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Esquema Livro Novelino - 2015 HAM MARTINS REGIS Capítulo 9 – Hermenêutica Constitucional 1) Cânones Tradicionais: São metanormas de natureza principiológicas que podem contribuir para a formação de uma pré-compreensão jurídica (função heurística – inventar), ou ainda para fundamentar uma interpretação já adotada. São abordados desde Savigny (Gramatical, Sistemático, Lógico e Histórico), sendo seu pensamento, embora ainda utilizado, não capaz de solucionar todos os problemas de interpretação. • Argumento Semântico – Gramatical, aborda a linguagem. Uma vez que a Constituição tem linguagem vaga e aberta, exige-se do intérprete postura mais criativa, devendo ser considerado também que a Constituição possui texto voltado a toda sociedade e não somente a aplicadores do direito; • Argumento Sistemático – normas não existem isoladamente. Este argumento é especificado pelos seguintes Princípios: ◦ Princípio da Unidade da Constituição; ◦ Princípio do Efeito Integrador; ◦ Princípio da Concordância Prática; • Argumento Lógico; • Argumento Histórico: ligado à mens legislatoris, às razões que motivaram o texto normativo, à exposição de motivos e debates parlamentares; • Argumento Teleológico (Ihering): se opõe ao argumento histórico, para buscar a finalidade da norma; • Argumento Comparativo: Busca fundamentos em outros países. Lembrar do Estado de Coisas Inconstitucional (Colômbia). 2) Contribuição da Doutrina Alemã Destacam-se os seguintes princípios: Princípio da Unidade da Constituição Fundado na interpretação sistemática. Considerado como mais importante princípio na Corte da Alemanha. Deve haver harmonização das tensões e contradições entre as normas da Constituição. Impede a existência da inconstitucionalidade das normas originárias (STF). Princípio do Efeito Integrados Busca a integração política e social. Não é reconhecido na Alemanha como princípio autônomo. O STF utiliza mais como reforço argumentativo do que como parâmetro interpretativo (mais argumentação do que interpretação). Princípio da Concordância Prática Ponderação (coordenar para reduzir o alcance de bens jurídicos. Buscar não chegar ao sacrifício total de nenhum bem em conflito. Também fundamentado na Unidade da Constituição. Novelino defendeu que a ponderação só pode ser usada como último recurso, ou seja, em casos de maior complexidade. Princípio da Força Normativa É um objetivo a ser seguido pelo intérprete. Busca tornar mais eficazes as normas constitucionais. No STF atua ao lado do Princípio da Máxima Efetividade. 1 Esquema Livro Novelino - 2015 HAM MARTINS REGIS Capítulo 9 – Hermenêutica Constitucional Princípio da Máxima Efetividade Funda-se no argumento de que as normas programáticas são atuais. Busca maior efetividade dos direitos fundamentais, para que os dispositivos que os veiculem sejam interpretados de forma ampla. Princípio da Conformidade Funcional Tem como objeto a distribuição de funções procedida pela Constituição. Um Órgão não pode usurpar funções constitucionalmente previstas para outro. É o fundamento que impede o entendimento acerca da mutação constitucional sobre o art. 52, inciso X, da CF/88. No Direito Alemão ainda foram criados os seguintes métodos para a interpretação constitucional: Método Hermenêutico Clássico (Ernest Forsthoff) Entende que os critérios clássicos de Savigny (Gramatica, Lógico, Sistemático e Histórico) são suficientes para a interpretação Constitucional. Novelino reconhece a importância desses critérios, mas indica como insuficientes para a interpretação constitucional. Indica que foram criados para a interpretação do Direito Privado. Método Científico Espiritual (Rudolf Smend) Funda-se em dois elementos: - Elemento Valorativo: Considera um sistema de valores subjacentes à Constituição (não entendi essa parte); - Elemento Integrativo: Deve considerar a integração comunitária (também pouco esclarecedor). Difere-se dos métodos positivistas por exigir postura mais crítica quanto ao conteúdo das normas. A Constituição adquire uma feição mais política do que jurídica. Método Problemático Theodor Viehweg Também é uma reação ao positivismo jurídico. Utiliza a técnica do pensamento problemático, onde os argumentos são submetidos a pontos de vista favoráveis e contrários para chegar ao mais conveniente. Tem como apoio o consenso ou o senso comum. Não existem respostas verdadeiras, mas sim argumentos que se impõem pela força do convencimento. Busca por premissas, se opondo ao raciocínio sistemático que se funda em premissas já dadas anteriormente. Críticas: - Ausência de análise da jurisprudência; - Conduz ao casuísmo; - Inverte o caminho, vez que o intérprete parte da norma para o caso concreto. 2 Esquema Livro Novelino - 2015 HAM MARTINS REGIS Capítulo 9 – Hermenêutica Constitucional Método Hermenêutico- Concretizador (Konrad Hesse) Sistematizou catálogo de princípios (unidade, efeito integrador, concordância prática, conveniência das liberdades pública, força normativa, máxima efetividade e conformidade social). A interpretação surge do caso concreto (interpretação e aplicação formam um processo unitário). A pré-compreensão deve ser exposta de forma consciente e fundamentada, para evitar o arbítrio e o subjetivismo inconsciente. Método Normativo- Estruturante (Friedrich Müller) É a aplicação dos critérios clássicos de Savigny, todavia com a preocupação da concretização (impossível isolar a norma da realidade). Fala-se em concretização e não interpretação. Distingue norma (decorre de diversos aspectos: materiais legais, manuais ditáticos, comentários e estudos, precedentes judiciais e Direito Comparado) e texto normativo (não possui normatividade). Método Concretista da Constituição Aberta (Peter Häberle) Se preocupa com os intérpretes da Constituição e não com o trabalho de interpretar, defendendo a ampliação do círculo de intérpretes da Constituição. Defende que todo aquele que vive no contexto regulado pela Constituição é seu legítimo intérprete. Crítica: possibilidade de interpretações divergentes resultando na quebra da unidade da Constituição e diminuição da. força normativa No Brasil, influenciou a criação do amicus curiae, e também das audiências públicas nas ações de controle de constitucionalidade. 3) Contribuição da Doutrina Americana Interpretativismo x Não-Intepretativismo Interpretativismo: A interpretação não pode fugir do que contém o texto (textualismo), ou também da vontade do constituinte (originalismo). Não Interpretativismo: Posição mais progressista. O papel tem papel protagonista haja vista que tem o dever de desenvolver o texto constitucional para atender as exigências do presente. Teoria do Reforço da Democracia Hart Ely A jurisdição constitucional deve servir para garantir o bo funcionamento da democracia. Deve deixar a democracia seguir o seu curso regular, atuando somente nos casos de mau funcionamento. Minimalismo X Maximalismo Minimalismo: É o Judiciário agindo somente dentro do que é provocado, deixando de emitir opiniões ou interferir em outros campos. Maximalismo: É o Judiciário proferindo decisões com mais profundidade e largura. 3 Esquema Livro Novelino - 2015 HAM MARTINS REGIS Capítulo 9 – Hermenêutica Constitucional Pragmatismo Jurídico A decisão judicial não leva somente em consideração as consequências internas, mas também outras consequências a todo o sistema. Tem viés mais empírico, por ser avesso ao uso de teorias morais e políticas abstratas. Duas etapas na aplicaçãoda norma: - Define o propósito da norma; - Escolhe o resultado que melhor permita alcançar a finalidade da norma. A discricionariedade do Juiz tem de ser limitada, mas não eliminada. Leitura Moral da Constituição (Dworkin) Os princípios têm papel considerável, principalmente nos casos difíceis (hard cases). Em contraposição ao sistema de regras, propõe o modelo “polices, principles e rules”. Não há como se impor limites puramente mecânicos ou semânticos. As restrições devem ter como base sim os “bons argumentos”. 4) Integração da Constituição Novelino defende que as lacunas constitucionais devem ser preenchidas pelos mesmos critérios da legislação comum (analogia, costumes e princípios gerais de direito), todavia, ressaltou que atualmente a própria existência de lacunas é questionada, já que, em tese, tudo é preenchível por mandamentos consittucionais. 4
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