do Sul
Costa da 
Indonésia
Costa da 
América 
do Sul
Ventos alísios
Ventos alísios 
mais fortes 
Oceano Pacífico
Oceano Pacífico
Fortes chuvas 
Água fria
Água aquecida
Ressurgência 
da água fria
Forte ressurgência 
da água fria
Água aquecida
1
3
ANO COM EL NIÑO
Costa da 
Indonésia
Costa da 
América 
do Sul
Ventos alísios 
mais fracos 
Oceano Pacífico
Água fria
Água aquecida
2
4
5
[1]
77GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERA CICLONE
De olho
no ciclone
Entenda como se forma a 
ventania arrasadora que pode
deixar milhares de mortos
q p
O s ciclones são uma perturbaçãoatmosférica no centro da qual a pressão é muito baixa, provo-
cando ventos circulares com velocidade
superior a 119 quilômetros por hora. Ele 
ocorre nas regiões tropicais, sobre os
mares quentes, podendo causar grande
destruição quando atinge o continente.
Denominações
Embora furacão, tufão e tornado se-
jam palavras comumente usadas como
sinônimos de ciclone, há uma pequena 
diferença entre elas. A distinção entre
os termos refere-se mais a uma questão 
de localização. De modo geral, o ciclone
que se forma sobre o Oceano Atlânti-
co é chamado de furacão, enquanto o
que se forma sobre o Oceano Pacífico
é conhecido como tufão. Por fim, há o
caso dos tornados, que surgem sobre 
o continente, após o choque de uma 
massa de ar quente com outra de ar
frio – a ventania toma a forma de um 
cone invertido e sai num turbilhão ar-
rasador com velocidades de até 500
quilômetros por hora.
O desastre do ciclone Bhola
Para quem já assistiu – e sobreviveu – 
à passagem de um ciclone, a experiência 
pode ser aterradora. Em Bangladesh, na 
Ásia, por exemplo, um desses turbilhõesarrasou o país em 13 de novembro de 
1970. O redemoinho nasceu no golfo de 
Bengala e avançou para a costa, criando 
ondas de até 6 metros. Elas invadiram a 
densamente povoada região do delta do 
Rio Ganges, matando cerca de 500 mil 
pessoas – 100 mil só na ilha de Bhola 
(nome que batizou o ciclone). Foi o 
pior desastre natural do século XX. 
Para nossa sorte, o Brasil não sofre com 
esse tipo de fenômeno. Tudo graças 
às baixas temperaturas das águas do
Atlântico Sul. 
FAIXAS DE TEMPESTADE
O O FUFURARAACÃCÃOO
POPORR DDEEENTNTTN RRO OlhOlhOlhOOO oooooo
AR QUENTE E ÚMIDO
Uma densa nuvem 
cobc re o furacão
VENTO OESTEQuaQQuaQuaQuauaQuaQuaQuaQuaQuaQuaQ ndodndondndondo asasasaassss nununununununuvenvenvenvenvenvve s as as as as atintintiningemgemgemgeg cececercarca 
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ar, ao chegar àà susuperperpee fícfíccccie ie ie ie ieieieeeee do ddododododododdodooooodoood mammmmamarmamarmmarmarmarmarmmmm ,,
vaivai formar novas ns uvevensns
4
O furacão começa com a 
combinação de dois fatores: 
ar quente e úmido e a água 
aquecida dos oceanos das 
regiões tropicais
127 ˚C 
O atrito das correntes de ar com 
a superfície do mar faz que os 
ventos e as nuvens girem de 
oeste para leste, no sentido 
de rotação da Terra. O ar mais 
quente vai subindo numa 
espiral pelo olho do furacão
3
As correntes de ar se 
aquecem em contato com 
a água, ficam mais leves e sobem, 
formando as primeiras nuvens. 
Enquanto sugam energia das 
águas quentes, essas correntes 
vão circulando em direção 
ao olho do furacão – 
região de baixa pressão 
no centro
2
OO ciclloone ppassaa a se desloocar quaando 
veentoos extternoos soppram nna direçção 
oestee em ggrandde vellocidaade. Se eele 
chhegaar ao conttinentte e enncontraar a
uumidaade ddo arr baixaa, as nnuvens se 
ddesfazazem e – uufa! – oo venddaval aacaba
5
A tempestade 
começa com um 
emaranhado de 
nuvens… 
…que vai 
girando de modoo o 
coordenado…
…até formar 
uma espiral 
de nuvens…
…em torno do olho do 
furacão (zona de baixa 
pressão, no centro) e 
ganhar mais velocidade
VEJA A SEGUIR COMO SE FORMA UM CICCLOLLOLOLOLOLONENENENENNN
[1] [2] MULTI/SP
[2][2][22]
78 GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERA CLIMAS DO MUNDO
O clima da Terra é influenciado por vários fatores, entre eles latitude, pressão atmosférica, 
altitude, relevo, vegetação, massas de 
ar, maritimidade (proximidade de um 
local em relação ao mar), continentali-
dade (distância de um ponto em relação 
ao mar) e correntes marítimas.
As áreas em torno da linha do Equa-
dor, que recebem forte insolação, têm 
predominantemente clima equatorial, 
marcado por altas temperaturas e umi-
dade. Já as regiões de latitudes mais 
elevadas, próximas aos polos, registram 
clima frio ou polar, com invernos rigo-
rosos e temperaturas baixas.
No mapa, você confere as mais impor-
tantes correntes marítimas, os principais 
tipos de clima, segundo a classificação 
de Wilhelm Köpen, a mais aceita atu-
almente, e as três principais zonas cli-
máticas. Veja a seguir as características 
dos principais tipos de clima do planeta.
Equatorial
Quente e úmido durante o ano todo, 
está presente na região da linha do 
Equador e nas áreas de baixa latitude, 
Diversidade 
climática
Conheça as características dos 
dez principais grupos de 
clima do planeta
como a América Central, a Indoné-
sia, a região central da África e o norte 
do Brasil. A umidade relativa do ar é 
elevada, com média anual de 90%, e a 
chuva é abundante durante o ano todo. 
A temperatura também é alta e estável, 
com média anual de 25 ºC.
Tropical
Fica nas áreas entre os trópicos de 
Câncer e de Capricórnio, cobrindo 
grande parte do território brasileiro e 
do continente africano, Índia, Península 
da Indochina e norte da Austrália. O 
clima é quente, com média anual supe-
rior a 20 ºC. As chuvas são intensas no 
verão e, no resto do ano, ocorrem mais 
nas regiões próximas ao mar. 
No Sudeste Asiático, destacam-se 
as chuvas de monções, tempestades 
torrenciais provocadas pelo vento 
úmido que sopra do oceano. Quando 
começa o verão, o continente se es-
quenta rapidamente, formando uma 
zona de baixa pressão, e as massas de 
ar do oceano trazem as chuvas. Essa 
dinâmica, comum em outros pontos do 
planeta, tem maiores proporções nessa 
região em virtude da vastidão de terra 
(o continente asiático) e de mar (os 
oceanos Índico e Pacífico) envolvidas 
no fenômeno.
Mediterrâneo 
É o clima predominante no sul da 
Europa. Os verões são quentes e secos 
– a temperatura chega a 30 ºC – e os 
invernos, moderados e com um pouco 
de chuva. As mínimas de temperatura 
podem atingir 0 ºC. 
Temperado
Também de latitudes médias, o tem-
perado está presente nas áreas da Amé-
rica do Norte, da Europa e do leste da 
Ásia. No temperado continental, o 
inverno é muito rigoroso e o verão é 
quente – as médias de temperatura são 
-5 ºC e 24 ºC, respectivamente. As chu-
vas são escassas, sobretudo no inverno. 
A continentalidade justifica a umidade 
relativa do ar mais baixa e a grande 
amplitude térmica anual nesses locais. 
Já o temperado oceânico está pre-
sente no oeste e no noroeste da Europa. 
As chuvas são abundantes durante o 
Corrente fria
Corrente quente
CORRENTES MARÍTIMAS
TIPOS DE CLIMA 
(adaptação da classificação de Köpen)
Mediterrâneo
Temperado
Subtropical
Semiárido
Frio de montanha
Tropical
Desértico
Frio
Polar
Equatorial
ZONAS CLIMÁTICAS
Polar
Polar
Intertropical
Polar
Polar
Temperada
Temperada
MAPA MUNDIAL DO CLIMA 
E CORRENTES MARÍTIMAS 
DEU BRANCO Nevascas em países de clima temperado, como o Canadá, são comuns no inverno
79GE GEOGRAFIA 2017 
ano, e as temperaturas não sofrem muita 
variação – os invernos são frios (média 
de -3 ºC) e os verões, frescos (média de 
15 ºC). A proximidade com o mar (ma-
ritimidade) é um fator que influencia 
a baixa amplitude térmica e as chuvas 
bem distribuídas durante o ano.
Subtropical
É outro clima de latitudes médias, 
que se caracteriza como uma faixa de 
transição entre os climas tropicais e os 
mais frios. Está presente nas regiões 
ao sul do trópico de Capricórnio (sul 
de São Paulo, Paraná, Santa Catarina 
e Rio Grande do Sul) e na região leste 
dos Estados Unidos. A quantidade de 
chuva não varia muito durante o ano, 
mas as temperaturas mudam bastante: 
o inverno é frio e o verão, quente.
Desértico
Ocorre em regiões como o Saara, o 
centro da Austrália, norte do México 
e sul dos EUA. O índice pluviométrico 
é baixíssimo: a média anual de preci-
pitação é inferior a 250 milímetros, o 
equivalente a aproximadamente ummês de chuva no clima equatorial. A 
umidade relativa do ar também é mui-
to baixa, cerca de 40%. A amplitude 
térmica diária é elevada: de dia, a tem-
peratura ultrapassa os 40 ºC e, à noite, 
chega a graus negativos. 
Semiárido
Clima seco, presente na Ásia Central 
(Cazaquistão, no interior da China e 
Mongólia), na Patagônia e no planalto 
oeste das Montanhas Rochosas (EUA). 
A precipitação é escassa e irregular, 
com longos períodos de estiagem, não 
ultrapassando os 600 milímetros por 
ano. As temperaturas são elevadas du-
rante o ano, com média entre 25 ºC e 
27 ºC. No Brasil localiza-se no chamado 
Polígono das Secas.
Frio de montanha
Ocorre nas cadeias de montanhas 
ao redor do globo: áreas elevadas dos 
Andes, Montanhas Rochosas, Alpes e 
Himalaia. É um clima frio, com tem-
peratura que diminui 6 ºC a cada mil 
metros de altitude. Acima dos 2 mil 
metros, há neve constante. A umidade 
relativa do ar varia conforme o lado 
da cadeia: a média é de 90% do lado 
do vento (barlavento), caindo para até 
30% do lado contrário (sotavento). A 
quantidade de precipitação também é 
variável, chegando a 2 mil milímetros 
por ano nas regiões tropicais.
Frio
É o clima do norte do Canadá e da 
Sibéria, na Rússia. O inverno é bastante 
rigoroso e prolongado, com mínima 
de -15 ºC, e o verão, brando e curto, 
com temperatura máxima de 10 ºC. A 
precipitação é escassa, menos de 300 
milímetros por ano.
Polar
É o clima com as menores temperatu-
ras do planeta: no inverno, ela permane-
ce em torno de -30 ºC e, no verão, a mé-
dia é de 4 ºC. Está presente no extremo 
norte do Canadá, da Rússia e do Alasca, 
em parte da Península Escandinava e 
na Antártica. A umidade relativa do ar 
é alta, entre 70% e 80%, mas a precipi-
tação, bastante reduzida: cerca de 100 
milímetros de neve acumulados ao ano.
ANTÁRTICA
OCEANIA
ÁFRICA
EUROPA
ÁSIA
AMÉRICA OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
CÍRCULO POLAR ÁRTICO
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
TRÓPICO DE CÂNCER
EQUADOR
Fonte: IBGE
C. Norte Equatorial 
C. Sul Equatorial 
C. de Humboldt 
C. do Brasil 
C. 
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s F
al
kl
an
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C. Circumpolar da Antártica 
C. da Antártica C. da Antártica 
C. Australiana 
C. de Benguela C. Sul Equatorial 
C. Sul Equatorial 
C. Norte Equatorial 
C. do Japão 
C. Oia Sivo 
C. das Monções 
C. de Madagáscar 
C. Sul Equatorial 
C. da Guianas 
C. Norte Equatorial 
C. do Golfo 
C. das Canárias
C. Norte Atlântica 
C. da Groenlândia 
C. do Labrador 
C. do Atlântico Sul 
C. da Califórnia 
C. do Pacífico Norte 
CORRENTE FRIA E DESERTO
As correntes marítimas são grandes deslocamentos de 
massas de água que influenciam o clima. No Chile, a fria 
Corrente de Humboldt provoca chuvas no Oceano Pacífico. 
Com isso, a massa de ar chega sem umidade ao continente, 
o que explica a aridez do Deserto do Atacama.
CHUVAS DE MONÇÕES
Trata-se de um fenômeno típico do Oceano Índico e do 
Sudeste Asiático. Elas têm origem na grande diferença de 
temperatura das águas do mar e do continente durante 
o verão. Um vento contínuo leva a umidade do oceano e 
a transforma em fortes chuvas sobre o continente.
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 Clima equatorial
Temperatura (oC)
Precipitação (mm)
1. MANAUS
 Clima tropical
Temperatura (oC)
Precipitação (mm)
2. GOIÂNIA
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10
1. Equatorial
2. Tropical
3. Semiárido
4. Tropical de altitude
5. Tropical atlântico
6. Subtropical
80 GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERA CLIMAS DO BRASIL
M esmo sendo conhecido como “um país tropical”, com mais de 90% do território entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, o Brasil também compreende variações climáticas. 
Os tipos de clima no país são definidos com base em critérios diversos, mas, 
sobretudo, a partir da quantidade de chuva e da temperatura média no decorrer 
do ano. Essas informações aparecem juntas em um gráfico denominado climo-
grama, que você vê acima. A leitura dele pode parecer complicada, mas é bastante 
simples: as barras representam a média pluviométrica no mês, expressa em 
milímetros; já as linhas indicam a temperatura média mensal, em graus Celsius.
O climograma permite a identificação de cada um dos climas e até uma dife-
renciação entre eles. Uma comparação interessante, por exemplo, é a do clima 
equatorial com o do semiárido. A princípio, eles podem parecer semelhantes por 
causa da temperatura média, que oscila em torno de 26 ºC. Porém, ficam claramente 
diferentes quando observamos as barras que indicam o índice pluviométrico de 
cada um: enquanto no clima equatorial chove abundantemente durante o ano 
todo, no semiárido, o índice pluviométrico é muito baixo e distribuído de forma 
irregular. Confira a seguir as principais características dos seis principais tipos 
climáticos do Brasil, além de alguns climogramas a eles relacionados.
Muito além 
de tropical
Apesar de o nosso país estar localizado quase 
inteiramente entre os trópicos, o clima do 
Brasil apresenta muitas variações
1. Clima equatorial
Fica nas proximidades da linha do 
Equador, abarcando a Amazônia, norte de 
Mato Grosso e oeste do Maranhão. Chove 
durante o ano todo, e em grande quanti-
dade; é bastante úmido e a temperatura 
varia pouco no decorrer do ano, com 
média de 26 ºC. O climograma 1 acima 
traz informações sobre a pluviosidade 
e a temperatura da cidade de Manaus 
(AM), localizada nessa faixa de clima. 
Repare como, no gráfico, a quantidade de 
precipitação (representada pelas barras 
verticais) é bem alta, atingindo mais de 
300 milímetros no mês de março, com 
apenas uma pequena queda no meio 
do ano (em julho, agosto e setembro), 
quando fica abaixo dos 100 milímetros. A 
pequena variação de temperatura, típica 
do clima equatorial, também pode ser 
vista no climograma de Manaus: a linha 
horizontal, formada pelas temperaturas 
médias de cada mês, quase não sobe nem 
desce, ficando em torno dos 26 0C.
2. Clima tropical 
Predominante no território brasileiro, 
pega toda a faixa do centro do país, leste 
MAPA DE CLIMAS DO BRASIL 
RECANTO GELADO 
As mais baixas 
temperaturas no país 
são registradas na 
Região Sul, a única com 
clima subtropical. 
As temperaturas médias 
anuais são inferiores 
a 21 0C. 
MÁXIMA E MÍNIMA 
A temperatura máxima oficial no país foi registrada em Bom Jesus do 
Piauí, em 21 de novembro de 2005. Os termômetros chegaram a 44,7 oC. 
A mínima foi na cidade de Xanxerê, em Santa Catarina: -11,1 oC, 
em 20 de julho de 1953.
CHUVAS DE VERÃO
As tempestades que 
costumam atingir a 
Região Sudeste durante o 
verão são causadas pelo 
encontro de duas massas 
de ar que formam a 
zona de convergência do 
Atlântico Sul. 
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 Clima semiárido
Temperatura (oC)
Precipitação (mm)
3. JUAZEIRO
 Clima tropical de altitude
Temperatura (ºC)
Precipitação (mm)
4. BELO HORIZONTE
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10
 Clima tropical atlântico
Temperatura (ºC)
Precipitação (mm)
5. JOÃO PESSOA
 Clima tropical atlântico
Temperatura (ºC)
Precipitação (mm)
5. RIO DE JANEIRO
 Clima subtropical
Temperatura (ºC)
Precipitação (mm)
6. CURITIBA
81GE GEOGRAFIA 2017 
do Maranhão, Piauí e oeste da Bahia e 
de Minas Gerais. Inverno e verão são 
estações bem marcadas pela diferença 
de pluviosidade: o verão é bastante chu-
voso e há seca no inverno. No climo-
grama 2, de Goiânia (GO), conseguimos 
enxergar essa diferença pela variação 
na altura das barras de precipitação: em 
julho, a precipitação chega a quase zero 
e, em janeiro, ultrapassa 250 milíme-
tros. A temperatura no clima tropical, 
de modo geral, é alta, caindo um pouco 
nos meses de inverno; a média fica entre 
18 ºC em locais de serra e 28 ºC na maior 
parte do território.
3. Clima semiárido 
É o clima das zonas mais secas do 
interior do Nordeste. Caracteriza-se 
pela baixa umidade, pouca chuva e 
temperaturas elevadas. O climogra-
ma 3, referente à cidade baiana de 
Juazeiro, na divisa com Pernambuco, 
representa graficamente essas carac-
terísticas: note que entre julho e se-
tembro as barrinhas de precipitação 
são bastante baixas – em agosto a mí-
nima de chuva chega a 1,7 milímetro. 
A chuva se concentra entre os me-
ses de novembro e abril, mas o total 
anual de precipitação não chega a 
550 milímetros – o volume é inferior 
ao atingido em apenas dois meses (fe-
vereiro e março) no clima equatorial. 
Já a linha de temperatura varia entre 
24,5 ºC e 28,5 ºC durante o ano, médias 
térmicas bastante elevadas. 
4. Clima tropical de altitude
É o clima das áreas com altitude acima 
de 800 metros em Minas Gerais, no Es-
pírito Santo, no Rio de Janeiro e em São 
Paulo. Os verões são quentes e chuvosos, 
e os invernos, frios e secos. Isso pode ser 
visto no climograma 4, que mostra as 
médias de temperatura e pluviosidade 
de Belo Horizonte (MG). No inverno, 
as barras de chuva atingem o mínimo 
de cerca de 10 milímetros e, no verão, 
passam de 300 milímetros. Em compa-
ração com o clima tropical, o tropical de 
altitude tem o mesmo comportamento 
pluviométrico, mas as médias anuais de 
temperatura são menores, ficando em 
torno dos 20 ºC – no inverno, as tem-
peraturas são bem mais baixas.
5. Clima tropical atlântico
Esse clima cobre quase todo o lito-
ral do país: começa no Rio Grande do 
Norte e vai até o Paraná. A quantidade 
de chuvas varia conforme a latitude 
da localidade. Por exemplo, enquanto 
no Nordeste chove muito no inverno, 
no Sudeste chove mais no verão, como 
pode ser visto nos climogramas 5 de 
João Pessoa (PB) e do Rio de Janeiro 
(RJ). A variação de temperatura é maior 
na porção mais ao sul do litoral. No Rio 
de Janeiro, oscila entre 21,5 ºC e 26,5 ºC 
e, em João Pessoa, entre 24 ºC e 28 ºC.
6. Clima subtropical
É o clima das regiões ao sul do Tró-
pico de Capricórnio: sul de São Paulo, 
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do 
Sul. A quantidade de chuva não varia 
muito durante o ano, mas as temperatu-
ras mudam bastante: o inverno é frio e 
o verão, quente. No climograma 6, que 
representa Curitiba (PR), por exemplo, 
a temperatura oscila entre 12,5 ºC e 
20 ºC, enquanto as barras de precipi-
tação apresentam pouca variação (a 
média anual é de 110 milímetros).
82 GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERA POLUIÇÃO DO AR
A poluição do ar é provocada principalmente pela queima de combustíveis fósseis nos transportes e na geração de energia elétrica 
e pela atividade industrial. Dióxido de carbono 
(CO2), monóxido de carbono (CO) e hidrocarbone-
tos (HC) são alguns dos poluentes mais emitidos. 
Veja a seguir alguns dos efeitos mais comuns 
provocados pela emissão desses gases.
Buraco na camada de ozônio
O aparecimento de buracos na camada de 
ozônio é um processo natural, já que, em certas 
épocas do ano, reações químicas na atmosfera 
produzem aberturas, que depois se fecham. O 
ozônio absorve parte da radiação ultravioleta 
B (UVB) emitida pelo Sol. Sem ela, as plantas 
teriam redução na capacidade de fotossíntese 
e haveria maior incidência de câncer de pele e 
catarata. A atividade humana, porém, acentuou 
o processo. As reações que destroem o ozônio 
são intensificadas pela emissão de compostos 
químicos halogenados artificiais, sobretudo os 
clorofluorcarbonos (CFCs), criados nos anos 
1930 e usados como fluidos refrigerantes em 
geladeiras, aparelhos de ar condicionado e como 
propelente de aerossóis.
A boa notícia é que, nos últimos anos, acordos 
internacionais levaram ao fim da produção das 
substâncias nocivas à camada de ozônio. Estu-
dos recentes indicam que o buraco na camada 
de ozônio atualmente está 9% menor do que no 
ano 2000. No entanto, desde 2010, o tamanho do 
rombo não diminui – são 23 milhões de quilôme-
tros quadrados, área equivalente à da América 
do Norte. A perspectiva, segundo a Organização 
Mundial de Meteorologia, é que a camada deverá 
voltar à espessura original por volta de 2050.
Atmosfera 
carregada
A emissão de poluentes no ar causa 
uma série de efeitos nocivos ao 
homem e à natureza
Fonte: Nasa
1979
1987
2006
2015
CORTINA DE FUMAÇA Um denso nevoeiro paira sobre as ruas de Krabi, na Tailândia: efeito do dióxido de carbono liberado pelas queimadas na Indonésia
EVOLUÇÃO DO BURACO 
NA CAMADA DE OZÔNIO 
(1979-2015)
A abertura na atmosfera é 
representada pela cor azul 
nas imagens abaixo
83GE GEOGRAFIA 2017 
Chuva ácida
Toda chuva é naturalmente ácida (pH infe-
rior a 7), em função das reações do vapor-d'água 
com o gás carbônico presente na atmosfera. 
Entretanto, ao atingir um pH inferior a 5,6 a 
chuva é considerada, de fato, ácida e passa a 
ser tratada como um problema ambiental. Esse 
aumento de acidez se deve à queima de com-
bustíveis fósseis, feita principalmente pelas 
atividades industriais e pelos automóveis, que 
liberam óxido de nitrogênio (NOx) e dióxido 
de enxofre (SO2) na atmosfera. Esses compos-
tos reagem com o vapor-d'água presente na 
atmosfera, formando o ácido nítrico (HNO3) e 
o ácido sulfúrico (H2SO4). Quando chove, essas 
substâncias atingem o solo e a água, alterando 
suas características e prejudicando lavouras, 
florestas e a vida aquática. Também danificam 
edifícios e monumentos históricos.
As principais áreas de ocorrência se encon-
tram próximas às regiões de maior emissão de 
gases causadores do efeito estufa, ou seja, as 
mais urbanizadas e industrializadas, como o 
Nordeste dos Estados Unidos, a Europa oci-
dental, o leste da China, o eixo Rio-São Paulo. 
Entretanto, essas substâncias podem ser trans-
portadas pelos ventos para regiões mais afasta-
das desses grandes centros urbano-industriais, 
causando a chuva ácida. Trata-se, portanto, de 
uma “poluição transfronteiriça”. O leste do 
Canadá, por exemplo, sofre com a chuva ácida 
proveniente da poluição gerada na megalópole 
Boston-Washington-Nova York e nas cidades 
industriais da região dos Grandes Lagos, dos 
Estados Unidos. Já os países escandinavos como 
Noruega, Finlândia e Suécia recebem as corren-
tes de ar que trazem a poluição da Alemanha, 
Holanda, Bélgica e Inglaterra.
 wedge O QUE ISSO TEM A VER 
COM QUÍMICA 
A reaçãoentre dióxido 
de carbono (CO2) e as 
moléculas de água (H2O) 
libera íons H+. Quanto 
maior a concentração de 
H+ maior é a acidez. Essa 
concentração é medida 
pelo pH, o potencial 
hidrogeniônico, que 
segue uma escala de zero 
a 14 na qual: 
0 < pH < 7: soluções 
ácidas 
pH = 7: soluções neutras 
7 < pH ≤ 14: soluções 
básicas ou alcalinas 
Para saber mais, veja 
o GUIA DO ESTUDANTE 
QUÍMICA.
Ilhas de calor
Os poluentes lançados na atmosfera, principal-
mente o dióxido de carbono, ajudam a aumentar 
a temperatura do ar mais próximo da atmosfera. 
Em regiões urbanas, esse fato é agravado pela 
substituição da cobertura vegetal por prédios 
de concreto e cimento e ruas asfaltadas. Esses 
materiais absorvem mais calor e o devolvem na 
forma de radiação térmica. A combinação desses 
fenômenos tende a aumentar a temperatura nos 
grandes centros, criando as ilhas de calor. A dife-
rença de temperatura entre uma área verde e uma 
típica zona central de uma cidade pode ser de 8 
graus centígrados a mais (veja o mapa ao lado). 
Inversão térmica
A inversão térmica é um fenômeno atmosférico 
natural que ocorre principalmente nas manhãs de 
outono e inverno, com a penetração de massas de 
ar frio, em regiões de clima tropical e subtropical. 
Caracteriza-se pela alteração na sequência de 
camadas de ar. Em condições normais, a tempe-
ratura fica cada vez mais baixa conforme aumenta 
a altitude. Em uma situação de inversão térmica, 
porém, forma-se uma camada de ar mais quente 
logo acima da camada de ar mais frio próxima 
ao solo. Isso ocorre graças ao resfriamento da 
superfície e do ar durante o final da madrugada 
e início da manhã, quando as temperaturas, tanto 
da terra quanto do ar, são mais baixas. 
Em regiões onde o ar não se encontra carregado 
de poluentes, a inversão térmica não provoca 
nenhum problema ambiental. No entanto, em 
ambientes urbanos, a inversão térmica causa o 
bloqueio das correntes ascendentes de ar, retendo 
grande quantidade de poluentes próximos à su-
perfície durante algumas horas. Isso ocorre por-
que as trocas verticais 
de ar, chamadas cor-
rentes de convecção, 
não chegam a atingir a 
superfície, formando-
-se somente a partir da 
camada de ar quente 
para cima. Por esse 
motivo, os poluentes 
não conseguem se dis-
persar. Quando o Sol 
esquenta a superfície 
no decorrer da manhã, 
o ar da camada mais 
baixa se aquece e sobe, 
as correntes de con-
vecção voltam a atingir 
o solo e os poluentes 
voltam a ser dispersa-
dos em camadas mais 
elevadas.
Temperatura aparente
da superfície
Menor Maior
Distribuição da 
vegetação em SP
Rural Urbano
Fonte: Atlas Ambiental do Município de São Paulo 
No sul da cidade, 
onde há mata e quase 
não existem prédios nem 
casas, as temperaturas 
são bem mais baixas.
A região central de 
São Paulo, altamente 
urbanizada, apresenta 
temperaturas mais 
elevadas.
Município de São Paulo, com variação de temperatura de 24 °C a 32 °C
DENSIDADE DEMOGRÁFICA E ILHAS DE CALOR
DIA NORMAL
AR QUENTE
AR FRIO
AR MAIS FRIO
AR FRIO
AR QUENTE
AR FRIO
INVERSÃO TÉRMICA
FENÔMENO DA INVERSÃO TÉRMICA
iSTOCK PHOTO
84 GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERA AQUECIMENTO GLOBAL
EFEITO ESTUFA
O fenômeno permite a 
existência de vida na Terra. 
Veja como ele funciona 
e o modo como as ações 
humanas o afetam
1
2 3
4
5
O Sol emite sua energia 
pelo espaço na forma de luz 
visível, radiação ultravioleta 
e infravermelha
Quando os raios do Sol chegam 
à Terra, cerca de 30% da energia 
luminosa volta para o espaço, 
refletida por poeira e nuvens na 
atmosfera e, ainda, por refletores 
naturais na superfície, como áreas 
 cobertas de neve e gelo
O ar, terras e águas 
absorvem cerca de 70% 
da radiação solar
Aquecida, a superfície 
emite calor na forma de 
radiação infravermelha
Um pouco da radiação térmica 
da Terra vai para o espaço, mas a 
maior parte é retida na atmosfera, 
absorvida por vapor-d'água, 
dióxido de carbono, metano e 
outros gases do efeito estufa
6
7 A temperatura do planeta varia, 
de maneira natural, por causa dos 
ciclos solares e geológicos. 
Mas, de acordo com o relatório 
do IPCC, as atividades humanas 
afetaram o ritmo normal do ciclo e 
o equilíbrio natural de produção e 
absorção de gases
Se o calor não fosse retido 
pelo efeito estufa, o planeta 
congelaria a uma temperatura 
média de 18 ºC negativos
Planeta 
em ebulição
Cientistas confirmam que a atividade 
humana está provocando alterações 
climáticas em todo o globo
S e antes a ideia do aquecimento global era apenas uma hipótese, hoje os cientistas já contam com evidências mais seguras 
para afirmar que a ação do homem sobre o meio 
ambiente está alterando a temperatura do planeta. 
O estudo mais consistente a respeito foi divulga-
do em 2007 pelo Painel Intergovernamental de 
Mudanças Climáticas (IPCC), entidade que reúne 
2.500 cientistas de mais de 130 países sob a chan-
cela da Organização das Nações Unidas (ONU). 
A partir deste documento, que representou um 
marco ambiental, especialistas do mundo todo 
passaram a culpar nosso padrão de desen-
volvimento pelo aquecimento da Terra. 
Em setembro de 2013, o IPCC divul-
gou um novo estudo no qual aumenta 
de 90% para 95% o grau de certeza 
científica quanto à participação do 
homem na elevação da temperatura do planeta: 
“É extremamente provável que a influência 
humana sobre o clima tenha causado mais da 
metade do aumento observado da temperatura 
média da superfície global entre 1951 e 2010”, 
dizem os cientistas. O relatório da ONU aponta 
que entre 1880 e 2012 a temperatura média 
na Terra subiu 0,85 ºC. Em algumas regiões, 
que incluem o Brasil, o aumento foi de até 2,5 
graus. Além disso, o nível médio da água dos 
oceanos subiu 19 centímetros e as últimas três 
décadas foram as mais quentes desde 1850. O 
estudo também permitiu aos cientistas projetar 
as dramáticas consequências que as próximas 
gerações enfrentarão, caso esse processo não 
seja revertido (veja mapa na pág. 86).
O efeito estufa
Sempre ouvimos falar que o efeito estufa é o 
grande vilão do aquecimento global, o que não 
deixa de ser verdade. Mas uma coisa precisa 
ficar clara: é graças a ele que existe vida em 
nosso planeta. O efeito estufa é um fenômeno 
natural que faz com que a temperatura média 
do globo se conserve nos limites necessários 
para a manutenção da vida, em torno de 14,5 ºC. 
Ele ocorre em razão da existência de gases que 
estão naturalmente na atmosfera e impedem a 
85GE GEOGRAFIA 2017 
8 Hoje, milhões de toneladas de carbono que a 
natureza tirou de circulação, armazenado como 
petróleo no subsolo ou biomassa nas matas, 
são jogadas pela ação humana na atmosfera 
em poucas horas, na forma de CO
2
. Ao aumentar 
a concentração desse e de outros gases, o 
homem amplia o efeito estufa, o que provoca o 
aquecimento do planeta
OS GASES DA ATMOSFERA
78,084%
Nitrogênio (N
2
)
20,946%
Oxigênio (O
2
)
0,934%
Argônio (Ar)
0,036%
Outros gases
DIÓXIDO DE CARBONO (CO
2
): 0,0332%
NEÔNIO (NE): 0,0018%
OUTROS GASES: 0,0010%
[1]
Fonte: Nasa
CONCENTRAÇÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO NA ATMOSFERA NOS ÚLTIMOS 10 MIL ANOS
8.000
a.C.
5.500
a.C.
3.000
a.C.
500
a.C.
2.000
350
300
250
D
ió
xi
d
o
 d
e
 c
a
rb
o
n
o
 (p
p
m
)
350
330
15,5
15
14,5
310
290
19001880 1920 1940 1960 1980 2000
CO
2 (
pp
m
)
Gr
au
s C
el
si
us
CO
2
 e temperatura média da Terra
MAIS GÁS, MAIS CALOR
No gráfico à esquerda, veja como a concentração 
de dióxido de carbono (CO
2
) deu um salto a partir 
da Revolução Industrial, no século XVIII. Isso pode 
ser visto por meio da linha vermelha no lado 
direito do gráfico,que sobe quase 
perpendicularmente. No detalhamento desse 
período, no gráfico acima, a relação do CO
2
 com o 
aquecimento global fica clara: a curva de aumento 
de CO
2
 coincide com a da elevação da temperatura.
PARA IR ALÉM
O documentário Uma 
Verdade Inconveniente, 
dirigido por Davis 
Guggenheim e 
apresentado pelo 
ex-vice-presidente 
dos Estados Unidos 
Al Gore, procura 
evidenciar as causas e 
as consequências do 
aquecimento global. 
Parte da análise de 
dados de variação 
de temperaturas e 
concentração de CO2 
na atmosfera terrestre, 
e chama a atenção sobre 
as responsabilidades 
individuais e coletivas 
do homem diante dessa 
situação.
dissipação para o espaço de parte da radiação 
vinda do Sol, que é absorvida e refletida pela 
Terra (veja o infográfico). 
O problema é que, por causa da ação do homem, 
esse benéfico “cobertor” atmosférico está se trans-
formando num forno. E quando nos referimos à 
ação do homem, trata-se daquelas atividades que 
resultam na emissão e no acúmulo na atmosfera 
de gases responsáveis pelo efeito estufa. Entre 
os principais, estão o dióxido de carbono (CO2), 
produzido pela queima de combustíveis fósseis 
(especialmente carvão mineral e derivados de 
petróleo, como óleo cru, diesel e gasolina) para 
gerar energia; o metano (gás natural, CH4), libe-
rado pela decomposição de lixo, digestão do gado, 
plantações alagadas (principalmente de arroz); 
e óxido nitroso (N2O), que advém, entre outros 
meios, do tratamento de dejetos de animais, do uso 
de fertilizantes e de alguns processos industriais. 
Além disso, ao alterar a terra por meio do desma-
tamento e de atividades agrícolas, o ser humano 
está lançando no ar, por apodrecimento ou queima, 
CO2, que estava acumulado nas plantas e no solo.
Todas essas atividades são realizadas mais 
intensamente nos países desenvolvidos. Esta-
dos Unidos, Japão e muitas nações europeias 
apresentam elevada produção de gases do efeito 
estufa per capita, principalmente por causa do 
uso de automóveis e da elevada industrialização. 
Contudo, países em desenvolvimento, como a 
China, vêm aumentando significativamente 
as emissões desses gases nos últimos anos. Os 
chineses já ultrapassaram os norte-america-
nos como os maiores poluidores do planeta, 
tornando-se responsáveis por um quarto das 
emissões mundiais. 
EL NIÑO E EFEITO ESTUFA FAZEM GÁS CARBÔNICO TER 
AUMENTO RECORDE
O dióxido de carbono (CO2) na atmosfera registrou um aumento recorde com um 
crescimento de 3,05 partes por milhão (ppm) em 2015 – segundo medições da estação de 
referência de Mauna Loa, no Havaí. Segundo informou nesta quinta-feira (10) a Agência 
Oceânica e Atmosférica (NOAA), este “importante” aumento se explica em especial 
pelo surgimento da corrente marinha quente do Pacífico conhecida como El Niño.
Esta corrente reaparece a cada três a cinco anos e provoca mudanças em florestas 
e outros ecossistemas terrestres que reagem a modificações no clima e ao aumento 
das precipitações, explicou a agência (...). “Mas as emissões de gases de efeito estufa 
provenientes das atividades humanas são o principal fator de longo prazo que explicam 
o aumento do CO2 atmosférico (...)”, afirmou em comunicado.(...)
G1, 10/3/2016
SAIU NA IMPRENSA
86 GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERA OS EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
PARA IR ALÉM
O documentário Seis 
Graus que Podem Mudar 
o Mundo, da National 
Geographic, simula 
possíveis cenários 
decorrentes do aumento 
de um até seis graus 
Celsius na temperatura 
global sobre os 
diversos ecossistemas e 
populações humanas.
O pior cenário
Extremos climáticos como secas 
prolongadas e furacões devem se 
tornar mais frequentes em função 
do processo de mudança climática
Desde 1880, quando a temperatura do planeta começou a ser medida, a popu-lação mundial não entrentou um ano 
tão quente como o de 2015. Segundo a Nasa, a 
Agência Espacial Norte-Americana, os recordes 
de temperatura são uma constante neste século: 
15 dos 16 anos mais quentes da história foram 
registrados após o ano 2000. Esses dados con-
solidam uma tendência de aquecimento global 
de longo prazo, o que abre a possibilidade da 
ocorrência mais frequente de eventos climáti-
cos extremos, como secas prolongadas, chuvas 
torrenciais e violentos ciclones. É o que pode 
ocorrer se não houver uma redução na emissão 
de gases do efeito estufa, na análise dos cientistas 
do Painel Intergovernamental sobre a Mudança 
no Clima (IPCC). 
As projeções do IPCC indicam que, se as emis-
sões permanecerem nos níveis atuais, a temperatu-
ra média do planeta pode subir até 4,8 ºC, e o nível 
dos mares deve aumentar em até 82 centímetros. 
As geleiras irão continuar a derreter e é fortemente 
provável que o gelo do Ártico diminua até o final 
do século. Segundo os cientistas, nenhuma parte 
do globo ficará imune aos efeitos do aquecimento 
global (veja mais no mapa).
Os terríveis cenários previstos pelos cientistas 
do IPCC certamente teriam consequências em 
termos estratégicos e geopolíticos. O Departa-
mento de Defesa dos Estados Unidos alerta para 
o fato de que, atingido pelas mudanças climá-
ticas, o mundo seria mais instável e perigoso. 
Haveria um aumento de migrações e até mesmo 
invasões populacionais para obter recursos 
como água e alimentos. E os maiores problemas 
ocorreriam justamente onde hoje já existem 
graves questões políticas, como em regiões da 
Ásia e da África. Para o órgão de governo dos 
EUA, em alguns locais, a tensão social causada 
pela fome poderia se tornar mais explosiva, 
combinada com a tensão étnico-religiosa.
A corrente cética
As explicações sobre as causas do aumento 
da temperatura global não são aceitas por todo 
mundo. Há cientistas que questionam seus fun-
damentos. Eles alegam que a temperatura média 
da Terra subiu e desceu várias vezes durante 
sua existência, e que isso pode estar ocorrendo 
neste momento. Ou seja, esse esquenta-esfria do 
planeta faria parte de um ciclo natural no qual 
o clima alterna períodos quentes e eras glaciais.
Além disso, essa “corrente cética” acredita 
que, mesmo que exista uma tendência para o 
aquecimento, ela está mais ligada aos fatores na-
turais do que à ação humana. O clima seria mais 
influenciado pelas glaciações, pelo vulcanismo 
e por fenômenos astronômicos. Esses cientistas 
também contestam a capacidade científica de 
prever com antecedência de décadas como será 
o clima da Terra. 
No entanto, os que defendem esta tese são acusa-
dos de agir em favor daqueles que atuam no lobby 
de interesses das indústrias que vivem do petróleo 
e de governos que seriam afetados pelas medidas 
necessárias para conter o aquecimento global. 
AMÉRICA LATINA
Na América Central aumentará 
a ocorrência de ciclones 
tropicais. As chuvas devem 
diminuir na Bacia Amazônica 
e aumentar na Bacia do Prata, 
região que abrange o sul do 
Brasil, além de Paraguai, 
Uruguai e Argentina.
AMÉRICA DO NORTE
A região deve ser afetada 
por fortes secas e queda na 
disponibilidade de água, 
especialmente na parte central. 
Haverá maior ocorrência de 
ciclones tropicais no golfo do 
México e na costa leste dos EUA 
e do Canadá.
MUDANÇAS NA TEMPERATURA 
2081-2100
110 C
90
70
50
40
30
20
1,50
10
0,50
87GE GEOGRAFIA 2017 
OS EFEITOS 
NO BRASIL
Segundo o Painel 
Brasileiro de Mudanças 
Climáticas (PBMC), até 
2100, a temperatura no 
país irá aumentar entre 
1 ºC e 6 ºC, em 
comparação com a 
registrada no fim do 
século XX. Nesse cenário, 
a agricultura, a geração e 
a distribuição de energia 
e a gestão dos recursos 
hídricos serão afetados. 
Veja os efeitos regionais 
no mapa ao lado.
ÁSIA
As chuvas de monções devem 
se tornar mais intensas no sul 
e no leste do continente. 
A frequência de tempestades e 
ciclones iráaumentar em áreas 
como o Mar do Japão, a Baía de 
Bengala, o Mar do Sul da China 
e o Golfo da Tailândia.
OCEANIA
Fortes ondas de calor devem 
atingir a Austrália, com chuvas 
extremas no sul do país e secas 
no noroeste. As ilhas do Pacífico 
ficarão mais vulneráveis à 
passagem de ciclones tropicais.
ÁFRICA
As temperaturas devem 
aumentar principalmente no 
sul do continente. É provável 
que a seca piore na parte 
ocidental e na região do Sahel, 
provocando queda da safra e 
agravando a situação de fome.
REGIÕES POLARES
O gelo do Ártico pode diminuir 
até 94% durante o verão. 
Com o derretimento na calota 
norte da Terra, o nível do mar 
pode aumentar de 45 a 82 
centímetros, nível considerado 
perigoso pelos cientistas.
EUROPA
A temperatura deve aumentar 
de forma generalizada no 
continente, com menos dias de 
frio intenso no inverno. No sul 
e leste europeus, os períodos 
de seca devem reduzir a água 
disponível e a produtividade 
agrícola, enquanto, no noroeste 
do continente, o IPCC prevê 
maior volume de chuvas.
OUTRAS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS:
arrow Ameaças à biodiversidade e aceleração da extinção de espécies.
arrow Esgotamento das reservas de água e agravamento de sua distribuição.
arrow Comprometimento da produção agrícola e da segurança alimentar, 
especialmente nas regiões tropical e subtropical.
arrow Elevação do nível dos oceanos e ameaças a cidades litorâneas.
NORTE
O volume de chuvas na 
Amazônia deve cair até 40%, 
o que levaria a uma 
substituição da floresta por 
uma vegetação mais rala, 
semelhante à do cerrado.
NORDESTE
Até 2100, a temperatura na 
caatinga poderá subir até 
4,5 ºC, e a ocorrência de chuva 
irá diminuir entre 40% e 50%.
CENTRO-OESTE
As chuvas devem diminuir 
entre 35% e 45%. No Pantanal 
e no cerrado, as temperaturas 
devem subir de 3,5 ºC a 5,5 ºC.
SUDESTE
Na região da Mata Atlântica, o 
clima deverá ficar até 3 ºC mais 
quente e até 30% mais chuvoso.
ZONA COSTEIRA
O aumento do nível do 
mar em até 30 cm afetaria 
ecossistemas costeiros do Norte 
e Nordeste, como manguezais; a 
população litorânea teria de ser 
remanejada.
SUL
Na região dos pampas, 
a temperatura deve subir 3 ºC, 
com previsão de um aumento 
de 40% na ocorrência de chuvas.
88 GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERA ENERGIAS RENOVÁVEIS
Alternativas 
limpas
Investimentos em fontes de energia 
renováveis são essenciais para reduzir 
as emissões de gases do efeito estufa
O s cientistas do Painel Intergovernamen-tal sobre a Mudança no Clima (IPCC) são enfáticos em apontar o que é pre-
ciso ser feito para evitar os efeitos dramáticos 
das mudanças climáticas: suspender o uso sem 
restrições de combustíveis fósseis. Desde a 
Revolução Industrial, há mais de 200 anos, 
nossas atividades econômicas são baseadas na 
queima de fontes não renováveis e altamente 
poluentes como petróleo, gás e carvão. A energia 
que consumimos para gerar eletricidade e aque-
cimento, para nos locomovermos em viagens de 
carro, avião ou navios e para mover a atividade 
manufatureira contribui com cerca de metade 
das emissões dos gases de efeito estufa.
Na prática, para alterar essa matriz de 
energia e reduzir a dependência econômica 
de combustíveis fósseis, seria preciso ampliar 
o uso de energias renováveis. Trata-se de um 
procedimento que já está em andamento ao 
redor do mundo, ainda que num ritmo abai-
xo do desejável. A China, o maior emissor de 
gases do efeito estufa do planeta, é o país que 
mais vem investindo em energia renovável há 
alguns anos. Os Estados Unidos e a Europa 
também avançam em projetos para baratear o 
custo dessas fontes de energia. O Brasil, que é o 
nono maior investidor em energias renováveis 
wedge MATRIZ DE ENERGIA 
Combinação das 
fontes de energia 
disponíveis numa 
economia ou país e 
dos usos de energia. 
A economia moderna 
consome energia em 
duas principais formas: 
a energia combustível, 
que alimenta 
principalmente 
equipamentos 
mecânicos, como 
motores, e a energia 
elétrica, que alimenta 
essencialmente 
equipamentos 
eletrônicos.wedge O QUE ISSO TEM A VER COM HISTÓRIA A Revolução 
Industrial é o processo de transformação da 
economia agrária, baseada no trabalho manual, em 
outra, dominada pela indústria mecanizada, que se 
caracteriza pelo uso de novas fontes de energia e de 
máquinas, pela especialização do trabalho e pela 
aplicação da ciência na indústria. Ela teve início por 
volta de 1760, na Inglaterra. 
Para saber mais, veja o GUIA DO ESTUDANTE HISTÓRIA.
do mundo, tem cerca de 40% de sua matriz 
energética proveniente de recursos renováveis 
(veja o gráfico acima) e caminha para ter 93% 
de sua energia elétrica com origem em fontes 
que não se esgotarão até 2050, de acordo com 
um estudo da ONG Greenpeace. 
Vale ressaltar que algumas das fontes de ener-
gia alternativas ainda têm um custo ambiental 
alto. As usinas hidrelétricas, por exemplo, cos-
tumam afetar a biodiversidade, como no caso da 
Usina de Belo Monte, no Pará, que vem causando 
polêmica por reduzir a vazão do Rio Xingu, o 
que comprometeria o ecossistema da região 
Amazônica. Já a energia nuclear pode causar 
sérios danos ambientais com o lixo radioativo. 
Confira alguns exemplos de fontes de energia 
renováveis e limpas.
Energia eólica
A energia é produzida quando a força do vento 
gira as hélices das turbinas eólicas, que conver-
tem a energia mecânica em elétrica. O Brasil 
tem grande potencial nessa área, especialmente 
no Nordeste e no Sul, por possuir condições 
naturais favoráveis. Com o aumento dos in-
vestimentos, a previsão é de que a participação 
da energia eólica na matriz elétrica brasileira 
alcance 5,4% até 2016. 
Petróleo 
e derivados
39,4%
Carvão
5,7%
Gás natural
13,5%
Nuclear
1,3%
Biomassa
23,8%
Hidráulica
11,5%
Outras*
4,8%
BRASIL – 2014
Fontes: Agência Internacional de Energia e Ministério de Minas e Energia
RenovávelNão renovável
Gás natural
21,4%
Nuclear
4,8%
Biomassa
10,2%
Hidráulica
2,4%
Outras*
1,2%
Petróleo 
e derivados
31,1%
Carvão
28,9%**
MUNDO – 2013
OFERTA DE ENERGIA POR FONTE
*Inclui eólica e solar **Inclui xisto (folhelho)
89GE GEOGRAFIA 2017
Energia solar
A principal forma de captar a energia prove-
niente do Sol é por meio de painéis fotovoltaicos,
que possuem células solares capazes de trans-
formar a radiação solar em eletricidade. Quanto 
maior a intensidade de luz, maior o fluxo de 
energia elétrica. O Brasil também é privilegia-
do em radiação solar, especialmente na região 
Nordeste. O elevado preço dessa tecnologia, 
porém, ainda inviabiliza investimentos mais 
pesados nesse tipo de energia no país.
Biomassa
A matéria orgânica também vem sendo utilizada 
para gerar energia. Seu aproveitamento pode ser 
feito pela combustão direta, por processos termo-
químicos ou biológicos. No Brasil, óleos vegetais e 
bagaço de cana, entre outros materiais, dão origem 
à energia elétrica. A biomassa também pode se 
transformar em biocombustíveis – o álcool etílico 
já é amplamente usado nos veículos brasileiros.
Energia geotérmica
O calor interno do globo, principalmente em
áreas geologicamente ativas, pode produzir 
energia em usinas termelétricas a partir dos
gêiseres (fontes de vapor no interior da Terra),
presentes em países como EUA, México e Japão.
PETRÓLEO
A combinação de material 
decomposto com as altas 
temperaturas e a pressão 
do subsolo forma jazidas 
de petróleo e gás. 
O carbono guardado nesses 
depósitos soma 300 bilhões 
de toneladas
CO
2
 + água + energia solar 
O
2
 + açúcares 
CO
2
 
H
2
O
EN
ER
GI
A 
SO
LA
R
FOTOSSÍNTESE
Na fotossíntese, 
as plantas absorvem 
CO
2
 e liberam oxigênio. 
Os vegetais estão na 
base de todas as 
cadeias alimentares 
doplaneta
VEGETAÇÃO
Cerca de 600 bilhões 
de toneladas de 
carbono ficam 
estocadas nas plantas 
naturais ou cultivadas
QUEIMADAS E DESMATES
A queima da vegetação 
libera carbono no ar. 
A mata derrubada 
significa menos 
organismos para absorver 
o carbono. Restos de 
matéria orgânica sobre o 
solo têm 1 trilhão de 
toneladas de carbono
CARVÃO MINERAL
Formado com os restos 
soterrados de plantas e 
animais, o carvão mineral 
estoca cerca de 3 trilhões de 
toneladas de carbono
DEVOLUÇÃO 
DO CARBONO
A atmosfera devolve à 
superfície da Terra e aos 
oceanos cerca de 200 
bilhões de toneladas de 
carbono a cada ano
SEDIMENTOS MARINHOS
O carbono depositado em 
sedimentos marinhos 
guarda 150 bilhões de 
toneladas de carbono 
OCEANO
Grande parte do CO
2
 da 
atmosfera dissolve-se 
na água e é absorvida 
por seres marinhos 
ATMOSFERA
A camada gasosa que 
envolve a Terra guarda 
750 bilhões de toneladas 
de dióxido de carbono
O CICLO DO CARBONO
O carbono tem um ciclo natural entre o subsolo, os organismos, 
a atmosfera e os mares. As atividades humanas aumentam sua quantidade 
no ar. O volume de carbono em cada etapa é estimado pelos cientistas
O Sol é a fonte 
de energia que 
sustenta a vida 
na Terra
COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
A queima de petróleo e 
carvão acelera a liberação de 
carbono para a atmosfera, 
soltando mais de 5 bilhões de 
toneladas no ar a cada ano 
SAIBA MAIS
CICLO DO CARBONO
Apesar de ser o responsável direto pelo efeito estu-
fa e, consequentemente, pelo aquecimento global, o 
carbono é um elemento químico essencial para a vida 
humana. Ele faz parte de um ciclo natural: transita entre 
a atmosfera, a biosfera e a hidrosfera, garantindo o 
equilíbrio do meio ambiente. Para se desenvolverem, 
as plantas transformam o dióxido de carbono presente 
na atmosfera em carboidratos, que formam folhas e
troncos. Nesse processo, conhecido como fotossíntese,
os vegetais liberam oxigênio. Os oceanos também
absorvem o carbono da atmosfera – em contato com
a água do mar, o dióxido de carbono se transforma 
em ácido carbônico, dissolvendo-se nas profundezas 
dos oceanos.
Mas, além de absorver carbono, esse ciclo natural
libera o elemento na atmosfera, num processo que pode 
se dar de diversas formas: pela erupção de vulcões,
pela decomposição de organismos, pela respiração, 
ou mesmo pela flatulência de animais. Infelizmente,
nosso padrão de desenvolvimento, baseado na queima 
de combustíveis fósseis para a geração de energia, vem 
rompendo esse equilíbrio natural. Em suma, estamos 
emitindo mais carbono do que a natureza é capaz de 
absorver, desestabilizando o ciclo.
wedge O QUE ISSO TEMQ
A VER COM BIOLOGIAA VER COM BIOLOGIA
A fotossíntese é um 
processo metabólico, 
pelo qual os vegetais 
transformam gás 
carbônico (CO2) e água 
em açúcares e oxigênio.
A energia necessária para 
que a fotossíntese ocorra
vem do Sol e é captada 
pelo pigmento clorofila. 
A fotossíntese pode ser 
resumida na seguinte 
equação:
6 CO2 + 12 H2O + luz = 
C6H12O6 + 6 O2 + 6H2O
O C6H12O6 é a glicose, 
um carboidrato (açúcar).
Para saber mais, 
veja o GUIA DO 
ESTUDANTE BIOLOGIA.
MULTI/SP
90 GE GEOGRAFIA 2017
ATMOSFERA PROTOCOLO DE KYOTO E ACORDO DE PARIS
Nova esperança 
Apesar das divergências para 
o estabelecimento de metas de 
redução de gases do efeito estufa, os 
governantes de 195 países chegam a 
um acordo na COP21 
A constatação de que a intensa emissão de gases do efeito estufa está alterando o clima do planeta vem mobilizando a comunidade 
internacional nos últimos anos. Mas enfrentar um 
problema global dessas proporções requer um 
difícil alinhamento entre os líderes mundiais. As 
ações políticas para tentar reverter o aquecimento 
global são tratadas em fóruns mundiais, como a 
Conferência Geral das Partes, um encontro reali-
zado anualmente com a participação de todos os 
países para discutir a mudança climática – ela é 
conhecida por sua sigla em inglês COP. 
Chegar a um consenso nesses encontros é 
uma tarefa muito complicada porque há vários 
interesses conflitantes entre as nações ricas e os 
países em desenvolvimento quanto as respon-
sabilidades que cada um deveria assumir para 
reduzir as emissões de carbono. 
O Protocolo de Kyoto
O primeiro grande marco de ação governamen-
tal coletiva foi o Protocolo de Kyoto, assinado 
em 1997 durante a terceira COP. O documento 
é o primeiro acordo oficial com metas e prazos 
para reduzir as emissões de gases do efeito estu-
fa. Ele estabeleceu que os países desenvolvidos, 
responsáveis por lançar a maior parte dos gases, 
deveriam reduzir suas emissões em pelo menos 
5% em relação aos níveis de 1990. Já as nações em 
desenvolvimento, como o Brasil e a China, que ti-
veram uma industrialização tardia, não precisaram 
adotar metas, mas comprometiam-se a diminuir 
a emissão de carbono voluntariamente.
Mas o Protocolo de Kyoto já nasceu prati-
camente condenado. Os EUA não assinaram o 
documento por se recusar a mudar sua matriz 
energética – fortemente dependente de petróleo 
– e não concordar com a ausência de metas para 
os países em desenvolvimento. Posteriormente, 
outros países também abandonaram os compro-
missos firmados no protocolo. Os governos de 
Canadá, Japão, Austrália e Rússia passaram a 
reclamar da falta de compromisso das economias 
emergentes. Eles alegam que o crescimento eco-
nômico de países como China e Índia aumentou 
muito a emissão de carbono global, e exigiam o 
cumprimento de metas dessas nações.
AGORA VAI?
O presidente da França, 
François Hollande (à dir.), 
e outras autoridades 
mundiais celebram a 
assinatura do Acordo de 
Paris, em dezembro de 
2015, durante a COP21
91GE GEOGRAFIA 2017 
SAIBA MAIS
MERCADO DE 
CARBONO
Para minimizar o dese-
quilíbrio entre as emis-
sões de gases dos países 
ricos e dos menos de-
senvolvidos, o Protoco-
lo de Kyoto estabeleceu 
o “mercado de carbono”. 
Ele funciona da seguinte 
forma: os países desen-
volvidos, incapazes de 
substituir o carvão e o pe-
tróleo de uma hora para 
outra, podem compensar 
parte de suas emissões 
comprando créditos de 
carbono de outros países 
cujas emissões ficaram 
abaixo do limite estipu-
lado. Esses créditos são 
pagos com investimentos 
em projetos que ajudem 
as nações vendedoras a 
reduzir suas emissões de 
gases do efeito estufa. 
O primeiro projeto ba-
seado nesse mercado de 
carbono foi implemen-
tado em 2005, em Nova 
Iguaçu (RJ). Um antigo 
lixão foi transformado em 
aterro sanitário com o fi-
nanciamento da Holanda. 
Hoje em dia, centenas de 
projetos como esse estão 
em andamento em várias 
partes do mundo.
O Acordo de Paris
Por todas essas dificuldades, o Acordo de Paris 
firmado durante a COP21, realizada na capital 
francesa, em dezembro de 2015, foi recebido 
com bastante otimismo. O documento assinado 
por representantes de 195 países foi considerado 
histórico: pela primeira vez houve um entendi-
mento para a redução das emissões de carbono 
que envolve quase todas as nações do mundo.
O acordo entrará em vigor a partir de 2020 e 
obriga a participação de todos os países – e não 
apenas os ricos – no estabelecimento de metas 
para limitar o aumento da temperatura média do 
planeta até 2100. O objetivo é restringir o aqueci-
mento a “bem menos de 2º C”.
Cada nação fica obrigada a apresentar um con-
junto de metas para reduzir a emissão de carbono 
em um documento conhecido como INDCs (sigla 
em inglês para Contribuições Pretendidas Nacio-
nalmente Determinadas). Mas se o estabelecimen-
to das metas é compulsório para todas as nações, 
o cumprimento desses objetivos é voluntário. 
O documento final também estabeleceu que 
os países ricos irão garantir um financiamento 
de, no mínimo, 100 bilhões de dólares por ano 
para projetos de combate às

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