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Novelino Resumo Constitucional2

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INTENSIVO 2 
DIREITO CONSTITUCIONAL – MARCELO NOVELINO 
AULA 01 – 30/01/14
CAPÍTULO 1. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
1. DISTINÇÕES PRELIMINARES
1.1. Formas de governo 
Monarquia – é o poder concentrado em uma pessoa, este “um” é detido geralmente pelo monarca ou rei. Características essenciais:
Irresponsabilidade política do monarca – ele não tem responsabilidade política sobre outros órgãos, como por exemplo o parlamento;
Hereditariedade – transmissão do poder através de laços sanguíneos, ex.:ascendente/descendente;
Vitaliciedade – não existe um período de mandato para o monarca, ele fica no poder enquanto estiver vivo.
República – é a “coisa pública” a “res pública”, é o governo de muitos, ou da maioria. 
Responsabilização política dos governantes – o governante pode responder, por exemplo, por um crime de responsabilidade ou perante o parlamento;
Eletividade – é incompatível com a república a transmissão hereditária do poder, há a escolha popular. Por isso existem as vedações quanto ao parentesco, para evitar a transmissão de poder por laços consanguíneos;
Temporariedade – existem períodos prefixados para o mandato. Há a alternância de poder. 
1.2. Sistemas de governo 
Parlamentarismo – surgiu na Inglaterra, durante o século XVIII. Quem é o chefe de Estado (representa o país na ordem internacional)? Se for um parlamentarismo republicano, será o presidente (ex.: Alemanha, Áustria); se for monárquico será o rei, o príncipe. 
	O chefe de Estado exerce funções meramente protocolares, ou seja, uma representação simbólica do Estado, mas não é ele quem elege as políticas públicas do Estado. Quem realmente exerce estas funções é o chefe de Governo, que é o primeiro ministro (chanceler, premier), ele governa juntamente com o gabinete (corresponde aos ministérios). O chefe de governo não tem mandato fixo, depende da confiança do parlamento (é o parlamento que escolhe o chefe de governo). 
	O parlamento pode fazer a monção de desconfiança, ou seja, o chefe de governo poderá ser destituído do governo, e, nesse caso, sai ele e seus ministros. 
Chefe de estado e o chefe de governo são exercidos por pessoas distintas;
O chefe de governo não tem mandato fixo. 
Presidencialismo – surgiu em 1787, nos EUA, na primeira constituição escrita da história. Desde 1889, com a proclamação da república, foi adotado aqui no Brasil. Entre 1961 e 1963 houve uma interrupção, com a adoção do parlamentarismo. Os líderes da assembleia nacional constituinte fizeram um plebiscito para a escolha do sistema de governo. Todavia, há características de um sistema parlamentarista (a exemplo da adoção de MP). Características: 
Concentração da figura do chefe de estado e do chefe de governo em uma só pessoa. O presidente da República tem função de chefe de governo e de chefe da administração.
Prazo fixo de mandato – o presidente é eleito para um prazo fixo (no Brasil é de 4 anos), no parlamentarismo não há um prazo fixo, ele pode ser destituído a qualquer momento pelo parlamento. 
O presidente da República possui independência em relação ao parlamento, ele não pode ser destituído pelo parlamento por este não estar satisfeito. Mas isso não quer dizer que o presidente da República não irá responder pelos seus atos (crime comum e crime de responsabilidade – e ai poderá ser destituído).
	Geralmente o presidente é eleito de forma direta. Mas na época da ditadura foi indireta, por exemplo. 
Semiparlamentarismo/semipresidencialismo – criado na França, com a constituição de 1958. É adotado por Portugal, Polônia, Finlândia, Colômbia, França. Característica:
Existe a mesma dualidade do parlamentarismo, ou seja, duas figuras distintas: chefe de estado e chefe de governo. Mas difere no sentido de que o chefe de estado não exerce apenas funções protocolares, mas também possui competências políticas importantes, como por exemplo, fazer a escolha do chefe de governo (mas o parlamento terá que aprovar) e dissolver o parlamento e convocar novas eleições para o legislativo. 
1.3. Formas de Estado 
Unitários (simples) – foi adotada no Brasil desde a independência até a proclamação da república. Características: centralização política e monismo do poder (poder em um órgão central).
Puro – o poder é concentrado de forma absoluta. É algo praticamente impossível, eles existem em tese, e não na prática. 
Com descentralização administrativa – a grande maioria é dessa espécie. É a descentralização na execução de decisões políticas tomadas pelo governo central.
Com descentralização político-administrativa – é a descentralização tanto de decisões políticas, como de sua execução. Descentraliza a capacidade de elaborar leis, e não só na sua execução. Ex.: Portugal, França, Espanha. 
Compostos – adotam formas mais complexas, duas ou mais entidades políticas detém o poder dentro de um mesmo território. A concentração política não está toda num órgão central. 
União pessoal – tem em comum a convergência da linha dinástica de dois ou mais Estados soberanos em uma só pessoa. Há um grupo de Estados soberanos que têm em comum que a mesma é que tem o poder sobre eles. A principal diferença é a intensidade do vínculo entre estes Estados (pessoal = é mais fraco, real = é mais intenso). Ex.: Reino Unido e Estados Independentes membros da commonwealth (são as ex colônias inglesas, ex.: Nova Zelândia). São ligados pela figura de uma pessoa, que no caso é a rainha da Inglaterra, é o vinculo mais fraco.
União real – foi o que houve na época do reino de Brasil, Portugal e Algarves (1815 – 1822). Ex.: Reino Unido (Grã-Bretanha – Inglaterra e Escócia –, Irlanda do Norte e país de Gales). 
Confederação – hoje não existem mais países confederados. É como se fosse uma etapa evolutiva da federação. As confederações se transformam em federações. 
Federação – a partir de 1889, o Brasil passou a ser federação. 
	Confederação
	Federação
	
É uma pessoa jurídica de direito público; eles não formam um Estado propriamente dito. 
Os Estados são unidos por tratados internacionais (regra). Todavia, nada impede que seja uma constituição. 
Os membros possuem soberania. Cada um dos membros têm sua própria soberania, eles não perdem sua soberania para o ente central. 
Existe o direito de secessão, que é vedado na federação. É o direito de o membro desligar-se da confederação. 
Os membros têm direito de nulificação. A decisão tomada pelo entre central não precisa ser necessariamente acatada, pois os membros têm soberania. 
Em geral, é criada para cuidar de assuntos externos. Ex.: para fortalecer o comércio, o Mercosul; a EU, para fortalecer a moeda.
Os cidadãos são nacionais de seus respectivos países. 
O único órgão em comum é o Congresso Confederal, ou seja, cada país possui o seu próprio poder Executivo e Judiciário. 
	
É um Estado para a sociedade internacional;
Os Estados-membros são unidos por uma Constituição. Existe um pacto entre os membros dessa federação, e a constituição é a responsável por esse pacto. 
Os membros possuem autonomia. 
Nenhum membro da federação pode desligar-se. Existe possibilidade de intervenção federal, caso algum Estado queira se separar. 
Todas as decisões dos órgãos centrais, desde que dentro de suas competências, são obrigatórias para todos os membros. É vinculante para todos os membros.
Trata de atividades relacionadas a assuntos internos e externos. 
Existe uma única nacionalidade, que é a do Estado federal. 
O poder central é dividido em legislativo, executivo e judiciário. 
2. CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO ESTADO FEDERAL
Descentralização político-administrativa fixada pela Constituição. Quem descentraliza é a própria constituição, e não o ente central;
Participação das vontades parciais na formação da vontade nacional (princípio da participação). Os entes federados participam efetivamente na formação da vontade nacional, isso é feito através do Senado.
Auto-organização dos membros da federação (princípio da autonomia). Geralmente cada ente federativo tem sua própria constituição. 
	
Requisitos paraa manutenção da federação:
Rigidez constitucional;
Forma federativa de Estado como cláusula pétrea; 
Existência de órgãos encarregados de exercer o controle de constitucionalidade.
3. SOBERANIA E AUTONOMIA
	Soberania é o poder político supremo e independente. É supremo por não estar limitado por nenhum outro poder na ordem interna. Dentro do Estado, a soberania não encontra limites. Independente significa que não está obrigado a acatar, na ordem internacional, regras que não sejam voluntariamente aceitas, e se encontrar em igualdade com os poderes supremos dos outros povos. 
	A soberania pertence a quem? Em um estado federal, nenhum ente é soberano, todos os entes federados gozam apenas de autonomia. A soberania pertence ao Estado federal (no caso a República Federativa do Brasil). Quem exerce esse atributo no plano internacional em nome do Estado brasileiro? A União. 
	Autonomia (autos = próprio; nomos = norma) seria a capacidade de edição de normas próprias. A autonomia não é ilimitada, ela encontra limites nos entes soberanos. A autonomia consiste na capacidade de autodeterminação dentro de certos limites constitucionalmente estabelecidos. Temos, no Estado brasileiro, quatro tipos de autonomia, e todas elas são limitadas pela constituição, são as seguintes:
Capacidade de auto-organização;
Autolegislação;
Autogoverno;
Autoadministração (capacidade de execução de suas próprias leis).
	União = constituição federal; Estados = constituição estadual; Município = lei orgânica.
	Constituição nacional é aquela que se aplica a todos os entes da federação – ex.: art. 19, 37. Já a constituição federal se aplica apenas à União – art. processo legislativo. 
4. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
	Critério que informa esta repartição de competências:
	Princípio da predominância do interesse: cabe à União estabelecer normas gerais; os Estados tratam de interesses regionais; os Municípios tratam de interesses predominantemente locais. A partir desse princípio, a CRFB utiliza quatro critérios (não é exclusivo da constituição brasileira, as outras federações atuais geralmente adotam esses critérios): 
4.1. Campos específicos de competências administrativas e legislativas 
	A competência administrativa pode ser definida como a capacidade de execução das atividades de conteúdo individual e concreto, previstas na lei, voltadas à satisfação do interesse público. A sistemática de repartição de competências administrativas seguiu fielmente o modelo dualista norte-americano, adotando como base o princípio da execução direta pela pessoa competente para legislar sobre o tema. 
	É uma repartição horizontal de competências, pois a constituição diz o que cada ente federativo vai tratar, e elas estão no mesmo plano, não há hierarquia entre as competências (lei estadual não pode invadir competência do município, por exemplo). 
	Leis federais x leis locais – deve ser resolvido com base na constituição, e será resolvido pelo STF. 
	Poderes enumerados para alguns entes: União (art. 21 e 22), municípios (art. 30 – também chamado de poderes indicativos).
	Poderes remanescentes ou residuais: Estados (art. 25, §1º). 
	DF - Tem as competências atribuídas aos Estados e aos municípios (art. 32, §1º). 
4.2. Possibilidade de delegação
	O federalismo pode ser centrífugo ou centrípeto. Na federação, alguns entes federativos detém mais competência do que os outros. 
	As competências têm que ser delegadas por lei complementar. Só pode ser delegada para os Estados, municípios ficam fora. O DF pode receber essa delegação? Sim, pois ele tem a competência estadual. 
Art. 22, parágrafo único: Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
	Não pode delegar para tratar de toda matéria, apenas questões específicas relacionadas a estas matérias é que poderão ser delegadas. 
	AULA 02 – 05/02/14
4.3. Competências comuns 
	“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:”
	Estão previstas no art. 23, são competências administrativas, atribuídas a todos os entes da federação, é comum a todos eles. Este artigo só diz “compete à...”, e não “compete à ... legislar”, e por isso, a competência é administrativa, e não legislativa. 
4.4. Competências concorrentes 
	“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:”
	Estão previstas no art. 24, são competências legislativas, atribuídas à União, aos Estados e ao DF, estes três entes podem legislar sobre estes temas. 
OBS.: Em um Estado de Direito, a administração pública só pode fazer o que a lei lhe autoriza, está vinculada ao princípio da legalidade. Para que um ente possa tratar de sua competência legislativa, será preciso que haja uma lei, e indiretamente o ente recebe competência legislativa. Assim, quando a CF estabelece uma competência administrativa, indiretamente, ela confere também uma competência legislativa, e vice-versa. 
	Este artigo 24 estabelece uma repartição vertical de competências, não cumulativas (“condomínio legislativo” – é um condomínio entre União, Estados e DF). 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. Princípio da predominância do interesse
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. A União estabelece as diretrizes gerais, e o Estado as complementa. Por isso a repartição é vertical, porque a competência suplementar dos Estados tem que respeitar o conteúdo das normas gerais estabelecidas pela União. Ela é não cumulativa porque cada entre trata de um assunto específico.
André Ramos chama esta competência de competência complementar.
Lei estadual pode ser objeto de ADI? Ela viola diretamente a CF? Depende do que ela está violando. Tem que observar se o Estado está fazendo outra norma geral ou se está violando o conteúdo de uma norma geral.
Se a lei estadual violar o conteúdo de uma norma geral feita pela União, a violação à CF será apenas indireta, logo, não caberá ADI. Entretanto, se a lei estadual invade a competência atribuída à União, e estabelece normas gerais, haverá violação direta à CF, e, portanto, caberá ADI (ADI 3645, ADI 2535-MC). 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Se a União não estabelecer as normas gerais, a CF permite que os Estados exerçam a competência legislativa plena, e além da competência suplementar ele poderá, também, fazer as normas gerais. 
Alexandre de Morais e Andre Ramos chamam esta competência de supletiva, pois o Estado está suprindo a ausência de uma norma geral que a União não fez. Para estes autores há uma competência suplementar como gênero, e dentro deste há como espécie a competência complementar e a supletiva. Esta é uma denominação doutrinaria, pois a CF de 88 não fala dessas competências, e quem falava era a CF anterior. §§ 2º e 3º = suplementar. 
E se a União resolve criar uma norma geral, como ficam aquelas que foram feitas pelo Estado? Revoga a dos Estados?
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
	Suspensão de eficácia, e não revogação – a rigor, a revogação só pode ocorrer por um ato de mesma intensidade normativa, ou seja, do mesmo poder que emanou o ato anterior (lei estadual é feita pela assembleia legislativa estadual, então, só ela pode revogar outra lei estadual). MP revoga lei? Não, pois a MP é feita pelo chefe do executivo, e lei pelo congresso nacional, a MP suspende a eficácia da lei, se o congresso converter a MP em lei ela vira lei, e ai poderá revogar. 
	Se a norma for incompatível ela será não recepcionada e não revogada. 
	Suspender eficácia x Revogar norma estadual – a norma ao ser suspensa, poderá voltar a valer (efeito repristinatório tácito) caso a norma geral venha a ser com ela compatível;se for revogada, não poderá voltar a valer, a não ser que isso venha expressamente previsto (repristinação). 
	Os municípios podem legislar sobre as matérias do art. 24? Art. 30, II: “Compete aos Municípios: II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber” (assuntes de interesse predominantemente local). O Município tem competência para suplementar a legislação federal e a estadual (art. 30, II), exceto nos casos de competências privativas ou exclusivas. 
	Privativa X Exclusiva – Apenas um órgão poderá exercer, todavia, aquela pode ser delegada (art. 22, parágrafo único e art. 84, parágrafo único), já esta não pode ser delegada. A regra é a indelegabilidade de competências. A CF/88 não diferencia competências privativas de competências exclusivas, razão pela qual alguns autores consideram esta distinção inadequada para a atual realidade brasileira (Gilmar Mendes e Fernanda de Menezes).
5. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
	Dispositivo mais específico: art. 18 – Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
	Nenhum deles tem soberania, todos tem autonomia (auto-organização, autolegislação, autogoverno e autoadministração). A União é ente federativo (no art. 1º “união” é o pacto formado pelos Estados, Municípios e DF, que formarão a União). 
	“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:” 	Princípio da indissolubilidade do pacto federativo, este princípio veda o direito de secessão. Caso alguém queira se separar haverá intervenção federal. 
5.1. Estados 
	Existem limites à autonomia dos Estados, e são os mesmo impostos ao poder constituinte decorrente. A classificação mais adotada é a tripartida (JAS):
Princípios constitucionais sensíveis; 
Princípios constitucionais extensíveis;
Princípios constitucionais estabelecidos.
	Todos eles são normas de observância obrigatória pelas constituições estaduais. 
	 Sensíveis – são aqueles que tratam da essência da organização constitucional da federação brasileira. Este nome foi dado por Pontes de Miranda, e ao serem violados geram uma reação: intervenção federal nos Estados. São eles:
Art. 34. VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
	O Presidente da República não pode decretar a intervenção diretamente, o STF tem que dar provimento à representação interventiva ajuizada pelo procurador geral da república. 
	Extensíveis – são normas organizatórias da União que devem ser estendidas aos Estados. O modelo adotado pela União tem que ser observado pela constituição estadual, esta não pode estabelecer um modelo diferente. Podem ser expressos (manda expressamente que os Estados observem) ou implícitos (e é aqui que mora o problema, pois tem que saber o entendimento do STF para saber o que é considerado implícito). Exemplos de explícitos:
(art. 27) § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. 
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
	Implícitos: normas para criação de CPI (art. 58, §3º): requerimento de 1/3 dos membros, fato determinado e prazo certo de duração; normas do processo legislativo (art. 59 e ss); normas relacionadas a separação de poderes (ADI 3647, ADI 738).
	O STF entendeu que a vedação do §4º do art. 57, não é norma de observância obrigatória. A Constituição Estadual pode prever a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente (ADI 793, ADI 2371).
	Estabelecidos – estão espalhados pelo texto constitucional de forma assistemática. Estão expressos ou implícitos. 
	 Os expressos, segundo JAS, se dividem em: impositivas (mandatórias – ex.: art. 37, se dirige a todos os entes, é nacional, diferente dos extensíveis que se dirige à União e o STF entende que se estende aos Estados) ou vedatórias (art. 19 – é norma da constituição nacional, visto que se dirige a todos os entes). 
	Podem ser implícitos (art. 21 e 22) - CF não diz nada, mas proíbe que o Estado trate daquele assunto, pois ele já atribuiu a outro ente. 
5.2. Distrito Federal
	Ideia de criação de um território neutro, onde se localiza a sede do governo federal. 
	Natureza do DF: para uns era Estado, para outros Município e para outros Estado e Município. Esta questão foi parar no STF (ADI 3756), segundo ele o DF não é Estado e nem município. Trata-se de um ente federativo com competência parcialmente tutelada pela União, cuja configuração institucional está mais próxima dos Estados do que dos municípios (tem poder judiciário, tem defensoria, tem MP, e aproxima-se mais dos Estados).
	Competências: a União vai tutelar o PJ, o MP, a polícia civil, a polícia militar e o bombeiro militar, é a União que legisla sobre elas, que arca com os custos (art. 21. XIII). Com a EC 69, a Defensoria Pública passou a ser do próprio DF, e não mais da União, a esta compete apenas a Defensoria Pública dos Territórios.
	Art. 22, XVII; art. 48, IX; art. 21, XIV. 
5.3. Municípios
	Foram elencados como entes federativos na CF de 88. 
	JAS é uma exceção e entende que município não é ente federativo, e argumenta o seguinte:
Os municípios não participam da formação da vontade nacional;
Não existem federações de municípios. Se fossem reconhecidos como entes federativos, os municípios teriam a natureza de um Estado-membro. 
	Assim, para JAS os municípios são entes administrativos, ou seja, autarquias territoriais. 
	Para provas do cespe, os municípios são federalismos de terceiro grau.
5.4. Territórios
	Não é ente federativo, e atualmente sequer existe. Mas poderá ser criado.
	Natureza: são autarquias territoriais ou descentralizações político-administrativas pertencentes à União. 
	Não tem autogoverno, para governador não existe eleição, quem escolhe é o presidente da nossa república. Poderá eleger 4 deputados federais (art. 45, §2º). E o Senador? Território não elege senador 
	AULA 03 – 13/02/14
6. TIPOS DE FEDERALISMO
	Há várias classificações adotadas pelos doutrinadores, serão estudadas aqui as que mais caem em concurso.
6.1. Quanto ao surgimento (ou origem) 
Federação por agregação – Surge quando Estados soberanos cedem uma parcela de sua soberania para formar um ente único. Éum movimento centrípeto, para perto do centro, o poder é deslocado para perto do centro, os Estados que se originam desse movimento são chamados de Estados perfeitos ou por associação ou por aglutinação. Ex.: EUA, Alemanha, Suíça. 
Federação por segregação – É inverso ao anterior, ele surge com a descentralização política de um Estado unitário. É um movimento centrífugo, o Estado unitário é dividido em unidades dotadas de autonomia, o poder é repartido entre as regiões, há uma fuga do poder do centro para a periferia. Os Estados que surgem desse movimento são chamados de Estados imperfeitos ou por dissociação. Ex.: Brasil, Áustria. 
6.2. Quanto à repartição de competências 
	O critério utilizado aqui é a forma de repartição/distribuição das competências entre os entes da federação. 
Dualista (dual) – Caracteriza-se pela repartição horizontal de competências constitucionais entre a União e os Estados, ou seja, tem-se aqui uma relação de coordenação entre a União e os Estados-membros, eles estão num mesmo plano, há uma repartição estanque de competências, os Estados com suas competências bem definidas e a União com as suas, Não há competência concorrente ou comum. Ex.: EUA, até 1929, quando houve a queda da bolsa de NY, e houve mudanças. É um modelo que funciona bem nos estados liberais, abstencionistas, que não intervém nas relações econômicas, trabalhistas, social. 
De integração – É oposto ao dualista. Caracteriza-se pela sujeição dos Estados-membros à União, a relação aqui é vertical, de subordinação. O poder fica concentrado na União. Ex.: Brasil até 67/69.
Cooperativo – Busca um equilíbrio entre as duas anteriores. Caracteriza-se por conter repartições horizontais e verticais de competência, estabelecidas com o intuito de reduzir as dificuldades advindas de uma federação, de modo a buscar uma cooperação entre os entes da federação. Ex.: Brasil, EUA, Alemanha. É a tendência a ser adotada, sobretudo nos Estados de bem estar social. 
6.3. Quanto à concentração do poder
	Analisa-se se o poder está mais concentrado na União ou nos Estados.
Centrípeto (centralizador) – É aquele que se caracteriza por um fortalecimento excessivo do ente central (União), no qual estão concentradas as principais competências. A união tem muito mais poder que os entes periféricos, acontece muito no vertical (de integração). Mas pode haver desequilíbrio
Centrífugo (descentralizador) – Caracteriza-se pelo fortalecimento dos Estados-membros aos quais são atribuídas as competências mais relevantes. Ex.: EUA. A razão para isso é que basta observar o surgimento da federação, no Brasil tinha um estado unitário e ele manteve para si as principais competências e distribuiu as outras para o Estado. Nos EUA os estados eram soberanos, e eles qé que atribuíram poderes aos entes centrais, e ai atribuíram para si as competências mais importantes e deixou as menos para o ente central. 
Equilíbrio – Caracteriza-se por buscar uma relação mais equânime e harmoniosa por meio de uma repartição mais equilibrada de competências entre os entes federativos. Busca equilíbrio para que união e estados tenham poderes próximos. Ex.: Alemanha. 
6.4. Quanto à homogeneidade na repartição de competências 
	Segundo o ponto de vista interno: o critério é a distribuição de competências entre entes federativos de mesmo grau. 
Simétrico (homogêneo) – Caracteriza-se pela homogeneidade da repartição de competências atribuídas aos entes federativos de mesmo grau (Ex.: Estados – Estados ou municípios – municípios). Analisa-se se os Estados ou municípios receberam competências semelhantes. É uma simetria jurídica, conferida a todos os entes de mesmo grau. A simetria jurídica costuma ser consagrada quando existe uma simetria fática, ou seja, quando há uma homogeneidade na realidade subjacente ao ordenamento jurídico. 
Assimétrico (heterogêneo) – Caracteriza-se pelo tratamento distinto conferido a determinados entes de mesmo grau como forma de adaptação jurídica as diversidades fáticas. Ex.: em Quebec há um multiculturalismo, e na Suíça a mesma coisa, onde os Cantões recebem um tratamento diferente, por conta da diversidade de cultura, linguística, ou até mesmo econômica. 
	O federalismo brasileiro consagrado na CF/88 é simétrico, mas que faz algumas concessões ao consagrar regras assimétricas.
Zimmermann (RJ) – o Estado brasileiro consagrou federalismo excessivamente centralizador com uma simetria além da devida, já Dircêo Ramos diz exatamente o contrário, que há um exagero e abuso nas regras assimétricas. Novelino acha que essa assimetria aqui existente é necessária. 
	Exemplos de regras assimétricas: art. 3º, III – ex.: a zona franca de Manaus foi criada para desenvolver aquela região, é uma espécie de ação afirmativa, ela foi criada por um certo prazo para reduzir uma desigualdade regional existente, é este inciso que permite um tratamento jurídico diferenciado.
	Art. 43 – a União pode criar regiões administrativas com o objetivo de reduzir desigualdades existentes (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, da Amazônia)
	Art. 151, I – Se há uma federação tem que haver uma uniformidade nos tributos instituídos pela União, e não pode beneficiar e nem prejudicar os entes federativos, todavia, pode haver a concessão de incentivos fiscais para promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país. 
6.5. Quanto às características dominantes no modelo
	É uma análise do ponto de vista externo. É feita uma análise comparativa entre o modelo de federação adotado por uma determinada constituição e as características do modelo federal clássico. Não se analisa se há homogeneidade nas competências e sim se o modelo se aproxima ou não do modelo de federação clássico, que é o adotado pela maioria dos países. Se corresponder ao modelo de federação clássico, será simétrico, caso contrário, será assimétrico. 
Simétrico – Caracteriza-se por adotar um modelo de federação no qual estão presentes apenas as características do modelo federal clássico. Ele se encaixa perfeitamente no modelo de estado federal, não existem regras diferentes, que fogem desse modelo. Ex.: EUA. 
	Características do federalismo clássico: 
Possibilidade de intervenção federal nos Estados; 
Poder judiciário dual, ou seja, embora o PJ seja um órgão único e nacional, tem órgãos do PJ que são federais e estaduais;
Existência de um PCOriginário e de um PCDecorrente estabelecido para criar as constituições estaduais; poder que cria Lo do DF é o que? A maioria da doutrina entende que é um PCD, pois ela embora tenha o nome de lei orgânica, ela tem natureza de normas estaduais e municipais. E a lei orgânica do município? Para Novelino pode ser considerado decorrente, pois ele cria uma norma organizatória do município, o constitui e o estrutura. Todavia, alguns autores não entendem assim, para Dirley não é um PCD.
Organização bicameral do Poder Legislativo. O Congresso Nacional tem 2 casas: uma composta por representantes do povo e outra pelos representantes dos Estados. 
Assimétrico – É aquele em que há rompimento com as linhas tradicionais definidoras do federalismo clássico em razão de deformações em regras tradicionais ou criação de novas regras. José Tarcísio de Almeida adota esse critério e classifica a federação brasileira como assimétrica. 
6.6. Quanto às esferas de competência 
Típico (ou de segundo grau/bidimensional/bipartite) – Caracteriza-se pela existência de duas esferas de competência: a esfera central (União) e as esferas regionais (Estados/províncias/cantões/lander). 
Atípico (ou de terceiro grau/tridimensional/tripartite) – Só foi criada pela federação brasileira, caracteriza-se pela existência de ter esferas de competência: esfera central, esferas regionais e esferas locais (Municípios). 
	Existia, no Brasil, o federalismo de 2º grau até a promulgação da constituição de 1988 (município só passou a ser ente federativo a partir de 88).
	Manuel Gonçalves Ferreira Filho adota uma classificação na qual se utiliza um critériodistinto com base no qual o federalismo brasileiro é classificado como de segundo grau. Ele adota esse critério com base no seguinte: o de primeiro grau é a subordinação da constituição estadual à constituição federal, e o de segundo grau é aquele onde a lei orgânica de submete a dois graus distintos: constituição federal e constituição estadual (art. 29, CF). 
7. CRIAÇÃO DE ESTADOS E MUNICÍPIOS
7.1. Incorporação, subdivisão e desmembramento de Estados (art. 18, §3º,CF e lei 9709/98)
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar (não é lei ordinária!!!)
	Logo, como requisito, é preciso que haja aprovação:
Da população diretamente interessada, por meio de um plebiscito;
Do Congresso Nacional, através de lei complementar. 
Incorporação – Ocorre uma fusão entre dois ou mais Estados que dá origem à formação de um novo Estado ou de um Território federal. Neste caso, os estados originários deixam de existir, originando um novo. A+B= C, e a população diretamente interessada é a do Estado A e do Estado B. 
Subdivisão – Ocorre uma cisão de um Estado originário em novos Estados. A 	B. A população diretamente interessada é a do estado que vai se subdividir (A).					C
Desmembramento – Poderão ocorrer três situações:
Anexação da parte desmembrada a um outro Estado, sem que haja criação de um novo ente federativo;
Formação de um novo Estado;
Formação de um Território.
	Nestes três casos, não há extinção do Estado originário. O Estado A continua a existir, todavia, com um território e população menores. E a população diretamente interessada é tanto a da área desmembrada quanto a da área remanescente, sendo que no caso de desmembramento para anexação deve ser consultada também a população da área que ira receber o acréscimo (ADI 2650 de 2011). 
	Procedimento utilizado para os três casos:
Convocação do plebiscito, feito por meio de um decreto legislativo (art. 3º, lei 9709);
Consulta à população diretamente interessada (é uma condição indispensável para os três casos, sem aquiescência não poderá acontecer, é uma condição de procedibilidade);
No caso de resultado favorável, o Congresso Nacional tem discricionariedade para aprovar ou não a lei complementar após a oitiva das respectivas assembleias legislativas (art. 48, VI, CF); o parecer da assembleia legislativa não é vinculante, e sim opinativo. A lei é um ato complexo (o congresso é quem vota e o presidente aprova ou veta, se o congresso não derrubar o veto o Estado não será criado).
7.2. Criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios (art. 18, §4º)
	Visa evitar a criação de municípios sem estrutura, para fins meramente eleitoreiros. 
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996)     Vide art. 96 - ADCT
	Requisitos:
Criação de lei complementar federal estabelecendo o período dentro do qual tais hipóteses poderão ocorrer; 
ADI 3682 – O STF adotou o entendimento de que este parágrafo é uma norma constitucional de eficácia limitada (ou seja, ela não é autoaplicável, ela depende de uma vontade integradora para produzir plenamente seus efeitos). Esta lei até hoje não foi aprovada, então, em tese, não poderiam ser criados municípios, mas isso geraria um problema fático, pois como fazer para desconsiderar a prefeitura? Não dá, e ai o STF mandou o CN fazer a lei num prazo de 18 meses, esse prazo já passou e nada foi feito, o que o CN fez foi uma EC (EC 57/08) no ADCT para tentar dar um “jeitinho” nessa situação, e ai ele convalidou os municípios que foram criados até 2006.
Lei ordinária federal contendo os estudos de viabilidade municipal;
Plebiscito (tanto da população que fará parte do novo município quanto daquele que será desmembrado) – é condição de procedibilidade. 
Criação de lei ordinária estadual (lei 9709, art. 5º). Quem faz a convocação é a AL do respectivo estado, e é feito de acordo com a lei federal e estadual. 
	Aula 04 – 27/03/14
PODER LEGISLATIVO 
1. CPI
Objetivo:
1. CPI – levar à opinião publica determinadas informações sobre determinados fatos relevantes. 
1.1. CPI Federal
1.1.1) Requisitos para sua criação
	STF: ADI 3619 – os requisitos para criação de uma CPI no âmbito federal (art. 58, §3º) são normas de observância obrigatória pelos Estados e Municípios. 
Requerimento de 1/3 de seus membros – no caso de CPI exclusiva, este requerimento pode ser de 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados, ou 1/3 dos membros do Senado. Mas nada impede que a CPI seja criada conjuntamente pelas duas casas, e nesse caso será necessário 1/3 dos membros da câmara + 1/3 dos membros do senado. 
Para apuração de fato determinado – este é seu objeto. No momento em que é feito o requerimento para sua instauração, nele tem que vir de forma detalhada e específica quais são os fatos a serem apurados pela CPI. Não pode ser uma CPI genérica. Este fato a ser apurado tem que atender alguns requisitos: 
A CPI é uma comissão criada dentro da câmara dos deputados, ou do senado, ou do congresso nacional. Ela não pode ter poderes que extrapolem os poderes do parlamento. Assuntos que o congresso pode fiscalizar: ou assuntos que sejam de interesse geral (de todo o Estado brasileiro) ou interesse específico da União. 
Leis nacionais (tratam de interesses gerais) diferem de leis federais (trata de interesse exclusivo da União). O CN pode legislar nesses dois casos, e por isso pode apurar tais fatos. A CPI não pode investigar fatos de interesse exclusivo dos Estados e dos Municípios, pois ao fazer isso, feriria o princípio federativo, e estaria exorbitando suas funções. 
Não pode apurar fatos de interesses exclusivamente privados (se não envolve dinheiro público e nem gestão da coisa pública não é cabível). 
Quem pode ser investigado pela CPI? O poder executivo, pessoas físicas e jurídicas, órgãos e instituições ligadas à gestão da coisa pública, ou que de alguma forma tenham que prestar contas sobre bens e valores públicos. Este particular tem que ter alguma relação com a gestão da coisa pública ou prestar contas de bens/valores públicos. 
Este requisito não impede que fatos conexos surgidos durante a investigação também possam ser investigados (STF: Inq 2245). Para que esses fatos novos possam ser investigados, faz-se um aditamento no requerimento. 
Por prazo certo – quanto a sua duração, existem dois tipos de comissões:
Permanentes – se prolongam por mais de uma legislatura. Os membros da comissão serão alterados com o fim da legislatura, e novos parlamentares farão parte dela. Ex.: as CCJ. 
Temporárias – são aquelas que se extinguem com o fim dos trabalhos, ou com o fim do prazo estipulado, ou ainda com o término da legislatura. Ex.: foi criada para apurar determinado fato, e terminadas as investigações ela se extingue; ou tem um prazo, por ex. 120 dias, e ai poderá prorrogá-lo, mas não poderá ultrapassar a legislatura (se for criada a CPI da Petrobrás, não poderá adentrar na legislatura de 2015). 
Senado: término da CPI com o fim do prazo previsto no requerimento (reg. interno do Senado Federal, art. 145, §1º).
Câmara dos Deputados: prazo de 120 dias, prorrogável pela metade (reg. interno da câmara dos deputados, art. 35, §3º).
Congresso Nacional: o seu regimento interno não prevê o prazo, e aplica-se a lei 1579/52, que foi parcialmente recepcionada pela CF/88. Art. 5º, §2º: sessão legislativa em que tiver sido outorgada, salvo deliberação da respectiva câmara, prorrogando-a dentro da legislatura em curso.
Sessão legislativaé anual, está prevista no art. 57, CF. ela se subdivide em dois períodos legislativos: 02 de fevereiro a 17 de julho, e de 08 de agosto ate 22 de dezembro. Toda CPI feita pelo CN tem que acabar dentro da sessão legislativa, se não for concluída pode ser prorrogada, desde que não passe a legislatura, que é o período de 4 anos, e está previsto no art. 44. Pode haver sessão legislativa extraordinária, que são aquelas que ocorrem fora deste período ordinário supramencionado. 
Observações:
	A CPI investiga determinado fato e leva ao MP, caso haja indícios de crime. Isso sem prejuízo que essas informações sejam levadas ao governo para que tomem as devidas providencias, e para que a AGU apure determinadas responsabilidades administrativas. A CPI não acusa ninguém. 
	A CPI é um direito das minorias, a CF/88 adotou uma forma tradicional que foi criada pela constituição de Weimar de 1919.
	Se a CPI já foi apresentada à mesa devida, pode voltar atrás do requerimento para criação da CPI e se arrepender para que não haja instalação da CPI? STF – MS 26.441: esta exigência (requerimento de 1/3) deve ser examinada no momento do protocolo do pedido perante a mesa da respectiva casa legislativa, independentemente de posterior ratificação. A partir do momento que o protocolo é feito, a CPI já atendeu esse requisito, e nem se admite a sua desistência. Logo, depois de protocolado perante a mesa não se pode desistir. 
	Composição da CPI: deve atender ao princípio da proporcionalidade (art. 58, §1º). Esta proporcionalidade não vale apenas para a CPI, todas as comissões, como um todo, deverão atender como regra geral. 
1.1.2) Poderes atribuídos pela CF
	A CPI tem amplos poderes de investigação, mas não são poderes ilimitados, encontram limites nos direitos e garantias fundamentais constitucionalmente previstos. 
	Os poderes da CPI possuem natureza instrumental, ou seja, não existem como um fim em si mesmo, não são poderes autônomos, são apenas instrumentos para que o CN possa exercer suas funções típicas de fiscalizar e de legislar. 
	As CPI possuem poderes de investigação próprio das autoridades judiciais. São poderes instrutórios que podem ser usados para fins de investigação, não possui poderes acautelatórios (poder geral de cautela), e também são poderes mais específicos que estão previstos nos regimentos internos.
	Poderes: 
Determinar a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e de dados. 
	Na interceptação telefônica (grampo) a conversa entre duas pessoas é interceptada por um terceiro, que tem acesso ao conteúdo da conversa, é diferente da quebra de sigilo telefônico, que é o acesso ao histórico de ligações realizadas (MS 25.668)
Busca e apreensão de documentos e equipamentos (HC 71.039)
Condução coercitiva – pode usar da força quando houver negativa de comparecer perante a CPI para prestar depoimento, mas a pessoa pode permanecer calada (não autoincriminação). 
Art. 53, §6º - imunidades parlamentares: existe uma proteção “Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações”. 
	Pode determinar condução coercitiva de um índio para prestar depoimento? STF: HC 80240 – entendeu que a CPI não poderia obrigar a comparecer, se a CPI quiser ouvir o índio, ele terá que ser ouvido no seu ambiente, na sua reserva, com acompanhamento da FUNAI e de um antropólogo. 
Determinar a realização de exames periciais
	As decisões da CPI que interferem no âmbito de proteção de direitos individuais têm que ser fundamentadas de maneira adequada, e, além do mais a fundamentação deverá ser contemporânea à decisão. 
1.1.3) Limites:
A CPI tem que respeitar a cláusula de reserva de jurisdição. São os seguintes poderes que estão limitados a esta cláusula: interceptação telefônica (art. 5º, XII), invasão de domicílio (art. 5º, XI), decretar prisão, salvo flagrante (art. 5º, LXI) e o sigilo imposto à processo judicial (art. 5º, X, LX, art. 93, IX). 
Os direitos e garantias individuais tem que ser respeitados e servem como limites. São eles: privilégio da não autoincriminação (art. 5º, LXIII), sigilo profissional (art. 5º, XIV);
Medidas acautelatórias – é uma cautela para que o provimento final seja efetivo, todavia, a CPI não pode acusar ninguém e nem punir, ela apenas investiga, e não tem como dar um provimento final, assim ela não pode determinar a indisponibilidade de bens (MS 23.480), proibição de ausentar-se do país, arresto, sequestro e hipoteca judiciária (MS 23.452). 
Autonomia dos entes federativos – impede que um ente da federação invada a competência de outro. MS 31.689. 
	Quando há um ato ilegal praticado pela CPI, contra quem é impetrado o MS ou HC? A autoridade coatora é aquela responsável pelo ato ou o presidente da CPI. O STF é quem irá analisar esses MS e HC. 
1.2. CPI estadual 
	Em gral, tudo da CPI federal se aplica à CPI estadual. 
1.2.1) Requisitos: são normas de observância obrigatória, logo, ela tem que ter o mesmo requisito da CPI federal (requerimento de 1/3, prazo certo de duração e determinação do fato a ser apurado). 
	O fato apurado tem que ser do interesse do Estado, não pode ser exclusivamente federal e nem exclusivamente municipal. 
	Em relação aos investigados, existe um aspecto importante: CPI estaduais não têm competência para investigar autoridades com prerrogativa de foro federal (STJ, Pet 1611-AgRg). Ex.: governador, conselheiro do tribunal de contas do estado, pois eles são julgados pelo STJ, e a CPI não pode determinar sua condução coercitiva, não pode investigá-los especificamente, não pode determinar sua quebra de sigilo. 
1.2.2) Poderes: são basicamente os mesmos da CPI federal. ACO 730, STF: a CPI estadual teria competência para quebrar sigilo bancário? Entendimento do STF foi no sentido de que a CPI estadual tem poder para quebrar sigilo bancário, e embora se refira a quebra de sigilo bancário, ela pode quebrar o fiscal e telefônico também. 
1.3. CPI municipal 
	Admite-se, amplamente, sua criação no âmbito municipal. O fundamento para tanto é o princípio da simetria.
	Extensão dos poderes da CPI municipal: a CF reza que a CPI tem poderes de investigação próprios da autoridade judicial, além, de outros previstos no regimento interno, o problema é que não existe poder judiciário nos municípios. Se a CPI municipal tivesse poder próprio de autoridade judicial, estaria havendo ai um acréscimo de competência ao município, estaria atribuindo um poder ao município que não foi dado dela CF, por isso a maioria da doutrina entende que a CPI municipal não tem poderes próprios de autoridade judicial (não pode determinar coerção coercitiva de alguém, por ex.), ele tem apenas os poderes atribuídos pelo regimento interno. RE 96049.
	Tem que ter interesse municipal envolvido, e nada impede a instauração de CPI simultâneas, uma municipal, outra estadual e outra federal. 
2. Garantias do poder legislativo
	Não são privilégios para que os parlamentares fiquem impunes. As garantias existem por finalidades específicas para que o PL possa exercer adequadamente suas funções.
	As garantias tem por finalidades: garantia a independência do poder legislativo e assegurar a liberdade de seus membros, ou seja, o objetivo não é conceder privilégios aos parlamentares e sim assegurar a sua liberdade, para que possam exercer suas funções adequadamente. 
	Essas garantias não são individuais, voltadas para o parlamentar, são garantias institucionais, ou seja, são atribuídas ao legislativo e aos seus membros. Ela é irrenunciável, o parlamentar não pode abrir mão dessas garantias. 
	Afastamento do parlamentar para exercer um outro cargo (ex.: deputados/senadores são convidados para exercer o cargo de ministro de estado) ou quando temporariamente é afastado do cargo, as garantias permanecem? No caso de afastamento, ocorre a suspensão das imunidades, mas não da prerrogativa de foro (súmula 04, STF – está cancelada, este entendimento não faz maisparte do STF, não foi revogada formalmente, mas ela não se aplica mais). 
	AULA – 02/05/14
2.1. Deputados federais e Senadores 
2.1.1. Prerrogativa de foro
	Está prevista inicialmente no art. 53, §1º, CF. 
	Esta prerrogativa começa a ser aplicada a partir da expedição do diploma (diplomação) e vai até o término do mandato. Esta diplomação é equivalente à nomeação no concurso. 
Ex.: Maluf estava respondendo à processos na justiça comum, ai ele foi eleito e os processos foram para o STF, terminado o mandato, eles retonam para a justiça comum. Todavia, existem duas exceções, em que os processos permanecerão no STF, não retornando à justiça comum. 
	“Julgamento” – tem que ser interpretado em conjunto com o art. 102, I, b, CF. Não é qualquer tipo de ação que será julgada pelo STF, é apenas nos casos de infrações penais comuns, ações cíveis, tributárias, popular não são julgados pelo STF. 
	O que são infrações penais comuns? Este art. 102, I, b, é uma regra especial, a regra da aplicação do tribunal do júri é regra geral, então prevalece a regra especial. Por isso, “infrações penais comuns” abrange também: crimes dolosos contra a vida, delitos eleitorais e contravenções penais, além de outros delitos previstos no CP. 
	Durante o período em que o processo estiver tramitando perante o STF, os inquéritos policiais também ficarão sob a responsabilidade do STF. 
	A iniciativa do procedimento investigatório deve ser confiada ao MPF sob a supervisão do Ministro Relator do STF. A PF não está autorizada a abrir de ofício inquérito policial envolvendo autoridades com prerrogativa de foro no STF (pet 3825 – QO).
	Não é preciso licença da respectiva Casa para a instauração do inquérito (RCL 511).
	Exceções: 
Quando o julgamento já tiver sido iniciado antes do término do mandato (Inq. 2295). 
Quando houver renúncia com “abuso” de direito (AP 396 – caso de Natan Dorna Don). 
2.1.2. Imunidade material (substancial)
	São chamadas de inviolabilidade pela CF. Há uma expressão para utilizar esta imunidade: freedom of speech.
	Art. 53, caput - 
	Segundo a doutrina, também estão protegidas a imunidade administrativa e política. A civil foi acrescentada pela EC 35, mas antes mesmo disso o STF admitia que os parlamentares tinham a inviolabilidade civil. 
	O caput não diz a partir de que momento os deputados e senadores são invioláveis. Ainda não tem decisão do STF nesse sentido, mas Novelino acha que o melhor entendimento é a partir da diplomação, tal como a prerrogativa de foro e a imunidade formal. 
	Situações:
Manifestações ocorridas fora do plenário (ex.: no trânsito, numa festa) – só estará protegida se tiver relação com o exercício do mandato. Ex.: Eurico Miranda (deputado e presidente do Vasco) acusou o árbitro de ter recebido dinheiro para beneficiar o outro time, ai o árbitro processou Eurico, que neste caso não estava protegido. 
Manifestações ocorridas no plenário – estão protegidas independentemente de terem relação com o exercício do mandato (Inq. 2295). E se o parlamentar cometer algum tipo de abuso? Eventuais abusos devem ser coibidos pela Casa do parlamentar. 
	Natureza jurídica: é causa excludente de que? 
	O STF vem adotando o seguinte: as imunidades materiais são causas excludentes de tipicidade (Inq. 2273, Pet 4934). Não há tipicidade neste caso, logo, eles não podem ser processados. 
	Parlamentar faz uma denúncia a uma revista de grande circulação (ex.: Roberto Jefferson que denunciou o mensalão, e que na época era deputado) – está protegido pela inviolabilidade. 
	AI 401600 – o STF entendeu que o fato coberto pela inviolabilidade quando divulgado na imprensa também confere proteção aos meios de comunicação. 
	Numa CPI uma pessoa vai prestar depoimento, e, diante de uma situação de exaltação, o parlamentar ofende a honra dessa pessoa, e esta revida. Esta está protegida? Inq. 1247: a resposta imediata a uma injúria perpetrada por parlamentar e acobertada pela imunidade também deve ficar imune. 
2.1.3. Imunidade formal 
	É chamada também de incoercibilidade pessoal relativa. Há a seguinte expressão usada para esta imunidade: freedom from arrest. 
	 A EC 35/01 fez importantes mudanças nessa imunidade. 
	Súmula 245, STF – a imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem esta prerrogativa. Esta súmula não tem sentido na imunidade material porque não há sequer crime, para que haja corréu. 
	Existem duas espécies de imunidade formal: 
Imunidade em relação à prisão: art. 53, §2º, CF: 
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros (maioria absoluta), resolva sobre a prisão. 
	Este artigo busca impedir a prisão do parlamentar por perseguição política.
	Refere-se à prisão penal cautelar, ou seja, a CF não admite a prisão antes da condenação definitiva. Este dispositivo não se aplica no caso de condenação criminal definitiva. 
	Um parlamentar pode ser preso por não pagar pensão alimentar? Um deputado distrital foi preso por esse inadimplemento. Novelino não vê problema algum nisso. 
Imunidade processual 
	Com a EC 35/01 o princípio da improcessabilidade foi substituído pelo princípio da processualidade. 
Súmula 704, STF – quando há conexão ou continência com processo com réu com e sem prerogativa, a atração do processo não viola o juiz natural.
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. 
 § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. 
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. 
	Se o parlamentar for reeleito para novo mandato, não haverá nova a suspensão, ele vai responder (AC 700 – Agr). O crime tem que ser praticado na legislatura, se for na legislatura anterior, o parlamentar reeleito terá que responder. 
2.2. Deputados estaduais: art. 27, §1º, CF
	Guardadas as devidas proporções, aplicam-se as mesmas regras dos deputados federais. 
Atenção: Súmula 03, STF – está cancelada: A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita à justiça do Estado. Quem concedia imunidade aos deputados estaduais eram as constituições estaduais, exclusivamente. E por isso, era restrita ao âmbito estatal, afinal a CE só estabelece normas a serem aplicadas no âmbito estatal. 
	A imunidade dos deputados estaduais, atualmente, não se restringe mais ao território dos respectivos Estados, ela é assegurada em todo o território nacional. 
	A CE pode ser mais rigorosa que a CF? Ou mais generosa? STF: as regras referentes aos parlamentares federais devem ser aplicadas de forma integral e imediata aos parlamentares estaduais.
	Integral = não pode haver qualquer diferença de tratamento, tem que ser integralmente aplicada aos deputados estaduais, não sendo mais rigorosa e nem mais generosa, não pode ir além e nem ficar aquém.
	Imediata = as regras da CF são aplicadas imediatamente, independente da CE produzi-las. 
	Havia divergência com a CF enquanto as CE não se adaptavam ao novo sistema, quando da transição, e ai se aplicava o que? CE ou CF? CF. 
	Prerrogativa de foro: o tribunal competente para DE na prática de crimes comuns será o TJ. 
	DE pratica crime doloso contra a vida: TJ ou júri? Súmula 721, STF – esta súmula se aplica para os DE? A prerrogativa de foro dos DE são apenas as da CE, ou aplica-se também a eles a CF?OUVIR!!!!!!!!!!!!!! O STF interpreta a palavra imunidades no sentido de abranger não apenas as imunidades formais (as materiais já estão consagradas quando se fala em inviolabilidade), mas também a prerrogativa de foro. A competência é estabelecidatambém pela CF.
	A competência do TJ para crimes comuns abrange também os crimes dolosos contra a vida (não se aplica a súmula 721, STF – pois a competência não é estabelecida exclusivamente pela CE). 
	O TJ julga crimes comuns, inclusive dolosos contra a vida. Mas se DE comete crime eleitoral, vai para o TRE.
	Se o crime for contra bens, interesses ou serviços da União, de autarquias ou empresas públicas federais, a competência será do TRF. 
	TJ
	Crimes dolosos contra a vida
	TRE
	Crimes eleitorais
	TFR
	União, autarquias, empresas públicas federais
2.3. Vereadores
	A CF inovou em relação a eles. Antes não existia qualquer imunidade, e ai passaram a ter imunidade material. Esta imunidade material não é tão ampla quanto a dos DF, Senador, DE, ela é restrita ao local do município. 
	Art. 29, VIII, CF – Circunscrição do município significa os limites territoriais do município. Novelino não concorda com essa interpretação, ele acha que as imunidades deveriam ser protegidas, desde que relacionadas ao município e não no sentido de ser dentro do município.
	Gilmar Mendes, JAS, HC 74201: dentro dos limites territoriais do município é que o vereador teria a imunidade material. É o que prevalece. 
	Vereador tem imunidade formal em relação a prisão ou ao processo? As CE poderiam criá-las, apesar da CF não prever? Não, o STF diz ser inconstitucional. 	Segundo o entendimento do STF as imunidades formais não podem ser estendidas aos vereadores pelas CE (ADI 558). 
	Prerrogativa de foro: A CF não prevê! O STF endente que ao contrário da imunidade formal, a CE pode atribuir esta prerrogativa aos vereadores. Se a CE previr isto, a competência será do TJ. Se a CE não previr, não há prerrogativa. E de lei orgânica previr isso? Não, pois estaria criando competência para o TJ, e ela não pode fazer isso, apenas a CE é que pode estabelecer competências para o TJ. 
	Súmula 721, STF – se a CE prevê a prerrogativa de foro esta súmula será aplicada. 
Incompatibilidades e perda de mandato 
	Tudo que será analisado aqui são normas de observância obrigatória e se estendem aos DE e vereadores. 
	As inelegibilidades podem ser absolutas (a própria CF estabelece, art. 14, §4º); ou relativas (art. 14, §6º). A inelegibilidade se aplica antes das eleições. 
	As incompatibilidades se aplicam após as eleições. Elas impedem, após a diplomação ou após a posse, a prática de determinados atos pelo eleito ou o exercício de determinados cargos empregos, função ou empregos públicos remunerados.
	Crimes de responsabilidade: são mecanismos de fiscalização colocados a disposição do PL para controlar membros do executivo e do judiciário. 
Art. 29-A, §3º - § 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
	As incompatibilidades estão no art. 54, e não se aplicam aos suplentes. 
	O parlamentar que se afasta do cargo de parlamentar continua tendo essas incompatibilidades. Estas e demais hipóteses de perdas de mandato se aplicam a parlamentares licenciados, uma vez que estes não perdem o vínculo com a Casa (art. 56, I) (MS 25.579 – MC).
3.1. Cassação e extinção do mandato 
	A cassação decorre de uma decisão da maioria absoluta dos membros da Casa, eles irão decidir pela maioria absoluta. EC 56/13 – não há mais previsão de votação secreta (art. 55, §2). 
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)
	Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
	Na extinção não há decisão sobre a perda do mandato, há apenas uma declaração da mesa da Casa respectiva, que poderá ser feita de ofício ou por provocação. É um ato vinculado. Art. 55, §3º: 
Ex.: quebra de decoro – o judiciário não poderá entrar no mérito da decisão – este é caso de cassação. 
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa (é anual), à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; 
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
	Não adiante renunciar depois de já instaurado o processo. 
	15/05/14
PROCESSO LEGISLATIVO
PEGAR COMEÇO parte que fala do objeto 
1. Aspectos introdutórios
Objeto: 
	Os parlamentares têm direito público subjetivo à observância do devido processo legislativo constitucional. É o previsto na CF, se este processo não for observado, o direito do parlamentar estará sendo violado, e o instrumento que ele poderá utilizar para exigir a observância do processo legislativo é o mandado de segurança. A legitimidade é do parlamentar que esteja participando do processo legislativo, é o parlamentar da respectiva casa. Neste caso, o judiciário vai exercer um controle preventivo. 
	Existe o processo legislativo previsto no regimento interno do parlamento, e eles não dão margem à impetração do MS, pois isso é uma questão interna corporis, a ser resolvida internamente, dentro daquele poder. Aqui não cabe o controle pelo STF. 
	Todas as normas constitucionais a serem analisadas, de processo legislativo, são normas de observância obrigatória pelos Estados e pelos municípios. As constituições estaduais e as leis orgânicas municipais têm que observar tais normas (ex.: não pode um Estado estabelecer 4/5 para que a sua constituição seja mudada, já que a CF prevê 3/5; ex.: o veto, antigamente, era feito em escrutínio secreto, então uma constituição estadual tinha que prever assim também, mas como agora a CF prevê o escrutínio em aberto, nas demais constituições terá que ser assim). 
	Quanto à forma de organização política, o processo legislativo adotado pela CF é indireto ou representativo, ou seja, nós elegemos parlamentares para eles nos representarem, e não há uma vontade vinculada à vontade daqueles que o elegeram, podendo votar a favor ou contra a qualquer projeto de lei, sem qualquer vinculação com o eleitorado. É uma espécie de cheque em branco que damos aos parlamentares.
	Há uma plurimodalidade de processo legislativo, várias sistemáticas para a aprovação de atos legislativos primários. 
2. Espécies de processo legislativo 
	Basicamente, existem três espécies:
Ordinário – É o processo utilizado para a elaboração de leis ordinárias. É a regra geral. Apenas quando houver um tipo de norma específica para o processo legislativo é que não será ordinário. 
Sumário – A diferença básica é o tempo de duração desse processo. Este deve ter uma duração máxima de 100 dias. Só pode ser desencadeado pelo Presidente da República, em projeto de iniciativa dele. A câmara tem 45 dias para apreciar, o senado tem mais 45 dias para discutir e votar. E se o senado fizer alguma emenda? A emenda volta para a câmara, e esta terá mais 10 dias para apreciar a emenda proposta pelo senado. E se estes prazos não forem cumpridos? As demais deliberações deverão ser suspensas. Uma exceção a este prazo é que durante o recesso, estes prazos não correm, ficam suspensos. Outra exceção é a apreciação de projetos de códigos, que são leismais complexas, e, com isso eles não podem ser discutidos e votados em 100 dias, tem que haver uma ampla discussão. 
§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
	As medidas provisórias têm prazo constitucional determinado (60+60), então, mesmo que a câmara não respeite o prazo do processo legislativo sumário, as MP não ficam suspensas. 
§ 3º - A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
	É para o caso de emendas aditivas ou modificativas, se for emenda supressiva não precisa voltar para a câmara. 
§ 4º - Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
Especiais – Emendas Constitucionais/Leis Complementares/Medidas Provisórias/Leis Delegadas/Resoluções/Decretos Leis.
3. Fases do processo legislativo 
	Ele é composto por três fases.
3.1. Fase introdutória
	Analisa-se a iniciativa do processo legislativo, basicamente. Há quatro espécies: comum (geral), concorrente, exclusiva e privativa. 
	A comum ou geral é aquela em relação a qual não há restrição quanto ao legitimado para iniciar o processo legislativo. Não se restringe o legitimado para propor a iniciativa. Esta é a regra dentro do processo legislativo. 
	A iniciativa concorrente ocorre quando a constituição atribui a legitimidade a mais de uma autoridade. Não é comum, que pode ser feita por qualquer um, mas também não é especial, que só pode ser feita por um. Ex.: matéria tributária – a iniciativa pode ser do chefe do executivo ou dos parlamentares. 
	A exclusiva é aquela atribuída a apenas um legitimado e que não comporta delegação. Elas têm um caráter excepcional. Elas devem ser interpretadas de maneira restritiva, assim como todas as normas excepcionais. Logo, não se pode permitir, através de uma analogia, um outro legitimado. Competências excepcionais não se presumem e devem ser interpretadas restritivamente. 
	As iniciativas exclusivas não podem ser ampliadas por lei. Ex.: art. 61, §1º - a CF chama de privativa, mas a rigor, esta iniciativa é exclusiva, pois ela não pode ser delegada, o presidente não pode delegar nenhuma dessas iniciativas a nenhuma outra autoridade. 
	Art. 61, b: matéria tributária não é de iniciativa exclusiva do presidente. Segundo o STF, esta matéria tributária é exclusiva do presidente apenas nos Territórios. 
	Matéria orçamentária – é de iniciativa exclusiva do presidente, em toda a União, tendo em vista o art. 165, CF.
	Alínea d: As normas gerais são concorrentes, pois o PGJ pode ter a iniciativa.
	Outras iniciativas exclusivas: art. 51, IV; art. 52, XIII; art. 93; art. 96, II, b; art. 99, §2º. Nenhuma delas pode ser delegada. 
	A privativa é atribuída a apenas um legitimado, todavia, pode ser delegada. 
	Não são todos os autores que fazem esta distinção entre privativa e exclusiva, para eles estes termos são usados indistintamente, a CF não faz esta distinção, é minoria (Gilmar Mendes, Fernanda Menezes). 
	Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
	Não há diferença no que se refere à iniciativa de LC e LO, não há qualquer distinção. 
LC x LO – há diferença com relação à matéria (LO = matéria residual; LC = matéria reservada). E se LC tratar de matéria de LO e vice versa? A LO não pode tratar de matéria reservada a LC, sob pena de ser invalidada, será inconstitucional. Uma LC pode tratar de matéria residual (LO) sem ser invalidada, uma vez que o seu quorum de aprovação é mais elevado, e, portanto, não haverá qualquer prejuízo (economia legislativa). Neste caso, a lei será formalmente complementar, mas materialmente ordinária, e como consequência jurídica, é que esta lei poderá ser futuramente revogada por uma lei ordinária. Logo, LO pode revogar LC, quando a lei for materialmente ordinária e formalmente complementar (ADC 01, RE 377457– este entendimento foi o adotado pelo STF). O quórum de aprovação na LC é de maioria absoluta, e LO é de maioria relativa. No que tange à hierarquia, isso foi uma questão bastante discutida, hoje o entendimento está pacificado no seguinte sentido: não há hierarquia entre LC e LO, ambas possuem campos materiais distintos. A posição do STF e STJ é esta também. 
	
	PE
	PL
	PJ
	MP
	Outros
	LC e LO
	Presidente da República
	Qualquer membro ou comissão 
	STF e os Tribunais Superiores 
	Procurador Geral da República 
	Cidadãos (1% do eleitorado nacional)
	EC (art. 60, I, II, III)
	Presidente da República
	1/3 dos membros da Câmara ou do Senado 
	
	
	Mais de 50% da assembleia legislativa (maioria relativa)
OBS.: No caso do PJ e MP – não é matéria de lei sobre qualquer assunto, tem que ser matéria do art. 92, 93 e matérias relacionadas ao MP. 
Cabe iniciativa popular de EC? Art. 61, § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
	Pode ser aplicado, por analogia, para EC? Pode ser feita uma interpretação sistemática da CF para isso? Para JAS sim, deve ser feita uma interpretação sistemática, e, por analogia, este §2º pode ser aplicado para EC. Mas este não é entendimento majoritário. Não há posição do STF a respeito disso. O entendimento majoritário da doutrina é no sentido de que não se deve admitir iniciativa popular de PEC. Prevalece o entendimento de que o art. 61 é uma regra geral, e o 60, I, II e III seria uma exceção, e nesta não houve previsão de iniciativa popular.
	Vício de iniciativa: o vício de iniciativa do presidente da república pode ser suprido por uma sanção posterior? Súmula 5, STF : este entendimento está superado. Após a CF/88, o STF tem considerado o vício de iniciativa insanável.
3.2. Fase constitutiva
	São todas as fases posteriores a iniciativa.
Discussão: os assuntos, antes de serem aprovados, são debatidos dentro das casas legislativas, essa discussão acontece nas comissões (CCJ e temáticas) e nos plenários das duas casas. Há, de qualquer forma, uma deliberação. 
Votação: em regra, elas devem ocorrer no plenário. Todavia, existe uma exceção no art. 58, §2º, CF. Às comissões são atribuídos o tratamento de determinado temas, sem que eles passem pelo plenário, podendo, as comissões, até mesmo aprová-los. O regimento interno tem que prever esta hipótese, e poderá ter recurso de 1/10 dos membros da Casa. 
Emenda: Cabe emenda em projeto de iniciativa exclusiva? A emenda pode ser proposta mesmo que o projeto seja de iniciativa exclusiva. Com isso, o que a CF reserva ao legitimado é apenas a iniciativa, apenas o ponta pé inicial, nada impedindo que o parlamento apresente EC. Art. 63, CF – a emenda em si não é proibida, apenas o aumento da despesa originariamente prevista é que é proibido. Art. 63, I e II. ADI 3114 – o STF adota o seguinte entendimento: a emenda deve guardar pertinência com o projeto de iniciativa exclusiva, e não pode desfigurá-lo. Caso contrário haveria o contrabando legislativo, com esse fato de colocar no projeto de lei algo que não tenha haver com o assunto principal ali tratado. 
	Qualquer legitimado pode apresentar emendas aditivas,ou seja, acrescentar algo ao projeto de lei originário. Se for emenda supressiva, apenas o parlamentar pode.
Os PL se iniciam na camara. A exceção ocorre quando é apresentado por um senador, e ai a câmara atua como revisora. Mas nos demais casos começa sempre na câmara, sendo esta a casa iniciadora e o senado a revisora. 
Se o senado fizer emenda aditiva ou modificativa, como o projeto original foi alterado, ele tem que retorar para a câmara. 
A câmara não pode fazer emenda da emenda do senado, caso contrário o processo legislativo viraria “ping pong”. Portanto, não pode a emenda da emenda. 
Aprovação: o quorum é diferente para LO, LC e EC. 
	Quórum para que a votação seja possível na câmara e no senado. Votação de LO, LC e EC = maioria absoluta. 
	Maioria absoluta é mais da metade dos membros, o que dá, atualmente, 257 na câmara (total = 513), e no senado 41 (total = 81)
	O quórum de aprovação é que é diferente. Art. 47, CF = é a regra geral. 
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos (maioria relativa – quorum de aprovação), presente a maioria absoluta de seus membros (quorum de aprovação).
	Vale não só para o plenário como também para as comissões. Maioria dos votos é a maioria dos presentes, ou seja, maioria relativa, é o quórum de aprovação. Presente a maioria absoluta de seus membros = quórum de votação. O quorum de votação não tem exceção na CF. 
	Quorum de aprovação: LO = art. 47, maioria relativa;
	LC = art. 69, maioria absoluta (257 membros)
	EC = art. 60, par. 2º, 3/5, ou seja, 60% dos parlamentares e em dois turnos de votação. 
	Se uma matéria for rejeitada numa seção legislativa. Quando poderá ser reapresentada? Veremos na próxima aula. 
	30/05/14
Lei ordinária = quorum de maioria relativa, ou seja, mais de 50% dos presentes, art. 47
LC – maioria absoluta, mais de 50% dos membros daquela casa, art. 69
EC = 3/5 dos parlamentares, ou seja, 60% dos membros, art. 60, §2º
Seção legislativa é anual = art. 57, CF.
Quando matéria constante de PL ou PEC é rejeitada em sessão legislativa ela pode ser apresentada na mesma sessão? Depende, há uma regra para leis e outra para EC.
No caso das leis, tanto LO quanto LC, a previsão está no art, 67, CF. É admitido que a matéria rejeitada seja apresentada na mesma sessão legislativa, mas tem que ser reapresentada pela maioria absoluta dos membros, ou da câmara dos deputados ou do senado federal. 
No caso de PEC é diferente, o art. 60, §5º, não permite que uma PEC rejeitada numa sessão seja apresentada na mesma sessão legislativa. Só poderá na sessão seguinte. 
OBS.: A legislatura é o período de 4 anos. 
MP editada pelo PR for rejeitada ou prejudicada = art. 62, §10
MP tem eficácia imediata. Se fosse possível que ela fosse apresentada na mesma sessão legislativa, o PR poderia apresentar a MP, e o congresso rejeitar, e no dia seguinte o PR poderia apresentá-la de novo, por isso que há vedação. Portanto, dentro da mesma sessão legislativa, a MP não poderá ser reeditada, só na sessão legislativa seguinte é que poderá. 
Sanção ou veto: 
	Estas são as opções que o PR tem. 
	Não há sanção e nem veto de proposta de emenda, o chefe do legislativo só participa na fase inicial, ele tem apenas a iniciativa, após isso, ele não participa de nenhuma outra fase. Isso ocorre não são os mesmos poderes que fazem emendas e que fazem leis, são poderes distintos, embora exercidos pelas mesmas pessoas. Estas pessoas quando exercem estes poderes estão investidas de funções distintas. 
	Quanto à sanção, tem-se duas espécies: expressa ou tácita. Art. 66, §1º e §3º.
	Na expressa, o PR dá uma manifestação expressa, e ela ocorre no prazo de 15 dias úteis. Se neste prazo o PR não se manifestar, haverá a concordância tácita. 
	Pode ainda ser total ou parcial. Que diz respeito à extensão da sanção.
	O veto pode ser expresso ou tácito, assim como a sanção? Obviamente que não, pois seu silêncio é uma concordância tácita. Assim, o veto tem que ser expresso, e ele terá que fazer em 15 dias úteis. 
	Quanto a sua natureza, o veto pode ser político ou jurídico. O PR analisa politicamente a viabilidade do projeto de lei, a análise não é do conteúdo jurídico. Isso é interessante para a sociedade? Ex.: PL aprovado na câmara de SP em que os vereadores colocaram fim ao rodízio na cidade de SP. Neste caso, não se analisa se ele é constitucional ou não, se é compatível ou não com a constituição, analisa-se apenas o interesse público, no veto político.
	No veto jurídico o chefe do executivo veta um PL não por considerado contrario ao interesse público, mas sim por considerá-lo inconstitucional, há ai uma análise jurídica. Se nesta análise o chefe entender que não é compatível com a constituição, ele pode vetar o PL por considerá-lo inconstitucional.
	Quanto à extensão o veto poderá ser total ou parcial. Se há sanção parcial há veto parcial. 
OBS.: Veto parcial = ele pode abranger apenas uma palavra ou expressão? No caso de declaração de inconstitucionalidade não precisa abranger todo o artigo, parágrafo, alínea ou inciso, podendo atingir apenas uma palavra ou expressão, desde que não afete o significado do restante do dispositivo. No caso do veto isso não ocorre, a regra é diferente, não pode vetar apenas uma palavra ou expressão, tem que abranger, necessariamente, ou todo o artigo, ou parágrafo, ou alínea ou inciso. Logo, no caso do veto, tem que abranger todo o dispositivo vetado. 
	O veto pode ser absoluto ou relativo? Todo o veto é relativo, pois ele pode ser derrubado pelo congresso nacional, tendo em vista o sistema de freios e contrapesos. Até a sanção é projeto de lei, quando o projeto é sancionado ele se torna lei, o PR pode vetar o PL, e como o veto é relativo, ele pode ser derrubado posteriormente no CN. Para que o veto seja derrubado é necessário a maioria absoluta do CN que vai deliberar em 30 dias, em uma sessão conjunta a respeito daquele veto.
	Antes o veto era analisado em escrutínio secreto, com a nova EC, ele é analisado em escrutínio aberto. 
OBS.: Retratação – se o PR vetar o PL não pode haver depois a retratação do veto. Destarte, não se admite a retratação do veto pelo PR e nem a retratação de sua derrubada pelo congresso nacional. 
OBS.: O veto político não pode ser analisado pelo poder judiciário, pois seria um absurdo os juízes substituir a vontade daqueles que foram politicamente eleitos. E no caso do veto jurídico? Pode o judiciário interferir nesta decisão? O STF tem adotado o entendimento de que não cabe ao judiciário analisar a legitimidade do veto (ADPF 1). Todavia, na doutrina há quem defenda que o veto jurídico poderia ser sim objeto de apreciação pelo judiciário (Gustavo Binenbojm – UERJ), tendo em vista que o chefe do executivo pode usar o projeto de lei (PL) como um artifício para dificultar a aprovação de uma lei, ainda que possa ser derrubado, pois para derrubar é exigido a maioria absoluta, enquanto que para aprovar basta a maioria simples. 
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
§ 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.
 § 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)[1: Na resolução do CN foi estabelecido que tem que haver uma sessão solene para

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