Buscar

Oficina de Instrumentos e Tecnicas completa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Oficina de 
Instrumentos e Técnicas 
do Serviço Social
Luciane de Cássia de Faria
Adaptada/Revisada por Luciane de Cássia de Faria (janeiro/2013)
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Oficina de Instrumen-
tos e Técnicas do Serviço Social, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao 
aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila 
é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 COMPETÊNCIAS DO ASSISTENTE SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE ................. 7
1.1 Resumo do Capítulo .......................................................................................................................................................8
1.2 Atividade Proposta ..........................................................................................................................................................9
2 A INSTRUMENTALIDADE NO SERVIÇO SOCIAL ............................................................. 11
2.1 A Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social .................................................................................12
2.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................13
2.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................13
3 O TÉCNICO OPERACIONAL NO SERVIÇO SOCIAL ........................................................ 15
3.1 Instrumentos e Técnicas .............................................................................................................................................15
3.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................17
3.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................17
4 OS INSTRUMENTOS DE TRABALHO ....................................................................................... 19
4.1 Os Instrumentos de Trabalho Direto .....................................................................................................................19
4.2 A Observação Enquanto Instrumento ..................................................................................................................20
4.3 A Entrevista .....................................................................................................................................................................21
4.4 Dinâmica de Grupo ......................................................................................................................................................24
4.5 Reuniões ...........................................................................................................................................................................24
4.6 Mobilização de Comunidade ...................................................................................................................................25
4.7 Visita Domiciliar .............................................................................................................................................................26
4.8 Visita Institucional ........................................................................................................................................................27
4.9 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................30
4.10 Atividades Propostas ................................................................................................................................................30
5 OS INSTRUMENTOS DE TRABALHO INDIRETO .............................................................. 31
5.1 Atas de Reunião ............................................................................................................................................................32
5.2 Livros de Registro .........................................................................................................................................................32
5.3 Diário de Campo ...........................................................................................................................................................33
5.4 Parecer Social .................................................................................................................................................................34
5.5 Relatório Social ..............................................................................................................................................................35
5.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................37
5.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................37
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 39
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 41
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
O objetivo geral do curso de Serviço Social é oferecer-lhe subsídios para formação profissional, 
fundamentada na competência teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa preconizadas 
na Lei de Regulamentação da Profissão nº 8.662/1993.
Dessa forma, esta apostila busca apresentá-lo ao curso de Serviço Social da Universidade de Santo 
Amaro (Unisa), na modalidade a distância, e à operacionalização da intervenção profissional através dos 
Instrumentos e Técnicas enquanto disciplina norteadora para o cotidiano profissional.
Saiba que compreender a prática profissional em suas especificidades requer um aprofundamento 
teórico acerca do contexto em que o Serviço Social se fundamenta no processo histórico de sua conso-
lidação. 
Assim, esta disciplina visa a desenvolver a capacidade de utilização de instrumentos técnico-ope-
rativos do Serviço Social inserida em um processo reflexivo abrangente de articulação dos conceitos 
teórico-metodológicos com o cotidiano da prática profissional, tendo ainda a importância da investiga-
ção como ponto fundante da prática profissional.
Entenda qual o objetivo desta apostila e da disciplina Oficina de Instrumentos e Técnicas do ServiçoSocial:
O principal objetivo é instrumentalizá-lo(a) para a prática profissional, considerando o instrumento 
não apenas como mediador da ação, e priorizar a compreensão dos reflexos do posicionamento político 
e ideológico do profissional através de processo investigativo e de vivências coletivas, articulando pro-
fissão e realidade, além de contribuir para a sua compreensão quanto à importância da utilização das 
técnicas operativas do Serviço Social.
Com tudo isso, caro(a) aluno(a), é pretendido o desenvolvimento de competências e habilidades, 
como você pode observar abaixo:
Competência: Trazer a dimensão técnica operativa se apropriando dos instrumentos e técnicas 
consagrados da intervenção do Assistente Social.
Habilidade: Capacidade de utilização da visita domiciliar, da entrevista, reunião e confecção de re-
latório social enquanto instrumentos de trabalho do profissional.
Além disso, proporcionar a capacidade de utilização de instrumentos técnico-operativos do Servi-
ço Social inserida em um processo reflexivo abrangente de articulação dos conceitos teórico-metodo-
lógicos com o cotidiano da prática profissional, tendo ainda a importância da investigação como ponto 
fundante da prática profissional.
A capacitação para a compreensão e o uso adequado dos procedimentos utilizados pelo Assistente 
Social, discutindo as dimensões da prática profissional, incluindo os instrumentais de intervenção indivi-
duais e coletivos utilizados na relação direta com a população, também é um objetivo deste.
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
6
Para tanto, a presente apostila contextualizará a profissionalidade do Serviço Social, a qual é coti-
dianamente construída, conduzida e reconstruída no movimento entre conservadorismo e renovação, 
o que mobiliza a intervenção dos Assistentes Sociais e a compreensão da posição que dimensiona o 
instrumental de tal intervenção.
Os métodos utilizados para o desenvolvimento do conteúdo perpassaram por ações lúdicas perti-
nentes à modalidade do ensino a distância para, assim, conduzi-lo à reflexão sobre a categoria de traba-
lho do Assistente Social através do uso de instrumentos e técnicas.
Portanto, é nosso intuito que a disciplina oportunize-lhe fortalecer o contínuo conhecimento ne-
cessário para o aprimoramento da formação profissional.
Será um prazer acompanhá-lo ao longo deste trajeto.
Bons estudos!
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
7
COMPETÊNCIAS DO ASSISTENTE 
SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE1 
O exercício da profissão exige um sujeito profissional que tenha competência para propor, 
para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas 
qualificações e atribuições profissionais. Requer ir alem das rotinas institucionais para buscar 
apreender, no movimento da realidade, as tendências e possibilidades, ali presentes, passíveis de 
serem apropriadas pelo profissional, desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho.
(IAMAMOTO, 2009, p. 25).
Caro(a) aluno(a), na trajetória histórica da 
profissão, o Assistente Social sempre procurou 
relacionar teoria e prática e romper com a com-
preensão da predominância da prática sobre a 
teoria, buscando inserir a prática não como prati-
cismo nem vendo a profissão apenas como uma 
aplicadora de conhecimentos, mas sim enten-
dendo sua prática e entendendo-se no conjunto 
da vida social, não aceitando e não assumindo, 
assim, uma prática imediatista.
Por isso, é importante que possamos iniciar 
uma conversa sobre os instrumentos e técnicas, 
entendendo que a questão dos instrumentos e 
técnicas existe desde o início da profissionaliza-
ção e que, mesmo assim, continua em processo 
de construção e reconstrução. 
Você deve saber também que a prática pro-
fissional é medida não apenas pelo fazer cotidia-
no, mas também pelas determinações históricas, 
assim como um trabalho concreto e de valor so-
cial, orientado por conhecimentos e princípios 
éticos.
Para que possamos seguir com o objetivo 
proposto, se faz necessário introduzir as compe-
tências profissionais enquanto habilidades fun-
damentais para a garantia da qualificação profis-
sional. 
Veja que a competência da prática do As-
sistente Social se constrói dentro do contexto no 
qual está inserida sua atuação e sempre busca um 
Assistente Social competente e preocupado com 
a ampliação dos direitos sociais universais e con-
tra as desigualdades.
A competência é uma construção do su-
jeito que trabalha, numa relação direta 
com o contexto no qual está inserido e 
nas relações de poder que aí estão pos-
tas, fica claro que não é somente necessá-
ria a qualificação adquirida na formação 
(teórica, metodológica e técnica), mas 
algo que está para além, talvez ligado 
as capacidades múltiplas que emergem 
de uma situação particular de trabalho. 
(SOUZA; AZEREDO, 2003, p. 10).
As ações profissionais são processos de 
configuração da profissão e sua construção se dá 
na realidade social concreta, nas relações sociais, 
nas necessidades e nas expectativas de práticas 
determinadas, na reconfiguração de tais necessi-
dades e na criação de novas relações.
Então, o Assistente Social se depara com as 
multiplicidades e diversidades sociais em função 
do espaço sócio-ocupacional em que atua. Nes-
se sentido, cabe a este profissional contemporâ-
neo estar informado e ser:
 
[...] crítico e propositivo, que aposte no 
protagonismo dos sujeitos sociais. Mas 
também um profissional versado no ins-
trumental técnico-operativo, capaz de 
realizar as ações profissionais, aos níveis 
de assessoria, planejamento, negociação, 
pesquisa e ação direta, estimuladoras da 
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
8
participação dos usuários na formulação, 
gestão e avaliação de programas e ser-
viços sociais de qualidade. (IAMAMOTO, 
2001, p. 144).
Contudo, pode-se afirmar que a competên-
cia profissional perpassa pela formação e pelas 
práticas institucionais cotidianas. Assim, apre-
sentam-se a seguir as três dimensões de compe-
tências que devem ser do domínio do Assistente 
Social. Lembrando que as três dimensões não po-
dem ser desenvolvidas separadamente, porém, 
apesar de fundamental, é sempre um grande de-
safio articular teoria e prática.
Aqui nesta apostila, serão tratadas apenas 
três competências:
ƒƒ Competência ético-política: o poder 
do assistente social não adota posturas 
nem permeia ações de neutralidade, 
mas sim de intervenções que estejam 
subsidiadas por posicionamento ético-
-político, uma vez que a prática do As-
sistente Social perpassa as relações de 
poder e forças sociais, exigindo do pro-
fissional compreensão e posicionamen-
to frente à realidade social. A ação pro-
fissional tem seus basilares ético-morais 
DicionárioDicionário
Por espaço sócio-ocupacional pode-se entender o 
local de intervenção profissional. Local este onde 
os Assistentes Sociais se definem, se configuram e 
estabelecem sua identidade.
expressos no Código de Ética Profissio-
nal dos Assistentes Sociais (Resolução 
CFAS nº 273/1993), que evidencia a pos-
tura profissional frente à especificidade 
de sua intervenção. 
ƒƒ Competência teórico-metodológica: 
saber profissional – deve traçar cami-
nhos que permitam ao Assistente Social 
apreender e reconhecer, na realidade 
social, a particularidade de sua inter-
venção, pautando seu conhecimento 
para além da prática empírica e pelas 
matrizes teórico-metodológicas do Ser-
viço Social que permitam ao profissio-
nal traduzir e construir novas possibili-
dades profissionais.
ƒƒ Competência técnico-operativo: para 
realizar sua prática interventiva junto à 
população que utiliza seus serviços, o 
Assistente Social, devido à particulari-
dade e muitas vezes à emergencialida-de do cotidiano profissional, necessita, 
precisa desenvolver estratégias e habili-
dades técnicas que lhe permitam efeti-
var sua prática profissional.
Você viu que as competências do Assistente 
Social apresentadas se referem ao poder, ao saber 
e ao fazer profissional?
Observou? Porém, compete ao profissio-
nal uma constante e permanente formação para 
garantir o aprimoramento das competências, in-
clusive a competência técnico-operativo, sobre a 
qual esta apostila trabalha.
1.1 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), este breve capítulo apresentou as competências que o profissional do Serviço 
Social deve ter, além de possibilitar o entendimento quanto à importância da contribuição da formação 
profissional no processo de aprofundamento de tais competências, visto que o poder e o saber profis-
sionais estão intrinsecamente ligados à sua competência ético-política, teórico-metodológica e técnico-
-operativa, perpassando sempre pelo nosso código de ética, assim como perpassa pela formação e pelas 
práticas institucionais cotidianas.
Oficina de Instrumentos e Técnicas do Serviço Social
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
9
1.2 Atividade Proposta
Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se fixou bem o conteúdo? Assim, responda à 
pergunta abaixo:
1. O Assistente Social se depara com as multiplicidades e diversidades sociais em função do es-
paço sócio-ocupacional em que atua. Nesse sentido, o profissional contemporâneo deve estar 
informado e ser:
2. Quais as competências que o profissional deve ter domínio para que possa desenvolver uma 
boa prática?
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
11
Caro(a) aluno(a), diante da temática desta 
disciplina, é de extrema importância que você sai-
ba que o fazer profissional se dá através de instru-
mentos e técnicas, no entanto faz-se importante 
compreender, antes de tudo, a instrumentalida-
de. A instrumentalidade aqui pode ser entendida 
como a capacidade que o Assistente Social tem 
para possibilitar mudanças em suas intervenções, 
ou seja, na sua prática.
Para que você tenha maior compreensão 
sobre o que seja a instrumentalidade, trago um 
autor chamado Brandão (2006), que diz o seguin-
te:
a instrumentalidade do Serviço Social é 
o espaço onde a profissão se consolida 
e se materializa, permitindo a união das 
dimensões instrumental, técnica, política, 
pedagógica e intelectual da intervenção 
profissional. Essa visão integrada entre 
os diversos elementos possibilita que os 
processos e práticas sociais sejam tradu-
zidos em ações técnicas e politicamente 
comprometidas. Salienta-se, ainda, a im-
portância de agir metodologicamente, 
com base no conhecimento do objeto 
sobre o qual se trabalha, a fim de estabe-
lecer as estratégias da ação profissional 
com vistas à construção de uma instru-
mentalidade eficiente e ética para o con-
texto político atual. (p. 26).
Sendo o Serviço Social uma profissão inter-
ventiva e o “fazer” profissional dado pela instru-
mentalidade, esta pode ser entendida como a 
capacidade de instrumentalizar as ações, de criar, 
elaborar e aplicar um conjunto de instrumentos 
com o intuito de intervir em uma dada realidade.
A INSTRUMENTALIDADE NO 
SERVIÇO SOCIAL2 
A instrumentalidade do Serviço Social 
coloca-se não apenas como a dimensão 
constituinte e constitutiva da profissão 
mais desenvolvida, referenda pela prática 
social e histórica dos sujeitos que a rea-
lizam, mas, sobretudo como campo de 
mediação no qual os padrões de racio-
nalidade e as ações instrumentais se pro-
cessam enquanto conduto de passagem 
das racionalidades; ações instrumentais, 
enquanto atividades finalísticas; e o grau 
de abrangência das modalidades da ra-
zão que iluminam as ações profissionais. 
(GUERRA, 2009, p. 37-38).
Portanto, a instrumentalidade pode ser consi-
derada como indicativo teórico-prático de interven-
ção profissional e também subsidiária da metodolo-
gia do Serviço Social.
O Assistente Social, Intervenção e Realidade
A ação profissional está condicionada ao momen-
to histórico em que ela é desenvolvida, assim, é 
importante ter compreensão de que a realidade 
social é complexa e heterogênea e que o Assis-
tente Social, a partir de sua intervenção, deve 
localizar o lugar ocupado pelos instrumentos de 
trabalho utilizados em sua prática.
CuriosidadeCuriosidade
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
12
Caro(a) aluno(a):
Se são os objetivos profissionais (cons-
truídos a partir de uma reflexão teórica, 
ética e política e um método de investi-
gação) que definem os instrumentos e 
técnicas de intervenção (as metodologias 
de ação), conclui-se que essas metodolo-
gias não estão prontas e acabadas. Elas 
são necessárias em qualquer processo 
racional de intervenção, mas elas são 
construídas a partir das finalidades esta-
belecidas no planejamento da ação reali-
zado pelo Assistente Social. Primeiro, ele 
define ‘para quê fazer’, para depois se de-
finir ‘como fazer’. Mais uma vez, podemos 
aqui identificar a estreita relação entre as 
competências teórico-metodológica, éti-
co-política e técnico-operativa. (SOUSA, 
2008, p. 124).
O que se pretende aqui é alertá-lo(a) que, 
enquanto futuro profissional, os instrumentos 
e técnicas de intervenção em hipótese alguma 
poderão ser mais importantes que os objetivos 
da sua ação, pois, se assim o forem, perderá a di-
mensão do emprego do instrumento.
O Assistente Social deve ter habilidades 
técnicas de manuseio do instrumento de traba-
lho e compreender a realidade, a qual é dinâmi-
ca, pois só assim saberá adaptar determinados 
instrumentos para responder às necessidades 
cotidianas e que sejam eficazes na produção das 
mudanças desejadas pelo profissional.
DicionárioDicionário
Habilidades técnicas: você pode entender este ter-
mo como o que o profissional sabe fazer baseado 
na teoria. É quando se atua tendo experiência e 
conhecimento do assunto.
Essas mudanças desejadas estão atreladas 
pela instrumentalidade, pois possibilita ao profis-
sional objetivar suas respostas, uma vez que esta 
é uma capacidade que o Serviço Social vai adqui-
rindo à medida que concretiza tais objetivos. É 
através dessa capacidade que o profissional mo-
difica, transforma e altera as condições objetivas e 
subjetivas, assim como as relações interpessoais e 
sociais existentes no cotidiano da realidade social. 
“Assim, pensar a instrumentalidade do Serviço So-
cial é pensar para além da ‘especificidade’ da pro-
fissão: é pensar que são infinitas as possibilidades 
de intervenção profissional.” (SOUSA, 2008, p. 124).
Esta é uma reflexão sobre as possibilidades 
de entendimento quanto à instrumentalidade do 
Serviço Social, a qual não limita o Serviço Social 
ao desencadeamento de ações instrumentais, 
nem ao exercício de atividades imediatas, muito 
pelo contrário, constitui grau de racionalidade 
que permite ao profissional apreender e a atuar 
sobre a totalidade dos processos socais.
2.1 A Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social
Caro(a) aluno(a), podemos aqui entender a 
instrumentalidade como uma característica que a 
profissão adquire no interior das relações sociais 
e como característica sócio-histórica, pois possi-
bilita o atendimento das demandas e o alcance 
de objetivos, de respostas profissionais e sociais.
Os Assistentes Sociais passam a dar ins-
trumentalidade a suas ações na medida em que 
demandam sua intervenção, convertendo con-
dições, meios e instrumentos para o alcance de 
seus objetivos, alterando assim o cotidiano da 
profissão e também das classes socais.
AtençãoAtenção
“A instrumentalidade do Serviço Social adquire 
importância na medida em que se dá no espa-
ço de mediação da profissão, onde se pensam 
em alternativas concretas e na possibilidade de 
se atingiras finalidades institucionais. Com estes 
dados, é possível perceber que os profissionais 
incorporam em seus instrumentos e técnicas a 
legislação pertinente à área da Assistência Social.” 
(BRANDÃO, 2006 p. 125).
Oficina de Instrumentos e Técnicas do Serviço Social
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
13
Saiba que o profissional possui modos par-
ticulares de operacionalizar sua ação, a qual não 
se realiza sem instrumentos técnicos, político, 
teórico e de pressupostos éticos, que incorporem 
o projeto profissional. Portanto, o Assistente So-
cial tem capacidade criativa e propositiva, com 
potencialidade de utilização dos “instrumentos 
consagrados da profissão, mas também de criar 
outros tantos que possam produzir mudanças na 
realidade social, tanto em curto quanto em mé-
dio e longo prazos.” (SOUSA, 2008, p. 124).
Na afirmação da sua instrumentalidade, 
o assistente social acaba por utilizar-se 
de um repertorio técnico operativo co-
mum a outras profissões sociais, porém 
a intencionalidade posta na utilização do 
instrumental técnico porta a tendência 
de propiciar resultados condizentes com 
a perspectiva para a qual sua ação se di-
recionou. A maneira como o profissional 
utiliza os instrumentos e técnicas his-
toricamente reconhecidos na profissão 
encontra-se referenciada pelas expectati-
vas que sustentam suas ações. (GUERRA, 
2009, p. 203).
2.2 Resumo do Capítulo
2.3 Atividades Propostas
Caro(a) aluno(a), neste capítulo você pode verificar que a instrumentalidade não é a operaciona-
lização da prática em si, mas sim um modo de aperfeiçoa-la, é a capacidade que o profissional adquire 
para modificar/transformar sua prática, inclusive criando novos instrumentos de trabalho. A instrumen-
talidade antecede a discussão de instrumentos e técnicas, pois possibilita à ação profissional a capacida-
de de instrumentalizar as ações, de criar, elaborar e aplicar um conjunto de instrumentos com o intuito 
de intervir em uma dada realidade.
Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se fixou bem o conteúdo, assim, responda às 
perguntas abaixo:
1. A instrumentalidade possibilita que o profissional objetive suas respostas, uma vez que esta 
é uma capacidade que o Serviço Social vai adquirindo à medida que concretiza tais objetivos. 
Então, pense sobre as possibilidades de atuação que o Assistente Social tem.
2. Foi apontado que o profissional possui modos particulares de operacionalizar sua ação, a qual 
não se realiza sem instrumentos técnicos, político, teórico e de pressupostos éticos. Assim, po-
de-se afirmar que: 
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
15
Caro(a) aluno(a), neste capítulo você irá estudar sobre os instrumentos e as técnicas do Serviço So-
cial, buscando compreender como se dá a operacionalização destes no cotidiano profissional. 
O TÉCNICO OPERACIONAL NO 
SERVIÇO SOCIAL3 
3.1 Instrumentos e Técnicas
Sabemos que a prática do Serviço Social é 
realizada através de instrumentos e técnicas, pois 
são estes que permitem a operacionalização da 
proposta de ação, ou seja, o Assistente Social se 
utiliza de instrumentos e técnicas para concreti-
zar sua prática e a prática é sempre orientada a 
partir da ação/reflexão da realidade.
Saiba que a utilização do instrumental tem 
amplo significado para o resultado das ações, 
pois ele possibilita a construção de propostas, 
fundamentos, argumentos e estratégias de inter-
venção, facilitando, assim, o acesso aos usuários 
e a socialização de informações, e assinalando o 
processo de transformação que o profissional al-
meja.
A dimensão técnica-instrumental sempre 
teve um lugar de destaque, seja do pon-
to de vista do afirmar deliberadamente a 
necessidade de consolidação de um ins-
trumental técnico-operativo ‘específico’ 
do Serviço Social (falamos aqui em es-
pecial da tradição norte-americana, que 
teve forte influência sobre o Serviço So-
cial brasileiro, sobretudo entre os anos 40 
e 60), seja no sentido de afirmar o Serviço 
Social como um conjunto de técnicas e 
instrumentais – em outras palavras, uma 
tecnologia social. (SOUSA, 2008, p. 120).
Veja que Sousa (2008) fala que os instru-
mentos e técnicas sempre foram utilizados pelo 
Serviço Social, e que em sua trajetória histórica o 
Serviço Social criou novos instrumentos e novas 
técnicas de intervenção; sendo que essa proposi-
tura o tirou da condição de mero executor das po-
líticas sociais, levando-o ao desempenho de fun-
ções como elaboração, planejamento e gerência. 
Por isso, a necessidade constante de aperfeiçoa-
mento e modernização das ações profissionais 
para que este esteja sempre atualizado e pronto 
a responder as demandas atuais. Lembre-se da 
instrumentalidade, sobre a qual estudamos no 
capítulo anterior.
[...] historicamente o Serviço Social vem 
se valendo em sua ação profissional de 
instrumentos e técnicas. Mas, em face das 
discussões que vimos tratando no decor-
rer do trabalho pudemos perceber que 
se o instrumento é a maneira (crítica) de 
potencializar a ação, a técnica é a melhor 
maneira (crítica) de fazê-lo. Esta expressão 
impossibilita percebê-los separadamen-
te na ação profissional, embora, ao nível 
do pensamento, possamos apanhar suas 
respectivas identidades distinguindo-as. 
Então, tendemos a denominar aos instru-
mentos e técnicas, chamados tradicional-
mente, de instrumental-técnico, reforçan-
do que este hífen não é por acaso, mas 
representa que realmente não se separam 
um do outro. (SARMENTO, 1994, p. 228).
Veja que Sarmento (1994) traz uma bela de-
finição para os instrumentos e técnicas; podemos, 
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
16
então, resumir essa definição como: instrumental 
é um conjunto articulado de instrumentos e téc-
nicas que permitem a operacionalização da ação 
profissional. E ainda: o instrumento é estratégia, 
e a técnica é a habilidade no uso do instrumen-
to. Você entendeu? O instrumento é o que fazer, a 
ação; e a técnica é o como fazer. 
É importante saber que cada instrumento 
de trabalho possui características peculiares e 
que as suas possibilidades de utilização não se 
esgotam e não são estáticas, assim, cada profis-
sional pode e deve ir adotando formas, maneiras 
de melhor utilização deles. Lembre-se de Marilda 
Iamamoto (2001), quando fala da necessidade de 
o profissional ser crítico, criativo e propositivo.
A utilização das metodologias de ação se dá 
cotidianamente e o profissional ainda constrói ou-
tras novas na busca de aperfeiçoar a intervenção 
social. Essa possibilidade de construção de novos 
instrumentos e técnicas faz parte do processo de 
construção do conhecimento profissional. Mas é 
importante que o profissional saiba que o instru-
mento metodológico, seja ele qual for, não con-
siste em um fim em si mesmo.
Você também deve entender que:
O acervo de instrumentos e técnicas não 
são, necessariamente, específicos do 
Serviço Social. Ele pertence às ciências 
sociais e humanas. Há, contudo, uma es-
pecificidade no uso desses instrumentos 
pelo Serviço Social, a qual precisa ser de-
finida, pensada e trabalhada pelo conjun-
to da categoria – a começar na formação 
profissional – a partir de seus objetivos, 
de seus princípios, de seus objetos, de 
suas demandas e de sua direção social. 
Trabalhar essas particularidades se faz 
necessário no sentido de construir um 
acervo mínimo de referência a ser garan-
tido no ensino dos instrumentos e técni-
cas. (SANTOS, 2007, p. 86).
Caro(a) aluno(a), os instrumentos e as téc-
nicas do Serviço Social, assim como o relaciona-
mento, a observação, a entrevista, a reunião e a 
documentação, foram adaptados à ação profis-
sional de maneira acrítica. Portanto, é imprescin-
dível, na prática profissional, ter clareza do como, 
quando, para quê e para quem eu faço.Veja como Iolanda Guerra se refere a essa 
questão da necessidade de compreensão e clare-
za quanto à finalidade da intervenção profissio-
nal:
Há algo que precede a discussão de ins-
trumentos e técnicas para a ação pro-
fissional, que no nosso entendimento 
refere-se à sua instrumentalidade, ou 
melhor, à dimensão que o componente 
instrumental ocupa na constituição da 
profissão. Para alem das definições ope-
racionais (o que faz, como faz), necessita-
mos compreender ‘para que’ (para quem, 
onde e quando fazer) e analisar quais as 
conseqüências que no nível ‘mediato’ as 
nossas ações profissionais produzem. 
(GUERRA, 2009, p. 30).
Entenda que a utilização dos instrumentos 
e técnicas possuem uma relação quase direta 
com a prática e que não dispensa o conhecimen-
to teórico, exigindo assim um conhecimento me-
todológico. Portanto, você não deve considerar 
que, para operacionalizar a prática, apenas o en-
sino teórico seja suficiente. Temos que considerar 
também outros tipos de conhecimentos, como 
procedimental.
Saiba maisSaiba mais
Os instrumentos e as técnicas como forma de inter-
venção na pluralidade da prática respondem às ne-
cessidades dos Assistentes Sociais diante da realidade 
social e dos diferentes contextos, portanto devemos 
sempre sistematizar nossa prática para podermos re-
construir a história da profissão.
Oficina de Instrumentos e Técnicas do Serviço Social
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
17
3.3 Atividades Propostas
3.2 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), neste capítulo foi-lhe apresentado o conceito do instrumental técnico do Serviço 
Social, que trata de um conjunto articulado de instrumentos e técnicas, assim como a apresentação de 
uma discussão sobre o uso desse conjunto pelos Assistentes Sociais.
Este capítulo também traz uma apresentação sobre a necessidade de o profissional ser um agente 
crítico, criativo e propositivo no sentido de adaptar e criar novos instrumentos e técnicas, criando assim 
uma maior possibilidade de intervenção no seu cotidiano de trabalho.
Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se fixou bem o conteúdo, assim, responda às 
perguntas abaixo:
1. Em sua trajetória histórica, o Serviço Social criou novos instrumentos e novas técnicas de in-
tervenção. Você consegue apontar alguns instrumentos e técnicas criados recentemente pelo 
Assistente Social?
2. Foi-lhe apresentado que as características dos instrumentos e as possibilidades de sua utiliza-
ção são imensas. Comente esta afirmação. 
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
19
Neste quarto capítulo lhe será apresentado 
os principais instrumentos e técnicas emprega-
dos pelo Assistente Social em seus espaços sócio-
OS INSTRUMENTOS DE TRABALHO4
4.1 Os Instrumentos de Trabalho Direto
Caro(a) aluno(a), a partir de então lhe apre-
sentarei um conteúdo seguindo a concepção de 
Sousa (2008), pois ele nos traz os instrumentos 
do Serviço Social divididos em dois momentos. O 
primeiro, em instrumentos de trabalho direto e o 
segundo, em instrumentos de trabalho indireto.
Neste capítulo, você irá estudar sobre os 
instrumentos de trabalho direto, os quais tam-
bém podem ser chamados de instrumentos “face 
a face”, pois se trata do recurso de interação e 
comunicação primordial na intervenção do As-
sistente Social. Assim, uma interação direta com 
o usuário, a qual podemos entender como uma 
intervenção de interação face a face. 
A autora Selma Magalhães nos fala sobre tal 
contato:
Charles Toniolo de Sousa é Assistente Social do 
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, 
Mestrando em Serviço Social da Universidade 
Federal do Rio de Janeiro e Professor da Escola 
de Serviço Social da Universidade do Grande Rio 
(SOUZA, 2008).
CuriosidadeCuriosidade
A interação face-a-face permite que a 
enunciação de um discurso se expresse 
não só pela palavra, mas também pelo 
olhar, pela linguagem gestual, pela en-
tonação, que vão contextualizar e, pos-
sivelmente, identificar subjetividades de 
uma forma mais evidenciada. Sob esse 
enfoque, pode-se dizer que o discurso 
direto expressa uma interação dinâmica. 
(MAGALHÃES, 2003, p. 29).
Seguindo a proposta de apresentar alguns 
instrumentos de trabalho “face a face”, seguem al-
guns instrumentos e técnicas considerados como 
os mais utilizados no cotidiano da prática profis-
sional do Assistente Social.
São eles: observação, entrevista, dinâmica 
de grupo, reunião, visita domiciliar e visita insti-
tucional.
-ocupacionais na relação direta com os usuários, 
ou seja, os instrumentos empregados que o pro-
fissional utiliza no contato direto com o usuário.
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
20
A observação é um instrumento “face a 
face” que sempre foi utilizado pelo Serviço Social. 
Seu foco é a realidade com perspectiva de consta-
tação pessoal, sendo esta a mais completa e exata 
possível.
Saiba que na busca de constatação pes-
soal, a observação deve ser direta na pessoa, na 
sua maneira de falar, atitudes, gestos, olhares, 
maneira de ser, seu comportamento, o que diz e 
como diz, maneiras de se expressar, tensão ner-
vosa, o que não diz (silêncios, suspiros, expressão 
no olhar etc.), tendo claro que essas atitudes de-
vem ter como objetivo o esclarecimento do que 
se passa no seu íntimo e a compreensão de seus 
sentimentos em relação ao problema e ao pró-
prio caso.
É preciso observar tudo o que parecer ne-
cessário, procurando ver as coisas como realmen-
te o são, compreendendo o usuário e seus proble-
mas.
Saiba que o Assistente Social deve ter cla-
ro que, a partir do momento em que estabelece 
uma relação social com o outro, além de observa-
dor, também passa a ser observado, pois o outro 
possui expectativas quanto às intervenções que 
serão realizadas pelo profissional. 
4.2 A Observação Enquanto Instrumento
Por isso, a observação não deve ser fria ou, 
como querem alguns, “neutra”, em que o profis-
sional pensa estar numa posição de não envol-
vimento com a situação, pois, durante a obser-
vação, ele participa diretamente do processo de 
conhecimento acerca da realidade que está sen-
do investigada. 
Nesse caso, caro(a) aluno(a), a observação 
pode ser denominada “observação participante”, 
uma vez que “o profissional, além de observar, 
interage com o outro, e participa ativamente do 
processo de observação.” (SOUSA, 2008, p. 126).
O que é Observar?
Em uma perspectiva crítica não basta olhar, é 
preciso ver fundo. Não é apenas especular, mas, 
é descodificar, é compreender as interlocuções 
causais. É ver fundo o singular sem desprezar o 
geral, é aproximar-se da realidade observada para 
ver o aparente, identificando-o e, ser capaz de ver 
além do que se apresenta, do que é dado ao ob-
servador, mediante o movimento do abstrato ao 
concreto. (SARMENTO, 1994, p. 239).
CuriosidadeCuriosidade
Saiba maisSaiba mais
Sendo a observação um instrumento de interven-
ção, este implica em apreender:
•	 as interlocuções do usuário;
•	 as representações;
•	 como se dá a reprodução das relações;
•	 os movimentos da realidade e a mesma realidade 
enquanto contexto em nível individual, grupal, 
populacional e da organização socioinstitucional.
Quanto aos aspectos da observação que devem ser 
destacados como dados relevantes, seguem:
•	 a aproximação Assistente Social x Usuário;
•	 apreensão dos pré-conceitos da população;
•	 fórmulas desenvolvidas em sua produção e trans-
mitidas, do pré-conceito ao conhecimento da re-
alidade (compreensão e explicação);
•	 captar o mundo da aparência (que penetra na 
consciência) que contem a essência e a oculta.
Oficina de Instrumentos e Técnicas do Serviço Social
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
21
4.3 A Entrevista
A entrevista é um instrumento de interven-
çãoprofissional, assim como os demais, não ex-
clusivo do Serviço Social, porém sendo utilizada 
pelo Assistente Social ela está direcionada para 
desvelar o real – decodificar e retotalizar os dados 
apreendidos, ou seja, conhecer a realidade, com-
preendendo o universo vocabular, compreen-
dendo representações, valores e seus significa-
dos, estes também objetivos da entrevista.
Com tudo isso, fica claro que a entrevista 
trata-se de um diálogo entre o Assistente Social e 
o usuário com a pretensão de estudo, diagnóstico 
e intervenção. Ela sempre parte da necessidade 
do indivíduo. Ficou claro?
Caro(a) aluno(a), a entrevista pode ser indi-
vidual ou grupal, e, para clarear mais, o autor Sar-
mento diz o seguinte:
Destacamos então, que a entrevista é 
sempre uma relação face-a-face entre 
duas ou mais pessoas, sendo que a dife-
renciação em seu uso é dada pela manei-
ra e a intenção de quem a pratica mais, 
reconhecendo que é uma relação de dis-
tancia e envolvimento, conhecimento e 
ação, pensamento e realidade, interação 
e conflito, mudar e ser mudado. (SAR-
MENTO, 1994, p. 254).
O profissional entrevistador sempre inte-
ra com o usuário mediante uma instituição, ou 
seja, geralmente há a solicitação pela instituição 
para que o profissional realize a entrevista. Tanto 
o Assistente Social, quanto o usuário possuem 
AtençãoAtenção
A entrevista pode ser utilizada por qualquer pro-
fissional, mas é importante que você não se es-
queça que o Assistente Social tem especificida-
des profissionais em sua utilização. 
objetivos com a realização da entrevista, os quais 
não necessariamente com o mesmo fim. Mas é 
o entrevistador que deve conduzir o diálogo e 
direcioná-lo para os objetivos que se pretendem 
alcançar. Tais objetivos, nem sempre são possíveis 
de se conciliar, no entanto, é necessário o estabe-
lecimento de uma relação de poder entre os dois 
sujeitos, na qual o Assistente Social aparece em 
uma posição hierarquicamente superior. 
Mas se defendemos a democracia e o res-
peito à diversidade como valores éticos 
fundamentais da nossa profissão, o mo-
mento da entrevista é um espaço que o 
usuário pode exprimir suas ideias, vonta-
des, necessidades, ou seja, que ele possa 
ser ouvido (em tempo: ser ouvido não é 
concordar com tudo o que usuário diz). 
Estabelecer essa relação é fundamental, 
pois se o usuário não é respeitado nes-
se direito básico, não apenas estaremos 
desrespeitando-o, como prejudicando o 
próprio processo de construção de um 
conhecimento sólido sobre a realidade 
social que ele está trazendo, comprome-
tendo toda a intervenção. (SOUSA, 2008, 
p. 127).
Você entende que entrevistar é mais do que 
conversar? Sim? Além disso, o Assistente Social 
é um profissional que possui conhecimentos e 
deve possuir um rigoroso aporte teórico-meto-
dológico, pois, durante a entrevista, pode emitir 
suas opiniões e valores. Tais conhecimentos são 
importantes e necessários a fim de possibilitar 
um planejamento sério da entrevista, assim como 
a busca do alcance de objetivos estabelecidos 
para sua realização.
Alguns aspectos ainda precisam estar em 
mente quando da realização da entrevis-
ta, como a consciência dos nossos precon-
ceitos; aceitação e tolerância para aceitar 
o comportamento e atitudes; constante 
observação sobre o que a pessoa diz e, 
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
22
também, acerca do que ela não diz, ou 
ainda, certos fatos como tensões do cor-
po, enrubescimento, excitabilidade, me-
lancolia, etc.; a arte de ouvir com atenção 
para apreender a narrativa e apreciar os 
comentários; a arte de perguntar pauta-
da na cordialidade, correspondência e, 
interesse em compreender e auxiliar, a 
arte de conversar no sentido de inspirar 
confiança ou encorajar o entrevistado, 
levando-o a discutir com maior profundi-
dade sobre pontos relevantes; a arte de 
responder perguntas pessoais, com se-
gurança e franqueza, pois podem indicar 
o começo do estabelecimento da relação 
intima entre entrevistador e entrevista-
do; liderança e direção para poder guiar 
a conversa de forma que determine se 
poderá ou não prestar auxílio; a interpre-
tação dos múltiplos aspectos daquilo que 
constitui o problema na sua realidade e 
que é apresentado pelo assistido. (SAR-
MENTO, 1994, p. 252).
Caro(a) aluno(a), a entrevista também pode 
ser utilizada na pesquisa científica, o que não é 
o foco nesta disciplina, porém, nesta situação, ela 
pode ser: estruturada, semiestruturada, aberta e 
semiestruturada, aberta, projetiva, grupos focais 
e de segmento. Assim, para seu conhecimento, 
passo a discorrer brevemente sobre elas:
Então vamos lá.
A entrevista estruturada é elaborada me-
diante questionário estruturado, no qual as per-
guntas são previamente formuladas e o entre-
vistador deve ter o cuidado de não fugir delas. O 
principal motivo deste zelo é a possibilidade de 
comparação do mesmo conjunto de perguntas. 
DicionárioDicionário
A pesquisa científica trata-se de um estudo plane-
jado, uma investigação sobre dado problema, em 
que o aspecto científico de investigação caracteri-
za o método de abordagem, com vistas à resolu-
ção de problemas ou questões apresentadas atra-
vés da aplicação do método científico.
As entrevistas semiestruturadas combinam 
perguntas abertas e fechadas e nelas o informan-
te tem a possibilidade de discorrer sobre o tema 
proposto, não exigindo uma ordem rígida nas 
questões.
 O pesquisador deve seguir um conjunto de 
questões previamente definidas, mas ele o faz em 
um contexto muito semelhante ao de uma con-
versa informal. Caracteriza-se por traçar diretri-
zes previamente elaboradas que servem de eixo 
norteador para o desenvolvimento da entrevista. 
Este formato oportuniza uma entrevista que se 
adapta ao entrevistado, mantendo uma flexibili-
dade na exploração das questões e facilitando a 
otimização de tempo, o tratamento mais sistemá-
tico aos dados, melhor eficiência para entrevistas 
em grupos e permite introduzir novas questões 
em seu processo de execução.
Já a entrevista aberta e semiestruturada 
tem como vantagem a flexibilidade quanto à sua 
duração, a produção de uma melhor amostra da 
população de interesse, o favorecimento de res-
postas espontâneas mediante interação entre 
o entrevistador e o entrevistado, possibilitando 
maior liberdade e surgimento de questões ines-
peradas, a possibilidade de uma abertura e pro-
ximidade maior entre entrevistador e entrevis-
tado, permitindo abordagem de assuntos mais 
complexos e delicados. Ela colabora bastante na 
investigação dos aspectos afetivos e valorativos 
dos informantes.
Entrevistas abertas atendem às finalidades 
exploratórias, são bastante utilizadas para o de-
talhamento de questões e formulações mais pre-
cisas dos conceitos relacionados. Nesse formato 
de entrevista, o entrevistador propõe um tema e 
seu processo de execução se dá através de uma 
conversa emergida do contexto imediato, ou seja, 
a intervenção do entrevistador acontece a partir 
da temática a que se propõe. Geralmente é uti-
lizada na descrição de casos individuais para a 
compreensão de especificidades de determina-
dos grupos e para a comparabilidade de diversos 
casos. 
Oficina de Instrumentos e Técnicas do Serviço Social
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
23
A entrevista projetiva é a utilização de re-
cursos visuais, em que o entrevistador possa mos-
trar cartões, fotos, filmes etc. ao informante. Uma 
técnica que evita respostas diretas e é utilizada 
para aprofundar informações sobre determinado 
grupo ou local. 
Já a entrevista com grupos focais trata-se de 
estímulo de discussão grupal em forma de debate 
aberto sobre um tema de interesse comum. A es-
colha do grupo se dá mediante ideias e opiniões 
do interesse da pesquisa. Ogrupo pode ser for-
mado por 6 a 8 participantes. Devemos conside-
rar também que a discussão em grupo visa, mui-
tas vezes, complementar a entrevista individual e 
permite a observação dos participantes. Nela, é 
possível aprofundar reflexões e provocar a aproxi-
mação dos sujeitos, além de obter opiniões, iden-
tificar relevâncias e valores dos entrevistados.
As entrevistas de seguimento possibilitam 
a continuidade do estudo social, da intervenção 
e da avaliação que se iniciou na entrevista inicial. 
AtençãoAtenção
Atenção, futuro(a) Assistente Social, seguem algumas sugestões e recomendações quanto à realização de 
entrevistas: 
“A escolha do método não deve ser rígida, mas sim rigorosa. O entrevistado deve utilizar qualquer método ou con-
junto de métodos com rigor cientifico; 
O autor aconselha, na medida do possível, falar a mesma língua do entrevistado, ou seja, o profissional deve descer 
do pedestal cultural e deixar de lado momentaneamente seu capital cultural para que ambos, entrevistador e entre-
vistado, possam se entender. Se isso não acontecer, provavelmente o entrevistado se sentirá constrangido e a relação 
entre ambos se tornará difícil. O entrevistador deve fazer de tudo para diminuir a violência simbólica que é exercida 
através dele; 
Durante a entrevista, o entrevistador precisa estar sempre pronto a enviar sinais de entendimento e de estímulo, com 
gestos, acenos de cabeça, olhares e também sinais verbais como de agradecimento, de incentivo. O entrevistado 
deve notar que o entrevistador está escutando sua narrativa atentamente;
A entrevista deve proporcionar um bem-estar ao entrevistado para que ele possa falar sem constrangimento de sua 
vida e de seus problemas. Quando isso ocorre, surgem discursos extraordinários;
O entrevistador deve levar em conta que, no momento da entrevista, ele estará convivendo com sentimentos, afetos 
pessoais, fragilidades e, por isso, deve ter todo respeito pela pessoa pesquisada. O entrevistador deve lembrar-se de 
que cada um dos pesquisados faz parte de uma singularidade; cada um deles tem uma história de vida diferente, tem 
uma existência singular;
Durante todo o processo da pesquisa, o entrevistador terá que ler nas entrelinhas, ou seja, ele terá de ser capaz de 
reconhecer as estruturas invisíveis que organizam o discurso do entrevistado. Dessa forma, durante a entrevista, o 
entrevistador precisará estar alerta, pois o entrevistado poderá tentar impor sua definição de situação de forma cons-
ciente ou inconsciente. Ele também poderá tentar passar uma imagem diferente dele mesmo. 
Em relação à atuação ou à postura do entrevistador no momento da entrevista, este não deve ser nem muito austero, 
nem muito efusivo, nem falante demais, nem demasiadamente tímido. O ideal é deixar o informante à vontade a fim 
de que não se sinta constrangido e possa falar livremente.” (BRANDÃO, 2006, p. 99-100). 
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
24
4.4 Dinâmica de Grupo
Figura 1 – Teamwork.
Fonte: http://www.plurivalor.com/site/images/_products/team-
work_2.gif.
Com sua origem na Psicologia Social, a di-
nâmica de grupo surgiu como instrumento de 
pesquisa do comportamento humano em peque-
nos grupos. Posteriormente, a área social fez des-
te um instrumento de trabalho para intervenção 
na realidade social dos grupos a quem se dirige.
Sucintamente, a dinâmica de grupo é uma 
técnica que utiliza jogos, brincadeiras, simulações 
de determinadas situações, com vistas a permitir 
que os membros do grupo produzam uma refle-
xão acerca de uma temática definida. No caso do 
Serviço Social, uma temática que tenha relação 
com o objeto de sua intervenção – as diferentes 
expressões da “questão social”. 
Observe que a dinâmica de grupo pode ain-
da ser entendida, segundo Sousa (2008), como:
[...] um recurso que pode ser utilizado 
pelo Assistente Social em diferentes mo-
mentos de sua intervenção. Para levan-
tar um debate sobre determinado tema 
com um número maior de usuários, bem 
como atender um maior número de pes-
soas que estejam vivenciando situações 
parecidas. E nunca é demais lembrar que 
é o instrumento que se adapta aos objeti-
vos profissionais – no caso, a dinâmica de 
grupo deve estar em consonância com as 
finalidades estabelecidas pelo profissio-
nal. (p. 130).
4.5 Reuniões
Caro(a) aluno(a), vamos agora fazer uma 
conversa sobre as reuniões? As reuniões são espa-
ços coletivos que têm como objetivo determinar 
alguma reflexão acerca de um tema específico. 
Caracterizam-se por serem locais de encontros 
para tomada de decisão sobre algum assunto.
Esses encontros podem ocorrer nos mais di-
ferentes grupos, podendo as reuniões serem rea-
lizadas junto à população atendida, à equipe de 
trabalho, junto à parceiros, entre outros. Em suma, 
ela se realiza em qualquer espaço de discussão, 
tem em seus primórdios a coletividade das deci-
sões, tendo o seu coordenador que desenvolver 
postura democrática e firme quanto aos objetivos 
da reunião, com vistas a um espaço essencialmen-
te político, devido às individualidades dos atores 
envolvidos, exigindo deste, competência teórica 
e política para que a reunião possa alcançar o ob-
jetivo de tomada de decisão coletiva.
Saiba maisSaiba mais
As dinâmicas são ferramentas que compõem um con-
junto de instrumentos técnicos para atuação do Assis-
tente Social. Para tanto, sua execução exige tanto ha-
bilidades teóricas quanto competências técnicas para 
que o profissional aja como um facilitador, um agente 
que provoca situações que levem à reflexão do grupo.
Oficina de Instrumentos e Técnicas do Serviço Social
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
25
Figura 2 – Comunidade.
4.6 Mobilização de Comunidade
Saiba que trabalhar em um projeto comuni-
tário dentro da corrente ético-política do Serviço 
Social denota a criação de estratégias para mobi-
lizar e envolver os atores locais, uma vez que estes 
são o público alvo do trabalho do Assistente So-
cial. Neste segmento, para tanto, é necessário que 
o Assistente Social conheça a comunidade local, 
seus indivíduos, demandas e particularidades, de 
modo a propor ações coletivas que objetivem o 
atendimento e a mobilização comunitária.
Saiba maisSaiba mais
A utilização intencional da reunião para a ação profissional do Assistente Social pode, dentro desta perspectiva, particu-
larizar, neste espaço, um ‘tempo’ para vivenciar a reflexão socializante e a aquisição de informações que possam revolver 
a adaptação das formas de relacionamento social. A reunião é um espaço concreto onde se reproduzem as relações 
sociais de produção, deixando antever as correlações de força e as estratégias de superação da dominação. (BRANDÃO, 
2006, p. 101).
Fonte: http://www.msagradafamilia.com.br/imagens/com_co-
munidade.jpg.
Caro(a) aluno(a), a mobilização de comuni-
dade também é um instrumento de trabalho face 
a face, pois o trabalho em comunidade também é 
uma das áreas de atuação do Assistente Social, e, 
segundo Sousa (2004), define-se como:
Conjunto de grupos e subgrupos de uma 
mesma classe social, que têm interesses 
e preocupações comuns sobre condições 
de vivência no espaço de moradia e que, 
dadas as suas condições fundamentais 
de existência, tendem a ampliar conti-
nuamente o âmbito de repercussão dos 
seus interesses, preocupações e enfrenta-
mentos comuns. (p. 68).
DicionárioDicionário
Comunidade: é um território geograficamente de-
finido que reflete as diferentes divisões da socieda-
de em classes e segmentos sociais. Neste sentido, 
trabalhar na realidade social de território/comu-
nidade requer que o profissional apreenda seu 
significado dentro do contexto econômico, social, 
político e cultural de uma sociedade dividida em 
classes, mas que não está desprendida da totalida-
de da realidade social.Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
26
Caro(a) aluno(a), vamos agora estudar um 
dos instrumentos mais utilizados pelo Assistente 
Social, a visita domiciliar. Quando falamos em visi-
ta domiciliar, falamos de um instrumental/técnica 
de trabalho que é utilizado por muitos profissio-
nais ou profissões, no entanto o Serviço Social é 
uma das áreas que mais utiliza, ocorrendo desde 
seus primórdios. Não é puramente uma técnica 
em que o profissional se desloca para um fim, mas 
sim uma técnica profissional cujo desenvolvimen-
to deve ocorrer sobre bases éticas, humanas e 
principalmente profissionais, é uma aproximação 
do modus vivendi da família para complementar 
informação, aprofundar relações de confiança e 
também abrir demandas de negociações.
Basicamente, a visita domiciliar é uma prá-
tica profissional através da qual se realiza uma 
investigação ou atendimento no meio social ou 
familiar de um indivíduo ou de um grupo, por 
meio do estabelecimento de um diálogo entre as 
partes.
Atente-se que a visita deve ser orientada 
através de um planejamento e roteiro de pergun-
tas. Sendo assim, o profissional, no ato da visita 
domiciliar, também acaba utilizando outras técni-
cas profissionais, que são a entrevista e a obser-
vação.
4.7 Visita Domiciliar
Durante a visita, muito importante é ater-se 
aos fatos e aos relatos, assim como observar a “to-
talidade significativa da vida do sujeito”, ou seja, 
fazer a correlação das situações observadas com 
os relatos do visitado.
Partindo do princípio de que as pessoas, 
quando estão em seu meio social ou familiar, 
sentem-se mais à vontade para expressar suas 
dificuldades, entende-se este como sendo o lo-
cal mais propício para um atendimento em que o 
profissional poderá potencializar o conhecimen-
to da realidade e, ao mesmo tempo, garantir seus 
direitos e refletir sobre a qualidade de vida. 
Sabe quando a visita domiciliar pode acon-
tecer? A visita domiciliar acontece quando existe 
uma necessidade da “instituição/profissional” de 
maior conhecimento da situação do atendido, de 
observar e conhecer o ambiente do indivíduo e 
seus familiares, ou seja, é a aproximação da reali-
dade do sujeito ou grupo.
A visita domiciliar pode ser realizada com 
dois enfoques, veja quais são: enfoque social, ou 
seja, quando existe a preocupação em torno dos 
aspectos ambientais e das relações em torno da 
família; e pode ter o enfoque psicológico, quando 
as preocupações estão voltadas para as reações e 
o comportamento da pessoa.
DicionárioDicionário
Modus vivendi: é uma espécie de arranjo temporá-
rio que possibilita a convivência entre elementos e 
grupos antagónicos e a restauração do equilíbrio 
afectado pelo conflito (veja CONFLITO). O antago-
nismo é temporariamente regulado e desaparece 
como acção manifesta, embora possa permanecer 
latente.
Fonte: Dicionário de Sociologia.
http://www.prof2000.pt/users/dicsoc/soc_m.
html#modus-vivendi
Oficina de Instrumentos e Técnicas do Serviço Social
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
27
Saiba maisSaiba mais
O Assistente Social, durante a visita domiciliar, além do bom-senso e da experiência profissional, deve seguir uma ação 
normatizada ao agir profissional através de alguns apontamentos: 
1. Informações prévias sobre nomes, endereços, condução são muito importantes para não haver perda de tempo 
nem mau humor por ter tido dificuldades de encontrar a casa e para não chegar atrasado e cansado à residência;
2. Apresentação simpática da visita e não como um inquérito policial;
3. Descrição, observação natural, sem forçar situações;
4. Não repetição de visitas na mesma residência para não se tornar familiar – cuidados com convites para almoço, ser 
padrinho etc.;
5. No momento de ir embora, despedir-se com naturalidade. “Terminar bem uma visita já é preparar a seguinte se for 
necessário” (SARMENTO, 1994, p. 265);
6. Ter clara a relação público/privado para não reproduzir a dominação;
7. Não tornar a visita um instrumento de dominação, subjugação, vigilância, policiamento, embasado em preconcei-
tos e valores predeterminados.
Enfim, fazer visita domiciliar não é tão sim-
ples e o profissional deve estar provido de saber 
intelectual e ter como ponto de referência a ga-
rantia dos direitos, através de um papel educativo 
e de reflexão sobre a qualidade de vida do indiví-
duo ou grupo visitado.
Lembre-se sempre de que o Assistente So-
cial é um profissional que atua por meio de in-
tervenção “investigativa” e também por meio de 
“pesquisa e análise da realidade”, torna-se, então, 
de suma importância a visita domiciliar na prática 
deste profissional, uma vez que poderá, in loco, 
constatar a realidade do sujeito.
4.8 Visita Institucional
Mais um dos instrumentos da ação profissio-
nal, a Visita Institucional, a qual acontece quando 
existe a solicitação de órgãos, ou mesmo a partir 
da iniciativa própria do profissional, na busca de 
contato com dados presentes na realidade social 
de situações sociais institucionais. É através da vi-
sita institucional que acontece o estudo social, ou 
seja, essa técnica é uma das etapas para a realiza-
ção de um estudo social no meio institucional.
A Visita Institucional é um dos instrumentos 
de ação do profissional Assistente Social. Aconte-
ce quando existe a solicitação de órgãos, ou mes-
mo a partir da iniciativa própria do profissional, 
na busca de contato com dados presentes na rea-
lidade social de situações sociais institucionais. É 
através da visita institucional que acontece o es-
tudo social, ou seja, essa técnica é uma das etapas 
para a realização de um estudo social no meio 
institucional.
DicionárioDicionário
Estudo Social: é um processo metodológico espe-
cífico do Serviço Social, que tem por finalidade co-
nhecer com profundidade, e de forma crítica, uma 
determinada situação ou expressão da questão 
social, objeto de intervenção profissional.
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
28
Quanto às instituições, podemos entender 
como sendo locais que trabalham com a popu-
lação e que podem atender diversos segmentos, 
tais como população-alvo de uma política pública 
(idoso, criança, adolescente, pessoas em conflito 
com a lei, pessoas com deficiência, desprovidos 
de renda, entre outros). Podemos ainda conside-
rar que uma instituição é um complexo de docu-
mentos, pessoas, rotinas, infraestrutura, hábitos, 
costumes, cultura e relações de poder. Sobre esse 
último tópico relembre a apostila de Oficina de 
Prática Profissional.
Vamos ver alguns elementos que podem 
compor os objetivos da Visita Institucional, são 
eles:
ƒƒ conhecer a realidade do atendimento 
e da prestação de serviços de determi-
nada instituição através de observação, 
coleta de dados, entrevistas, análises de 
documentos etc.;
ƒƒ levantamento da realidade institucio-
nal para apuração de irregularidades;
ƒƒ verificação do atendimento prestado à 
população quanto ao cumprimento e 
ao atendimento aos padrões estabele-
cidos em lei;
ƒƒ aproximação da realidade institucional, 
tendo como objetivo orientar os agen-
tes institucionais e capacitá-los quanto 
aos direitos de seus usuários, conforme 
previstos em lei, e também objetivar a 
construção de metodologia de atendi-
mento que respeite tais direitos;
ƒƒ conhecimento da realidade institucio-
nal para possibilidade de realização de 
análises e avaliações do trabalho nela 
realizado;
ƒƒ conhecimento e compreensão de mu-
danças na dinâmica interna de insti-
tuições, avaliando o impacto que as 
alterações provocam no atendimento 
prestado por tais instituições aos seus 
usuários;
ƒƒ construção de canal de diálogos entre 
as partes a fim de constantes aperfei-
çoamentos dos serviços prestados à 
população;
ƒƒ levantamentode informações e orga-
nização de um banco de dados sobre 
os serviços sociais prestados pelas ins-
tituições visitadas, buscando facilitar o 
acesso da população a eles.
Para o alcance dos objetivos que acabamos 
de ver, necessário se faz seguir alguns procedi-
mentos, que podemos resumir nas seguintes eta-
pas: Planejamento da Vista, Viabilizar Condições 
para a Realização da Visita Institucional, Realiza-
ção da Visita e Construção do Relatório da Visita.
Vamos conhecer cada um desses procedi-
mentos?
1. Planejamento da visita: 
O Assistente Social tem que definir os 
objetivos e estabelecer as estratégias da 
execução da visita a partir do momento 
em que surge a necessidade da visita 
institucional, contextualizando infor-
mações sobre o que motivou a solicita-
ção do estudo social sobre a instituição, 
informações preliminares acerca dela e 
de seus prováveis usuários e contexto 
em que a Instituição se insere e sobre 
demanda judicial existente.
2. Viabilizar condições para realização 
da Visita Institucional:
a) condições internas: autorização 
para realização da visita (se for o 
caso) e providenciar o agendamen-
to de veículo e motorista; 
b) condições externas: agendamento 
de data e horário com os agentes 
institucionais que serão visitados 
(o que nem sempre é necessário, 
principalmente nas visitas que têm 
o objetivo de fiscalização).
Oficina de Instrumentos e Técnicas do Serviço Social
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
29
3. Realização da visita:
O profissional deve estar atento e regis-
trar tudo o que ocorrer durante a visita 
institucional, desde a recepção até sua 
saída da instituição.
Existem três questões que são impor-
tantes para a condução do processo:
 • O que se quer conhecer?
 • Por que se quer conhecer?
 • Como se vai conhecer?
É preciso ter claras as respostas para es-
sas questões, por isso a importância de 
estar atento a tudo, olhando, escutando 
e agindo de modo crítico, sem apego a 
impressões superficiais ou a dados in-
completos.
4. Construção do relatório da visita ins-
titucional:
“O relato é certamente o ponto de início 
do conhecimento da realidade, porque 
sintetiza o processo de prática teórica 
(conforme Althusser), aquela infinita 
confluência da ação profissional e o 
pensamento analítico (interpretação 
científica sobre essa mesma ação) e 
sua congruência científica.” (OLIVEIRA, 
2000, p. 3).
O relatório também é um instrumento 
de trabalho que faz parte da ação pro-
fissional e permite o registro de tais 
ações nos diferentes momentos do tra-
balho, geralmente descritivos, ou seja, 
o Assistente Social realiza de forma des-
critiva a sua análise e interpretação e in-
corpora referências teóricas, resultando 
assim numa análise interpretativa de 
consistência.
Todo processo de abordagem dos su-
jeitos do estudo social deverá ser regis-
trado: as entrevistas, as observações, a 
análise de documentos etc. 
Atenção também para esses documentos 
operacionais que são dinâmicos e norteadores 
dos objetivos da ação profissional, além de reuni-
rem os dados que serão alvo de análise e interpre-
tação qualitativa:
ƒƒ dividir ações em etapas para atingir a 
amplitude que se busca;
ƒƒ conhecer a documentação do local a 
ser visitado;
ƒƒ identificar e abordar “pessoas-chave”;
ƒƒ ter visão conjuntural;
ƒƒ observar e ouvir os usuários visando ga-
rantir seus direitos;
ƒƒ ter noção sobre o perfil dos usuários da 
instituição;
ƒƒ levar em consideração conceitos e pre-
conceitos acerca de usuários, como, por 
exemplo: instituição de atendimento 
a idosos, a portadores de deficiência 
ou mesmo pessoas que passaram a se 
utilizar da assistência pública, doentes 
mentais e pessoas que cometeram cri-
mes;
ƒƒ procurar se inteirar de conhecimentos 
acerca dessa população, adotando pos-
turas mais receptivas e de isenção valo-
rativa ou de prejulgamento;
ƒƒ preocupar-se com a qualidade do servi-
ço prestado ao usuário;
ƒƒ investigar fontes ou agentes que garan-
tam informações sobre a qualidade do 
atendimento.
AtençãoAtenção
Todos os procedimentos técnicos utilizados para 
a realização da Visita Institucional, como os for-
mulários de entrevista utilizados e também o ro-
teiro da visita, podem ser retomados para regis-
trar o agir profissional.
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
30
Caro(a) aluno(a), neste capítulo lhe foi apresentado os instrumentos de trabalho face a face, ou seja, 
os instrumentos e as técnicas que o Assistente Social utiliza diretamente com o usuário, ou seja, no seu 
contato direto.
Cada instrumento lhe foi apresentando incluindo conceitos, objetivos de sua utilização e, de certa 
forma, o como utilizar, lembrando que não existe receita pronta para o desenvolvimento da prática pro-
fissional, mas você pode ter uma maior compreensão quanto à utilização de tais instrumentos e técnicas.
Ainda é importante lembrar-se de que não é possível utilizar os mesmos instrumentos da mesma 
forma para todos os usuários, pois estes são seres humanos e diferentes uns dos outros, pois cada um 
tem suas histórias de vida, suas éticas, suas morais, suas vivências etc.
4.9 Resumo do Capítulo
4.10 Atividades Propostas
Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se fixou bem o conteúdo. Assim, responda às 
perguntas abaixo:
1. Quais são os instrumentos que o Assistente Social pode utilizar no seu cotidiano no contato 
direto com os usuários?
2. Para realizar a visita domiciliar, o Assistente Social deve seguir algumas normas/condutas, 
quais são?
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
31
OS INSTRUMENTOS DE TRABALHO 
INDIRETO5
Caro(a) aluno(a), após a utilização dos ins-
trumentos diretos (são eles visita domiciliar, en-
trevista, observação, reunião, visita institucional, 
dinâmicas de grupo, mobilização de comunida-
de), necessário se faz a utilização do instrumento 
indireto:
ƒƒ Atas de Reunião; 
ƒƒ Livro de Registro;
ƒƒ Diário de Campo;
ƒƒ Parecer Social;
ƒƒ Relatório Social.
Assim, os instrumentos de trabalho indire-
tos são os registros de todo o trabalho direto rea-
lizado. Vamos, agora, apresentar cada um deles 
para você.
Enquanto a comunicação direta, como o 
próprio nome diz, permite uma intervenção dire-
ta junto ao interlocutor, ou seja, os usuários, a co-
municação escrita possibilita que outros agentes 
tenham acesso ao trabalho que foi desenvolvido 
pelo Assistente Social. 
Sendo assim, os instrumentos de trabalho 
por escrito, não raramente, implicam que outros 
profissionais e/ou outras instituições possam de-
senvolver ações interventivas a partir da interven-
ção do Assistente Social. Por isso, existe a necessi-
dade do texto estar bem escrito, claro e coerente, 
para que não haja dúvidas quanto à mensagem 
que o Assistente Social quer emitir.
Contudo, saiba que a utilização dos instru-
mentos de trabalho por escrito também possui 
uma fundamental importância: torna possível ao 
Assistente Social sistematizar a sua prática.
E mais: sistematizar a prática e arquivá-la é 
dar uma história ao Serviço Social, uma história 
aos usuários atendidos, uma história da inserção 
profissional do Assistente Social dentro da insti-
tuição – é essencial para qualquer proposta de 
construção de um conhecimento sobre a realida-
de social.
Assim, caro(a) aluno(a), podemos identifi-
car alguns instrumentos de trabalho “por escrito” 
consagrados na história da profissão, os quais tra-
go de forma bastante sucinta.
AtençãoAtenção
Todo processo de registro e avaliação de qual-
quer ação é um conhecimento prático que se 
produz e não se perde, garantindo visibilidade e 
importância à atividade desenvolvida. 
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
32
Vamos iniciar coma Ata de Reunião, que é 
um instrumento em que se registra todo o pro-
cesso de ações realizadas por equipes de traba-
lho, como:
ƒƒ Reuniões;
ƒƒ Discussões realizadas;
ƒƒ Opiniões emitidas;
ƒƒ Decisões tomadas;
ƒƒ Formas como o grupo chegou às deci-
sões (por votação, por consenso ou ou-
tra forma).
Trata-se de instrumento utilizado em reu-
niões ou assembleias que requerem o registro de 
deliberações e resoluções. Além disso, para que o 
registro aconteça, é necessária a indicação de um 
relator, pois este será a pessoa que irá relatar todo 
5.2 Livros de Registro
5.1 Atas de Reunião
o processo, seja da reunião, da discussão, entre 
outros. Esse relator pode ser um membro do gru-
po ou um funcionário da instituição. 
Entenda que quando a ata de reunião é ela-
borada, é preciso que todos os participantes da 
atividade, seja ela reunião ou assembleia, apro-
vem o que fora relatado e, por isso, é comum, 
após o relato feito, que as atas de reuniões sejam 
lidas ao final e, passando pela aprovação, sejam 
assinadas por todos os participantes, garantindo 
assim que tenham ciência do que fora realizado, 
assim como das decisões tomadas.
Saiba maisSaiba mais
O apresentado aqui é o que está posto na literatura, 
porém existem outras formas de registro no caso das 
atas de reuniões, pois, dependendo da instituição/pro-
fissional, a técnica irá se diferenciar.
O Livro de Registro é um instrumento que 
os profissionais utilizam para fazer anotações 
de atividades realizadas, tanto com os usuários 
quanto com a equipe de trabalho, anotações de 
contatos telefônicos estabelecidos, atendimentos 
realizados, questões que ficaram pendentes du-
rante o dia e todas as outras questões que sejam 
pertinentes para o desenvolvimento do trabalho 
ou a continuação dele.
Você sabe qual é a finalidade da utilização 
desse instrumento? A finalidade maior desse ins-
trumento de trabalho é deixar todos os profissio-
nais que trabalham no local cientes das ocorrên-
cias do dia, para que toda a equipe tenha acesso 
ao que está sendo desenvolvido.
Oficina de Instrumentos e Técnicas do Serviço Social
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
33
5.3 Diário de Campo
Caro(a) aluno(a), toda documentação do 
cotidiano da intervenção profissional é de muita 
importância e por isso podemos destacar, como 
um meio de registro das ações profissionais, o 
diário de campo, ou caderno de campo como 
preferem alguns.
Mas, o que é o diário de campo? Ele é um 
caderno de anotações da prática cotidiana. É 
onde o profissional irá registrar as observações 
realizadas, as reflexões teóricas. Nele, relatam-se 
datas, horários e informações gerais.
Atenção, caro(a) aluno(a), pois na obtenção 
e análise de dados, a documentação é de funda-
mental importância no processo, pois permite a 
sistematização da intervenção desenvolvida pe-
los Assistentes Sociais e também por estudantes.
Sendo assim, é um instrumento que pode 
ser utilizado para futuras pesquisas e também 
para o processo de análise institucional e investi-
gativo sobre a realidade social, sobre os sujeitos, 
possibilitando, ainda, a localização de propostas 
interventivas nas ações articuladas de inserção 
do Serviço Social. Porém, apesar da importância 
da documentação para as análises da realidade 
social e das demandas da população atendida, o 
que se observa é que este instrumento, que per-
mite qualificar as ações profissionais, é pouco ex-
plorado.
Quando falamos que é um instrumento 
pouco explorado é porque a utilização do diário 
de campo tem ficado restrita a descrições, ob-
servações e agendamentos de tarefas cotidianas, 
AtençãoAtenção
No Diário de Campo, você pode registrar:
•	 Anotações;
•	 Relatos livres;
•	 Relatos do cotidiano;
•	 Reconhecer trabalho;
•	 Identificar dificuldades;
•	 Localizar limites; 
•	 Possibilidades de trabalho;
•	 Possibilidade de análise institucional;
•	 Elaboração de ações.
quando, a partir dele, se bem elaborado, pode-
mos dar visibilidade e facilitar o planejamento, a 
execução e a avaliação, podendo o profissional 
fazer uma reflexão acerca do seu cotidiano de tra-
balho, possibilitando o aperfeiçoamento de suas 
ações, identificando limites e possibilidades con-
tidos no processo de atendimento das deman-
das e facilitando e melhorando a qualidade dos 
serviços prestados. Portanto, o diário de campo é 
um instrumento que auxilia o profissional nesse 
processo.
O diário de campo, mais do que apenas 
guardar informações, pode conter refle-
xões cotidianas que, quando relidas teo-
ricamente, são portadoras de avanços 
tanto no âmbito da intervenção, quanto 
da teoria. (LIMA, 2007, p. 93).
Saiba maisSaiba mais
O caderno de campo é um instrumento bastante 
utilizado por estagiários de Serviço Social. É nessa 
etapa, ou seja, no processo de formação, que o futu-
ro profissional inicia sua prática na utilização deste.
Luciane de Cássia de Faria
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
34
Definimos parecer social como ‘a opinião 
profissional do assistente social, com base 
na observação e estudo de uma dada 
situação, fornecendo elementos para a 
concessão de um benefício, recurso ma-
terial e decisão médico – pericial’. Mas 
também podemos defini-lo como um ins-
trumento de viabilização de direitos, um 
meio de realização do compromisso pro-
fissional com os usuários, tendo em vista 
a eqüidade, a igualdade, a justiça social 
e a cidadania. (MPAS/INSS, 1994, p. 25-26 
apud MOREIRA; ALVARENGA, 2004, p. 56).
Caro(a) aluno(a), dessa forma, um parecer 
social é uma avaliação teórica e técnica realizada 
pelo Assistente Social, não se trata de um simples 
relatório com organização de informações, mas 
sim da avaliação de tais informações e da emissão 
de uma opinião fundamentada sob uma perspec-
tiva teórica e de análise.
É o parecer social que dá ao Assistente So-
cial uma identidade profissional, pois ele utiliza 
seu conhecimento, sua instrumentalidade e sua 
intervenção profissional coletados, posicionan-
do-se politicamente através dos pilares básicos 
do Código de Ética Profissional para analisar pro-
fundamente a situação. 
Saiba que o Assistente Social é um profissio-
nal que deve se posicionar diante das situações 
verificadas na realidade social, por isso:
no parecer social, geralmente parte final 
do laudo social, elabora-se sucintamente a 
questão analisada, destacando os objetivos 
e a análise da situação, orientada por um 
estudo minucioso e fundamentado; por 
fim, uma finalização, de caráter conclusivo 
ou indicativo. (FÁVERO, 2004, p. 47).
Entenda que o parecer social é um instru-
mento de trabalho que é emitido a partir de um 
relatório social.
O profissional só pode emitir uma opinião 
sobre um fato, portanto, o parecer é a finalização 
de determinado trabalho, seja ele um atendimen-
to individual ou um conjunto de instrumentos 
utilizados durante determinado processo de in-
tervenção.
O serviço social, enquanto participante 
das práticas judiciárias, se utiliza do in-
quérito e do exame para, no atendimen-
to que realiza, pesquisar a ‘verdade’. O as-
sistente social é solicitado pelo Judiciário 
como sendo o elemento neutro perante a 
ação judicial para trazer subsídios, conhe-
cimentos que sirvam de provas, de razões 
para determinados atos ou decisões a 
serem tomadas. Através de técnicas de 
entrevistas, visitas domiciliares, obser-
vações, registros, realiza o exame de po-
breza e dá o seu parecer sobre a situação 
investigada e a medida mais adequada a 
ser aplicada, no caso do Juizado de Me-
nores, ao menor ou à família. (FÁVERO, 
2003, p. 28).
Então, entenda que apreender a realidade é 
diferente de apenas a descrever. Devemos produ-
zir um conhecimento sobre ela.
5.4 Parecer Social
Saiba maisSaiba mais
É no momento do parecer social que o Assistente

Continue navegando