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DIREITO INTERNACIONAL CCJ0056 PLANO DE AULA 05 Aluno RICARDO MENEGUSSI PEREIRA

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DIREITODIREITO INTERNACIONAL - CCJ0056 PLANO DE AULA 05 
ALUNO: RICARDO MENEGUSSI PEREIRA 1.º SEMESTRE 2019 
 
Título 
Direito Internacional Público 
 
Tema 
Tratados Internacionais? 
 
Objetivos 
Apresentar o conceito de Tratado Internacional na doutrina. Introduzir as diversas classificações dos tratados na 
doutrina; Discorrer sobre os fundamentos do tratado internacional na doutrina e na Convenção de Viena sobre 
tratados Apresentar o conceito de norma imperativa de direito internacional segundo a CVT. Introduzir as 
condições de validade dos tratados. Fornecer ao aluno a compreensão dos vícios de consentimentos admitidos 
no direito dos tratados, seus elementos e características. 
 
Estrutura do Conteúdo 
1. Os Tratados Internacionais 
1.1. Definição e conceitos; 
1.2. Classificação dos tratados na doutrina 
1.2.1. Pelo número de partes, pelo procedimento; pela natureza das normas, pela participação das partes. 
1.3. Fundamentos 
 
4.3.1.1. O art. 26 da C.V.T. e o art. 53 da C.V.T. 
2. Fases de elaboração do tratado. 
2.4.1. Expressão do consentimento 
2.1.1. Negociação, assinatura, adesão, reserva e registro 
2.1.2. A ratificação 3. A relação entre o direito internacional e o direito interno: dualismo e monismo. 
3.1. A incorporação dos Tratados no Brasil. 
4. Uma perspectiva contemporânea do direito internacional 
4.1.O jus cogens e o soft law 
5. Condições de validade dos tratados 
5.1.1. Os vícios de consentimento 
 
O termo "Direito dos Tratados" é utilizado para denominar uma subdivisão da disciplina Direito Internacional 
Público que se dedica ao estudo dos tratados, sua composição, validade, eficácia e modificações através dos 
tempos em sua composição. Atualmente, no âmbito das relações internacionais, o instrumento provavelmente 
mais importante é o tratado, pois, além deste conquistar um status de imprescindibilidade, é fato que o mesmo 
se tornou mais complexo e detalhado com o passar do tempo. Por isso mesmo, não é à toa que o estudo do 
tratado e todas as suas minúcias ocupem uma parte importante da matéria de Direito Internacional Público 
atualmente. 
No âmbito externo, os pilares da matéria são certamente as duas Convenções de Viena sobre o Direito dos 
Tratados, a primeira lidando com os tratados exclusivamente entre nações, de 1969, e a segunda convenção, de 
1986, um complemento desta, que lida com os tratados envolvendo Organizações Internacionais exclusivamente, 
ou Estados e Organizações Internacionais. A segunda convenção deriva naturalmente da gradual influência e 
importância que as organizações internacionais alcançaram nas últimas décadas, sendo admitidas na doutrina 
jurídica como verdadeiros sujeitos de direito internacional, e por conseguinte, aptos a celebrarem tratados. 
Em seus textos, as duas convenções praticamente delineiam a matéria toda, dando as diretrizes para dirimir 
controvérsias ou divergências que surjam em qualquer tratado bilateral (tratado envolvendo apenas duas partes, 
seja entre nações ou organizações internacionais, ou entre nações e organizações internacionais) e multilaterais 
(envolvendo várias nações e/ou organizações). 
A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (CVDT) é um tratado do direito internacional que estabelece 
as regras comuns para a assinatura de tratados entre Estados-nações. Elaborada em 1969 pela Comissão de 
Direito Internacional (CDI), uma instituição das Nações Unidas, após quase duas décadas de planejamento, a 
Convenção foi efetivada em 1980. Ao prover uma estrutura unificada para a condução de tratados internacionais, 
ela ficou conhecida como o "Tratado dos Tratados", e sua base em costumes prevalentes do direito internacional 
a caracteriza como um exemplo de direito consuetudinário. 
A CVDT segue o princípio legal (brocardo) de pacta sunt servanda, expressão latina para "todos os pactos devem 
ser respeitados", que presume a boa fé das partes em um acordo. Assim, membros que ratificaram a Convenção 
estão legalmente obrigados a seguir seus termos, mesmo que em conflito com seus interesses nacionais. Embora 
aderido pela maior parte dos membros da ONU, com 114 ratificações até 2016, a Convenção não é válida para 
todo o mundo, havendo países que jamais a assinaram (Venezuela, França) e outros que a assinaram, mas não a 
ratificaram, como Bolívia e Estados Unidos. O exemplo norte-americano é peculiar, pois, mesmo havendo desejo 
do governo federal em aderir ao tratado, as divergências na esfera estadual foram tão grandes que o Congresso 
preferiu não ratificá-lo. 
Mesmo assim, é seguro dizer que as normas da CVDT são seguidas por quase toda a comunidade internacional, 
sendo que mesmo as nações não signatárias se baseiam em seu código ao firmar acordos. Isso acontece porque 
seu texto é baseado em práticas já comuns antes de sua efetivação, o que caracteriza o direito consuetudinário, 
ou lei do costume (custom). Considerada um modelo de clareza e objetividade, a Convenção não sofreu 
modificações em seu meio século de existência e, como seu texto é flexível o bastante para acomodar variações 
na execução e evolução dos tratados, há poucos indícios de ela seja alterada nos anos vindouros. 
A Convenção estabelece como "tratado" apenas acordos escritos, então negociações firmadas de qualquer outro 
modo (ex.: oral) são automaticamente inválidas. Importantíssimo também é notar que, como consta no Artigo I, 
a CVDT abrange apenas tratados entre países, não valendo para acordos entre organizações internacionais ou 
entre estas e um país. A irretroatividade é outra característica fundamental, ou seja, a Convenção não surge efeito 
sobre tratados firmados antes de sua ratificação por um país. 
 
OBS: plenipotenciário: agente diplomático investido de plenos poderes, em relação a uma missão especial. 
 
Aplicação Prática Teórica 
Tendo em vista o interesse comum de Brasil e Paraguai em realizar o aproveitamento hidroelétrico dos recursos 
hídricos do rio Paraná, pertencentes em condomínio aos dois países desde e inclusive o salto Grande de Sete 
Quedas ou salto de Guairá até a foz do rio Iguaçu, foi aprovado o Tratado de Itaipu, em 26 de abril de 1973, 
criando a entidade binacional Itaipu, considerada um modelo de integração. Contudo, passados mais de trinta 
anos, os paraguaios começaram a se insurgir contra as disposições desse Tratado, alegando que há uma relação 
de exploração em favor do Brasil, que se aproveita do seu poder econômico para submeter o Paraguai a uma 
condição subalterna. A polêmica se acentuou com a eleição de Fernando Lugo à Presidência da República do 
Paraguai. Com relação a esse Tratado e às polêmicas que gera, é correto que As reivindicações dos paraguaios são 
pertinentes, uma vez que, segundo o Tratado de Itaipu, ao Brasil cabem 95% da energia produzida pela Itaipu e 
ao Paraguai os 5% restantes, proporcionais ao aporte financeiro realizado por cada país na construção da usina e 
Por ser uma entidade binacional, as instalações e obras realizadas em cumprimento ao Tratado de Itaipu conferem 
ao Brasil e ao Paraguai o direito de propriedade ou de jurisdição sobre o território um do outro. (UFPR ? adaptada) 
RESPOSTA: Segundo o Decreto Legislativo 23/19 73, que recepcionou o Tratado entre a República Federativa do 
Brasil e a República do Paraguai para o aproveitamento hidroelétrico dos Recursos Hídricos do Rio Paraná, 
pertencentes em condomínio aos dois países, desde e inclusive o salto grande de sete quedas ou salto do Guairá 
até a Foz do Rio Iguaçu. 
A energia produzida será dividida em partes iguais entre os dois países, sendo reconhecido o direito de aquisição 
da energia não utilizada pelo outro para seu próprio consumo, e as instalações e obras realizadasnão conferem 
a nenhuma das altas partes contratantes o direito de propriedade ou de jurisdição sobre qualquer parte do 
território da outra. 
O tratado dispões sobre a propriedade da Usina de Itaipu e não sobre território, sendo assim a existência da 
empresa binacional não se confere poderes para que um país possa exercer poder de jurisdição sobre outro. 
O tratado feito, faz previsão de responsabilidades iguais, e as decisões devem ser tomadas de comum acordo 
entre partes e a energia produzida será dividida em partes iguais. Contudo, é disposto no tratado também que a 
energia não utilizada por uma das partes deverá ser vendida preferencialmente a outra parte do tratado.

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