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GE FUVEST 2017 Cap3

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48 GE FUVEST 2017
O EXAME O QUE CAI NA PROVA
Como a prova da primeira fase costuma trabalhar temas isolados, é importante que você tenha bem claro cada um dos principais conceitos da disciplina, como movimento, força, energia e trabalho. 
As questões interdisciplinares exigem do vestibulando uma 
capacidade de leitura e interpretação de temas relacionados, 
por exemplo, às fontes de energia, seus usos no âmbito social 
e os impactos ambientais. 
Já na segunda fase, a proposta é verificar se o vestibulando 
consegue relacionar as diferentes áreas da Física na resolução 
do problema. Dessa forma, uma sugestão é procurar associar 
o máximo possível os conceitos e leis que está estudando. 
Um exemplo: relacionar as leis de Newton com a quantidade 
de movimento, impulso e conservação do movimento. Outra 
ideia é construir quadros conceituais por tema (por exemplo, 
energia) ou por área (por exemplo, mecânica), e retomá-los na 
resolução dos exercícios, buscando compreender o processo.
Física
Temas mais 
pedidos 
nas provas
 MECÂNICA 
DESCRIÇÃO DE MOVIMENTOS – 
CINEMÁTICA ESCALAR E VETORIAL 
Na primeira fase, prevalece a descrição 
dos movimentos isolada dos demais temas 
e mais direcionada a problemas de encon-
tro (por exemplo, o cálculo do tempo neces-
sário para que duas pessoas que saíram de 
pontos distintos se encontrem), ou a rela-
ção do movimento descrito na questão com 
as opções de gráficos. Na segunda fase, o 
movimento circular predomina e vem asso-
ciado à dinâmica ou ao eletromagnetismo. 
Por exemplo, problemas que relacionam o 
movimento de um objeto ao longo de uma 
trajetória circular com influência do atrito 
ou o movimento de uma partícula eletriza-
da no campo eletromagnético. 
CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE 
DE MOVIMENTO 
Na primeira fase, a abordagem é feita 
isoladamente e poderá ou não solicitar 
cálculos, principalmente para as ques-
tões que exigem o coeficiente de resti-
tuição. Em geral, se o aluno souber que 
a conservação da grandeza é vetorial, ele 
conseguirá responder a questão. Já na se-
gunda fase, a abordagem está associada 
a outros temas da mecânica, como a ener-
gia, e sempre exigirá um procedimento 
matemático na resolução. 
FORÇAS MODIFICANDO 
MOVIMENTOS 
A relação entre impulso e variação na 
quantidade de movimento aparece com 
frequência na primeira fase. Já na segunda, 
essa proposta está relacionada a outras 
abordagens (tanto da mecânica quanto 
do eletromagnetismo) e exige do aluno 
determinar, por exemplo, a força resul-
tante do sistema para depois calcular a 
aceleração (aplicar a 2ª Lei de Newton).
CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO, 
CENTRO DE MASSA 
Atenção para as questões associadas 
às condições de equilíbrio para sistemas 
sujeitos a diferentes tipos de força. 
SISTEMAS CONSERVATIVOS: 
ENERGIA POTENCIAL, 
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA 
MECÂNICA 
Há diversos tipos de questão. Na pri-
meira fase, prevalecem as perguntas 
conceituais relacionadas à lei da conser-
vação e a cálculos simples. Já na segunda 
fase, as questões estão ligadas a outros 
temas da Física, como a conservação da 
quantidade de movimento.
FORÇA PESO, DE ATRITO, 
ELÁSTICA E CENTRÍPETA 
É preciso reconhecer tanto as caracte-
rísticas quanto a expressão matemática 
para os vários tipos de força. O tema é 
trabalhado em conjunto com outras áreas 
da Física, como na situação de equilíbrio 
entre a força peso e a força elétrica para 
COMO É O EXAME
1ª FASE
Média de 11 questões de múltipla 
escolha (podendo haver questão 
interdisciplinar).
2ª FASE
2 questões dissertativas no 
segundo dia de prova (podendo ser 
interdisciplinares) e, dependendo da 
carreira escolhida, mais 4 a 6 questões 
discursivas no terceiro dia.
GE FUVEST 2017 49
 Mecânica
 Eletromagnetismo 
 Ondas, som e luz 
 Termodinâmica 
 Outros 
uma carga inserida em um campo elétrico 
ou na análise do movimento circular. Na 
primeira fase, é necessário saber identifi-
car a presença dos diversos tipos de força 
para analisar a força resultante do sistema. 
Já na segunda fase você terá de calcular a 
força resultante do sistema para resolver 
a questão proposta. Ou seja, o cálculo da 
força resultante (utilizando variados tipos 
de força) é apenas uma das possíveis eta-
pas da resolução do problema.
TRABALHO DE UMA FORÇA 
E POTÊNCIA 
Predominam questões associadas ao 
cálculo da potência e trabalhadas com 
outras áreas da Física, como a energia 
mecânica ou a quantidade de calor tro-
cada. Você deve reconhecer o significado 
da unidade watt, atribuída à grandeza 
potência, para estabelecer uma relação 
entre as grandezas energia e tempo. Esse 
tema, em geral, é apenas uma das etapas 
para você resolver a questão.
 ELETROMAGNETISMO 
EFEITO JOULE E POTÊNCIA 
ELÉTRICA 
Destaque para o cálculo da potência 
elétrica para diferentes situações, como 
o consumo de energia elétrica de aparelhos 
elétricos. A primeira fase possui uma abor-
dagem mais qualitativa (como a relação 
de proporcionalidade entre as grandezas 
potência dissipada e corrente elétrica) 
se comparada à segunda fase (em que o 
conceito de potência elétrica é utilizado 
para resolução de problemas associados ao 
cálculo da energia consumida e eficiência). 
CIRCUITOS SIMPLES
Prevalecem questões que exigem a 
aplicação da lei de Ohn. Em geral, você 
precisará calcular a resistência equivalen-
te para depois resolver o problema. Outro 
ponto de atenção é na representação dos 
circuitos no problema que, em geral, ex-
pressam uma lâmpada, um chuveiro, uma 
bateria etc. Assim, é preciso reconhecer 
o papel que cada um dos dispositivos 
elétricos exerce dentro circuito, ou seja, 
identificar os elementos que se compor-
tam como resistores, geradores etc.
 ONDAS, SOM E LUZ 
REFLEXÃO E REFRAÇÃO 
Fique de olho na aplicação das leis da 
reflexão ou da Lei de Snell para diferentes 
situações. Em especial na segunda fase, você 
terá de fazer a representação dos feixes de 
luz para a situação descrita no problema.
 TERMODINÂMICA 
TERMOLOGIA 
Merecem destaque os problemas de 
trocas de calor com ou sem mudança 
de fase. Na primeira fase, esse tipo de 
abordagem aparece nas perguntas inter-
disciplinares e, na segunda, em questões 
que envolvem mais de uma área da Física, 
como a energia mecânica.
PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS 
As questões são simples e envolvem 
a aplicação direta da equação de Cla-
peyron, na primeira fase. Na segunda, 
também há a necessidade de cálculos, 
no entanto são pedidas relações com 
outras áreas da Física, como os fluidos.
DICAS DE ESTUDO
TRANSFORME O ERRO 
EM ACERTO
Uma sugestão para estudar Física 
é a partir dos seus erros. Compare o 
exercício que você não acertou com 
a resolução apresentada e procure 
identificar o tipo de erro: conceitual 
(devido à aplicação equivocada do 
conceito); procedimental (aqueles 
relacionados às etapas de resolução, 
em geral aos cálculos realizados); ou 
em função da leitura e interpretação, 
Outra dica durante o estudo é, an-
tes de começar a resolver um exercí-
cio, fazer um desenho para ilustrar 
a situação. Nele, você deve colocar 
todos os dados do problema. Aí fica 
mais fácil aplicar o conceito físico 
que, em alguns casos, corresponde à 
aplicação da fórmula também.
21%
14%
11%
6%
48%
 DISTRIBUIÇÃO DOS GRANDES TEMAS NO EXAME 
CONSULTORIA: PAULA SOUSA
50 GE FUVEST 2017
O EXAME O QUE CAI NA PROVA
Nas provas de História são comuns dois tipos de questão: as que procuram avaliar o domí-nio do conteúdo e de habilidades relaciona-das a ele – como estabelecer relações entre fatos e processos, comparações etc. – e as 
que fornecem um texto, imagens e tabelas, com dados que 
você deve levar em consideração na resposta.
Também são frequentes questões de caráter interdis-
ciplinar, querelacionam História e Geografia e História 
e Literatura. No primeiro caso, elas costumam focar nos 
objetivos econômicos ou geopolíticos que predominaram 
num determinado período histórico. No segundo, obras ou 
temas literários podem ser adotados como ponto de partida 
para a análise de processos históricos. 
Temas clássicos não podem ser desprezados. Assuntos 
como revoluções inglesas do século XVII (Puritana e Glo-
riosa), Revolução Francesa, I Guerra Mundial, Revolução 
Russa, II Guerra Mundial, Guerra Fria, Governos Vargas e 
Nova República no Brasil devem fazer parte do seu repertório. 
História
Temas mais 
pedidos 
nas provas
COMO É O EXAME
1ª FASE
Média de 11 questões de múltipla 
escolha (podendo haver questão 
interdisciplinar).
2ª FASE
2 questões dissertativas no 
segundo dia de prova (podendo ser 
interdisciplinares) e, dependendo da 
carreira escolhida, mais 4 a 6 questões 
discursivas no terceiro dia.
 IDADE CONTEMPORÂNEA
CAPITALISMO
Você deve saber caracterizar o capita-
lismo nas suas variadas formas (liberalis-
mo clássico, keynesiano, neoliberalismo) 
e identificar os períodos nos quais cada 
uma dessas formas foram predominantes 
(respectivamente no século XIX até 1930, 
1945/73, décadas de 80 e 90).
 
IMPERIALISMO E 
NEOCOLONIALISMO
Saiba relacionar imperialismo e neo-
colonialismo, e imperialismo e I Guerra 
Mundial. As características do imperialis-
mo e das guerras imperialistas na África, 
na Ásia e na Europa, assim como suas 
consequências, também são aspectos im-
portantes. Compare, ainda, imperialismo 
com exploração colonial moderna, lem-
brando de suas diferenças e semelhanças.
 
PERÍODO ENTRE GUERRAS
O período entre as duas Grandes Guer-
ras tem aparecido com frequência. A crise 
de 1929, suas causas e consequências e 
o New Deal de Roosevelt estão no topo 
das aparições. A relação entre 1929 e a 
crise mundial iniciada em 2008 também 
tem caído repetidamente. Nazismo (ca-
racterísticas e objetivos) e antissemitis-
mo, além da Guerra Civil Espanhola e sua 
relação com a II Guerra Mundial, devem 
receber atenção especial.
 
DESCOLONIZAÇÃO AFRICANA 
E ASIÁTICA
Os aspectos mais valorizados têm sido 
a caracterização da dominação política 
sobre a África e seus efeitos e a relação 
entre o mundo pós-II Guerra Mundial e es-
ses movimentos. Atenção também para a 
comparação entre processos de luta pela 
independência e de afirmação nacional 
no período entre países de características 
semelhantes (Índia e China, por exemplo).
 
 BRASIL REPÚBLICA
DITADURA MILITAR
Principalmente após a criação da Comis-
são da Verdade, em 2012, o período tem 
sido cobrado regularmente. Foque no au-
mento da oposição e da repressão a partir 
da edição do AI-5, bem como nas pressões 
para o fim do regime, com manifestações 
e criação de grupos e movimentos sociais.
 
 BRASIL COLÔNIA
ECONOMIA E SOCIEDADE 
COLONIAIS
Foco na montagem do sistema colonial 
e nas características do sistema de plan-
tation, na comparação entre colonização 
portuguesa e espanhola na América. Não 
deixe de estudar o padrão de urbanização 
na colônia, ordem social e econômica, mi-
neração e domínio inglês (Tratado de Me-
thuen), e as relações entre Igreja, índios 
e escravidão e entre tráfico e escravidão.
GE FUVEST 2017 51
 Idade Contemporânea 
 Brasil República 
 Brasil Colônia 
 Antiguidade 
 Brasil Império 
 Idade Moderna 
 Idade Média 
 História da América 
 Outros* 
DICAS DE ESTUDO
ESTABELECER RELAÇÕES É 
FUNDAMENTAL
Em História, registrar o que o pro-
fessor põe no quadro e comenta já 
é uma atividade de estudo. Comece 
repassando essas anotações. Depois, 
leia o livro ou a apostila que tratam do 
assunto e tente fazer exercícios sem 
consulta. Compare o que respondeu 
com suas anotações ou com o conteú-
do do livro. Se for preciso, corrija sua 
resposta e acrescente o que falta. Esse 
tipo de verificação indica o que você 
já sabe e o que precisa estudar mais. 
Tenha em mente que estudar História 
é estabelecer relações. É necessário 
escrever, fazer esquemas, resumos e 
produzir textos que apresentem as 
relações do tema analisado.
 ANTIGUIDADE
ANTIGUIDADE CLÁSSICA
Conteúdos sobre temas clássicos de 
Grécia e Roma foram cobrados nas úl-
timas provas, com pequena vantagem 
para a Grécia. Atente para a política grega, 
com destaque para a democracia e sua 
comparação com os governos atuais. Os 
legisladores Sólon e Clístenes também 
merecem atenção, bem como as bases do 
pensamento filosófico grego. Os fatores 
externos e internos para a crise do Império 
Romano também devem ser estudados. 
 
 BRASIL IMPÉRIO
ESCRAVIDÃO
Tema recorrente nas últimas provas, a 
escravidão tem aparecido de formas muito 
variadas. Desde a lucratividade do comér-
cio e sua relação com a substituição da 
escravidão indígena, passando pelo apoio 
da Igreja à exploração dos negros africa-
nos, até análises sobre o período em que o 
comércio/tráfico vigorou no Brasil. Outra 
recorrência é a relação entre expansão 
cafeeira e aumento do tráfico, mesmo com 
as pressões da Inglaterra, durante o século 
XIX. Atente, ainda, para a relação entre o 
fim da escravidão e a queda da monarquia.
 
 IDADE MODERNA
EXPANSÃO MARÍTIMA
As perguntas, muitas contendo ma-
pas, associam o tema com os tratados 
(Tordesilhas, por exemplo) e abordam os 
interesses mercantis e a propagação do 
catolicismo. Também cobram as conquis-
tas e as consequências das expedições. 
Atenção para a expansão portuguesa – os 
interesses de cada grupo (Igreja, nobreza, 
rei e burguesia) no processo e os fatores 
para o pioneirismo de Portugal. 
 IDADE MÉDIA
FEUDALISMO
As questões sobre o feudalismo têm fo-
cado na organização social (estamentos 
e relações entre as ordens) e política (su-
serania e vassalagem) do sistema. Além 
disso, concentre-se também no poder 
exercido pela Igreja Católica e sua relação 
com o final do Império Romano, e nas 
relações servis de produção. Cruzadas, 
Renascimento Comercial e Urbano e suas 
relações com a desagregação do sistema 
feudal também costumam aparecer.
 
 HISTÓRIA DA AMÉRICA
AMÉRICA COLONIAL
Foco nas semelhanças e diferenças da 
colonização espanhola e da portuguesa e 
os efeitos das conquistas sobre as popula-
ções nativas. São comuns questões sobre 
as doutrinas (liberalismo) e instituições 
associadas às guerras napoleônicas e seus 
efeitos na Espanha e em suas colônias. 
Lembre-se, ainda, das formas de mão de 
obra compulsória (mita e encomienda) ado-
tadas pelos espanhóis em suas colônias.
 
AMÉRICA CONTEMPORÂNEA
Estude a política externa dos Estados 
Unidos para a América Latina e suas 
consequências (intervencionismo). Sai-
ba comparar as revoluções Mexicana e 
Cubana e as ditaduras militares no Brasil, 
na Argentina, no Uruguai e no Chile nas 
décadas de 60, 70 e 80.
 DISTRIBUIÇÃO DOS GRANDES TEMAS NO EXAME 
16%
10%
9%
6%
10%
5%
6%
20%
18%
CONSULTORIA: ROBERSON DE OLIVEIRA/JULIO CESAR DE SOUZA
*Questões que envolvem mais de um tema.
52 GE FUVEST 2017
O EXAME O QUE CAI NA PROVA
Acada ano, a prova de Química tem se tornado mais conceitual. Com menos cálculos, dá-se mais importância aos conteúdos fundamen-tais. Mas não basta decorar as fórmulas ou mesmo conceitos; é preciso compreendê-los 
integralmente. Os enunciados são longos, porém claros: iden-
tifique os comandos, os conceitos e as variáveis apresentadas. 
Na primeira fase são cobrados os conteúdos mais básicos 
e há pouco ou mesmo nenhum cálculo. Já na segunda fase 
caem questões mais específicas e, portanto, mais difíceis. 
Faça-as com cuidado e apresente uma resolução completa, 
porém objetiva. Em geral, as perguntas são feitas numa 
sequência lógica de raciocínio, em que o item “a” podeaju-
dar na resolução do item “b”. Em questões que envolvem 
procedimentos experimentais, mesmo que você não tenha 
intimidade com o laboratório, é possível compreendê-los. 
Basta ter atenção e analisar cada parte e variável do experi-
mento com muito cuidado.
Química
COMO É O EXAME
1ª FASE
Média de 11 questões de múltipla 
escolha (podendo haver questão 
interdisciplinar).
2ª FASE
2 questões dissertativas no 
segundo dia de prova (podendo ser 
interdisciplinares) e, dependendo da 
carreira escolhida, mais 4 a 6 questões 
discursivas no terceiro dia.
Temas mais 
pedidos 
nas provas
 PROPRIEDADES E USO DOS MATERIAIS 
QUÍMICA INDUSTRIAL 
Algumas substâncias químicas têm 
especial relevância em razão de sua im-
portância econômica e/ou ambiental. 
Você precisa conhecer um pouco sobre 
suas aplicações e processos de produção 
industrial ou seus ciclos na natureza. É 
o caso da amônia, do óxido de cálcio, do 
hidróxido de sódio e dos ácidos clorídrico, 
nítrico e sulfúrico, que aparecem com 
muita frequência nas provas. 
PROPRIEDADES DA MATÉRIA
É importante saber das propriedades 
dos elementos químicos, o que vem asso-
ciado ao conhecimento da estrutura da 
tabela periódica. E também as proprieda-
des das substâncias que são decorrentes 
das ligações químicas presentes nelas. 
Além do tipo de ligação (metálica, iônica 
ou molecular), você deve dar ênfase às 
forças intermoleculares, como as liga-
ções de hidrogênio, que têm influência 
na solubilidade e nos pontos de ebulição 
dos materiais. 
 TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS 
REAÇÕES E EQUAÇÕES QUÍMICAS
Assim como é fundamental interpretar 
corretamente uma equação química que 
aparece com seus símbolos e represen-
tações universais, também é necessário 
que você seja capaz de identificar e trans-
formar uma reação química, descrita em 
palavras do enunciado, em equação cor-
retamente balanceada. É importante, 
ainda, reconhecer suas peculiaridades 
– como mudanças de cor, formação de 
gás, aparecimento ou desaparecimento 
de sólidos – e saber interpretar corre-
tamente os modelos moleculares que 
representam esses fenômenos. 
ASPECTOS QUANTITATIVOS 
DAS REAÇÕES QUÍMICAS 
Mol, massa molar e cálculos estequio-
métricos aparecem frequentemente 
associados a outros conteúdos. São im-
portantes as relações de massa, quan-
tidade de matéria e volume molar. As 
propriedades do estado gasoso e a Lei 
do Gás Ideal também são pedidas com 
bastante frequência.
 A ÁGUA NA NATUREZA 
SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS 
É preciso reconhecer substâncias como 
ácidos, bases, sais e óxidos e suas proprie-
dades químicas. Substâncias de um mes-
mo grupo reagem de forma semelhante, 
e, muitas vezes, para compreender exata-
mente o que o enunciado da questão pede, 
é necessário saber de suas propriedades, 
semelhanças e distinções. Você terá de 
memorizar a nomenclatura de algumas 
delas, mas a quantidade é pequena e está 
descrita no programa do manual do can-
didato. Para outros casos, o enunciado 
traz nome e fórmula quando necessários.
GE FUVEST 2017 53
 Propriedades e uso dos materiais 
 Transformações químicas 
 A água na natureza 
 Compostos orgânicos 
 Energia nas transformações químicas 
 Dinâmica das transformações químicas 
 Outros 
DICAS DE ESTUDO
COMBINE FICHAS-RESUMOS 
COM EXERCÍCIOS
 
Fazer fichas-resumos para cada as-
sunto costuma funcionar bem para 
o estudo da parte mais teórica da 
Química. Explore os conceitos, usan-
do palavras-chave. Depois, como em 
qualquer ciência exata, é importante 
o treino para fixar o conteúdo. Pro-
cure fazer exercícios de diferentes 
níveis de dificuldade e registre nas 
fichas os conceitos mais frequentes 
e também as dificuldades que encon-
trou. Você terá um excelente material 
de revisão. Leia os enunciados cuida-
dosamente, prestando atenção em 
nomes, fórmulas e no contexto apre-
sentado – e a linguagem química vai 
se tornando cada vez mais familiar.
SOLUÇÕES AQUOSAS 
É necessário compreender o significado 
de vários tipos de concentração de soluto, 
como porcentagem, ppm, mol/L e g/L e 
também as relações existentes entre elas. 
Pode vir associado ao cálculo estequiomé-
trico em titulações e também a sucessivas 
diluições, o que demanda bastante aten-
ção na execução desses exercícios. 
 COMPOSTOS ORGÂNICOS 
QUÍMICA ORGÂNICA 
As questões da primeira fase frequente-
mente pedem a identificação das funções 
orgânicas e a identificação dos vários 
tipos de isomeria, principalmente as 
isomerias geométrica e óptica. A iden-
tificação de monômeros em polímeros 
também é importante. Já na segunda fase 
são mais frequentes as reações orgânicas 
e bioquímicas. Essas questões vêm, na 
maioria das vezes, com um modelo que 
permite compreender o tipo de reação e 
então aplicá-lo para uma nova substân-
cia. Por isso, é muito importante atentar 
para todos os passos. 
 
 ENERGIA NAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS 
TERMOQUÍMICA 
Saber classificar uma reação como en-
dotérmica ou exotérmica pela variação 
de entalpia é um conceito básico para a 
termoquímica. Mas, na maioria das vezes, 
isso não é um dado direto – é preciso sa-
ber calcular essa variação. As formas mais 
frequentes são a Lei de Hess, a entalpia 
de formação e os gráficos de entalpia. 
Em muitos casos, também é necessário 
fazer a relação entre calor liberado ou 
absorvido e a estequiometria da reação. 
ELETROQUÍMICA 
Fique de olho nos conceitos que envol-
vem a transferência de elétrons em uma 
reação química: número de oxidação, oxi-
dação/redução e agente oxidante/agente 
redutor. Eles aparecem isoladamente nas 
questões ou associados à obtenção de 
energia elétrica nas pilhas e ao seu consu-
mo na eletrólise. É importante conhecer 
o significado dos potenciais-padrão de 
redução e a estrutura fundamental de 
cada um deles.
 DINÂMICA DAS TRANSFORMAÇÕES 
 QUÍMICAS 
EQUILÍBRIOS QUÍMICOS 
Os equilíbrios em fase gasosa e os iô-
nicos são os principais. É preciso saber o 
significado da constante de equilíbrio e 
como calculá-la. Em muitos casos, você 
vai ver que as questões vêm associadas 
a gráficos. Merecem destaque ainda os 
fatores que deslocam um equilíbrio quí-
mico e as consequências do aumento/
diminuição da temperatura no valor da 
constante de equilíbrio de uma reação. 
Ainda neste tópico, não deixe de lado os 
cálculos de pH, à acidez e à basicidade 
das substâncias. 
CINÉTICA QUÍMICA 
Atenção aos fatores que influenciam a 
velocidade das reações químicas – con-
centração, superfície de contato, tempe-
ratura e catalisadores. Essas questões 
geralmente vêm acompanhadas de gráfi-
cos ou tabelas que mostram as variáveis 
envolvidas.
 DISTRIBUIÇÃO DOS GRANDES TEMAS NO EXAME 
27%
15%
14%
7%
6%
2%
29%
CONSULTORIA: ANDREA GODINHO / JULIA KAWASHIMA
54 GE FUVEST 2017
O EXAME O QUE CAI NA PROVA
As provas avaliam o seu domínio da linguagem matemática, a compreensão de conceitos e a ca-pacidade de aplicá-los na resolução de proble-mas. Priorizam o raciocínio em detrimento da memorização de fórmulas e da mera execução 
de cálculos. Há uma forte tendência em se buscarem contex-
tos significativos também fora da própria Matemática, o que 
se observa principalmente nas questões da prova do 2º dia. 
No exame de múltipla escolha, diferentemente de outras 
disciplinas, é difícil eliminar alternativas com a leitura do 
texto. Para se decidir pela resposta correta, o trabalho geral-
mente corresponde à resolução de uma questão dissertativa 
longa. Diminua o risco de errar nas contas fazendo simpli-
ficações sempre que puder. E atenção: trabalhar com dados 
apresentados em gráficos e tabelas, habilidade fortemente 
relacionada à Matemática, vem sendo cada vez mais exigido, 
inclusive em outras disciplinas.
Matemática
COMO É O EXAME1ª FASE
Média de 11 questões de múltipla 
escolha (podendo haver questão 
interdisciplinar).
2ª FASE
2 questões dissertativas no 
segundo dia de prova (podendo ser 
interdisciplinares) e, dependendo da 
carreira escolhida, mais 4 a 6 questões 
discursivas no terceiro dia.
 GEOMETRIA 
GEOMETRIA ESPACIAL 
Além do cálculo de volumes de poliedros 
e de corpos redondos e das áreas das su-
perfícies que formam esses sólidos geomé-
tricos, atente ainda para o reconhecimento 
das posições relativas dos elementos dos 
sólidos entre si, no espaço. O cálculo de 
distâncias pelo Teorema de Pitágoras e a 
aplicação de conceitos como a semelhança 
de triângulos também são frequentes.
GEOMETRIA ANALÍTICA 
Fique de olho no uso das coordenadas 
cartesianas na descrição de objetos geo-
métricos por meio da linguagem algébri-
ca. As resoluções das questões exigem a 
Temas mais 
pedidos 
nas provas
aplicação de conceitos, como o Teorema 
de Pitágoras e a semelhança de figuras 
planas. Você deve conhecer as equações 
de retas e cônicas, o cálculo de distâncias 
e reconhecer as posições relativas de duas 
ou mais figuras em um mesmo plano.
TRIGONOMETRIA 
Merecem atenção o triângulo retân-
gulo, a resolução dos triângulos não 
retângulos com a aplicação da lei dos 
senos e da lei dos cossenos e o cálculo 
das razões trigonométricas para arcos 
de qualquer valor real, além da aplicação 
dessas razões na resolução dos referidos 
triângulos. Além do triângulo retângulo, 
é muito importante conhecer as caracte-
rísticas dos triângulos isósceles e equilá-
tero, principalmente no que se refere às 
relações métricas entre seus elementos.
GEOMETRIA PLANA
As questões envolvem o cálculo de áre-
as e de comprimentos, o reconhecimento 
de posições relativas entre duas figuras, 
a aplicação do conceito de semelhança, o 
cálculo de ângulos e as propriedades mé-
tricas que envolvem os diversos tipos de 
figuras. Incluem-se aqui circunferências 
e círculos, triângulos os mais diversos, 
quadriláteros e polígonos em geral. Me-
recem destaque os polígonos regulares, 
principalmente em situações de inscrição 
e circunscrição. Conceitos como apótema, 
altura, mediana, mediatriz, bissetriz, para-
lelismo, tangência e perpendicularidade 
são fundamentais para a compreensão e 
interpretação dos enunciados. 
 NÚMEROS 
EQUAÇÕES, INEQUAÇÕES E 
SISTEMAS LINEARES
Envolve desde conhecimentos básicos 
de Álgebra, como aquele exigido para se 
substituir uma variável por um valor nu-
mérico, até conteúdos mais elaborados, 
misturando muitas vezes dois ou mais 
conceitos tão distintos como logaritmo 
e razões trigonométricas. Os sistemas 
lineares estão, geralmente, atrelados a 
situações de resolução de problemas, 
com enunciados mais contextualizados e 
também nas questões multidisciplinares. 
GE FUVEST 2017 55
 Geometria 
 Números 
 Funções 
 Análise combinatória, 
 probabilidade e estatística 
DICAS DE ESTUDO
ESTUDE COM AS PROVAS 
ANTIGAS
Uma boa estratégia para estudar 
Matemática é por meio das pro-
vas dos anos anteriores. Apesar 
das mudanças ocorridas a partir 
de 2010 em relação ao número de 
questões, os temas mais pedidos e 
o formato das perguntas permane-
cem e, além disso, você passa a ter 
mais familiaridade com o exame. 
Note que nas questões é frequente 
a mistura de conteúdos aparente-
mente desconexos, como os com- 
primentos dos lados de um triângu-
lo que estão em PA ou as raízes de 
uma equação polinomial que formam 
uma PG. Conhecer as propriedades 
de sequências como essas e tentar 
estabelecer relações novas entre os 
conteúdos também é importante.
RAZÕES E PROPORÇÕES 
Pode aparecer em várias situações: nos 
cálculos proporcionais (diretos ou inver-
sos), nas relações entre grandezas, no cál-
culo percentual, na semelhança de figuras 
planas (principalmente os triângulos), na 
interpretação de mapas com escalas e 
na transformação de unidades e de seus 
múltiplos. Veja que o próprio conceito de 
probabilidade envolve uma razão. 
 FUNÇÕES 
FUNÇÃO POLINOMIAL 
Aqui estão incluídas as funções polino-
miais de 1º e 2º graus, cujos gráficos são, 
respectivamente, retas e parábolas. No 
caso das parábolas, são frequentes pro-
blemas que envolvem valores máximos ou 
mínimos, relacionados ao vértice da pará-
bola. As funções polinomiais de maior grau 
ou aquelas com raízes não reais exigem 
conhecimento sobre os números comple-
xos: operações, representação no plano 
de Argand-Gauss, forma trigonométrica, 
obtenção e significado do conjugado. Você 
deve ainda saber obter raízes, analisar o 
sinal, fazer esboço do gráfico e interpretá- 
los. A fórmula de Bhaskara e as estratégias 
de fatoração são fundamentais.
FUNÇÃO TRIGONOMÉTRICA 
Além das funções trigonométricas pro-
priamente ditas, merecem destaque as 
equações e as inequações trigonométri-
cas, bem como as identidades trigonomé-
tricas. Não deixe de revisar as expressões 
para arco duplo e arco metade. É essencial 
também conhecer as razões trigonométri-
cas, seus significados quando aplicadas 
no triângulo retângulo e seus valores as-
sociados aos chamados ângulos notáveis. 
Para relacionar todos esses conceitos, é 
fundamental conhecer e saber navegar 
pela circunferência trigonométrica.
FUNÇÕES EXPONENCIAL 
E LOGARÍTMICA 
As funções exponenciais e logarítmicas 
têm como base as definições de potência 
e logaritmo. Tais definições fazem refe-
rência uma a outra e são indissociáveis. 
Uma operação, pode-se dizer, é a inversa 
da outra. Tem sido frequente a solicitação 
de esboçar gráficos de funções como es-
sas, de modo que se torna importante sa-
ber em que condições elas são crescentes 
ou decrescentes, se e onde cruzam os ei-
xos coordenados, bem como determinar 
pontos de intersecção de seus gráficos. É 
importante saber resolver equações ex-
ponenciais e logarítmicas, garantindo as 
condições de existência das expressões. 
 ANÁLISE COMBINATÓRIA, 
 PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA 
ANÁLISE COMBINATÓRIA, 
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Esses dois primeiros temas, em geral, 
aparecem juntos. As questões costumam 
pedir um cálculo combinatório no iní-
cio, muitas das vezes um problema de 
contagem que requer o uso de alguma 
estratégia de agrupamento. Em seguida, 
apresenta-se uma pergunta que de algum 
modo envolve o conceito de probabilida-
de. As questões sobre estatística costu-
mam solicitar o cálculo e a interpretação 
de medidas de tendência central e/ou de 
medidas de variância.
30%
48%
19%
3%
 DISTRIBUIÇÃO DOS GRANDES TEMAS NO EXAME 
25%
22%
12%
41%
CONSULTORIA: FÁBIO MARSON FERREIRA
56 GE FUVEST 2017
O EXAME O QUE CAI NA PROVA
As provas da 1ª e da 2ª fase têm o objetivo de avaliar a capacidade do aluno de estabelecer relações entre os conceitos-chave da Geografia e as condições socioeconômicas, políticas e/ou ambientais que os envolvem. Por isso, é funda-
mental manter-se informado e acompanhar o desenrolar dos 
acontecimentos contemporâneos com criticidade, sabendo 
reconhecer as diferentes motivações que levam aos fatos. 
Na resolução das questões, leia atentamente os enunciados, 
considerando as informações disponíveis nos mais diversos 
tipos de texto-base, como gráficos, mapas, tabelas, charges, 
ilustrações ou trechos de obras de autores conhecidos. Ex-
traia deles as informações pertinentes e as possíveis relações 
entre o que está exposto e o conceito a ser desenvolvido. 
Geografia
COMO É O EXAME
1ª FASE
Média de 11 questões de múltipla 
escolha (podendo haver questão 
interdisciplinar).
2ª FASE
2 questões dissertativas no 
segundo dia de prova (podendo ser 
interdisciplinares) e, dependendo da 
carreira escolhida, mais 4 a 6 questões 
discursivas no terceiro dia.
Temas mais 
pedidos 
nas provas
 O ESPAÇO GEOGRÁFICOBRASILEIRO
SETORES DA ECONOMIA
Dê prioridade para os seguintes temas: a 
distribuição das atividades econômicas no 
território nacional, os setores da economia 
e o desenvolvimento da industrialização no 
país, especialmente o advento da atividade 
industrial no Brasil, o período Vargas, o 
modelo de substituição de importações e 
a abertura da economia. A relação do Bra-
sil com o Mercosul e a posição do país no 
mercado global também são importantes.
AGROPECUÁRIA E AGRONEGÓCIO
É fundamental que você saiba o pa-
pel de destaque do Brasil na produção 
de commodities na economia mundial, 
bem como localizar espacialmente essas 
produções no território brasileiro, espe-
cialmente a soja, a cana de açúcar e a 
criação de bovinos. Também é importante 
relacionar a expansão do agronegócio 
com as questões ambientais decorrentes 
desse movimento e entender o processo 
de exploração da mão de obra no campo.
URBANIZAÇÃO
Como se deu o processo de urbaniza-
ção no Brasil e como e por que se acen-
tuou ao longo do século XX. Esse rápido 
processo levou a diversos problemas 
sociais, econômicos e ambientais nos 
espaços urbanos e é um tema recorrente 
nas provas. Dentro desse tema merece 
destaque o papel de comando da metró-
pole paulista, assim como os problemas 
relacionados ao transporte e à habitação.
DINÂMICA POPULACIONAL
O tema costuma ser trabalhado por 
meio da análise de tabelas, gráficos e 
mapas com dados e informações dos 
censos. As questões tratam das mudan-
ças na configuração da pirâmide etária 
brasileira, com o aumento da população 
idosa; da questão de gênero – a mulher 
no mercado de trabalho, por exemplo –; 
e das de ordem étnica, tanto em relação 
à população negra quanto à indígena.
 O ESPAÇO MUNDIAL
GEOPOLÍTICA E DINÂMICAS 
MIGRATÓRIAS
É necessário compreender a Nova Or-
dem Mundial dentro do contexto da geo-
política contemporânea, identificando os 
novos atores desse cenário – as potên-
cias regionais (os BRICS – Brasil, Rússia, 
Índia, China e África do Sul), os blocos 
econômicos e a participação das gran-
des corporações nas decisões políticas 
e econômicas mundiais. Destaque para 
o papel da China nesse contexto e para o 
reestabelecimento das relações diplomá-
ticas entre Cuba e Estados Unidos. Não 
deixe de estudar as ondas migratórias 
em direção à Europa, ligadas a conflitos 
políticos e territoriais do norte da África 
e da região do Oriente Médio, levando a 
um aumento da xenofobia.
GE FUVEST 2017 57
 O espaço geográfico brasileiro 
 O espaço mundial – economia, 
população, geopolítica e conflitos atuais
 O planeta Terra – clima, ecossistemas, 
relevo e hidrografia
 Cartografia e representação 
 do espaço geográfico 
 A questão ambiental 
DICAS DE ESTUDO
MAPAS CONCEITUAIS 
AJUDAM NO ESTUDO
Uma boa maneira de iniciar os estu-
dos de Geografia é pela compreensão 
de algumas categorias e conceitos es-
truturadores da disciplina. Paisagem, 
território, espaço geográfico, região 
e cartografia, por exemplo, são con-
ceitos fundamentais que norteiam 
outros conteúdos a serem estudados. 
Uma técnica interessante é a elabo-
ração de mapas conceituais. Você 
deve extrair dos textos os conceitos 
principais e as palavras de ligação 
que lhes dão sentido, de modo que 
possam, posteriormente, ser utiliza-
dos como guias em seu estudo oral 
sobre os conteúdos.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS 
ATIVIDADES ECONÔMICAS 
As questões relativas à geografia eco-
nômica abarcam temas como o papel dos 
organismos internacionais, os processos 
de desconcentração industrial e o cresci-
mento do setor terciário da economia nas 
metrópoles. É fundamental compreender 
como as finanças tornam-se uma variável 
importante dentro desse novo período, 
denominado globalização. 
GLOBALIZAÇÃO
Atente para as dinâmicas espaciais, 
econômicas e culturais do período 
técnico-científico-informacional, com 
destaque para o uso das tecnologias de 
informação e comunicação. Também sai-
ba relacionar o processo de globalização 
com o aumento da desigualdade social. 
Algumas questões pedem para identifi-
car esses fenômenos espacialmente, por 
meio da análise de mapas. Também há 
uso de dados de relatórios internacionais, 
como o Índice de Desenvolvimento Hu-
mano (IDH), a fim de estabelecer relações 
entre globalização e pobreza.
 O PLANETA TERRA
RELAÇÕES ENTRE NATUREZA 
E SOCIEDADE
As perguntas de geografia física costu-
mam associar a ação dos agentes externos 
(processos de transporte e deposição das 
águas e erosão, por exemplo) e internos 
(movimentos tectônicos e vulcanismo, en-
tre outros) com escorregamento de encos-
tas, ocupação de áreas de risco, processos 
de desertificação e distribuição hídrica. 
Questões referentes a clima, vegetação e 
hidrografia são por vezes atreladas a temas 
ambientais. Há questões interdisciplinares 
que utilizam poemas ou textos literários 
com a descrição e análise da paisagem de 
uma dada região brasileira.
 CARTOGRAFIA E REPRESENTAÇÃO 
ANÁLISE DE MAPAS
Você deve saber ler um mapa, pois nas 
questões de diferentes temas da geo-
grafia é requerida a interpretação das 
dinâmicas espaciais mapeadas, tanto na 
primeira como na segunda fase. Destaca- 
se o uso de mapas temáticos e mapas em 
anamorfose que se utilizam de transfor-
mações territoriais para representar os 
mais diversos fenômenos. 
 A QUESTÃO AMBIENTAL
MEIO AMBIENTE – BRASIL E MUNDO
Os itens que envolvem conhecimentos 
ambientais analisam dados extraídos de 
relatórios internacionais sobre questões 
climáticas, hídricas, condições ambien-
tais dos ecossistemas terrestres e trata-
dos internacionais. Em muitos casos, há 
vínculo interdisciplinar com a Biologia.
As questões que envolvem meio am-
biente em Geografia do Brasil, em geral, 
buscam estabelecer relações entre as ca-
racterísticas dos biomas – amazônico, do 
cerrado e caatinga – e os fatores socioeco-
nômicos que ameaçam sua preservação. 
Também são comuns perguntas que rela-
cionam a questão ambiental com o uso de 
fontes energéticas não renováveis e/ou 
renováveis. Nos últimos anos, destacam- 
se questões relacionadas à crise hídrica 
da Região Sudeste.
 DISTRIBUIÇÃO DOS GRANDES TEMAS NO EXAME 
26%
22%
10%
11%
31%
CONSULTORIA: ANGELA CORREA DA SILVA/CAROLINA GABRIEL DE PAULA
58 GE FUVEST 2017
O EXAME O QUE CAI NA PROVA
Além da redação (veja a matéria na pág. 72), o con-teúdo de Português pedido na prova da Fuvest compreende Língua Portuguesa e Literatura. As questões de Língua Portuguesa exploram interpretação de texto e gramática de forma 
associada – muitas vezes relacionadas também à literatura. 
Por isso, é importante estudar o funcionamento da sintaxe, das 
categorias gramaticais, das figuras de estilo e da coesão, por 
exemplo, e, principalmente, observar as relações estabelecidas 
entre esses recursos para a construção de sentido do texto. 
Em Literatura, são cobrados detalhes das obras da lista 
obrigatória (veja pág. 61) e conhecimento do contexto em 
que elas foram produzidas. Algumas questões trazem tre-
chos literários que devem ser associados com outras obras.
Português
COMO É O EXAME
1ª FASE
Média de 19 questões de múltipla escolha, 
sendo algumas delas interdisciplinares.
2ª FASE
10 questões dissertativas e a 
elaboração de uma redação no 
primeiro dia. No segundo, 
as 16 perguntas sobre as disciplinas 
do núcleo comum do Ensino 
Médio contêm algumas questões 
interdisciplinares de Português. 
Temas mais 
pedidos 
nas provas
 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
GÊNERO E TIPOS TEXTUAIS
As questões não exploram apenas a 
identificação dos gêneros (carta, artigo, 
resenha, publicidade etc.), mas também 
a percepção do seu papel na organização 
do texto, ou seja, a sua intencionalidade. 
A escolha de determinado gêneroestá 
atrelada a diferentes fatores, como o tipo 
de registro linguístico (por exemplo, tex-
tos científicos e jornalísticos tendem a 
valorizar a linguagem formal), à recep-
ção do texto em seu contexto histórico 
e também às características inerentes 
ao gênero (como a ilustração, no caso de 
charges e quadrinhos). Atenção também 
aos tipos textuais: narração, descrição e 
dissertação. 
IDENTIFICAÇÃO DE RECURSOS 
LINGUÍSTICOS 
É importante observar situações em que 
a polissemia (palavra que apresenta vários 
sentidos), por exemplo, pode enfatizar 
determinada intenção comunicativa ou 
simplesmente tornar o texto confuso e 
ambíguo. Há casos em que a compreensão 
da ironia, do humor ou da ambiguidade 
está atrelada à classe gramatical empre-
gada ou à construção sintática. 
LINGUAGEM VERBAL 
E NÃO VERBAL 
Questões que associam linguagem ver-
bal e não verbal são bastante frequentes. 
Toda mensagem possui uma intenção 
comunicativa. Por isso, é preciso prestar 
muita atenção tanto no texto como na 
imagem dos enunciados, que podem se 
complementar e reforçar a mensagem. 
Por exemplo, peças publicitárias trazem 
imagens associadas a um texto cuja es-
trutura apresenta caráter persuasivo. 
Assim, as imagens atendem ao discurso 
apelativo proposto no texto.
 GRAMÁTICA 
CONJUGAÇÃO, FLEXÃO E 
CORRELAÇÃO VERBAL 
Tanto na primeira como na segunda 
fase são cobrados conhecimentos sobre 
conjugações de tempo e de modo, corre-
lações verbais entre essas conjugações, 
vozes verbais e a atuação do verbo na 
construção de sentido do texto. Você 
deve saber usar os modos imperativo, 
subjuntivo e indicativo e relacionar os 
tempos e os aspectos verbais. É impor-
tante notar os valores semânticos de de-
terminados tempos e modos verbais. É 
comum, por exemplo, um verbo no modo 
indicativo (é) com valor de subjuntivo 
(seja): Polícia acredita que fulano é/seja 
suspeito de corrupção. 
USO DAS CATEGORIAS 
GRAMATICAIS 
As mais solicitadas são: pronome, con-
junção, advérbio, substantivo e adjetivo. 
Essas classes gramaticais são responsá-
veis pela organização estrutural do texto 
e são cobradas nesse sentido. É importan-
GE FUVEST 2017 59
 Interpretação de textos 
 Literatura (veja pág. 61) 
 Gramática
 Estilística e redação 
DICAS DE ESTUDO
SABER LER É A CHAVE 
DO SUCESSO
Um dos objetivos da prova de Por-
tuguês é avaliar sua capacidade de 
ler, compreender e interpretar criti-
camente textos de toda natureza. 
Assim, habitue-se à leitura de jornais, 
revistas, propagandas e livros de li-
teratura e fique atento à linguagem 
empregada, aos recursos  linguísticos 
utilizados e à intencionalidade embu-
tida nos textos. Dê especial atenção à 
lista de livros obrigatórios. Os textos 
literários apresentam diversidade de 
estilo, são ricos em recursos linguís-
ticos e nos proporcionam a possibi-
lidade de desenvolver a capacidade 
de leitura e de interpretação, além de 
ampliar o repertório cultural.
te perceber, por exemplo, que pronomes 
e advérbios funcionam como elementos 
de coesão e de coerência no texto e que 
são explorados em seu caráter remissivo, 
uma vez que são empregados na substi-
tuição de um determinado termo. 
SINTAXE – PERÍODO SIMPLES E 
PERÍODO COMPOSTO 
A prova da Fuvest não explora a mera 
classificação dos termos sintáticos. Por 
isso, preste atenção na colocação dos 
termos nas frases, pois podem valorizar 
determinada enunciação. Nos períodos 
compostos, por exemplo, é importante 
perceber a variação de sentido propor-
cionada pela escolha de uma conjunção 
ou um conectivo. São comuns questões 
que cobram a identificação de desvios 
de regência e de concordância. Preste 
atenção também na relação entre esses 
mecanismos linguísticos e as variantes 
linguísticas.
VARIANTE LINGUÍSTICA 
Nos últimos anos, em todo exame há 
uma questão sobre esse tema. Não basta 
apenas identificar o tipo de variante em-
pregado: regional, popular, culta etc. – é 
importante notar a interferência dela 
na organização do texto. As variantes 
podem ser responsáveis pela identidade 
do enunciador e também pela composi-
ção das personagens nas obras literárias 
(algumas são demarcadas pelo registro 
linguístico). Por isso, fique atento à inten-
cionalidade na escolha desse registro. 
VOCABULÁRIO 
As questões costumam exigir conhe-
cimentos sobre categorias gramaticais 
e estrutura de palavras. Em algumas, há 
necessidade de compreender a catego-
ria gramatical para que não ocorra erro 
em relação à coesão, à coerência ou ao 
paralelismo, uma vez que a substitui-
ção deve estar adequada à estrutura do 
texto. Outras pedem a reestruturação 
do período com emprego de sinônimos 
em construções sintáticas diferentes da 
utilizada no texto, o que envolve conheci-
mento de sintaxe, categorias gramaticais 
e variante linguística.
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE 
PALAVRAS 
Você deve ter conhecimento dos ele-
mentos mórficos formadores das pala-
vras e seus papéis na semântica do texto. 
Fique atento ao sentido de prefixos e 
sufixos em palavras dicionarizadas e em 
neologismos. Há prefixos (negação, por 
exemplo) e sufixos (diminutivo e aumen-
tativo, por exemplo) que podem tornar a 
palavra mais enfática ou contribuir para 
a inadequação. Peças publicitárias e tex-
tos literários exploram bastante essas 
possibilidades. É comum a ocorrência 
dessas estruturas associadas às figuras 
de linguagem. 
 ESTILÍSTICA E REDAÇÃO 
FIGURAS DE LINGUAGEM
É importante estudar todas as figuras 
– especialmente metáfora, metonímia, 
e ironia – e compreender os efeitos e as 
nuances de sentido que elas provocam. As 
figuras são fundamentais como recursos 
persuasivos e como caracterizadoras do 
discurso das personagens.
 DISTRIBUIÇÃO DOS GRANDES TEMAS NO EXAME 
28%
10%
17%
45%
CONSULTORIA: JOÃO JONAS VEIGA SOBRAL
60 GE FUVEST 2017
O EXAME O QUE CAI NA PROVA
A prova de Inglês da Fuvest já sofreu diversas reformulações. Atualmente, consiste apenas em interpretação de texto e não traz questões específicas de gramática. Ainda assim, é essen-cial conhecer os principais conteúdos grama-
ticais, pois são importantes para a compreensão do texto. 
Após uma primeira leitura do texto para identificar os 
assuntos tratados, leia as questões e as alternativas, pois isso 
facilitará a busca das respostas em uma segunda leitura. Se 
tiver dúvidas em uma questão específica, volte ao trecho 
referente a ela. Na 2ª fase, valem as mesmas orientações, 
mas lembre-se de que você não terá as alternativas para 
ajudá-lo na compreensão. 
Inglês
COMO É O EXAME
1ª FASE
Dois textos em inglês, que servem de 
base para as cinco questões pedidas. 
As perguntas e suas respectivas 
alternativas vêm em português.
2ª FASE
Dois textos em inglês, no 2º dia. 
Os dois têm perguntas dissertativas 
em português, que devem, também, 
ser respondidas em português.
DICAS DE ESTUDO
TREINE A LEITURA
Para um bom desempenho no exa-
me, é necessário que você se acostu-
me a ler textos em inglês. Uma dica 
é treinar a leitura e a interpretação 
com artigos e notícias de revistas 
e jornais norte-americanos e ingle-
ses, como The Economist, Newsweek, 
Scientific American, The New York 
Times e The Guardian. Os trechos 
usados nas provas muitas vezes são 
tirados desses periódicos. Os textos 
não precisam ser longos, já que os 
utilizados na prova costumam ser 
curtos. Os temas abrangem tecno-
logia, ciência, economia e outros 
assuntos atuais.
Principais pontos gramaticais
 ORDEM REGULAR DAS FRASES 
Isto é, sujeito + verbo + complementos 
(adjetivos, objetos ou adjuntos adver-
biais). 
 TEMPOS VERBAIS 
Atente para os advérbios que indicam 
o tempo da ação e a sequência dos fatos.
 CONJUNÇÕES 
Dão diferentes sentidos ao texto: causa 
(because, as), finalidade(so, therefore), 
oposição (but, although) etc.
 VOZ PASSIVA 
Elas dão ênfase à ação realizada em 
detrimento do sujeito.
 
 REPORTED SPEECH 
Explicita quem é o emissor da informa-
ção (ex: John said that he loved Susan). 
 ARTIGOS 
Preste atenção na diferença entre ar-
tigos indefinidos (a, an) e definidos (the).
 ADJUNTOS ADVERBIAIS 
São essenciais à interpretação do tex-
to, pois indicam quando (when), onde 
(where), por quanto tempo (how long) e, 
principalmente, como (how) uma ação 
foi realizada.
 PRONOMES 
É essencial saber se eles se referem a 
pessoas, objetos ou animais (singular ou 
plural) e reconhecer se eles são pessoais 
ou possessivos, pois isso pode trazer in-
ferências erradas sobre o texto.
 PRONOMES RELATIVOS 
Eles são usados para evitar a repetição 
de palavras no início de uma nova oração. 
Exemplo: “This is the man who robbed 
the bank last night”. Fique atento: which 
(para coisas e animais), who/whom (pes-
soas) e whose (possessivo).
 PHRASAL VERBS 
São verbos que mudam de significado 
de acordo com a preposição ou advér-
bio que o complementam, como get up 
(levantar-se), get in (entrar), get out (sair).
CONSULTORIA: CLEUSA REGINA CARPINELLI
GE FUVEST 2017 61
O EXAMELEITURA OBRIGATÓRIA
Os livros 
essenciais
O resumo e a análise das nove obras literárias cobradas 
nas provas de Português da primeira e da segunda fases
ILUSTRAÇÃO: ZÉ OTAVIO
62 GE FUVEST 2017
O EXAME LEITURA OBRIGATÓRIA
A A narrativa de Iracema estrutura-se em torno da história do amor do português Martim por Iracema, a “virgem dos lábios de mel”. A relação entre Martim e Iracema signifi ca a união entre o branco colonizador e o índio, 
entre a cultura europeia, civilizada, e os valores indígenas, 
apresentados como naturalmente bons. É uma espécie de 
mito de fundação da identidade brasileira.
 FOCO NARRATIVO 
A narração é feita em terceira pessoa. 
Um narrador onisciente (que tem conhe-
cimento de tudo) recria alegoricamente 
o processo de colonização do Brasil e de 
toda a América pelos invasores portu-
gueses e europeus. Seu olhar idealizado 
recria poeticamente a história de amor 
entre Iracema e Martim e sobre o mito 
de nossa fundação. O nome Iracema é 
um anagrama da palavra América. Mar-
tim alude ao deus greco-romano Marte, 
o deus da guerra e da destruição. O narra-
dor compara Iracema à natureza exube-
rante do Brasil, retrata-a, portanto, como 
a síntese perfeita das maravilhas da na-
tureza cearense, brasileira e americana.
A heroína é o próprio espírito harmonioso 
da fl oresta virgem, que ao encontrar o 
branco cai em perdição e em desarmonia. 
 TEMPO E ESPAÇO 
Ainda que o primeiro capítulo se estrutu-
re em fl ashback, a história segue em tempo 
cronológico. Mostra, em forma de lenda, o 
início do povoamento do Ceará, represen-
tando o processo de colonização do Brasil.
 ENREDO 
A primeira cena antecipa o fi m do livro: Martim e Moacir (fi lho 
de Martim e Iracema) deixam a costa do Ceará em uma embar-
cação, quando o vento lhes traz aos ouvidos o nome de Iracema.
No segundo capítulo, a narrativa retrocede no tempo até o 
nascimento de Iracema. A “virgem dos lábios de mel” é descrita 
como uma linda e excelente guerreira tabajara. Ao encontrar, 
por acaso, Martim na fl oresta, fere-o com uma fl echada, pos-
sível metáfora para a paixão, pois remete ao mito de Cupido. 
Martim não revida, e Iracema leva o estrangeiro branco para 
sua tribo a fi m de socorrê-lo. Ainda que Martim seja um aliado de 
seus inimigos potiguaras, o pajé Araquém, pai de Iracema, o trata 
com hospitalidade. Mas Martim corre perigo na tribo, uma vez 
que Irapuã, grande guerreiro tabajara, inimigo dos potiguaras, 
o mataria vendo-o com Iracema, seu grande amor. Forma-se aí 
o triângulo amoroso e o confl ito entre os guerreiros e as tribos.
Temendo pela sorte de Martim, Iracema o conduz ao bosque 
sagrado, onde lhe ministra uma poção alucinógena. Iracema 
guarda o segredo da jurema e da feitura do licor sagrado. Ao se 
entregar para o branco inimigo trai a Tupã e à sua tribo, que acaba 
derrotada. O casal muda-se então para uma cabana afastada, 
numa praia idílica. Lá vivem um tempo de felicidade, culminando 
com a gravidez de Iracema e o batismo indígena de Martim. Com 
o passar do tempo, contudo, o português se entristece por não 
poder dar vazão a seu espírito guerreiro e por estar com muita 
saudade de sua gente. Numa ocasião em que Martim e seu amigo 
Poti saem para uma batalha, Iracema dá à luz Moacir. Quando 
os dois retornam, encontram Iracema à beira da morte. O corpo 
da índia é enterrado aos pés de um coqueiro, em cujas folhas se 
pode ouvir um lamento. Daí vem o nome Ceará, canto da jandaia 
de estimação de Iracema, uma ave que sempre a acompanhava.
 ANÁLISE 
Iracema, por amor a Martim, abandona família, povo, religião e 
deus. É uma clara referência à submissão do indígena ao coloniza-
dor português. Em muitas passagens do romance vê-se a simbo-
logia da dominação do homem branco sobre o índio. A história de 
Adão e Eva é retomada na relação proibida de Iracema e Martim. 
Iracema 
José de Alencar
PUBLICADO EM 1860 E ESCRITO EM PROSA POÉTICA, ESSE ROMANCE É UM DOS PRINCIPAIS 
REPRESENTANTES DA VERTENTE INDIANISTA DO MOVIMENTO ROMÂNTICO E TRAÇA UMA 
ESPÉCIE DE MITO DE FUNDAÇÃO DA IDENTIDADE BRASILEIRA
CONEXÕES 
Iracema, a índia 
idealizada, faz 
contraponto a Virgília, 
personagem de 
Memórias Póstumas 
de Brás Cubas. 
Ao contrário da 
heroína romântica, 
Virgília é capaz de 
diferenciar seus 
interesses pessoais 
de seu desejo 
amoroso. Deixa de 
fugir com Brás Cubas 
e mantém-se casada 
com Lobo Neves 
porque almeja ser 
marquesa. Iracema, 
ao contrário, abre mão 
da sua condição na 
tribo, e morre por isso.
GE FUVEST 2017 63
Publicado em 1881, o livro narra as experiências de um homem abastado da elite brasileira do século XIX, Brás Cubas. Começa pela sua morte, descreve a cena do enterro, dos delírios antes de morrer, até retornar a sua infância, quando 
a narrativa segue de forma mais ou menos linear – inter-
rompida apenas por comentários digressivos do narrador.
 FOCO NARRATIVO 
A narração é feita em primeira pessoa 
e postumamente, ou seja, o narrador se 
autointitula um defunto-autor – um mor-
to que resolveu escrever suas memórias. 
Com esse procedimento, o narrador con-
segue fi car além de nosso julgamento 
terreno e, desse modo, pode contar as 
memórias como melhor lhe convém. Elas 
nos permitirão ter acesso aos bastidores 
da sociedade carioca do século XIX.
 TEMPO 
A obra é apoiada em dois tempos. Um 
é o tempo psicológico, do autor além-
túmulo, que, desse modo, pode contar 
sua vida de maneira arbitrária, mani-
pulando os fatos à revelia, sem seguir 
uma ordem temporal linear. A morte, por 
exemplo, é contada antes do nascimento 
e dos fatos da vida.
No tempo cronológico, os acontecimen-
tos obedecem a uma ordem lógica: infân-
cia, adolescência, ida para Coimbra, volta 
ao Brasil e morte. Os leitores da época, 
acostumados com a linearidade das obras 
(início, meio e fi m), veem-se obrigados a 
situar-se nessa incomum condição.
 ENREDO 
A infância de Brás Cubas, como a de todo membro da sociedade 
patriarcal brasileira da época, é marcada por privilégios patroci-
nados pelos pais. Como “brinquedo” de estimação, o garoto tinha 
o negrinho Prudêncio, que lhe servia de montaria e para praticar 
maus-tratos em geral. Na escola, Brás era amigo de Quincas Borba, 
que aparecerá no futuro defendendo o humanitismo (fi losofi a 
fi ctícia criada por ele, segundo a qual impera a lei do mais forte, 
do mais rico e do mais esperto): “Aos vencedores, as batatas”, ou 
seja: só os mais fortes e aptos devem sobreviver.
Em sua juventude, as benesses fi cam por conta dos gastos 
com uma cortesã chamada Marcela. O pai deBrás, para dar um 
basta a isso, faz o que era mais comum às classes ricas da época: 
envia o fi lho para a Europa para estudar leis e garantir o título 
de bacharel em Coimbra. Lá, Brás Cubas tem seu segundo e mais 
duradouro amor. Enamora-se de Virgília, aconselhado pelo pai, 
que via no casamento do fi lho um futuro político, já que a moça 
era parente de um ministro da corte. Ela, porém, acaba se casando 
com Lobo Neves, que arrebata do protagonista não só a noiva 
como também a candidatura a deputado que o pai preparava.
As reviravoltas amorosas e a vida cheia de revezes revelam os 
infortúnios do narrador, que conclui de maneira irônica que sua 
vida foi repleta de negativas, mas que não precisou comprar pão 
com o suor do próprio rosto. 
 ANÁLISE 
No romance, Machado de Assis alia profundidade e sutileza, 
expondo muitos problemas de nossa sociedade que existem até 
hoje. Irônico, ele atualiza os processos em que o país foi formado, 
suas contradições e os desmandos ainda presentes. Note-se a 
carga pessimista presente no capítulo fi nal, em que o narrador 
enumera todas as negativas que lhe compuseram a existência. 
Com sarcasmo, valoriza o fato de não ter de morrer pobre como a 
empregada D. Plácida, de não enlouquecer como Quincas Borba e 
de não necessitar de trabalho para sobreviver. Isso é mencionado 
como uma pequena compensação para tantos insucessos na vida. 
Machado de Assis empresta voz à elite de seu tempo para revelar 
um personagem cheio de ilusões, empáfi a, egoísmo e contradições. 
Memórias Póstumas 
de Brás Cubas
Machado de Assis
AO CRIAR UM NARRADOR QUE RESOLVE CONTAR SUA VIDA DEPOIS DE MORTO, MACHADO DE 
ASSIS MUDA RADICALMENTE O PANORAMA DA LITERATURA BRASILEIRA, ALÉM DE EXPOR DE 
FORMA IRÔNICA OS PRIVILÉGIOS DA ELITE DA ÉPOCA
CONEXÕES 
Considerado o 
primeiro romance 
realista brasileiro, é 
revolucionário em 
vários aspectos: na 
quebra do enredo 
convencional, na 
utilização de um 
“narrador-defunto” 
como o autor da obra 
e na negação de toda 
e qualquer redenção 
de personagens. 
Ao contrário dos 
heróis românticos 
idealizados, como 
Iracema, Brás Cubas 
é repleto de defeitos 
e ambiguidades, no 
que se aproxima 
de Leonardo, de 
Memórias de um 
Sargento de Milícias.
ILUSTRAÇÃO: ZÉ OTAVIO
64 GE FUVEST 2017
O EXAME LEITURA OBRIGATÓRIA
Ao ser lançado, em 1890, O Cortiço teve boa recepção da crítica. Isso se deve ao fato de Aluísio Azevedo estar em sintonia com a doutrina naturalista, que gozava de grande prestígio na Europa. O livro é composto de 
23 capítulos, que relatam a vida em uma habitação coletiva 
de pessoas pobres (cortiço) na cidade do Rio de Janeiro. O 
romance tornou-se peça-chave para o melhor entendimento 
do Brasil do século XIX. A ideologia e as relações sociais 
representadas de modo fi ctício em O Cortiço estavam muito 
presentes no país.
 FOCO NARRATIVO 
A obra é narrada em terceira pessoa, 
com narrador onisciente (que tem co-
nhecimento de tudo), como propunha o 
movimento naturalista. O narrador entra 
no pensamento dos personagens, faz 
julgamentos e tenta comprovar, como 
se fosse um cientista, as infl uências do 
meio, da raça e do momento histórico no 
comportamento das pessoas.
 TEMPO E ESPAÇO 
O tempo é trabalhado de maneira linear, 
com princípio, meio e desfecho da narra-
tiva. A história se desenrola no Brasil do 
século XIX, sem precisão de datas. 
São dois os espaços explorados: o cor-
tiço, que representa a mistura de raças 
e a promiscuidade das classes baixas; e 
o sobrado do comerciante Miranda e de 
sua família, que simboliza a burguesia. 
Esses espaços fi ctícios são enquadrados 
no cenário do bairro de Botafogo, no Rio 
de Janeiro.
 ENREDO 
O livro narra inicialmente a saga de João Romão, dono do 
cortiço, de uma taverna e de uma pedreira, rumo ao enriqueci-
mento. Para acumular capital, ele explora os empregados e se 
utiliza até do furto. Sua amante, Bertoleza, o ajuda de domingo 
a domingo, trabalhando sem descanso.
Em oposição a João Romão, surge a fi gura de Miranda, o 
comerciante bem estabelecido que cria uma disputa acirrada 
com o taverneiro por um pedaço de terra que queria comprar 
para aumentar seu quintal. Não havendo consenso, há o rom-
pimento provisório de relações entre os dois.
No cortiço, paralelamente, estão os moradores de menor 
ambição fi nanceira. Destacam-se Rita Baiana e Capoeira Firmo, 
Jerônimo e Piedade. Um exemplo de como o romance procura 
demonstrar a infl uência do meio sobre o homem é o caso do 
português Jerônimo, que tem uma vida exemplar até cair nas 
graças da mulata Rita Baiana. Opera-se uma transformação 
no português trabalhador, que muda todos os seus hábitos.
A relação entre Miranda e João Romão melhora quando o 
comerciante recebe o título de barão e passa a ter superio-
ridade garantida sobre o oponente. O cortiço todo também 
muda, perdendo o caráter desorganizado e miserável para se 
transformar na Vila João Romão.
 
 ANÁLISE 
Mais do que empregar os preceitos do naturalismo, a obra 
mostra práticas recorrentes no Brasil do século XIX. Na situação 
de capitalismo incipiente, o explorador vivia muito próximo do 
explorado, daí a estalagem de João Romão estar ao lado dos 
pobres moradores do cortiço. Nesse local, o burguês Miranda, 
de projeção social mais elevada que João Romão, vive em seu 
palacete com ares aristocráticos e teme o crescimento do cor-
tiço. Por isso, pode-se dizer que O Cortiço não é somente um 
romance naturalista, mas uma alegoria do Brasil.
O autor naturalista tinha uma tese a sustentar sua história. 
A intenção era provar, por meio da obra literária, como o meio, 
a raça e a história determinam o homem e podem o levar à 
degeneração.
O Cortiço
Aluísio Azevedo
AO TER COMO CENÁRIO UMA HABITAÇÃO COLETIVA, O ROMANCE DIFUNDE AS TESES 
NATURALISTAS, QUE EXPLICAM O COMPORTAMENTO DOS PERSONAGENS COM BASE NA 
INFLUÊNCIA DO MEIO, DA RAÇA E DO MOMENTO HISTÓRICO
CONEXÕES 
Em O Cortiço deve-se 
observar a oposição 
nítida ao romantismo 
idealizado. 
O herói naturalista 
se constrói a partir 
da opressão e das 
injustiças cometidas, 
e o amor se envereda 
pelos caminhos 
do instinto e do 
desejo. É a maior 
obra naturalista 
brasileira, marcada 
pelo zoomorfi smo 
(comportamento 
animalesco atribuído 
aos homens) e pelo 
determinismo 
do meio.
GE FUVEST 2017 65
Último livro de Eça de Queirós, A Cidade e as Serras foi publicado em 1901, um ano após a morte do autor português. A temática do campo versus cidade – recorrente nas obras do escritor – é o cerne do romance. A obra 
não estava inteiramente acabada, pois faltava a meticulosa re-
visão que Eça dedicava a seus romances antes de publicá-los. 
É considerado um dos mais importantes livros do escritor.
 FOCO NARRATIVO 
O narrador-personagem, José Fernan-
des, conta a história de Jacinto. Ele quer 
entender o que faz um homem rico trocar 
o conforto da cidade pelo campo. O foco 
narrativo (“eu como testemunha”) esco-
lhido é apropriado para obras críticas. 
O personagem-narrador acompanha o 
protagonista e pode ser bem crítico e irô-
nico por analisar melhor a ação narrativa. 
 TEMPO E ESPAÇO 
 A obra se divide em três tempos: Ja-
cinto exalta a civilização urbana; Jacin-
to se decepciona com Paris; e Jacinto e 
seu amigo José Fernandes retornam a 
Portugal, e Jacinto reencontra o equilí-
brio ao sintetizar a vida no campo com o 
progresso das cidades. Tudo se passa no 
século XIX, quando Paris era considerada 
o centro do mundo e Portugal mantinha-
se como país agrário e decadente. Nessa 
época, havia grande entusiasmo pelas 
teorias positivistas de Augusto Comte, 
criador do sistema que ordena as ciências 
experimentais, considerando-as o modelo 
por excelência do conhecimento humano.
 ENREDO 
Em 1831, dom Pedro retorna do Brasil para assumir otrono 
português, destronando seu irmão, dom Miguel. Indignado, 
dom Galião muda-se de Portugal para Paris, levando consigo 
Grilo, futuro criado de Jacinto. Em Paris, o fi lho de dom Galião, 
Cintinho, torna-se uma criança doente e tristonha. Quando 
adulto, seu aspecto não melhora. Em sua única decisão men-
cionada no livro, prefere fi car em Paris e casar-se com a fi lha de 
um desembargador a ir tratar-se no campo. Conclusão: morre 
três meses antes de nascer Jacinto, seu único fi lho.
Em Paris, andavam em voga as teorias positivistas, das quais 
o protagonista se revela entusiasta. Jacinto elabora uma fi lo-
sofi a de vida: “A felicidade dos indivíduos, como a das nações, 
se realiza pelo ilimitado desenvolvimento da mecânica e da 
erudição”. O resultado desse entusiasmo de Jacinto pela capital 
francesa, porém, se revela desastroso. 
Amigo de Jacinto, Zé Fernandes também se deixa levar por 
Paris, ao ser dominado por uma paixão pela prostituta Madame 
Colombe. O caso contraria as teorias de Jacinto, segundo as quais o 
homem se tornava um selvagem no campo. Nesse caso, foi a cidade 
que transformou Zé Fernandes num escravo de seus instintos.
Na viagem de volta a Portugal, Jacinto perde quase toda a baga-
gem. Em seu país, porém, recupera a saúde. Revigorado, promove 
diversas melhorias em Tormes, seu lugar de origem. Finalmente, 
ele se casa com Joaninha, camponesa e prima de Zé Fernandes. 
No fi nal, Zé Fernandes, também enfastiado de Paris, parte para 
Tormes – o “castelo da grã-ventura” – com Jacinto e Joaninha.
 ANÁLISE 
A obra é uma sátira ao culto da tecnologia e uma crítica à 
precariedade da vida no campo. A estrutura do romance faz 
alusão à dialética dos fi lósofos alemães: tese (a civilização 
industrial, a cidade), antítese (a vida no campo, as serras) e 
síntese (a vida no campo com os benefícios da cidade). Vale 
a pena também observar as referências ao positivismo, evo-
lucionismo, determinismo e socialismo utópico, em que são 
projetadas nas falas e em algumas atitudes de Jacinto e de 
Zé Fernandes.
A Cidade e as Serras
Eça de Queirós
PUBLICADA EM 1901, UM ANO APÓS A MORTE DE EÇA DE QUEIRÓS, A OBRA AMENIZA O RIGOR 
DO MÉTODO REALISTA E MARCA A RECONCILIAÇÃO DO AUTOR COM SEU PAÍS, PORTUGAL, 
DURAMENTE CRITICADO EM SEUS ROMANCES ANTERIORES
CONEXÕES 
O narrador-
personagem 
excêntrico José 
Fernandes não 
se confunde com 
o protagonista, 
Jacinto de Tormes. 
O narrador dá a 
Jacinto tratamento 
diferenciado, 
parecendo idealizar 
o protagonista. Mas 
não deixa de observar 
de forma crítica e 
irônica a vaidade e a 
futilidade excessivas 
do amigo. Sua 
narrativa se aproxima 
da de Memórias 
Póstumas de 
Brás Cubas.
ILUSTRAÇÃO: ZÉ OTAVIO
66 GE FUVEST 2017
O EXAME LEITURA OBRIGATÓRIA
Capitães da Areia, de Jorge Amado, publicado em 1937, revela uma situação real. O descaso social com os meninos de rua é a tônica do romance. Em todos os capítulos, esse abandono é abordado, seja por meio da refl exão dos garotos ou da dos adul-
tos que estão ao seu lado, seja pelos comentários do narrador.
 FOCO NARRATIVO 
O romance é narrado em terceira pessoa, 
por um narrador onisciente (que sabe tudo 
o que ocorre). Essa característica narrativa 
possibilita que seja cumprida uma tarefa 
facilmente notada pelo leitor: mostrar o ou-
tro lado dos Capitães da Areia. O narrador, 
ao penetrar na mente dos garotos, apre-
senta não apenas as atitudes que a vida os 
obriga a tomar, mas também seus desejos 
e pensamentos infantis. O narrador não se 
esforça por ser imparcial; participa com 
seus comentários, muitas vezes sutis, mas 
sempre favoráveis aos Capitães da Areia.
 PERSONAGENS 
A obra não possui um personagem prin-
cipal. Para indicar um protagonista, o 
mais apropriado seria apontar o conjunto 
do bando, ou seja, o grupo. Isso porque 
as ações não giram em torno de um ou 
de outro personagem, mas ao redor de 
todos. Pedro Bala, o líder do bando, não é 
mais importante para o enredo do que o 
Sem-Pernas ou o Gato. Daí a ideia de que 
o protagonista é o elemento coletivo, e 
cada membro do grupo funciona como 
uma parte da personalidade, uma faceta 
desse organismo maior.
 ENREDO 
O enredo, sobretudo no início, tem a função de apresentar 
os personagens, revelando a personalidade de cada integrante 
do grupo, suas ambições e frustrações.
Dos vários capítulos que compõem o romance, alguns são 
particularmente signifi cativos. Em “As Luzes do Carrossel”, o 
bando, conhecido pela periculosidade, esbalda-se ao brincar 
em um decadente carrossel. 
Essa passagem é importante por fazer o contraponto à opi-
nião vigente na alta sociedade baiana em relação aos Capitães 
da Areia. A visão de que os garotos eram bandidos sem recupe-
ração, que deveriam ser tratados de forma desumana no refor-
matório, é confrontada com essa situação. Pedro Bala e seus 
comandados são apenas crianças socialmente desamparadas.
Outro capítulo que merece destaque é “Família”. Aqui, é 
mostrada a carência afetiva de um dos membros do grupo, 
o Sem-Pernas. O menino manco tinha grande talento para a 
dissimulação, por isso se especializara na tarefa de espião do 
bando. Ele se infi ltrava na casa de famílias ricas, apresentando-
se como pobre órfão que pedia um lugar para morar. Quando 
obtinha sucesso na empreitada, observava onde os moradores 
guardavam seus bens valiosos e informava o bando, que, dias 
depois, invadia a casa e a roubava. Em uma dessas ocasiões, 
tratado como um verdadeiro fi lho, o garoto fi ca dividido entre 
a lealdade ao bando e os novos “pais” que lhe davam o carinho 
e o amor que nunca havia conhecido. Opta pela fi delidade ao 
grupo, que invade e saqueia a casa. 
 ANÁLISE 
Ao fi nal, os Capitães da Areia deixam de ser infratores e se 
engajam em atividades políticas. Isso mostra o fi m de um pro-
cesso de conscientização que se torna possível porque, na visão 
do romance, eles não são criminosos, mas sim vítimas de uma 
sociedade injusta e excludente. A obra faz parte da literatura 
de conteúdo social produzida pela geração dos romancistas da 
década de 1930, à qual pertence Jorge Amado, fi liado à época 
ao Partido Comunista Brasileiro. A esperança revolucionária 
dá um tom otimista e panfl etário, expresso nas palavras que 
concluem o livro: “a revolução é uma pátria e uma família”.
Capitães da Areia
Jorge Amado
O ROMANCE, QUE RETRATA O COTIDIANO DE UM GRUPO DE MENINOS DE RUA, PROCURA 
MOSTRAR NÃO APENAS OS ASSALTOS E AS ATITUDES VIOLENTAS DO GRUPO, MAS TAMBÉM AS 
ASPIRAÇÕES E OS PENSAMENTOS INGÊNUOS, COMUNS A QUALQUER CRIANÇA
CONEXÕES 
Capitães da 
Areia e O Ateneu 
(1888), de Raul 
Pompeia, retratam 
meninos que são 
vítimas da exposição 
precoce à vida adulta, 
embora em contextos 
e classes sociais 
diferentes. O Ateneu 
relata a vida de um 
pré-adolescente em 
um internato para 
garotos. Sérgio, 
estudante de classe 
média alta, descobre 
o mundo no colégio 
interno. O menor 
Pedro Bala, de 
Capitães da Areia, 
nas ruas de Salvador.
GE FUVEST 2017 67
V idas Secas, de Graciliano Ramos, romance publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. A obra pertence 
à segunda fase modernista, conhecida como regionalista.
 FOCO NARRATIVO 
A escolha da narração em terceira pessoa 
é emblemática – é a única obra do autor em 
que ele usou tal recurso. Por causa da pobre 
articulação verbal dos personagens, refl exo 
das adversidades naturais e sociais que os 
afl igem, nenhum parece capacitado a ser o 
narrador. O autor utilizou também o discur-
so indireto livre, forma híbrida em que as fa-
las dos personagens se mesclam ao discurso 
do narrador em terceira pessoa. Essa foi a 
solução para que a voz dos marginalizados 
pudesse participar danarração sem que 
tivessem de arcar com a responsabilidade 
de conduzir de maneira integral a narrativa.
 TEMPO 
Além da falta de linearidade do tempo, 
em Vidas Secas há nítida valorização do 
tempo psicológico, em detrimento do 
cronológico. A ausência de uma marcação 
cronológica temporal serve, enquanto 
elemento estrutural, como mais uma 
forma de evidenciar a exclusão dos per-
sonagens. Por outro lado, a valorização 
do tempo psicológico faz com que as an-
gústias dos personagens fi quem mais 
próximas do leitor, que as percebe com 
mais intensidade.
 ENREDO 
O enredo, marcado por essa falta de linearidade temporal, tem 
dois capítulos bem defi nidos: o primeiro (Mudança) e o último 
(Fuga). “Mudança” narra as agruras da família sertaneja na cami-
nhada impiedosa pela aridez da caatinga, enquanto em “Fuga” 
os retirantes partem da fazenda para uma nova busca por con-
dições mais favoráveis de vida. O romance estrutura-se por meio 
da sequência retirada/permanência em terras alheias/retirada.
Nos 11 capítulos intermediários, a família de retirantes não 
se estabelece em um local próprio, mas na propriedade de 
um fazendeiro, onde Fabiano, o chefe dessa família, assume a 
condição de meeiro, lavrador que planta em sociedade com o 
dono do terreno, tendo direito à metade da colheita.
 ANÁLISE 
A narrativa é ambientada no sertão, região marcada pelas 
chuvas escassas e irregulares. Essa falta de chuva – somada 
a uma política de descaso do governo com os investimentos 
sociais – transforma a paisagem em ambiente inóspito e hostil.
Inverno, na região, é o nome dado à época de chuvas, em 
que a esperança sertaneja fl oresce. O sonho de uma existência 
menos árida e miserável esboça-se no horizonte e dura até as 
chuvas cessarem e a seca retornal implacável. Essa esperança 
aparece no capítulo “Inverno”, em que Fabiano alimenta a 
expectativa de uma vida melhor, mais digna.
O livro consegue desde o título mostrar a desumanização que a 
seca promove nos personagens. A miséria causada pela seca, como 
elemento natural, soma-se à miséria imposta pelo meio social, 
representada pela exploração dos ricos proprietários da região.
Os retirantes, como o próprio nome indica, estão alijados da 
possibilidade de continuar a viver no espaço que ocupavam. 
São, portanto, obrigados a retirar-se para outros lugares. Uma 
das implicações dessa vida nômade dos sertanejos é a fragmen-
tação temporal e espacial.
A proposital falta de linearidade, ou seja, de capítulos que se 
ligam, temporalmente, por relações de causa e de consequência, 
dá aos 13 capítulos de Vidas Secas uma autonomia que permite, 
até mesmo, a leitura de cada um de forma independente.
Vidas Secas
Graciliano Ramos
O DRAMA DA FAMÍLIA DE RETIRANTES, OBRIGADA A SE MUDAR CONSTANTEMENTE 
POR CAUSA DA SECA, É NARRADO NUM ESTILO COM ECONOMIA DE ADJETIVOS, QUE 
TRANSMITE A ARIDEZ DO AMBIENTE E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS SERTANEJOS
CONEXÕES 
A visão de sertão e 
a do sertanejo são 
diferentes em Vidas 
Secas e em Capitães da 
Areia, de Jorge Amado. 
Em Capitães da Areia, 
a paisagem sertaneja 
é vista como lírica e 
bela e, apesar de a 
miséria do homem 
ser reconhecida, há 
beleza na força do 
sertanejo e esperança 
de que o cangaço 
possa mudar a 
realidade social no 
sertão. Já em Vidas 
Secas, o sertão é rude 
e castiga os homens, 
e o conformismo 
impede o desejo de 
transformação.
ILUSTRAÇÃO: ZÉ OTAVIO
68 GE FUVEST 2017
O EXAME LEITURA OBRIGATÓRIA
Publicado em 1951, Claro Enigma nos mostra um poeta mais amargo, voltado para questões mais refl exivas sobre a condição humana. O Drummond social que se destaca na segunda geração modernista da década de 1930, engajado 
em questões sociais em Sentimento do Mundo (1940), dá a 
vez a um poeta mais introspectivo e fi losófi co nesta obra. 
 TEMPO E CONTEXTO 
No fi nal da década 1940 e início da de 
1950, período de criação dos poemas de 
Claro Enigma, a Guerra Fria e a ameaça 
de uma bomba atômica atormentavam 
um mundo dividido em dois blocos: o ca-
pitalista, liderado pelos Estados Unidos, 
e o socialista, encabeçado pela União 
Soviética. Para o poeta Drummond, que 
sempre lutou pela liberdade, a percepção 
de regimes ideologicamente tão distintos 
e a imposição da necessidade de se aderir 
a um dos lados conduz à perplexidade e ao 
pessimismo. Incomodado, o poeta aban-
dona o desejo de encontrar respostas e 
soluções para os problemas sociais e pas-
sa a buscar as perguntas que precisam ser 
feitas. Ao invés da crença na comunhão 
entre as pessoas, característica de sua 
poesia anterior, passa a vigorar a certe-
za melancólica da dissolução próxima. A 
esperança no homem politizado é subs-
tituída pelo desencanto em relação ao 
homem e à vida. As referências explícitas 
ao mundo real e concreto, historicamente 
localizado, são abandonadas em nome 
de um universo fi losófi co e metafísico, 
que mergulha no íntimo do ser humano, 
excluindo o mundo externo e seu entorno. 
 PROJETO LITERÁRIO 
Essa relativa incerteza quanto ao rumo a ser seguido representa 
um encaminhamento para a formulação de um novo projeto lite-
rário. O indivíduo agora é melancólico e desiludido como atesta 
o poema Cantiga de Enganar: “O mundo não vale o mundo, / meu 
bem. / Eu plantei um pé-de-sono, / brotaram vinte roseiras. / Se me 
cortei nelas todas / e se todas se tingiram / de um vago sangue 
jorrado / ao capricho dos espinhos, / não foi culpa de ninguém”. 
 A FORMA 
A forma dos poemas também difere da de outras obras de 
Drummond. Em Claro Enigma há uma preocupação com o res-
gate do poema clássico. Nesse momento distante da primeira 
geração modernista, da qual também fez parte, o poeta sente-
se à vontade para rever os poemas de formas fi xas e de versos 
rimados. Inclusive, alguns poemas são sonetos – compostos 
por 14 versos – e fazem referência à poesia formal. 
O poema Ofi cina Irritada é um exemplo dessa reexperimenta-
ção poética, em que a preocupação com a forma se mostra forte 
e mais importante do que o próprio conteúdo, num exercício 
de metalinguagem. Em outro poema, A Máquina do Mundo, 
que para muitos é a obra-prima de Drummond, o poeta dialoga 
com a tradição clássica e camoniana.
 OS TEMAS 
Os poemas versam sobre vida, amor, ausência, tempo, sexo e 
a própria poesia. Abordam o homem em suas questões existen-
ciais em busca da compreensão metafísica desses temas. Em 
Remissão, percebe-se esse mergulho existencial e a perspectiva 
interior, introspectiva (“enquanto o tempo, em suas formas bre-
ves / ou longas, que sutil interpretavas, / se evapora no fundo 
de teu ser?”). Em Legado, o poeta dialoga de forma irônica e 
melancólica com sua própria obra (“De tudo quanto foi meu 
passo caprichoso / na vida, restará, pois o resto se esfuma, / uma 
pedra que havia no meio do caminho”). Já em Amar, Drummond 
anuncia que somos “conchas vazias” à procura de “mais e mais 
amor” numa busca quase compulsória da experiência amorosa. 
Claro Enigma
Carlos Drummond de Andrade
OS 41 POEMAS DESTA OBRA, QUE REGISTRA O VAZIO DA VIDA HUMANA E O ABSURDO DO 
MUNDO, TÊM COMO PANO DE FUNDO OS SENTIMENTOS E AS ANGÚSTIAS DO HOMEM DIANTE 
DAS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS DA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX 
CONEXÕES 
A introspecção da 
poesia de Drummond, 
em Claro Enigma, 
encontra ecos em 
Jacinto de A cidade 
e as Serras quando 
este busca reconstruir 
sua vida depois de 
uma constatação 
melancólica e 
pessimista de sua 
estada na França. 
Também liga-se a 
contos de Guimarães 
Rosa, como Conversa 
de Bois, em que os 
animais dialogam 
sobre a falta de 
sentido da maldade 
humana.
GE FUVEST 2017 69
Livro de estreia de João Guimarães Rosa, Saga-rana foi publicado em sua versão fi nal em 1946. O título do livro é um exemplo de seu peculiar processo de invenção de palavras, o hibridismo, que

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