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ARTIGO GESTAO PUBLICA POR DESEMPENHO E LRF EFETIVIDADE TURMA UFPI IFPI LEANDRO R OLIVEIRA

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GESTÃO PÚBLICA POR RESULTADO E LEI DE RESPONSABILIDADE 
FISCAL: O Desafio em Mensurar a Efetividade Orçamentária nos Municípios?1 
 
 
Leandro Rodrigues de Oliveira, Mestrando PPGP – UFPI, e-mail: 
leandro@ifpi.edu.br. 
 
 
Resumo: 
Este estudo de caráter exploratório propõe uma breve revisão da literatura sobre o contexto de Gestão por 
Resultado, desempenho fiscal e efetividade orçamentária à luz da criação e implicações da Lei de 
Responsabilidade Fiscal no Brasil. Apresenta-se a influência mundial do New Public Management na 
reforma administrativa da década de 1990 no Brasil, o embasamento teórico acerca da gestão baseada em 
resultados e as principais produções empíricas (2002-2018) sobre desempenho na gestão fiscal responsável, 
a fim de contribuir com a temática de efetividade orçamentária. O que verificou-se é que a literatura 
pesquisada (e.g. Cruz, Silva e Santos, 2009; Leite Filho, Colares e Andrade, 2015; Cavalcante, 2017; Cruz 
e Afonso, 2018) reconhecem ser possível mensurar a efetividade orçamentária, mas o processo em si ainda 
é complexo, seja pela própria dinâmica desta dimensão de resultado dado que quanti-qualificar o quão 
efetivo é o orçamento, repousa no impacto que ele provoca, ou ainda por serem incipientes os indicadores 
e demais parâmetros que perpassem aos moldes eficiência e eficácia de mensuração. Com efeito, defende-
se como estudos vindouros preconizações de modelos econométricos que agreguem aos indicadores ficais 
já existentes métodos mais objetivos e precisos. 
Palavras-Chave: Desempenho; Indicadores; Efetividade orçamentária; Lei de 
Responsabilidade Fiscal. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
As duas últimas décadas do século passado deram à arena da administração 
pública no Brasil uma formatação de gestão assentada nos modelos gerencial e societal, 
vislumbrou e se implementou uma agenda de reformas cujo desenho de gerir os recursos 
públicos passaram a adotar conceitos típicos da iniciativa privada no setor público. 
(BRESSER-PEREIRA, 2000; ABRÚCIO, 2007;; CAPOBIANGO et al., 2013). 
Redesenhar ou formatar a Gestão Pública foi um processo despontado 
mundialmente e datado da década de 1970 quando o mundo vivia uma crise de petróleo, 
inflada pela crise econômica mundial do período. Neste intento Capobiango et al., (2013) 
assegura que tal contexto de crise esgotou o modelo burocrático de gestão, ensejando 
crises administrativas, fiscais e econômicas pelo mundo. Na américa latina, mais 
precisamente na década de 80, tentativas frustradas de redemocratização e fortalecimento 
das instituições propiciaram reformas administrativas mais decisivas. Não tão diferente 
Abrúcio (2005) lembra que nos EUA neste período também se instaurou a reforma 
administrativa aos moldes gerenciais importados da iniciativa privada. 
Cavalcante (2017) advoga que a compreensão das mudanças na gestão pública 
requer atenção holística e dinâmica aos contextos em que as ações governamentais 
operam, trata-se de considerar todas as variáveis que influenciam no funcionamento do 
setor público. Não obstante, Santos e Raupp (2015) corroboram afirmando que o atual 
modelo de gestão em implementação é uma evolução do processo de gerir, direcionado 
 
1 Artigo desenvolvido e apresentado para aprovação à disciplina Gestão Pública Orçamentária e Financeira 
como parte dos requisitos do programa de Pós-graduação em Gestão Pública (PPGP) da Universidade 
Federal do Piauí (UFPI), Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, sob a orientação do Prof. Dr. 
João Carlos Hipólito Bernardes do Nascimento. 
2 
 
para resultados ante aos ditames tradicionais e burocráticos, o que não implica 
necessariamente em desconsideração dos modelos anteriores, mas em aperfeiçoa-los e 
torná-los aplicáveis aos novos contextos sociais, fiscais e econômicos. 
A literatura reconhece as mudanças conjunturais na condução da máquina pública 
no Brasil (Abrúcio, 2005; Corrêa, 2007; Cavalcante, 2017), sendo, pois, possível afirmar 
que das principais contribuições da nova gestão pública, os mecanismos gerenciais 
(indicadores) de mensuração do desempenho dos serviços públicos, a inovação legislativa 
na condução de finanças públicas fundamentadas em planejamento, responsabilidade e 
transparência como exige a Lei de Responsabilidade Fiscal e posteriores ordenamentos 
normativos a ela, são apresentados neste estudo como objeto de exploração teórica. 
Objetivamente, propõe-se explorar os fundamentos e arranjos teóricos da Gestão Pública 
por resultado e Lei de Responsabilidade Fiscal no viés produção de indicadores e o 
desafio observado nas pesquisas (e.g. Afonso et. al.,2017; Cruz e Afonso, 2018) de se 
medir a efetividade das ações de governo nos municípios. 
Metodologicamente apresenta-se um estudo objetivamente descritivo, a partir de 
uma análise longitudinal desde a metade da última década do século passado até os dias 
atuais, das principais produções teóricas sobre Gestão pública por Resultados, Lei de 
Responsabilidade Fiscal e efetividade das ações de governo. Neste ensejo, o recorte 
temporal é justificado pela literatura pesquisada (e.g. Bresser-Pereira, 2000; Abrúcio, 
2007; Abreu e Câmara, 2015; Cavalcante, 2017; Cruz e Afonso, 2018) afirmar ser este o 
período que embasa o surgimento das temáticas abordadas. As pesquisas relacionadas ao 
tema gestão fiscal e Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) em um primeiro momento 
foram condicionadas a buscas em periódicos com qualis-capes classificados entre B2 até 
A1, contudo é válido salientar notar-se escassez de estudos verificados, principalmente 
ao tema efetividade orçamentária e gestão por resultado. Com efeito, mais desafiador 
ainda são estudos sobre a efetividade na gestão pública municipal, uma vez que se nota 
nas produções cientificas ênfase à eficiência e eficácia da gestão fiscal (e.g. Cruz, Silva e 
Santos, 2009; Zhang e Barnett, 2014; Leite Filho, Colares e Andrade, 2015; Cruz e 
Marques, 2017; Cruz e Afonso, 2018). 
Este artigo contempla além desta introdução uma segunda seção para revisão de 
literatura, onde se contextualiza brevemente as reformas administrativas e o New Public 
Management; as especulações teóricas sobre gestão pública por resultado, indicadores de 
desempenho na gestão fiscal responsável; as discussões em torno da efetividade 
orçamentária e Lei de Responsabilidade Fiscal; e, por fim, apresenta-se as considerações 
finais. 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
A gestão pública no contexto histórico de estado mais recente do Brasil é 
reportada a perspectivas de administração tradicional e burocrática, arcabouçada nos 
princípios weberianos2, aos quais formalismo, racionalidade e regras para padronização 
dos serviços públicos é apresentado pela literatura como bases explicativas contextual ( 
eg. SERVA, 2006; SCHUTZ, 2016; CAVALCANTE, 2017). 
 
2 Os princípios weberianos ou de Max Weber, sociólogo alemão, aplica às organizações o seu método de 
análise que consiste da definição de um tipo ideal de organização. A organização “weberiana”, 
simploriamente definida de burocracia, é do tipo racionalizada em que existe predeterminação total a todos 
os níveis. A Teoria da Burocracia assevera que a burocracia é a organização eficiente por excelência. Por 
isso para atingir a eficiência, a burocracia explica nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas. 
SERVA (2006). 
3 
 
Bresser-Pereira (1996) defende que este modelo tradicional e burocrático de 
gestão no decurso da década de 80 foi suplantado, mesmo que ideologicamente, por uma 
nova corrente de administração cuja ênfase passa a ser gerencial. Ainda em conformidadecom o autor, o gerencialismo do setor público tem seus impulsos existenciais a nível 
mundial no contexto da globalização, preconizações do FMI e BIRD aos estados 
membros para regulação financeira e retorno do crescimento econômico diante da crise 
mundial que assolava os países. 
Não obstante, Abreu e Câmara (2015, p. 76-77) inferem que no Brasil surgia a 
“transição do regime autoritário para a democracia liberal. [...] na área política, [...] vivia-
se a efervescência devido ao processo de redemocratização, com a incorporação de novos 
atores políticos e a luta por ampliação de direitos”. Este contexto no Brasil é lembrado 
por Abrúcio (2007) como a “década perdida (1980-1990)”, o que se explica em Abreu e 
Câmara (2015) sendo um período de incessante busca por resolver a crise de estado e 
retomada do crescimento econômico, que indistintamente era uma crise econômica e 
fiscal, deflagrada pela estagnação econômica, endividamento, inflação desenfreada e 
contínuas tentativas frustradas de devolver esperança ao projeto de nação antes aos 
ditames do regime militar (NUNES RC,2002; NUNES SPP,2002). 
Abreu e Câmara (2015) salientam ainda que dentre os fracassos enviesados nos 
vários planos econômicos propostos, a inflação se tornou o principal entrave a ser 
superado e que perdurou até metade da década de noventa do século passado, impactando 
inclusive a governabilidade do país. É neste lapso temporal que se instaura mundialmente 
uma modelagem de gestão pautada no pensamento liberal, a nova gestão pública – New 
Public Management, que em tese conforme advoga Motta (2013) preconizava a adoção 
de novas práticas na gestão pública assemelhadas as da iniciativa privada. 
 O New Public Management (NPM) ideologicamente fundamentou-se no 
liberalismo clássico que dentre os seus preceitos postulava a necessidade de um estado 
mínimo, responsável tão somente pela condução das atividades e serviços públicos e, não 
pela execução destes. Com efeito, por essa abordagem de gestão pública, a orientação 
passa a ser gerencial com ênfase no usuário, no gestor, no resultado e voltada para o 
Desempenho. (MOTTA, 2013). 
Com efeito, o novo gerencialismo do setor público propôs redefinição da relação 
governo (gestão) e sociedade. Assim entendem Peci, Pieranti e Rodrigues (2008) quando 
advogam que o NPM influenciou o processo de reforma do aparelho estatal no Brasil 
desencadeado na segunda metade da década de 1990 com o Plano Diretor de Reforma do 
Aparelho do Estado, que dentre os princípios para adoção no âmbito público recorreria a 
tecnicidade da eficiência em grau hierarquizado. Os autores criticam os moldes de adoção 
do princípio de eficiência, flexibilidade e mudanças estruturais em contexto tipicamente 
burocráticas ou cujo grau de disfunções da burocracia dificultava a efetiva aplicação da 
racionalidade proposta pelo modus melhor funcionamento da máquina pública, o que 
implicava se postular a necessidade de adoção do processo de governança como 
incremento do NPM. 
Em tese, a adoção do New Public Management mundialmente aconteceu de forma 
heterogênea às especificidades de cada Administração Pública, isto é, todo o mundo foi 
pressionado a rever o seu padrão de gestão mesmo que em sua ampla maioria romper com 
modelagens tradicionais demandasse mais tempo, a exemplo o Brasil como esclarece 
Abrúcio (2005) fora um processo tardio e pouco espontâneo. Fato é que no mundo 
Blonski et al., (2017, p. 19) destacam que a instauração do NPM resguardou a 
homogeneidade nos pressupostos aplicados conforme o quadro abaixo: 
 
 
4 
 
Tabela 1 – Pressupostos do NPM 
 
Níveis Temáticos Proposições 
 
 
I 
Desagregação das organizações públicas em unidades 
gerenciais voltadas à realização de cada “produto” 
ofertado pelo setor público, com uma correspondente 
delegação de poder para a decisão sobre o uso de 
recursos; 
 
II 
Incentivo a uma maior competição entre organizações 
públicas e entre organizações públicas e privadas; 
III 
 
Adoção no setor público de práticas gerenciais 
desenvolvidas no setor privado; 
 
 
 
IV 
Foco na manutenção de serviços públicos estáveis em 
termos de volume, no desenvolvimento de políticas de 
atuação e numa maior disciplina e parcimônia no uso de 
recursos, com a busca constante de alternativas mais 
econômicas de realização dos serviços públicos, ao 
invés da ênfase na mera continuidade institucional; 
 
V 
Maior controle das organizações públicas por seus 
gestores dotados de poderes discricionários, em vez de 
seu engessamento por estruturas normativas; 
 
 
VI 
Foco em padrões mensuráveis de performance para as 
organizações do setor público, em termos de alcance, 
nível e conteúdo de serviços ofertados; 
 
 
VII 
Controle de organizações públicas pela definição prévia 
de metas objetivamente mensuráveis, com o 
favorecimento de um equilíbrio homeostático no qual a 
organização possa adotar instrumentos flexíveis de 
alocação de recursos para o alcance de tais metas. 
Fonte: Adaptado de Hood, 1995 apud Blonski et. al. (2017, p. 19). 
 
A estratificação de pressupostos supracitada embasa todo o escopo de gestão em 
práticas administrativas aos moldes do planejamento, avaliação e controle das ações 
públicas e segue as diversas linhas explicativas do movimento nova gestão pública (e.g. 
HOOD, 1995 apud BLONSKI et al., 2017; BRESSER – PEREIRA, 1996; CATELLI e 
SANTOS, 2004; CORREA, 2007; MOTTA, 2013; ABREU e CAMARA, 2015). Torna-
se perceptível a necessidade de avaliação, mensuração e estabelecimento de mecanismos 
gerenciais que aufiram o desempenho das organizações públicas, neste intento Corrêa 
(2007) assevera que todo esse processo incorpora uma dinâmica maior, a qual se rotula 
gestão por resultados ou indistintamente gestão baseada em desempenho. 
 
2.1 GESTÃO PÚBLICA POR RESULTADO 
 
Alicerçada nos moldes gerencial no Brasil (Bresser-Pereira, 2000) desde a metade 
da última década do século passado e, ainda em um contexto macro, no movimento do 
novo gerencialismo do setor público (NPM) despontado mundialmente, a gestão pública 
orientada por resultado é caracterizada pela adoção de mecanismos gerenciais que 
mensurem as ações de governo e, neste intento, Abrúcio (2007) defende que embora a 
adoção de indicadores e planos de metas já qualifique essa modalidade de gestão, ainda 
é preciso popularizar estes instrumentos, principalmente no meio político e sociedade. 
Avaliar o desempenho das ações de governo, em tese, um dos objetivos precípuos 
da formatação de nova gestão pública coaduna ao contexto de reforma despontado no 
Brasil e em outros países da américa latina, assim infere Corrêa (2007) ao reportar ser a 
gestão pública por resultado, historicamente impulsionada e influenciada pelas políticas 
de avaliações de resultado do Banco Mundial e Banco Interamericano de 
5 
 
Desenvolvimento – BIRD. Ainda para a Autora, a gestão pública por resultado é 
sistemicamente desenvolvida inicialmente no momento do planejamento estratégico e vai 
até ao processo de avaliação das políticas públicas, contribuindo inclusive para a 
transparência e responsividade como pressupostos de boas prática de gestão – 
Accountability. 
A adoção de práticas gerenciais da iniciativa privada nas circunspecções públicas 
é lembrada por Motta (2013) como uma decisão criteriosa, de coalizão e manobras, haja 
vista que diferentemente das empresas cujo lucro e maximização de riquezas são 
finalidades fortemente pressionadas e requisitos cruciais para permanência no mercado, 
dado que a tecnologia, competitividade e ampla oferta de serviços pela concorrência 
assim os fazem, distintamente, no âmbito da gestãopública praticas pró-eficiência, 
eficácia e efetividade nos serviços públicos, dependem de consensos políticos por vezes 
camuflados na finalidade legalista das ações públicas, que nem sempre são fáceis, e que 
por vez tornam a gestão por resultado apenas discurso ideológico. É nessa seara que o 
autor destaca serem as decisões públicas administrativas e políticas, atentando, pois, para 
a supremacia do caráter político. 
Em uma perspectiva mais otimista Catelli e Santos (2004) advogam existir um 
crescimento notório desde as últimas décadas do século passado de práticas direcionadas 
para melhor utilização dos recursos públicos e imprescindível legitimação pela sociedade, 
mesmo que a avaliação dessas ações serem por vezes vistas como limitadas a índices 
físicos e voltados para a relação custo e benefício, o que implica a necessidade de 
diferentes escalas de mensuração. 
Catelli e Santos (2004) inferem ainda que a gestão por resultados é legitima 
quando se postula termos do governo empreendedor, onde se reconhece os recursos 
orçamentários serem escassos, as demandas públicas gigantescas, e a transparência peça 
central para um governo competitivo. Em resumo, as considerações históricas dessa 
modelagem de gestão são resgatadas por Catelli e Santos (2004) e Motta (2013) quando 
reconhecem na literatura cientifica de gestão por resultado os seguintes registros: 
 
“A eficácia do governo empreendedor, justamente por serem escassos 
os seus recursos orçamentários, centra-se na transparência de um 
“governo competitivo, que introduz a competição na prestação de 
serviços” (Drucker, 1991:80, p. 116 apud Catelli e Santos, 2004, p. 428) 
e, sobretudo, preocupa-se com a obtenção dos melhores resultados que 
os recursos disponíveis possam proporcionar (REESE e OHREN, 1999 
apud CATELLI e SANTOS, 2004, p. 428) ”. 
 
“O mesmo foco no resultado e desempenho, voltado para o cidadão 
como cliente, caracteriza hoje processos orçamentários na Flórida 
(Wang, 1999; Grizzle, 1999 apud Catelli e Santos, 2004, p. 428), na 
Carolina do Sul (Shelton e Albee, 2000 apud Catelli e Santos, 2004, p. 
428) e no governo federal americano (Wang, 1999 apud Catelli e 
Santos, 2004, p. 428). Essa nova postura de governo surgiu de práticas 
pioneiras, como a de Ted Kolderie terceirizando serviços na cidade de 
St. Paul em Minneapolis na década de 1970 que, conforme Drucker 
(1991:51 apud Catelli e Santos, 2004, p. 428), se espalhou pelo mundo, 
bem como das iniciativas liberalizantes e empreendedoras de Margaret 
Thatcher na Inglaterra na mesma época”. 
 
“Os relatos de maior sucesso com as práticas do NPM são oriundos das 
nações já dominadas pelo pragmatismo gerencial e pela baixa 
imposição de normas burocráticas e maior democracia na gestão 
6 
 
(CHRISTENSEN e LAEGREID, 2007; POLLITT, 1990 apud 
MOTTA, 2013, p.84). Possivelmente por já terem, comparativamente, 
maior flexibilidade burocrática, menos regras formais e rígidas, menos 
degraus hierárquicos e objetivos bem definidos, aceitavam e 
implantavam mais facilmente as propostas do NPM. Nessas sociedades, 
mudanças administrativas carregam valores e crenças do próprio 
contexto cultural, e, assim, são relativamente mais simples: causam 
menos transtornos e, na maioria das vezes, alcançam os resultados 
esperados “. (MOTTA, 2013, p.84). 
 
Ainda corroborando se tem em Osborne, 1994 apud Catelli e Santos, 2004 p. 428 
que “nos EUA, o governo empreendedor é considerado hoje um paradigma político 
emergente” (Osborne, 1994:319 e seguintes), preconizado por Bill Clinton (Osborne, 
1994: xi e seguintes), para outros países do mundo “. No Brasil a implementação de gestão 
por resultados como já destacada é típica do contexto das reformas administrativas e 
fiscais datadas do Plano de Reforma Administrativa (Bresser-Pereira, 1997) adotado no 
governo Fernando Henrique Cardoso, contudo contextualmente Catelli e Santos (2004) 
criticam incisivamente que distintamente do resgate arrolado nas citações supracitadas, 
onde a sociedade avalia e participa continuamente dos mecanismo de avaliação do 
desempenho das ações governamentais, na seara brasileira, o processo ainda é tardio e de 
pouca qualidade, e mesmo que se reconheça a influência de experiências internacionais 
que consolide as reformas implantadas, ainda é preciso dinamizar qualitativa e 
quantitativamente os instrumentos de mensuração da gestão pública, para somente assim 
a ideologia por resultados criticada por Motta (2013) tornar-se mais realista e composta 
de todos seus valores formativos de forma pragmática. 
Gestão Pública por resultado integra as ideias neoliberais de um estado mínimo e 
orientado para o cumprimento de metas, categoricamente Motta (2013, p.84) assegura 
que desde o século XIX “propõe-se assemelhar a administração pública à empresa 
privada. Anunciada muitas vezes durante décadas – embora poucas vezes efetivada – essa 
ideia espalhou-se como uma nova e promissora modalidade de gestão pública nas últimas 
décadas do século XX”. Não obstante o autor destaca ainda que gerir a máquina pública 
nestes ideais integra um dos princípios do NPM, uma vez que nesta acepção gestão 
pública por resultado compreende verificar desempenho das ações de governo. 
Aditivamente Motta (2013, p. 84) infere que o “NPM viria a apresentar uma abordagem 
gerencial distinta, tendo focos no cliente, no gestor, no resultado e no desempenho. [...] 
E explica-se, que fundamentado em planejamento estratégico tipicamente da inciativa 
privada, com metas objetivas e indicadores de desempenho centrados nos resultados, que 
substituiria parcialmente as avaliações típicas de mercado, no quesito eficiência a via 
dupla flexibilização e autonomia ofertaria bônus por desempenho e, por fim, como 
mecanismo de avaliação o orçamento por resultado como praticados nas empresas 
privadas. 
 
2.2 INDICADORES DE DESEMPENHO (IDs) NA GESTÃO FISCAL 
RESPONSÁVEL 
 
Aperfeiçoar o desempenho de gestão administrativa e fiscal no Brasil é propósito 
que converge ao estudo do federalismo desde a década de 1930, com efeito Grin (2014) 
infere que nos municípios a ação nacional no controle das tutelas em governos 
subnacionais para torná-los mais modernizados e eficientes foram esforços recorrentes e 
que integram os resolutos futuros observados em Arretche (2012, pg. 177) apud Grin 
(2014, p. 463) quando qualificou que “o federalismo brasileiro apresenta como 
7 
 
característica uma concentração de autoridade regulatória na União que cria mecanismos 
institucionais visando à redução das desigualdades territoriais”. Destarte, é válido 
salientar que os esforços de tornar os municípios mais eficientes e moralistas teve forte 
influência histórica na década de 1937 e, é nesta seara que Grin (2014, p. 464) destaca a 
criação de “departamentos de municipalidades” integrados aos interventores estaduais 
que tinham como finalidade a fiscalização e acompanhamento da vida financeira e 
orçamentária dos municípios. Não obstante a isso, o autor advoga que tais eventos 
contextuais justifica a criação em 1938 de entidades federais como o Departamento 
Administrativo do Serviço Público (Dasp), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) e, em 1934, o Instituto Nacional de Estatística (INE). 
Factualmente mesmo a finalidade de melhorar o desempenho administrativo e 
fiscal dos municípios reportar ao contexto do estado novo, o que se verifica atualmente é 
que os indicadores utilizados para avaliar o desempenho das ações de governo é matéria 
com pouco consenso na literatura e nos aparatos legais sobre gestão fiscal responsável, 
assim lembrado por Cruz e Afonso (2018) tais indicadores devem considerar a múltipla 
dimensão de variáveis que o integram,sem desconsiderar por exemplo àquelas voltadas 
para o campo contributivo da efetividade da gestão pública municipal, e.g. controle, 
planejamento e transparência fiscal. Ainda, é preciso destacar que avaliar o desempenho 
fiscal tem perpassado a ideia tão somente de cumprimento de metas fiscais com resultado 
nominal e primário, limite de gastos com pessoal, dívida pública e aplicações mínimas 
em saúde e educação. (AFONSO, 2008; ISEN, 2014; GREGGIANIN, 2018; ZHANG e 
BARNETT, 2014; CRUZ e MARQUES, 2017 apud CRUZ e AFONSO, 2018). 
Ressalvados as seletas bases e mecanismos adotados na modelagem de gestão por 
resultado e suas técnicas gerenciais que aufiram o desempenho das ações de governo (e.g. 
Catelli e Santos, 2004; Motta, 2013; Cavalcante, 2017), os indicadores que mensuram o 
desempenho de gestão fiscal é apresentado em alguns estudos empíricos como matéria 
incipiente e com pretensiosa significância relativa, o que em tese para Cruz e Afonso 
(2018) no estudo empírico intitulado Gestão Fiscal e pilares Lei de Responsabilidade 
Fiscal: evidencias em grandes municípios, ao analisar dados primários de 282 municípios 
brasileiros com população superior a 100 mil habitantes, entre 2010 a 2013, concluíram 
que os indicadores de gestão fiscal possuem pouca relação entre si e reduzida correlação 
com variáveis de gestão fiscal. Outro estudo de Cavalcante (2016) relaciona desempenho 
fiscal ao processo de reeleição em pleito municipal, cujo achados empíricos de análise 
comparada apontam a negação da hipótese de que bons desempenho fiscais bonificariam 
o gestor com reeleição e afirma que o eleitor reelege quem mais investe, em detrimento 
daqueles que nivelam suas gestões por políticas tributárias incisivas. 
Buscas em periódicos nacionais e internacionais indexados em base de dados 
consolidadas no meio acadêmico e com relevantes produções em administração pública 
e contabilidade, condicionadas ao período de janeiro 2002 a agosto de 2018 com qualis 
capes entre B2 e A1, filtro longitudinal justificado pela divulgação de produção da 
literatura relevante e imprescindível de gestão fiscal ser reportada a esse itinerário, 
corroboram com o estudo de Cruz e Afonso (2018) quando defendem como uma das 
linhas conclusivas que a produção ainda é incipiente e com pouca exploração incisiva. A 
tabela a seguir descreve, com efeito, os resumos dos principais achados: 
 
Tabela 2 – Resultado de Buscas em Periódicos de estudos sobre Gestão Fiscal 
 
Referencia Periódico Breve Achados 
8 
 
KRAEMER, M. E. P.O impacto da 
Contabilidade no Sistema de Gestão 
Fiscal. Revista Catarinense da 
Ciência Contábil, v. 3, n. 6, p. 19-31, 
2003. 
Revista Catarinense da 
Ciência Contábil – Qualis 
B2. 
Destaca a atuação do Conselho 
Federal de Contabilidade como 
órgão norteador no fazer contábil 
finalístico em prover 
informações para o gestor na 
seara da Lei de Responsabilidade 
Fiscal 
CRUZ, C. F.; SILVA, L. M.; SANTOS, 
R. D. Transparência da gestão fiscal: um 
estudo a partir dos portais eletrônicos 
dos maiores municípios do Estado do 
Rio de Janeiro. Contabilidade, Gestão 
e Governança, v. 12, n. 3, p. 102-115, 
2009. 
Contabilidade, Gestão e 
Governança – Qualis A1. 
Objetivou verificar o nível de 
transparência fiscal eletrônica 
nos sítios dos maiores 
municípios cariocas, e afirmam 
dentre as evidencias o baixo 
nível de transparência fiscal 
eletrônica. 
LINHARES, F.; PENNA, C.; 
BORGES, G. Os efeitos da Lei de 
Responsabilidade Fiscal no 
endividamento dos municípios do 
Piauí. Revista de Administração 
Pública, Rio de Janeiro, v. 47, n. 6, p. 
1359-1374, dez. 2013. 
RAP – Revista de 
Administração Pública / 
Qualis A2. 
A partir da Austeridade na 
efetivação do gasto público 
intrínseca na LRF, ou autores 
avaliam o efeito desta lei no 
endividamento dos municípios 
Piauiense. Concluem que os 
municípios reduziram seu 
endividamento em até 7% após a 
implementação da lei. 
LEITE FILHO, G. A.; COLARES, 
A. F. V.; ANDRADE, I. C. F. 
Transparência da Gestão Fiscal 
Pública: um Estudo a Partir dos 
Portais Eletrônicos dos Maiores 
Municípios do Estado de Minas 
Gerais. Contabilidade Vista & 
Revista, v. 26, n. 2, p. 114-136, 
2015. 
Contabilidade Vista & 
Revista – Qualis A2. 
Analisou-se o cumprimento da 
Lei de Transparência Fiscal 
pelos municípios mineiros e 
concluiu-se que nenhum 
município atingiu a totalidade 
parametrizada, não atendendo 
dentro os principais preceitos da 
lei, a disponibilidade das 
informações com 
tempestividade e oportunidade. 
CRUZ, C. F.; AFONSO, L. E. Gestão 
Fiscal e Pilares da Lei de 
Responsabilidade Fiscal: Evidências em 
Grandes Municípios. Revista de 
Administração Pública, v. 52, n. 1, p. 
126-148, 2018. 
RAP – Revista de 
Administração Pública / 
Qualis A2. 
As evidencias de Gestão Fiscal e 
bases da LRF apontam 
inexistência de relações 
significativas dos indicadores 
fiscais nos grandes municípios 
brasileiros analisados. Os 
autores reforçam ainda a 
imprescindibilidade de uma 
discussão a respeito da gestão 
fiscal responsável ir além do 
cumprimento de metas fiscais 
pelos gestores. 
CRUZ, A. F.; LOPES, B. L.; 
PIMENTA, D. P.; SOARES, G. F. A 
Gestão Fiscal do Estado do Rio de 
Janeiro: Uma Análise à Luz da LRF e da 
Sustentabilidade da Dívida no Período 
de 2001 a 2017. Revista de 
RAP – Revista de 
Administração Pública / 
Qualis A2. 
Os autores concluíram que 
embora a LRF disciplinou 
oportunamente até 2012 a gestão 
do estado, a partir de 2014 não 
foi efetiva na limitação da má 
gestão e insustentabilidade fiscal 
9 
 
Administração Pública, v. 52, n. 4, p. 
764-775, 2018. 
instalada a partir do exercício 
financeiro de 2014. 
Fonte: Pesquisa do autor em periódicos eletrônicos indexados (e. g. Spell). 
 
 Dos resultados reportados e condicionados aos periódicos melhor avaliados pela 
Capes desconsiderou-se produções com temática tanto distante à seara gestão pública por 
resultado e ao contexto teórico-empírico de avaliação do desempenho de gestão fiscal, 
como àqueles com contextos replicados, que em tese apresentam a mesma essência de 
conteúdo. Neste intento, pesquisou-se a princípio “gestão fiscal e, seguidamente, 
indicadores de gestão fiscal”, neste último direcionador verificou-se uma significativa 
carência de produções cientificas em periódicos desta temática (LOUREIRO, 2005). 
O que se constatou é que a produção cientifica sobre os mecanismos quantitativos 
e qualitativos que mensuram os resultados da gestão pública, em sua grande maioria 
residiram em entender a relação intrínseca das variáveis que compõem os parâmetros de 
gestão fiscal, entre os quais a atuação do profissional de contabilidade na condução e 
aplicabilidade dos preceitos da LRF conforme Kraemer, 2003; Ao passo que outros 
estudos avançaram ( e.g. Cruz, Silva e Santos, 2009; Leite Filho, Colares e Andrade, 
2015; Cruz e Afonso, 2018) em entender, baseado na própria estrutura normativa da LRF, 
sua relação com o impacto no resultado e práticas de boa gestão. Contudo, a pesquisa não 
reportou de forma direta parâmetros ou formulas quantitativas incisivas para análise de 
resultados voltados para a efetividade orçamentária e corroboram com a limitação 
observada por Cruz e Afonso (2018) na defesa de que a análise deve sempre ser de uma 
perspectiva multidimensional e por vezes complementar à gestão fiscal. 
 Os indicadores que avaliam a gestão fiscal no Brasil estão condicionados aos 
preceitos básicos da LRF e mesmo não havendo consenso na literatura e nem tampouconos aparatos normativos quanto a métrica ideal para essa mensuração, é possível afirmar 
em Cruz e Afonso (2018) que Responsabilidade, Planejamento, Transparência e Controle 
enquanto pilares da LRF são os parâmetros básicos. Inclusive, considerados pelos 
Tribunais (TCU, TCE e TCM), pesquisadores (e.g. Cruz, Silva e Santos, 2009; Zhang e 
Barnett, 2014; Leite Filho, Colares e Andrade, 2015; Cruz e Marques, 2017), Bases de 
dados institucionais (FINBRA – Finanças do Brasil em consonância ao STN – Secretaria 
do Tesouro Nacional; Índices FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio de 
Janeiro). 
 Medeiros et. al. (2014) caracterizam e analisam qualitativa e quantitativamente as 
bases de dados FINBRA e o SIOPS – Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos 
em Saúde, a partir dos quesitos clareza metodológica, acessibilidade e qualidade da 
Informação. Para os autores o sistema FINBRA surge em 1989 sob competência da 
Coordenação-Geral das Relações e Análise Financeira dos Estados e Municípios (Corem) 
/Secretaria do Tesouro Nacional, desde então divulga informações orçamentária e 
patrimonial de todos os municípios do Brasil. A base de dados SIOPS é mais especifica 
da política pública saúde sob a competência do Ministério da Saúde. Conclusivamente os 
autores destacam a relevância de ambas as plataformas quanto à acessibilidade e 
oportunidade, e com maior destaque a plataforma SIOPS. Para tanto ainda na visão dos 
autores atinentes aos moldes de aperfeiçoamento há que se tornar notória a base de dados 
principalmente aos entes subnacionais. 
 Verifica-se também no campo empírico sob adoção de indicadores de mensuração 
do desempenho do setor público que não somente as bases de dados precisam ser mais 
conhecidas, mas necessariamente os métodos e parâmetro que possam auferir as ações de 
governo em matéria orçamentária e fiscal (Medeiros et. al., 2014). A adoção de 
indicadores de gestão fiscal tem evoluído consideravelmente no campo da eficiência e 
10 
 
eficácia (Cruz e Afonso, 2018), e neste intento medir as ações de governo (políticas 
públicas) é menos desafiadora do que a própria mensuração das ações orçamentária no 
quesito efetividade, principalmente em governos subnacionais (PACHECO, 2009). 
Os indicadores de desempenhos fiscais trazem em seu escopo metas 
parametrizadas pela própria Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF com definição de 
mínimos a serem cumpridos em aplicações de recursos no ensino e na saúde e teto de 
gastos com pessoal para todos os entes políticos, ademais as mensurações de gestão fiscal 
terão como denominador comum a receita corrente líquida do exercício, o que é 
parametrizado pela normativa LRF e demais regramento do orçamento (BRASIL, 2000; 
CAVALCANTE, 2017; CRUZ e AFONSO, 2018). 
 
2.3 EFETIVIDADE ORÇAMENTÁRIA E A LEI DE RESPONSABILIDADE 
FISCAL (LRF) 
 
Efetividade orçamentária e mais precisamente a avaliação da Lei de 
Responsabilidade Fiscal(LRF) são temáticas complexas e com incipientes produções 
científicas (Colares e Andrade, 2015; Cruz e Afonso, 2018), não obstante a isso o que se 
defende por Araújo e Loureiro (2005) é uma metodologia pluridimensional de avaliação 
deste ordenamento de finanças públicas, haja vista a existência de mecanismos que 
enfoquem tão somente a abordagem quantitativa de cumprimento de metas e aferição do 
gasto público, desconsiderando por exemplo o impacto do orçamento público e da própria 
LRF nas atividades fins do Estado a partir de indicadores mais amplos quanto àqueles 
que consideram a receita corrente líquida como parâmetro de comparação para análise de 
cumprimento com gastos com pessoal, aplicação de recursos no ensino e ações de saúde. 
A análise de efetividade orçamentária está quase sempre atrelada a ideia de 
avaliação da gestão fiscal (Sacramento, 2005; Kelles, 2010; Colares e Andrade, 2015), 
que por vez é uma avaliação “post”, que embora necessária, em sua totalidade 
compreende os efeitos posteriores e se busca tão somente verificar eficiência e eficácia 
na condução dos recursos públicos, aqui sendo cabível destacar que o orçamento é mais 
amplo, integrando desde o projeto submetido ao legislativo até sua execução e posterior 
julgamento; e possui características peculiares, sistêmicas e normativas, não suficiente é 
apresentado em todas as esferas federativas do Brasil por força da constituição vigente 
(CF/88) de forma integrada em três documentos, a saber, o PPA – Plano Plurianual; LDO 
– Lei de Diretrizes Orçamentária e LOA – Lei Orçamentária Anual (SANTOS, 2001). 
Em um contexto mais amplo Wosniak e Rezende (2012) defendem que analisar a 
gestão pública advém do cenário mundialmente questionador, complexo e 
interdependente que pressiona os governos a adequar suas instituições com modelos 
públicos de gestão mais procedimentais e efetivos. Especificamente à adoção de 
indicadores neste novo contexto institucional, Jannuzzi (2001) advoga que diversos 
municípios têm buscado em órgãos oficiais, agencias de governos e consultorias meios 
para melhor focalizar os indicadores que são essenciais tanto a formulação e avaliação de 
políticas públicas quanto à qualidade do gasto público. 
Kelles (2010) discorre que passadas décadas da LRF é inegável sua contribuição 
enquanto marco regulatório no campo das finanças públicas, para tanto ainda é necessário 
trabalhar a qualidade da gestão fiscal e a própria efetividade normativa da lei. A autora 
ainda infere que os tribunais de contas enquanto órgãos de controle externo tem 
desenvolvido grupos de harmonização normativa desta Lei para aperfeiçoamento 
conceitual e segurança jurídica, e corrobora afirmando ser a efetividade matéria técnica e 
cautelar desafiadora. 
11 
 
Linhares, Penna e Borges (2013) defendem que a LRF após sua implementação 
trouxe contribuições mais severas na efetivação do gasto público, principalmente no perfil 
do endividamento dos municípios. Os autores destacam que a mesma ao definir limites 
de despesas com pessoal e controle da dívida pública permitiu ao cenário brasileiro, em 
especial nas regiões mais pauperizadas como o Nordeste, uma reformatação do perfil de 
administração pública deficitária para dar lugar à um status de ajuste das finanças 
públicas. 
Ambientada em meio à crise do estado, que também era fiscal e política, a Lei de 
responsabilidade fiscal aponta seus primeiros sinais de concepção em meio a reforma 
administrativa pós regime militar, cuja criação era necessária e improrrogável (NUNES 
RC,2002; NUNES SPP,2002). 
A literatura mais recente (e.g. Costa Filho, 2014; Cavalcante, 2017; Butarelo, 
2017) tem mostrado que o contexto de criação brasileira da Lei de responsabilidade fiscal 
é típico das consagradas necessidades de readequar a máquina pública com reformas 
contundentes voltadas para o retorno do crescimento econômico do País. No campo lato, 
o ambiente de criação desta lei, hoje, concebida pela doutrina cientifica (Afonso, 2008; 
Isen, 2014; Zhang e Barnett, 2014; Cruz e Marques, 2017 apud Cruz e Afonso, 2018; 
Greggianin, 2018) como um divisor histórico na forma de lidar com os recursos públicos, 
é resultado de várias consultas e adaptações de experiências internacionais, das quais se 
tem as contribuições fornecidas pelas experiências da Comunidade Econômica Europeia 
- 1992, do Budget Enforcement Act dos Estados Unidos -1990 e do Fiscal Responsibility 
Act da Nova Zelândia – 1994 (NUNES RC,2002; NUNES SPP,2002). 
 O marco jurídico-legal da LRF no Brasil é a própria constituição federal vigente, 
isto é, suas primeiras intenções de existência estão na previsão destinada na Constituição 
Federal de 1988 quando inferiu a necessidade de uma lei complementar que tratasse das 
normas especificas definanças públicas. Contudo, anteriormente, existiam inúmeras 
regras de controle de gastos, mesmo que fadados ao fracasso pela não aplicação das 
punições (LEITE, 2011). Ademais, é válido destacar que a Lei de Responsabilidade Fiscal 
no que tange sua dimensão e estrutura, sinteticamente se apresenta como um documento 
satisfatório às demandas de finanças públicas, catalogada em setenta e cincos artigos 
distribuídos em dez capítulos (BRASIL, 2000). 
É perceptível o objetivo precípuo da LRF já no texto inicial e durante todo o 
ordenamento legal, in verbis ação planejada, responsável e transparente, que vem reforçar 
a legitimidade de todos os planos e programas de governo, planejados de maneira previa 
e submetidos ao rigor deliberativo do poder legislativo. A transparência em destaque 
reforça a necessidade do endosso da sociedade quanto ao controle e participação nos 
recursos públicos (NASCIMENTO e DEBUS, 2002; NUNES RC, 2002; NUNES 
SPP,2002; LEITE, 2011; CAVALCANTE, 2013). 
Em estudo mais empírico Menezes, Ferreira e Gonçalves (2016) analisam gestão 
pública fiscal a partir do índice de esforço fiscal no viés capacidade contributiva de 662 
municípios mineiros parametrizados pela eficiência do indicador. Os autores constatam 
baixa capacidade arrecadatória e ineficiência na gestão das receitas próprias. 
Afonso et. al. (2017) a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal propôs construir 
e analisar indicadores de performance para observar o viés comportamental da gestão 
fiscal e qualidade do gasto público nos municípios brasileiros antes e após a vigência da 
LRF. Metodologicamente descritiva e com especulações em exercícios econométricos 
dentre os achados da pesquisa, concluíram que a LRF influiu em partes dos indicadores 
selecionados e com maior impacto em municípios de grande porte, que já apresentavam 
problemas de gestão antes da lei. 
12 
 
Em uma acepção mais ampla, embora contextual à LRF, Grin (2015) realizou uma 
análise do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública), 
política de gestão pública lançada pelo Governo Federal em 2005 e que culmina toda uma 
conjuntura de debates nacionais desde a qualidade dos serviços públicos, proteção do 
cidadão ao excesso de formalismo da burocracia até a necessidade de mensurar as ações 
de governo como premissas da NGP (BRASIL, 2005). Grin (2015) neste interim analisou 
o programa a partir das vertentes incorporação dos debates sobre reforma gerencial do 
estado e sob o enforque ser o programa uma política pública que visou modernizar a 
administração pública. O autor concluiu que o programa em parte incorporou a tese da 
NGP, mas secundarizou a questão central da contratualização por desempenho, sendo, 
pois, tão somente um caso de adaptação de políticas e não inovação na gestão pública. 
 Não obstante, tem-se no documento intitulado “produto3 4 - Guia referencial para 
medição de desempenho e Manual para construção de indicadores” do Ministério do 
planejamento um referencial metodológico para mensuração de desempenho na 
administração pública, que em tese além de propor complementar o GESPÚBLICA 
sinaliza contribuições para avaliação institucional, de estrutura e contratualização de 
resultados. 
Martins e Marini (2010) asseveram que uma boa gestão deve buscar alcançar 
resultados, neste intento fatores cruciais como liderança, processos, estruturas, 
consciência estratégica, tecnologias de informações e comunicações, recursos 
financeiros, contratualização (pactuação de resultados via avaliação, monitoramento e 
incentivos) são indispensáveis na estruturação e orientação dos resultados a serem 
perseguidos. 
Ainda no campo da mensuração do desempenho na administração pública, o que 
se tem verificado é a dificuldade intrínseca de se medir o quão efetivas são as ações de 
governo (GESPÙBLICA), em matéria orçamentária e fiscal as discussões em torno de 
efetividade também pairam nesta limitação já registrada pelas produções cientificas (e.g., 
Leite, 2011; Afonso et. al., 2017; Cavalcante, 2017; Cruz e Afonso, 2018). Para tanto 
Martins e Marini (2010) reconhecem que a mensuração em suas dimensões tríplice de 
resultado é parte relevante da gestão por resultados. 
 
Figura 1 – Cadeia de Valor e os 6’Es do desempenho
 
 
3 BRASIL, Ministério do Planejamento – Secretaria de Gestão. Melhoria da gestão pública por meio da 
Definição de um guia referencial para Medição do desempenho da gestão, e Controle para o gerenciamento 
dos Indicadores de eficiência, eficácia e de Resultados do programa nacional de Gestão pública e 
desburocratização – Produto 4: Guia referencial para Medição de Desempenho e Manual para construção 
de indicadores. Brasília, 2009. Disponível em: 
http://www.gespublica.gov.br/sites/default/files/documentos/guia_indicadores_jun2010.pdf. Acesso 
em 02 out. 2018. 
 
13 
 
 
Fonte: Martins e Marini. Guia de Governança para Resultados, 2010. 
 
A mensuração do desempenho na administração pública tem passado pelo estágio 
de desenvolvimento de guias que norteiam a construção de indicadores capazes de medir 
as dimensões dos resultados (figura 1). Fundamentado em Martins e Marini (2010) o 
Ministério do Planejamento propõe um metamodelo baseado em cadeia de valor (fluxo 
de todo o processo até a entrega de um produto ou serviço) que identifica as seis 
dimensões do desempenho, que em resumo orienta a modelagem de indicadores e 
preconiza regras básicas para avaliação do desempenho. Dentre as dimensões do 
resultado, a última na cadeia de valor, a efetividade é complexa porque está relacionado 
aos impactos que um produto ou serviço público provoca na sociedade (Martins e Marini, 
2010). 
Com efeito, medir a efetividade orçamentária tem que perpassar pelo processo de 
avaliar os impactos do planejamento e execução orçamentária na promoção das ações de 
governo à coletividade e, nesta seara, metodologias que compilem a múltipla dimensão 
da análise de gestão fiscal (Cruz e Afonso, 2018) com indicadores econométricos de 
desempenho do orçamento (Afonso et. al., 2017) poderão, a princípio, serem parâmetros 
para se estudar a os impactos efetivos orçamentários na sociedade. 
 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O New Public Management (NPM), movimento mundial com fortes conotações 
em grandes economias como os EUA e países europeus que influenciou o contexto de 
reformas administrativas em outros vários países é indubitavelmente o marco teórico para 
o rompimento com as disfunções da burocracia observadas por Weber. Ao propor 
conceitos de eficiência das ações públicas com foco nos resultados e controle a partir de 
acompanhamento dos processos, como os já praticados na iniciativa privada. 
No Brasil o NPM, as reformas administrativas e fiscais implementadas após a 
década perdida (1980-1990) lembrada por Abrúcio (2005) é o contexto incisivo para 
execução de agendas mais focadas na gestão e aperfeiçoamento das ações de governo, 
mesmo que sob recomendações dos bancos mundiais é inegável que no campo 
institucional, normativo e fiscal houve avanços e reconhece-se, neste contexto, autonomia 
administrativa aos municípios, mais austeridade na gestão e necessidade de mensurar o 
desempenho no setor público. Além da atual Constituição Federal (CF/88), desde a última 
década do século passado tem se preconizado práticas enviesadas em mais controle, 
responsividade, planejamento e participação efetiva e fiscal na condução dos recursos 
públicos por toda a coletividade. 
Neste intento, advoga-se que, em matéria gestão por resultados e ordenamento 
fiscal, por vezes dúbia aos norteamentos do NPM e dos típicos movimentos de reformas 
vividosno Brasil, a Lei de responsabilidade fiscal é um profícuo mecanismo de condução 
eficiente, eficaz e efetivo em matéria finanças públicas. Haja vista que desde sua 
idealização houve preocupações em considerar experiências de países que são referências 
em administração pública e economia mundial (EUA, Comunidade Europeia e Nova 
Zelândia), atualmente a LRF é o principal ordenamento para organização fiscal de todos 
os entes políticos brasileiro, pois pressupõe ações planejada, responsável e transparente e 
define metas a serem cumpridas por todos gestores, além de reforçar a participação de 
todos no planejamento, execução e efetivação do bom uso dos recursos públicos. 
Contudo, especificamente, com a mensuração das ações de governo (políticas públicas) 
nos municípios, o que se verifica é ser matéria imprescindível, mas com incipientes 
14 
 
produções científica realizadas, e mesmo estudos mais empíricos observados canalizam 
sempre métodos que aufiram eficácia e eficiência de variáveis fiscais, desconsiderando 
por vezes a necessidade de se avançar na compreensão da efetividade orçamentária que, 
ora implica aos resultados fiscais, ora é influenciada pelos indicadores fiscais. 
 Este breve estudo, por fim, reporta que é possível mensurar a efetividade das ações 
de governo em todos os entes políticos, principalmente na arena municipal onde as ações 
acontecem mais proximamente dos impactados pelos resultados, pois assim os estudos 
empíricos e de revisão literária tem evidenciado. Entretanto, é necessária a construção de 
indicadores que possam aliar parâmetros fiscais e econométricos (renda per capta, 
população, gasto públicos, etc.), para assim as avaliações de desempenho da efetividade 
perpassar pelo o que se postula por eficiência e eficácia já amplamente trabalhados. Neste 
intento, defende-se que pesquisas vindouras possam propor indicadores que mensurem o 
quão efetivo pode ser o orçamento desde o planejamento até sua execução, ou ainda qual 
relação a dimensão tripla do resultado (eficiência, eficácia e efetividade) em orçamento 
possui na formulação e avaliação de políticas públicas. 
 
 
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